Perfil Epidemiológico do Dengue no município de Cuiabá-MT

Propaganda
Corrigida
Perfil Epidemiológico da Dengue e suas complicações no estado de Mato Grosso,
no período de 2007 à 2010
Juarez Antônio Batista
Resumo:
A dengue é uma das principais doenças tropicais existentes na atualidade,
sendo atualmente a arbovirose mais importante no mundo, de larga distribuição,
principalmente nos países tropicais, onde a temperatura e umidade favorecem a
proliferação do vetor. Estudo recente publicado pela Organização Mundial de Saúde
evidencia o Brasil como sendo o país responsável pela maior notificação de dengue em
todo o mundo, inclusive de óbitos, sendo o estado de Mato Grosso uma importante
fonte de alimentação dessas notificações. O presente estudo avalia a atual situação
epidemiológica da dengue e suas complicações no estado de Mato Grosso.
Palavras chave: dengue; complicações; epidemiologia
Introdução:
A dengue é uma doença viral aguda causada por um arbovírus (vírus isolados
em artrópodes), cujo espectro de manifestações clínicas vai da forma assintomática a
formas graves, como a febre hemorrágica e a síndrome do choque por dengue. Esta
enfermidade é atualmente um dos principais problemas de saúde pública no mundo,
principalmente no Brasil e na maioria dos países tropicais onde as condições ambientais
favorecem a proliferação do vetor. É responsável anualmente pela infecção de 50 à 100
milhões de pessoas, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa,
sendo necessário hospitalização em cerca de 550 mil dos casos, e levando ao óbito em
20 mil doentes, segundo dados estimativos da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O principal mosquito vetor da dengue, Aedes aegypti, tem sua origem na
África e o vírus na Ásia, sendo provavelmente disseminados através do transporte
marítimo. Os primeiros surtos da doença ocorreram no final do século XVIII, em Java
(sudoeste asiático), na Filadélfia (Estados Unidos) e no Cairo e Alexandria (Egito), e o
intervalo entre as epidemias era longo. Em relação à dengue hemorrágica, os primeiros
relatos aconteceram na década de 1950, nas Filipinas e na Tailândia. A síndrome do
choque, por sua vez, teve seu primeiro registro epidêmico na Tailândia, em 1958.
A introdução do mosquito no continente americano provavelmente ocorreu no
século XVI, através dos navios negreiros durante a época de colonização. O primeiro
vírus à ser isolado na América foi o tipo 2, em 1953, na ilha de Trinidad, seguido pelo
tipo 3 em 1963, isolado no Caribe, e o tipo 1 em 1977 na Jamaica. O sorotipo 4 foi
último à ser isolado no continente americano, no ano de 1981. A primeira epidemia com
confirmação laboratorial na América ocorreu no Caribe em 1963, associada ao sorotipo
3. À partir de 1995, a dengue era a doença viral transmitida por mosquito mais
importante no mundo.
No Brasil, as primeiras epidemias de dengue ocorreram em 1916, em São
Paulo, e em 1923, em Niterói-RJ, sem comprovação laboratorial. Várias campanhas de
erradicação do mosquito Aedes aegypti foram realizadas, que é transmissor também da
Febre amarela urbana, até que em 1958 o vetor foi declarado erradicado pela primeira
vez no país, com reintrodução em 1967, e nova erradicação em 1973. Porém, devido às
falhas na vigilância epidemiológica e urbanização acelerada, houve reintrodução do
mosquito no Brasil em 1976, que em 1995 assumiu a distribuição geográfica semelhante
à verificada antes dos programas de erradicação do mosquito no Brasil. O primeiro surto
de dengue no Brasil após reintrodução do mosquito ocorreu em 1981, em Boa Vista,
capital de Roraima, sendo também a primeira epidemia documentada clínica e
laboratorialmente. O primeiro surto de dengue hemorrágica ocorreu em 1990, com a
introdução do sorotipo 2 no Rio de Janeiro.
Até 1990, as epidemias da doença se restringiram a alguns estados do sudeste e
nordeste. À partir de 1990, o mosquito se dispersou rapidamente, infestando outros
estados e aumentando o número de casos da doença. Os primeiros casos de dengue em
Mato Grosso após sua reintrodução no Brasil ocorreram em 1992
A dengue é causada por um arbovírus pertencente à família Flaviviridae,
gênero Flavivirus, com quatro sorotipos antigenicamente diferentes: DEN 1, 2, 3 e 4.
Alguns sorotipos mutantes já foram identificados, porém o valor destes variantes, do
ponto de vista clínico e epidemiológico, ainda não foi estabelecida. A ocorrência de
uma infecção deixa uma imunidade sólida para o sorotipo homólogo, a qual tem uma
imunidade cruzada transitória entre os diversos sorotipos. No Brasil, atualmente, tem-se
todos os sorotipos em circulação, que após 28 anos sem o registro de infecções pelo
sorotipo 4, teve o isolamento e identificação de novos casos por este sorotipo no estado
de Roraima em meados de 2010.
O vírus é transmitido ao homem através da picada do mosquito fêmea de
algumas espécies do gênero Aedes (A. aegypti e A. albopictus), sendo o Aedes aegypti
o de maior importância, por ser responsável pelos casos de dengue no Brasil, e por ser
vetor também da febre amarela urbana. Esse artrópode hematófago de hábitos diurnos
desenvolve-se, assim como outros mosquitos, através do mecanismo de metamorfose
(deposição de ovos na superfície da água, nascimento das larvas, transformação em
pupas e posteriormente na sua forma adulta, denominada alados). Toda essa
metamorfose é dependente do meio líquido para acontecer, e nesta espécie de mosquito,
há uma preferência por depósitos artificiais contendo água limpa (caixas d’água, barris,
tonéis, pneus, latas, vasos de plantas) do que depósitos naturais.
O homem infectado é a única fonte de infecção dos mosquitos, não sendo
conhecido outro reservatório animal do vírus nas Américas. O mosquito adquire o vírus
ao picar um homem infectado durante o período de viremia, que geralmente é de seis
dias (um dia antes e cinco dias após início dos sintomas), ficando infectado pelo resto
da vida (4 à 6 semanas), e após um período de incubação de 8 à 12 dias, é capaz de
transmitir o vírus indefinidamente.
O quadro clínico do dengue é variável. Após um período de 4 à 6 dias de
incubação, o dengue pode evoluir de várias formas clínicas, sendo classificada pela
Organização Mundial de Saúde da seguinte forma: assintomática, síndrome viral (febre
indiferenciada), síndrome da febre da dengue (dengue clássica), febre hemorrágica da
dengue e dengue com complicações.
A dengue clássica é a forma mais branda da doença, representada por um
quadro febril agudo (febre alta de início abrupto), associado à cefaléia, dor retrorbitária,
mialgia/atralgia, prostração, podendo ocorrer exantemas pelo corpo, auto-limitada, com
duração de até 7 dias, havendo regressão espontânea dos sintomas após esse período. Já
na febre hemorrágica da dengue, o quadro inicial é semelhante à dengue clássica, mas
no período de recrudescência da febre (entre 3º e 7º dia de evolução), começam a surgir
sinais de tendência hemorrágica ou hemorragia espontânea (sendo os mais comuns
epistaxe, gengivorragia, petéquias, hematomas, podendo ocorrer em outros locais do
corpo, principalmente trato gastrointestinal e urinário), com sinais de hemoconcentração
e plaquetopenia (<100.000/mm3). A síndrome do choque da dengue é a apresentação
mais grave da dengue, na qual o paciente evolui com sinais de choque hemodinâmico,
evoluindo com alterações neurológicas, disfunção cardiorrespiratória, insuficiência
hepática, associado à sintomas de plaquetopenia grave e hemoconcentração (derrames
cavitários, hemorragias maciças, em especial no trato digestivo), podendo culminar com
o óbito. Já a dengue com complicações são os casos da doença que evoluem de forma
desfavorável, apresentando algum sintoma de gravidade (similares aos da síndrome do
choque da dengue), porém que não se enquadram nos critérios de febre hemorrágica da
dengue.
Dados recentemente publicados pela OMS revelam que o Brasil é o país que
contabiliza o maior número de casos da doença em todo o planeta, sendo responsável
por 78 % de todos os casos notificados nas Américas e 61 % dos casos no mundo no
período de 2000 a 2005. Em 2008, até a 13ª semana, foram registrados 120.570 casos
notificados da doença no país nesse ano segundo o Ministério da Saúde. Desse total
registrado, 647 foram confirmados como de febre hemorrágica do dengue, causando 48
óbitos, com uma taxa de óbito de 7 %, acima do aceitável pela OMS, que é de 3%. Já no
estado de Mato Grosso, durante o ano de 2009, foram notificados até o mês de agosto
(33ª semana epidemilógica), 35.353 casos de dengue, sendo 1.095 graves e 27 óbitos,
com aumento na taxa de incidência e gravidade dos casos, em especial na faixa etária
mais jovem.
Em virtude da atual situação do dengue e suas implicações no aspecto da
saúde, este estudo tem como objetivo avaliar o perfil epidemiológico da doença no
estado de Mato Grosso nos últimos anos e o seus possíveis desfechos.
Metodologia:
O presente estudo descritivo do tipo corte transversal foi realizado com base na
coleta de informações na base de dados provenientes do Sistema de Informação de
Agravos e Notificações (SINAN), disponível em http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/,
acessado em 01 de maio de 2011, dos casos notificados referentes ao período de janeiro
de 2007 a dezembro de 2010.
Para análise do estudo, utilizamos as seguintes variáveis: (a) temporal (ano e
mês); (b) sazonalidade (estações do ano); (c) demográficas (sexo, raça, faixa etária); (d)
formas clínicas (clássica, febre hemorrágica e dengue com complicações); (e) evolução
(cura e óbito).
A análise dos dados coletados será apresentada por meio de tabelas e gráficos
digitados em planilhas do Excel 2007.
Resultados e Discussão:
Nos anos de 2007 e 2008 foram notificados, no estado de Mato Grosso, 16.405
e 6.595 casos (representando cerca de 3% e 1% de todos os casos notificados no Brasil),
respectivamente, e nos anos subseqüentes, houve um aumento importante no número de
notificações, representando mais que o dobro anteriormente notificado, atingindo
53.897 casos em 2009 e 36.620 casos em 2010 (representando aproximadamente 13% e
4% de todos os casos notificados no Brasil), decorrente não só do aumento dos números
de casos de dengue, mas também da melhoria na capacitação dos profissionais da saúde
no reconhecimento da doença e das campanhas feitas junto à população, que passou a
reconhecer melhor os sintomas da dengue. Um outro possível fator desse aumento
abrupto das notificações pode ser decorrente da superestimação dos casos de dengue,
que devido aumento no número de casos reais confirmados e a semelhança do quadro
clínico com outras doenças, ocorre uma tendência à notificar sintomas eventualmente
inespecíficos como dengue.
Em relação à sazonalidade, os meses de maiores notificações foram de
novembro à maio, englobando verão (dez – fev) e outono (mar – jun), que é o período
de ocorrência das epidemias, devido às chuvas, facilitando proliferação do mosquito
transmissor da doença.
No que se refere à raça, faixa etária e sexo, observa-se maior notificação em
brancos e pardos, com uma notificação muito baixa em negros, amarelos e indígenas,
bem como predomínio em adultos jovens, com um percentual significativo em crianças
e adolescentes e distribuição similar entre os sexos, com discreto predomínio feminino.
Baseado em dados da classificação final dos casos de dengue no estado de
Mato Grosso, no período de 2007 a 2010, na imensa maioria dos casos houve
predomínio do quadro da dengue clássica, correspondendo a 97 % dos casos com
classificação final (excluindo os casos ignorados e inconclusivos). Apesar do pequeno
percentual de complicações da dengue, em números absolutos, nota-se um importante
impacto na política de saúde, aproximando-se de 5.800 casos.
Os critérios de confirmação dos casos da doença no estado de Mato Grosso
foram predominantemente clínico-epidemiológico, representando cerca de 70 % dos
casos adequadamente notificados, sendo o critério laboratorial responsável por pouco
mais de 30 %.
Ainda em relação aos casos de maior gravidade da dengue, há um predomínio
da dengue com complicações, correspondendo a cerca de 60 % desses, e também da
febre hemorrágica da dengue, responsável por 37 % dos casos.
No que tange os casos com complicações, a imensa maioria das notificações
foram de plaquetopenia < 50.000/mm3 (cerca de 75 % dos 1.670 casos com
complicações notificados de 2007 à 2010). Uma parcela significativa foi descrita com
não se enquadrando nos critérios de febre hemorrágica da dengue (cerca de 15 %). Entre
as outras complicações (responsáveis por aproximadamente 10% dos casos
complicados), observamos a seguinte distribuição em ordem decrescente: derrames
cavitários (46 casos); hemorragia digestiva (29 casos); disfunção cardiorrespiratória (28
casos); alterações neurológicas (25 casos); insuficiência hepática (13 casos);
leucometria < 1.000/mm3 (6 casos).
Os desfechos dos casos de dengue notificados (desconsiderando os óbitos por
outra causa e casos ignorados) no estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2010
foram: 100.655 casos com cura (99,9 %) e 123 casos com óbito decorrente da dengue
(0,1 %). Ao separarmos por grupos, nota-se que os grupos de febre hemorrágica da
dengue (FHD) e da dengue com complicações evoluíram na sua maioria com cura (92
% dos 1.061 casos de FHD e 97 % dos 1.670 casos com complicações), sendo que no
grupo da dengue com complicações os que tiveram maior taxa de óbito foram disfunção
cardiorrespiratória (25 %) e insuficiência hepática (21 %). A taxa de óbito da Febre
Hemorrágica da Dengue foi cerca de 7 %, que se mostra acima daquela aceita pela OMS
(até 3 %). Já em relação ao grupo da Síndrome do Choque da Dengue, nota-se o
comportamento de maior gravidade, no qual a maioria evoluiu com óbito decorrente da
doença em questão (taxa de óbito de 57 %).
Conclusão:
A dengue continua sendo uma doença tropical de grande impacto no mundo,
em especial no Brasil, o maior responsável por notificações desse agravo nos últimos
anos, tendo representando 78 % de todos os casos notificados nas Américas e 61 % dos
casos no mundo no período de 2000 a 2005 segundo dados da OMS.
O estado de Mato Grosso, apesar de ser responsável por um número percentual
relativamente pequeno em relação ao país (aproximadamente de 4 % das notificações
em todo o território brasileiro no ano de 2010), é um importante foco da doença, sendo
responsável pela notificação de 113.517 casos de 2007 a 2010, que a despeito do
aumento da capacitação dos profissionais de saúde e das campanhas, ainda se mantém
com alta incidência e com taxas de óbito por febre hemorrágica da dengue acima do
aceitável pela OMS (cerca de 7 %, superando o valor aceitável de 3 % recomendado
pela OMS), constituindo um importante problema de saúde pública da atualidade.
Referências bibliográficas:
BRAUNWALD E.; FAUCI A. S.; et col. Harrison: Medicina Interna. 15. ed. Rio de
Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2002.
BURKE D. S.; NISALAK A.; JOHNSON D.; SCOTT R. M. A prospective study of
dengue infections in Bangkok. The American Journal of Tropical Medicine Hygiene;
38(1):172-180, 1988.
CLARO L. B. L.; TOMASSINI H. C. B.; ROSA M. L. G. Prevenção e controle do
dengue: uma revisão de estudos sobre conhecimentos, crenças e práticas da população.
Cad. Saúde Pública , Rio de Janeiro, v. 20, n. 6, 2004 .
COSTA A. E. A.; FERREIRA G. L. Considerações sobre o dengue clássico e o
hemorrágico. Pharmacia Brasileira,. 3(30), p. 49-54, 2002.
DUNCAN B. B.; SCHMIDT M. I.; GIUGLIANI E. R. J. Medicina ambulatorial:
condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,
2004.
FIGUEIRA N. A. Condutas em clínica médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2007.
FURTADO P. C. H.; SOUZA I. C. A.; MORAES R. M. Análise especial dos casos
notificados de dengue no Estado da Paraíba entre 1998 e 2002. In: Encontro Regional
de Matemática Aplicada e Computacional, 4, Anais ERMAC’2003. João Pessoa, 2003.
LOPES A. C. Tratado de clínica médica. v. 3. São Paulo: Roca, 2006.
LOURENTE R. Estatística de Saúde. São Paulo: EPU, 1987.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de Saúde. Plano Diretor de
Erradicação do Aedes aegypti do Brasil. Ministério da Saúde: Brasília-DF, 1996.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de Saúde. Dengue: diagnóstico e
manejo clínico. Ministério da Saúde: Brasília-DF, 2002.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de Saúde. Plano Nacional de controle
da dengue. Ministério da Saúde: Brasília-DF. 2002.
PONTES R. J. S.; RUFFINO-NETO A. Dengue em localidade urbana da região sudeste
do Brasil: aspectos epidemiológicos. Rev Saúde Pública, 28(3): 218-27, 1994.
RIGAU-PÉREZ J.G.; CLARK G. G.; e cols. Dengue and dengue haemorrhagic fever
- Lancet 352:971-977, 1998.
RORIZ-CRUZ M.; SPRINZ E.; ROSSET I.; GOLDANI L.; TEIXEIRA M. G. Dengue
and primary care: a tale of two cities. Bulltein of the World Health Organization,
2010, vol.88, number 4, April 2010, 241-320.
SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE DE MATO GROSSO. Boletim
epidemiológico da Dengue, n.2, Secretaria do Estado de Saúde de Mato Grosso Outubro/2009
TAUIL P. L. Aspectos físicos do controle da dengue no Brasil. Cadernos de Saúde
Pública, 18:867-871, 2002.
TEIXEIRA M. G.; BARRETO M. L. Porque devemos, de novo, erradicar o Aedes
aegypti. Ciência & Saúde Coletiva 1:122-135, 1996.
TEIXEIRA M. G.; et al. Epidemiologia e medidas de prevenção do dengue. Informe
Epidemiológico do SUS, v.8, n.4, p.5-33, 1999.
TORRES E. M. Dengue hemorrágico em crianças. [S.l.]: Editora José Martí, 1990.
TRAVASSOS DA ROSA A. P. A.; e cols. Dengue epidemic in Belém, Para, Brazil,
1996-97. Emerging Infectious Diseases 6:1-4, 2000.
VASCONCELOS P. F. C.; MENEZES; e cols. A large epidemic of dengue fever with
dengue hemorrhagic cases in Ceará State, Brazil, 1994. Revista do Instituto de
Medicina Tropical; 37(3):253-255; 1995.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Dengue haemorrhagic fever:
diagnosis,treatment, prevention and control. 2nd ed.; Geneva, 1997.
Download