Tainha A época de pesca da tainha é, até hoje, um acontecimento na Ilha de Santa Catarina. No inverno, quando a Tainha procura os estuários em grandes cardumes para se reproduzir, os pescadores marcam ponto na praia e passam o dia olhando o mar na "espreita" de um cardume. Quando é avistado o cardume, o movimento na praia se acelera. Numa linguagem cheia de gírias faladas muito rápido, os pescadores colocam o barco na água e, a remo, tentam envolver o cardume com a rede, que depois é puxada para a praia, no ritual conhecido como "arrastão". As tainhas brasileiras ocorrem em toda a costa, migrando conforme a época do ano. Passam por Santa Catarina entre os meses de maio e agosto. Em dias de sol forte, a tainha é facilmente encontrada nas sombras produzidas pelas árvores de mangue. As maiores chegam a pesar 10 kg, mas os exemplares típicos variam entre 1 kg e 4 kg. http://www.jurere.com.br/site/content/jurerecom/content/meioambiente/secao.asp?secao _id=303 Ficha cadastral Tainha Criar e Plantar Nome Popular Tainha/Mullet Nome Científico Mugil brasiliensis Família Mugilidae Distribuição Geográfica Regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul (do Amapá ao Paraná). Descrição Peixe de escamas. Mugil brasiliensis é a maior tainha que ocorre no Brasil. O corpo é alongado e fusiforme; a cabeça um pouco deprimida; a boca pequena. As escamas são grandes e apresentam pequenas máculas escuras que formam listas longitudinais ao longo do corpo. Não possui linha lateral. A coloração é prata azulada nos flancos, sendo o dorso mais escuro. Os indivíduos maiores alcançam mais de 1m de comprimento total e cerca de 8kg. Ecologia Espécie pelágica; vive nas proximidades dos costões rochosos e recifes, nas praias de areia e nos manguezais onde se alimenta de grandes quantidades de algas. É uma espécie que forma grandes cardumes principalmente durante a migração reprodutiva, quando entra nos estuários. Alimenta-se de plâncton, pequenos organismos e material vegetal. Desova na água doce. É comercializada fresca ou salgada. Equipamentos Equipamento de ação leve a média para os grandes peixes; vara simples ou com molinete/carretilha; os anzóis devem ser afiados, n° 14 a 20; as linhas de 8 a 14 lb. Iscas Miolo de pão e algas filamentosas enroladas no anzol. Dicas Ao fisgar, trabalhe com a fricção bem solta, ou use varas de ação lenta, pois uma puxada mais forte pode rasgar a boca do peixe. http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgibin/PRG_0599.EXE/5854_4.PDF?NrOcoSis=16012&CdLinPrg=pt Liza macrolepis Família: Ordem: Classe: Nome do FishBase: Tamanho máx.: (Smith, 1846) Mugilidae () Perciformes (Percas) Actinopterygii (peixes com raios nas barbatanas) Largescale mullet picture (Limac_u5.jpg) by Randall, J.E. 60.0 cm SL Mapa dos pontos (macho/indeterminado; Ref. 4967) Ambiente: demersal; anfídromos; Água doce; estuarina; marinhas; intervalo de profundidade - 10 m tropical; 32°N - 28°S Clima: Importância:pescarias: espécies comerciais; Aquacultura: espécies comerciais; peixe esportivo: sim Resiliência: Baixo, tempo mínimo de duplicação da população 4,5 - 14 anos (K=0.10) Tradução: The following three fields were machine-translated by ECMT You can also use SysTran Distribuição: Indo-Pacific: east coast of Africa, including Madagascar, Seychelles, Rodriguez; north to Sri Lanka and India (except Red Gazetteer Sea, Persian Gulf and Bengal), Andaman and Nicobar Islands, east to Indonesia, China, the Philippines, Japan, Marshall and Tuamoto islands, Melanesia and Polynesia (Ref. 2830). O indo-Pacífico: costa de Leste da África, incluindo Madagáscar, as Seicheles, rodriguez; norte às Ilhas do Sri Lanka e Índia (excepto o Mar Vermelho, Golfo Pérsico e a Bengala), Andamano e Nicobar, Leste à Indonésia, a China, as Filipinas, o Japão, ilhas de Marechal e Tuamoto, Melanésia e Polinésia (ref. 2830). Morfologia: Espinhos dorsais (total): 4 - 5; Raios dorsais (total): 8 - 9; Espinhos anais 3; Anal soft rays: 8 – 10. Greenish-grey dorsally; flanks and abdomen silvery; fins grey or bluish with dusky margins and may appear yellowish at base (Ref. 9812). Pectoral with golden base, and perhaps a dark spot (Ref. 9812). With rudimentary axillary scale. (): 4-5; (): 8-9; 3; : 8-10. cinzento esverdeado dorsally; flancos e abdómen prateados; as barbatanas cinzentas ou azuladas com margens obscuras e podem parecer amareladas em base (ref. 9812). Peitoral com base dourada, e talvez uma mancha escura (ref. 9812). Com escala axilar rudimentar. Occur in shallow coastal waters, and from brackish water to Biologia: freshwater regions of rivers (Ref. 41299). Form schools (Ref. 40448); in larger aggregations during spawning, which takes place at sea (Ref. 3468). Feed on small algae, diatoms, forams, benthic polychaetes, crustaceans, mollusks, organic matter and detritus; fry feed on copepods and floating algae (Ref. 40448). Oviparous, eggs are pelagic and non-adhesive (Ref. 205). Caught mainly during the spawning season and is sold fresh; the roe is highly appreciated. Ocorre em águas costeiras rasas, e de água salobra a regiões de rios de água doce (ref. 41299). Criar escolas (ref. 40448); em maiores agregações durante a postura, que tem lugar no mar (ref. 3468). Alimentação em pequenas algas, em diatomáceas, forams, poliquetas bênticos, em crustáceos, moluscos, matéria orgânica e em detritos; alimentação de fritura em copépodes e em algas flutuando (ref. 40448). Ovíparos, ovos são pelágicos e não adesivos (ref. 205). É surpreendido principalmente durante a estação de postura e fresco vendido; a ova é altamente apreciada. http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/acta/article/viewFile/594/486 http://www.tvcultura.com.br/aloescola/ciencias/maravista/faunaeflora/faunaeflora2.htm aqui há uma imagem dela. Acho que é melhor falarmos em Mugil spp que abarca todas as espécies que vivem no nosso oceano. http://www.cadernos.ecologia.furg.br/artigos/01_02_01_Antonio_Ciclo.pdf aqui há tb sobre a tainha http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgibin/PRG_0599.EXE/8681_6.PDF?NrOcoSis=25909&CdLinPrg=pt muitos dados e é a nossa tainha. Importante a questão dos tamanhos e das etapa de maturação em que se encontram. Não sei se isso pode aparecer na simulação, com relação a exmplificarmos uma pesca predatória, pescando qdo elas estão maduras e em ponto de desova. Questão do rompimento do peixe na entrada do estuário é facilitada pelo fato de não ter bexiga natatória. Então deve ser por puro equilíbrio entre meio interno e externo. Vou ver isso. http://www.algosobre.com.br/biologia/gnathostomata.html http://www.webvestibular.com.br/revisao_detalhe.aspx?r=1&cod=175 http://www.cadernos.ecologia.furg.br/artigos/01_01_01_berenice.pdf http://paginas.terra.com.br/educacao/sariego/necton.htm aqui tb há um pouco mais de detalhes de morfologia e de fisiologia. http://www.forum-mergulho.com/lofiversion/index.php/t1252.html nesse fala que ela tem bexiga natatória. Vou ter que tirar bem a limpo. ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/serreltec_28.pdf ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/27%5B2%5D-art-01.pdf trata da pesca da tainha e descrição dela em pesqueiros- pesca predatória Estuários- dá para termos uma idéia da entrada da barra eou de qualquer outro estuário. Já podemos pensar na inclusão do estuário no cenário do Vinicius e do Carlos ESTUÁRIOS O estuário é a parte terminal de um rio ou lagoa onde, quando a maré está subindo, as águas marinhas costeiras entram rio adentro. O fluxo e o refluxo das marés provocam variações na salinidade da água, no pH, na temperatura, na velocidade das correntes e no teor do oxigênio dissolvido (oxigênio que os peixes respiram). A dinâmica das águas associada à vegetação que coloniza suas margens (mangue), proporciona o desenvolvimento de uma exuberante fauna. Ostras, camarões, búzios, siris, caranguejos, tainhas são os produtos desta imensa indústria da natureza. Alimentos de alto valor protéico. Camarão Siri Ostra Caranguejo-guaiamu Tainha Os alagadiços costeiros e estuários fornecem os nutrientes, áreas de criação e desova, para 2/3 da produção anual de peixes do mundo inteiro. Vários tipos de camarões e peixes pescados em alto mar passam a parte inicial da vida do estuário e pelo menos 80 espécies comercialmente importantes deles dependem. Porém, devido a sua localização geográfica, os estuários normalmente são áreas ideais para o desenvolvimento de cidades. Portanto, abrigam uma grande concentração populacional. O homem afeta o padrão natural de sedimentação, acelerando a deposição sedimentar, quando desmata as florestas e prepara a terra para a agricultura e urbanização. Como conseqüência destas atividades, os estuários estão sendo preenchidos mais rapidamente ou apresentam processos erosivos em função do déficit de sedimentos, respectivamente. Um exemplo de um acelerado processo de sedimentação em conseqüência de atividade humanas na bacia de drenagem é a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Outra preocupação atual é o destino final destes sedimentos finos no estuário e regiões adjacentes. Atualmente, além de sedimentos, os rios descarregam nos estuários variados poluentes, como fertilizantes, rejeitos industriais, esgotos domésticos e hidrocarbonetos. O entendimento da dinâmica sedimentar dentro da região estuarina é essencial para o conhecimento do destino final destes poluentes, uma vez que os mesmos apresentam a característica de serem absorvidos pelas partículas sedimentares finas. Portanto, o estudo do transporte e deposição dos sedimentos em regiões estuarinas se apresenta como imprescindível para um gerenciamento ambiental completo das zonas costeiras de sedimentação atual. CARACTERÍSTICAS DO ESTUÁRIO SALINIDADE: esta é a feição dominante neste ambiente e varia conforme a topografia, estação do ano, quantidade de água doce trazida pelos rios e marés. TURBIDEZ: as águas do estuário possuem uma grande quantidade de partículas em suspensão, o que dificulta a penetração da luz, causando uma diminuição da fotossíntese e da produtividade. De fato, o estuário é uma das poucas regiões marinhas em que a fotossíntese não ocorre na água (no caso do Estuário de Santos, há as árvores de mangue). TEMPERATURA: é mais variável do que nas águas costeiras, em razão do menor volume de água existente no estuário e da entrada de água doce (esta tende a ser mais fria, fazendo a temperatura variar mais). ONDAS: os estuários são locais de águas calmas, cujas correntes são causadas principalmente pelo fluxo de água salgada e dos rios. SUBSTRATO: a maior parte dos estuários possui substratos macios e lamosos. O estuário é um ambiente deposicional e seus sedimentos provêm da água do mar e dos rios. OXIGÊNIO: o teor de oxigênio é mais alto na coluna d’água que no substrato, que possui muito pouco oxigênio por causa da oxidação bacteriana. http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2349 Salgado até demais Aumento da salinidade no oceano Atlântico compromete equilíbrio climático da Terra Quem quiser testar se a água do mar é realmente salgada pode se surpreender: talvez ela já não tenha o mesmo sabor de pelo menos 40 anos atrás. Na zona tropical, ela está muito mais salgada. É isso que confirmam três pesquisadores que analisaram o oceano Atlântico entre as décadas de 1950 e 1990. Em artigo publicado na revista Nature em 18 de dezembro de 2003, eles apontam o motivo desse fenômeno. Segundo a autora principal do estudo, a geóloga Ruth Curry, do Instituto Oceanográfico Woods Hole (EUA), o aquecimento global é sem dúvidas um dos principais responsáveis pela maior concentração de sal no Atlântico. "O aumento da temperatura do mar nos trópicos desregula o ciclo das águas, o que pode alterar a distribuição, a severidade e a freqüência de secas, inundações e tempestades, entre outras conseqüências ambientais", diz o artigo. O desequilíbrio no ciclo hidrológico da Terra ocorre porque as águas superficiais são aquecidas com rapidez, o que acelera a evaporação. No entanto, como o sal não é trocado com a atmosfera nesse processo, ele não apenas se conserva nos oceanos, mas se expande por algumas regiões do Atlântico de água predominantemente mais doce, como o mar Mediterrâneo, o que pode causar problemas aos ecossistemas marinhos. Em situação ideal, esse ciclo se completa quando a água evaporada nos trópicos é naturalmente transportada para as zonas polares, onde se precipita sob forma de neve ou chuva, e migra novamente para a região equatorial. Entretanto, em função do aumento da evaporação nas últimas quatro décadas -entre 5 e 10%, segundo a equipe de Curry --, as precipitações no Ártico e na Antártida têm se tornado mais intensas, o que ameaça a regulação térmica em várias partes do mundo. A corrente do Golfo, por exemplo -- que se origina no golfo do México, passa pela costa leste da América do Norte e chega ao norte da Europa --, só consegue levar águas quentes para zonas muito frias porque na região ártica grandes massas de água congelam e submergem o bastante para não atrapalhar a passagem da corrente. Se, no entanto, a zona polar receber mais água doce (das precipitações), esses blocos salgados deixarão de afundar e impedirão a chegada das águas mornas capazes de amenizar o frio no Atlântico Norte -- situação que tem sido registrada com cada vez mais intensidade. As regiões vermelhas, nos trópicos, indicam uma maior salinidade do A equipe de Curry coletou e analisou água oceano Atlântico (reprodução/Nature) em diferentes épocas, profundidades e regiões do Atlântico. Em seguida, foram construídas representações tridimensionais das propriedades do oceano com base nessas amostras e, então, as informações foram comparadas. Assim, Curry pôde não só interpretar os dados, mas fazer previsões sobre a quantidade de água evaporada a cada ano e, com isso, avaliar o aumento na salinidade do oceano. Segundo Curry, ainda que as providências sejam urgentes, será possível qualificar as mudanças climáticas com maior precisão quando estudos semelhantes nos oceanos Pacífico e Índico e no mar Mediterrâneo forem concluídos. Em entrevista à CH On-line, ela alerta: "a emissão de gases que provocam o efeito estufa precisa ser reduzida imediatamente, ou ao menos estabilizada. Mas infelizmente não creio que isso aconteça num futuro próximo". Andreia Fanzeres Ciência Hoje On-line 03/02/04 http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Atl%C3%A2ntico http://pt.wikipedia.org/wiki/Salinidade http://arquivosweb.lncc.br/pdfs/Sanez_Cardenas_Tanajura_2005.pdf dados sobre temperatura... http://nonio.fc.ul.pt/oceano/condutividade.htm tem um experimento agua doce http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua_doce peixes http://pt.wikipedia.org/wiki/Peixe el nino e outras variáveis na desova da tainha http://www.ictio.furg.br/garcia/PDFs%20Garcia/Garcia%20&%20Vieir a%20%202001_Atlantica_%2023_85_96.pdf Peixe na praia http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.Navigati onServlet?publicationCode=6&pageCode=67&textCode=17058&date= currentDate&contentType=htmlFernanda Martorano Menegotto* 03.06.2006 O vento sul soprou a noite inteira na Ilha de Santa Catarina. O dia amanheceu gelado, com o mar agitado, mas não o suficiente para atrapalhar o avanço das pequenas baleeiras contra a arrebentação. Entre maio e julho, este é o cenário que todo pescador anseia. As condições climáticas se mostram perfeitas para ir de encontro aos grandes cardumes de tainha, peixe que há pelo menos um século sustenta a pesca artesanal do litoral sul e movimenta a economia. Em busca de águas mais quentes, as tainhas migram do extremo sul do continente para a costa do Paraná e de Santa Catarina. Trata-se de um processo migratório sazonal que é avistado com maior facilidade nas praias de Florianópolis. “A cidade tem um recorte geográfico que favorece a pesca. A região fica bem no meio do caminho que os cardumes fazem e, como esses transitam na área costeira, ficam mais acessíveis aos pescadores”, explica o biólogo João de Deus, professor da Universidade Federal da Ilha de Santa Catarina. O processo de migração coincide ainda com o período de gestação dos peixes. Muitas das fêmeas pescadas costumam estar “ovadas”, como dizem os pescadores. A ova da tainha é uma iguaria bastante apreciada e sempre vem em pouca quantidade, já que o peixe não passa de um quilo. A pesca da tainha em Florianópolis obedece a um ritual. De manhãzinha, os pescadores se agrupam na areia para um dominó e o chamado “café cabeludo” , no qual a água quente se mistura ao pó de café sem filtração. Isso porque, antes de embarcar, faz-se necessário um longo processo de observação dos cardumes. As ondas não devem passar de um metro, senão fica difícil transpor a arrebentação. Já no mar, as baleeiras fazem o cerco aos peixes e os arrastam até a beira da praia – procedimento conhecido por pesca de arrasto, ou “arrastão”. A chegada, na maioria das vezes, acaba sendo saudada com festa por quem acompanha, de longe, a atividade. Num único lance, as redes de pesca podem capturar cinco toneladas de peixes. “Até pouco tempo atrás, essa era uma atividade tipicamente comunitária, e tudo era dividido em quantidades iguais entre as pessoas que participavam do arrastão – sempre ficando um pouquinho a mais, claro, para o dono da rede e do barco”, assinala João de Deus, que chama atenção para a mudança nos hábitos de distribuição. Atualmente, com o crescimento das comunidades pesqueiras e de esquemas empresariais de distribuição, muitos dos que puxam a rede não levam nada. “Vai tudo para o caminhão refrigerado do dono da peixaria”, conta. Hoje, para negociar peixes fresquinhos e já limpos na beira da praia é preciso acordar muito cedo. Surfe com tainha Nas últimas décadas, outros fatores determinaram mudanças na pesca de tainhas. Antes do advento do surfe, na década de 70, os pescadores nativos eram os “senhores da praia”. Mas a disputa pelo mar nesta época do ano, que se revela justamente o mais adequado para os surfistas, incitou uma briga que aos poucos está sendo aplacada. De um lado, os pescadores reclamam que as pranchas afugentam os cardumes e inviabilizam o cerco. De outro, os surfistas negam veementemente essa premissa. “Nós sustentamos que não, porque invariavelmente estamos surfando no meio de diversos cardumes”, afirma o presidente da Fecasurf (Federação Catarinense de Surfe), Alexandre Fontes. Conflitos à parte, um acordo fechado entre a Fecasurf e a Fepesc (Federação dos Pescadores de Santa Catarina) deu um novo rumo ao impasse. O sistema é simples: pescadores e surfistas se comunicam entre si através de bandeiras. A bandeira branca indica que o mar, literalmente, está para peixe. Isto é, com ondas menores para as embarcações transporem a arrebentação. Quando o mar está muito agitado, hasteia-se a bandeira azul, permitindo o trânsito de surfistas. A responsabilidade de trocar as bandeiras fica sempre sob a responsabilidade dos pescadores de cada praia. A iniciativa vem mostrando bons resultados e já conta com algumas adaptações dois anos depois do termo de compromisso ter sido firmado. Fontes afirma que em muitas praias apenas uma boa conversa entre pescador e surfista tem resolvido. “Neste ano ainda não foi registrada nenhuma ocorrência policial. Nosso único alerta é com as pessoas que vêm de fora para surfar, que não conhecem essas regras. Mas aos poucos vamos nos ajustando”. Por conta do mar sempre agitado, algumas praias do norte da Ilha de Santa Catarina foram liberadas integralmente para o surfe. Já na parte sul, no contorno que corresponde às praias da Armação e do Campeche, por exemplo, o que se vê no horizonte são os grupos de pescadores entusiasmados com a safra surpreendente deste ano. Impactos desconhecidos Até agora, foram capturadas quase 80 toneladas de tainha – quando o normal oscila entre 60 e 70. Boa parte dos ambientalistas sustenta que a forma artesanal como a atividade é conduzida ainda não prejudica o equilíbrio da espécie. Mas, entre uma safra e outra, a questão suscita polêmica. “Como biólogo é impossível dizer que esta prática não gera impacto ambiental. Há muitos anos a pesca da tainha realiza-se em grande volume e cada vez mais aumenta o número de comunidades de pesca artesanal. Mas não existe, ainda, um estudo sobre o grau de comprometimento da espécie”, salienta João de Deus. O perigo, segundo ele, é se a pesca industrial entrar em cena. O presidente da Fepesc, Ivo da Silva, ressalta que as atenções se voltam para os proprietários dos barcos de pesca profissionais. Para regulamentar esse trânsito, um acordo foi assinado em abril entre a Abrapesca (Associação Brasileira dos Armadores da Pesca de Atum), o Ibama e Seap (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca). As embarcações atuneiras devem suspender a captura de iscas vivas durante a época da pesca da tainha até que seja confirmada a ausência desses cardumes. * Fernanda Martorano Menegotto é jornalista de Florianópolis, atualmente morando no Rio de Janeiro. Vídeo http://surf4ever.wordpress.com/2007/07/05/%C2%BB-documentario%E2%80%9Cpesca-da-tainha%E2%80%9D/ período de pesca ér[iodo de desova http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgibin/PRG_0599.EXE/5854_4.PDF?NrOcoSis=16012&CdLinPrg=pt http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/acta/article/viewFile/594/486 reprodução http://www.fao.org/docrep/field/003/AB486P/AB486P02.htm