Revista ANO 6 # 23 GOIÂNIA | NOVEMBRO - JANEIRO 2015 www.agirgo.org.br Publicação da AGIR - Associação Goiana de Integralização e Reabilitação Organização Social Gestora do CRER, HDS e HUGO 2 Victor Frak Neurologista especialista em Ciência Cognitiva, professor e pesquisador da Universidade do Québec – Montreal “O CRER está na vanguarda ao dedicar-se ao estudo das questões de linguagem e motricidade” REVISTA AGIR 1 2 REVISTA AGIR CARTA AO LEITOR AGIR INVESTE EM PESQUISAS COM FOCO EM LINGUAGEM E MOTRICIDADE Sérgio Daher Superintendente Executivo Caro leitor, a vigésima terceira edição da Revista AGIR apresenta, em entrevista de capa, o renomado médico e cientista Victor Frak. O argentino especialista em neurologia, é doutor e pós-doutor em Ciências Cognitivas, além de ter pós-doutorado também em Ciências Biomédicas. Há seis anos realiza em parceria com AGIR importantes projetos em linguagem e motricidade junto à área técnica e multiprofissional do CRER. Em pauta a trajetória de uma grande conquista: CRER é o primeiro hospital de Goiás a receber a Acreditação Plena Nível 2 da ONA. O processo para acreditação hospitalar, que teve início em setembro de 2013, é o resultado da dedicação e atenção à qualidade com que trabalham os colaboradores do CRER ao longo de 12 anos. A acreditação denota ainda a vocação da instituição à atenção a saúde com foco na segu- AGIR Estrutura Administrativa SUPERINTENDÊNCIA Sérgio Daher Superintendente Executivo João Alírio Teixeira da Silva Júnior Superintendente Técnico de Reabilitação Claudemiro Euzébio Dourado Superintendente Adm. e Financeiro Divaina Alves Batista Superintendente Multip. de Reabilitação Fause Musse Superintendente Relações Externas DIRETORIA Dom Antônio Ribeiro de Oliveira Diretor-Presidente José Alves Filho Vice-Diretor Ruy Rocha de Macêdo Diretor-Tesoureiro CONSELHEIROS Alberto Borges de Souza César Helou Fernando Morais Pinheiro Helca de Sousa Nascimento José Evaristo dos Santos rança do paciente. Em Espaço do Paciente revelamos a História de perseverança de Aparecido Silvestre de Araújo, interno do HDS – Hospital de Dermatologia e Reabilitação Santa Marta há 38 anos. Nossa Publicação aborda também a importante ação do Ballet terapêutico do CRER criado em janeiro de 2013. Destacamos a necessidade de prevenir e controlar infecções sob a análise da Médica infectologista Adriana Oliveira Guilarde, além do resumo com as principais notícias do último trimestre. Esperamos que você goste de nossa publicação e que a Revista AGIR seja ao longo de 2015 um canal de interação permanente com todos os goianos. Sérgio Daher Superintendente Executivo da AGIR EXPEDIENTE Joaquim Caetano de Almeida Netto Paulo Afonso Ferreira Pedro Daniel Bittar Sizenando da Silva Campos Júnior Vardeli Alves de Moraes CONSELHO FISCAL – TITULARES Cyro Miranda Gifford Júnior Marley Antônio da Rocha Paulo César Brandão Veiga Jardim CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Marcos Pereira Ávila Valtercy de Melo ASSOCIADOS FUNDADORES Alcides Luís de Siqueira Dom Antônio Ribeiro de Oliveira Elias Bufaiçal (in memorian) Lúcio Fiúza Gouthier Maria Paula Curado Milca Severino Pereira Nabyh Salum Paulo Afonso Ferreira ASSOCIADOS BENEMÉRITOS Cyro Miranda Gifford Júnior Gláucia Maria Teodoro Reis Helca de Sousa Nascimento José Alves Filho Marley Antônio da Rocha Marcos Pereira Ávila Paulo César da Veiga Jardim Ruy Rocha de Macedo Valéria Jaime Peixoto Perillo Valtercy de Melo (in memorian) REVISTA AGIR Supervisão geral, edição Anna Luiza Rucas Gerência Coorporativa de Marketing – AGIR Jornalistas Mayra Paiva – JPGO – 01802 Thaís Franco Thaís Dutra (estagiária) Naicléia Silva (estagiária) Designer Gráfico Chafic Rebehy Filho Fotografia Eduardo Castro Colaboradores AGIR Olívia Lacerda (secretária junior) Marianne Carrijo (contato comercial) Rodrigo Rocha (contato comercial) Cecília Raquel (contato comercial) Vinícius Basílio (contato comercial) Hugo Miranda (analista de sistemas) Impressão: Stylo Gráfica Revista AGIR é uma publicação dirigida da Associação Goiana de Integralização e Reabilitação, gestora do CRER, HDS e HUGO 2. Tiragem: 5 mil exemplares. Contatos - Fones: (62) 3232-3138/ 3106/ 3050 E-mail: [email protected] Site: www.agirgo.org.br Endereço: Av. Vereador José Monteiro, 1655, Setor Negrão de Lima, CEP 74653-230 - Goiânia - Goiás REVISTA AGIR 3 ÍNDICE Entrevista 10 Parágrafo Único 10 Resumo 19 Empresas Mantenedoras 21 Artigo 23 Terceiro Setor 26 É Bom Saber 28 Superação Victor Frak 6 Espaço do Paciente Aparecido Silvestre de Araujo 24 AGIR em Foco CRER é o primeiro hospital de Goiás a receber a Acreditação Plena Nível 2 da ONA 30 32 HDS em Pauta 37 Perfil do Colaborador 38 Agenda e Parcerias HUGO 2 Referência em atendimento a vítimas de queimaduras 34 4 REVISTA AGIR Canal Aberto www. agirgo.org.br / [email protected] Em nome de toda a equipe da AACLA (Associação dos Amigos do Centro Livre de Artes), quero parabenizar o nosso parceiro CRER – Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo pela eficiência de toda sua equipe de trabalho, composta de profissionais competentes e compromissados com o bem-estar do ser humano, além da presteza no atendimento humanizado e especializado na reabilitação de pessoas com necessidades especiais. Sabemos que o CRER tem se destacado como polo de inserção e apoio à saúde em todo o estado de Goiás, projetando-se em outras áreas no contexto abrangente de suas ações propagadas como referência na saúde, bem como na sua relevância em prestar serviços junto à comunidade que necessita do apoio dessa instituição e nela busca atendimento. Parabenizo também toda a equipe do CRER, pela sua iniciativa em abrir as portas de sua casa para nos receber enquanto parceiros, onde juntos somamos ações importantes e projetos essenciais a uma vida melhor. Nossos projetos incluem a arte, o esporte, o lazer e a cultura como meios de integração, inclusão e responsabilidade social que traduzem em qualidade de vida, respeito mútuo, benefícios à saúde física, emocional, além do bem-estar social. Através da parceria CRER e AACLA, destaca-se uma junção perfeita, onde buscamos fomentar através da arte cidadãos com visão crítica e conscientes de seus direitos e deveres na sociedade em que estão inseridos. Dessa forma, como sujeitos de todo o proces- facebook.com/crerhospital so, podem se engajar socialmente de forma prazerosa, não obstante as diferenças e capacidades individuais. Como resultado, teremos o desenvolvimento da autoestima na comunidade em que se encontram inseridos individualmente , no trabalho em equipe e nos serviços prestados rumo à excelência em todos os aspectos e contextos diferenciados que envolvem os seres humanos numa visão holística. Kátia C. dos Santos Vilela, Presidente da AACLA, via e-mail. É excelente saber que no Brasil, em Goiânia, tem um hospital desse nível e qualidade, como o CRER, prestando um grande serviço social e humanitário. Sem dúvida, o Brasil é referência mundial no que se refere à saúde pública. Todo o contrário do “desmantelamento” do sistema espanhol, da “inexistência” e falta de humanidade da saúde “pública” norte-americana e de muitíssimos países. Vivo na Europa, hoje, em Madrid, Espanha, há 11 anos e aqui é uma vergonha, sobretudo, com esse novo governo. Parabéns aos responsáveis da saúde publica no Brasil, desde o Ministério e Secretaria Estadual da Saúde de Goiás, bem como aos dirigentes e TODO staff do CRER.” Tenho familiares que estão sendo tratados no CRER, e eles só têm grandes elogios a todo o serviço prestado. Atenciosamente, Wyllmharlen Will Alves, via e-mail. twitter.com/CRER_GO youtube.com/user/CrerHospital REVISTA AGIR 5 ENTREVISTA V ictor Frak é argentino de nascimento. Diplomou-se em Medicina em Buenos Aires, em 1982 e especializou-se em Neurologia. Cursou Neuropsicologia na Université Claude-Bernard Lyon 1 (França) e lá fez também doutorado em Ciências Cognitivas. Tem pósdoutorado na mesma área pelo Departamento de Psicologia da Universidade do Québec em Montréal (UQAM), em 2004, e outro em Ciências Biomédicas, pela Universidade de Montréal, 2005. É professor do Departamento de Cinesioantropologia da UQAM e pesquisador do Institut de réadaptation Gingras6 REVISTA AGIR Victor Frak Lindsay, de Montréal. Desde 2008, desenvolve projetos e atividades de pesquisa em Neurociências, especialmente na área da linguagem e motricidade, em parceria com o CRER. Em entrevista à Revista AGIR, o professor e pesquisador fala da cooperação existente entre o Hospital e a Universidade do Québec, dos avanços da área, dentre outros assuntos. Confira. 1- Como o senhor vê o desenvolvimento da pesquisa científica em readaptação nos dias atuais e como se dá sua trajetória, na qual o CRER está incluído? Durante os anos de minha vida passados no hemisfério sul, especialmente na Argentina, sempre me impressionaram a disposição dos profissionais de saúde e o intenso desejo de fazer progredir a Ciência, apesar de situações políticas e sociais nem sempre favoráveis. Muitas vezes, constatei que esses profissionais, que podiam promover o progresso científico, partiam para outros países desencantados com a falta de condições para o desenvolvimento de seu trabalho em sua própria casa. Quando também eu decidi buscar um lugar para desenvolver-me como pesquisador, o que mais me chamou atenção nos países em que trabalhei foi a preocupação com o rigor científico e a disciplina. Na minha longa trajetória de formação médica em Neurologia e Neurociência na Europa e na América do Norte, chamavam minha atenção o quão perfeitos eram os diagnósticos, mas quão pobres eram as opções para tratar os problemas neurológicos, o que não era diferente do que se passava na Argentina naquele momento. Penso que isso foi uma das coisas que me motivou a aproximar de alguns grupos de trabalho que se dedicavam a buscar novas formas de tratamento e que terminou por me levar para o Instituto de Readaptação de Montréal, por meio do qual eu conheci o CRER e os colegas que aqui trabalham. Depois disso, foi possível colocar em relação o Laboratório de Cinesioantropologia da Universidade do Québec em Montréal com o CRER, com o objetivo de desenvolver atividades de pesquisa em Neurociências, especialmente na área da linguagem e suas relações recíprocas com a motricidade. Nossa ambição é a de contribuir com novos conhecimentos para o tratamento de pacientes neurológicos, não somente do ponto de vista clínico, pois importa muito saber como a Ciência pode ser aplicada aos pacientes que estão em tratamento de reabilitação e readaptação, tornando-se uma fonte geradora de ideias e de discussões. É um grande desafio este o de incrementar a pesquisa científica que nossas instituições, em conjunto, estão enfrentando face a outras necessidades sociais, às vezes muito prementes. Creio, porém, que pouco a pouco, nossas sociedades do hemisfério sul começam a compreender que para conseguir alcançar um grau de desenvolvimento social e econômico é preciso investir em pesquisa. 2- Que importância o senhor atribui à cooperação existente entre a Universidade do Québec e o CRER, especialmente no campo das pesquisas em linguagem e motricidade? Estou certo de que juntos estamos realizando um percurso importante. Vivi experiências anteriores em que era muito difícil desenvolver relações de parceria, por exemplo, da Argentina com a França, ou com os Estados Unidos. No caso do CRER, apesar de falarmos línguas diferentes, nossa capacidade de comunicação e de entendimento é muito boa. Assim, pudemos estabelecer balizas seguras a fim de atingir objetivos realistas, levando-se em conta as necessidades próprias desses dois mundos, suas capacidades econômicas e contextos sociais. Queremos gerar novos conhecimentos, com base científica sólida, que possam se traduzir em melhoria objetiva na vida das pessoas com sequelas ou com problemas neurológicos. 3- Que benefícios objetivos os pacientes poderiam esperar desse trabalho de pesquisa que vem sendo desenvolvido no Brasil, no Canadá e em outros países, com sua orientação? Primeiramente, creio que é muito importante destacar que Goiânia, por meio do CRER, está na vanguarda ao dedicar-se ao estudo das questões de linguagem e motricidade. Foi uma ideia que começamos a desenvolver a partir de 2008. Quisemos desenvolver uma ideia científica coerente, que não exigisse investimentos financeiros gigantescos somente disponíveis em países mais sólidos e ricos que os nossos. A problemática da linguagem e motricidade começa a ter um valor científico considerável na Europa de hoje, com resultados promissores, o que nos dá a possibilidade de aproveitar do momento para estarmos na vanguarda desses estudos, direcionando as evidências encontradas ao mundo da readaptação. Assim, muito rapidamente foi possível estabelecer pontes com nossos colegas aqui do CRER, interessados e preocupados em encontrar novos caminhos de tratamento para seus pacientes. De forma mais clara, tentamos mostrar como as palavras podem modificar a atividade muscular de maneira objetiva. Pudemos colocar em evidência o que significa a motivação para um indivíduo. Em readaptação, é preciso sempre trabalhar com otimismo, incentivando os pacientes a terem um olhar positivo sobre o futuro. Mas nós o fazíamos de maneira praticamente empírica, o que agora se confirma por uma base biológica cientificamente comprovada. Começamos a usar técnicas linguísticas para melhorar a atividade motora e já comprovamos, em estudos realizados em conjunto com colegas franceses, como a linguagem pode, por exemplo, modificar a velocidade do movimento do braço. Se dizemos algumas palavras de ação (pegar, largar, virar), podemos constatar em indivíduos normais que há alterações de movimento por elas produzidas, melhorando o desempenho. Em sentido inverso, temos estudado como a atividade motora é capaz de modular a linguagem, como tem demonstrado a professora Tatjana Nazir, Diretora de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa Cientírfica (CNRS), da Universidade de Lyon (França), que participou da Jornada Científica do CRER em 2013. Ela e seus colaboradores têm mostrado como os gestos, especialmente em crianças, são capazes de melhorar a compreensão em atividades ligadas à linguagem. Esses resultados têm sido já empregados nas escolas na França há mais de dois anos, o que nos sugere que poderemos, num futuro não muito distante, introduzir tais elementos favoráveis à educação infantil aqui em Goiânia. REVISTA AGIR 7 ENTREVISTA É bom lembrar que o CRER tem dentro de suas instalações uma escola para as crianças em tratamento, e que a aplicação desses conhecimentos poderá trazer grandes benefícios a elas, como a melhoria do aprendizado, por exemplo. Submetemos recentemente para publicação um artigo científico com algumas dessas evidências, do qual uma profissional do CRER é coautora. Um outro exemplo, é um trabalho que começamos a desenvolver aqui com a estimulação magnética transcraniana, que aproveita setores do cérebro que não foram lesados num acidente vascular cerebral para diminuir suas graves sequelas. Estamos convencidos que daqui a poucos anos isso poderá ter uma grande importância na recuperação desses pacientes. 4- Quais são suas impressões sobre os progressos já feitos pelo CRER graças ao interesse e ao engajamento de seus profissionais nessa linha de pesquisa? Sensibilizar as pessoas para a importância de se fazer pesquisa científica rigorosa, de boa qualidade, nunca foi coisa simples. O que havia no CRER era uma grande preocupação com a assistência às pessoas que tinham necessidade de seus serviços. Assim, a pesquisa era uma preocupação, porém não uma preocupação central tendo em vista as outras necessidades. Graças à determinação firme de sua Alta Direção e à compreensão de que a pesquisa é um elemento indispensável ao progresso de uma instituição de saúde, pudemos começar a desenvolver todo um trabalho de parceria, de modo a permitir que o CRER continue a responder às necessidades da sociedade, mas que um interesse pela pesquisa científica pudesse germinar de maneira intensa entre seus profissionais. Houve uma impressionante mudança, vista por alguém de fora, como eu, que tem visitado o CRER anualmente ao longo dos últimos cinco anos. 8 REVISTA AGIR 5- Os intercâmbios que já acontecem, com a vinda, inclusive, de um mestrando seu ao CRER para trabalhar em conjunto com nossos profissionais, também preveem a ida dos colegas do CRER para cursos de aperfeiçoamento sob sua orientação em Montréal? Os intercâmbios são essenciais. É como a leitura de um livro: quando a gente lê, pode-se intelectualizar o conteúdo, mas nós não podemos integrá-lo à nossa vida se não tivermos, nós mesmos, a possibilidade de viver aquela experiência que nos chegou pela leitura. Um estudante nosso, do curso de Mestrado, veio ao CRER em 2014 para compreender o ambiente, o serviço, para conhecer as pessoas e seu cotidiano. Um outro elemento importante é que, assim, as pessoas aprendem como e com quais meios as pesquisas são realizadas. Se no Canadá há uma enormidade de colaboradores que ajudam na condução desses estudos, aqui são poucos os profissionais, que são já encarregados de outras tarefas tão necessárias. Desta forma, cumpre-se um imperativo sociológico, que é o de conhecermos bem uns aos outros, uma vez que estamos trabalhando juntos. Haverá um outro estudante de Mestrado do nosso curso que virá ao CRER em março de 2015 e nós aguardamos a vinda a Montréal de dois profissionais do CRER, também em 2015, para um aperfeiçoamento nas técnicas de aplicação terapêutica com as quais estamos trabalhando em nossas pesquisas, no sentido sempre de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. ***Tradução: Dr. Fernando Cupertino coordenador do Centro de Estudos do CRER REVISTA AGIR 9 Resumo Balde de gelo Parágrafo Único O CRER em Casa é um programa de assistência domiciliar com equipe multiprofissional caracterizado por um conjunto de ações e orientações aos pacientes e prevenção, tratamento de doenças e reabilitação. “ “ Colaboradores do CRER aderiram à campanha mundial que teve como objetivo chamar atenção da população para uma doença rara, a Esclerose Lateral Amiotrófica, conhecida como ELA. A campanha surgiu nos Estados Unidos para arrecadação de recursos para pesquisas sobre a ELA. A campanha mundial fez celebridades tomarem banho gelado ou doarem recursos para pesquisas sobre a ELA. Fraqueza e atrofia muscular generalizada, falência respiratória e óbito em torno de 36 meses Jackeline Gomes Borges, médica geriatra do CRER, responsável pelo Serviço de Atendimento Domiciliar, denominado Crer em Casa 10 REVISTA AGIR são características da doença, que possui 15 mil portadores no Brasil e não tem cura. Em Goiás, 101 pacientes recebem gratuitamente o medicamento Riluzole, único no mercado capaz de retardar a evolução da doença, através da Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa, unidade da SES-GO. O CRER presta um atendimento integral aos portadores de ELA, em que se incluem serviços médicos, terapias, exames e dispensação de aparelhos respiratórios. Aos pais O CRER realizou em 08 de agosto, a Missa em Homenagem ao Dia dos Pais. A celebração foi conduzida pelo padre Gregório e contou com a participação especial do pa- ciente Saulo da Silveira, que apresentou belíssimas canções. A missa foi dedicada aos pacientes, colaboradores, voluntários e comunidade em geral. Certificação como Hospital de Ensino O CRER foi certificado como Hospital de Ensino pelos Ministérios da Saúde e Educação, de acordo com a portaria de nº 1.687, de 12 de agosto de 2014. Para obter o certificado, vários requisitos foram analisados pela comissão de Certificação, principalmente a existência de estagiários de diferentes cursos da área de Saúde, residência médica, existência de publicações científicas, instalações e equipamentos e, ainda, o número de profissionais titulados com especialização, mestrado e doutorado. Foram considerados todos os critérios obrigatórios para certificação, conforme prevê a portaria de nº 2.400/MS/MEC. É missão do CRER oferecer excelência no atendimento à pessoa com deficiência, fundamentado no ensino e pesquisa. A certificação da unidade como Hospital de Ensino é o reconhecimento do trabalho desenvolvido ao longo dos 12 anos, sempre voltada para a formação, o Atualização Nova modalidade esportiva O CRER realizou no dia 13 de agosto o I Curso de Atualização em Cateterismo Vesical Intermitente em parceria com as empresas Medcomerce e Coloplast. Ministrado pela Estomaterapeuta Alessandra Cristiane Silva, o evento contou com a participação de médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde. Aconteceu em Goiânia, de 15 a 19 de agosto, o Curso de Formação de Instrutores em Takkyu Volley no Brasil, nova modalidade esportiva, que mistura o tênis de mesa com o vôlei adaptado. O curso, cujo objetivo era promover o esporte e capacitar treinadores, contou com o patrocínio da Federação Japonesa de Takkyu Volley, do comitê de promoção e da AACLA – Associação dos Amigos do Centro Livre de Artes. Dia da Saúde Em agosto foi promovido o “Dia da Saúde no CRER”, com o objetivo de oferecer aos colaboradores do Hospital dicas de saúde, aferição de pressão e verificação do Índice de Massa Corporal (IMC). Com a proposta de conscientizar os profssionais a ter uma vida mais saudável, a iniciativa partiu das estagiárias do curso de Nutrição da Universidade Federal de Goiás - UFG em parceria com o setor da Nutrição do CRER. Para contemplar colaboradores de escalas diferentes a programação aconteceu nos dias 27 e 28 de agosto. ensino e a pesquisa. Como Hospital de Ensino, o CRER vai implementar ainda mais suas atividades de formação e de pesquisa. Além das residências médicas em Medicina Física e Reabilitação (Fisiatria), Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Anestesiologia e Medicina Intensiva, a unidade se prepara para a abertura de residência Multiprofissional. Além disso, vários projetos de pesquisas estão em andamento, inclusive com parcerias estrangeiras. O Takkyu Volley é jogado em uma mesa de tênis de mesa usando a regra do vôlei. Com 12 jogadores, seis por equipe, o esporte foi desenvolvido na cidade de Osaka, Japão, e pode ser praticado tanto por pessoas com ou sem deficiência física. Durante os cinco dias, os workshops e cursos de instrutores aconteceram em locais diferentes. No CRER, o curso, foi ministrado no dia 15 de agosto, por Yuji Horikawa da Federação Japonesa de Takkyu Volley. REVISTA AGIR 11 Resumo Congresso de Infectologia As enfermeiras Sorreylla Paulla Vasconcelos e Tatiane Barbosa Mendes, integrantes da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do CRER, participaram nos dias 22 e 23 de agosto do Congresso Centro-Brasileiro de Infectologia, Controle de Infecção, Imunização e Medicina Tropical – MultiSaúde, que aconteceu no Centro de Convenções de Goiânia. O congresso foi promovido pela Sociedade Brasileira de Infectologia, Controle de Infecção Hospitalar, Imunização e Medicina Tropical, e reuniu especialistas de todo o País, que debateram temas atuais relacionados à prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, como a dengue e outras doenças virais, bacterianas e parasitárias. Voluntariado Os voluntários do CRER participaram na tarde de 28 de agosto das atividades em comemoração ao Dia Nacional do Voluntário, promovidas pelo Centro Goiano de Voluntários (CGV) da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). Durante o encontro, o CRER recebeu homenagem do CGV pelos 9 anos de tra- balho voluntário desenvolvido no hospital. A colaboradora doSserviço de Voluntariado do CRER, Andreia de Freitas, recebeu o certificado das mãos da coordenadora-geral da OVG, Eliana França, que ressaltou a importância de desenvolver programas de voluntariado para apoio às atividades. Título de mestre A Gerente de Enfermagem do CRER, Viviane de Queiroz Clementino, foi aprovada, em 28 de agosto, na defesa de sua dissertação para obtenção do título de Mestre em Ciências Ambientais e Saúde pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). O trabalho desenvolvido pela profissional “Estratégias Educativas no Processo de Reabilitação da Pessoa com Lesão Medular” teve orientação da professora Dra. Vanessa da Silva Carvalho Vila. Dedicação em dobro - Sheila de Oliveira é paciente do CRER desde 2005. O início do seu tratamento despertou o interesse em sua mãe, Imaculada Oliveira, de se tornar voluntária. “Aproveitei a oportunidade de acompanhar a minha filha para também ajudar os outros pacientes”. Juntas, mãe e filha participam das atividades na Arteterapia e compartilham momentos de trabalho, solidariedade e muito amor. Troca de experiências O CRER é referência em Goiás e também em outros estados. Um exemplo disso foi a visita da Diretora Multiprofissional de Reabilitação do hospital, Sônia Helena Adorno, ao Centro de Reabilitação Infantil e Adulto da cidade de Natal, RN. Sônia, que foi convidada para conhecer o Centro e apresentar os serviços oferecidos pelo CRER, participou também no dia 01 de setembro da Oficina de Educação Permanente. 12 REVISTA AGIR Serviço de odontologia O Serviço de Odontologia do CRER completou um ano de atendimento no dia 5 de setembro, chegando ao marco de mais de 22 mil procedimentos. Mensalmente foram realizados, em média, 1.900 procedimentos, ultrapassando a meta mensal de 400. Um dos diferenciais do Serviço de Odontologia do CRER é o atendimento especializado para bebês, que contempla também a orientação para os pais sobre a importância da prevenção. Desta forma, as crianças chegam à adolescência sem comprometimentos na saúde bucal. Durante a semana em que se comemorou um ano do serviço, foram distribuídos kits de higiene bucal infantil e adulto, além de brinquedos para as crianças. Gestão de Pessoas com Deficiência A Diretora Multiprofissional de Reabilitação, Sônia Helena Adorno de Paiva, e a Gerente de Recursos Humanos, Juliana Xavier, participaram nos dias 9 e 10 de setembro do 1º Congresso Goiano de Gestão de Pessoas com Deficiência e Reabilitados do INSS, promovido pelo Fórum Goiano de Inclusão no Mercado de Trabalho da Pessoa com Deficiência e Reabilitado pelo INSS (FIMTPODER). O encontro, realizado no Centro Cultural Oscar Niemeyer, teve por foco exclusivo qualificar gestores de recursos humanos e diretores de empresas em relação ao preenchimento de suas vagas com reabilitados da Previdência Social e pessoas com deficiência. REVISTA AGIR 13 Resumo Reconhecimento Transplantes Os colaboradores do CRER, Ana Cristina Amorim e Ângela Maria Souza, ambas da área médica, e Hercílio Barbosa, psicólogo, participaram nos dias 11 a 13 de setembro do XXIV Congresso Brasileiro de Medicina Física e Reabilitação, em Gramado - RS. O trabalho científico “Efeitos Adversos na Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva” apresentado pelos colaboradores foi classificado em 1º lugar. A Central de Transplantes do Estado de Goiás promoveu no dia 23 de setembro, o curso de Capacitação no Processo de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes. O objetivo do evento é contribuir para esclarecer a sociedade sobre o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes. A capacitação aconteceu no Auditório da Multiprofissional de Reabilitação do CRER. CRER: 12 anos Na manhã do dia 25 de setembro, data em que o CRER completou 12 anos, uma missa em ação de graças, foi celebrada pelo Arcebispo Emérito de Goiânia e Diretor-Presidente da AGIR, Dom Antônio Ribeiro. “Hoje, de fato, é dia de comemoração! Nesse último ano, muito conquistamos e reafirmamos nosso compromisso com a qualidade, a humanização dos serviços, a qualificação profissional e a área de ensino e pesquisa. Ao longo desses 12 anos, o CRER atendeu mais de 306 mil pacientes, numa abrangência a 14 REVISTA AGIR todos os 246 municípios de Goiás e 17 estados do Brasil. O número de procedimentos superou a marca de 10 milhões”, comemorou o superintendente executivo da AGIR, Sérgio Daher. A primeira-dama e presidente da OVG, Valéria Perillo, falou com muita alegria sobre o Hospital. “Nós só temos que agradecer pelas bênçãos que nós recebemos nesses 12 anos desta Instituição. O CRER nasceu para dar qualidade de vida às pessoas com deficiência, e hoje, em tão pouco tempo, é reconhecida como referência nacional em reabilitação oferecendo atendimento nas quatro modalidades de deficiência física, auditiva, intelectual e visual. O CRER desde a sua criação mudou a história de Goiás. Parabéns a todos que fazem o dia a dia desta Instituição”. PROGRAMAÇÃO Ao longo de uma semana várias apresentações e atividades foram realizadas. A Orquestra de Violeiros de Goiás emocionou o público com músicas tradicionais sertanejas. Dia das Crianças O CRER comemorou o Dia das Crianças, no dia 10 de outubro, com muita diversão e guloseimas, mas, também com importantes dicas de prevenção da saúde bucal. O serviço de Odontologia do CRER ofereceu aos pequenos pacientes 600 kits com escova e pasta de dente. Os kits foram doados pela Maxdescarte Indústria de Descartáveis Hospitalares e Odontológicos e pela Colgate. O evento aconteceu na quadra de esportes e contou com apresentação musical. Foram distribuídos cachorro quente, algodão doce, pipoca, frutas, sorvete cremozinho e outros brindes para a criançada. As crianças também se divertiram com pula-pula, palhaços, pinturas artísticas, balões e com as fantasias vestidas pela equipe do setor de multiprofissional e odontologia. Para a realização do Dia das Crianças, o CRER contou com a importante colaboração de grandes parceiros: Voluntários que Creem; Grupo doar Gyn; Festoon Kids; Maxdescarte; Colgate; Zema; Sorvetes Cremosinho; Grupo Cicopal; Grupo Coletando Sorrisos; Tarcízio Jr. Pinturas; Criatto Fantasias; Faculdades Universo, turma de fisioterapia e Liga da Academia de Educação e Saúde da UFG. Livro Música A fonoaudióloga do CRER Giane Passos Lozi (ver página 37) lançou , no dia 15 de outubro, seu primeiro livro: “Estimulando a linguagem: aprendizagem por meio de categorias semânticas”. Segundo a autora, a obra vai auxiliar outros fonoaudiólogos, pedagogos, psicólogos e pais na estimulação de crianças para o desenvolvimento adequado da linguagem. O lançamento aconteceu no auditório Valéria Perillo, no CRER, e contou com o prestígio de familiares, amigos, acadêmicos e profissionais da área. A música invadiu o ginásio de Fisioterapia Adulto no CRER na tarde de 28 outubro. Ao som de jazz, samba, bossa nova e blues, o grupo instrumental “Três em Um” trouxe alegria e descontração aos pacientes e colaboradores do hospital. O “Três em Um” é formado por Gennyson (teclados) pelos músicos Emídio de Queiroz (guitarra e violão), Ricardo de Pina (bateria) e Moisés Feitosa (baixo elétrico/acústico). Os shows são totalmente gratuitos com duração de uma hora. O grupo faz parte do projeto Alegria Para Quem Precisa e conta com o patrocínio do Fundo de Cultura. REVISTA AGIR 15 Resumo Outubro Rosa No mês de outubro, os colaboradores do CRER e HDS abraçaram a campanha #OutubroRosa e aderiram à ação. O mês de outubro é dedicado às ações relacionadas ao câncer de mama e à saúde da mulher. O diagnóstico precoce da doença é o primeiro e mais importante passo para a cura. Halloween Os colaboradores do Serviço de Atendimento ao Cliente do CRER se caracterizam para festejar o Dia de Halloween. Segundo Michelle Fernanda Faria, responsável pelo setor, ações como essa são importantes para alegrar o ambiente de trabalho. 16 REVISTA AGIR Jornada Científica do CRER Nos dias 5 e 6 de novembro, o CRER realizou a 12ª. edição da Jornada Científica, simultânea ao II Simpósio Internacional em Linguagem e Motricidade. Em diversas atividades, ao longo dos dois dias, profissionais ligados à área da Saúde e Reabilitação se reuniram para discutir a “Qualidade no Cuidado e Segurança do Paciente”. Na programação, palestras, workshops e mesa redonda para discussões relevantes sobre importantes temas, com a participação de renomados profissionais do Brasil e exterior, como Victor Frak, neurologista especialista em Ciência Conginitiva, professor e pesquisador da Universidade do Québec-Montreal, Canadá (ver página 6). O evento, que a cada ano tem se superado em número de participantes e qualidade, contou também com uma área de exposição de estandes de empresas ligadas à área da saúde. REVISTA AGIR 17 Resumo Modelo SUS Entre os dias 3 e 7 de novembro, o CRER recebeu a visita do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, para desenvolvimento de projeto em formato de Hipervídeo dentro do hospital. O objetivo é apresentar as ações de saúde e de boas práticas desenvolvidas nas Redes de Atenção à Saúde. O CRER foi escolhido pelo trabalho de excelência e referência que realiza em Goiânia para pacientes que necessitam de reabilitação e readaptação. Na oportunidade, foram realizados os registros de grande parte dos serviços oferecidos no hospital, entrevistando profissionais e clientes. 18 REVISTA AGIR Paz Universal Há 36 anos uma história de sucesso Fundada em 14 de Junho de 1978, a empresa, desde então dirigida pela empresária Maria Helena Rodrigues, vem demonstrando sua verdadeira vocação para inovação e modernidade. O que começou como um modesto negócio de serviços funerários se transformou, ao longo do tempo, em um dos mais sólidos e respeitados grupos do ramo no país, atuando de forma dinâmica, modernizando os processos e humanizando o atendimento. A experiência adquirida ao longo deste tempo se traduz em projetos como o da unidade de Uberlândia, que busca alinhar bom gosto e sobriedade ao conforto e a comodidade, características que conferem a esta unidade o status de piloto do programa de expansão da empresa, que hoje conta com 10 unidades e clientes ativos em mais de 80 municípios, em Goiás e no Triângulo Mineiro. Outros pontos relevantes sobre o programa de expansão da Paz Universal são a aquisição de uma área de 2,420m² em São Luís dos Montes Belos, para a edificação da unidade daquele município e o início das obras da unidade de Aparecida de Goiânia, além da reforma da matriz em Goiânia, que receberá um acréscimo de mais de 100% em sua área construída. Por tudo isso, podemos afirmar que a Paz Universal, hoje, é literalmente um canteiro de obras, aparelhando, ampliando, edificando novas unidades, dentro do mais alto padrão de qualidade, sem deixar de lado os aspectos humanos e a qualificação profissional, razão primeira desta trajetória de sucesso. Excelência em Atendimento www.pazuniversal.com.br REVISTA AGIR 19 20 REVISTA AGIR ARTIGO PREVENIR E CONTROLAR INFECÇÕES, UMA NECESSIDADE A s infecções fazem parte da história da humanidade, e resultam da interação entre o micro-organismo, o hospedeiro e o ambiente. Desde a descoberta dos antimicrobianos, vislumbrou-se um grande avanço, em virtude do sucesso terapêutico advindo da Penicilina. Sucessivamente novos antimicrobianos foram descobertos, no entanto, a progressão dos microorganismos tem superado a indústria farmacêutica. A pressão seletiva exercida pelos antibióticos favorece a disseminação de bactérias que são resistentes, e que podem compartilhar seu padrão de resistência com outras bactérias, possibilitando o crescimento desses agentes, denominados bactérias multirresistentes, ou “superbactérias”. Esses micro-organismos representam grande desafio, em função das limitadas opções terapêuticas disponíveis. Diante desse fato, os profissionais de saúde e a comunidade, devem se empenhar para prevenir e controlar infecções por esses agentes. Na comunidade, a primeira medida para evitar a doença é a vacinação, quando indicada, notadamente para grupos com maior risco, tais como: extremos etários, imunodeprimidos (ex: AIDS, pacientes em uso de quimioterapia, corticoides em altas doses). Orientações sobre vacinas disponíveis podem ser dadas pelo pediatra, geriatra, ou pro- fissionais de saúde da rede básica. Outra medida de prevenção é evitar o contato com pessoas doentes, e quando isso ocorrer, realizar a higienização das mãos, seja com água e sabão, ou usando álcool gel. É importante também que não se use antibióticos sem prescrição médica, uma vez que o uso desnecessário ou por tempo inadequado promoverá o aparecimento dos micro-organismos resistentes. No ambiente hospitalar, a maneira mais eficaz de prevenir as infecções por germes multirresistentes é usar racionalmente os antibióticos, o que significa, não usar antibióticos profiláticos por tempo além do necessário; evitar o uso de drogas de largo espectro, em situações em que não houver indicação das mesmas, bem como não estender o tempo de terapia além do preconizado. Para o controle desses agentes, a principal ferramenta disponível é a HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS. A Organização Mundial de Saúde lançou campanha, que ressalta a importância desse gesto, com o tema “Mãos limpas salvam vidas”. Apesar de uma medida simples, as evidências apontam que há baixa adesão dos profissionais a esse gesto simples e eficaz. É necessário que todos se mobilizem para evitar a perpetuação desta realidade microbiologicamente dramática, que pode levar a muitas mortes, além de custos diretos e in- diretos, tais como internações prolongadas, com menor rotatividade de pacientes e, consequentemente, menos vagas para atender a demanda existente. Para participar dessa campanha, convidamos e convocamos você a higienizar suas mãos, e não deixar que “superbactérias” ganhem esta luta. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do CRER conta com você, seja como profissional, paciente ou acompanhante, e nossa ação resultará em melhora na qualidade da assistência oferecida. Vamos CRER, combater com nossa melhor arma. Adriana Oliveira Guilarde, médica infectologista, presidente da CCIH / CRER – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar REVISTA AGIR 21 ARTIGO Análise biomecânica da influência da mobilidade do tornozelo na órtese KAFO sobre a marcha: O objetivo deste estudo foi analisar de forma biomecânica qual seria o melhor ajuste da órtese KAFO. Antes de tudo é importante entender que órteses são dispositivos externos ao corpo que tem como função melhorar o alinhamento de um membro e/ou melhor sua função, e no caso da KAFO a sua função é permitir a realização da marcha, ou seja do caminhar, para pacientes que não tem movimento nas pernas. A KAFO é uma órtese que foi definida de acordo com as iniciais em inglês das articulações que ela atravessa: “Knee-Ankle-Foot-Orthosis”, também conhecida no Brasil como “Tutor longo” ou “Cruro-podálica”. Muito utilizada por pacientes com lesão medular baixa que não tem movimentos nas pernas ou este movimento é insatisfatório para que ele consiga caminhar. A órtese mantem o joelho do paciente estendido e assim permite que ele fique em pé, desde que tenha algum movimento e controle dos músculos da pelve. Assim, após treino específico realizado nas sessões de fisioterapia ele pode conseguir caminhar com a órtese em conjunto com barras paralelas, andador ou até mesmo muletas. Um questionamento ao prescreve-la é em relação ao tornozelo da KAFO, se este deve ficar fixo (travado) ou articulado (de forma que permita alguns movimentos do tornozelo). Para responder a esta dúvida foi utilizado o Laboratório de Análise do Movimento do CRER, um moderno e sofisticado laboratório especializado na análise da mar22 REVISTA AGIR um estudo piloto cha, com o que há de mais atual em instrumentação disponível hoje no mercado mundial. Equipado com 12 câmeras para análise cinemática, 4 plataformas de força para análise cinética, 1 aparelho de eletromiografia sem fio para análise da atividade muscular e 1 aparelho de baropodometria. Este laboratório será inaugurado já no começo de 2015, mas em sua fase de testes, durante os meses de agosto e setembro, já foi possível realizar este estudo piloto sobre o uso da KAFO. Neste estudo transversal foi realizado a análise cinemática e eletromiográfica de um paciente com lesão medular (lesão em T11), do sexo masculino e com 32 anos de idade. Ele usou a órtese KAFO e o andador para realizar a marcha independente, na qual foi analisado e comparado a sua marcha com o tornozelo da KAFO articulado e com ele fixo. Os resultados do estudo mostraram que com o tornozelo articulado há uma menor elevação da pelve no plano frontal (denominado obliquidade pélvica), acompanhada de uma menor atividade eletromiográfica do músculos quadrado lombar, além da melhora da cadência e velocidade da marcha. Isso significa que ao utilizar a órtese KAFO com o tornozelo articulado ela torna a marcha mais eficiente, com menor esforço e consequente menor gasto energético do que se o seu tornozelo estivesse fixado. O presente estudo trata-se apenas de um estudo piloto, ou seja um estudo destinado a testar um método de pesquisa e por isso, estes dados ainda não são conclusivos, pois o estudo ainda será ampliado com uma amostra maior e afim de se obter dados mais confiáveis. Paulo Fernando Lôbo Corrêa, Darlan Martins Ribeiro, Rodrigo da Silveira Campos e Marco Antônio Dias, fisioterapeutas, Maykon Lacerda de Santana, engenheiro mecatrônico, Manuella Barreira Amorim Mello e Mara Lúcia Rassi Guimarães Carneiro, médicas fisiatras, e João Alírio Teixeira da Silva Junior, médico ortopedista. TERCEIRO SETOR Guia Feliz Idade - Portal disponibiliza guia médico e conteúdo exclusivo para a terceira idade O Por: Nayana Bricat, assessoria Guia Feliz Idade foi criado em 2013 por três profissionais goianos que trabalham em contato direto com a Terceira Idade. A ideia inicial partiu do fisioterapeuta Guilherme Afonso Neto, com o intuito de garantir a inclusão dos idosos na sociedade moderna, já que o país passa por um grande processo de envelhecimento e a tendência é que a população passe a viver mais nos próximos anos. Além de Guilherme estão no projeto dois geriatras, um deles Fernando Henrique de Paula e o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de Goiás Ricardo Borges. A intenção dos criadores do Guia é que os idosos tenham mais atenção e passem a ter maior qualidade de vida e um envelhecimento saudável. O portal é o primeiro do Brasil que funciona como um guia médico e ao mesmo tempo traz conteúdo exclusivo para a terceira idade, aliando saúde e bem estar, tudo isso com um visual agradável e com ferramentas de fácil acesso. O site inaugura uma lista unificada com diversos profissionais da saúde de Goiás que prestam serviços aos idosos. Além disso, o portal ainda leva aos internautas experientes várias informações importantes sobre saúde, moda, culinária e outros temas relevantes para a melhor idade. Neste mês o site inaugura seu novo layout com um visual agradável e organizado. A mudança proposta pelos sócios traz novas ferramentas para os profissionais cadastrados e anunciantes e ainda mais atratividade para os idosos que acessam o portal. Para os empresários e profissionais liberais que desejam se cadastrar Guia Feliz Idade, basta entrar no site e ir na seção cadastro gratuito. Para aqueles que desejam ter destaque no site, existem os planos Bronze, Prata e Diamante que podem ser mensais, semestrais ou anuais, com valores acessíveis a partir de R$ 24,90. No Guia cada profissional que é assinante é apresentado com sua foto, suas especialidades e um currículo com todos os endereços de atendimento. Para as empresas é possível criar uma página exclusiva no site para mostrar o serviço oferecido a Terceira Idade. Atualmente o site tem cerca de 10 mil acessos ao mês, além das redes sociais que concentram mais de 500 visualizações diariamente. Para obter outras informações entre em contato com a equipe do Guia Feliz Idade através do e-mail guiafelizidade@gmail. com ou pelo telefone (62) 3088-5558. Para conhecer o site basta acessar www.guiafelizidade.com.br. Twitter: @guiafelizidade Facebook: www.facebook.com/ guiafelizidade REVISTA AGIR 23 ESPAÇO DO PACIENTE 38 ANOS DE SUPERAÇÃO Aparecido chegou ao HDS aos 14 anos de idade para tratar ferida crônica Por: Naicléia Silva S uperação. Essa é a palavra que exemplifica bem a história de Aparecido Silvestre de Araújo, 52 anos, natural de São Luiz de Montes Belos (GO). É paciente interno do Hospital de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS), antiga Colônia Santa Marta. Sua chegada à Colônia foi em outubro de 1978, quando tinha 14 anos. Levado para a clínica pela irmã Benedita de Araújo, já falecida, o objetivo era fazer um tratamento em lesões, que foram desencadeadas durante sua infância. O paciente perdeu a mãe aos 24 REVISTA AGIR nove anos e o pai aos 13. Aos 14, a irmã mais velha conseguiu um encaminhamento por meio da prefeitura da cidade de São Luiz de Montes Belos, para fazer tratamento na Colônia Santa Marta, hoje HDS, administrado pela AGIR. Ele relata que teve uma infância bem difícil. “Sofri muito preconceito por causa das feridas, tive que parar de estudar. Na época todos achavam que meu problema era lepra (também chamada de Hanseníase), uma doença contagiosa, por isso fui excluído da vivência social”. Aparecido conta que os primeiros dias na clínica foram bem difíceis. “No começo sentia falta de tudo, da vida lá de fora. Naquele tempo não tinham remédios específicos, o tratamento era com medicação experimental e os curativos eram feitos por freiras”, diz ele. A Colônia Santa Marta foi fundada pelo grupo de religiosas, as irmãs Vicentinas, vindas de Minas Gerais. Durante algum tempo as irmãs eram quem faziam os curativos dos pacientes internos. Segundo Aparecido, a medicação correta foi descoberta em 1986, somente a partir daí houve um avanço em seu tratamen- “ O que mais gosto de fazer é cuidar da horta comunitária, passear e conversar com os amigos, também moradores do hospital “ to e as dores foram amenizadas. Em 1987, mesmo sofrendo preconceito, ele decidiu fazer supletivo e concluir os estudos, fez então o curso técnico de auxiliar em enfermagem. Depois de formado, ajudava nos curativos e cuidados dos outros pacientes. Durante esses 38 anos de tratamento, a maior dificuldade, segundo ele, foi superar o preconceito das pessoas e o sentimento de exclusão da sociedade. Apesar de não ter formado uma família, é um homem de alto astral, alegre e receptivo. Hoje com 52 anos, um homem simples e humilde, dono de uma olhar expressivo, ao ser questionado se é feliz, a resposta é positiva. Ele afirma que, apesar de ter passado por momentos ruins, considera-se realizado. Ele conta que tem recebido atenção e carinho dos profissionais do HDS e durante o dia realiza várias atividades no local. “O que mais gosto de fazer é cuidar da horta comunitária, passear e conversar com os amigos, também moradores do hospital”, declara. Há um ano a Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (AGIR) assumiu a administração do HDS. “Houve mudanças após nova administração. Hoje temos a oportunidade de fazer passeios externos, como ir a Shoppings, e são realizadas festas em datas comemorativas, coisas que antes não tínhamos”, diz Aparecido com entusiasmo. Um dos projetos promovido pela nova administração é realizar atividades de humanização e reintegralização social aos pacientes. “Após AGIR assumir a gestão, tudo mudou. Houve uma reformulação na estrutura do hospital, um tratamento mais digno. Foi criado um espaço exclusivo para eventos, a “Casa Viva” onde são realizadas as festas e diversas atividades”, conta. Atualmente são 25 moradores em tratamento, cada um tem seu quar- to, e o hospital conta com uma equipe multiprofissional capacitada a oferecer atendimento humanizado a todos os pacientes. Atualmente o senhor Aparecido continua o tratamento de uma lesão na perna direita e de uma atrofia no dedão do pé esquerdo. Durante esses 38 anos, vivendo como paciente interno de um hospital exigiu de Aparecido paciência e perseverança. Virtudes que proporciona a ele êxito no tratamento. REVISTA AGIR 25 É BOM SABER PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO CRER Por: Thaís Dutra O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRSS) do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER) é um documento que normatiza todos os procedimentos que envolvem o processo de manejo e descarte de resíduos sólidos desde o tratamento até o destino final, sendo que o plano deve ser obedecido por todos os colaboradores do hospital em todas as suas etapas. De acordo com o Biólogo Daniel Paiva de Oliveira, responsável técnico pelo Serviço de Resíduos Hospitalares, para o melhor cumprimento do PGRSS de uma empresa que busca a sustentabilidade, é necessário internalizar práticas sócio-ambientais. “Essas políticas são feitas a partir da mudança comportamental dos colaboradores, para que se atentem em fazer a correta segregação e também para que conheça de fato as melhores práticas do PGRSS, assim, para reafirmar esses procedimentos, educação ambiental é fundamental”, afirma. Para a implantação do Plano de Gerenciamento foram obedecidas prerrogativas dos Ministérios da Saúde, do Trabalho e Emprego, do Meio Ambiente, além de normas da ABNT vigente para essa temática, uma vez que: “Hospitais produzem resíduos com características diferenciadas, que podem oferecer riscos à saúde da população, por isso que cabe a nós, os geradores dos resíduos, gerenciá-los dentro das normativas e se possível irmos além”, explica o Biólogo. O gerenciamento de resíduos 26 REVISTA AGIR tem o intuito de oferecer segurança e qualidade de trabalho aos profissionais direto e indiretamente envolvidos com a coleta de resíduos dentro e fora da instituição, protegendo de riscos biológicos, ergonômicos e da saúde psicossocial. COLETA INTERNA Atualmente, existem dois tipos de coletas dentro na instituição. A Coleta 1 é feita pelos colaboradores da higienização, retirando os resíduos das áreas comuns do hospital, como quartos de internação, postos de enfermagem, área administrativa e os demais setores. Em seguida, os resíduos são colocados em contêineres na sala de resíduos, para que fiquem em local seguro, onde pacientes e colaboradores de outras áreas não tenham acesso. A Coleta 2 é realizada também pelos profissionais da higienização, porém, são encarregados de transportar os resíduos de dentro das salas de resíduos até o abrigo, assim, para realizar essa coleta, os profissionais precisam estar devidamente paramentados, com o uso total de todos os EPI´s adequados, conforme preconizado na normativa NR32 e ainda, após o transporte dos resíduos do expurgo até o abrigo, os mesmos serão armazenados nos recipientes conforme as classes delineadas na RDC 306/2004, garantindo assim a eficácia do manejo. COLETA EXTERNA Hoje, a coleta de resíduos sólidos, seja comum ou infectante é realizada pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). O resíduo comum é feito pela forma tradicional, chamada de doméstica, e levado ao aterro sanitário, porém, o infectante também é enviado ao aterro, mas ressalta-se que o mesmo é tratado previamente antes do descarte. Já os demais resíduos como os químicos e perfurocortantes, que também precisam ser tratados, são levados para incineração em uma empresa terceirizada. Os materiais recicláveis são segregados e vendidos para empresas que fazem o trabalho de reciclagem, já que o CRER se preocupa em direcionar matérias para promoção de zelo e precaução ambiental. DIFERENCIAÇÃO Foi adotado universalmente que cada tipo de resíduo fosse descartado em um saco plástico de cor preestabelecida. No CRER existem as lixeiras disponíveis na área administrativa de cor azul com saco plástico também azul, por exemplo, para o descarte de papéis em condições de serem reciclados. Para o Biólogo, as cores são uma forma de chamar a atenção de colaboradores e pacientes para que se atentem ao tipo de lixeira que deverão descartar determinados resíduos. “Estamos buscando dar procedimento de cores dentro do hospital para facilitar a segregação. Quando colocamos uma lixeira em um local de cor diferente, este é um indicativo que sinaliza a segregação de forma correta, sendo que são delineados treinamentos para reforçar ações coerentes”. Também são fixados adesivos indicativos em todas as lixeiras, informando qual tipo de resíduo poderá ser descartado naquele local. “Tentamos nos cercar de todas as maneiras para favorecer nossos colegas de trabalho e podermos segregar de forma correta. Assim, com as identificações cumpriremos e contemplaremos o que é preconizado no Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da instituição, já que com lixeiras adesivadas os processos são mais fáceis de serem executados”, destaca o profissional de resíduos sólidos. Já para o descarte de materiais classificados como perfurocortantes são disponibilizadas caixas apropriadas. Os hemoderivados, aqueles produtos que contêm sangue no estado livre, são descartados em lixeiras que possuem saco plástico de cor vermelha, logo, padronização no PGRSS é fundamental e essencial para que a prática do manejo ocorra sem intercorrências. ABRIGO DE RESÍDUOS SÓLIDOS O Abrigo de Resíduos Sólidos da instituição foi ampliado em 2014 para atender a demanda à época, e pensando também nas futuras necessidades do hospital. O local é um lugar devidamente dimensionado, e obedece às legislações vigentes para o armazenamento de forma segura dos resíduos produzidos no hospital. Dentro do abrigo existem espaços e contêineres que dão continuidade à segregação dos resíduos, sem misturar produtos químicos com biológicos, hemoderivados com infectantes, entre outros. “O abrigo do CRER é compartimentalizado para que cada resíduo tenha seu espaço totalmente sinalizado e de restrito acesso a qualquer profissional não vinculado à área de higienização. É o local onde colocamos os resíduos à disposição da coleta externa”, informa o responsável técnico. Em relação à preocupação ambiental, a Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (AGIR), que administra o CRER, realizou, em 2014, uma obra em frente ao abrigo, no pavimento asfáltico para que o chorume que caísse do caminhão coletor não contaminasse o solo, assim, “como a camada asfáltica era muito fina, o chorume poderia contaminar o solo e o lençol freático. Em decorrência disso houve nesta área o investimento em uma camada impermeabilizante de concreto”, explica o técnico. RECONHECIMENTO Devido à preocupação da admi- nistração do CRER em transformar o departamento também em um local seguro para os colaboradores da área e que consiga atender toda a demanda do hospital, o Abrigo de Resíduos foi reconhecido pelas autoridades no assunto como o Abrigo referência em Goiás. Logo, devido ao trabalho desenvolvido na unidade e ao reconhecimento é rotineiro a instituição receber a visita técnica de representantes de outras unidades hospitalares para conhecer nossas instalações, incluindo o abrigo, uma vez que o mesmo se tornou referência estrutural e com um arrojado dimensionamento que contempla todas as medidas de segurança para o manejo ambientalmente correto dos resíduos, minimizando assim impactos ambientais, laborais e da saúde pública. Para a gestora de hotelaria hospitalar do CRER, Ilma Martins da Costa, que respondeu pelo PGRSS por aproximadamente 10 anos, reitera que a administração da unidade e da AGIR teve um papel fundamental para a realização das obras de ampliação do Abrigo de Resíduos. “A gente não consegue ser referência e ter estrutura e equipamentos adequados se a administração não estiver envolvida”. REVISTA AGIR 27 SUPERAÇÃO BALLET TERAPÊUTICO DO CRER Movimentos pela reabilitação de pacientes infantis Por: Thaís Dutra O Ballet Terapêutico foi criado em janeiro de 2013 no CRER, com o objetivo de proporcionar uma espécie de reabilitação diferenciada, que poderia chamar mais atenção de determinadas crianças em tratamento na instituição. Desde a sua implantação, essa terapia conta com o acompanhamento de uma terapeuta ocupacional, também formada em dança, e uma fisioterapeuta. As dez meninas que participam do Ballet Terapêutico atualmente são, necessariamente, diagnosticadas com alguma deficiência nível 1, considerada leve quando comparada em uma escala que mede a gravidade de 1 a 5 e, assim, não apresentam grandes limitações físicas e cognitivas. De acordo com a terapeuta ocu28 REVISTA AGIR pacional Izabel Martins, dentre as meninas do Ballet Terapêutico, uma possui paralisia braquial, uma tem síndrome de Down, duas têm deficiência intelectual e cinco têm paralisia cerebral cognitiva parcial. “São crianças com diagnósticos mais leves e que têm uma ânsia por terapias que não sejam convencionais”, explica. A relação entre as crianças, durante a terapia com dança também trouxe uma aproximação entre os pais e responsáveis, que esperam pacientemente as meninas saírem da aula de ballet. “As mães se unem em momentos de pré-apresentação, principalmente no CRER, para comprar as roupinhas e acessórios. Começou a nascer até uma amizade entre as mães, que saíam juntas para comprar os objetos que as meninas precisam durante as aulas”, ressalta Izabel. EXERCÍCIOS Segundo a terapeuta ocupacional, cada paciente tem uma determinação de exercício específica devido ao diferencial corporal. “Cada paciente tem diferenças físicas, como alteração no pisar do pé, um braço menor, quadril caído. É notório quando elas ficam com raiva pelo corpo não responder neurologicamente ao movimento que querem fazer”. Às vezes, ao tentar praticar uma ação que a limitação de cada paciente não corresponde, as meninas, por exemplo, batem no pé que não se endireita ou tentam esticar o braço que é menor. No entanto, com a prática e aprendizado de acordo com as condições de cada uma, as pacientes passaram a adaptar os exercícios para seu corpo e limitação e, assim, conseguem realizar a ação desejada com êxito. BENEFÍCIOS As meninas realizam diversos movimentos que auxiliam na melhora tanto do campo físico quanto psicológico. “Associamos o Ballet às terapias convencionais para trazer o interesse das crianças. Assim, tentamos trazer um ganho na movimentação e motivação. O ganho psicológico envolve a auto-imagem, melhora da auto-estima e aceitação do corpo”, diz Izabel. Como esclarece a terapeuta, o fato de as pacientes ficarem pelo menos uma vez por semana durante 50 minutos diante do espelho fazendo exercícios que exigem postura ereta, atenção e concentração faz com que elas se sintam mais tranquilas em relação ao próprio corpo, porque passam a se enxergar como capazes de realizar uma atividade reconhecida como a dança. “Na maioria das vezes, quando as meninas se tornam adolescentes têm aversão ao espelho porque se sentem feias e diferentes das outras colegas. Mas trabalhando em frente ao espelho, faz com que elas percam esse medo de ver o próprio corpo, passam a aceitá-lo e se tornam mais vaidosas”. Outro benefício psicológico é o fato de as pacientes passarem a se sentir mais seguras para se movimentar e brincar com outras crianças. Além disso, segundo a terapeuta ocupacional, o ganho maior das praticantes de Ballet, que iniciaram a atividade com três ou quatro anos de idade, é a inserção social. “Elas deixam de ser introvertidas e começam a ser mais comunicativas, a tomar decisões e iniciativas. Há melhorias também nas relações dentro de casa, com a família, e no rendimento da escola, sem contar na facilidade de concentração e memorização”. Por essas crianças não se interessarem tanto pelas terapias convencionais, por as considerarem atividades tediosas, o Ballet Terapêutico ajudou as pacientes a perceberem os benefícios pela prática das demais terapias que fazem no CRER. Sempre que conveniente, Izabel Martins provoca as meninas a ajudar umas às outras. “Quando a sapatilha de uma das pacientes desamarra e ela não consegue fazer o “lacinho”, eu peço para a colega do lado amarrar, o que faz com que elas aprendam a praticar a ajuda mútua”. As dançarinas também têm a oportunidade de ser a “professora da classe” durante alguns minutos em algumas sessões, para que elas aprendam a respeitar uma a outra dentro do grupo. De acordo com a mãe de Yasmin Sousa, Marcileia Alves de Sousa, a menina tinha grandes dificuldades de movimento, que hoje foram reduzidas. “Ela não conseguia movimentar a perna direito, como abrir e colocar para trás. Hoje ela já consegue fazer isso, principalmente para dançar”. O ganho psicológico de Yasmin, que tem paralisia cerebral, envolve a diminuição da timidez. Marcileia afirma que a menina não se sentia à vontade para falar com as pessoas. Depois da terapia com dança, ela tem iniciativa de conversar com todos que a rodeiam. Para a xará Yasmin Cintra, que também é diagnosticada com paralisia cerebral leve e tem um lado do corpo com limitações de movimento, os ganhos físicos foram mais notórios. “Ela melhorou a postura e passou a usar mais a mão esquerda, que antes não conseguia. Os avanços foram mais motores que cognitivos”, conta a mãe, Heloisa Iana Marinho. ESCOLA DE ARTE VEIGA VALLE Para que as praticantes do Ballet Terapêutico do CRER deixem de ser institucionalizadas e passem a ser mais inseridas na sociedade, a terapeuta ocupacional Izabel Martins orienta que os responsáveis pelas crianças as inscrevam na Escola de Arte Veiga Valle. “Além da nossa preocupação com a lista de espera de pacientes do CRER, queremos que os pais tenham um plano B para as meninas, fora da instituição”, explica. Apesar de o processo de recebimento de alta hospitalar ser doloroso, como destaca Izabel, o fato de as meninas saírem do Ballet Terapêutico e entrarem em uma escola de dança gratuita faz com que os pais não percebam a alta como algo negativo. O crescimento da auto-estima durante um ano de reabilitação com dança faz com que as pacientes se sintam mais seguras e em condições de enfrentar o cotidiano de uma escola de dança sem deixar que as limitações sejam grandes obstáculos. Das dez meninas, sete já deixaram o nome na lista de espera da escola e estão aguardando vaga. As demais ainda vão continuar no CRER por que são mais jovens, uma vez que a Escola de Arte só aceita crianças acima de cinco anos, ou porque ainda não completaram um ano de terapia. “As mães, que enfrentaram gravidez ou parto complicados, têm medo de colocar as meninas diagnosticadas com alguma deficiência em escolas devido ao estigma de medo e preconceito por parte da sociedade”, comenta Izabel. No entanto, todas as meninas vão apresentar um relatório específico para o professor de dança, feito pelos profissionais do CRER, que contém o diagnóstico de cada uma, o padrão, perfil inicial, perfil atual, limitações físicas ou cognitivas, precauções, orientações e o que já conseguiram aprender durante o Ballet Terapêutico. Outro ponto importante nesta inserção é de que a Escola de Arte Veiga Valle aceita essas crianças como as demais alunas, informa a terapeuta. REVISTA AGIR 29 AGIR EM FOCO CRER é o primeiro hospital de Goiás a receber a Acreditação Plena - Nível 2 da ONA O Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER) recebeu no dia 3 de dezembro, em solenidade que contou com a presença do governador Marconi Perillo e do então secretário estadual de Saúde Halim Girade o certificado de Acreditação Plena – Nível 2, concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). A entrega oficial do certificado foi feita ao governador e ao superintendente executivo da AGIR, Sérgio Daher, pela gerente de Qualidade do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), Janaina Querubim. A certificação plena demonstra o nível de excelência da unidade de Saúde, com foco na segurança do paciente. No discurso em que comemorou a conquista, o governador afirmou que o certificado deve ser fixado na parede das casas de cada um dos funcionários que ajudaram a con30 REVISTA AGIR solidar o CRER como a melhor referência brasileira em reabilitação e readaptação de pessoas com deficiência. “Sempre que venho ao CRER, fico muito emocionado”, disse o governador no discurso, ao lembrar o esforço da primeira-dama, Valéria Perillo, do ex-secretário de Saúde Fernando Cupertino e do cirurgião ortopedista Sérgio Daher pela construção do hospital, em 2002. Para o governador, o CRER é hoje “a maior referência brasileira na reabilitação e readaptação de pessoas”. “O certificado de hospital acreditado pleno é uma demonstração do grau de excelência que o CRER está atingindo. Ou seja: a unidade já começa no segundo degrau, com a Acreditação Nível 2. Isso precisa servir de estímulo maior para outras instituições para que possam trabalhar cada vez com mais afinco na busca da qualidade. Quem sempre ganha com isso é o usuário, em especial a população mais pobre”, destacou. Sérgio Daher, superintendente executivo da AGIR, organização social que administra o CRER, afirmou que Marconi é o governador que mais fez pela área. “Apesar de não ser médico, revolucionou a Saúde em Goiás”. O superintendente também destacou e agradeceu o empenho de todos os colaboradores no processo de acreditação. Para o diretor geral do CRER, Válney Luis da Rocha, “a Acreditação 2 é o reconhecimento de uma política de trabalho implantada e praticada ao longo dos 12 anos do CRER, que confirma o compromisso dispensado à assistência com qualidade”. Em entrevista coletiva, logo após a solenidade, o governador afirmou que o mais importante é que milhares de pessoas atendidas pelo CRER voltaram recuperadas ao convívio com a sociedade. “Esta é uma obra gigantesca de prestação de serviços públicos”, ponderou. CERTIFICADO A ONA é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, que certifica a qualidade do serviço da saúde no Brasil, com foco na segurança do paciente. A organização tem por objetivo promover um processo constante de avaliação e aprimoramento nos serviços de saúde, tendo como objetivo a melhoria da qualidade da assistência no País. A finalidade da análise pela qual o CRER passou, em setembro de 2014, seria para Nível 1. No entanto, a avaliação feita pelo IQG verificou que, além de atender aos critérios de segurança estabelecidos pelo nível 1 da ONA, o CRER apresenta uma gestão integrada com os processos e plena comunicação entre as atividades. Concluiu-se então que o CRER é apto a Acreditação Plena - Nível 2. O processo para a Acreditação hospitalar teve início em setembro de 2013, quando membros da equipe de qualidade do CRER visitaram instituições acreditadas em Goiânia. A primeira visita de Diagnóstico Organizacional, recomendado pela ONA, foi realizada em abril de 2014. Em junho, a equipe de qualidade participou da 2ª edição do Hospital Quality Management, em São Paulo. A AGIR, que sempre priorizou uma gestão de qualidade, não mediu esforços para implantar os padrões em atendimentos exigidos pela ONA, além de envolver e treinar todos os colaboradores no que se refere aos protocolos de segurança ao paciente. Um hospital público de referência O Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo – CRER - é um moderno complexo hospitalar que atende, especialmente, o grande incapacitado, com tratamento humanizado e holístico. É reconhecido pelo Ministério da Saúde como Centro Especializado em Reabilitação (CER) IV, pela atuação na reabilitação das pessoas com deficiência física, auditiva, visual e intelectual. O hospital é gerido pela Associação Goiana de Integralização e Reabilitação – AGIR, personalidade jurídica de direito privado, com fins não econômicos, qualificada como Organização Social pelo decreto estadual nº 5591/02, e reconhecida como entidade de utilidade pública e de interesse social por força do artigo 13 da Lei Estadual 15.503/05, certificada como Entidade Beneficente de Assistência Social pelo Ministério da Saúde. Com 136 leitos de internação, 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 8 salas cirúrgicas, ginásios de terapias, centro de diagnóstico, oficina ortopédica, dentre outros espaços, são realizados no CRER cerca de 5,2 mil procedimentos por dia. As clínicas atendidas são: amputados, deficiências neuromusculares, hanseníase, lesão FOTOS: EDUARDO CASTRO medular, lesões encefálicas adquiridas, mielomeningocele, paralisia cerebral, traumatologia e ortopedia e vários serviços. Além de expandir sua área física – iniciou com 10 mil metros quadrados e hoje tem 34 mil -, o CRER também cresce no atendimento à sociedade. Desde o início das atividades, em 2002, o Hospital apresenta uma dinâmica surpreendente de crescimento. Diariamente, em mé- dia, 2,1 mil pacientes são atendidos. Traduzindo em números: Mais de 10,8 milhões de procedimentos realizados, mais de 33 mil procedimentos cirúrgicos, mais de 300 mil pessoas atendidas, mais de 25 mil aparelhos de ampliação sonora dispensados e mais de 72 mil próteses e órteses confeccionadas pela Oficina Ortopédica, atendendo a 246 municípios goianos e 17 estados da Federação. REVISTA AGIR 31 HDS EM PAUTA AGIR REFORMULA E REESTRUTURA AMBULATÓRIOS DO HDS O Por: Naicléia Silva Hospital de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS) passou a ser administrado pela Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (AGIR) em dezembro de 2013. Com a nova gestão, foi realizada uma modernização na estrutura do hospital, que tem como missão oferecer atendimento e suporte aos sequelados de Hanseníase, pacientes residentes e de cidades circunvizinhas. O Ambulatório de Especialidades Médicas e o de Feridas Crônicas são algumas das áreas já contempladas com a reforma, ampliação e nova aparelhagem. Ambos foram reestruturados e ampliados com aparelhagem no ano de 2014. Visando a melhoria e o conforto dos pacientes, foram revitalizados paredes e tetos, realizada revisão hidráulica e elétrica, instaladas climatização e pias para higienização das mãos dentro dos consultórios e feita adequação e reforma da recepção. Também foi realizada uma reforma geral na área de odontologia, com a instalação de quatro novos consultórios para atender áreas de clínica geral, dentística, periodontística, endodontística e odontopediatria, além da aquisição de novos equipamentos e instrumentos odontológicos. Para os atendimentos dermatológicos, foram criadas salas de emer32 REVISTA AGIR gência e pequenos procedimentos. Além disso, foram implantados novos equipamentos nos consultórios de oftalmologia. A AGIR também comprou novas macas para cada consultório médico. Além das especialidades já citadas, o Hospital de Dermatologia Sanitária também oferece atendimento em ortopedia, oftalmologia, psiquiatra, dermato- logia, geriatria, endocrinologia, cardiologia, cirurgia geral, nutrição e psicologia. CONSULTAS De acordo com a diretora técnica do HDS, Dra. Mônica Ribeiro Costa, são realizadas cerca de 180 consultas médicas diariamente e 4 mil atendimentos por mês. Desde u ESPECIALIDADES MÉDICAS Cardiologia Cirurgia Geral Cirurgia Vascular Endocrinologia Geriatria Dermatologia Ortopedia Oftalmologia u FERIDAS CRÔNICAS Avaliação médica Realização de curativos Material de última geração Orientação suplementar Curso de orientação Contato HDS– (62) 3201-6400 a modernização do Ambulatório de Especialidades Médicas, houve aumento na demanda de atendimento. Dados contabilizados entre os meses de julho a novembro de 2014 mostram que foram realizados 13.176 mil atendimentos. Destes, a especialidade mais procurada foi ortopedia, totalizando 3.077 mil consultas. Na área de Odontologia, de acordo com os dados do Departamento de Planejamento da AGIR, desde a reforma foram prestados mais de 630 atendimentos, entre consultas e demais procedimentos. Além de se consultar com os médicos, os pacientes têm a oportunidade de fazer os exames prescritos, como o raio-X odontológico. “Antes, o serviço de Odontologia era limitado, mas com a reestruturação e implantação de novos aparelhos aumentou a demanda de atendimento, o que possibilitou prestar um serviço com mais qualidade”, afirma a supervisora de Reabilitação Psicossocial, Cledma Pereira Ludovico de Almeida. AMBULATÓRIO DE FERIDAS CRÔNICAS E CURATIVOS A equipe do Ambulatório de Feridas Crônicas e Curativos é composta por médicos e enfermeiros especializados no tratamento de úlceras crônicas neuropáticas, vasculares e de pressão. As úlceras são desencadeadas por causa de diabetes, problemas vasculares entre outros. Os profissionais fazem o atendimento de avaliação médica para a realização de curativos. Para ampliar o Ambulatório de Feridas Crônicas, a AGIR transferiu o local onde funcionava esse serviço - ainda dentro do HDS - para um espaço mais amplo, totalmente reformado com aparelhagem nova. IMPACTOS POSITIVOS A partir da gestão da AGIR, foi possibilitado ao Hospital de Der- matologia Sanitária uma grande e relevante transformação. Todas essas mudanças fizeram com que o aumento no atendimento fosse possível, incluindo a garantia do abastecimento de coberturas e outros insumos necessários para realização dos procedimentos médicos. Com a ampliação da equipe médica e de enfermagem, também foi disponibilizado maior número de vagas. Para a supervisora de Enfermagem, Lys Bernardes, a ampliação trouxe melhora nas condições de trabalho para a equipe e maior conforto para os pacientes. “Além de maior resolutividade principalmente nas áreas de oftalmologia, dermatologia e ortopedia, com novos profissionais e possibilidade de realização de procedimentos dermatológicos e oftalmológicos. Com isso, iniciou-se também um processo de atendimento voltado para o idoso com novos geriatras e equipe multiprofissional com atendimento global”. REVISTA AGIR 33 HUGO 2 Além de urgência e emergência, Hugo 2 vai atender vítimas de queimaduras Por: Naicléia Silva O Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira - Hugo 2, localizado na região noroeste de Goiânia, vai impulsionar o atendimento na Saúde pública de Goiás. O novo complexo de saúde, administrado pela AGIR, será o maior e mais moderno das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. A unidade terá uma estrutura física de 71.165 m2 de área construída e terá como compromisso prestar atendimento de urgência e emergência com qualidade, resolutividade e agilidade, buscando restaurar a saúde do usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde. O principal objetivo é oferecer atendimento hospitalar aos pacientes politraumatizados, urgências clínicas, cardiológicas e neurológicas. A unidade terá como foco detectar de forma ágil situações de risco à vida, com intervenções rápidas, seguras e precoces, realizando procedimentos adequados. Além de urgência e emergência, a nova unidade hospitalar vai atender também vítimas de queimaduras. Em Goiás, atualmente, existem poucos hospitais especializados em queimaduras que prestam atendi- CONHEÇA A ESTRUTURA FÍSICA DO HUGO 2 u 485 leitos no total, sendo: u 80 leitos de UTI u 32 de observação reversível u 360 leitos de internação direcionados para as especialidades de clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, cardiovasculares, clínica especializada, ortopedia e trauma u Centro para queimados com 13 leitos, sendo 6 individuais (apartamentos) e 7 de cuidados especiais (terapia intensiva) u Centro cirúrgico com 22 salas Fonte: Contrato de Gestão de Nº 003/2014 (SES-GO) 34 REVISTA AGIR mento pelo SUS. O atendimento da Unidade de Queimados do HUGO 2 será totalmente gratuito. Idealizada para suprir a necessidade de atendimento nessa área em Goiânia, possibilitará aos pacientes realizar os procedimentos sem precisar deslocar-se para outras cidades. O objetivo é proporcionar um atendimento de qualidade ao paciente vítima de queimaduras em qualquer faixa etária. Será oferecido atendimento especializado em cirurgia plástica, procedimento que reconstitui a pele que foi afetada pela queimadura. Uma equipe multiprofissional estará envolvida neste processo, visando à reintegração e o retorno desses pacientes para a sociedade, de forma produtiva e com redução de sequelas. Serão disponibilizados 13 leitos, sendo sete leitos de UTI e seis unidades de internação com banheiro exclusivo, ar condicionado, televisão e área de convivência. O foco é proporcionar um atendimento humanizado e com conforto para os pacientes e acompanhantes que se encontrarão em um momento de fragilidade e readaptação. ATENDIMENTO EMERGENCIAL O atendimento de emergência é caracterizado pela necessidade do paciente ser atendido de forma imediata. A estrutura física da unidade de emergência do HUGO 2 será composta por sete boxes de atendimento, sendo um para isolamento, 20 leitos de observação, salas de sutura, redução e gesso, 21 consultórios médicos, além de outros serviços. UNIDADE DE COLETA TRANSFUSIONAL Dentre os serviços oferecidos pelo Hugo 2, destaca-se a unidade de coleta transfunsional. É importante ressaltar a importância para um hospital de alta complexidade, urgência e emergência, ter bolsas de sangue à disposição. O Ministério da Saúde alerta que a taxa de doação por habitante registrou queda em 2013 se comparado à 2012 – passando de 18,75/mil hab para 17,84/mil hab. Uma vez que a população vem crescendo torna-se fundamental o aumento de coletas para manutenção dos estoques SEJA UM DOADOR DE SANGUE! PERFIL: No Brasil, a remuneração da doação de sangue é proibida. Do total de pessoas que procuram os hemocentros, 64,8% são doadores do sexo masculino e 35,1% são do sexo feminino. A faixa etária que mais realiza doações vai de 18 a 29 anos (41,3%). As demais faixas, acima dos 29 anos, respondem por 58,6% das doações. QUEM PODE DOAR: pessoas com peso - de no mínimo - 50 quilos; ter entre 18 e 69 anos. Também podem ser aceitos candidatos à doação de sangue com idade entre 16 e 17 anos, com o consentimento formal do responsável legal. QUEM NÃO PODE DOAR: quem teve diagnóstico de hepatite após os 11 anos de idade; mulheres grávidas ou amamentando; pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como aids, hepatite, sífilis e doença de chagas; usuários de drogas; aqueles que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual, sem uso de preservativos Fonte: Portal do Ministério da Saúde atuais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a autossuficiência seja alcançada com variação entre 1% e 3% da população doando sangue. REVISTA AGIR 35 36 REVISTA AGIR PERFIL DO COLABORADOR Entre a oralidade e a escrita Fonoaudióloga do CRER lança livro sobre linguagem G iane Passos Lozi de Andrade, especializada em linguagem, é fonoaudióloga reabilitadora da audição e da linguagem de pacientes usuários de AASI (Aparelho de Amplificação Sonoro Individual) e de Implante Coclear do CRER. Em outubro, sua atuação profissional alçou novos patamares com o lançamento do livro Estimulando a linguagem: aprendizagem por meio de categorias semânticas. Segundo a fonoaudióloga, em 2013 ela viveu uma experiência muito gratificante ao aplicar o conteúdo de seu livro em pacientes com deficiência auditiva do CRER, usuários de AASI, com diferentes tipos e graus de perdas auditivas, ou que tenham feito o Implante Coclear. A faixa etária englobava crianças de 2 a 7 anos de idade. Ao longo do ano, Giane realizou um trabalho sistematizado com os pacientes individuais e de grupo de estimulação auditiva de linguagem, realizado com a parceria da psicóloga Cláudia Regina Araújo. “Os resultados foram excelentes. As crianças desenvolveram todas as habilidades auditivas. Os familiares, a psicóloga e eu ficamos muito satisfeitos com todos os resultados alcançados, pois a audição e a linguagem são funções correlacionadas e interdependentes, que estabelecem o contato das crianças com o meio ambiente”, comemora Giane. Em sua atuação como fonoaudióloga, Giane sentia a necessidade de material prático específico para crianças de 02 a 05 anos de idade, que apresentam atrasos significativos na fala. Partindo disso, surgiu a ideia do livro, com a proposta de Giane Lozi (ao centro), durante lançamento do livro, acompanhada de seu filho, Davi Passos Lozi de Andrade, e do casal Divaina Alves Batista, Superintendente Multiprofissional de Reabilitação da AGIR, e José Taveira Rocha, Secretário Estadual da Fazenda, grandes incentivadores da publicação oferecer subsídios capazes de estimulá-los a um desenvolvimento adequado da articulação, semântica, morfologia e sintaxe, oferecendo às crianças a capacidade de nomear, repetir, imitar, observar, esperar, escutar e expressar-se verbalmente. Sobre o livro Estimulando a linguagem: aprendizagem por meio de categorias semânticas, lançado no dia 15 de outubro no Auditório Valéria Perillo do CRER, a autora esclarece que além de ser uma ferramenta importante para auxiliar os profissionais de fonoaudiologia, pedagogia e psicologia no desenvolvimento da criança, através da me- lhora de concentração, comunicação oral e maior independência, o conteúdo apresentado favorece também a participação das famílias, que após receberem orientações adequadas tornam-se multiplicadoras do conhecimento. O livro de Giane Lozi também traz depoimentos emocionantes das famílias de alguns pacientes com deficiência auditiva do CRER, que foram submetidos ao conteúdo. Todos eles são categóricos em declarar os ganhos que os pacientes obtiveram nos atendimentos individuais ou nas atividades de grupo de estimulação auditiva de linguagem. REVISTA AGIR 37 AGENDA Janeiro >>> Curso de extensão - Novos caminhos para a pessoa com deficiência Data: março 2015 Local: CRER – Goiânia – GO Informações: WWW.agirgo.org.br Abril >>> 17º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé Data: 30 de abril a 02 de maio de 2015 Local: Minascentro - Belo Horizonte - MG Informações:(35) 3721-3851 [email protected] Maio >>> Hospitalar 2015 22ª Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios. Data: 19 a 22 de maio de 2015 Local: Expo Center Norte – São Paulo – SP Informações: www.hospitalar.com 38 REVISTA AGIR Parcerias Agosto a Outubro de 2014 AACLA Academia Su Beauty de Cabelereiros Alko do Brasil Indústria e Comércio Ltda Amazônia Ice – Sorvetes e Picolés AMP Propaganda APSEN Farmacêutica Areia Rosa B. Braun Brasil Baiano Folhagens Belcar Veículos Belíssima Semi Jóias Bioambiental Sistema de Saneamento Ltda Boaz Moda Masculina Brasil Cacau C&H Variedades Camilla Stival – Festa com Ideia Candeeiro Carolina Modas Casa Novitá Catral CBA CEEN – Pós - graduação e Treinamento na Saúde Cerrado Restaurante CESAM – Centro Salesiano do Menor Cevel Churrascaria Los Pampas Cicopal Cinemas Buriti Shopping Circular Embalagens Clínica Equilíbrio e Saúde Coca-Cola Refrescos Bandeirantes Colégio WR Colgate Coloplast Complem - Cooper. 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