UM GESTO DE LEITURA DISCURSIVO SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA BRUTTI, Elizane Aparecida1; CONTRI, Andréia Mainardi;1; LINCK, M. D. Ieda2; VIGORITO, Helena1. Palavras-Chave: Reflexão. Ensino. Língua. Mudança. A escola deve disponibilizar meios para que o conhecimento seja cada vez mais difundido e ampliado, pois além de decodificar palavras é imprescindível que possamos interpretar e compreender o que lemos e o que nos é falado. Nesse sentido, entra o estudo da gramática contextualizada. Durante anos, na escola, aprendemos definições de sujeito, substantivos, pronomes, advérbios, verbos, entre outros, mas quando nos é dado algo para ler ou estudar, saber ou não a nomenclatura dos termos não faz a menor diferença. O mais relevante é ler e entender, localizar o sentido que cada um desses elementos provoca no texto. Dessa forma, justifica-se cada vez mais o estudo da gramática contextualizada, que não deve ser algo distante da realidade do aluno e sim integrado ao seu contexto de vida. Assim, toda forma de comunicação é gramática. Existem as regras que devem ser seguidas para facilitar o entendimento do que estamos lendo, mas se tratando da fala, a concepção do certo e do errado deve ser repensada. Esta análise está sustentada em um estudo de verbos, segundo as definições de alguns autores, bem como sua classificação, com maior ênfase nos verbos intransitivos. Para tanto, usamos como base deste estudo as gramáticas de Bechara(1999), Luft (2002), Cunha & Cintra (2008), Cegalla (2005), Rocha Lima (1996), Cereja & Magalhães (1999), Sarmento (2000) e Pasquale & Ulisses (1998), entre outros. Em todos eles, a definição de verbo intransitivo é algo já posto, estabelecido como “termo de sentido completo”, “não precisa de complementos”, “existe por si só”. Será tão simples assim? Não há na língua algo que exista por si, de forma isolada, solta. O sentido se constrói a partir de vários fatores e não apenas por uma palavra. É o contexto que vai definir o sentido ali produzido. Por exemplo, o verbo virar tem, no mínimo, três possibilidades. Em grande parte, as definições apresentadas, se pensadas pela Linguística Textual, são incoerentes, pois alguns exemplos nelas citadas como verbos intransitivos, necessitam de complemento, não apresentando o sentido completo. Além disso, vale pensar que a língua não é perfeita, não é autônoma e nem acabada. Acima disso, é preciso pensar qual o imaginário de língua que nos constitui como professores de língua portuguesa. 1 Docente da Unicruz. Doutoranda em Linguística- UFSM. Mestre em Educação. Mestre em Linguística. Pesquisadora do GPEHP/Unicruz e do LabCorpus/UFSM. Email: [email protected] 2 Acadêmicos do quarto semestre do Curso de |Letras da Unicruz/ Parfor. Professores da rede pública de Ensino.