REDES DE COMUNICAÇÃO E A GLOBALIZAÇÃO1* RESUMO:A

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REDES DE COMUNICAÇÃO E A GLOBALIZAÇÃO1*
Diêgo Pereira Lozi- Universidade do Estado de Minas Gerais- Unidade Carangola
Gabriel A. Tinti de Souza-Universidade do Estado de Minas Gerais- Unidade Carangola
Willian Louze Fonseca-Universidade do Estado de Minas Gerais-Unidade Carangola
Marcos Antônio P. Coelho - Universidade do Estado de Minas Gerais-Unidade Carangola
RESUMO:A Globalização é um cenário que vem se tornando a cada diamais real nos tempos
atuais e um dos fatores que influencia essa maior integração e interação das mais diversas
partes do globo sem duvidas é a evolução das redes de comunicação, sobretudo a internet, que
permite os mais diversos tipos de interação entre as pessoas que vão desde simples conversas
abilionárias transações bancarias. O objetivo deste trabalho se encontra em demonstrar o
papel das redes de comunicação, em destaque a internet, no processo da globalização
destacando sua função de conector de pessoas e corporações em todo o mundo. A
metodologia utilizada na produção deste artigo foi a pesquisa bibliográfica feita em livros,
revistas e monografias. Como resultados obtidos apurou-se que as redes de comunicação têm
influencia direta noprocesso de globalização e que na ausência delas não seria possível a
interação de pessoas á longas distancias e que as mesmas são as responsáveis pela “queda de
barreiras” que impedia a partilha de dados e informações, interação e partilhas essas que são a
essência do “mundo globalizado”.
PALAVRAS-CHAVE: Globalização, redes de comunicação, internet.
INTRODUÇÃO
Pode-se afirmar que a globalização é um procedimento econômico e social que produz
uma relação entre pessoas e nações de todas as partes do mundo. Por meio deste processo, as
empresas,pessoas e governo trocam informações, realizam vários processos financeiros e
comerciais e disseminam aspectos culturais por todas as partes do planeta.
A globalização é um dos métodos usados para o aprofundamento da relação cultural,
econômica, social e política, com a redução de preço dos meios de transporte e comunicação
dos países ao fim do século XX e início do século XXI.
O conceito de Aldeia Global se enquadra neste contexto, pelo fato de estar associado
com o desenvolvimento de uma rede de conexões, que diminuem cada vez mais as distâncias,
facilitando as relações econômicas e culturais de forma eficaz e rápida de forma rápida.
A globalização das comunicações tem sua face mais perceptível na internet, à rede
mundial de computadores, aceitável graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades
privadas da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um fluxo de troca
de idéias e informações sem critérios na história da humanidade.
Se antes uma pessoa estava limitada a imprensa local, agora ela mesma pode se tornar
parte da imprensa e comentar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como motivo de
limitação a barreira linguística.
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* XI EVIDOSOL e VIII CILTEC-Online – Junho de 2014 HTTP://evidosol.textolivre.org
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1 AS REDES DE COMUNICAÇÃO
Quando falamos em redes de comunicação logo associamosa redes de computadores.
Ambas a principio, obtinham maior facilidade para se diferirem, porem com o decorrer do
tempo e evolução das tecnologias da área ambas hoje se encontram inter-relacionadas e quase
impossíveis de se desassociar. Tiveram sua gênese com o advento da telegrafia e do primeiro
telegrafo desenvolvidos pelo americano Samuel Morse em meados do século XIX e foram
posteriormente tendo uma gradual escala de evolução com o advento da Telefonia ,em 1876,
quando Alexander Graham Bell após rixa com dois estudiosos de sua época (Thomas Edson e
Elisha Gray) desenvolveu o primeiro telefone com microfone de magneto-indutivo.
Estabelecendo continuidade à escala evolutiva das redes de comunicação, dez anos
após o advento do telefone, em 1886, Gugliermo Marconi se embasando nos estudos de
Heinrich Hertz desenvolveu o primeiro transmissor de rádio.
Com o lançamento do satélite Sputnik em meados do século XX ocorreu o estopim de
uma nova série de mudanças na história das redes de comunicação: A era das
telecomunicações via satélite. O surgimento da nova tecnologia propiciou grandes inovações
para a época como a transmissão de conversações telefônicas e o sinal da televisão à cores.
1.1 As redes de computadores
Tanenbaum (1997) se refere a redes de computadores como “um conjunto de
computadores autônomos interconectados por uma única tecnologia” e de acordo com
Mendes(2005) uma rede de computadores é formada por um conjunto de módulos
processadores capazes de trocar informações e partilhar recursos, interligados por um subsistema de comunicação, ou seja, é quando há pelo menos 2 ou mais computadores e outros
dispositivos interligados entre si de modo a poderem compartilhar recursos físicos e lógicos,
estes podem ser do tipo: dados,impressoras, mensagens (e-mails),entre outros
Para explicitar melhor a noção de redes digitais, Franco (2008) recorre a Paul Baran
(1964), criador da primeira topologia em rede e que mais tarde se transformaria na internet
que se conhece hoje. Baran instituiu o modelo de redes distribuídas a fim de criar redes mais
robustas de comunicação. Na época, os modelos existentes eram o centralizado e o
descentralizado (Ilustração 4). Esses modelos, criados com pretensões militares para
comunicação, não atendiam a seus propósitos, já que sua topologia não oferecia segurança,
caso um de seus centros fossem desabilitados. Isso faria com que a comunicação fosse cortada
com todos os outros nós da rede. O que não ocorre na rede distribuída, pois mesmo que
alguns nós venham faltar, os outros permanecem conectados, não comprometendo assim a
comunicação entre um nó e outro.
Ilustração 1: Diagramas de Redes
Fonte: Diagramas de Paul Baran (1964), melhorados por Rodrigo Araya e divulgados por David de Ugarte no
livro “O poder das redes” (Porto Alegre: ediPUCRS, 2008)
Segundo Franco (2008), nos três desenhos a FIG. os pontos (nodos) são os mesmos, o
que varia é a forma de conexão entre eles. Redes propriamente ditas são apenas as redes
distribuídas (o terceiro gráfico). As outras duas topologias — centralizada e descentralizada
— podem ser chamadas de redes, mas apenas como casos particulares (em termos
matemáticos). Ambas são, na verdade, hierarquias.
Franco (2008) também mostra que para que redes sejam articuladas, faz-se necessário
conectar pessoas ou redes propriamente ditas, redes distribuídas. Ao conectar pessoas com
interesses iguais, são potencializadas atividades que se realizam em.
Castells (1999, p.498) também colabora ao informar que o conceito de rede parte de
uma definição bastante simples: "rede é um conjunto de nós interconectados”. E assim
postula:
Redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando
novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que
compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou
objetivos de desempenho). Uma estrutura social com base em redes é um sistema
aberto altamente dinâmico suscetível de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio. (p.
499)
Esta definição mostra que nos dias atuais a mudança na forma de organização social
independe das relações de poder centralizado e dominante da era da informação, indicando
que "a nova economia está organizada em torno de redes globais de capital, gerenciamento e
informação" Castells(1999: 499), e que "os processos de transformação social sintetizados no
tipo ideal de sociedade em rede ultrapassam a esfera das relações sociais e técnicas de
produção: afetam a cultura e o poder de forma profunda.” CASTELLS (1999 pag. 504).
2 A GLOBALIZAÇÃO
A globalização se ajeita numa das fases da vida da representação capitalista,
distinguida por alterações ligeiras em distintas ordens, especialmente econômica, política,
ambiental e sociocultural.
Os espaços globais são assinalados por: transformação de territórios nacionais em
espaços nacionais da economia internacional; elevada especialização produtiva;
concentração de produção em unidades menores; aceleração de todas as formas de
circulação e crescente regulação das atividades localizadas; recorte horizontal e
vertical dos territórios; e tensões crescentes entre o local e o global, na medida em
que a globalização avança (SANTOS, 2005,p.148).
O ambiente técnico- científico- informacional é mais uma indicadoradistintiva do atual
artifício de globalização. Nesse contexto,
[...]o meio geográfico em via de constituição (ou de reconstituição) tem uma
substância científico- tecnológico- informacional. Não é nem meio natural, nem
meio técnico. A ciência, a tecnologia e a informação estão na base mesmo de todas
as formas de utilização e funcionamento do espaço, da mesma forma que participam
da criação de novos processos vitais e da produção de novas espécies (animais e
vegetais). É a cientificização e a tecnicização da paisagem. É, também, a
informatização, ou, antes, a informatização do espaço. A Informação tanto está
presente nas coisas como é necessária à ação realizada sobre essas coisas. Os
espaços assim requalificados atendem sobretudo a interesses dos atores
hegemônicos da economia e da sociedade, e assim são incorporados plenamente às
correntes da globalização (SANTOS, 2005, P. 148).
Para MiltonSantos(2005), o meio técnico- científico- informacional é encontrado em
qualquer lugar, muito embora suas dimensões não sejam as mesmas entre os continentes,
países e regiões. No contexto de relações que marca esse meio, prevalecem, sobretudo, os
interesses de atores hegemônicos, pois
[...]é nesse meio que se vêm implantar, tanto no campo como na cidade, as
produções materiais ou imateriais características da época. Em uma fase,
poderíamos dizer que as ações hegemônicas se estabelecem e realizam-se por
intermédio de objetos hegemônicos (SANTOS, 2005, p. 148).
No seu julgamentoa respeito de globalização, Vergopoulos(2005) marca que a ciência
de globalização
[...] aparece hoje como a inevitável referência mítica em toda reflexão econômica,
política e social contemporânea, como peça principal da nova ideologia dominante.
A persistente desaceleração da atividade econômica nas duas últimas décadas, a
aplicação de políticas restritivas e monetaristas, a extinção social com a instalação
do desemprego em massa, da pobreza e das exclusões em larga escala, mesmo nos
países industrializados, são apresentadas pela ideologia corrente como
conseqüências diretas da globalização (VERGOPOULOS, 2005, p. 43).
Para ele, a globalização “apenas maneja a recente degradação das condições de
funcionamento da economia mundial, a exacerbação das disparidades de renda, a
multiplicação das fraturas e exclusões em escala nacional e mundial” (VERGOPOULOS,
2005, p. 44).
Conseqüentemente Santos (2001), quase no final de sua obra, num dos seus últimos
livros,
“Por uma outra globalização”, interpreta “o mundo como fábula, como perversidade
e como possibilidade”, isto é, discute o mundo tal como nos fazem crer: a
globalização como fábula, o mundo tal como ele é de fato: a globalização como
perversidade e o mundo como possibilidade: uma outra globalização.
Ao descrever globalização, Ulrich Beck concretiza que se refere a um período
histórico que surge mediante uma nova veracidade de conexões e relações entre estados e
sociedades. Trata-se, sobretudo, de um
[...] conjunto das suposições fundamentais sob o qual todas as sociedades até hoje
organizaram, viveram e apoiaram sua condição de unidades territoriais mutuamente
separadas. Globalidade significa o desmanche da unidade do Estado e da sociedade
nacional, novas relações de poder e de concorrência, novos conflitose
incompatibilidade entre atores e unidades do Estado nacional por um lado e, pelo
outro, atores, identidades, espaços sociais e processos sociais transnacionais (BECK,
1999, p. 49).
Santos(2005) define a globalização a começar do espaço geográfico, que ele chama de
“espaço da globalização”. Para ele,
[...] a globalização constitui o estádio supremo da internacionalização, a
amplificação em “sistema-mundo” de todos os lugares e de todos os indivíduos,
embora em graus diversos. Nesse sentido, com a unificação do planeta, a terra tornase um só e único “mundo”, e assiste-se a uma refundição da “totalidade-terra”.
Trata-se de nova fase da história humana. Cada época se caracteriza pelo
aparecimento de um conjunto de novas possibilidades concretas, que modificam
equilíbrios preexistentes e procuram impor sua lei. Esse conjunto é sistêmico:
podemos, pois, admitir que a globalização constitui um paradigma para a
compreensão dos diferentes aspectos da realidade contemporânea. [...] como
qualquer totalidade, a globalização só se exprime por meio de suas transformações.
Uma delas é o espaço geográfico. (SANTOS, 2005, p. 145).
3 REDES DE COMUNICAÇÃO X GLOBALIZAÇÃO
Tendo que a globalização se estrutura no contexto de uma nova organização do mundo
capitalista sobretudo nos campos de economia, política, meio ambiente e sociocultural, podese afirmar se embasando nas palavras de Santos(2005) já citadas neste trabalho onde ele diz
que
“A Informação tanto está presente nas coisas como é necessária à ação realizada
sobre essas coisas. Os espaços assim requalificados atendem sobretudo a interesses
dos atores hegemônicos da economia e da sociedade, e assim são incorporados
plenamente às correntes da globalização” (SANTOS, 2005, P. 148).
A globalização que exprime uma idéia de unificação e de rompimento de barreiras e
fronteiras do estado nacional como pode ser enfatizado por Beck (1999, p. 49) “Globalidade
significa o desmanche da unidade do Estado e da sociedade nacional, novas relações de poder
e de concorrência, novos conflitos e incompatibilidade entre atores e unidades do Estado
nacional por um lado e, pelo outro, atores, identidades, espaços sociais e processos sociais
transnacionais.”
E esse rompimento de barreiras está diretamente ligado ao conjunto de nós
interconectados citado por Castells (1999, p.498) no tópico 1 onde o mesmo destaca que
redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando
novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que
compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou
objetivos de desempenho). Uma estrutura social com base em redes é um sistema
aberto altamente dinâmico suscetível de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio. (p.
499)
E essa forma ilimitada de expansão das redes, sempre integrando novos nós citada por
Castells(1999) que permite que a partir do momento que um individuo ou instituição se
encontra dentro dela, não existem limites, não existem fronteiras, para troca de informações, e
caracteriza-se a essência das redes de comunicação dentro da globalização, a queda de
barreiras para o fluxo de informações, o mundo na rede passa ser um só, onde os usuários
interagem e integram-se em constante compartilhamento de dados e informações.
CONCLUSÃO
As redes de comunicação desde a telegrafia de Samuel Morse até os dias atuais,
sempre tiveram um papel “chave’’ na integração das pessoas de diversos locais, facilitando
expressivamente a vida de seus usuários. A evolução das mesmas no decorrer dos tempos foi
de suma importância para que essas facilidades aumentassem de forma gradativa,
principalmente com o advento e evolução das redes de computadores que ao implantar
principalmente o uso de sistemas distribuídos foi rompendo e eliminando limites do número e
da velocidade de informações transmitidas, transformando assim a distancia entre seus
usuários um fator quase nulo para que a comunicação pudesse ser feita, colaborando assim
para uma interação e integração generalizada entre pessoas e instituições das mais diversas
partes do mundo, tornando a comunicação mais segura e eficiente, colaborando decisivamente
com o processo de globalização.
A globalização é um novo modelo de organização do mundo capitalista que envolve
principalmente os setores de economia,política,meio ambiente e sociocultural,onde a principal
característica é o rompimento da idéia de um estado nacional e uma grande integração e
interação sobretudo nas partes econômica e sociocultural, onde o capital e as corporações se
expandem em varias partes do mundo e a informação obtém um fluxo de transmissão muito
rápido colaborando com a interação de pessoas de culturas diferentes, rompendo assim as
barreiras físicas e territoriais, contribuindo também com o fluxo de capital e dados entre
entidades de todas as partes do mundo. Em uma análise simples pode-se apurar que o modelo
de globalização exprime uma unificação de diversas partes do globo interagindo das mais
diversas formas entre si.
Percebe-se, portanto, que as redes de comunicação têm influencia direta no processo
de globalização e que na ausência delas não seria possível a interação de pessoas e entidades á
longas distancias e que as mesmas são as responsáveis pela “queda de barreiras” que impedia
a partilha de dados e informações entre as mesmas, interação e partilha essas que são a
essência do “mundo globalizado”.
REFERÊNCIAS
BECK, Ulrich. O que é globalização? Equívocos do globalismo: respostas à globalização.
Tradução André Corone. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999
FRANCO, Augusto de. Redes são ambientes de interação, não de participação. (2010)
Disponível em: http://escoladeredes.net/ profiles/blogs/redes-sao-ambientes-de. Acessado em:
21/01/2013
LOCATEL, Celso Donizete; Azevedo, Francisco Fransualdo. Espaço, tecnologia e
globalização. -2. Ed. Natal: EDUFRN, 2011.
MENDES, Douglas Rocha. Redes de Computadores, Novatec, 2005.
SANTOS, Milton. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Edusp, 2005.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência.
Universal. Rio de Janeiro: Record, 2001.
TANENBAUM, Andrew S. Redes de Computadores. 3a.Edicao. Editora Campus, Ltda. 1997.
VERGOPOULOS, Kostas. Globalização: o fim de um ciclo: ensaio sobre a instabilidade
internacional. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.
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