para um relacionamento abençoado

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Dez passos
para um relacionamento abençoado
Dez passos
para um relacionamento abençoado
ORGANIZADORES:
Germano Cesar Araújo
Sânia Mara Pereira Ugulino
Cedro Yu
Miriã de Souza Yu
Waldemiro Alcântara da Silva Neto
Denise de Mendonça Alcântara
Agradecimento
Aos irmãos e aos presbíteros da Igreja em Goiânia, pelo
apoio, confiança e por apostarem nesse projeto.
Índice
CUIDANDO DO MEU CÔNJUGE
CAPÍTULO 1 - AS LINGUAGENS DO AMOR ...................................................................................... 4
CAPÍTULO 2 - ITENS QUE MINAM O RELACIONAMENTO .............................................. 12
CAPÍTULO 3 - RELACIONAMENTO SEXUAL ABENÇOADO ........................................... 26
CUIDANDO DA MINHA FAMÍLIA
CAPÍTULO 4 - GRAÇA E PERDÃO .................................................................................................................. 34
CAPÍTULO 5 - O SACERDÓCIO NO LAR ............................................................................................. 41
CAPÍTULO 6 - PLANEJAMENTO FINANCEIRO FAMILIAR ....................................................... 51
CAPÍTULO 7 - CÔNJUGES E FILHOS ........................................................................................................... 59
CAPÍTULO 8 - CULTIVAR E GUARDAR O JARDIM ........................................................................... 67
ESTABELECENDO O CASAL
CAPÍTULO 9 - NÃO SEJA OBSTÁCULO PARA SEU CÔNJUGE ..................................... 74
CAPÍTULO 10 - RECONQUISTANDO O MEU CÔNJUGE .................................................. 81
As linguagens do amor
CAPÍTULO 1
O ser humano tem a necessidade de ser amado. Deus nos fez assim. Os psicólogos concluíram que
sentir-se amado é uma das principais necessidades do homem. Tanto é assim que o homem sempre
procura alguém para casar. A Bíblia diz que Deus criou o homem e percebeu que não era bom que o
homem ficasse só, então criou a mulher para amá-lo (Gn 2.18 e Ef 5).
Dentro de cada pessoa há um tanque de amor esperando para ser cheio. Quando esse tanque está
cheio, tudo vai bem para ela, porém quando está vazio, geralmente, tudo vai mal. Por isso a Bíblia declara que é melhor serem dois do que um. O problema é que nem todos têm o tanque cheio de amor.
Geralmente quando estamos no início do relacionamento tudo vai bem, mas depois piora. Isso porque
no início, estamos apaixonados. Paixão é uma experiência eufórica, na qual um fica completamente obcecado pelo outro. Quando estamos apaixonados, não vemos os defeitos no outro. Todos veem os defeitos e avisam o apaixonado, mas ele é o único que não vê. Está impedido pela venda da paixão. Os
estudos mais antigos mostram que a paixão dura em média dois anos. Hoje, como todas as coisas são
mais dinâmicas e rápidas, acredito que esse tempo de duração da paixão caiu muito, mas o que importa é saber que um dia a paixão acaba. Perceba que me refiro a paixão e não ao amor.
Quando a paixão acaba, os olhos do cego se abrem, pois, a venda da paixão foi tirada.
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As linguagens do amor
CAPÍTULO 1
Então o ex-apaixonado enxerga os erros do outro, percebe como essa pessoa é irritante, e que os
acusadores tinham razão. Nesse momento o ex-apaixonado se sente enganado pelo outro.
É a partir daí que devemos fazer uma escolha. Devemos optar pelo amor. Amor é diferente de paixão.
Em I Co 13.7 lemos:
“Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência”. - (NTLH)
Amar é gastar energia em suprir as necessidades do cônjuge, é viver para agradar o outro.
A Bíblia não traz a palavra namoro. Ela só faz referência a noivado e casamento. Não importa como
você chama seu relacionamento; pode até ser namoro, mas o que importa é que nunca aconteça a
separação.
Como cristãos, quando escolhemos nosso parceiro (a), devemos ter ciência que é para a vida inteira.
Então, de certo modo, não existe escolha para o cristão, depois da paixão ele tem que optar em amar.
Infelizmente muitos cônjuges não se sentem amados, apesar de serem. O problema está na linguagem
do amor. Muitos expressam o amor da sua maneira, mas essa maneira pode não ser a que o cônjuge
entende como uma demonstração de amor. É como se colocasse um italiano para se comunicar com um
japonês. É difícil de se entenderem. Falar a linguagem de amor do outro, é viver constantemente o romantismo e deixar seu cônjuge realizado, e consequentemente a pessoa mais feliz do mundo. Seu relacionamento seguirá mais fácil e sua vida mais alegre.
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As linguagens do amor
CAPÍTULO 1
1. Palavras de afirmação
Pv 18.21 diz: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto. ”
Muitos casais não aprenderam o tremendo poder de uma afirmação de edificação mútua. Elogios verbais e palavras de apreciação são poderosos transmissores de amor. São as frases elogiando o
cabelo da esposa, ou o vestido, ou o terno do homem. Ou ainda elogios a comida da esposa, ou a
ajuda do marido na casa. As vezes são como um grande prêmio para quem a recebe. Mostra que a
pessoa alcançou a vitória.
Declare palavras encorajadoras: são poderosas e nos fazem enxergar o valor do profeta.
Conheci um rapaz que precisava fazer faculdade mais não se considerava capaz. Sua esposa, mesmo
diante de todas as dificuldades e limitações, o encorajou e disse que ele conseguiria. Na época, por
causa do trabalho, ele perderia muitas aulas. Mas as palavras de encorajamento de sua esposa o fortaleceu, e esse rapaz se formou com nota A.
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As linguagens do amor
CAPÍTULO 1
Declare palavras bondosas: A maneira como expressamos nossas frases, pode mudar tudo. Veja o
exemplo: - Eu te amooo!!!! Com: Eh... eu te amo...Imagine então: - Tá! Saco! Eu te amo.
Palavras ditas aos gritos com irritação não são expressões de amor, mas de condenação. Palavras
bondosas são palavras boas e não más.
Se você tem dificuldade em selecionar palavras para elogiar o cônjuge, procure observar alguns exemplos. Observe alguns casais, veja alguns filmes românticos, peça a Deus para lhe mostrar as qualidades
de seu cônjuge. Tire a vergonha e o orgulho para elogiar. Se essa for a linguagem do seu cônjuge, esforce-se para desenvolve-la. Ame-o!
2. Qualidade de tempo
É ter tempo de qualidade junto com o cônjuge. Não é um tempo dividido. É dar atenção total ao seu
cônjuge. Não é sentar ao lado para assistir TV. Desliguem a TV. Passeiem juntos, saiam para conversar.
Nos restaurantes dá para perceber quem é namorado e quem é casado pela empolgação da conversa e atenção dada ao outro.
Compartilhe experiências, pensamentos, emoções, desejos e sonhos. Saiba ouvir o que o outro tem a
dizer. Sobre a conversa do casal, reveja a aula de comunicação.
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As linguagens do amor
CAPÍTULO 1
Proporcione programas: Programe saídas a sós. Procure ir ao parque, passear, visitar pessoas, enfim...
onde vocês poderão ter um tempo de valor juntos.
Proporcione momentos a sós: Coloque horários para os filhos dormirem, para que tenham tempo a sós.
Não jante ou almoce com a televisão ligada. Desligue o computador ou o vídeo game para ficar com
seu cônjuge. Não troque o seu amor pela televisão!
3. Receber presentes
Um presente é mais do que uma recordação, é uma demonstração de amor. Presente é algo que você
pode segurar nas mãos sabendo que o cônjuge se lembrou de você. Quando compramos um presente
significa que aquela pessoa é especial para nós. Presentes são símbolos visuais do amor. Quem não se
recorda de quando ganhou um presente? Para alguns, não receber presente, significa uma incerteza
de que é amado.
Não importa o valor: Existem presentes de todos os valores, formas e tamanhos. Você não precisa dar
um presente caro para expressar o seu amor. Por outro lado se você tiver muito dinheiro, e der presentes
baratos, você esta comunicando que o seu cônjuge não tem valor. Ninguém investe naquilo que não
vale a pena.
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As linguagens do amor
CAPÍTULO 1
O presente pode ser elaborado: Um presente não precisa ser comprado, mas pode ser confeccionado como um cartão ou como uma blusa de lã. Pode ser um rosa colhida do jardim.
Descubra o presente ideal: Muitas pessoas não sabem escolher presentes. Observe seu cônjuge. Veja
o que ele está lendo, o que pesquisa na internet. Leve seu cônjuge ao shopping e veja o que lhe
chama a atenção na vitrine. Anote seus gostos, perceba se ele(a) relata algum desejo, espere alguns
dias e faça a grande surpresa.
4. Formas de servir
É aquilo que você sabe que seu parceiro gostaria que fizesse. É agradar o outro expressando o amor
realizando algo que vai ajudar seu cônjuge. Pode ser uma refeição, ajudar a esposa lavando a louça,
arrumar a gaveta dele, pintar o quarto, arrumar aquela tomada com defeito, lavar o carro para ele,
fazer uma massagem, etc. Lembre-se que Jesus usou essa linguagem de amor para com a sua noiva
lavando os pés dos discípulos na ceia.
Lembro de uma história que ilustra bem essa linguagem de amor. Havia um casal de idosos que estavam
casados há muitos anos. Um dia a senhora adoeceu e ficou com os movimentos limitados. O marido
sabia que ela era muito vaidosa, então toda a semana, ele fazia as unhas para ela e todos os dias
penteava o seu cabelo e passava batom.
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As linguagens do amor
CAPÍTULO 1
Na realidade ele passou o resto da vida servindo sua esposa dessa maneira.
Se o seu cônjuge cresceu num ambiente familiar no qual o pai ou a mãe faziam isso, provavelmente ele
vai querer isso para ele também. Se o cônjuge reclama muito que não o ajuda, está na hora de praticar essa linguagem. Prepare-se e sirva seu cônjuge.
5. Toque físico
Carinho, abraços e toques são uma das maneiras mais marcantes de se expressar o amor. Isso sempre
existiu. Os bebês que são abraçados e beijados desenvolvem uma vida emocional mais saudável do
que aqueles que não recebem carinho. Até os animais fazem carinho nos seus filhotes. Andar de mãos
dadas, beijar, abraçar, por a cabeça no colo, dormir abraçado e ter relações constantemente são
essenciais para algumas pessoas.
O ser humano tem espalhado pelo corpo pequenos receptores táteis distribuídos em grupos. A ponta
da língua, a ponta dos dedos, do nariz são áreas do corpo extremamente sensíveis, como outras partes
do corpo, que se tocadas, levam mensagens de amor ao cérebro. Como também um tapa no rosto leva
uma mensagem de agressão. Mas alguns apreciam o toque em lugares diferentes do que geralmente
imaginamos. Pergunte ao seu cônjuge e toque-o de maneira agradável.
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As linguagens do amor
CAPÍTULO 1
Descobrindo a linguagem de amor:
Analisar como é a família de seu cônjuge e os exemplos que ele viu na sua casa antes de casar, lhe
ajudará a descobrir qual é a sua linguagem de amor. Geralmente são aquelas que os pais tinham.
Converse com seu cônjuge e pergunte qual é a sua linguagem de amor.
Pense nas coisas em que seu cônjuge mais reclama. Provavelmente a linguagem de amor dele está
ligada a isso.
Descubra e comece a satisfazer a linguagem de amor de seu cônjuge. Você verá a diferença em seu
casamento.
Muitos dos problemas em seu relacionamento serão resolvidos.
Anexo 1: Questionário da linguagem para homens;
Anexo 2: Questionário da linguagem para mulheres.
REFERÊNCIAS
CHAPMAN, GARY. As cinco linguagens do amor. Ed. Mundo Cristão, 1997.
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
COMO MUDAR O QUE MAIS ME IRRITA NO CASAMENTO?
Todas as pessoas casadas gostariam de ver mudanças no cônjuge. Por vezes, em vez de expresso, esse
desejo é refinado e aprofundado em devaneios. O marido sonha acordado com uma esposa que fez
as mudanças por ele desejadas e delicia-se com o produto de sua imaginação. A esposa, por sua vez,
sonha com um marido que tome a iniciativa de colocar o lixo para fora. Esses devaneios alimentados
em segredo sobre o cônjuge perfeito tornam-se barreiras para a intimidade no mundo real.
No outro extremo, encontramos maridos ou esposas que não se acanham em exigir mudanças, escolhendo quase sempre os momentos de raiva para expressar seu desejo. A linguagem ríspida e o comportamento agressivo revelam quanto gostariam que seu cônjuge fosse diferente.
Entre o extremo do silêncio e o das exigências grosseiras, milhares de casais vivem com expectativas
malogradas. Se ao menos o marido ou a esposa mudasse, a vida seria tão diferente! Algumas vezes,
procuram expressar seu desejo; em outras, simplesmente desistem e deixam a frustração tomar conta.
Qual é o problema? Como é possível o desejo de ver mudanças no cônjuge ser tão universal e, ao
mesmo tempo, a realidade dessas mudanças ser tão rara? "Como conseguir que meu cônjuge mude sem
manipulação?"
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
Creio que a resposta pode ser encontrada em três fatores:
1. Começamos da maneira errada.
2. Não entendemos o poder do amor.
3. Não sabemos comunicar de forma eficaz o desejo de ver mudanças no cônjuge.
COMEÇANDO DA MANEIRA CERTA
As pessoas que desejam ver mudanças no cônjuge sempre começam da maneira errada. O princípio
de começar da maneira certa pode ser encontrado numa lição de Jesus, conhecida como Sermão do
Monte:
"Marido, por que você repara no cisco que está no olho da sua esposa, mas não se dá conta da viga
que está em seu próprio olho? Ou, esposa, como você pode dizer ao marido: 'Deixe-me tirar o cisco do
seu olho', quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, então você verá claramente para remover o cisco do olho do seu marido" (paráfrase de Mateus 7:3-5)
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
O princípio é claro: você precisa começar com a viga em seu próprio olho. Observe com atenção
que Jesus não diz: "Não há nada de errado com seu cônjuge. Pare de pegar no pé dele". Na verdade,
ele sugere a existência de um problema com o outro quando diz: "Quando você tiver tirado a viga do
próprio olho, poderá ver mais claramente e remover o cisco do olho do cônjuge". Todo mundo precisa
mudar em alguma coisa. Não existem cônjuges perfeitos.
Na maioria das vezes, as pessoas não conseguem as mudanças desejadas porque não começam da
maneira correta. Concentram-se nos defeitos do outro antes de tratarem das próprias fraquezas. Vêem
um cisco no olho do cônjuge e tentam removê-lo lançando uma sugestão. Quando isso não funciona,
pedem abertamente uma mudança. Quando essa abordagem encontra resistência, exigem a mudança
em tom de ameaça. Por fim, partem para a intimidação e manipulação. Mesmo quando conseguem
algum resultado, ele ocorre à custa de um ressentimento profundo da parte do cônjuge. Não é esse
tipo de mudança que a maioria das pessoas quer. Assim, se você deseja, de fato, ver seu cônjuge
mudar, precisa começar tratando dos próprios defeitos.
Não é fácil aprender a lidar primeiro com os próprios erros. Se eu lhe desse uma folha de papel e
quinze minutos para anotar as mudanças que gostaria de ver em seu cônjuge, provavelmente a lista
seria longa. No entanto, se eu lhe desse outra folha de papel e mais quinze minutos para fazer uma lista
dos próprios defeitos (aquilo que você precisa mudar na maneira de tratar seu cônjuge) sua lista
provavelmente seria curta.
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
PEÇA AJUDA EXTERNA
A maioria das pessoas não consegue identificar os próprios erros sem ajuda externa. Estamos tão acostumados com nosso modo de pensar e agir que não somos capazes de reconhecer quando ele é disfuncional ou negativo. Como podemos pedir ajuda externa?
1) Converse com Deus
2) Converse com seus amigos íntimos
3) Converse com seu cônjuge
REFLITA SOBRE AS INFORMAÇÕES QUE VOCÊ JUNTOU
Ao juntar essas listas, você terá em mãos informações valiosas sobre si mesmo e como se relaciona com
seu cônjuge do ponto de vista de Deus e de pessoas de convívio mais próximo. Agora é hora de lidar
com essa informação, evitando, porém, criar racionalizações defensivas para os comentários recebidos.
É o momento de aceitar a possibilidade de que essas perspectivas refletem alguma verdade. Personalize cada frase, começando com o pronome "eu", de modo a indicar com honestidade a consciência
das falhas em seu comportamento.
Nesse momento de reflexão, seja o mais honesto possível consigo. Você pode pedir a Deus para ajudá-lo a avaliar suas falhas com sinceridade. Não procure se justificar ou desculpar seu comportamento
com base no comportamento de seu cônjuge; será apenas uma tentativa inútil de racionalizar. Você só
conseguirá remover a viga do olho quando parar de encontrar desculpas para seus erros.
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
CONFESSE
Confessar os erros nos liberta da escravidão das falhas do passado e nos abre os olhos para a
possibilidade de comportamentos diferentes no futuro. Sugiro que você comece confessando seus
erros a Deus (1 João 1:9). O verbo "confessar" significa, literalmente, "concordar com". Quando confessamos algo a Deus, concordamos com ele que agimos ou nos expressamos erroneamente. A confissão é
o oposto da racionalização. Não procura minimizar nossas falhas; antes, reconhece abertamente que
nosso comportamento é indesculpável.
No entanto, a confissão de suas faltas não pode ficar só no reconhecimento diante de Deus. Também é
necessário confessar à pessoa envolvida — nesse caso, seu cônjuge. Depois de se confessar a Deus,
você precisa criar coragem e se confessar a seu cônjuge. A maioria dos cônjuges se mostrará disposta a perdoar quando ouvir uma confissão sincera. Caso tenha ocorrido uma violação grave de
seus votos matrimoniais, talvez leve tempo para restaurar a confiança. No entanto, o processo de restauração começa com um ato genuíno de confissão. A confissão cria um ambiente propício para
mudanças positivas. Feita a confissão, você terá realizado o primeiro passo para criar um ambiente
propício ao pedido de mudanças de seu cônjuge. Sem dúvida, a confissão dos erros a Deus e ao cônjuge é um grande feito. Poucas coisas são mais importantes do que a confissão para manter a saúde
mental e conjugal. Confessar os erros é como esvaziar e purificar a consciência de toda culpa decorrente dessas falhas. Ao viver com a consciência tranqüila, você se sentirá mais alerta mental e relacionalmente, e estará livre da escravidão das faltas do passado. A confissão o fará sentir-se melhor consigo, e seu cônjuge começará a vê-lo com mais respeito e dignidade, pois você foi forte o suficiente
para lidar com seus erros.
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
O PODER DO AMOR
Fomos criados para nos relacionar. Aqueles que vivem isolados em sua “concha” nunca desenvolvem
plenamente seu potencial na sociedade. Os relacionamentos nos chamam a “sair da concha”. No entanto, não teremos bons relacionamentos se buscarmos apenas suprir as próprias necessidades. Os
relacionamentos bem-sucedidos requerem interesse no bem-estar do outro. Pegamos o desejo natural de suprir nossas necessidades e o voltamos para fora, para o outro, nos esforçando da mesma
forma para suprir as necessidades dele. A palavra usada para descrever essa atitude centrada no
outro é amor.
Na relação do casamento, não há nada mais importante do que o amor. Onde há amor, as mudanças
são inevitáveis. Sem amor, as mudanças positivas são muito raras. O amor gera amor. O amor muda
radicalmente o clima de um casamento.
A atitude de amor precisa de estruturas comportamentais pelas quais possa ser expresso. A chave para
criar um ambiente emocional positivo no casamento é aprender a falar a linguagem do amor um do
outro e usá-la regularmente. Isso é equivalente a “encher o tanque do amor de nosso cônjuge”.
AS CINCO LINGUAGENS DO AMOR
Todos nós temos necessidades emocionais básicas: segurança, significado, liberdade, valor e amor.
Quando essas necessidades não são supridas, ficamos emocionalmente frustrados. Quando nos encontramos nesse estado de frustração emocional, quase nunca estamos abertos para as sugestões ou os
pedidos de nosso cônjuge. Em geral, interpretamos esses pedidos como críticas. Explodimos, revidamos
ou nos retraímos, mas dificilmente mudamos.
Quando o tanque de amor de seu cônjuge estiver cheio, ele se mostrará muito mais aberto para
as mudanças desejadas, especialmente se você for a pessoa que estiver enchendo esse tanque.
Você terá criado um ambiente em que as mudanças são não apenas possíveis, mas prováveis.
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
São cinco as linguagens do amor:
1) Palavras de afirmação - focalizar os aspectos positivos e expressar apreciação pelas qualidades
do cônjuge são atitudes que costumam motivá-lo a aprimorar seu comportamento;
2) Presentes - os presentes são provas físicas e visíveis de consideração e carinho. Um presente diz:
"Essa pessoa estava pensando em mim. Olhe o que ela deu para mim!" O importante não é o preço do
presente, mas a consideração que ele demonstra;
3) Atos de serviço - fazer algo por seu cônjuge é uma expressão profunda de amor. "Um gesto vale
mais que mil palavras.";
4) Tempo de qualidade - o simples ato de colocar-se à disposição do outro para dedicar-lhe tempo
e prestar atenção total;
5) Toque físico - um aperto de mão, um abraço, uma tapinha nas costas enchem o tanque de amor de
muitas pessoas solitárias; qualquer toque, desde que seja afetuoso, é uma expressão profunda de amor;
Das cinco linguagens do amor, todos têm uma linguagem predominante. Um desses estilos de comunicação toca mais fundo em nossas emoções do que os outros quatro. Em maior ou menor grau, gostamos de todos eles, mas geralmente temos preferência por um e não abriríamos mão dele por nada. Essa
é a linguagem que nos faz sentir verdadeiramente amados.
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
Quando o cônjuge "fala" conosco nessa linguagem do amor predominante, nosso tanque de amor
se enche e nos sentimos seguros. A chave é descobrir a linguagem do amor predominante de seu
cônjuge e usá-la em doses maciças, com uma pitada das outras quatro linguagens como a cereja do
bolo.
Como descobrir a linguagem do amor predominante do cônjuge? Preste atenção nas queixas dele.
Quando nosso cônjuge reclama de alguma coisa, costumamos assumir uma atitude defensiva. Pergunte-se qual é sua queixa mais frequente quanto ao cônjuge. As queixas revelam sua linguagem do amor.
Aprender a falar outra linguagem pode não ser fácil, mas vale o esforço.
Se você tomar a decisão de se esforçar, aprenderá a falar a linguagem do amor predominante de seu
cônjuge. Quando o fizer, atenderá às necessidades emocionais mais profundas dele da maneira mais
eficaz possível. Quando começar a falar a linguagem do amor predominante de seu cônjuge, poderá
usar pitadas das outras quatro linguagens para tornar a relação ainda mais interessante.
MUDANÇAS, POR FAVOR!
Uma vez tratado seus erros e expressando a linguagem do amor predominante de seu cônjuge, você
terá lançado os alicerces corretos para o relacionamento conjugal e as mudanças verdadeiras são
possíveis.
Para que as mudanças aconteçam faça uma lista de algumas coisas que, a seu ver, poderiam ser diferentes em seu cônjuge. Escolha uma área em que sente que seu cônjuge está perturbando você e faça
uma lista de pedidos específicos relacionados a essa área. A seguir você precisa aprender a como
expressá-los a seu cônjuge. Para fazer corretamente, seguem três passos importantes:
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
1) Escolha o momento
Ao se preparar para pedir uma mudança ao cônjuge, é extremamente importante escolher o lugar e a
hora e ser sensível ao estado emocional dele. A melhor hora é depois de uma refeição, e nunca antes.
Quando estamos com fome, ficamos irritáveis e, portanto, temos dificuldade de aceitar sugestões.
O pedido também deve ser feito sempre em particular. Nunca peça nada na frente de outras pessoas.
Ao pedir em público, você cria uma situação humilhante, mesmo que disfarce seu pedido com humor.
Comentários humilhantes só geram ressentimento e vingança.
Outro elemento a ser considerado é o estado emocional de seu cônjuge. Ele está emocionalmente
preparado para receber uma sugestão? Algumas vezes nos sentimos emocionalmente exaustos. Se o
que o cônjuge fez ao longo do dia teve resultados negativos e se todas as pessoas com as quais ele
falou reclamaram de alguma coisa, a última coisa que ele desejará ao chegar em casa é ouvir o
cônjuge pedir para mudar em alguma área. Até o pedido mais simples pode ser a gota d'água e
fazê-lo explodir. Nunca pegue o outro de surpresa com um pedido de mudança. Procure sempre
saber se ele está emocionalmente preparado para receber uma sugestão.
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
2) Não exagere nas críticas
Os casais que não têm um sistema para pedir mudanças, geralmente acumulam uma porção de queixas
até a pressão se tornar intensa demais e provocar uma erupção de críticas destrutivas. Hostilidade
gera hostilidade. O excesso de palavras provocadoras e condenatórias provavelmente fará seu cônjuge revidar.
Esse tipo de conversa não produz nada construtivo. O marido atacou, a esposa revidou e cada um foi
para seu canto, magoado e defensivo. Nenhuma mudança para melhor pode ocorrer num ambiente
como esse. Esse número exagerado de críticas destrói a motivação para mudar.
Talvez você tenha sido criado numa família excessivamente crítica. Seus pais lhe diziam todos os dias o
que você estava fazendo de errado e o que precisava mudar. Raramente faziam um elogio, mas não
faltavam reprovações. Agora que você é uma pessoa adulta e casada, talvez esteja exagerando nas
críticas ao cônjuge sem perceber, pois esse é seu padrão de comportamento desde a infância. Pode
ser interessante perguntar ao cônjuge: "Eu sou crítico demais?". Se a resposta for sim, pode ser uma boa
idéia você pedir perdão e explicar que não havia percebido.
Depois de limpar a área combine com seu cônjuge de se limitar a sugerir apenas uma mudança uma
vez por semana (ou uma vez a cada duas semanas). Evidentemente, seu cônjuge também poderá fazer
sugestões. Aprender a limitar o número de pedidos aumenta a probabilidade de mudança. Quando a
pessoa se vê sobrecarregada de críticas, a tendência é ressentir-se ou ficar com raiva, duas emoções
que não promovem mudanças.
Quebrar o círculo vicioso de críticas excessivas pode salvar seu casamento.
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
3) Elogie antes de pedir
"Uma colherada de açúcar ajuda o remédio a descer". Os elogios tornam o pedido de mudança
mais palatável. Sugiro uma proporção de três para um. Diga-me três coisas que você gosta em mim e
um aspecto em que você gostaria de ver mudança.
Eis um ponto importante: Quando você fizer um pedido e seu cônjuge se esforçar para atendê-lo, não
se esqueça de notar e elogiar essa iniciativa. Sem elogios, os pedidos podem parecer queixas. Como
um marido disse: "Eu me esforcei tanto para melhorar, e o que ela fez? Mais uma crítica! De vez em
quando, seria bom ouvir que estou fazendo alguma coisa direito". Ao reconhecer os esforços do cônjuge para melhorar e ao elogiar suas características positivas, você o motivará a fazer outras
mudanças.
PENSE NISSO
Quando casamos, descobrimos uma porção de coisas novas sobre a outra pessoa. Algumas delas nos
irritam ao extremo. São a mosca na sopa da união conjugal.
Talvez, depois de tomar banho, seu marido deixe a esponja encharcada no canto do boxe. Você entra
no banheiro e se pergunta: "Quem ele pensa que vai pegar a esponja e colocar para secar?". Ou,
talvez, as roupas de sua esposa não saibam chegar sozinhas aos cabides e os sapatos dela não
conheçam o caminho até o guarda-roupa.
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
Talvez o marido não consiga escovar os dentes sem deixar uma porção de pontinhos brancos no
espelho. Quando a esposa troca o papel higiênico, sempre põe o rolo virado para o lado errado. O
marido sempre deixa a tampa do vaso levantada. A esposa sempre espreme o tubo da pasta de
dente no meio, e não embaixo, como deveria. Um marido me contou: "Coloquei um aviso na pasta de
dente: Aperte meu traseiro'. Não funcionou!".
O que fazer sobre estas e milhares de outras coisinhas irritantes que vão aparecendo ao longo dos
anos? Minha sugestão: uma vez por semana, peça uma mudança. Se é algo que você está fazendo ou
deixando de fazer e pode mudar, por que não? Rapazes, se sua esposa gosta das toalhas de banho
dobradas em três, quanto tempo leva para dobrar assim? Dois segundos. Um preço pequeno a pagar
para fazer sua esposa feliz. Tudo bem que sua mãe não dobrava as toalhas desse jeito. Mas vocês
não se casaram com a mãe. A meu ver, devemos mudar em todos os aspectos possíveis para agradar um ao outro. Se fizermos isso, tornaremos a vida mais fácil um para o outro e encontraremos harmonia no casamento.
E QUANTO ÀQUILO QUE O CÔNJUGE NÃO MUDA?
Não seria justo eu deixar a impressão de que, se você seguir esse plano, em nove meses ou um ano, seu
cônjuge atenderá a todos os seus pedidos. Na realidade, há certas coisas em que um cônjuge não
pode ou não quer mudar.
Você precisa estar consciente de que, em certas coisas, seu cônjuge não pode ou não quer
mudar, não importa qual dos dois. Tenho um cônjuge extraordinariamente maravilhoso que aceitou
várias de minhas sugestões de mudança. Às vezes, chego a me perguntar se sua incapacidade de
mudar em certas atitudes é genética.
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Itens que minam o relacionamento
CAPÍTULO 2
E possível! Mas, quer sejam coisas que ele não consegue, quer sejam que ele não queira fazer, seu cônjuge não atenderá a todos os seus pedidos.
Então, como você vai lidar com os aspectos em que seu cônjuge não mudará? Creio que o amor
aceita essas imperfeições (1 Pedro 4:8). Não seria bobagem de minha parte, depois de todos esses
anos, continuar resmungando e reclamando? Em vez disso, escolhi agradecer a Deus por todos os
aspectos em que meu cônjuge mudou para melhor e escolhi aceitar aquilo que ele não pode ou
não quer mudar.
Como você deve ter percebido, não estou prometendo que seu cônjuge vai atender a todas as suas
sugestões. No entanto, posso dizer que, se você colocar em prática o plano de três passos (confessar
os próprios erros e pedir perdão, aprender a falar a linguagem do amor predominante de seu cônjuge,
e fazer os pedidos de mudança adequadamente) seu cônjuge vai fazer mudanças importantes. É infalível. Pequenas ou grandes, as mudanças ocorrem com maior facilidade quando os erros do passado
foram confessados e o amor se tornou um modo de vida.
REFERÊNCIAS
CHAPMAN, GARY. Como mudar o que mais irrita no meu casamento. Ed. Mundo Cristão, 1998.
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Relacionamento sexual abençoado
CAPÍTULO 3
O sexo é o encontro de dois corpos; o amor é o encontro de duas almas. Quando o sexo surge como
resultado do amor, ele se torna uma experiência profundamente emocional e fator de união entre duas
pessoas. Pesquisas sociológicas mais recentes chegaram às mesmas conclusões encontradas nas antigas escrituras judaicas e cristãs, uma delas é que o sexo dentro do casamento é muito mais significativo e gratificante do que fora dele. Acredito que sexo sem amor nunca será totalmente satisfatório, mas
sexo como resultado do amor é capaz de conduzir o casamento a níveis mais elevados de satisfação.
Se você deseja satisfação sexual cada vez maior, deve primeiro aprender a amar.
Amor e sexo: uma combinação perfeita!
Ao contrário do que afirma a crença popular, o sexo não foi inventado em Hollywood. De acordo com
a Bíblia, Deus olhou para o homem que havia criado e disse: “Não é bom que o homem esteja só; farei
para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”.
Então o Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das
costelas, fechando o lugar com carne. Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez
uma mulher e a trouxe a ele. Disse então o homem: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha
carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada".
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Relacionamento sexual abençoado
CAPÍTULO 3
Em seguida, o Criador declarou que os dois se tornariam “uma só carne”. O relato conclui com estas
palavras: “O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha”. (Gn2:18-25)
A relação sexual, segundo o ponto de vista de Deus, é um ato de amor que une a alma do marido à
da esposa dentro de um relacionamento íntimo e duradouro.
A procriação, porém, não é o único propósito (nem mesmo o propósito principal) da relação sexual no
contexto do casamento. As dimensões psicológica e espiritual do ato de fazer amor são bem mais fundamentais. À medida que o marido e a esposa se entregam um ao outro sexualmente, estão construindo
um vínculo psicológico e espiritual que une suas almas da maneira mais profunda possível. Juntos, eles
são capazes de enfrentar os desafios da vida porque são parceiros na dimensão da alma. Nada une
um marido e uma mulher de modo tão intenso quanto ao ato de fazer amor.
Fazer amor requer paciência.
O sexo pode ser uma atividade rápida, mas o amor requer tempo. A busca pela satisfação mútua no
casamento leva algum tempo. Em Dt 24:5 o Senhor diz: “Quando um homem for recém-casado não sairá
à guerra, nem se lhe imporá encargo algum; por um ano inteiro ficará livre na sua casa para alegrar a
mulher, que tomou”. Vemos aqui que Deus instruiu os rapazes e moças em Israel a aproveitarem a lua de
mel durante um ano.
Na verdade, não são muitos os casais que encontram a realização sexual mútua em menos de um ano.
Por que isso leva tempo? Porque homens e mulheres são diferentes em quase tudo o que se possa imaginar: físico, emocional e psicologicamente. O marido e a esposa precisam descobrir e aceitar essas
diferenças para, então, encontrar a satisfação mútua.
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Relacionamento sexual abençoado
CAPÍTULO 3
Entendendo as diferentes naturezas
O marido pode manter o desejo sexual mesmo quando as coisas não estão boas no relacionamento.
Na verdade, muitos homens pensam que o ato sexual serve para resolver problemas. Diferentemente, a
mulher deseja que, primeiro, as coisas sejam resolvidas para depois se entregar ao ato sexual. O sexo,
por si, não resolve os problemas dela.
O desejo do homem é orientado, em grande medida, pelo acúmulo de fluido seminal, o que gera uma
necessidade fisiológica de alívio. Por isso podemos dizer que o homem tem motivação biológica para o
sexo. Já o relógio biológico da mulher é influenciado, até certo ponto, pelo ciclo menstrual mensal, as
necessidades fisiológicas femininas costumam ser orientadas por suas emoções e pela qualidade do
relacionamento. É como se a mulher falasse: “Antes de tocar meu corpo, toque minha alma”. Todo casal
precisa aprender essas diferenças e trabalhar para atender cada necessidade (homem e mulher) com
vistas a atingir realização mútua no casamento.
Dando a partida
Os homens são estimulados pelas coisas que veem; as mulheres, por sua vez, encontram estímulo na maneira como são tocadas e em palavras agradáveis que ouvem. É por isso que é comum o marido estimular-se apenas em ver a mulher se despir. Já a esposa é capaz de ver o marido se despindo sem que
o ato sexual sequer passe por sua cabeça.
A maioria das mulheres não atinge o orgasmo apenas com a penetração, o que as ajuda a chegar ao
orgasmo é o estímulo no clitóris associado as carícias preliminares. Tendo a mulher chegado ao orgasmo, o marido fica a vontade para atingir o clímax. Nem sempre a mulher irá atingir o orgasmo, mas
muitas vezes apenas o fato de receber carinho e ser tocada de forma gentil, já pode trazer satisfação
para ela. O objetivo é que ambos tenham uma experiência prazerosa.
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Relacionamento sexual abençoado
CAPÍTULO 3
O amor oferece, nunca exige
Alguns cristãos gostam de usar as escrituras como argumento para exigir seus direitos sexuais no casamento. Uma das passagens bíblicas usadas é 1 Co 7:3-5:
“O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não
tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não
tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos priveis um ao outro.”
A verdade é que o apóstolo Paulo disse que devemos fazer o máximo para agradar nosso cônjuge
sexualmente. O problema é que muitas pessoas vivem para exigir o ideal, deixam de buscar construir
esse ideal juntos. Sendo assim, qual é o processo que nos pode conduzir à realização sexual mútua?
Acredito que começa com oração. Cada conjugue deve pedir a Deus que lhe conceda a atitude de
Cristo em relação ao outro. O marido é espacialmente desafiado a amar sua esposa da mesma maneira que Cristo amou a igreja e se entregou por ela. Cristo não esperou ser amado para amar. As escrituras dizem: “Nós amamos [a Deus] porque Ele nos amou primeiro”. O amor de Cristo nos incentiva a amar.
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CAPÍTULO 3
Podemos aprender com as palavras de amor proferidas por um marido hebreu da antiguidade:
Eis que és formosa, meu amor, eis que és formosa; os teus olhos ...das pombas...o teu cabelo é como o
rebanho de cabras...Os teus dentes são como o rebanho das ovelhas tosquiadas, que sobem do lavadouro, e das quais todas produzem gêmeos, e nenhuma há estéril entre elas. Os teus lábios são como
um fio de escarlate, e o teu falar é agradável; a tua fronte é qual um pedaço de romã entre os teus
cabelos. O teu pescoço é como a torre de Davi, edificada para pendurar armas....Os teus dois seios
são como dois filhos gêmeos da gazela, que se apascentam entre os lírios. Até que refresque o dia, e
fujam as sombras, irei ao monte da mirra, e ao outeiro do incenso. Tu és toda formosa, meu amor, e em ti
não há mancha. Ct 4:1-7
O que essas palavras tão carinhosas e positivas fazem pela esposa? Elas acionam a paixão. As palavras elogiosas que ele usa para descrever a beleza da mulher tocam o coração da esposa e despertam nela o desejo de estabelecer intimidade sexual com o marido. Por outro lado, após ser estimulada
a esposa convida o marido a saborear os frutos sexuais de seu corpo V. 16. Note que o marido não
entra no jardim antes de ser convidado. Esse princípio pode fazer toda a diferença na relação sexual
do casal.
Tudo isso requer uma mudança na disposição do coração. Cada um de nós é, por natureza, uma
pessoa egocêntrica; acreditamos que o mundo gira em torno do EU. Cristo, contudo, não era
egocêntrico. Ele se concentrava em sua missão: de amar a igreja e se entregar por ela.
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Relacionamento sexual abençoado
CAPÍTULO 3
O amor é mais que o sentimento
A satisfação sexual tem pouco a ver com a técnica, mais tem muito a ver com a atitude, as palavras e
as ações. Precisamos nos fazer as seguintes perguntas: Será que estou demonstrando o amor que sinto
por meu cônjuge? E a minha atitude? Até que ponto ela é caracterizada pelo amor? Estou mesmo preocupado com os interesses do meu cônjuge? Será que minha maior preocupação é satisfazer suas necessidades? Se esses são os meus desejos mais sinceros, então devo tomar cuidado com palavras e
ações. Será que consigo mostrar ao cônjuge, pelo meu jeito de conversar e pelo que digo, que estou
comprometido com o seu bem-estar? Consigo vê-lo como um presente de Deus? Será que me vejo como
um agente de Deus na edificação de meu cônjuge para que ele se torne tudo quanto deseja ser? Até
que ponto minhas ações conseguem refletir meu amor?
O amor não faz sofrer
Enquanto um dos cônjuges infligir sofrimento ao outro, eles nunca sentirão a satisfação que fazer amor
proporciona. Há muitas áreas nas quais as pessoas podem passar por sofrimento. Permita-me compartilhar três das mais comuns.
Sofrimento emocional
O sofrimento emocional é resultado da linguagem áspera. Vozes alteradas e palavra de acusação são
como bombas emocionais que explodem no coração das pessoas e destroem o amor. A Bíblia diz: “ A
língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto”
(Pv. 18:21). Você pode matar seu cônjuge -ou então conceder-lhe a vida – pela maneira como fala.
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Relacionamento sexual abençoado
CAPÍTULO 3
Sofrimento Físico
O sofrimento físico pode manifestar-se de duas maneiras. Uma delas costuma ser chamada de abuso
físico e a outra, de abuso sexual. O abuso físico envolve infligir algum tipo de dor física em outra
pessoa (Ex: empurrar, sacudir, bater...). O abuso sexual pode ou não envolver abuso físico. No entanto
mesmo quando não envolve, o sofrimento é infligido a medida que um dos cônjuges trata o outro como
objeto, e não como pessoa.
Para fazer amor de fato é preciso assumir a atitude oposta, segundo a qual um dos cônjuges diz ai
outro: “A última coisa que desejo fazer é causar a você algum tipo de sofrimento, por isso, por favor me
diga se estou fazendo alguma coisa que provoque dor física. Quero dar prazer a você, e não provocar sofrimento”. Quando essa atitude se manifesta tanto em palavras, quanto em atos, você aprende a
fazer amor, e não apenas sexo.
Sofrimento espiritual
Para um cristão, o sexo tem uma dimensão espiritual. Ao reconhecer o ato sexual como uma dádiva
divina, e o casamento como o cenário adequado no qual Deus deseja que o homem e a mulher aproveitem essa dádiva, o cristão encara o sexo com profundo senso de gratidão ao Criador.
No entanto, essa dimensão espiritual se perde quando um dos cônjuges opta por se afastar de Deus.
Se você é uma pessoa cristã, por um motivo qualquer, seu cônjuge rejeita Deus, é bem provável que
vocês tenham de passar por grande sofrimento. Você percebe que o casal jamais alcançará seu potencial se não puder contar com a aprovação divina.
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Relacionamento sexual abençoado
CAPÍTULO 3
Fazer amor é uma jornada para vida inteira
Tudo na vida está em processo constante de mudança. Nossos desejos sexuais são influenciados por
muitos fatores variáveis. Uma doença pode afetar de maneira radical nossos desejos e nossa capacidade sexual. A chegada dos filhos costuma abalar o equilíbrio sexual do casal. Todos nós enfrentamos
estresse físico e emocional em níveis variados. Períodos de forte pressão na vida podem influenciar o
relacionamento sexual.
Quando o capitão de um navio percebe que não está no curso certo para chegar ao seu destino, ele
precisa ajustá-lo. Da mesma maneira, no casamento devemos de vez em quando avaliar nosso relacionamento no que concerne ao sexo e demonstrar disposição de fazer as correções de curso que se
tornem necessárias. Se nos deixarmos levar pela corrente, a tendência é a de que os conflitos levem a
separação. No entanto, se mantivermos os remos dentro d’água, podemos tomar o caminho que conduz
a plena e mútua realização sexual. É necessário que haja comunicação, sensibilidade e uma decisão
consciente de tornar o casamento a maior prioridade.
Costumamos não prestar muita atenção ao modo como nossas palavras ou nosso comportamento são
recebidos por nosso cônjuge. O mais importante aí é demonstrar sensibilidade diante das reações
emocionais provocadas por nosso comportamento. Se você deseja manter um relacionamento sexual
caracterizado pela intimidade com seu cônjuge, talvez precise mudar alguns padrões de comportamento aprendidos com sua família. Muitos de nós fomos criados em lares nos quais falar alto era considerado normal. Ninguém ficava ofendido com isso. Seu cônjuge, porém, cresceu em um lar diferente.
Talvez tenha sido criado em uma família acostumada a falar baixo, com mansidão, e seu tom de voz
muito alto pode soar agressivo. O marido não pode tratar a esposa da mesma maneira que o pai tratava a mãe e esperar que ela reaja do mesmo modo. Ela é uma pessoa totalmente diferente, e o comportamento dele a afeta de modo bem distinto.
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Relacionamento sexual abençoado
CAPÍTULO 3
A esposa pode falar com sarcasmo, ou então reagir de forma sempre negativa a cada ideia que o
marido apresenta. Trata-se de uma reação natural por que era assim que a mãe dela fazia. Para ele,
porém, esse comportamento é como uma espada em seu coração. Mata a motivação do marido em
termos de comunicação e cria um afastamento entre os dois. A esposa que deseja tornar-se uma boa
“amante” precisa demonstrar sensibilidade diante das reações emocionais do marido a seu comportamento.
Lembre-se: Você não está preso aos padrões de discurso e de comportamento que aprendeu quando
era criança. Como adulto, você tem a capacidade (com a ajuda de Deus) de mudar os padrões prejudiciais ao relacionamento conjugal.
Fazendo do casamento uma prioridade
A conclusão é que ambos precisam fazer do casamento uma prioridade. Apenas essa decisão fornecerá a motivação de que vocês precisam para cumprir a dura tarefa de se comunicar e demonstrar sensibilidade um ao outro. Sob o senhorio de Cristo, vocês decidem pelo tipo de casamento que Deus planejou para sua vida. Percebem que o aspecto sexual do casamento é uma parte extremamente importante da vida conjugal. Por essa razão, vocês se sentem motivados a conversar e ouvir; respeitar as
ideias, os desejos e as emoções um do outro; trabalham juntos para chegar ao ideal divino para o
casamento.
Deus nunca desejou que o sexo fosse colocado no cofre depois da lua de mel, depois do nascimento
dos filhos ou após 15 anos de casamento. Vocês são criaturas sexuais enquanto viverem, por isso precisam relacionar-se sexualmente buscando oferecer prazer um ao outro por toda a vida.
REFERÊNCIAS
CHAPMAN, GARY. Amor e Sexo. Ed. Mundo Cristão, 1998.
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Graça e Perdão
CAPÍTULO 4
A vida a dois não é tão simples. Somos como duas engrenagens diferentes colocadas juntas para
rodar. Antes do casamento era fácil, pois não ficávamos o tempo todo juntos... Mas com a convivência
diária, as duas engrenagens precisam de “graxa”, ou melhor, graça, para suavizar os atritos.
Que é graça? Segundo o dicionário online Aurélio: favor, perdão, benevolência... Segundo o dicionário
da Bíblia de Almeida: A soma de bênçãos que uma pessoa, sem merecer, recebe de Deus {Salmo 84:11;
Romanos 6:1; Efésios 2:7}.
A Bíblia mostra que graça é muito mais que isso. Ela é o próprio Deus em Cristo dado a nós gratuitamente, sem que tenhamos mérito algum. Trata-se de algo exclusivo da era do Novo Testamento. O
evangelho de João descreve que “a lei foi dada por intermédio de Moisés, mas a graça e verdade
vieram por meio de Jesus Cristo” (1:17). Isso significa que quando o Senhor veio, a graça veio, sem Ele
não há graça, ou pelo menos a verdadeira graça. Nele Deus em Seu amor nos alcança, nos salva e nos
supre para cumprirmos Sua vontade e vencermos nossos limites.
Deus sabe que somos limitados, extremamente convenientes e finitos em nossas virtudes como: paciência,
tolerância, perseverança e capacidade de perdoar. Somos até capazes de andar uma milha quando
requisitados, absorver um insulto, ou mantiver as aparências por certo tempo. Conseguimos, até mesmo,
perdoar nosso cônjuge algumas vezes, mas tudo isso com muita limitação! Se nos pedem para andar a
“segunda milha” a paciência acaba; se somos ofendidos novamente, estouramos; se precisarmos resistir
um pouco mais, não aguentamos. Por isso as “engrenagens” da vida conjugal precisam de algo mais
para permanecer juntas e funcionando normalmente, sem desgaste ou “fumaça” de
irritabilidade: graça.
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Graça e Perdão
CAPÍTULO 4
No entanto, o padrão de Cristo é bem diferente. Certa vez Pedro perguntou ao Senhor se perdoar sete
vezes já estava bom. O Senhor Jesus lhe respondeu que ele deveria perdoar setenta vezes sete (Mt
18:21-11).
Podemos adquiri-la em Jesus, a fonte! Isaías 55:1-3a mostra este caminho: “Ah! Todos vós, os que tendes
sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai,
sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso
suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos
manjares. Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá”. O fato de ser sem dinheiro e
sem preço indica que não é por mérito, nem por capacidade. Vinho e leite representam alegria e força.
Pão representa o suprimento necessário para o nosso dia. Assim, quando nos voltamos ao Senhor temos
acesso a tudo isso. E isso é graça!
A condição para obtê-la é reconhecer nossa fragilidade e incapacidade, pois a graça é concedida
aos humildes. A Bíblia diz que Deus resiste o soberbo, mas concede graça ao humilde (Tiago 4:6; 1
Pedro 5:5).
Portanto, para mantermos as engrenagens da vida conjugal, funcionando normalmente, precisamos ser
humildes e ir ao Senhor todos os dias. Se fizermos isso experimentaremos a graça ilimitada de nosso
Senhor, capacitando-nos a andar a outra milha, a perdoar inúmeras vezes e a tolerarmos todas as
situações indesejáveis do cônjuge. Ao chegamos ao limite, ouviremos o Senhor dizer: “A minha graça te
basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Dessa forma experimentaremos o poder de Cristo
repousando sobre nós (2 Coríntios 12:9). Creia e desfrute disso!
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Graça e Perdão
CAPÍTULO 4
A surpreendente graça de Deus!
Uma característica fantástica da graça de Deus é o fato dela sempre nos surpreender. A graça não é
como a lei, ou regras, ou mesmo a lógica, que são sempre previsíveis. A graça sempre consegue ir além
do que se é esperado.
Podemos ver isso na vida de Jesus, dos apóstolos e ao longo da história da igreja. Quando esteve na
terra, a vida, palavras e ações de Jesus sempre surpreenderam. Vejamos alguns casos!
No evangelho de João vemos Jesus indo à cidade dos samaritanos, chamada Sicar, a fim de se encontrar com uma mulher que, pelo seu modo de vida, vivia insatisfeita (João 4:5-30). Ali, junto a um poço,
conhecido como a fonte de Jacó, Jesus se assentou e esperou aquela mulher se aproximar para lhe
pedir água. Imaginem a Fonte de água da vida e de tudo que precisamos: alegria, paz e amor pediu
para aquela mulher dar-lhe de beber. Certamente ela ficou surpresa, não por saber que Ele era a
Fonte da vida, mas por achar estranho um judeu pedir água a uma mulher samaritana. Mas Jesus,
mesmo sabendo de toda a situação da mulher, de seu passado, de suas várias tentativas para ter um
casamento feliz (ela fora casada cinco vezes e vivia com um homem, que não era seu marido), Ele não
a condenou, nem a julgou, pois sabia que ela precisava não de uma lei, mas de graça, Dele mesmo,
como uma fonte a suprir seu interior com satisfação. Em resumo, a lei nos expõe e a graça nos salva.
Aleluia!
E nós... quantos “casamentos” já tivemos... por que estamos sempre insatisfeitos, ou por que esperamos
que nossos cônjuges possam suprir todas nossas carências... Na verdade, nossa sede é sinal de distanciamento de Deus, de deixarmos Deus com “sede” de nós. Podemos ser religiosos, como a samaritana,
podemos saber “certas” verdades bíblicas, como ela sabia, mas isso não consegue nos transformar, nem
nos preencher. Precisamos nos encontrar com a verdadeira Fonte e PEDIR-LHE a água viva! Faça isso, e
veja, o que acontecerá em seu interior.
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Graça e Perdão
CAPÍTULO 4
Outro exemplo clássico de vermos a surpreendente graça de Deus é a história do filho pródigo (Lucas
15:11-32). Este vivia numa casa abastada, com um pai rico, tendo vários servos à sua disposição, mas
mesmo assim, estava insatisfeito. Assim, chegou um momento que ele pediu sua parte na herança e saiu
de casa, indo para uma terra distante, e lá dissipou tudo o que tinha, vivendo uma vida desregrada.
Quando veio àquele país uma grande fome, começou a passar necessidade, à ponto de até mesmo
desejar se alimentar da comida dada aos porcos. Que situação lamentável! Mas, em certo momento,
depois do orgulho quebrado, da obstinação secar, apareceu a cura para todos os males da insatisfação: o arrependimento. Este rapaz, então, reconhecendo que, em sua casa, até os servos viviam
melhor que ele ali, resolveu voltar para a família. Que decisão mais sábia, ainda que dolorosa para o
ego ferido. Ao voltar, o que ele não esperava é que o Pai, ao avistá-lo, de longe, correu ao seu encontro, o abraçou e o beijou. O que é isto? Graça! A graça não faz exigências, não faz um checklist dos
erros cometidos, não joga na cara os desaforos, nem as ofensas... a graça supre, abraça, perdoa, e se
alegra com o arrependimento. Novamente, a lei nos expõe e a graça nos salva. Aleluia!
Quantos hoje também abandonam o casamento, pensando que indo para um lugar distante viverão
dias melhores. Grande engano! O risco de empobrecer em seus valores, de cair nas mãos de pessoas
oportunistas, falsas, e de amargar a alma é muito grande. Mas há uma saída, arrepender-se. Na verdade não precisamos chegar ao extremo da miséria moral e espiritual para nos arrependermos. Devemos
fazer isso ao mínimo sinal de insatisfação. Por outro lado, se estamos cheios da graça de Deus, nossa
atitude mostrará que a casa está sempre aberta para o “filho” arrependido. Se formos pessoas cheias
da graça, a lembrança que nosso cônjuge terá de nós será sempre de amor, suprimento e acolhimento.
E como você é visto em sua casa? Seu cônjuge tem vontade de voltar para casa, ou prefere ficar
longe o máximo possível?
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Graça e Perdão
CAPÍTULO 4
Nesses dois casos vemos a surpreendente graça de Deus! Ele nos ama como somos! Ele é capaz de nos
suprir o que necessitamos! Ele está sempre pronto para nos perdoar quando nos arrependemos! Se tão
somente nos voltarmos a Ele, invocando Seu nome, abrindo nosso coração e confessando nossas carências e faltas, Ele estará sempre pronto para nos suprir com algo que vai além, nos surpreender com
algo mais sublime do que qualquer lógica! A graça de Deus sempre nos levará a experimentar Seu
amor eterno e imutável!
A Importância do Perdão
Em uma determinada palestra para casais, o palestrante perguntou-lhes: “Alguém já mordeu a língua?”
Quase todos levantaram a mão. “Doeu?”, continuou ele... “E o que vocês fizeram? Alguém arrancou a
língua? Ou arrancou o dente? Claro, nenhum dos dois, certo?!” Então continuou: “ Por quê facilmente
alguém morde a língua? É porque ela está bem próxima dos dentes. Dificilmente alguém morderia assim
o pé ou outra parte do corpo. Assim também, marido e mulher, por estarem bem próximos, facilmente se
‘mordem’. Mas, ao contrário do que muitos pensam, o normal deveria ser que o que mordeu, pedisse
desculpas para o que foi mordido; e o que foi ‘mordido’ perdoasse o que ‘mordeu’. Se os dois estiverem
sob o mesmo encabeçamento, isto é, sob o governar de Cristo em sua vida, o pedir perdão e perdoar
deveria estar presente no lar dos casais cristãos. O dicionário Houaiss da língua portuguesa define
perdão como: “remissão de pena ou de ofensa ou de dívida; desculpa, indulto”. Remir, segundo o
mesmo autor, significa “livrar(-se), libertar(-se), resgatar(-se)”.
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Graça e Perdão
CAPÍTULO 4
Afinal, como circulou nas redes sociais, não há pessoas perfeitas e precisamos nos lembrar que não nos
casamos com pessoas perfeitas. Certamente com os anos veremos e sofreremos os erros uns dos outros
e teremos decepções. Ofenderemos com palavras e com ações ou com a ausência de palavras e
omissão de ações. Intencionalmente ou não feriremos ao nosso cônjuge a quem prometemos juras de
amor. Que fazer para curar essas feridas? Somente aplicando o remédio certo conseguiremos curar e
cicatrizar o coração profundamente ferido: o perdão! Sem ele o casamento torna-se um octógono de
iras, mágoas e até de ódio. Com ele, por pior que pareça a “doença” ainda há cura; Por pior que seja
a sujeira, ele é o melhor produto de limpeza por mais trancado que esteja o coração, a liberdade virá!
Se não perdoamos, estamos interiormente causando um grande mal a nós mesmos, um mal que faz espírito, alma e corpo adoecerem e começamos a entrar num processo de autodestruição.
Não é sem razão que o Senhor Jesus nos ensinou a mencionar o perdão na conhecida oração do “Pai
nosso”: “... E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e
não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para
sempre. Amém!” (Mateus 6:12-13). E ainda ressaltou após terminar a oração: “Porque, se perdoardes aos
homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos
homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14-15). Houve
ainda um ensinamento adicional, ao ser questionado por Pedro, um de seus principais discípulos, sobre
quantas vezes se deve perdoar um irmão; Jesus respondeu: “Não te digo que até sete vezes, mas até
setenta vezes sete” (Mateus 18:21-22). Impossível para os homens? Mas não para Aquele que é rico em
perdoar (Isaias 55:7).
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Graça e Perdão
CAPÍTULO 4
O apóstolo Paulo, também não deixou de nos advertir sobre esta importante atitude, principalmente
para nós, os filhos de Deus, e especialmente para os casais que conhecem a Deus e temem a Deus: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade de
humildade de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso
alguém tenham motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo
o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.
Colossenses 3:12-15. Podemos estar com a razão, mas sem perdão não temos paz. O Senhor sempre irá
nos perguntar, quantas vezes já te perdoei? Se não temos força para perdoar, é porque nos falta o
amor de Deus. Se ele estiver acima de tudo, o perdão fluirá de nosso coração. Não se trata de esquecer a ofensa, pois só Deus tem esta capacidade, mas de não sofrer nenhuma dor com a ofensa; não ser
molestado com a lembrança, pois sabe que aquela ferida já foi cicatrizada pela graça de Deus.
A falta de perdão causa em nós raízes de amargura. Elas podem crescer, nos adoecer, fazem mal. Aí já
pode ser tarde demais. Assim, o perdão é um ingrediente indispensável para a vida conjugal. Exercite-o
e desfrute da paz que vem de Deus!
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O Sacerdócio no Lar
CAPÍTULO 5
A Bíblia ensina que Jesus Cristo nos comprou com seu sangue para fazer de nós reis e sacerdotes
(Ap.5:9,10), o que nos faz compreender a visão do sacerdócio universal do crente. Diferente da ideia
pintada pela igreja em séculos anteriores, não temos duas categorias distintas na igreja: o clero e os
leigos. Todos são sacerdotes e deveriam funcionar como tal. As Escrituras Sagradas ainda distinguem
posições de governo dentro da Igreja Local, mas não limita o sacerdócio a uns poucos cristãos. Todo
crente deve funcionar em seu lugar no Corpo de Cristo, e todos têm a responsabilidade de ministrar ao
Senhor, bem como aos homens, em nome d´Ele.
Esta visão tem sido resgatada em nossos dias, e somos gratos a Deus por isso. Contudo, mesmo para
aqueles cujo coração já se encontra aberto a esta verdade, ainda vemos muitos com uma dificuldade:
a de não enxergarem o sacerdócio do lar como algo fundamental.
O Sacerdócio começa no lar
Antes de ser sacerdote na igreja, o homem tem que ser sacerdote na sua própria casa:
“É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher... e que governe bem a
própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar
a própria casa, como governará a Igreja de Deus?)“ (I Timóteo 3:2a, 4 e 5)
Não é porque vai governar a igreja que o bispo tem que ter um bom lar, mas justamente o contrário. O
homem tem que ser o pastor do seu lar; isto é requisito não só para quem ingressa no ministério de
tempo integral, mas é um exemplo de vida cristã. E se a pessoa não cumpre um requisito básico da
vida cristã, então não tem autoridade para ser um ministro à frente da Igreja. Portanto, o
mandamento de ser sacerdote no lar é para todo cristão.
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O Sacerdócio no Lar
CAPÍTULO 5
E isto envolve uma excelente conduta familiar, que depois será cobrada do líder como exemplo para o
restante do rebanho: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísse presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja
irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução,
nem são insubordinados”. (Tito 1:5,6)
O homem, além de ser fiel à sua esposa, deve conduzir seus filhos no caminho do Senhor e numa vida
de santidade, o que exigirá dele não só conselhos casuais, mas todo um acompanhamento, investimento e ministração na vida espiritual de seus familiares. O posicionamento de um homem de Deus sempre
deve envolver sua casa. Este foi o exemplo dado por Josué:
“Mas se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais, se aos deuses a quem serviram
vossos pais, que estavam dalém do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e
a minha casa serviremos ao Senhor”. (Josué 24:15)
O texto acima reflete a responsabilidade de Josué de não apenas buscar ao Senhor, mas servi-lo com
toda a sua família. Quando se trata de família, não existe a história de “cada um por si”. Embora a responsabilidade de cada um diante de Deus seja individual, precisamos aprender a lutar por nossos
familiares, especialmente aqueles que possuem a incumbência de exercer o sacerdócio do lar.
O plano de Deus não é apenas para o homem sozinho, mas para toda a sua família. Quando o Senhor
decidiu julgar e destruir a humanidade nos dias de Noé, não proveu salvação para ele sozinho, mas
para toda a sua família (Gn.6:18). Vemos também que Deus prometeu a Abraão que nele seriam
abençoadas todas as famílias da Terra (Gn.12:3).
Ao tirar Ló de Sodoma, o anjo do Senhor fez com que ele saísse com toda a família (Gn.19:12). No
Novo Testamento encontramos um anjo visitando Cornélio e dizendo que deveria chamar a Pedro,
“o qual te dirá palavras mediante as quais será salvo, tu e toda a tua casa”. (At.11:14).
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O Sacerdócio no Lar
CAPÍTULO 5
E além de todas estas porções bíblicas, encontramos a clássica declaração do apóstolo Paulo ao
carcereiro de Filipos:
“Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e toda a tua casa”. (Atos 16:31)
Deus tem um plano para toda a família. Não quer dizer que porque um se converteu, todos irão converter-se por causa deste texto. Não creio que ele seja uma promessa a todo crente, mas sim que revele
uma intenção de Deus quanto às famílias de uma forma geral.
Vale lembrar que Paulo declarou isto ao carcereiro num momento em que este homem ia se matar. Paulo
não podia vê-lo, pois além de estar dentro de sua cela, a Bíblia diz que eles estavam no escuro. O
apóstolo Paulo teve uma revelação do Espírito Santo para uma pessoa específica, num momento específico. Não posso dizer: - “Ei, Deus! Você prometeu que se eu cresse iria salvar todo mundo lá em casa!”.
Mas posso muito bem orar pelos meus familiares crendo que há um plano divino para a família. Cada
familiar meu tem o direito de escolha, se dirão sim ou não a Jesus Cristo, é responsabilidade pessoal de
cada um deles.
Mas farei de tudo para convencê-los, ensiná-los, cobri-los de oração intercessória e tudo o mais que
for possível. No caso deste carcereiro filipense, o Senhor mostrou de antemão toda a família salva. Mas
para cada um de nós, mesmo se não diga de antemão o que irá acontecer, Deus já revelou seu plano
em sua Palavra para toda a família. E o sacerdote do lar tem uma grande responsabilidade de afetar
o destino dos seus entes queridos.
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O Sacerdócio no Lar
CAPÍTULO 5
O CABEÇA É O RESPONSÁVEL
Na condição de cabeça do lar, o homem é o responsável de quem Deus cobrará o exercício do
sacerdócio. É óbvio que a mulher deve participar exercendo o sacerdócio juntamente com seu marido,
mas a responsabilidade maior não está sobre seus ombros. Muitos maridos se acomodam por ver sua
esposa fazendo bem o seu papel, mas não deveriam agir assim. Por melhor que seja a ajuda da mulher,
o homem tem que fazer a sua parte!
No caso da mulher cujo marido não é convertido, entendemos que ela deve assumir a posição de sacerdotisa sobre os filhos, porém não sobre seu marido. Parece-nos ter sido exatamente o que aconteceu na casa de Timóteo, discípulo do apóstolo Paulo. A Bíblia menciona apenas a mãe dele como
sendo convertida:
“Chegou também a Derbe e a Listra. Havia ali um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia crente,
mas de pai grego; dele davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio”. (Atos 16:1,2)
E além da Bíblia nada falar sobre o pai de Timóteo sendo convertido, ainda mostra que a cadeia de
ensino e discipulado foi sendo transmitida por meio da avó e depois da mãe dele:
“Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria pela recordação de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe
Eunice, e estou certo de que também, em ti”. (II Timóteo 1:4,5)
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O Sacerdócio no Lar
CAPÍTULO 5
Portanto, na falta do homem como sacerdote, ou na incapacidade dele de exercê-lo – por não ser
convertido, por exemplo – a mãe assume este papel, porém sempre em relação aos filhos, nunca em relação ao marido:
“E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade sobre o marido”. (I Timóteo 2:12)
Os pais cristãos devem entender a sua responsabilidade de suprir não só as necessidades materiais e
emocionais de seus filhos, mas também as espirituais. A Palavra de Deus declara que “Herança do
Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão” (Sl.127:3).
Os filhos não nos pertencem, são propriedade de Deus. Ele apenas nos confiou seus cuidados, e um dia
teremos que responder perante Ele por isso. Daremos conta da forma como criamos nossos filhos, e isto
deve trazer temor ao nosso coração, especialmente no que diz respeito à formação espiritual deles.
Não podemos brincar com isto!
Deus está chamando os pais a assumirem um compromisso maior com Ele de ministrar a vida espiritual
de seus filhos. É preciso ministrar-lhes o coração. Desde os dias da Velha Aliança o Senhor já esperava
isto:
“Não te esqueças do dia em que estiveste perante o Senhor, teu Deus, em Horebe, quando o Senhor me
disse: Reúne este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, a fim de que aprenda a temer-me todos os
dias que na terra viver e as ensinará aos seus filhos”. (Deuteronômio 4:10)
No versículo anterior a este, Deus já havia dito: “...e as farás saber aos teus filhos e aos filhos de teus
filhos” (Dt.4:9). Precisamos ministrar a Palavra de Deus aos nossos filhos! Nosso ensino – ou a falta dele –
tem o poder de afetar o resto da vida de nossos filhos; foi Deus mesmo quem declarou isto:
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, a ainda quando for velho, não se desviará dele”.
(Provérbios 22:6)
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O Sacerdócio no Lar
CAPÍTULO 5
Não se trata apenas de dar uma boa educação, mas sim a verdadeira educação. Ensinar-lhes a
andar nas veredas da justiça, nos caminhos bíblicos. Isto também é um mandamento claro e expresso
da Nova Aliança:
“E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”.
(Efésios 6:4)
COBERTURA DE ORAÇÃO
Também vemos na Bíblia que o sacerdote do lar deve cobrir os seus com oração. A Palavra de Deus
nos mostra que Isaque orava a Deus para que abrisse a madre de Rebeca, sua mulher. E Deus ouviu
suas orações (Gn.25:21). As Escrituras ainda nos falam acerca de Jó, que periodicamente chamava
seus filhos para um culto e sacrificava ao Senhor em favor deles, com medo de terem pecado contra
Deus (Jó 1:5).
O homem e mulher de Deus precisam ter um coração e uma vida de oração voltados para cobrir e
proteger a sua família. Vemos este exemplo na vida de Esdras:
“Então, apregoei ali um jejum junto ao Rio Aava, para nos humilharmos perante o nosso Deus, para lhe
pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos, e para tudo o que era nosso”. (Esdras 8:21)
Em I Samuel 30 lemos acerca de Davi e seus homens saindo para a batalha e deixando suas mulheres e
crianças desprotegidas em Ziclague. Enquanto eles estavam fora, os amalequitas incendiaram a
cidade e levaram suas mulheres e filhos em cativeiro. Três dias depois, eles chegaram e se desesperaram
pelo ocorrido. Finalmente, se fortaleceram no Senhor e foram atrás dos seus, conseguindo resgatá-los.
Aprendemos duas lições aqui. Primeiro que precisamos proteger os nossos familiares, cobrindo-os em
oração e não permanecendo distantes deles. Segundo, que algumas vezes nos tornamos descuidados,
e o inimigo pode se aproveitar de nosso descuido. Mas também aprendemos junto que Deus é fiel, e
mesmo quando falhamos, sua misericórdia ainda pode nos ajudar a consertar aquilo em que erramos. 46
O Sacerdócio no Lar
CAPÍTULO 5
O Sacerdócio envolve proteção. Deus nos mostrou isto em sua Palavra desde o início, com o que ordenou a Adão, no Jardim do Éden:
“Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar”. (Gênesis 2:15)
Note que além de cultivar o jardim, o homem deveria também guardá-lo, protegê-lo. Mas guardar de
quem, se nem mesmo Eva ainda havia sido criada? Penso que Deus já estava indicando a Adão que
Satanás, o inimigo de nossas almas, tentaria destruir o que o Senhor estava colocando nas mãos do
homem. Se Adão tivesse protegido a Eva, em vigilância, bem como ministrando-lhe sobre a importância
da obediência ao Senhor, provavelmente aquilo não teria acontecido. Também nós precisamos guardar
e proteger nossas famílias, e isto envolve oração e vigilância, bem como a ministração da Palavra de
Deus em nossos lares.
Muita gente fala da forma maravilhosa como Deus visitou a casa de Cornélio (At.10) com salvação e
enchimento do Espírito Santo. Mas isto não aconteceu de graça. Este homem orava continuamente a
Deus. E onde há uma semeadura de oração, sempre haverá uma colheita da manifestação do poder
de Deus! Se cobrirmos nossa casa de oração, veremos feitos grandiosos acontecendo em nosso favor,
pois o Senhor SEMPRE age num ambiente de muitas orações.
ORANDO JUNTOS
Penso que além de cobrir os familiares com oração, o sacerdote do lar deve proporcionar um ambiente
de oração onde os seus não só recebam oração em seu favor, mas também aprendam a orar. Orar
juntos, em família, como muitas vezes acontecia também com os irmãos da igreja em seu início:
“Passados aqueles dias, tendo-nos retirado, prosseguimos viagem, acompanhados por todos, cada um
com sua mulher e filhos, até fora da cidade; ajoelhados na praia, oramos”. (Atos 21:5)
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O Sacerdócio no Lar
CAPÍTULO 5
Exercer o sacerdócio não é só declarar a Palavra de Deus dentro de casa, mas primeiramente vive-la.
Porém, além de se dispor a ministrar os filhos, e também um ao outro, o casal cristão deve aprender a
prática de orar junto. Não quero dizer orar junto o tempo todo, mas isto deve também acontecer em
suas vidas. Quando o casal ora junto, goza de princípios operando em seu favor que orando sozinho
não se experimentaria. “Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer
coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. (Mateus 18:19,20)
Ao orar junto, o casal aumenta seu “poder de fogo” contra o inimigo, pois no reino de Deus, quando
dois se unem, o efeito não é de soma, mas de multiplicação. É sinérgico! Moisés cantou acerca deste
princípio ao mencionar o que Deus fizera acerca do exército de Israel:
“Como poderia um só perseguir mil, e dois fazer fugir dez mil, se a sua Rocha lhos não vendera, e o
Senhor não lhos entregara”? (Deuteronômio 32:30)
A Bíblia mostra que deve haver sintonia natural e espiritual entre o casal. Desentendimentos vão roubar
deles o poder de unidade nas orações, que por sua vez serão impedidas:
“Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil,
e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas
orações”. (I Pedro 3:7)
A “correria” é um dos maiores inimigos deste tempo de oração que o casal deve ter junto. E cada um
deve aprender a “driblar” suas dificuldades e conseguir praticar este princípio de alguma forma. Não
deve haver vergonha ou críticas quanto à forma de cada um orar. A intimidade no que diz respeito à
vida espiritual precisa ser desenvolvida da mesma forma que a física e emocional.
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O Sacerdócio no Lar
CAPÍTULO 5
O CULTO DOMÉSTICO
Exercer o sacerdócio no lar não requer um horário específico ou dia marcado, é atividade a ser exercida sempre, em diferentes situações. Mas a prática de um culto em família auxilia muito. Devemos desenvolver o hábito de cultuar a Deus em família, o que envolve o ir juntos à Casa do Senhor, como vemos
acontecendo desde os dias do Velho Testamento:
“Todo o Judá estava em pé diante do Senhor, como também as suas crianças, as suas mulheres e os
seus filhos”. (II Crônicas 20:13)
“No mesmo dia, ofereceram grandes sacrifícios e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria; também as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até
de longe”. (Neemias 12:43)
Elcana subia com toda a sua família para adorar ao Senhor (I Sm.1:1-5). Acredito que pais cristãos
devem levar seus filhos à igreja. Mesmo que ela não seja perfeita (e não é, porque não existe igreja
perfeita!), é melhor que eles cresçam num ambiente que exalta ao Senhor e sua Palavra do que num
ambiente mundano que exalta o pecado e os prazeres da carne.
Lemos no Evangelho de Lucas que os pais de Jesus o levaram ao templo para consagrarem-no ao
Senhor (Lc.2:22-24), depois há registros de que o fizeram por ocasião da Festa da Páscoa quando ele
estava com 12 anos (Lc.2:41-43), mas a maior evidência de que Jesus cresceu exposto ao ensino da
Lei na Sinagoga era o conhecimento que ele trazia (como homem) das Escrituras.
Cultuar ao Senhor em família não envolve somente o ir à igreja, mas também pode abranger um culto
familiar na própria casa. Foi exatamente isto que aconteceu na casa de Cornélio (At.10:33). A reunião
familiar também não precisa acontecer apenas dentro de casa. Além dos cultos na igreja, podemos nos
reunir em algum outro lugar (e até mesmo com outras famílias) para buscar ao Senhor (At.21:5).
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O Sacerdócio no Lar
CAPÍTULO 5
A NEGLIGÊNCIA TRARÁ CONSEQUÊNCIAS
Quais as consequências de se negligenciar o sacerdócio em casa? Juízo divino para o sacerdote,
além da evidente rebeldia vida dos filhos. A primeira palavra profética que Samuel proferiu foi contra
alguém que ele certamente amava: o sacerdote Eli, que o criava no templo. E o que Deus disse envolvia a casa dele e sua negligência no sacerdócio familiar:
“Naquele dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado com respeito à sua casa; começarei e o
cumprirei. Porque já lhe disse que julgarei sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele não os repreendeu”. (I Samuel 3:13)
O Senhor trouxe advertências anteriores, mas Eli não deu ouvidos. Deus está falando de negligência,
aqui. Diz que embora conhecesse bem o pecado dos filhos, Eli não os repreendeu. Toda omissão no
sacerdócio do lar sempre trará consequências sérias.
Davi teve problemas com vários de seus filhos, e se você estudar com calma a história dele, perceberá
o quanto ele era negligente em relação a seus filhos. Adonias, assim como Absalão, se exaltou, querendo usurpar o trono. Mas por trás desta atitude de rebelião, a Bíblia mostra a negligência de Davi como
sacerdote em sua casa:
“Jamais seu pai o contrariou, dizendo: Por que procedes assim?” (I Reis 1:6).
Se não queremos sérios problemas futuros com nossos filhos, muito menos a qualidade do relacionamento deles com Deus comprometidos, então precisamos ser sacerdotes dedicados em ministrar e cobrir
suas vidas.
Que o Senhor nos ajude a ordenar nossos passos nesta área!
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CAPÍTULO 6
Planejamento financeiro familiar
O casamento é um grande desafio por si só. Duas pessoas diferentes e com criações distintas que
resolvem viver juntos pelo resto de suas vidas. Diversas questões afligem os casais como a adaptação
da vida a dois, a vida sexual, a chegada dos filhos, o trabalho, jornada dupla, as peculiaridades da
vida moderna, como administrar a vida financeira, dentre outras.
Neste capítulo iremos tratar especificamente do Planejamento Financeiro Familiar. Buscaremos a luz de
Deus para essa questão tão importante e que tem se mostrado um dos maiores desafios dos casais
cristãos da atualidade.
Dentre os pontos que serão trabalhados, veremos: A atitude para com as prioridades, O valor tangível
e intangível do trabalho, Confiar em Deus, O papel essencial das ofertas, Economizar é sinal de
sabedoria, O envolvimento do casal na administração das contas, Praticando o orçamento doméstico.
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Planejamento financeiro familiar
CAPÍTULO 6
1. A ATITUDE PARA COM AS PRIORIDADES
Alguns casais vivem como se a acumulação de riquezas e a aquisição de bens materiais fossem as
coisas mais importantes da vida. Compras satisfazem momentaneamente, ao menos, até que a ansiedade pela nova aquisição tome compra. O fato é que essa atitude pouco contribui para promover a
satisfação no casamento.
Nosso modelo, Jesus Cristo, disse certa vez: “a vida de qualquer não consiste na abundância do que
possui” Lucas 12:15. Um viver baseado nesse versículo com certeza irá impedir testemunhos como: “Vendemos nossa alma para podermos comprar coisas, e agora estamos falidos tanto em termos espirituais
quanto emocionais. Temos muitas posses....mas nossa vida é vazia”.
1. A ATITUDE PARA COM AS PRIORIDADES
A verdadeira satisfação não pode ser encontrada no dinheiro, mas em relacionamentos de amor com
Deus, com o cônjuge, com os filhos e com os amigos. Diante da experiência de crise física e emocional,
todos os seres humanos se equivalem. Alguns têm amigos; outros não. Dinheiro não substitui amizade.
Em que bases estamos construindo nosso casamento? Em Deus, no dinheiro ou em coisas?
Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente,
que edificou a sua casa sobre a rocha; Mateus 7:24.
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram
da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. 1 Timóteo 6:10.
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e
desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. Mateus 6:24.
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Planejamento financeiro familiar
CAPÍTULO 6
1.2. PROPRIEDADE CONJUNTA
No casamento não existe mais “meu dinheiro” ou “seu dinheiro”, mas o “nosso dinheiro”. Que tipo de casamento é esse em que se vive unido fisicamente, se mora em uma mesma casa, se divide as angustias e
sofrimentos, mas, são divorciados nas finanças?
O marido e a esposa devem saber exatamente o que ocorre com as finanças. Não se pode tirar esse
direito do cônjuge, seja qual for o motivo. Todas as decisões devem ser compartilhadas, assim como, as
dificuldades e momentos de angústia.
2. O VALOR TANGÍVEL E INTANGÍVEL DO TRABALHO
O trabalho é um empreendimento nobre. Faz parte do plano divino, e é por meio dele que o casal
supre as necessidades próprias e de seus filhos.
Para o cristão, o trabalho é, de fato, visto como um chamado sagrado. A palavra “vocação” significa
“chamado”. Cada um de nós possui determinados interesses e certas habilidades. Deus espera que os
usemos para o bem da humanidade e, em última análise, para sua glória. Toda boa obra é vista como
uma forma de servir a Deus e, por essa razão, uma atividade sagrada.
2.1. O IMPACTO FINANCEIRO DO TRABALHO SEM REMUNERAÇÃO
Não podemos subestimar o impacto financeiro de tarefas não remuneradas. A pessoa que cozinha as
refeições, lava as roupas, passa aspirador no carpete e limpa os móveis também está causando um
impacto positivo sobre o bem-estar financeiro da família. Recebendo ou não um salário pelas coisas
que fazemos, nosso trabalho exerce uma influência positiva sobre os recursos financeiros dentro do
casamento.
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Planejamento financeiro familiar
CAPÍTULO 6
3. CONFIAR EM DEUS
Confiamos em Deus. O dinheiro deve ser seu servo, nunca seu dono. Você é quem diz ao dinheiro o que
ele deve fazer, e não o contrário.
Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há
mudança nem sombra de variação. Tiago 1:17.
Tudo quanto temos ou esperamos obter um dia constitui uma dádiva divina. Não existe essa história de
pessoas alcançarem o sucesso “sozinhas”.
3.1. FAÇA DE DEUS SEU SÓCIO NOS NEGÓCIOS
Fomos criados para viver em união com Deus. Atingimos o melhor de nosso potencial quando cooperamos com o Senhor. Muitos casais tomam decisões tolas por deixar de incluir Deus nesse processo. Ex:
José era um servo que incluía Deus em suas decisões e afazeres:
E o SENHOR estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio. Gênesis
39:2.
Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava em
sua mão, Gênesis 39:3.
E o carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão dele, porquanto o Senhor
estava com ele, e tudo o que fazia o Senhor prosperava. Gênesis 39:23.
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Planejamento financeiro familiar
CAPÍTULO 6
3.2. FAÇA DO DINHEIRO O SEU SERVO, E NÃO SUA FONTE DE SEGURANÇA
Em contraste com uma vida centralizada em Deus, há aqueles que depositam a sua confiança nos recursos financeiros. O dinheiro se torna sua fonte de segurança. Para essas pessoas o dinheiro é um símbolo de sucesso.
Quando confiamos em Deus, percebemos que algumas coisas são mais importantes que o dinheiro. O
casal sábio fará do dinheiro seu servo. Jamais permitirão que o dinheiro os domine, determinando todas
as decisões.
4. O PAPEL ESSENCIAL DAS OFERTAS
Doar é uma prova de gratidão. Tudo quanto você tem foi dado por Deus. Por causa dessa gratidão,
você pode optar por doar à medida que tem recebido.
Deus não se refere a “doar” simplesmente como um conceito vago. Nada disso: ele declara de maneira
bem específica que seu povo deve doar um décimo de sua renda. A palavra “consagrado” significa
“separado”.
Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor;
santas são ao Senhor. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua
quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará;
mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados. Estes
são os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai. Levítico
27:30-34.
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Planejamento financeiro familiar
CAPÍTULO 6
4.1. VOCÊ SENTE QUE SABE DOAR?
No Novo Testamento Jesus endossa a necessidade de dizimar e ofertar:
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais
o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir
aquelas. Mateus 23:23.
5. ECONOMIZAR É SINAL DE SABEDORIA
Economizar é um sinal de sabedoria. Trata-se de um passo importante e responsável na administração
do dinheiro. Estar preparado tanto para um período de dificuldade quanto para momentos de fartura
é uma virtude.
O casal que economiza uma porcentagem de sua renda com regularidade não apenas conta com
uma reserva de recursos financeiros da qual pode vir a precisar em casos de emergência como
também experimenta a satisfação proporcionada pela certeza de que é bom administrador de seu
dinheiro. Depósitos regulares em popança devem fazer parte dos planos de qualquer casal. O Senhor
Jesus também nos encoraja a poupar:
Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos,
para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces,
e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar. Lucas 14:28-30
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Planejamento financeiro familiar
CAPÍTULO 6
6. O ENVOLVIMENTO DO CASAL NA ADMINISTRAÇÃO DAS CONTAS
JUNTOS, marido e mulher devem desenvolver um planejamento para lidar apropriadamente com suas
finanças.
O fato é que você já está envolvido em um orçamento, mesmo que não se dê conta disso. Um orçamento nada mais é que um planejamento para lidar melhor com as finanças.
Alguns casais tomam uma estratégia arriscada: gastam o dinheiro antes de ganhá-lo. Assim, tudo é adquirido por meio de cartões de crédito, e eles fazem pagamentos mensais de acordo com o que lhes
sobra.
Uma vez que vocês tenham acordado a respeito de um planejamento de como utilizar o seu dinheiro,
está na hora de um dos dois assumir o papel de contador, ou seja, cuidar das contas da casa. Em
geral deve ser o membro mais qualificado. Isso não significa que a pessoa escolhida para tomar conta
desse quesito seja a única a tomar decisões financeiras.
Quando um dos cônjuges cuida das contas e o outro permanece desinformado, isso pode desenvolver
uma mentalidade do tipo pai e filho na relação dos dois. Isso é prejudicial ao relacionamento conjugal.
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Planejamento financeiro familiar
CAPÍTULO 6
7. PRATICANDO O ORÇAMENTO DOMÉSTICO
• Anote todas as despesas;
• Saiba exatamente qual é a receita (entradas) mensal do casal;
• Divida as despesas por 2 grandes grupos: FIXAS e VARIÁVEIS
- Fixas: não variam (ou muito pouco) ao longo do ano: aluguel (prestação), energia, telefonia,
compra mensal (supermercado), educação, secretaria do lar, plano de saúde, etc;
- Variáveis: sofrem variação e podem ser excluídas do orçamento (mesmo que por um período de
tempo): roupas, restaurantes e lanches, viagens, etc.
• Subtraia as Receitas das despesas (Fixas + Variáveis), qual o saldo?
• Faça um planejamento para as compras;
• Poupe dinheiro;
• Jamais deixe de dizimar e ofertar ao Senhor.
REFERÊNCIAS
CHAPMAN, GARY. Amor e Lucro. Editora Mundo Cristão, 2010.
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Cônjuges e Filhos
CAPÍTULO 7
Nosso desejo nesse capítulo não é tratar sobre criação de filhos, embora ofereçamos dicas valiosas
para os pais. Também não é nenhum tratado sobre o casamento, apesar de fazermos algumas observações sobre esse assunto. Na verdade, trata-se de uma abordagem sobre a seguinte questão: “Como
devemos fazer para manter o vigor do nosso casamento, agora que temos filhos?”.
Este material surgiu de uma experiência que tivemos há algum tempo com um jovem pai que estava
triste e nos relatou o seguinte:
— Minha esposa me trocou.
— Como assim? — perguntei.
— Ela me trocou pelo nosso filho... Casamos cinco anos atrás, no início, tudo era maravilhoso. Ambos
queríamos ter um filho e estávamos de acordo que já era hora. Mas, se eu soubesse que tudo isso
aconteceria, nunca teria concordado.
— Não entendo o fato de você dizer que seu filho acabou com o seu casamento? — insisti.
— Não existe mais um casamento — respondeu ele. — A vida dela é para nosso filho. É como se nós dois
tivéssemos deixado de existir. Parece que, quando nos tornamos pais, perdemos nossa identidade como
marido e mulher.
— E quanto ao relacionamento sexual? O que aconteceu?
— Não existe. Talvez nos tenhamos relacionado sexualmente duas ou três vezes desde que o bebê
nasceu.
— Qual é a idade do bebê agora?
— Ele fez um ano — disse ele.
— Você já conversou com sua esposa sobre o que está sentindo?
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Cônjuges e Filhos
CAPÍTULO 7
— Tentei conversar, mas é difícil falar com ela. Minha esposa diz que não entendo como é difícil conciliar a criação de um filho e o trabalho.
Após essa conversa, olhei para meu casamento e busquei entender o que eu e minha esposa tínhamos
feito de diferente em relação a esse ponto. Lembrei que quando tínhamos apenas um ano de casados,
tivemos a oportunidade de ir para nosso primeiro encontro de casais. Nesse encontro, um servo de Deus
nos falou da vida conjugal nos três aspectos da vida humana: Corpo, Alma e Espírito. Recebemos muita
ajuda nesse encontro. Em uma de suas mensagens, o palestrante perguntou quem gostaria de aprender
o segredo para ter filhos com boa saúde emocional e que amam estar em casa. Nesse momento, houve
um silêncio profundo no auditório. Todos queriam aprender que segredo milagroso era esse... Então o
palestrante disse: “Sejam um casal que se ama”. Nessa hoje eu disse: “Como assim... é só isso?”. Ele complementou: “Quando um casal se ama verdadeiramente, sua vida faz com que os filhos aprendam a
admirar seus pais. Nada faz um filho mais feliz do que dizer: meus pais se amam! E isso gera um ambiente cheio de justiça, paz e alegria dentro de casa. Sabe o que é isso? O Reino de Deus – Rm14:17.
Aprender isso no início do meu casamento fez toda a diferença na minha relação conjugal e na
criação das minhas filhas.
Voltando a experiência deste casal que relatei, eu sabia que aquele não era um fenômeno isolado.
Ouvi muitas histórias parecidas nos últimos quinze anos, período em que trabalhei no aconselhamento
de casais que enfrentavam crises em seu relacionamento conjugal. Também sabia que a esposa daquele homem se sentia tão frustrada quanto ele; que também lutava para dar conta da pressão de ser
mãe e esposa ao mesmo tempo. Um servo de Deus, que realizava uma palestra, relatou que foi abordado por uma jovem senhora que tinha o semblante muito sério.
— Quando o senhor vai começar a falar sobre como os filhos influenciam o casamento? — perguntou-me.
60
Cônjuges e Filhos
CAPÍTULO 7
A princípio, achei que aquela pergunta era simplesmente um argumento para puxar uma conversa em
tom bem mais pessoal, por isso respondi com outra questão:
— Por que você pergunta isso?
— Estou confusa — respondeu ela, apontando para o texto de Salmos 127. — Aqui na Bíblia diz que “os
filhos são herança do Senhor”, “como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles”. Isso pode ser
motivo de felicidade para o homem, mas não para a mulher. Eu achava que, quando meu filho nascesse,
isso me uniria mais ao meu marido e que ambos seríamos felizes. O que aconteceu conosco, porém, foi
exatamente o oposto. Desde a chegada do bebê, nosso casamento está se deteriorando.
Garanti a ela que não estava sozinha em sua frustração; que muitos casais reconhecem que os primeiros dezoito meses posteriores ao nascimento de um filho constituem o período mais difícil do casamento.
Mães com filhos pequenos costumam se sentir solitárias e sobrecarregadas. Elas não sentem mais o
desejo e o apreço do marido. É muito comum acharem que perderam sua capacidade de atrair o
companheiro.
— Meu marido não entende por que me sinto tão cansada. Ele reclama porque deixei de fazer tortas
de cereja. Eu passo o dia inteiro lidando com fraldas sujas, limpando vômito de bebê, e ele ainda reclama porque não faço mais as tortas de cereja.
Muitos pais de crianças pequenas se consideram negligenciados pela esposa, como se ela deixasse
de gostar do marido ou diminuísse seu interesse por ele. Esses homens acham que perderam o posto de
“número 1” na vida da esposa; o bebê passou a ocupar essa posição. Assim, eles se sentem ressentidos
— não necessariamente com o bebê, mas por causa da atenção que a esposa dedica ao filho que
chegou. Por isso, pensam: “Ela nunca tem tempo para mim. O bebê está sempre em primeiro lugar. Mesmo
quando eu a convido para sair, fica com medo de deixar o bebê com outra pessoa. Quando quero
alugar um vídeo, ela diz que está muito cansada para assistir. Não sei mais o que fazer”.
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Cônjuges e Filhos
CAPÍTULO 7
Por que esse tipo de crise no casamento é tão comum? Porque uma quantidade imensa de conflitos
potenciais completamente novos surge entre os cônjuges quando uma criança nasce.
Um filho significa mais trabalho. E quem vai realizar esse trabalho, a mãe ou o pai?
Mais trabalho significa menos tempo. E quem vai sacrificar seu tempo, a mãe ou o pai?
Mais trabalho significa mais dispêndio de energia. E quem vai gastar suas energias com o bebê, a mãe
ou o pai?
Um filho significa mais despesas. E de onde virá o dinheiro? Daquele que vocês haviam separado antes
para gastar em lazer e jantares românticos?
Pesquisas mostram que a mulher sente mais o impacto da chegada de um filho nos primeiros seis meses
de vida da criança. É nessa época que ela tenta se adequar às novas demandas de tempo e energia, ao passo que o pai reconhece mais intensamente o impacto do nascimento do filho sobre o casamento na faixa de seis a dezoito meses de idade da criança. Durante esse período, o marido percebe
que a esposa fica mais crítica e menos paciente, além de evitá-lo sexualmente.
Além disso, infelizmente, o impacto dos filhos sobre o casamento não chega ao fim quando a criança
completa dezoito meses de idade. J. eE.estiveram em meu consultório em busca de ajuda para a filha
deles, uma adolescente de catorze anos. Depois de falar rapidamente sobre os problemas que estavam
enfrentando com ela na escola, admitiram que a principal razão para me procurar era o fato de o
casamento dos dois estar passando por um momento de crise. “Parece que, quando se trata de Julie,
discordamos em quase tudo. Nossas divergências sobre como criá-la nos levaram a brigar o tempo
todo. Nenhum dos dois gosta disso, mas não sabemos o que fazer a respeito. Ao que parece, todo dia
há um motivo novo para discutirmos por causa de alguma coisa relacionada a Julie”.
De vez em quando, pergunto aos casais que atendo:
— Como era o casamento de vocês antes do nascimento dos filhos?
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Cônjuges e Filhos
CAPÍTULO 7
Costumo receber respostas como esta:
— Era bom. Enfrentávamos algumas dificuldades, mas acreditávamos que um filho nos uniria.
Não espere que um bebê determine o sucesso do casamento; a criança não pode ser responsabilizada por isso. Os filhos não são o fator decisivo para o sucesso nem para o fracasso de uma união conjugal. A única coisa que podem fazer é revelar problemas que já existiam antes de eles nascerem. Um
estudo de dez anos conduzido por Carolyn e Philip Cowan mostrou que “a informação mais importante
para prever o comportamento dos homens e das mulheres quando se tornarem pais é identificar sua
maneira de agir antes de iniciar a jornada da criação dos filhos”.
O fato é que a criação de filhos é um empreendimento conjunto que exige comunicação, compreensão,
amor e a disposição de assumir um compromisso. Casais que não desenvolvem essas atitudes e habilidades antes do nascimento dos filhos não podem acreditar que as assimilarão de uma hora para
outra, assim que o primeiro bebê nascer.
Alguns casais vivem um bom relacionamento conjugal antes do nascimento dos filhos, mas, cinco anos
depois, marido e mulher percebem que passaram tanto tempo sendo “bons pais” que acabaram permitindo que a própria relação deteriorasse. Esse tipo de situação não acontece da noite para o dia
nem é resultado de um conflito aberto. Na verdade, trata-se de um processo gradual de deterioração
da intimidade provocado pela falta de tempo de qualidade, de demonstrações de amor e de comunicação. Em casamentos assim, o tempo necessário para a restauração é, em geral, bem curto, visto que
o marido e a mulher já mantinham um bom relacionamento que foi prejudicado. Quando um cônjuge
demonstra preocupação pelo outro, é provável que ambos concordem em fazer uma correção de
curso, e assim o casamento volta aos trilhos.
Em contrapartida, para os casais que já desenvolviam padrões perniciosos de relacionamento antes
da chegada dos filhos, a estrada que conduz à restauração será muito mais longa.
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Cônjuges e Filhos
CAPÍTULO 7
As mudanças necessárias — resolução dos conflitos, comunicação eficiente, tolerância quanto às diferenças, a busca por compromisso, e não por conquistas pessoais, e manifestações de amor por meio de
linguagens que o cônjuge consegue compreender — exigem habilidades que levam tempo para ser
desenvolvidas. No entanto, devo acrescentar que nunca é tarde demais para começar. Qualquer casal
pode aprender a fazer isso, desde que marido e mulher se sintam motivados para tal.
É possível que você também esteja em busca de respostas para a seguinte pergunta: “Como manter o
vigor de nosso casamento, agora que temos filhos?”.
Pesquisadores da Universidade de Gotemburgo decidiram analisar algumas das razões para isso e
realizaram uma pesquisa que incluiu 452 casais com crianças pequenas.
Usando as estatísticas dos divórcios de 2012, os pesquisadores descobriram que em média, os pais se
separavam quando o primeiro filho tinha quatro anos e 8 meses.
Entre os adultos que se submeteram ao estudo, 23 casais haviam se separado depois de quatro anos,
e 16 casais depois de oito anos.
Os pesquisadores descobriram certos fatores comuns entre aqueles que se separaram — muitos casais
decidiram separar-se porque começaram a sentir-se cada vez mais insatisfeitos, passaram a discordar
cada vez mais e a sentir que faltava uma verdadeira conexão em suas vidas sexuais cerca de 6 meses
após o nascimento.
Os pesquisadores sugerem que os casais podem combater isso fazendo um esforço para serem mais
íntimos, mantendo uma vida sexual satisfatória e compartilhando a responsabilidade pelas crianças.
“Quando os filhos chegavam aos quatro anos, os níveis de sexualidade e sensualidade dos pais já estavam em baixa constante, e isso foi observado tanto entre os casais que se separaram como entre
aqueles que continuaram juntos", disse Malin Hansson da Universidade de Gotemburgo.
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Cônjuges e Filhos
CAPÍTULO 7
O que podemos aprender com isso? Onde está a raiz desse problema?
A primeira coisa que precisamos considerar é o que é o casal aos olhos de quem inventou o casamento: Deus. Ao estabelecer a união de homem e mulher, Deus disse: Portanto deixará o homem o seu pai e
a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. Gênesis 2:24
Esse texto bíblico mostra a importância que marido e mulher devem dar um ao outro. Marido e mulher
são UM! E essa é a união que nunca deverá ser desfeita! Nenhum texto bíblico diz que esposa e filhos
se tornam um. Ou que deverão ser inseparáveis. Não! O curso natural da vida fará com que pais e
filhos se separem, e, quando isso acontecer, quem irá sobrar?
Não é de se admirar que muitos casais aparentem ser estranhos dentro de casa quando os filhos se
casam ou saem do “ninho paternal”. Lembro de um filme que assisti um tempo atrás que relatava a história de dois homens com câncer em fase terminal. Um deles, ao relatar o casamento disse: “Eu e minha
esposa éramos um casal apaixonado. Mas um dia vieram os filhos, e, a partir daí nos tornamos pais.
Fomos bons pais durante anos. Mas quando nossos filhos saíram de casa começamos a perceber que
tínhamos desaprendido a ser marido e mulher”. Você entendeu? Quando os filhos nascem, não precisamos deixar de ser marido e mulher para ser pais. Não! Precisamos continuar sendo marido e mulher e
acrescentar a nova função de pais.
Isso é de vital importância para o casamento!!! Já vimos que os filhos não unem o casal e nem são a
razão para manter o casamento. Marido e mulher precisam se amar e ter a relação conjugal como
prioridade dentro de casa.
Ao longo de todo esse tempo servindo e cuidando de casais, uma coisa me chamou muita atenção.
Casais que se priorizam, que se amam e que servem a Deus juntos, geralmente apresentam filhos com
emoção mais saudável e que amam o ambiente familiar.
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Cônjuges e Filhos
CAPÍTULO 7
Esse testemunho de amor e cuidado mútuo é uma das mais eficientes pregações do evangelho para os
de casa. Nossos filhos, mais do que ninguém, sabem o que somos e o que fazemos. Não é de se admirar
que muitos filhos não queiram seguir o evangelho nos dias atuais. O que eles têm visto dentro de suas
casas? O fluir da vida de Deus que gera amor e cuidado entre os pais, ou um casal que se suporta e
que procede de uma forma em casa e de outra nas reuniões da igreja?
Isso é muito sério!!!
Lembre-se: Tudo o que é importante tem lugar em nossa agenda!
O casal precisa dispor de tempo para cultivar sua intimidade e manter o amor e cuidado preservados
na relação. Também deve ter um tempo separado para dar a devida atenção aos filhos sem que isso
tome o tempo que pertence apenas aos cônjuges.
Isso fará de nossas casas um verdadeiro “paraíso” e preservará nossa relação firme e cheia de amor.
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Cultivar e Guardar o jardim
CAPÍTULO 8
A figura do jardim na Bíblia possui um significado muito importante para a vida cristã. No livro de Isaías
o povo de Deus é comparado a um jardim: “Porque o SENHOR tem piedade de Sião; terá piedade de
todos os lugares assolados dela, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão, como o jardim do
SENHOR; regozijo e alegria se acharão nela, ações de graças e som de música” (51:3) e “O SENHOR te
guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como
um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam” (58:11). Esse ambiente do jardim é
o lugar onde Deus cuida dos Seus com prazer, cultivando e fazendo-os crescer.
Já no livro de Cântico dos Cânticos o Noivo compara a sulamita (noiva) como a um jardim fechado,
exclusivo, onde Ele tem todo o Seu gozo e deleite: “Jardim fechado és tu, minha irmã, noiva minha, manancial recluso, fonte selada.” (4:12) e “Ah! Venha o meu amado para o seu jardim e coma os seus
frutos excelentes!” (4:16).
No Novo Testamento vemos que o Senhor Jesus, enquanto vivia na terra, por diversas vezes estivera
com seus discípulos em um jardim próximo ao ribeiro de Cedrom (João 18:1-2), confirmando que a
figura do jardim denota um lugar de intimidade do Senhor para com aqueles mais próximos a Ele.
Deus ama a presença e a comunhão com o homem. Ao criar Adão e Eva, o livro de Gênesis nos mostra
que Deus os coloca em um jardim chamado Éden, onde Ele provê todo sustento, proteção e prazer a
eles. Isso nos mostra que na esfera do casamento e da família também podemos aplicar a figura do
jardim. E no capítulo 3:8 vemos que Deus todos os dias, pela viração do dia, andava no jardim, mostrando o Seu desejo em ter a presença e a comunhão com o homem.
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Cultivar e Guardar o jardim
CAPÍTULO 8
E nesse jardim do Éden vemos que Deus também incumbiu o homem de responsabilidades (Gênesis
2:15). Ele ordenou que ambos deveriam “cultivar” e “guardar” o jardim. Cultivar diz respeito à vida, enquanto guardar diz respeito à autoridade. O homem é o cabeça e a ele foi dada diretamente essa
responsabilidade; a mulher é a auxiliadora do homem nessa tarefa. Quantas casas estão sem vida e
autoridade devido à falta de cooperação entre os cônjuges. Vida e autoridade sempre andam juntas
na Palavra de Deus.
Cultivando o jardim
O ambiente do nosso lar deve ser cheio de oportunidades para que cuidemos uns dos outros, para
que tenhamos boas conversas, refeições, orações e onde nos alimentemos da Palavra de Deus.
Para a realização dessa tarefa é necessário um pouco de conhecimento sobre as necessidades de um
jardim e de técnicas adequadas para o seu cultivo. Podemos então resumir as necessidades do jardim
em quatro itens principais: vida, mão-de-obra, meio ambiente e técnicas adequadas. Como jardineiros
dentro desse jardim que Deus nos deu (casamento e família) precisamos conhecer bem essas
necessidades.
1) Vida
Sem vida um jardim não tem cor, não tem cheiro, não tem graça. E consequentemente torna-se morto.
Para que haja vida é necessário o provedor dessa “Vida”. Deus criou o homem de maneira especial. Ele
o criou com três partes: espírito, alma e corpo. E em cada uma dessas partes, o homem possui necessidades. A fonte das necessidades espirituais, psicológicas e físicas é Deus. Ele é o único capaz de suprir
o homem plenamente. Nele está a Vida!
Em Mateus 13 na parábola do semeador vemos que o Senhor saiu a semear a semente santa. A vida
que está na semente é capaz de germinar, crescer e fazer surgir as plantas em um jardim.
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Cultivar e Guardar o jardim
CAPÍTULO 8
2) Mão-de-obra
O solo na parábola do semeador é representado pelo nosso coração. O nosso Senhor é um exímio
conhecedor de solos e nessa passagem Ele nos mostra quatro tipos de solos que representam a condição do coração do homem. O nosso coração deve ser como a boa terra, onde a semente é capaz
de germinar, crescer e produzir frutos.
Para cultivar um jardim é necessário então conhecer o solo e trabalhar para que nele haja condições
suficientes para o crescimento de vida do jardim. Um jardim não surge de repente. É necessário investir
na remoção de pedras, na aeração, na adubação, na correção dos nutrientes do solo, na semeadura,
na irrigação. Geralmente a posição de trabalho de um jardineiro é de joelhos no chão. É necessário
gastar tempo em oração para cultivar nosso jardim. Nosso Pai é o nosso modelo (João 15). Para o cultivo do jardim precisamos incluir Deus (Eclesiastes 4:12).
3) Meio ambiente
Para o crescimento adequado de um jardim as condições do meio ambiente devem ser adequadas
para cada tipo de planta. Existem plantas que suportam condições extremas, enquanto outras são mais
delicadas. Porém todas possuem necessidades que precisam ser atendidas.
Um das condições mais necessárias para o crescimento adequado de um jardim é a insolação.
Quando Deus criou a terra, Ele também fez dois grandes luzeiros, uma para iluminar o dia e outro para
iluminar a noite. A partir desse dia em diante, foram surgindo as condições necessárias para o sustento
da vida. Por isso temos que rogar ao Pai para que Ele conceda a luz necessária e ideal para o nosso
crescimento. Também para que Ele envie as chuvas que além de suprir o jardim com a umidade necessária, também os nutrientes que junto vem com as chuvas.
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Cultivar e Guardar o jardim
CAPÍTULO 8
“Se andardes nos meus estatutos, guardardes os meus mandamentos e os cumprirdes, então, eu vos
darei as vossas chuvas a seu tempo; e a terra dará a sua messe, e a árvore do campo, o seu fruto. A
debulha se estenderá até à vindima, e a vindima, até à sementeira; comereis o vosso pão a fartar e
habitareis seguros na vossa terra.” (Levítico 26:4-5).
“Terra de que cuida o SENHOR, vosso Deus; os olhos do SENHOR, vosso Deus, estão sobre ela continuamente, desde o princípio até ao fim do ano. Se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que
hoje vos ordeno, de amar o SENHOR, vosso Deus, e de o servir de todo o vosso coração e de toda a
vossa alma, darei as chuvas da vossa terra a seu tempo, as primeiras e as últimas, para que recolhais o
vosso cereal, e o vosso vinho, e o vosso azeite.” (Deuteronômio 11:12-14).
4) Técnicas adequadas
Hoje vivemos em uma sociedade com muitos conceitos instantâneos. Ou seja, muitas coisas devem
acontecer de forma rápida para adequar às necessidades do cotidiano. Mas para um jardim é necessário tempo e dedicação. Tudo tem na sua medida certa, nem a mais, nem a menos. O toque adequado, o manuseio, o cuidado. Da mesma forma as pessoas também possuem necessidades que requer cuidado e constância. Como um regar. Todos os dias e na medida certa.
E até mesmo, torna-se necessária a realização de “podas” nas plantas. Existem vários tipos de podas e
com finalidades específicas. A poda de limpeza consiste em retirar ramos e galhos envelhecidos que
além de reter a circulação adequada, também fazem sombras nos ramos menores bloqueando o
acesso da luz. A poda de formação serve para que a planta um crescimento adequado, crescendo
saudavelmente e ocupando os espaços adequadamente. A poda de produção serve para potencializar o crescimento da planta. Quando ramos maiores são podados, muitos pequenos brotos de
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ramos surgem fazendo com que a planta tenha um crescimento mais forte e mais volumoso.
Cultivar e Guardar o jardim
CAPÍTULO 8
A autoridade no jardim
Guardar diz respeito à autoridade. Conforme mencionado anteriormente, vida e autoridade sempre
andam juntas na Bíblia. Em Números 17 vemos o caso da vara de Arão. Por causa de uma rebelião foi
necessário que Deus mostrasse sobre quem estava a Sua autoridade em Israel.
Para isso, Ele ordenou que cada líder de tribo colocasse sua vara (um pedaço de madeira morta)
diante do testemunho para que a verdadeira autoridade fosse manifestada. E o que aconteceu? A
vara da autoridade floresceu e deu frutos. O que isso significa? Que a verdadeira autoridade que
procede de Deus é resultado do fluir da Sua vida de ressurreição. Somente essa vida faz um pedaço
de madeira morta (o homem) frutificar e ser Sua autoridade.
Portanto, aquele que guarda o jardim, deve exercer a autoridade de Deus para impedir que coisas
negativas entrem em suas casas. Eles devem ser verdadeiros guardas que vigiam o tempo todo para
que o ambiente maravilhoso do Éden não se perca no lar.
Precisamos verificar como estão os “muros” de nossa casa. Seu lar está protegido? O livro de Neemias
relata algo de extrema importância e que precisa nos encorajar. A cidade de Deus estava desprotegida, assolada. Os muros de Jerusalém estavam derrubados. Então o povo decidiu trabalhar para restaurar a segurança em Jerusalém. Perceba que só há segurança onde há trabalho! Não construímos os
muros assistindo televisão ou fazendo apenas o que gostamos. Precisamos nos dispor a trabalhar para
que nosso lar esteja seguro.
“E lhes declarei como a boa mão do meu Deus estivera comigo e também as palavras que o rei me
falara. Então, disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra.”
(Neemias 2:18).
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Cultivar e Guardar o jardim
CAPÍTULO 8
Neemias não construiu sozinho. Um lar seguro é resultado da participação de todos. E Neemias, como o
líder dessa obra, soube envolver e encorajar a cada um a participar dela. Como eles participavam?
“Então pus guardas nos lugares baixos por detrás do muro e nos altos; e pus ao povo pelas suas famílias com as suas espadas, com as suas lanças, e com os seus arcos” (Neemias 4:13).
A verdadeira proteção é resultado do trabalho da família!
O inimigo sempre irá buscar oportunidades para minar nosso jardim, e ele usa cada brecha que damos
para isso. Quando fechamos todas as brechas em nosso lar ele fica furioso.
“Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, os arábios, os amonitas e os asdoditas que a reparação dos muros
de Jerusalém ia avante e que já se começavam a fechar-lhe as brechas, ficaram sobremodo irados.”
(Neemias 4:7).
Há um bom exemplo no livro de Jeremias sobre o que o inimigo pode fazer quando abrimos uma
brecha. Isso mesmo, uma ÚNICA brecha. Vejamos:
“Era o ano nono de Zedequias, rei de Judá, no mês décimo, quando veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, e todo o seu exército, contra Jerusalém, e a cercaram; era o undécimo ano de Zedequias, no
quarto mês, aos nove do mês, quando se fez uma brecha na cidade. Então, entraram todos...” (Jeremias
39:1-3).
Na cidade que Neemias e o povo de Deus estavam restaurando os muros e fechando as brechas, anos
antes havia sido destruída porque uma brecha se abriu. Isso é muito sério e deve nos levar a refletir.
Estamos abrindo alguma brecha nos nossos lares?
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Cultivar e Guardar o jardim
CAPÍTULO 8
E o que acontece quando fechamos todas as brechas? Em Neemias capítulos 7 e 8 vemos que após
as brechas serem fechadas o sacerdócio foi restaurado (Esdras), o povo se uniu para louvar ao Senhor
e a Palavra (Lei) foi falada. Aleluia!
Retomando a passagem de Neemias 4:
“Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, os arábios, os amonitas e os asdoditas que a reparação dos muros
de Jerusalém ia avante e que já se começavam a fechar-lhe as brechas, ficaram sobremodo irados.
Ajuntaram-se todos de comum acordo para virem atacar Jerusalém e suscitar confusão ali. Porém nós
oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite.” (7-9).
Como aqueles que guardam o ambiente do lar, devemos ser pessoas que oram, vigiando a todo tempo
e não permitindo que as brechas que possam surgir sirvam de entrada para o inimigo entrar e destruir
o nosso jardim.
Que o nosso casamento, a nossa família e o nosso lar seja um lugar de desfrute e prazer para Deus,
nosso cônjuge, nossos filhos e a todos os que o Senhor colocar próximos de nós.
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CAPÍTULO 9
Não seja obstáculo para o seu cônjuge
Podemos dizer que esse é um assunto crucial para os dias de hoje. Enquanto o sucesso da vida conjugal está ligado diretamente à comunhão e parceria do casal, a cada dia vemos mais pessoas entrando no casamento e mantendo sua individualidade intacta diante do relacionamento a dois. E como se
isso não bastasse, ainda surgem disputas internas que envolvem tanto as decisões do lar como o
sucesso na vida profissional. Não é de se admirar que muitos casais estejam em crise devido a esses
problemas.
Uma das coisas mais difíceis para o homem é admitir que está errado.
Uma das coisas mais difíceis para mulher é aceitar que seu homem fracasse.
Os cônjuges nem sempre serão perfeitos, nem serão sempre bem sucedidos. Os cônjuges fracassam. E
quando fracassam não precisam de condenação e justificação, apenas aceitação. Aceitar seu cônjuge quando ele erra, aceitar suas fraquezas, aceitar as decisões que ele/ela toma mesmo quando você
sabe que elas não vão dar certo, é a medida de sua própria fé e confiança em Deus.
Não existem cônjuges perfeitos. Desejar um cônjuge perfeito é desejar, mesmo sem perceber, não confiar
em Deus.
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Não seja obstáculo para o seu cônjuge
CAPÍTULO 9
Estamos sendo Transformados?
O velho ditado "por trás de todo o grande homem existe uma grande mulher" muitas vezes é verdade.
No entanto, isso não significa que ela controla a vida do marido para que ele seja bem sucedido. Na
realidade, isso quer dizer que ela o apoia nos momentos de fracasso.
Querer que Deus transforme sua esposa é um desejo válido, mas o marido tem que querer a transformação para si próprio na mesma medida em que quer para a esposa. “Porque com o juízo com que
julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” - Mt 7:2.
As mulheres podem ajudar a mudar os hábitos dos homens, mas apenas Deus pode mudar a natureza
deles. Quando o homem tenta mudar a natureza da mulher, ele está usurpando o lugar de Deus.
As vezes o homem tem que tomar decisões difíceis em áreas como a profissional ou sacerdotal, por
exemplo. A esposa pode facilitar ou complicar a situação. Pode ser fonte de alegria ou de aflição,
conforme a atitude e a aceitação - ou não - que demonstrar em relação à mudança.
Às vezes a esposa percebe a vontade de Deus para a vida de sua família por meio do marido. Ela
tende a acreditar na capacidade de discernimento do marido. Tende a aceitar que o que ele pensa
ser o melhor para ele também o é para ela. Na verdade, quando se trata de fazer mudanças, é necessário mais fé para a mulher do que para o marido. Além de confiar em Deus, ela tem também que confiar
que Deus está atuando na vida do marido. E isto levará a mulher a desenvolver mais relacionamento
pessoal com Deus.
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Não seja obstáculo para o seu cônjuge
CAPÍTULO 9
“Em minha experiência, posso testemunhar o quanto é importante o apoio e parceria do cônjuge nos
momentos de mudança. Por causa da minha profissão, sofro constantes mudanças, e, por causa disso, já
tive que mudar de estado mais de duas vezes. Em todas elas sempre contei com o apoio incondicional
de minha esposa. Isso fez toda a diferença no meu trabalho e no meu serviço a Deus. Nunca a vi reclamando ou vindicando algo para si. Ela simplesmente abdicou de sua carreira por perceber que esse
seria o melhor para nossa família. Tenha certeza que o meu sucesso profissional é tanto meu como dela.
Acredito que meu crescimento espiritual é fruto do que ela fez e faz todos os dias: me apoia!”
Parceiro/a ou Obstáculo?
Ser parceiro implica em ceder, ser obstáculo implica em tomar, impedir ou ser egoísta. A Bíblia nos diz
que temos que preferir uns aos outros em honra. Isso significa ceder.
Muito bem, mas o que estamos cedendo?
É muito comum encontrar casais vivendo o que chamamos de "queda de braço" conjugal. Isso geralmente acontece quando marido e mulher passam a defender suas vontades pessoais. "Se ela não fizer
o que eu quero não farei o que ela gosta". E assim, o casal passa a viver em uma constante luta de
ego onde quem perde é o casamento.
"Se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir" Mc 3:25 Quer acabar
rapidamente com um time forte? Não precisa atacar seus pontos fracos. Basta fazer cada membro da
equipe atacar o outro.
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Não seja obstáculo para o seu cônjuge
CAPÍTULO 9
O que fortalece qualquer time é a união que existe entre seus membros. A união prioriza o bem comum
acima do bem pessoal, porque o importante é que todo o time saia ganhando, e não somente um de
seus membros. Seu casamento deve usar o mesmo princípio para ser mais forte. Aprendam a trabalhar
em equipe, pois vocês estarão sempre lado a lado. Algumas vezes discordarão, mais isso não precisa
ser motivo para uma briga. Aprenda a abrir mão de qualquer objetivo pessoal pelo sucesso de seu
casamento. Afinal de contas, o que é mais importante: ser feliz ou ter razão?
Outra questão é: Para quem estamos cedendo?
Algumas mulheres, quando assumem o rótulo de donas de casa, realmente te se tornam somente isso. A
casa se torna mais importante para elas do que seu próprio marido. Como a casa é, para ela, mais
importante que a satisfação das necessidades do seu marido, ele passa a sentir que não tem mais nem
esposa nem lar. Então escolhe qualquer outro lugar que possa ser exatamente do jeito que ele quer.
De maneira semelhante, muitos homens não se sentem pais dos próprios filhos porque a esposa se interpõe totalmente entre eles e os filhos. Elas pensam estar agindo bem. Talvez queiram aliviar a pressão
sobre o marido. Mas se colocar entre ele e a casa ou os filhos é uma atitude que fatalmente distanciará o marido da casa e dos filhos.
Uma das maneiras de ceder é "abrindo alas" e ficando de lado. Isso requer santidade, embora uma
boa dose de bom humor também ajude! Como marido/mulher você precisa estar totalmente convicto
de que Deus é o seu salvador, provedor, real supridor de suas necessidades, a fonte de todas as coisas
e que sempre cuidará de você. Uma das maiores armadilhas que temos de evitar é acreditar que nosso
cônjuge, nosso emprego são a fonte de provisão da família, ao invés de olhar para Deus como o genuíno provedor. Se não confiarmos em Deus, quando o cônjuge ou o emprego dele correrem risco o
marido ou a mulher pode enfraquecer o cônjuge devido à falta de fé.
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Não seja obstáculo para o seu cônjuge
CAPÍTULO 9
Certa vez um sábio pregador declarou: "é nos tempo de crise que o nosso verdadeiro fervor espiritual
se manifesta". Quando tudo está indo de acordo com nossas expectativas, podemos orar em Vitória e
crer que possuímos um espírito calmo e pacífico. Mas quando as coisas não se encaixam em nossos
planos, ou fazemos ajustes, ou desabamos, ou nos prostramos de joelhos. Algumas vezes, Deus tem outros
planos! Talvez ele queira usar nosso cônjuge ou mesmo nossos filhos de uma forma para a qual não
estávamos preparados. Nessas ocasiões, só experimentaremos a verdadeira paz em nossa vida se nos
rendermos à vontade de Deus.
O que você deseja ser? O cônjuge pode atrapalhar de diversas maneiras, por exemplos, "jogando
água fria" numa nova ideia de negócio que ela teve ou se recusando a se mudar quando ele tem uma
chance de promoção.
Você precisa começar a trabalhar em si mesmo. Passe mais tempo em oração e lendo a palavra. Não
espere milagres instantâneos. Arrependa-se de qualquer animosidade ou rancor que tiver. Libere-o por
meio do perdão. A mágoa cresce quando a alimentamos. Ela pode se tornar algo grande e monstruoso. Essa é a razão pela qual os casais se separam após 15, 20 ou 25 anos de casado. Com o tempo,
os problemas não tratados vão se tornado infecções graves e insuportáveis, por fim, causam separação.
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Não seja obstáculo para o seu cônjuge
CAPÍTULO 9
10 segredos para um casamento bem-sucedido
Os casais bem-sucedidos são mais aplicados. Eles leem livros, servem juntos, se atualizam e observam
outros casais bem-sucedidos. No entanto, os casais bem-sucedidos contam que também aprendem com
a experiência - tentativa e erro.
1) A felicidade não é a coisa mais importante
Todos querem ser felizes, mas a felicidade vem e vai. Os casais bem sucedidos aprendem a intencionalmente fazer coisas que trazem a felicidade de volta quando a vida os afasta dela.
2) Os casais descobrem que "aguentar firme" é de importância fundamental
Quando as coisas ficam difíceis e os casais não sabem o que fazer, eles precisam se segurar e continuarem presentes para seu esposo/esposa. O tempo é um meio de ajudar os casais a resolverem problemas. O tempo dá oportunidade de reduzir o estresse e superar os desafios.
3) Se você fizer o que sempre fez, terá sempre o mesmo resultado
Os casais sábios aprendem que você deve tentar resolver problemas de forma diferente para obter
resultados diferentes. Normalmente, pequenas mudanças na abordagem, na postura e nas ações fazem
uma grande diferença no casamento.
4) A sua postura é importante
A mudança de comportamento é importante, mas também devemos mudar a nossa perspectiva. Uma
perspectiva ruim resulta em maus sentimentos e más ações.
5) Mudando a sua mente, você muda seu casamento
O modo como os casais pensam e o que cada um acredita sobre seu cônjuge afeta a percepção
que eles têm um do outro. O que eles esperam um do outro e como eles tratam um ao outro é muito
importante.
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Não seja obstáculo para o seu cônjuge
CAPÍTULO 9
6) A grama fica mais verde onde você regar
Os casais bem-sucedidos têm aprendido a rejeitar o ditado "a grama do vizinho é mais verde" - isto é,
a crença de que outra pessoa a faria mais feliz. Esses casais aprenderam que devem investir suas energias em melhorar a si mesmos e seu casamento.
7) Você pode mudar seu casamento, mudando a si mesmo primeiro
Os casais veteranos aprenderam que tentar mudar seu cônjuge é como tentar empurrar uma corda não funciona. Normalmente, a única pessoa que eles podem mudar em seu casamento são eles mesmos.
8) Amar é uma ação e não um sentimento
Cada dia que passa apaga um pouco do "lado bom do casamento", que nos faz sentir bem. As sensações, como a felicidade, flutuam. Mas o amor verdadeiro é baseado nos votos de compromisso do
casal: "na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, ..." - quando nos faz
sentir bem e quando não faz.
9) A luta do casamento normalmente é combatida entre a sua orelha direita e esquerda
Os casais bem-sucedidos aprendem a se recusar a manter ressentimentos, lembrar do passado e se
lembrar de que se casaram com uma pessoa imperfeita - assim como seu cônjuge.
10) Uma crise não significa que o casamento acabou
As crises são como tempestades: barulhentas, assustadoras e perigosas. Mas para atravessar uma tempestade você deve continuar dirigindo. Uma crise pode ser um novo começo. É do sofrimento que os
melhores casamentos e as melhores pessoas surgem.
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CAPÍTULO 10
Reconquistando meu cônjuge
O objetivo desse capítulo é o de fazermos uma reflexão do que aprendemos e praticamos nos primeiros 9 passos. Sendo assim, faremos um resumo, usando todos os capítulos anteriores e aplicá-los na reconquista do meu cônjuge.
De forma didática iremos usar a Figura 1 (página 88) como os passos para reconquistarmos nosso
cônjuge. Posteriormente, iremos descrever cada um dos itens de forma a fixarmos em nossa e mente e em
nosso coração cada uma das etapas. Pedimos que abra seu coração para que o Senhor possa te
mostrar, de modo prático e simples, como reconquistar a sua amada ou o seu varão.
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Reconquistando o seu cônjuge
CAPÍTULO 10
Conhecer o Cônjuge
Nessa seção do capítulo vamos ver algo que é essencial em qualquer relacionamento: conhecer o seu
parceiro. Vimos no primeiro passo que cada um de nós “fala uma linguagem do amor”, são elas: Palavras de confirmação, Qualidade de tempo, Receber presentes, Formas de servir e Toque físico.
É comum que o marido só fale sua própria “linguagem do amor” com sua esposa, e, vice-versa. Ou seja,
se a minha linguagem é Palavras de Confirmação eu tenho uma tendência natural a elogiar minha
esposa e sempre proferir palavras doces para com ela. No entanto, o problema surge quando a linguagem do amor dela é diferente da minha, por exemplo, toque físico. O que ela espera de mim? Com
certeza que eu a abrace mais, que ande de mãos dadas com ela e que ao sair para jantar eu me
assente ao seu lado, praticamente/literalmente grudado nela. Ao falar linguagens diferentes entre si, os
cônjuges ficam frustrados.
Ao falar a linguagem correta do amor do meu cônjuge irá ser alimentado/preenchido o “tanque do
amor” dela(e) e para que esse “tanque” fique sempre cheio é vital que eu conheça e não pratique as
coisas que minam o nosso relacionamento. Ou seja, ações que desagradam, magoam e entristecem o
meu cônjuge.
82
Reconquistando o seu cônjuge
CAPÍTULO 10
Deixe Deus Agir
Uma vez conhecida a linguagem do amor do meu cônjuge e suspendida a prática dos itens que desagradam, machucam e magoam o meu cônjuge, agora é deixar Deus agir. A graça de Deus é vital em
um viver conjugal. Ela é a “graxa” que vai mover as engrenagens que estão paradas e enferrujando. A
lei é prejudicial. Para que a graça tenha caminho em meu casamento preciso ter comunhão intima e
individual com Deus. Preciso gastar tempo orando e jejuando para que nosso Senhor Jesus Cristo possa
agir por meio de Seu Espírito. Quando estiver vazio o meu coração vai estar pronto para liberar o
perdão e pedir perdão. Ambos devem proceder assim: orar, pedir a graça de Deus, se esvaziar, pedir
perdão das ofensas e de tudo o mais que a LUZ de Deus mostrou e não praticar mais tais ofensas.
Lembremos que o pecado é como uma cicatriz. Ao olharmos para ela, a mesma está lá, no entanto, ao
passar a mão não sentimos mais a dor.
Dentro de Casa
Esse bloco é focado no viver dentro de casa, que envolve a presença dos filhos (aos casais com
filhos), o exercício do sacerdócio em casa, o cultivo diário do casamento (jardim) e o relacionamento
sexual.
A chegada dos filhos realmente transforma nosso casamento. É comum que, especialmente, as mães se
dediquem arduamente aos pequenos. Também não é raro que o marido seja “deixado” meio de lado, o
que afeta fortemente o relacionamento. Essa fase inicial é comum e o que não pode ocorrer é que haja
um distanciamento do casal após o crescimento dos filhos. Lembre-se de que um dia os filhos irão crescer e irão embora. Logo, precisamos lidar com essa questão de forma pragmática: o cônjuge chegou
primeiro e não posso deixá-lo sozinho em sua mente arrazoando e se esfriando. É benção e
segurança para os filhos que eles presenciem um “eterno” casal de namorados dentro de casa.
83
Reconquistando o seu cônjuge
CAPÍTULO 10
Nossos filhos precisam ver atos de carinho entre os pais. Eles precisam saber que os pais se amam, se
respeitam e se desejam.
Por outro lado, é papel dos pais exercerem o sacerdócio dentro de casa. Ou seja, é responsabilidade
dos pais e não do serviço de crianças, conduzir seus filhos a Deus. Precisamos viver o evangelho dentro
de casa todos os dias. A vida da igreja também é para ser vivida em casa, dentro das quatro paredes. Deus irá cobrar de cada um de nós não só a salvação dos nossos filhos, mas, também a do nosso
cônjuge. Precisamos, no caso dos homens, conduzir nossa casa ao Senhor e encabeçar nossa esposa
(conforme orienta a Palavra de Deus); e no caso das esposas, infundir Cristo em nossos filhos e ser uma
auxiliadora idônea e totalmente encabeçada/submissa (sob a missão) ao marido.
O casamento é comparado à um jardim. É papel de cada um cultivá-lo. Semelhantemente a um jardim,
as vezes é necessário haver podas e constantemente ser regado. Também precisamos evitar a proliferação de seres estranhos ao jardim, como: insetos, pragas e ervas daninhas. Isso exige vigilância constante e um diário labor.
Por fim, o último item desse terceiro bloco trata do relacionamento sexual. Como vimos no capítulo 3, o
relacionamento sexual é uma benção para o casamento. Trata-se do encontro entre dois corpos, de
uma intimidade profunda e de uma satisfação plena. Precisamos entender que o homem é muito diferente da mulher: o homem sempre está pronto para o ato (se for saudável) e a mulher precisa ser conquistada e sofre a ação e a oscilação de diferentes hormônios ao longo do mês e da sua vida. Isso é de
difícil compreensão por parte do homem. Em geral, o homem procura sua esposa sempre, mesmo quando
há problemas (no trabalho, nas finanças, etc). Ou seja, o sexo é uma excelente válvula de escape para
resolver seus problemas. Já a mulher é totalmente diferente, se há problemas ela não fará sexo. Um excelente caminho para o homem é praticar as linguagens do amor da sua esposa e de noite, haverá
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grandes chances, de colher “frutos”.
Reconquistando o seu cônjuge
CAPÍTULO 10
Ajustes Práticos
O tema finanças está entre os 3 que mais causa divórcios entre os casais. O grande problema é que
em nossa cultura, pouco fomos ensinados sobre organização financeira, que envolve também o habito
de poupar. Trata-se de um tema essencial e um quanto delicado, mas, que precisa ser enfrentado de
frente. Não podemos naufragar nesse quesito.
Vimos no capítulo 6 que é necessário que ambos, marido e esposa, tenham conhecimento das finanças
do casal. Se apenas um toma partido das finanças e deixa o outro de lado, surgirão alguns problemas:
i) o que toma conta das finanças não poderá exigir do seu cônjuge que poupe, ou que economize no
supermercado, na farmácia, no restaurante, etc, pois, você não participa seu cônjuge da real situação
financeira da família; ii) o cônjuge que foi “desprezado” se sentirá inferior, ou até mesmo, que faz parte
de uma relação entre pai e filho.
É comum que um dos cônjuges tenha mais habilidade no trato do dinheiro, logo, é bom que seja esse
que tome conta do dinheiro da família, que seja responsável pela organização, planejamento e pelo
pagamento dos compromissos. No entanto, isso não quer dizer que o seu cônjuge não deva saber o
que está acontecendo com as finanças da casa.
Retomando o capítulo 6, foi-nos mostrado que é essencial que seja adotada uma planilha de controle
financeiro do lar. Precisamos discriminar e diferenciar nossas despesas do lar como: fixas e variáveis, essenciais e supérfluas, etc. Atualmente também há aplicativos financeiros que ajudam na organização de
nossas finanças, por exemplo o Aplicativo “Guia Bolso”. Essa ferramenta compartilha os dados da sua
conta corrente e classifica todas as suas despesas. Também, experimente fazer um curso de finanças
pessoais em órgãos especializados como o SEBRAE.
85
Reconquistando o seu cônjuge
CAPÍTULO 10
Casamento Normal
Nesse último bloco trataremos da questão de não ser um obstáculo para nosso cônjuge, que vimos no
capítulo 9. Não é difícil percebermos que há casais que acabam gerando uma disputa interna, onde
deverá haver um perdedor e um vencedor. Isso é fruto da sociedade moderna, que forçam as pessoas
a se prepararem para o mercado de trabalho e galgarem cada vez mais espaço na sociedade. No
entanto, isso em um casamento é desastroso. Precisamos aceitar e nossos filhos precisam saber que nós,
na nossa caminhada conjugal, profissional e cristã, sofremos momentos de altas e baixas, que fracassamos. Uma das coisas mais difíceis para o homem é admitir que está errado. Uma das coisas mais difíceis
para mulher é aceitar que seu homem fracasse. Os cônjuges nem sempre serão perfeitos, nem serão
sempre bem-sucedidos. Os cônjuges fracassam. E quando fracassam não precisam de condenação e
justificação, apenas aceitação. Aceitar seu cônjuge quando ele erra, aceitar suas fraquezas, aceitar as
decisões que ele/ela toma mesmo quando você sabe que elas não vão dar certo, é a medida de sua
própria fé e confiança em Deus.
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Passo a Passo do Curso
CUIDANDO DO MEU CÔNJUGE
AS LINGUAGENS DO AMOR
ITENS QUE MINAM O RELACIONAMENTO
RELACIONAMENTO SEXUAL ABENÇOADO
CUIDANDO DA MINHA FAMÍLIA
GRAÇA E PERDÃO
O SACERDÓCIO DO LAR
PLANEJAMENTO FINANCEIRO FAMILIAR
CÔNJUGES E FILHOS
CULTIVAR A GUARDAR O JARDIM
ESTABELECENDO O CASAL
NÃO SEJA OBSTÁCULO PARA O SEU CÔNJUGE
RECONQUISTANDO O MEU CÔNJUGE
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CAPÍTULO 10
Para Refletir:
Não existem cônjuges perfeitos. Desejar um cônjuge perfeito é desejar, mesmo sem perceber, não
confiar em Deus.
Precisamos unir forças diante de todas as adversidades que enfrentamos como casal. Já temos o
Opositor (Satanás) para tentar se opor a nós. Precisamos nos momentos de queda, não acusar e sim
ajudar o outro a superar momentos de vale.
88
Anexo 1: Questionário da linguagem para homens;
1
2
3
4
5
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7
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9
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Gostaria que minha esposa me enviasse e-mail ou torpedo apaixonados.
A
Gostaria de receber mais abraço da minha esposa.
E
Gostaria de passar mais tempo sozinho com minha esposa.
B
Gosto de fazer serviços de casa com minha esposa.
D
Receber presentes especiais de minha esposa é algo que me deixa feliz.
C
Uma das coisas que mais gosto é viajar com minha esposa.
B
Gostaria que minha esposa fizesse as compras ou abastecesse meu carro.
D
Gostaria que minha esposa me tocasse mais.
E
Gostaria que minha esposa me abraçasse mais em público.
E
De vez em quando, gostaria de receber uns presentes surpresa da minha esposa.
C
Gosto de sair com minha esposa – mesmo que seja apenas uma ida ao supermercado.
B
Gosto de andar de mão dada com minha esposa.
E
Valorizo os presentes de minha esposa.
C
Adoraria ouvir minha esposa dizer “eu te amo” com mais frequência.
A
Gostaria que minha esposa sentasse perto de mim com mais frequência.
E
Sinto-me amado quando minha esposa me diz: “ Você está bonito”.
A
Gostaria de passar mais tempo junto com minha esposa.
B
Até mesmo o menor presentes da minha esposa é importante para mim.
C
Adoraria ouvir minha esposa dizer: “Tenho orgulho de você”.
A
Quando minha esposa me prepara uma bela refeição me sinto amado.
D
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Gosto muito de fazer coisas com minha esposa, não importa o que seja.
B
Gostaria que minha esposa me dissesse mais palavras de apoio.
A
Coisas pequenas que minha esposa faz significa muito para mim.
D
Minha esposa e eu precisamos nos abraçar mais.
E
Gostaria de ouvir mais elogios da minha esposa.
A
Para mim é bastante significativo receber de minha esposa presentes que gosto muito.
C
Gostaria que minha esposa e eu passássemos mais tempo juntos.
B
Gostaria que minha esposa e eu fizesse afagos nas costas com mais frequência.
E
Gostaria que minha esposa ficasse mais feliz quando realizo uma coisa.
A
Gostaria que minha esposa me ajudasse mais com as tarefas de casa.
D
Nunca me canso dos beijos de minha esposa.
E
Gostaria que minha esposa demonstrasse mais interesse por coisas que gosto de fazer.
B
Gostaria que minha esposa trabalhasse comigo em algum projeto.
D
Gostaria que minha esposa se animasse mais com meus presentes.
C
Adoro quando minha esposa elogia minha aparência.
A
Gostaria que minha esposa não criticasse muito minhas ideias.
B
Não consigo deixar de tocar minha esposa quando ela está perto de mim.
E
Gostaria que de vez em quando minha esposa me ajudasse com algumas tarefas.
D
Gostaria que minha esposa percebesse quando eu estivesse sobrecarregado e me ajudasse.
D
Gostaria que minha esposa pensasse mais em presentes para me dar.
C
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Gostaria que minha esposa me desse atenção total quando conversamos.
B
Manter a casa limpa é importante ato de serviço.
D
Estou ansioso para saber o que minha esposa vai me dar de aniversário.
C
Sei que minha esposa me ama, mas gostaria que ela dissesse isso com mais frequência.
A
Eu ficaria bem feliz se minha esposa me trouxesse um presente de volta de uma viagem.
C
Gostaria que minha esposa me ajudasse com tarefa de casa que não aprecio.
D
Fico chateado quando minha esposa me interrompe.
B
Jamais me canso de receber presentes da minha esposa.
C
Gostaria que minha esposa me ajudasse quando estiver cansado.
D
Gostaria que minha esposa fosse tão animada para sair quanto eu.
B
Adoro fazer sexo com minha esposa.
E
Gosto quando minha esposa traz pequenas coisas de que ela sabe que vou gostar.
C
Gostaria que minha esposa fosse mais incentivadora.
A
Gosto de ver filme com minha esposa.
B
Se eu recebesse um presente de minha esposa, eu me sentiria querido.
C
Não consigo desgrudar de minha esposa.
E
Adoraria que minha esposa me ajudasse com as coisas que tenho para fazer.
D
Ficaria muito feliz se, de vez em quando, minha esposa dissesse coisas como: ” Gosto de você”.
A
Adoro abraçar minha esposa depois de termos ficados longe por um tempo.
E
Quero ouvir minha esposa dizer que acredita em mim.
A
TOTAIS
A:___________ Palavras de afirmação
B:___________ Tempo de qualidade
C:___________ Receber presentes
D:___________ Atos de serviço
E:___________ Toque físico
INTERPRETANDO E USANDO SEUS PONTOS DO PERFIL
Que linguagem de amor recebeu mais pontos? Esta é sua Principal Linguagem de Amor (PLA). Se os
totais de pontos para duas Linguagens de Amor (LA) forem os mesmos, você é “bilíngüe” e tem duas
principais LA. Se tiver uma LA secundária, ou uma cujos pontos estejam próximos da principal, isto significa que ambas as expressões de amor são importantes para você. O ponto mais alto para qualquer LA
é doze.
Embora você possa ter marcado uma LA mais que as outras, tente não desconsiderar essas outras.
Toda vez que você ou sua esposa falar a linguagem um do outro, vocês marcam pontos emocionais. É
claro que ninguém vai manter uma lista de pontos. A recompensa por falar a LA de uma pessoa é mais
um sentimento de que “esta pessoa me entende e se importa comigo”. Com o passar do tempo, este
sentimento se multiplica em uma sensação mais forte de conexão.
Compreender o conceito das LA pode ajudar você a saber expressar eficazmente seus sentimentos
para que sejam recebidos e interpretados como deseja.
92
Anexo 2: Questionário da linguagem para mulheres;
1
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Eu adoraria receber um e-mail ou torpedo romântico de meu marido.
A
Gostaria que meu marido me abraçasse mais.
E
Gosto de ficar sozinha com meu marido.
B
Gostaria que meu marido fizesse alguma tarefa domestica sem que eu precisasse pedir.
D
Adoraria que meu marido me trouxesse um presente do tipo “comprei porque tive vontade”.
C
Gosto de fazer longas viagens com meu marido.
B
Eu me sentiria muito amada se meu marido lavasse as roupas.
D
Gosto quando meu marido me toca.
E
Gostaria que meu marido me abraçasse de vez em quando.
E
Gostaria que meu marido me trouxesse presentes quando viajasse.
C
Gostaria que meu marido compartilhasse minha paixão por irmos a lugares juntos.
B
Gosto de segurar a mão de meu marido.
E
Sinto me amada quando meu marido me dá presentes.
C
Sei que meu marido me ama, mas gosto de ouvi-lo dizer isso.
A
Gosto que meu marido se sente perto de mim.
E
Gostaria que meu marido sempre me dissesse que estou bonita.
A
Passar tempo com meu marido me deixa feliz.
B
Gostaria que meu marido me desse presentes pequenos, mas significativos.
C
Gostaria de ouvir meu marido dizer que se orgulha de mim.
A
Gostaria que meu marido me ajudasse na limpeza sem que eu precisasse pedir.
D
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Gosto muito de fazer coisas com meu marido, não importa o que seja.
B
Gostaria de ouvir mais palavras de apoio de meu marido.
A
Gostaria de que meu marido fizesse coisas gentis e amáveis para mim.
D
Adoro abraçar meu marido.
E
Gostaria que meu marido me fizesse elogios com mais frequência.
A
Gostaria que meu marido me desse presentes mais bem escolhidos.
C
O simples fato de estar perto do meu marido faz que me sinta bem.
B
Gostaria que meu marido me fizesse uma massagem.
E
Gostaria que meu marido elogiasse mais as minhas realizações.
A
Gostaria que meu marido me ajudasse mais com as tarefas que não aprecio.
D
Nunca me canso dos beijos do meu marido.
E
Gostaria que meu marido demonstrasse mais interesse por coisas que são importantes para mim.
B
Sinto me amada quando meu marido me ajuda em meus projetos.
D
Ainda fico entusiasmada quando abro um presente de meu marido.
C
Gostaria que meu marido me elogiasse quando eu realizo meus objetivos.
A
Gostaria que meu marido me escutasse mais e respeitasse minhas idéias.
B
Não consigo deixar de tocar no meu marido quando ele está perto de mim.
E
Gostaria que meu marido se oferecesse para ajudar nas tarefas.
D
Eu ficaria muito feliz se meu marido me ajudasse com as coisas da casa.
D
Eu me sentiria amada se os presentes de meu marido demonstrassem atenção para comigo.
C
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Gostaria que meu marido me desse atenção total quando conversamos.
B
Gostaria muito de que meu marido me ajudasse a limpar a casa.
D
Estou ansiosa para saber o que meu marido me dará de presente de aniversário.
C
Quero ouvir meu marido dizer quão importante sou para ele.
A
Gostaria que meu marido me desse presente com mais frequência.
C
Gostaria que meu marido me ajudasse sem precisasse pedir.
D
Fico chateada quando meu marido me interrompe.
B
Nunca me canso de receber presentes de meu marido.
C
Gostaria que meu marido se oferecesse para me ajudar quando eu estiver cansada.
D
Gosto de ir a qualquer lugar com o meu marido.
B
Gostaria que meu marido e eu nos afagássemos com mais frequência.
E
Gostaria que meu marido me surpreendesse mais frenquentemente com presentes.
C
Os incentivos do meu marido me dão confiança.
A
Adoro assistir filme com meu marido.
B
Gostaria que meu marido me desse um presente fora de alguma ocasião especial.
C
Gostaria muito que meu marido me tocasse mais.
E
O fato de meu marido me ajudar é muito significativo para mim.
D
Gostaria de que meu marido dissesse: “Gosto de você”.
A
Adoro abraçar meu marido quando ele chega em casa.
E
Quero ouvir meu marido que sente minha falta quando saio.
A
TOTAIS
A:___________ Palavras de afirmação
B:___________ Tempo de qualidade
C:___________ Receber presentes
D:___________ Atos de serviço
E:___________ Toque físico
INTERPRETANDO E USANDO SEUS PONTOS DO PERFIL
Que linguagem de amor recebeu mais pontos? Esta é sua Principal Linguagem de Amor (PLA). Se os
totais de pontos para duas Linguagens de Amor (LA) forem os mesmos, você é “bilíngüe” e tem duas
principais LA. Se tiver uma LA secundária, ou uma cujos pontos estejam próximos da principal, isto significa que ambas as expressões de amor são importantes para você. O ponto mais alto para qualquer LA
é doze.
Embora você possa ter marcado uma LA mais que as outras, tente não desconsiderar essas outras.
Toda vez que você ou seu marido falar a linguagem um do outro, vocês marcam pontos emocionais. É
claro que ninguém vai manter uma lista de pontos. A recompensa por falar a LA de uma pessoa é mais
um sentimento de que “esta pessoa me entende e se importa comigo”. Com o passar do tempo, este
sentimento se multiplica em uma sensação mais forte de conexão.
Compreender o conceito das LA pode ajudar você a saber expressar eficazmente seus sentimentos
para que sejam recebidos e interpretados como deseja.
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FIM
Dez passos
para um relacionamento abençoado
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