Das pistas de F1 para investimentos no Brasil

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28 Brasil Econômico Segunda-feira, 8 de agosto, 2011
FINANÇAS
Editora: Maria Luíza Filgueiras [email protected]
Subeditora: Priscila Dadona [email protected]
Das pistas de F1 para
investimentos no Brasil
Lopez, da Genii (à esquerda) e
Versiani, da WWI, parceria traz
duas marcas inéditas ao país
Gestora europeia Genii, dona da Lotus Renault, assina parceria com incubadora brasileira
WWI para trazer capital para empresas e fundos, em portfólio de US$ 10 bilhões
Natália Flach
[email protected]
Nos fins de semana da temporada de Fórmula 1, a agenda dos
donos da equipe Lotus Renault
fica abarrotada de reuniões
com empresários, investidores
e representantes do governo
dos 19 países onde as provas são
realizadas. As conversas, no entanto, não giram em torno do
desempenho dos pilotos ou da
performance dos carros nas pistas. O intuito é fechar boas parcerias. “Do ponto de vista financeiro, a Fórmula 1 não é o setor
mais importante dentro do grupo. Mas, por suas características, o esporte funciona como
plataforma de negócios”, afirma Gerard Lopez, presidente da
Genii Capital, gestora de investimentos e consultora financeira
que controla a equipe representada, nos grandes prêmios, por
Vitaly Petrov e Nick Heidfeld.
Apesar de ainda faltarem três
meses para a prova de Interlagos, Lopez desembarcou nesta
semana, no país, para fechar
uma parceria com a incubadora
de projetos brasileira WWI (que
tem R$ 2,3 bilhões em investimentos). Resultado da joint venture, a Genii WWI nasce com
portfólio de US$ 10 bilhões provenientes das duas companhias
e com o objetivo de investir nos
setores automobilístico, mercado imobiliário, telecomunicações, tecnologia da informação
e de energia (renovável, óleo e
gás). “São negócios que possuem sinergia nas duas companhias”, explica Lopez.
O executivo acrescenta que
estão em maturação 14 projetos
— um deles, inclusive, é a vinda
de duas marcas do setor automotivo para o Brasil. “O investimento é da ordem de US$ 500
milhões”, diz o executivo, sem
revelar os nomes das marcas.
“O problema tem sido priorizar
esses projetos, porque falta tempo, energia e pessoas.”
O executivo diz que o intuito
é aplicar os recursos diretamente nas companhias, montar fundos de private equity e prestar assessoria financeira. “Estamos auxiliando uma empresa de software que já atua no país a expandir
as as suas atividades. No caso de
“
São negócios
que possuem
sinergia nas
duas companhias
Gerard Lopez
Presidente da Genii Capital,
gestora de investimentos de
Luxemburgo
energia, estamos atrás do que é
mais avançado lá fora para apresentar à Petrobras”, acrescenta.
A ideia da parceria, segundo
Marco Versiani, presidente da incubadora, é ajudar investidores
estrangeiros a aplicar os seus recursos de forma não especulativa no Brasil, assim como levar capital brasileiro para o outro lado
do Atlântico. “Os serviços financeiros dos bancos brasileiros,
por exemplo, poderiam ser mais
internacionalizados.” Lopez
acrescenta que investidores do
leste europeu têm interesse em
injetar recursos no Brasil. “Por
isso, seria interessante ter agência nesses países.”
Private equity
Os ativos são a peça-chave dos
fundos de private equity que serão formados e geridos pela Genii WWI. “O que não falta são investidores interessados em se
tornar parceiros”, diz Versiani.
Mas bons projetos não são fáceis de achar. Portanto, o presidente da WWI usa uma ferramenta que compila dados de todos os setores da economia para
auxiliá-lo a separar o joio do trigo. “Se um projeto passa pelo
teste de risco operacional do
WWI Map, nós avaliamos o business plan. Desta forma, não perdemos tempo.” Detectado o
bom negócio, a Genii WWI entra como parceira, assumindo o
risco. “Desta forma, mostramos
que acreditamos naquele projeto.”
O executivo conta que não trabalha com parceiros cujo interesse é aplicar recursos e sair do negócio dois ou três anos depois.
“Não é que sejamos anjos da
guarda ou não nos importamos
com lucro. Na verdade, somos
desenvolvimentistas: achamos
que as oportunidades vêm quando se agrega valor às companhias”, destaca. É por isso que
ele acredita que o governo brasileiro está certo ao barrar a entrada de capital especulativo. “O
país precisa de investimento em
setores que fomentem a criação
de empregos e o crescimento econômico do Brasil.” Com tantas
oportunidades em vista, as visitas de Lopez não ficarão mais restritas ao encerramento da temporada de Fórmula 1 no Brasil. ■
HISTÓRICO
●1
Genii Capital foi
fundada em 2008
A gestora nasceu em
Luxemburgo pelas mãos do
espanhol Gerard Lopez e Eric
Lux. Os dois são responsáveis
por 90% dos investimentos
feitos pela companhia. A Genii
Capital está apostando nos
serviços de assessoria financeira.
2
●
Skype foi primeiro
investimento de Lopez
Os sócios da Genii Capital
fundaram outras companhias.
A Mangrove Capital Partners,
de Gerard Lopez, foi a primeira
a investir na Skype. Já a
Ikodomos, de Erik Lux, é uma
das maiores incorporadoras
com sede em Luxemburgo.
3
●
WWI também tem raiz
no automobilismo
Um dos sobrenomes por trás
da incubadora de projetos
brasileira WWI é da família Sabó.
A paixão dos donos da empresa
de autopeças pela velocidade os
aproxima dos novos sócios da
Genii Capital, que detém a equipe
de Fórmula 1 Lotus Renault.
Bolsa a
Aposta é que Ibovespa será
o substituto de outros índices
como Londres e Frankfurt
O derretimento das bolsas, na
semana passada, revela que o
mercado financeiro está descolado da economia real. É isso
que explica, segundo Gerard Lopez, presidente da gestora de
fundos de investimento Genii
Capital, o fato de a BMF&Bovespa ter se desvalorizado mais do
que a maior parte das bolsas européias e americana desde janeiro. No ano, o Ibovespa recuou 23,64%, ficando atrás apenas do índice grego que caiu
24,89% no período. “A economia brasileira é sólida, no en-
Segunda-feira, 8 de agosto, 2011 Brasil Econômico 29
Jin Lee/Bloomberg
Mantega pede união contra turbulências
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu aos seus vizinhos
latinoamericanos uma resposta conjunta contra as turbulências e os capitais
especulativos que há meses fortalecem o real e moedas da região, colocando
em jogo a competitividade das exportações. “Temos que estar preparados
para as consequências que podem haver, temos de estar unidos para criar
mecanismos de resposta a esta situação”, disse, em um encontro de
ministros, em Lima, para discutir o problemas cambiais na América Latina.
Henrique Manreza
caminho de ser referência mundial
tanto, a realidade financeira
não traduz isso, porque o capital que entra no país é especulativo. É nessa lacuna que vamos
encontrar oportunidades de investimento”, afirma. Com o
tempo, o executivo acredita
que os atuais índices que apontam a temperatura dos mercados, como o de Londres e Frankfurt, serão substituídos por outros, como o Ibovespa. “Isso vai
mudar a forma como vamos gerir os nossos projetos e investir”, prevê.
Segundo Marco Versiani, presidente do WWI Group, o momento da compra dos ativos é
fundamental para detectar bons
negócios, uma vez que a venda
O descolamento da
economia real do
mercado financeiro
explica a queda
das bolsas no ano.
No Brasil, o recuo
foi de 23,64%, atrás
apenas do índice
grego que caiu
24,89% no período
é pautada pelo mercado (pela famosa lei da oferta e da procura).
“Tem de saber exatamente o valor patrimonial e não quanto o
mercado diz que ele vale na bolsa, por exemplo”, afirma. “Não
faz sentido o Facebook valer
US$ 50 bilhões só porque o Goldman Sachs colocou a marca do
banco lá. O investimento não
mudou em nada o negócio da
companhia”, diz.
Histórico
O WWI Group foi criado há dois
anos com a parceria entre a gestora Versani Investimento e a
Golf Partners, da C3Par (energia). Ao lado de Marco Versani,
senta-se nas principais cadeiras
da companhia a segunda geração da família Sabó, multinacional brasileira de autopeças. Foi,
portanto, a paixão pela velocidade que os aproximou ainda mais
do novo sócio, a Genii Capital,
que foi criada em 2008.
Além da gestora européia, Lopez fundou a Mangrove Capital
Partners que foi a primeira inves-
tidora da Skype (que neste ano
foi comprada pela Microsoft). O
outro sócio da Genii Capital, Eric
Lux, começou a sua carreira como um dos maiores investidores
de mercado imobiliário de Luxemburgo com a incorporadora
Ikodomos. Entre os clientes, estão a Amazon, ArcellorMittal e a
Microsoft. ■ N.F.
COMPANHIA INDUSTRIAL CATAGUASES
CNPJ/MF N° 19.526.748/0001-50 - NIRE 31300039072
COMPANHIA ABERTA
COMUNICADO AO MERCADO
Em complemento ao fato relevante publicado pela Companhia Industrial Cataguases em 24/06/2011, informamos que em 29 de
Junho de 2011 foi assinado Compromisso de Compra e Venda de Imóvel Urbano entre a controlada DOMÍNIO, IMOBILIÁRIA,
EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA. (CNPJ/MF: 02.778.213/0001-74) e SUPERMERCADO BAHAMAS LTDA
(CNPJ nº 17.745.613/0001-50), para venda do imóvel com registro no Cartório de Registro de Imóveis de Cataguases/MG sob
o nº 27.621, no valor de R$ 12.500.000 ,00 (doze milhões e quinhentos mil reais) dos quais 30% foram pagos na assinatura
do contrato e o restante em 25 (vinte e cinco) parcelas iguais, mensais e consecutivas no valor de R$ 350.000,00 (trezentos e
cinqüenta mil reais), o que gerou um resultado por equivalência na Companhia Industrial Cataguases no valor de R$ 7.396mil.
Cataguases, 02 de Agosto de 2011. José Inácio Peixoto Neto - Diretor de Relações com Investidores.
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