O Brasil dos Viajantes Vida na Colônia e Portal El Progresso Vindima da Imagem PROFESSORES Sônia Brandão História Paula Belmiro Fontes Geografia Sinopse do Programa Os filmes mostram de maneira poética o cotidiano e o ritmo de vida dos descendentes de italianos que vivem na região da serra gaúcha. Eles vivem tradições e hábitos dos seus antepassados ao mesmo tempo que precisam conviver com as novas exigências do mundo e das novas gerações. No programa “Sala de Professor” será apresentado um projeto interdisciplinar de Geografia e História que analisa o tempo do trabalho através dos séculos. Apresentação O documentário é uma excelente oportunidade para os professores de História e Geografia desenvolverem seus conteúdos em conjunto. Em História, o docente poderá contemplar conteúdos que envolvam a Revolução Industrial e seu impacto nas relações econômicas e sociais. O docente de Geografia poderá tratar de conteúdos como: movimentos populacionais, emigrante x imigrante, diferença entre rural e urbano, conceito de cultura e território, miscigenação e as diferentes práticas que se fixam no território, características físicas locais e suas influências na população. Um olhar para o documentário a partir da história Caberá à disciplina de História ressaltar no vídeo alguns elementos documentais, como o registro atual da produção que flagra um momento muito próximo ao ano em que vivemos. Por outro lado, estamos lidando com um material que nos faz relembrar o papel da História Oral e da riqueza que podemos retirar de entrevistas, testemunhos, biografias. É importante trabalharmos o quanto da História Coletiva atravessa o indivíduo e, portanto, que podemos colher o espírito de uma época por meio de depoimentos. De imediato, muitos conceitos podem ser trabalhados a partir desse documentário, a citar: Revolução Industrial, fontes de energia, alienação do trabalhador. Propomos o desenvolvimento de uma atividade baseada no seguinte questionamento: Como, em um contexto tão impregnado de signos urbanos, podem sobreviver comunidades rurais que cultivam valores tão distintos? Para isso, iniciaremos a atividade com a exibição do documentário, pedindo aos nossos alunos atenção à sequência dos relatos, que fazem parte do cotidiano de Flores da Cunha e Caxias do Sul, dos sons que povoam este dia a dia, da insistência com que o tempo do trabalho se aproxima do tempo da natureza (nascer do sol, por exemplo). Lembremos que no século XVIII a mecanização, a introdução de fontes não naturais/humanas de energia, a divisão do trabalho, a massificação da produção, criaram uma experiência diferente de trabalho, um novo posicionamento do Homem diante dos meios de produção e a sensação de alienação (o trabalhador não se vê naquilo que produz). O habitat por excelência das fábricas é a cidade, e a população expulsa do campo (primeiro pelos cercamentos, depois pela mecanização da agricultura) fornece mão de obra barata e em quantidade para os novos setores da economia. O operário obedece ao tempo do relógio; seu trabalho é comprado pela indústria e calculado por horas; a noção de natureza é substituída por um espaço onde fica confinado por muito tempo. O resultado do trabalho não é seu e ele não se apropria dos lucros da produção. Podemos recolher algumas imagens das fábricas inglesas deste período para ilustrar essas mudanças. E/ou contrapor o vídeo com um trecho do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, ressaltando o ritmo de trabalho, a linha de produção, o distanciamento do trabalhador, o olho fiscalizador do dono dos meios de produção. Há passagens em que os protagonistas testemunham o gosto por esta experiência, e novas gerações que confessam querer continuar vivendo da terra e desfrutando deste tempo. Tal observação servirá de pretexto para discutirmos com as turmas quando, como e por que esta forma de cotidiano foi modificada. Inevitável, assim, estudar o impacto das Revoluções Industriais na sociedade. sala de professor Tempos Modernos (1936) Direção Charles Chaplin a vida na colônia e porta el progresso 3 Aliás, já que destacamos Charlie Chaplin, devemos lembrar que aqui falamos da Segunda Revolução Industrial. Vale lembrá-los que, do século XIX em diante, a necessidade de aumentar a produção e diminuir custos leva ao aperfeiçoamento das fábricas a partir do desenvolvimento de novas fontes de energia (eletricidade e petróleo), máquinas mais avançadas, máxima divisão do trabalho, modernização dos transportes e comunicação. Espaço e tempo são noções cada vez mais distantes e externas ao Homem que produz. Interessante como a rapidez deste processo gerou um excedente de mão de obra (junto com as guerras de unificação na Alemanha e Itália e das expropriações de terras) que migra para recuperar sua identidade em outro continente. O Brasil - que vive a expansão da lavoura cafeeira, o surgimento de uma indústria de bens de consumo não duráveis e precisa ocupar áreas de fronteira – absorve parte do excedente europeu. Seus descendentes testemunham o apego a uma economia rural, a uma divisão natural do trabalho e à negação do tempo mecânico que encontrarão no sul do Brasil. Para entender o nosso tempo, é importante localizar a Terceira Revolução que se inicia em 1960 e se aperfeiçoa sob o signo de energias mais sofisticadas, da informatização, da robotização, do “Just in time”, do toyotismo. É importante comparar estes momentos diferentes da industrialização do ocidente. No terceiro estágio desta evolução, em uma fase avançada como a que observamos hoje, a produção é descentralizada, as cidades são pulverizadas. Nesse cenário, desenvolve-se um novo tipo de êxodo: dos grandes para os médios centros, dos médios para os pequenos, e destes para os núcleos rurais. Propõe-se que nesse momento o professor trabalhe com estatísticas e levantamentos de números que dimensionem este fenômeno, por meio de gráficos e tabelas. Excelente oportunidade para recuperarmos a importância do trabalho com uma História quantitativa, que interprete números e avalie seus significados. Essa etapa poderá contar com parcerias de outros docentes das Ciências da Natureza e Matemática. Exemplos de gráfico e tabela: Evolução da população de grandes metrópoles da Europa e da América 24 população (milhões de hab) 20 16 12 Nova York 8 Londres Paris 4 São Paulo Buenos Aires 0 1875 1900 1925 anos 1950 1975 2000 Fonte disponível em: <http://dc311.4shared.com/doc/eHfuF0le/preview.html>. 4 a vida na colônia e porta el progresso sala de professor População rural do Brasil e migrantes em 1991, 2000 e 2007 População rural 1991 (1.000 hab.) N° de migrantes 1991-2000 (1.000 hab.) (%) Base 1991 População rural 2000 (1.000 hab.) N° de migrantes 2000-2007 (1.000 hab.) (%) Base 2000 População rural 2007 (1.000 hab.) Norte 4.107,00 771 18,8 3.914,10 673 17,2 3.630,00 Nordeste 16.721,30 4.223 25,3 14.759,70 1.659,00 11,2 14.770,00 CentroOeste 1.764,50 461 26,1 1.540,60 -25 -2 1.789,00 Sudeste 7.514,40 1.696 22,6 6.851,60 1.108,20 16,2 6.440,00 Sul 5.726,30 1.699 29,7 4.780,90 574 12 4.739,00 Brasil 35.834,50 8.850 24,7 31.847,00 3.986,00 12,5 31.368 Brasil e regiões Fonte adaptado de Alves & Rocha. É válido registrar que o encaminhamento desta discussão contribuirá para desenvolver algumas habilidades e competências que, afinal, também orientam o nosso trabalho em sala de aula. A atividade proposta contempla algumas competências e habilidades presentes na Matriz de Referência para o ENEM 2011, a saber: Competência de área 3 - Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando -as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais (H15). Competência de área 4 - Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social (H16 e H20). MATERIAL Caderno para anotações; Datashow ou retroprojetor para análise de imagens; Televisão ou tela com projetor. ETAPAS Assistir aos vídeos (já vistos em Geografia); Interpretar as diferentes fases da Revolução Industrial; Discutir o trecho do filme “Tempos Modernos”; Interpretar as estatísticas. veja mais A Revolução Industrial. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7234>. O homem pode voar. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=37781>. sala de professor a vida na colônia e porta el progresso 5 Um olhar para o documentário a partir da geografia A ideia da atividade com base no filme é promover a elaboração de um dia para se conhecer a imigração italiana (o professor poderá escolher o movimento de migração a estudar) no Brasil, situando as cidades e os estados onde ocorreram essa imigração, pesquisando hábitos e costumes da cultura italiana e como se deu sua relação no novo local. Os objetivos pensados para esta tarefa são os de relacionar os conceitos da Geografia Humana com os da Geografia Física, e, a partir disso, entender como ocorre essa dinâmica e quais são seus efeitos. fessor dividir os discentes em grupos e pedir que pesquisem sobre a vida dos imigrantes italianos, de que local partiram e quais as principais cidades que ocuparam. Buscar também as áreas de trabalho onde a população se estabeleceu. A primeira etapa, antes da exibição do documentário, é realizar um debate com os alunos levantando questões sobre o tema da imigração no Brasil, perguntando o que eles entendem por imigração, quais movimentos populacionais eles conhecem e as principais cidades que recebem os imigrantes. Após a visualização do filme, propomos ao pro- Em seguida, os grupos iniciarão a localização das principais cidades ocupadas no mapa (utilizar o mapa do Brasil de um lado e outro com o estado de São Paulo e a região sul – mostrar a ideia de localização em diferentes escalas). Com o uso de alfinetes coloridos com as cores da bandeira italiana, pontuar no mapa a localização das principais cidades. Mapa do Brasil com destaque para a região sul e São Paulo Onde se instalaram as principais cidades de colonização italiana no rio grande do sul A pesquisa pode ser realizada com o uso do livro didático e com o material distribuído (revistas, reportagens, internet e outros livros). Citamos o exemplo da migração italiana para o estado do Rio Grande do Sul. Veranópolis Antônio Prado Serafina Correa Guaporé Bento Gonzalves Farroupilha Garibaldi Flores da Cunha Porto Alegre Caxias do Sul Rio Grande do Sul Fonte disponível em: <www.infoescola.com>. 6 a vida na colônia e porta el progresso sala de professor Essa atividade permite, à medida que se inicia a construção do mapa, que o professor explore diversos conceitos durante a produção da tarefa, como: a diferenciação entre imigrante e emigrante; os principais movimentos populacionais; as diferenças entre rural e urbano; o conceito de cultura, território, miscigenação da população; país. Dessa forma, o docente realiza uma troca de aprendizagem com os discentes. A forma de avaliação é feita durante o processo, a partir da observação da participação dos alunos, e ao final é feita uma arguição com algumas perguntas selecionadas para fixar o conteúdo trabalhado. Esta atividade dá margem a ações interdisciplinares, e poderá ser realizada em conjunto por docentes de História, Português, etc. as diferentes práticas culturais que se fixam no território. A atividade tem como objetivo despertar o interesse dos discentes de maneira mais leve e dinâmica. Após seu término, a atividade poderá ser estendida para outras aulas, e a partir da pesquisa em casa, os alunos trarão apresentações à sala de aula. Essa apresentação poderá ser em forma de música, dança, trajes típicos, comidas, implementos agrícolas e qualquer outra manifestação de criatividade dos alunos que se refira à necessidade de os imigrantes preservarem sua cultura no novo ETAPAS MATERIAL Caderno para anotações; Livro didático; Revistas; Imagens e fotografias; Mapa do Brasil e da região sul com a presença do estado de São Paulo. veja mais Debate sobre o tema de migração; Visualização dos vídeos de documentários; Revolução tecnológica e transformações geográficas. Disponível em: <portaldoprofessor. mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25549>. Pesquisa nos materiais dispostos sobre a migração italiana no Brasil; Geografia agrária. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=41141>. Elaboração do mapa. sala de professor a vida na colônia e porta el progresso 7 UMA CONVERSA ENTRE AS DISCIPLINAS Esse terceiro momento dará a possibilidade de os alunos realizarem um trabalho de campo envolvendo a sua cidade. A ideia é que, divididos em grupos, façam um levantamento do fenômeno demográfico do seu local. cidade e entrevistas com a população mais próxima (do bairro, da família, da escola etc.). Sugerimos a pesquisa em algumas fontes como: o site do IBGE, relatórios de empresas de transportes que prestam serviços na cidade, programas de estímulo a entrada e/ou saída de pessoas em sua De posse dos dados objetivo-quantitativos, os grupos produzirão um gráfico representativo do fenômeno demográfico local. Podemos incentivá-los a inovar na apresentação sugerindo que utilizem um formato físico (painel ou cartazes) ou virtual (para ser projetado) contendo imagens. Sugerimos que os alunos disponibilizem a apresentação para todos. exemplo de gráfico 1 exemplo de gráfico 2 a população mundial de migantes População (milhões) 230 8000 Migrantes por região em 2000 Migrantes Por mil habitantes 60 7000 5000 15 40 105 84 4000 3000 19 175 6000 12 9 75 6 20 2000 3 1000 0 0 -3 a a L C atic ar a ib e O ce an ia ric 1980/1991 ér Am Fonte: Organização internacional para a migração. RM de São Paulo Estado de São Paulo ic or Áf ia N do a ic ér Am Nascidos no país em que residem te 0 2010 a 2002 Ás 1965 ro p 1975 Eu 1965 Migrantes RM da Baixada Santista 1991/2000 RM de Campinas 2000/2010 Fonte: Fundação Seade. exemplo de gráfico 3 exemplo de tabela proporção das nacionalidades na imigração para o brasil (1808-1995) Distribuição dos migrantes por sexo, segundo motivos declarados para o último deslocamento no Brasil - 2001 (em porcentagem) Alemães 4,0% Japoneses 4,2% Espanhóis 13% Portugueses 31% Outros 17,8% Italianos 30% Eslavos (poloneses e russos), sírio-libaneses, judeus, holandeses, franceses, norte-americanos, ingleses, coreanos, bolivianos, nigerianos, etc. 8 Taxas anuais de migração do estado de são paulo e regiões metropolitanas 1980-2010 Motivos declarados Homens Mulheres Total TOTAL 100 100 100 Trabalho 34.7 11.8 23.1 Estudo 2.7 3.2 2.9 Saúde 1.6 1.6 1.6 Moradia 11 9.4 10.2 Acompanhar a família 39.6 63 51.5 Dificuldade no relacionamento familiar 1.5 2.4 2.0 Outro motivo 8.9 8.5 8.7 Ignorado 0.1 0.1 0.1 Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD 2001. a vida na colônia e porta el progresso sala de professor Devemos lembrar que nas aulas de Geografia, discutimos nos últimos tempos o fenômeno de diversificação dos destinos de atração de migrantes no Brasil. Essa é uma ótima oportunidade para explorar o tema, veja o mapa abaixo: roraima amapá rio grande do norte ceará maranhão pará piauí amazonas paraíba pernambuco alagoas sergipe bahia tocantins acre rondônia distrito federal mato grosso goiás Novos pólos de atração de migrantes surgem na década de 90. Tocantins, Mato Grosso e Goiás destacam-se em razão do desmembramento territorial e do crescimento econômico regional. Santa Catarina sobressai na Região Sul. O fluxo que parte do Norte reflete o esgotamento da fronteira agrícola e mineral. mato grosso do sul minas gerais são paulo espírito santo rio de janeiro paraná santa catarina rio grande do sul Novos pólos de atração de migrantes. Pólos tradicionais de atração de migrantes. Na segunda etapa da atividade, propomos a realização de entrevistas pelos alunos, com a coleta de informações de, no mínimo, cinco emigrados ou imigrados. Isto proporcionará que ao final obte- nham maiores detalhes aleatórios e pessoais sobre o mesmo fenômeno demográfico. Os resultados coletados podem ser apresentados à turma na forma de um texto jornalístico. modelo de entrevista Imigrante Emigrante 1. Nome: 1. Nome: 2. Idade: 2. Idade: 3. Onde nasceu? 3. Onde nasceu? 4. Quando chegou à cidade (do aluno)? 4. Quando chegou à cidade (do aluno)? 5. Por que migrou? 5. Por que migrou? 6. Pretende voltar? Por quê? 6. Pretende voltar? Por quê? sala de professor a vida na colônia e porta el progresso 9 No caso de os alunos nunca terem produzido textos na forma de reportagem, sugerimos a inclusão do professor de Língua Portuguesa na atividade para o docente trabalhar as especificidades deste tipo de texto. Na impossibilidade de inclusão do docente de Língua Portuguesa, sugerimos ao lado alguns elementos que devem constar em um texto jornalístico. I. Título; II. Cabeça de notícia ou parágrafo-guia; III. Corpo da notícia ou desenvolvimento. O título deve resumir a notícia ao mínimo. O parágrafo é escrito com caracteres diferentes e destacado do corpo. O corpo responderá às questões chaves da reportagem: quem, o quê, quando e onde. Um jornal impresso, por sua vez, pode se apresentar em formatos diferentes (standard, berliner e tabloide, para ficarmos nos exemplares mais comuns). Escolhemos o tabloide para este trabalho, mas o professor deverá adequar a atividade à sua realidade, recursos e interesses dos alunos. Não descartem a possibilidade de ser uma publicação virtual; nesse caso, será necessário realizar pesquisa e escolher os padrões que serão seguidos. Na reportagem, os alunos utilizarão os relatos pessoais para: indagar os motivos dos deslocamentos, qualificar os números coletados, confeccionar os gráficos e indicar possíveis conclusões. Nesta etapa eles poderiam, inclusive, levantar dados de outras cidades e regiões para dimensionar o fenômeno de sua localidade em relação à escala regional, nacional ou mundial. Sugerimos que os grupos entreguem o trabalho por escrito e esperamos que, depois das possíveis correções, ele possa ser publicado nos meios disponíveis: blog, mural, jornal da escola etc. Ao lado, partimos dos dados que aparecem no gráfico, tabela e mapa, usados na Ficha para a elaboração de uma reportagem dentro dos padrões de publicação. 10 reportagem: O Brasil tenta entender os novos dados demográficos As grandes cidades continuam inchadas, mas surgem nos últimos anos novos fenômenos de deslocamento populacional no Ocidente. Sônia Brandão, de São Paulo Os últimos dados confirmam algo que já se observava no funcionamento das pequenas e médias cidades brasileiras. Estes centros menores cresceram proporcionalmente mais nos últimos anos, tornando-se áreas atrativas pela oferta de trabalho e pelas oportunidades de investimentos. Num mundo produtivo totalmente descentralizado, onde as empresas buscam espaços promissores com mão de obra em larga escala, infraestrutura e rapidez logística, os grandes ou mais tradicionais centros urbanos atingem hoje uma curva de estabilidade. É o que podemos observar no gráfico (página 9) que registra numa escala de 25 anos a evolução de várias cidades, inclusive duas da América Latina: São Paulo e Buenos Aires. Observa-se que se os centros latino-americanos ainda envergam uma taxa de crescimento significativa, outros – no coração do mundo ocidental – como Londres, Paris e Nova Iorque, estacionaram e passam a viver uma outra etapa de sua urbanização. O êxodo rural, marca da história ocidental industrializada a partir do séc. XVIII, ainda representa um fenômeno importante. Mas ele vem desacelerando, ainda que a população urbana supere a rural. No Brasil, vale a pena ressaltar outra questão. O deslocamento interno empresta uma dinâmica curiosa no país desde o período colonial. Da migração forçada dos africanos à recepção de milhares de europeus e asiáticos a partir da segunda metade do século XIX, empurrados pelo desemprego ou pelas guerras, o Brasil sempre recebeu imigrantes que se espalharam e mudaram constantemente de endereço. No entanto, os destinos foram alterados nos últimos anos. Como o mapa ilustrativo demonstra, o sudeste deixou de ser preferencialmente o destino de brasileiros de outras regiões. O a vida na colônia e porta el progresso sala de professor Nordeste é marcado por um deslocamento intra-regional, enquanto o centro-oeste e Santa Catarina surgem como novos polos atrativos. Os números, portanto, obrigam os analistas e os agentes públicos a buscar novas explicações para uma nova realidade demográfica que parece não estar restrita ao Brasil. Não dará mais para explicar os fluxos migratórios pelos paradigmas dos séculos XIX e XX. MATERIAL Computador com acesso à internet; Caderno para anotações; Gravador, filmadora ou material escrito para entrevista; Folha adequada para imprimir o jornal; Mural ou outro recurso de exposição dos trabalhos. veja mais ETAPAS Elementos que fundamentam a Ciência Geográfica. Disponível em: <portaldoprofessor.mec. gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20988>. Dividir as turmas em grupo de 4 ou 5 alunos; O Censo Demográfico de 2010: telefones celulares na construção de podcasts geográficos. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/ fichaTecnicaAula.html?aula=40839>. Produção de gráfico; Trabalhando com espaço e tempo urbano. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/ fichaTecnicaAula.html?aula=27688>. sala de professor Levantamento dos números na cidade; Coleta de entrevistas; Reportagem; Publicar (em mural, no jornal da Escola, em meio virtual etc.). a vida na colônia e porta el progresso 11 SUGESTÕES DE LEITURA E OUTROS RECURSOS Livros e Revistas ALVES, E. & ROCHA, D. P. Ganhar Tempo É Possível? Disponível em: <www.ciflorestas.com.br/arquivos/doc_ganhar_possivel_13249.pdf>. Acesso em 15 de fevereiro de 2013. ARIÈS, Philippe. História da Vida Privada: das Revoluções Burguesas à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. ARIÈS, Philippe. História da Vida Privada: da Primeira Guerra a Nossos Dias. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. HAESBAERT, Rogério. O Mito da Desterritorialização: do “Fim dos Territórios” à Multiterritorialidade. Ed.: Bertrand Brasil, 2004, Rio de Janeiro. MOREIRA, Igor. O Espaço Geográfico: Geografia Geral e do Brasil. Editora Ática, São Paulo, 2006. SENE, Eustáquio & MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalizado. Volume 2. Editora Scipione, 2011, São Paulo. HOBSBAWM, Eric J. Era das Revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009. HOBSBAWM, Eric J. Era do Capital. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009. HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009. IGLESIAS, Francisco. Revolução Industrial. São Paulo: Brasiliense, 1996. MARQUES, Adhemar Martins. História Contemporânea Através dos Textos. São Paulo: Contexto, 1994. MARQUES, Adhemar Martins. História do Tempo Presente. São Paulo: Contexto, 2007. filmes e documentários Tempos Modernos. Direção: Charlie Chaplin. Intérpretes: Charlie Chaplin; Paulette Godard; Henry Bergman; Chester Conklin e outros. Roteiro: Charlie Chaplin. EUA: United Artists, 1936 (87 min.). 12 a vida na colônia e porta el progresso sala de professor FOTO Um documentário da TV Escola. Um ponto de partida para grandes trabalhos com os alunos. Assim é o Sala de Pofessor. O programa incentiva os professores de Ensino Médio a desenvolverem projetos que mudem a rotina em sala de aula. Em cada programa, dois professores convidados criam um projeto a partir de documentários exibidos na TV Escola. São sempre propostas e experimentos inovadores, que podem ser reaplicados em qualquer escola do país. Os trabalhos apresentados são detalhados em dicas pedagógicas como essa e ficam disponíveis no site da TV Escola. Os professores também podem usar as artes criadas para o programa: são animações, tabelas, mapas e infográficos que tornam os conteúdos mais visuais e interativos. As dicas pedagógicas e as computações gráficas foram transformadas em fascículos interativos para tablets. E o professor também pode navegar pelo material extra do programa no blog do Sala. Para ter acesso a esses produtos, acesse o site tvescola.mec.gov.br ou curta a fan page da TV Escola no Facebook. FOTO