SISTEMA NERVOSO E ÓRGÃOS DO SENTIDO: Professora: Sabrina C. da Fonseca SISTEMA NERVOSO CENTRAL: O sistema nervoso é responsável pela maioria das funções de controle em um organismo, coordenando e regulando as atividades corporais. O neurônio é a unidade funcional deste sistema. NEURÔNIO: O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso. Os neurônios comunicam-se através de sinapses; por eles propagam-se os impulsos nervosos. Anatomicamente o neurônio é formado por: dendrito, corpo celular e axônio. A transmissão ocorre apenas no sentido do dendrito ao axônio. SISTEMA NERVOSO CENTRAL: Medula espinhal Cérebro Bulbo ou medula oblonga Cerebelo Ponte MEDULA ESPINHAL: A medula espinhal é o centro dos arcos reflexos. Encontra-se organizada em segmentos (região cervical, lombar, sacral, caudal, raiz dorsal e ventral). É uma estrutura subordinada ao cérebro, porem pode agir independente dele. CEREBRO O cérebro está relacionado com a maioria das funções do organismo como a recepção de informações visuais nos vertebrados, movimentos do corpo que requerem coordenação de grande número de partes do corpo. O cérebro encontra-se protegido pelas meninges: pia-máter, dura-máter e aracnóide. BULBO: O bulbo tem a função relacionada com a respiração e é considerado um centro vital. Também está relacionado com os reflexos cardiovasculares e transmissão de informações sensoriais e motoras. CEREBELO: O cerebelo é responsável pelo controle motor. A organização básica do cerebelo é praticamente a mesma em todos os vertebrados, diferindo apenas no número de células e grau de enrugamento. Pesquisas recentes sugerem que a principal função do cerebelo seja a coordenação sensorial e não só o controle motor. PONTE: A função da ponte é transmitir as informações da medula e do bulbo até o córtex cerebral. Faz conexão com centros hierarquicamente superiores. O córtex sensorial coordena os estímulos vindos de várias partes do sistema nervoso. O córtex motor é responsável pelas ações voluntárias e o córtex de associação está relacionado com o armazenamento da memória. SUBSTANCIAS QUÍMICAS: As substâncias químicas e físicas são as maiores causadoras de acometimentos neurológicos, em relação às substâncias químicas destacam-se os solventes que são utilizados em diversos trabalhos. Os solventes são compostos orgânicos: alcoóis, os glicóis, os hidrocarbonetos e acetonas. Os solventes são utilizados em diversas áreas de trabalho, postos de combustíveis- todos os produtos do posto contêm solventes (álcool, gasolina, diesel, querosene) nas indústrias de tintas e vernizes (tolueno, xileno) borrachas, colas e cosméticos. Os solventes quando inalados em grande quantidade deixa a pessoa como se estivesse embriagada, sentindo tonturas, cefaléias e até mesmo chegar a um estado de torpor, esse estado em curto prazo, em longo prazo os solventes podem levar a danos neurológicos irreversíveis. TORPOR: Sensação de indisposição ocasionada pela redução da sensibilidade e dos movimentos corporais; falta de sensibilidade; entorpecimento. Sentimento de desânimo ou indolência; apatia ou prostração. Incapacidade para responder aos estímulos e/ou movimentos normais. Os metais também têm muita afinidade com o sistema neurológico pode causar lesões irreversíveis com quadros de encefalopatias tóxica crônica (demência, alterações piramidais, extrapiramidais e cerebelares). SISTEMA PIRAMIDAL: É uma grande coleção de axônios que viajam entre o córtex cerebral do cérebro e a medula espinhal. É composto principalmente de axônios motores, constituindo o componente voluntário da motricidade. As vias piramidais consistem em um único trato, originado no encéfalo, que se divide em dois tratos separados na medula espinhal: o trato corticoespinhal lateral e o trato corticoespinhal anterior. SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL: É uma rede neural localizada no cérebro humano que faz parte do sistema motor envolvido na coordenação dos movimentos. O sistema é chamado de "extrapiramidal" para diferenciá-lo dos tratos do córtex motor que atingem seus destinos passando através das "pirâmides" da medula ANATOMIA DO OUVIDO: RUÍDO: É um agente físico que constitui um dos maiores riscos em potenciais para a saúde dos trabalhadores da industria como em outras atividades laborais. Ruído continuo: é aquele cujo o nível de pressão sonora varia de 3 dB durante um período longo (mais de 15 minutos) de observação. Ruído intermitente: é aquele cujo nível de pressão sonora varia de 3 dB em períodos curtos ( menos que 15 minutos e superior a 0,2 segundos) Ruído de impacto ou impulso: é o pico de energia acústica de duração inferior a um segundo, a intervalos superiores a um segundo. Esta associado a explosões e é considerado um dos tipos de ruídos mais nocivos a audição. SURDEZ: A surdez do trabalhador pode aparecer a determinados solventes, mas a maior perda da audição é por ruído. O ruído contínuo leva a uma lesão da cóclea quando o trabalhador é exposto a um ruído intenso, temos a ocorrência do trauma. EXEMPLOS: Monóxido de carbono é capaz de causar perda auditiva neurossensorial em alta frequência. Perda de células ciliadas externas e internas e mudança de limiar maior quando da interação com ruído. Entre os metais pesados , o mercúrio produz danos mais intensos ao órgão de Corti quando associado ao ruído, tendo-se levantado a hipótese da ocorrência de lesões cocleares em estagio inicial da intoxicação. AUDIODOSIMETRO: AUDIODOSIMETRO: É um aparelho utilizado para medir a intensidade sonora. Utilizando a unidade de decibéis (dB) é utilizado para medir em determinada frequência sonora. Muito utilizado em industrias, o aparelho por ser portátil, é fixado em trabalhadores de diversas funções. Sua aplicação visa mensurar a dosagem de ruído que um trabalhador recebe durante sua carga horária diária. PERDA DA AUDIÇÃO: A perda auditiva induzida pelo ruído, relacionada ao trabalho, é uma diminuição gradual da acuidade auditiva, decorrente da exposição continuada a níveis elevados de ruído. Algumas de suas características são: Neurossensorial, por causar dano às células do órgão de CORTI; Irreversível e quase sempre similar bilateralmente; Passível de não progressão, uma vez cessada a exposição ao ruído intenso. CÉLULAS DO ÓRGÃO DE CORTI: Localizado no ouvido interno, o órgão de Corti é parte integrante do sistema auditivo. Apresenta em sua superfície células sensitivas que reagem a sons provocando vibrações de fibras nervosas e enviando ao cérebro um impulso de determinada frequência . O ruído é um agente físico universalmente distribuído, estando presente em praticamente todos os ramos de atividade. O surgimento da doença está relacionado com o tempo de exposição ao agente agressor, às características físicas do ruído e à susceptibilidade individual. O surgimento de PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído) pode ser potencializado por exposição concomitante a vibração, a produtos químicos – principalmente os solventes orgânicos e pelo uso de medicação ototóxica. Se o trabalhador for portador de diabetes, poderá ter elevada sua susceptibilidade ao ruído. O diagnóstico da PAIR só pode ser estabelecido por meio de um conjunto de procedimentos: anamnese clínica e ocupacional, exame físico, avaliação audiológica e, se necessário, outros testes complementares. A exposição ao ruído, além de perda auditiva, acarreta alterações importantes na qualidade de vida do trabalhador em geral, na medida em que provoca ansiedade, irritabilidade, aumento da pressão arterial, isolamento e perda da auto-imagem. No seu conjunto, esses fatores comprometem as relações do indivíduo na família, no trabalho e na sociedade. Sendo a PAIR uma patologia que atinge um número cada vez maior de trabalhadores em nossa realidade, e tendo em vista o prejuízo que causa ao processo de comunicação, além das implicações psicossociais que interferem e alteram a qualidade de vida de seu portador, é imprescindível que todos os esforços sejam feitos no sentido de evitar sua instalação. A PAIR é um comprometimento auditivo neurossensorial sério que, todavia, pode e deve ser prevenido. LIMITE DE TOLERÂNCIA: Quando o ruído é interno e a exposição a ele é continuada, em media 85dB durante 8 horas por dia, ocorrem alterações estruturais na orelha interna, que determinam a ocorrência da PAIR. A Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15), da Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214/1978 estabelece os limites de exposição a ruído contínuo, conforme a tabela a seguir: LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE Nível de ruído (dB): Máxima exposição diária permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 30 minutos 94 2 horas 95 1 hora e 45 minutos LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE Nível de ruído (dB): Máxima exposição diária permissível 98 1 hora e 30 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Sendo o ruído um risco presente nos ambientes de trabalho, as ações de prevenção devem priorizar esse ambiente. Como descrito anteriormente, existem limites de exposição preconizados pela legislação, bem como orientações sobre programas de prevenção e controle de riscos, os quais devem ser seguidos pelas empresas. Em relação ao risco ruído, existe um programa específico para seu gerenciamento Designação de responsabilidade: momento de atribuição de responsabilidades para cada membro da equipe envolvido; Avaliação, gerenciamento e controle dos riscos: etapa na qual, a partir do conhecimento da situação de risco, são estabelecidas as metas a serem atingidas; Gerenciamento audiométrico: estabelece os procedimentos de avaliação audiológica e seguimento do trabalhador exposto a ruído; Proteção auditiva: análise para escolha do tipo mais adequado de proteção auditiva individual para o trabalhador; Treinamento e programas educacionais: desenvolvimento de estratégias educacionais e divulgação dos resultados de cada etapa do programa; Auditoria do programa de controle: garante a contínua avaliação da eficácia das medidas adotadas. EFEITO DO RUÍDO CONSTANTE TRABALHO: NO PROTETOR TIPO PLUG DE SILICONE: Com a mão sobre a cabeça, puxe a orelha para cima. Coloque-o no canal auditivo, Pressione até sentir o ouvido bem tampado. Sempre que necessário, ajuste o protetor, não use-o de forma folgada. Sua higienização deve ser feita com água e sabão neutro PROTETOR TIPO CONCHA: Alinhe a altura da concha de forma a preencher todo o perímetro do ouvido Certifique-se que a vedação é satisfatória Retire o excesso de cabelo que há entre o protetor e o ouvido. CUIDADOS COM PROTETOR AUDITIVO: Não manuseie o protetor com as mãos sujas; Após o uso, guarde-o na embalagem para conservá-lo em bom estado de uso. Instrução de limpeza Lave diariamente com água e sabão neutro; Depois enxague com água abundante e seque-o. LISTA DE DOENÇAS OCUPACIONAIS RELACIONADAS AO OUVIDO: Otite média não-supurativa (barotrauma do ouvido médio); Perfuração da membrana do tímpano; Outras vertigens periféricas; Labirintite; Perda da audição provocada pelo ruído e trauma acústico; Hipoacusia ototóxica; Otalgia e secreção auditiva; Outras percepções auditivas anormais: alteração temporária do limiar auditivo, comprometimento da discriminação auditiva e hiperacusia; Otite barotraumática; Sinusite barotraumática; Síndrome devida ao deslocamento de ar de uma explosão. OTITE MÉDIA NÃO-SUPURATIVA (BAROTRAUMA DO OUVIDO MÉDIO); Processo inflamatório focal ou generalizado presente na fenda auditiva. A manifestação mais comum da otite média serosa é a perda auditiva, podendo ser acompanhada de otalgia e sensação recorrente de peso no ouvido. Ao exame otológico, a membrana timpânica encontra-se pouco móvel, podendo-se visualizar algumas bolhas de ar na orelha média. PERFURAÇÃO DA MEMBRANA DO TÍMPANO; Sente uma diminuição da audição, dor, podendo haver zumbido e sangramento pelo canal do ouvido. VERTIGENS PERIFÉRICAS: Vertigem é definida como alteração do sentido do equilíbrio, caracterizada por uma sensação de instabilidade e de aparente movimento rotatório do corpo (vertigem subjetiva ou rotatória) ou dos objetos que o rodeiam (vertigem objetiva). Para alguns autores, a vertigem objetiva é caracterizada por nistagmo e desvio no movimento do corpo. LABIRINTITE: É uma desordem do equilíbrio do corpo humano. Tal desordem é causada por um processo inflamatório ou infeccioso que afeta os labirintos, que ficam dentro do sistema vestibular, órgão responsável pelo equilíbrio, postura e orientação do corpo e que se localiza no ouvido interno. Deve-se salientar que o termo "labirintite" é utilizado de forma equivocada para designar todas as doenças do labirinto, já que existem outras patologias que podem afetar o mesmo. Os sintomas mais comuns da labirintite são a tontura e a vertigem. Outros sintomas também costumam aparecer como náusea(enjoo),emese (vomito), zumbido no ouvido, perda auditiva (parcial ou total) no ouvido afetado e sensação de desmaio. HIPOACUSIA OTOTÓXICA: Hipoacusia ototóxica ou perda da audição ototóxica é a perda auditiva do tipo neurossensorial, induzida por substâncias químicas de origem endógena ou exógena. Entre os diversos produtos químicos ototóxicos, podemos citar: - Álcool butílico - Monóxido de carbono - Gás Sulfídrico - Arsênico - Cádmio - Chumbo - Manganês - Mercúrio - Estireno - Hexano - Tolueno e Xileno - Dissulfeto de carbono - Tricloroetileno OTITE BAROTRAUMÁTICA: O barotrauma do ouvido externo é uma das expressões do barotrauma. Consiste no conjunto de alterações decorrentes da obstrução do conduto auditivo externo, por cerúmen ou por tampões auriculares em ambientes hiperbáricos (indevidamente utilizados pelo mergulhador para impedir contato do ouvido diretamente com a água). Cria-se no interior do conduto auditivo um compartimento estanque, cuja pressão torna-se menor que a do ambiente e a do ouvido médio equilibrado com a faringe, através da trompa de Eustáquio permeável. O barotrauma de ouvido interno ocorre durante a fase de compressão ou de descida, no caso dos mergulhadores. A doença descompressiva do ouvido interno, conforme o próprio nome indica, ocorre no início, durante ou logo após a fase de descompressão do trabalhador SINUSITE BAROTRAUMÁTICA: Sinusite barotraumática ou barotrauma sinusal é uma das múltiplas expressões do barotrauma, decorrente da diferença relativa de pressão entre o ar ambiental externo e o ar das cavidades aéreas internas, nesse caso, os seios da face. Estes estão conectados à nasofaringe através dos óstios e canais sinusais, por onde habitualmente se faz o equilíbrio pressórico. Ocorrendo a obstrução de um desses óstios ou canais, o seio facial correspondente transforma-se em uma cavidade fechada, que não mais se equilibra com a pressão ambiente e os tecidos circunvizinhos. Estabelece-se no seu interior uma pressão negativa, dando origem a um processo de edema e congestão da mucosa sinusal, com formação de transudato e hemorragia. SÍNDROME DEVIDA AO DESLOCAMENTO DE AR DE UMA EXPLOSÃO. O trauma por deslocamento de ar manifesta-se por otalgia persistente e acentuada, ocasionalmente sangramento no ouvido afetado e tinido. No trauma por arma de fogo há dor curta em pontada no ouvido, tinido contínuo acentuado e surdez. Somente lesões por explosões causam achados otoscópicos anormais. Também a audiometria mostra uma surdez neurossensorial ou mista. No trauma por arma de fogo, há uma incisura a 4.000 Hz ou uma perda para os tons agudos e recrutamento positivo. O exame físico dos pacientes costuma ser normal, exceto nos casos em que houve perfuração de membrana timpânica. Entre as complicações do trauma acústico incluem-se perfuração persistente de membrana timpânica, déficit auditivo permanente e colesteatomas OBRIGADA PELA ATENÇÃO!!!