CAMPO CONCEITUAL DA ESTRUTURA MULTIPLICATIVA E OS CONCEITOS DE MÚLTIPLO E DIVISOR Monica Bertoni dos Santos [email protected] 1 APRESENTAÇÃO O presente texto refere-se ao mini-curso intitulado O Campo Conceitual da Estrutura Multiplicativa e os Conceitos de Múltiplo e Divisor, enviado ao VIII ENEM (VIII Encontro Nacional de Educação Matemática) a ser realizado em Recife, Pernambuco em julho de 20004. O referido mini-curso foi, inicialmente planejado a partir de outros por nós ministrados, quando integrantes da equipe do GEEMPA (Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação originalmente, Grupo de Estudos para o Ensino de Matemática de Porto Alegre) Dada a relevância do tema para a formação de professores, já o trabalhamos em cursos, mini-cursos e oficinas com diferentes durações, enfocando diversificados aspectos da estrutura multiplicativa. Os referidos trabalhos têm sido apresentados em cursos e seminários de formação continuada de professores de escolas infantis ou de ensino fundamental, incluindo cursos para alfabetizadores de adultos e em disciplinas de cursos de formação inicial de professores de Matemática. Partindo da fundamentação de alguns aspectos da teoria dos Campos Conceituais inspirados no texto de Gérard Vergnaud e na tese de doutorado de Esther Pillar Grossi, citados nas referências, no que diz respeito especificamente ao conceito de múltiplo e divisor, utilizando basicamente o acervo de jogos e atividades do GEEMPA, acrescidos de nossa vivência como formadora de formadores, adaptamos o referido mini-curso para 5 horas aula, já que sua primeira edição como mini-curso foi realizada em 2003 em Porto Alegre- Rio Grande do Sul e tinha 8 horas-aula de duração. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 2 A teoria dos campos conceituais precisa constantemente ser explorada por pesquisadores e por professores na qualidade de cientistas e pesquisadores, dada a sua complexidade e a sua relevância como suporte para as aprendizagens científicas. Trata da conceitualização do real e presta-se para diferentes áreas do conhecimento tendo sido elaborada para explicar estruturas matemáticas de base como a aditiva e a multiplicativa. Os conceitos de múltiplo e divisor não são puntuais e isolados, fazem parte de uma complexa estrutura multiplicativa que se constitui, como já mencionamos, num campo conceitual. Consideramos o campo conceitual da estrutura multiplicativa, inicialmente, como um conjunto de situações que exigem variadas multiplicações e divisões. Trabalhando com jogos que denominamos espaços de problemas e que colocam conceitos e procedimentos em quadros de representação de diferentes naturezas (aritmético, algébrico e geométrico), os números vão sendo construídos como estruturas singulares de seus divisores e a conceitualização de múltiplos e divisores que passa pela decomposição em fatores primos ou não primos, culmina nos conceitos de máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum 2 ALGUNS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS A teoria dos campos conceituais, inicialmente, foi elaborada para explicar o processo de conceitualização das estruturas aditiva e multiplicativa, das relações de número-espaço e da álgebra. Embora não seja, em si, uma teoria didática, é uma teoria cognitivista que fornece uma estrutura à aprendizagem a qual permite às crianças, aos adolescentes e mesmo aos adultos compreenderem, as filiações e rupturas entre conhecimentos, entendendo por conhecimento tanto as habilidades quanto as informações expressas. (VERGNAUD, 1991). Entende-se por campo conceitual, conforme foi definido por Gerard Vergnaud, “Um espaço de problemas ou de situações-problema cujo tratamento implica em conceitos e procedimentos de vários tipos que estão em estreita conexão.” (VERGNAUD, 1981, apud GROSSI, 1985, p. 13, tradução nossa). Tendo em vista o ensino e a aprendizagem, considera-se que um conceito não é apenas uma definição e que somente toma sentido através das situações-problema que o envolvem, as quais um indivíduo ou um grupo de indivíduos trabalhando juntos devem resolver. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 3 Por sua vez, o conceito de situação, em si, no campo conceitual, toma o sentido de tarefa com procedimentos a serem desenvolvidos. São situações variadas que dão sustentação à operacionalidade de um conceito que, por sua vez, é entendido através de uma diversidade de situações práticas e teóricas que envolvem atividades com materiais concretos, com movimentos corporais, com jogos e atividades coletivas, com atividades individuais e que comportam variadas e complexas propriedades. Variam muito, também, os procedimentos que estão intimamente relacionados aos conceitos e que são desenvolvidos pelos alunos e propostos pelos professores ou pelos próprios alunos, tanto individualmente, como no curso do desenvolvimento das atividades propostas, como elementos de um grupo de trabalho que se propõe a resolver as situações-problema com as quais se defrontam ou são defrontados. No processo de conceitualização, a linguagem escrita ou falada, bem como os simbolismos desempenham um papel definido nas representações mentais para a construção dos conceitos. A estrutura multiplicativa é um campo conceitual que já está relativamente explorado. Constitui-se de situações e procedimentos que implicam em uma ou várias multiplicações e divisões e em um conjunto de conceitos e teoremas que permitem analisar essas situações e representá-las. No presente mini-curso, a partir dos jogos e dos procedimentos propostos, destacamos ainda a exploração de conceitos como razão escalar direta e inversa, quociente e produto de dimensões, combinação e aplicação lineares, razão, número racional e, em especial, fatores, múltiplos e divisores que destacaremos dentre outros ainda mais complexos de um campo conceitual rico e denso como o que a estrutura multiplicativa pode oferecer. (VERGNAUD, 1991). Às relações de múltiplo e divisor estão associadas as propriedades reflexiva, anti-simétrica e transitiva e outras que as classificam. Ao exprimirem proposições como: “um número é múltiplo de seus divisores” os alunos estarão se tornando competentes para expressar e significar diferentes propriedades e diferentes estruturas que permitirão encontrar as classes de relações que queremos conceituar. Exemplificando, dados x, y e z, três números naturais, e que x.y = z, chegamos aos diferentes divisores de um número. Quando esse número tem somente dois divisores diferentes, a saber, ele mesmo e a unidade, dizemos que ele é primo. D’aí Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 4 partimos para a decomposição do número em seus fatores, primos ou não, determinando o máximo divisor comum e o mínimo múltiplo comum. Quando trabalhamos com um campo conceitual, é importante apresentar as situações problema em diferentes quadros, por exemplo, o aritmético, o algébrico e o geométrico nos quais os conceitos, os procedimentos e as representações se concretizam. É relevante assinalar os ganhos da realização dos trabalhos em pequenos grupos, o que propicia a promoção da interação social entre os participantes, sem, no entanto, perder de vista o papel das atividades individuais e de grande grupo na interação dos sujeitos entre si e com o conhecimento. Consideramos as situações no seu alcance didático, mas, também, na sua dimensão afetiva e dramática – jogos que envolvem gestos, movimentos do corpo e o olhar - que devem ser tão valorizadas quanto a cognitiva. Por fim, é importante reforçar a função da linguagem escrita e falada nas representações mentais dando sentido às situações e aos procedimentos nas ações e na conceitualização. 3 DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS SOBRE OS JOGOS E SOBRE ALGUMAS ATIVIDADES No mini-curso, trabalhamos com quatro diferentes materiais que chamamos genericamente de jogos; O Jogo do Repartir, o Segredo dos Números, as Maquetes dos Números e o Veritek, além do álbum chamado Dicionário dos Números. Os três primeiros, acrescidos do jogo da batalha dos divisores de sessenta são, os chamados espaços de problemas do campo conceitual da multiplicação . O Jogo do Repartir, aborda a multiplicação a partir da divisão. É constituído de um dado de seis ou doze faces, dependendo do adiantamento dos alunos, seis ou doze recipientes (copinhos de cafezinho) para cada participante, um saco de continhas (que podem ser feijões) e fichas de instruções com as regras do jogo elaboradas a partir do que se quer explorar e adaptadas à idade dos alunos. Esse jogo pode ser trabalhado desde a escola infantil, na fase pré-numérica, quando a criança está construindo os números associados a quantidades.Se os alunos, nessa fase, ainda não dominarem a leitura, as regras do jogo poderão ser transmitidas oralmente. Através de uma seqüência de diferentes procedimentos expressos nas regras do Jogo do Repartir, complementadas ou não por outros jogos como, por exemplo, o Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 5 Veritek,, os alunos poderão trabalhar as representações e a memorização dos conceitos e dos algoritmos sistematizados. Com o Jogo do Repartir em suas diferentes modalidades e conseqüentes atividades, os alunos vivenciam ricas e complexas situações para o estabelecimento das relações que levam aos conceitos de divisão em um determinado número de partes iguais, de resto e de possíveis restos de uma divisão, o que, por sua vez, traz a idéia de divisão exata ou não exata. Outra idéia muito trabalhada no Jogo do Repartir é a divisão e a multiplicação como operações inversas e o algoritmo da divisão, na medida em que se encoraja o aluno a achar o dividendo, “punhado inicial de feijões” (o D), a partir do divisor, o número de copinhos (o A), do cociente, o número de feijões em cada copinho (o B) e o próprio resto (o C). Partindo-se dos casos em que o resto é zero, em que a divisão é exata, chega-se à construção dos conceitos de múltiplo e de divisor, à noção de fatoração e às idéias de números primos e compostos, da prioridade das operações, pois, nesse jogo, estão envolvidas, além da multiplicação, a adição e a subtração. O Segredo dos Números é um baralho constituído de 60 cartas com cinco marcas especiais que identificam os cinco primeiros números primos. O corte na ponta da carta é uma marca que identifica o fator dois e seus múltiplos, a janela amarela identifica o fator três e seus múltiplos, a carta vermelha o cinco, o traço sobre o número o sete e a bolinha laranja o onze. Essas marcas combinadas produzem os números compostos. Esse baralho também é construído numa versão de cartas grandes para jogos coletivos. Na medida em que outras marcas forem sendo criadas para os outros primos, os infinitos números compostos poderão ser construídos. No desenvolvimento desse jogo, a idéia de fator fica muito clara, acrescida de que cada número ou é primo (e a carta tem uma nova marca) ou é composto a partir da multiplicação de primos (e a carta contém as marcas dos primos que o geraram). Trabalham-se, então, com os números primos e compostos, com a questão do 1, com a decomposição em fatores primos, com a fatoração completa, os divisores e múltiplos de um número, números que são seqüências de potências de um número, divisibilidade e as relações “...é múltiplo de...”, “...é divisível por...”, “...é divisor de...”. O baralho Segredo dos Números, proporciona o Jogo da Batalha, utilizandose as cartas que são os divisores de 60 (1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 12, 15, 20, 30, 60). Nessa situação didática, a partir da multiplicação e da divisão, trabalham-se as relações “ser múltiplo de”, “ser divisor de” e “não ser comparável com”, o que definirá o máximo Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 6 divisor comum e o mínimo múltiplo comum para cada par de números e trabalhará a idéia de que cada número é único quanto aos seus fatores e quanto aos seus divisores. Nas Maquetes dos Números, tem-se um jogo constituído de bolinhas de isopor, palitos coloridos e etiquetas adesivas. A partir de convencionar um multiplicador primo para cada cor de palito, das regras de construção das maquetes e do fato de que cada número tem sua particular estrutura multiplicativa a partir de determinados números primos e suas repetições, constroem-se as maquetes dos números. Cada maquete é uma construção geométrica com diferentes dimensões, na qual ficam definidos todos os divisores de um número, quais primos foram seus geradores e se esses primos envolvidos são ou não repetidos. A maquete de um número, através dos seus elementos (palitos, suas cores e as bolinhas) é a representação espacial do seu conceito que favorece a compreensão das relações que simbolizam. O Veritek é um jogo que trabalha a fixação dos conceitos e dos algoritmos trabalhados pelo grupo. Constitui-se de uma caixa com a base numerada de um a doze e doze fichas numeradas de um lado e desenhadas com formas geométricas especiais do outro, de tal maneira que, a partir de uma cartela de perguntas e respostas, os participantes montam as fichas na base da caixa e, se as questões forem realizadas corretamente, formar-se-á um desenho previsto na cartela. Os jogos são acompanhados de fichas de trabalho que explicitam suas regras e propõem exercícios escritos que os componentes do grupo realizam em conjunto, após discutirem e chegarem a consensos. Há ainda as fichas individuais de trabalho que podem ou não serem discutidas com o grupo, dependendo da sua dinâmica de trabalho. O Dicionário dos Números contém os números de 1 a 60, um em cada página, sendo que cada número é representado por um dos espaços de problemas propostos na oficina, estabelecendo um paralelo entre as representações referentes aos quadros aritmético, geométrico e algébrico. A saber, a representação do jogo do repartir, o desenho da maquete do número, o desenho da carta com as suas marcas, a identificação dos seus geradores e todos os seus divisores. Todo o trabalho realizado a partir dos jogos descritos prevê momentos de grande grupo quando as descobertas são socializadas e os conceitos são sistematizados. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 7 4 O DESENVOLVIMENTO DO MINI-CURSO Duas perguntas desencadeiam o trabalho do mini-curso (previsto para cinco horas-aula) e são respondidas no seu final, a partir do trabalho realizado: O que é um campo conceitual? Em que consiste o campo conceitual da multiplicação? Para responder as perguntas, serão utilizados três jogos que contêm a estrutura que queremos explorar a saber:o Jogo do Repartir, o baralho Segredo dos Números que inclui o jogo da batalha dos divisores do número sessenta e as Maquetes dos Números, e o Veritek, um jogo de fixação, além do Dicionário dos Números. Serão apresentadas orientações de trabalho (regras e atividades) expressas em fichas, abordando, em especial, os divisores do número 60. Os jogos são os espaços de problemas, as regras e as atividades propostas são os procedimentos do campo conceitual da multiplicação que propiciarão aos participantes a elaboração de suas representações mentais em diferentes níveis de complexidade para a construção dos conceitos do referido campo conceitual. O campo conceitual da multiplicação envolve um conjunto de conceitos que incluem, entre outros, os de números primos e compostos, divisores e múltiplos, divisor e múltiplo de, divisível por, fator, fator primo, decomposição em fatores primos, fatoração completa, operação inversa, algorítmo da divisão, divisão exata, restos possíveis de uma divisão, potências de um número, máximo divisor comum, números primos entre si. O mini-curso inicia com a formação de grupos de quatro a cinco pessoas procedendo-se uma breve apresentação dos participantes e a apresentação e discussão as questões desencadeadoras. A seguir, é apresentado o Jogo do Repartir em suas diferentes modalidades que o grupo deve jogar trocando idéias e fazendo anotações. O próximo jogo a ser apresentado é o baralho Segredo dos Números. Inicia com cartas grandes e dois jogos coletivos: o jogo das cadeiras e o jogo do mágico. Continua nos pequenos grupos quando cada um ganha o baralho original com duas fichas de atividades com a finalidade de descobrir as marcas das cartas e como estas marcas as combinações para formar novas (novos números). Os participantes são encorajados a descobrir o jogo do mágico e, com isso, desvendar o segredo dos números, tendo como atividade final a descoberta da carta do número 60 e seus divisores, isto é, as diferentes cartas que, por suas marcas, estão relacionadas com a carta do 60. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 8 Após serem realizadas as atividades do Jogo do Repartir e do baralho Segredo dos Números e com a finalidade de fixar os conceitos e os algoritmos trabalhados, representá-los e fixá-los o grupo realiza algumas rodadas com o Veritek acompanhado de fichas de orientação pertinentes a cada jogo, além de realizar as fichas individuais de trabalho. Na seqüência do trabalho, retoma-se o Jogo do Repartir, solicitando que os grupos realizem a ficha de atividade dos divisores de 60, explicitando-os. Propõem-se, então, o jogo da batalha com os divisores de 60 e as fichas de trabalho decorrentes dessa atividade. Inicia-se, então, o trabalho com as Maquetes dos Números: cada grupo recebe a maquete do número 60 (um prisma quadrangular reto formado de dois cubos, portanto com doze vértices, onde estão as bolinhas de isopor), doze pequenos adesivos, escrito um divisor de 60 em cada um e uma ficha de instruções que contém o desafio de colocar, organizadamente, cada adesivo colado em uma das bolinhas da maquete. Ao resolver o desafio, o grupo terá descoberto, mesmo que parcialmente, a regra de construção das maquetes que será socializada e reconstruída no grande grupo. A seguir, será solicitado que os grupos construam, a partir das regras explicitadas, as maquetes de vários números que serão, posteriormente, exploradas e classificadas por suas propriedades. Por fim, os participantes completarão algumas páginas do Dicionário dos Números e, partir de um trabalho expositivo-dialogado, serão analisadas as particularidades das maquetes construídas e das classificações feitas. Ao comentar os diferentes quadros em que as atividades foram propostas: o aritmético (Jogo do Repartir), o algébrico (Baralho Segredo dos Números) e o geométrico (as Maquetes dos Números), o que são os espaços de problemas, os procedimentos e os conceitos envolvidos, respondem-se as perguntas iniciais e explora-se a teoria dos campos conceituais e, em especial, o campo conceitual da multiplicação, enfocando particularmente os divisores e os múltiplos de um número. 4 CONCLUSÃO A elaboração do presente trabalho fundamentou-se em textos de Gérard Vergnaud sobre a teoria dos campos conceituais e na tese de doutorado de Esther Pillar Grossi que trata da psicogênese do conceito de múltiplo por ele orientada. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 9 Concentramos nossas atenções em alguns aspectos da teoria, como a questão das situações, dos procedimentos e das representações, dedicando especial atenção aos conceitos da estrutura multiplicativa que contribuem para os de divisores e múltiplos, suas relações e as estruturas matemáticas por eles geradas. Enfatizamos especialmente a importância que deve ser dada à linguagem como via de estruturação das representações mentais, ao uso de materiais variados (na forma de jogos e atividades) que representam os conceitos em diferentes quadros (o aritmético, o geométrico, o algébrico), às dimensões afetiva e dramática da aprendizagem, ao trabalho em grupo pela riqueza das trocas entre iguais que pressupõem os conhecimentos já construídos de todos e de cada um e o papel do professor como mediador desse processo que com ele também aprende e, constantemente reconstrói o seu conhecimento. Esperamos com realização desse mini-curso poder contribuir para a formação dos professores que se dedicam à Educação Matemática. PALAVRAS CHAVES: Campo conceitual, estrutura multiplicativa, múltiplo, divisor. REFERÊNCIAS GROSSI, Esther Pillar, Psychogénése et Apprentissage du Concept de Multiple. 1995. 526 f. Tese (Doutorado em Psicologia Cognitiva)- École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris, 1985. VERGNAUD, Gerard, A Teoria dos Campos Conceituais. Recherches en Didactiques des Mathématiques, v.10, n.23, p.133-170, 1991.