AS MENINAS ESTÃO VIRANDO MOÇAS CEDO DEMAIS Para o texto do mês de abril, escolhi “As meninas estão virando moças cedo demais” de Mônica Flügel Hill, Psicóloga da Coord. Nacional da Pastoral da Criança. Enquanto escola, ficamos muito incomodadas com a hiperestimulação sexual a que as crianças têm sido expostas pela mídia. Quando vemos crianças de três anos cantando músicas com letras apelativas ou dançando de forma sensual ou pejorativa, nos preocupamos, como educadoras, psicólogas e mães, com esse tipo de exposição da criança. Mesmo sendo desaconselhável, um pai e uma mãe podem até achar graça ao ver sua filha pequena rebolando sensualmente, repetindo uma coreografia de tema sexual. Porém, não se pode garantir que outros olhares não a observem de forma perigosa, fica aqui o nosso alerta. TEXTO Mônica Flügel Hill Atenção, pais! Pensem duas vezes antes de aplaudir a filha pequena cantando e requebrando o corpo ao som de músicas “picantes”. Muito cuidado também em ceder aos caprichos dela, trocando brinquedos por maquiagem e espelho. As meninas de hoje adoram roupas insinuantes, cabelos com chapinha, rosto maquiado, salto alto e acessórios de moda (soutien), excesso de maquiagem e de adereços. Antes de achar tudo isso uma gracinha, é bom saber que essa sensualização cedo demais não é nada saudável para o desenvolvimento físico, emocional e intelectual da menina. Vaidade na medida certa Algumas mulheres podem até dizer que calçaram o salto alto da mãe e se borraram com o batom dela quando eram crianças. Até aí tudo bem, uma certa dose de vaidade nessa fase é normal e é também um sinal de uma autoestima positiva. O problema está em passar dos limites. Hoje, por exemplo, é muito comum em consultórios médicos aparecerem crianças com alergias pelo uso frequente de maquiagem e esmalte. Sexualidade cedo demais Nenhuma geração infantil teve tantos estímulos sensuais quanto essa de hoje. Sejam através de novelas, comerciais, programas de auditórios, músicas, capas de revistas ou painéis de propagandas, a sexualidade está no dia a dia de todas as crianças. Enquanto as crianças de antigamente dividiam o tempo entre a escola e as brincadeiras de boneca, amarelinha, esconde-esconde, as de hoje ficam quase 5 horas por dia na frente da TV, recebendo e registrando os mais variados apelos. Para complicar ainda mais, 80% da programação assistida por elas é feita para os adultos. Tudo isso gera uma maturação sexual antes da época e traz consequências físicas e emocionais. Se as etapas do desenvolvimento normal são queimadas, a criança passa diretamente à puberdade, sem condições físicas e emocionais para enfrentar a situação. Ao despertarem mais cedo sua curiosidade em relação ao sexo, também iniciam sua vida sexual também muito cedo, o que leva à gravidez precoce, que é outro problema sério. Rua Padre Carapuceiro, 590 - Boa Viagem, Recife - PE - CEP 51020-280 Fone: (81) 2119.9777 www.colegiomotivo.com.br Entre os problemas da erotização precoce estão os distúrbios alimentares, como a bulimia e a anorexia, a gravidez na adolescência, o aumento do número de cirurgias plásticas em corpos ainda em desenvolvimento e “ meninos fumando e bebendo como forma de parecerem mais velhos”, revela a psicóloga Maria Helena. Limite é importante Os pais protegem os filhos dos perigos das ruas, deixando-os supostamente seguros em casa com a televisão e a Internet fazendo o papel de babás. Esquecem, porém, que esses meios não possuem um filtro adequado e que todo o conteúdo deve ser controlado por eles. A mídia, ou seja, os meios de comunicação, não são os únicos responsáveis por essa geração de meninas moças. Seu peso é grande, sim, mas os estímulos recebidos pela TV, por exemplo, são muitas vezes reforçados por pais que não colocam limites. Cabe à família deixar claro que não concorda com determinados modismos, roupas ou estilos de vida. Os pais precisam rever suas atitudes e seus conceitos sobre educação, para dar conta, sem violência, das teimosias das crianças e dos adolescentes, que hoje querem tudo e, na hora, não suportam frustrações e não têm limites. Liberdade controlada e orientada Dar liberdade não significa permitir tudo. A liberdade controlada e orientada é o que leva a criança a sentir-se segura para crescer e amadurecer. A tarefa não é fácil. Diante de tantos apelos sensuais, fica praticamente impossível evitar o contato precoce das crianças com a sexualidade. Por isso mesmo, os pais devem controlar e monitorar os programas assistidos por elas. Resgate da infância Além dos pais, as escolas também podem ajudar no resgate da infância. Brincadeiras antigas podem ser incentivadas nas comunidades, nas creches, pelos professores. O papel dos modos de brincar da criança é fundamental nesse resgate! Para ser saudável e feliz, a criança precisa brincar, correr, saltar e não ser um adulto em miniatura! Atenciosamente, Sarah Bragg (Psicóloga do Infantil e de Ensino Fundamental I) Rua Padre Carapuceiro, 590 - Boa Viagem, Recife - PE - CEP 51020-280 Fone: (81) 2119.9777 www.colegiomotivo.com.br