Terceiro Ano - F3M - Escola Sá Pereira

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Terceiro Ano - F3M
Ensino Fundamental
Relatório do Primeiro Semestre de 2008
um espaço de expressão de idéias e troca de opiniões.
alice figueiredo pereira / alicia mettrau vargas / andre pucheu
cazeiro / antonio nunes da costa / caio quitete de barros
mansur / eike martins reis / ernesto saad linares pereira / felipe
horta lemos vieira de oliveira / gabriel tyco labouret / joana
teixeira brodt / joana vargas fraga lopes pinto / joanna neoob
de carvalho chaves / joão pedro campos veleda / leticia nery
tomei / luiza lubiana alves / maira de lima resende lessa / maria
antonia pereira da silva mello / maria eduarda boclin jackson /
maria eduarda lazoski ramos / maria helena freeland
miquelito / maria rezende coutinho / rosa neves saad / samia
nascimento de aguiar / tali zagarodny / theo mandelert
pracownik
TRIBO
Andréa de Rezende Travassos
Nosso segundo ano de Tribo. Já familiarizadas e mais maduras,
as crianças participam desses encontros de uma forma mais
organizada, aproveitando melhor esses tempos de aula como
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O momento do relaxamento, que continua presente em todas
as Tribos, é uma oportunidade de se sentir como um ser único
e muito importante ao lado de tantos outros seres tão
singulares e essenciais como nós, permitindo o exercício de
estar no mundo com responsabilidade e compromisso por nós e
pelos outros.
O momento das conversas espontâneas garante a certeza de
um espaço de escuta e de expressão, sempre bem aproveitado
por todos.
E, finalmente, o momento de discutir e se informar mais sobre
algum tema de estudo trazido por nós fecha o nosso pequeno,
mas intenso, tempo semanal de Tribo.
Depois do registro do desejo, do sonho vinculado à vida de
estudante nesse novo momento (ano) que se inicia, trouxemos,
como todos os anos, o tema de trabalho As Regras de
Convivência da Escola. Relemos, discutimos e
problematizamos, a fim de entender cada uma delas, cada vez
mais e melhor, e buscar uma postura de auto-avaliação sobre
elas, refletindo sobre as que cada um já dá conta de respeitar e
Escola Sá Pereira – Relatório Semestral 2008 – Ensino Fundamental – F3M
cumprir e aquelas em que é preciso um cuidado maior.
A Campanha Escola Legal, organizada pela F2M, fortaleceu a
consciência sobre a importância do respeito às regras num
espaço coletivo.
No final de junho, demos um aperitivo do tema de estudo do
próximo semestre: A criança que trabalha. Em sintonia com o
Projeto Institucional e juntos à Serafina, simpática personagem
do livro “A criança que Trabalha” de Cristina Porto, começamos
a nos aproximar desse assunto. Tema bastante triste, mas de
vital importância para que, conscientes, possamos depois
conhecer o que se tem feito e o que falta fazer para transformar
essa história real, tão dura, ainda presente no Brasil e no
mundo.
PROJETO, ARTES E MATEMÁTICA
Denise Barros de Abreu Morais
que construíamos nosso projeto. Em meio a tantas imagens,
textos foram produzidos baseados nas informações das
biografias.
Aos poucos, fomos nos conduzindo para o projeto que iríamos
abraçar ao longo do semestre, “D. João Carioca - O nascimento
do Brasil”. Nossa intenção foi de embarcar nas comemorações
da vinda da corte portuguesa para o Brasil para resgatarmos
essa história e entendermos um pouco sobre as origens e a
contemporaneidade dos ofícios e do trabalho do nosso povo.
Debret certamente nos apresentou a esse Brasil, ainda sem
identidade própria, e nos possibilitou visualizar como era a
estrutura de uma sociedade sem escolas, hospitais, luz, água
encanada e, principalmente, com muitos escravos servindo a
uma pequena sociedade.
Os livros “D.João Carioca. A corte portuguesa chega ao
Brasil(1808-1821)”, de Lilia Moritz Schwarcz e “Jean Baptiste
Debret”, de Douglas Tufano, nos ajudaram a contar essa
história. Todos se mostravam muito motivados a avançar nas
leituras para descortinarem mais um episódio de nossa própria
história apresentada em quadrinhos.
No início do projeto, discutimos sobre um Brasil que produzia
para sua subsistência, antes da chegada da corte. O livro “Que
Chita Bacana”, de Renata Mellão e Renato Imbroisi, nos
mostrou a precária situação dos moradores do Brasil, onde a
oferta de trabalho e os produtos manufaturados eram
extremamente escassos. As pesquisas nos textos e nas
imagens, narradores dessa história, foram nos revelando que, a
partir da chegada da corte no Rio de Janeiro, a sociedade local
foi se estruturando para atender às necessidades dos nobres,
ricos e estrangeiros que vinham à procura de oportunidades no
novo mundo.
As crianças iniciaram o semestre muito atentas e curiosas para
saberem de todas as novidades e, principalmente, para
conhecerem os professores. É um grupo bastante produtivo. Na
hora de trabalhar, ninguém esmorece, todos se aventuram a
adquirir novos conhecimentos. Ultimamente, produzir em grupo
está mais prazeroso, nossas crianças começam a perceber o
quanto as diferentes opiniões dinamizam e enriquecem as
atividades de autoria coletiva.
As crianças tiveram acesso a um vasto número de matérias de
jornal. Esse acervo nos ajudou muito a entender como
funcionava a nossa cidade no início do século XIX, pois esse
material era dedicado aos duzentos anos da chegada da
Família Real. Esses textos foram usados para leituras,
interpretações e, também, como inspiração para os primeiros
ensaios de textos jornalísticos escritos por eles. Muitos traziam
ou simulavam a linguagem usada na época. Mantivemos alguns
textos na integra, para que nossos pequenos pudessem
“A Aventura do Trabalho” nos estimulou, desde o início, a
garimpar obras de artistas plásticos que produziram
importantes imagens que expressam essa temática. Tarsila do
Amaral inaugurou essa trajetória com a obra “Operários”, que
ilustra a nossa agenda. Estivemos debruçados em sua biografia
através de livros que contam sua história. As crianças
conheceram muitos de seus trabalhos, identificando elementos
do campo, das áreas urbanas e discutindo a questão da
distorção das figuras, principalmente da figura humana.
O acervo de Portinari também foi prestigiado. As crianças
apreciaram a série em que o artista retratou o trabalhador
brasileiro e vivenciaram, nas aulas de Expressão Corporal, os
movimentos de cada tipo de trabalho impresso nas obras.
Esse universo nos serviu de argumento para as discussões em
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experimentar e discutir as expressões, a ortografia e uma forma
de escrita diferente, mas que já foi usada no Brasil.
Com o apanhado de todas essas informações, fomos
descobrindo os ofícios e trabalhos que iam surgindo na cidade,
como por exemplo as modistas, costureiras e alfaiates que
vinham da França para atender ao luxo de uma nova sociedade
que se formava. Envolvidos com a idéia do início da profissão
de estilista no Brasil e com os modelos de roupas ilustradas por
Debret, a turma produziu pequenas roupas de papel.
Idealizavam, desenhavam e modelavam no molde de
papel-”maché”, confeccionado por eles.
O universo das Artes e da História conspirava, todo o tempo, a
nosso favor. A cidade estava recheada de exposições que
pareciam aportar no Rio, exclusivamente, para ilustrar nossas
pesquisas. Fomos ao Museu Histórico Nacional visitar “Um
novo mundo, um novo império. A corte portuguesa no Brasil”.
Foi um sucesso. As crianças viram muitas obras, objetos,
retratos pintados de personalidades que já faziam parte do
nosso repertório de pesquisa e a famosa tela de Portinari
“Chegada de D. João VI à Bahia”.
Debret foi nosso grande guia com suas lindas aquarelas. A
cada apreciação, descobríamos mais um interessante detalhe.
Não só os seus desenhos aprofundavam nossos
conhecimentos. Suas narrativas, que descreviam o contexto
dos ambientes que registrava com pincel, foram de grande valia
para compreendermos a maneira como as pessoas moravam,
se vestiam, qual era o papel da mulher branca e da escrava na
sociedade, como era o comércio de rua, quais eram os
produtos comercializados e muito mais.
Em “O Teatro de Debret” foi uma emoção contemplarmos as
aquarelas originais de nosso mestre na Casa França Brasil. Um
dos guias da exposição chegou a elogiar o envolvimento da
turma com as obras expostas. As crianças descobriam, em
meio às series, muitas pinturas que já conheciam, destacando
detalhes e o contexto. Em Artes, as crianças experimentaram a
técnica que o artista desenvolvia em suas obras: aquarela e
goma arábica. Para essa criação, escolheram uma profissão e
o ambiente de trabalho respectivo para serem retratados. A
Mostra de Artes expôs a tônica do nosso Projeto. Todos esses
conhecimentos serviram de suporte para que fossem criados os
trabalhos plásticos e a peça "D. João Carioca”.
No caderno de Projeto está impressa a nossa trajetória. Nele as
crianças produziram textos coletivos e individuais, através dos
quais, junto à professora e aos colegas, refletiram sobre
questões ortográficas e de construção textual de um modo
geral.
O Jardim Botânico não poderia deixar de ser visitado, agora
sob um novo olhar. O de quem conheceu sua história e as
razões que favoreceram sua fundação. Lá, assistimos à peça
“O Jardim do Rei. O Horto Real”. Foi um momento de muita
diversão e integração com o elenco. Era um musical muito
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posicionalidade e agrupamento. Gradativamente, fortaleceram
os conceitos de unidade, dezena, centena e unidade de milhar.
As atividades com cálculo mental acompanham o trabalho de
Matemática todo o tempo. Espera-se que, a partir de diferentes
propostas, as crianças ampliem seu repertório e desenvolvam
maior habilidade para fazer cálculos aproximados e estimativas.
Nesse semestre, nosso projeto de Matemática procurou
capacitar nossos pequenos a utilizarem as quatro operações,
conhecendo e comparando diferentes estratégias para validálas no grupo. No próximo semestre, nos dedicaremos ao
domínio de mais uma técnica operatória: o algoritmo da
subtração. Planejamos explorar as medidas, com especial
atenção para a História do Dinheiro e as medidas de tempo.
Mas nossa sala, local de encontros, discussões e muita troca,
pode acolher outros novos estudos que mobilizem as crianças e
que possam ampliar ainda mais os nossos conhecimentos.
animado, que é lembrado, ainda hoje, pelas crianças, como um
evento “muito maneiro”.
Somente uma visita ao Museu Imperial de Petrópolis, poderia
celebrar o “quase” final de nossos estudos sobre os anos 1800.
Foi um presente para as crianças e para os professores, um dia
“tão especial e inesquecível”, como todos se referem. O
lançamento do livro "Ludi - na chegada e no bota fora da família
real", de Luciana Sandroni, no fim do semestre, também foi
uma gostosa surpresa. Os momentos dessa leitura têm sido um
grande prazer.
As crianças chegaram ao terceiro ano tendo vivido muitas
experiências com os números e relações estabelecidas entre o
cotidiano e a Matemática. Por isso, era hora de lançar desafios
para o avanço e a formalização desses conhecimentos prévios.
Os problemas representam importantes disparadores na
aprendizagem da Matemática. Procuramos problematizar
situações, do dia-a dia ou não, e envolver as quatro operações.
Continuamos a incentivar o uso de estratégias pessoais na
resolução desses desafios. Em seus cálculos, decompõem e
agrupam os números, refletindo e operando, através das
características que conhecem, sobre o nosso sistema decimal
de numeração.
A criançada esteve sempre motivada e atenta para entender e
destacar os dados relevantes dos textos dos problemas,
planejando os procedimentos necessários para solucioná-los de
maneira eficiente. A complexidade dos desafios foi aumentando
porque, muitas vezes, traziam contextos em que era necessário
usar mais de uma operação. Ler, selecionar informações,
planejar, formular hipóteses, prever, calcular, rever as
respostas, enfim, resolver problemas desenvolve e requer
muitas e diferentes competências.
O algoritmo da adição foi oferecido como um recurso para
operarem de forma mais organizada e econômica. A animação
de todos era grande diante da tão esperada conta armada. Aos
poucos, foram absorvendo a aprendizagem dessa nova técnica
operatória, sem abandonar o “meu jeito de resolver”.
O ábaco e o material dourado nos auxiliaram nessa conquista,
ajudando as crianças a refletirem sobre a idéia de
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INGLÊS
Rosangela Machado de Oliveira Caldas
"Teacher", "doctor", "engineer"... Foram muitos os profissionais
que surgiram ao iniciarmos o ano com uma pesquisa sobre os
ofícios dos pais. Que diversidade! Conversamos muito sobre as
informações trazidas pelas crianças, proporcionando um novo
universo, com uma variedade de vocabulário enorme.
Elaboramos cartões com desenhos e as palavras
correspondentes, que se transformaram num banco de palavras
relacionado às profissões.
Todo esse vocabulário, reunido, tornou-se parte da nossa rotina
e tem sido uma fonte inesgotável de possibilidades. As crianças
nos surpreendem na tarefa de unir palavras já conhecidas.
Exploramos, bastante, o texto "My Parent´s Professions", o que
fez com que nossas aulas fossem ainda mais proveitosas.
Percebemos que, para não repetir, várias vezes, o nome dos
personagens ao longo da história, podemos usar as palavras
He e She. Mas, logo surgiu uma dúvida: e se estivermos
falando dos dias da semana? Ou do nosso gatinho de
estimação? Ou do nosso material escolar? Também usamos He
e She? Para responder a tantas perguntas, fomos buscar a
ajuda dos Beatles. Ouvindo, “It’s been a hard days night”
encontramos a palavra "It". Ainda trabalhando a letra da
música, retiramos do texto as palavras que rimam, e
percebemos que nem sempre a grafia da palavra que rima na
língua inglesa é a mesma. O que importa é o som das palavras,
como:
“… But when I get home to you
I find the things that you do…”
Pensando em rimas, fomos buscar nas “Nursery Rhymes”,
quadrinhas em inglês, outros exemplos para ampliar nosso
vocabulário.
Além de termos aprendido a escrever os mumerais até trinta, e
trabalharmos com o calendário em todas as aulas, o semestre
foi repleto de cantoria!
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MÚSICA
João Luiz Pena Santos
Começamos o ano nos conhecendo e começando a conhecer,
também, a Flauta Doce Soprano, instrumento que estudamos
com dedicação durante o semestre.
Para iniciar de uma maneira diferente, apresentamos a família
das flautas doces trazendo várias diferentes que foram tocadas
para a turma. Conversamos sobre a história e a forma desse
instrumento, assistimos a vídeos e ouvimos gravações nas
quais a flauta doce, sozinha ou acompanhada por diversos
instrumentos, era utilizada na execução de peças variadas. Por
fim, falamos sobre a postura, a respiração e a forma de soprar
quando tocamos.
Depois dessa introdução, começamos a desenvolver o estudo
do instrumento. Inicialmente, utilizamos três notas: “sol”, “lá” e
“si”. Com elas tocamos a primeira parte de uma música que
composta para eles. Depois disso, começamos a estudar a
segunda parte da música trabalhando as notas “dó” e “ré”.
Como a música não tinha nome, uma votação passou a chamála de
“A Flauta e suas Notas”.
apenas carroças e carruagens? Como devia ter sido o tempo
em que não havia nem televisão, nem computador, onde as
notícias demoravam dias, às vezes meses para chegar? Como
devia ter sido o tempo em que havia reis e rainhas? A partir
dessas e outras perguntas, fomos fantasiando e dramatizando
possíveis situações com alguns tipos profissionais que já não
existem mais que são cada vez mais raros na vida urbana
como o cocheiro, o mordomo, as damas da corte...
Conforme foi se definindo o Projeto Pedagógico, o bicentenário
da vinda da corte portuguesa ao Brasil virou assunto da ordem
do dia! Demos, então, início à nossa longa e pitoresca viagem d
´além mar para cá, para esta terra tão querida chamada Brasil.
Para complementar o projeto, os alunos assistiram à
apresentação da peça “O Jardim do Rei”, encenado
recentemente no Jardim Botânico, e assistiram a um DVD
chamado “Passo a passo no Paço Imperial”, peça dirigida por
Cacá Mourthé e encenada em 2004, que contava a história da
vinda da família Real para o Brasil, desde a sua chegada até a
abolição dos escravos.
Com o aprendizado da flauta doce, trabalhamos conceitos e
vimos informações importantes sobre a escrita de partituras.
Fizemos, em sala, a apostila “Escrevendo uma partitura” e
exercitamos nossa leitura rítmica em diversas atividades.
Durante as aulas, assistimos vídeos, ouvimos gravações e
exercitamos a concentração e a percepção musical em vários
exercícios e brincadeiras.
A F3M se mostrou muito animada, carinhosa, e afetiva,
entretanto, muito agitada. A concentração e a organização são
desafios importantes que estamos, aos poucos, conseguindo
vencer. O resultado desse esforço pôde ser visto na
apresentação da Mostra de Artes.
TEATRO
Raquel Liborio
Começamos as aulas de Teatro do terceiro ano com um grande
desafio: fazer uma viagem no tempo.
O período de ensaios foi bastante longo, pois foi um processo
colaborativo, onde as improvisações feitas em sala de aula
serviam posteriormente de inspiração para que o texto fosse
sendo escrito, livremente inspirado a partir da leitura dos livros
“D. JÕAO CARIOCA” e “ 1808”, de Laurentino Gomes. As
cenas iam surgindo e sendo escritas quase que
simultaneamente à prática em sala de aula.
Num processo de criação coletiva como este, são fundamentais
a participação o interesse e o empenho de cada aluno, pois
todos são, de certa forma, co-autores de uma mesma história.
Toda criação deve ser fonte de inspiração para si e para o
outro. Uma idéia aqui pode ser aproveitada ali. De um
personagem vão surgindo outros. Assim foi sendo construído o
nosso D. JOÃO DO RIO.
Acreditamos que, criando e contando, imaginando e fazendo, o
fazer teatral vai surgindo da experiência, o que torna a cena
muito mais viva e interessante. O estar em cena ganha sentido,
pois deixa de ser uma representação para ser uma apropriação,
o resultado de uma experiência vivida e compartilhada por
todos.
Como devia ter sido o tempo em que não havia carros nas ruas,
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EXPRESSÃO CORPORAL
Ana Cecilia Pinheiro Guimarães
sala, as crianças eram estimuladas à improvisação livre.
Também fizemos releituras corporais, tentando reproduzir a
imagem de alguns quadros, nos organizando espacialmente
como estátuas. Ainda como desdobramento da apreciação,
fizemos uma atividade de criação e composição coletiva,
aliando e sincronizando diferentes movimentos a ritmos e
timbres diferentes. Inicialmente, exploramos uma
movimentação dentro de um ritmo produzido com instrumentos
de percussão pela professora. Depois, as próprias crianças, em
grupos, criaram uma seqüência rítmica para realizar os
movimentos combinados. Esse exercício durou algumas aulas,
num processo rico de possibilidades e descobertas, com muita
troca de idéias e a oportunidade de escolher, coletivamente,
diferentes combinações nas seqüências coreográficas criadas.
Finalizamos filmando as produções, e compartilhando
impressões sobre todo o processo.
No final do semestre, ensaiamos dois cocos praieiros, dança
folclórica que se originou dos cantos de trabalho da região
nordeste para a festa junina.
No início das aulas, conversamos sobre o tema do Projeto
Institucional e a relação possível dos diferentes trabalhos
humanos com a movimentação do corpo. Foram citadas
profissões bastante familiares e outras que as crianças só
conheciam de ouvir falar. Nas rodas de aquecimento,
conversamos sobre o esforço empregado pelo corpo para
exercer cada função de trabalho. Refletimos bastante sobre as
qualidades de movimento, experimentando-as em
improvizações, e iniciamos um projeto bem interessante.
Projetamos, no telão do salão, reproduções das obras de
Candido Portinari, de diversos trabalhadores, utilizadas na
sinalização da escola, que ilustraram bem alguns trabalhos
mais braçais. Elas serviram de base para um estudo de
apreciação estética dos movimentos representados.
Realizamos atividades de criação de movimentos, em
pequenos grupos, inspiradas por essas imagens. Filmamos
numa aula e assistimos na outra, apreciando e avaliando a
produção de todos.
As ações sugeridas nas telas por lavadeiras, lavradores,
mineradores, trabalhadores na indústria, na colheita do algodão
ou na secagem do café, foram vividas nas atividades propostas.
Em diagonais, cruzamentos e em filas paralelas pelo espaço da
EDUCAÇÃO FÍSICA
Renato Lent Santos
Nossas crianças chegaram aos recreios ansiosas para saber se
vai ter pátio sobre rodas, quando?, e o torneio de futebol e
queimado?, e as olimpíadas?. Como tudo vem a seu tempo, as
coisas começaram a acontecer.
O pátio sobre rodas aconteceu logo, e as crianças, felizes,
trouxeram seus patins, patinetes e skates a fim de curtir um
recreio diferente. Um circuito foi montado para desafiá-las,
testando seu equilíbrio, atenção, destreza, percepção do
espaço e o cuidado com os outros. Nos casos de excesso de
velocidade, ultrapassagens perigosas, tráfego na contramão e
avanço de sinal, eram multadas ficando um minuto do lado de
fora e estimuladas a trocar de brinquedo com um colega ou
emprestá-lo aos que não haviam trazido.
O sucesso foi grande e, não raro, pudemos ouvir: “Eu amei!”,
“Eu adorei!”, “Vai ter outro?!”
É uma turma com grande vontade de jogar. Mas, por serem um
pouco dispersos e falantes, possuem certa dificuldade na hora
de escolher os times. Depois dessa etapa resolvida, aproveitam
bastante e se organizam rapidamente na troca de times.
Assimilam as regras com facilidade e são muito unidos. Sentem
quando em algum acidente um amigo sai machucado,
cercando-o com grande preocupação.
O torneio de futebol e queimado se realizou e, através dele,
nossas meninas e meninos puderam testar e treinar suas
habilidades e colocar à prova suas emoções.
As torcidas estavam afinadas e animadas, e as crianças
tiveram a oportunidade de exercitar o respeito, o cuidado com o
outro e a cooperação com o grupo, além de lidar com as
vitórias e derrotas.
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Escola Sá Pereira – Relatório Semestral 2008 – Ensino Fundamental – F3M
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