Arq Bras Cardiol volume 73, (nº 4), 1999 Bocchi e cols. Relato de Caso Hormônio do crescimento na insuficiência cardíaca Hormônio do Crescimento na Otimização do Tratamento da Insuficiência Cardíaca Refratária Edimar Alcides Bocchi, Zyun Massuda, Guilherme Guimarães, Dirceu Carrara, Giovanni Bellotti, Amilcar Mocelin, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, José Franchini Ramires São Paulo, SP Tem sido descrito que o hormônio do crescimento pode beneficiar pacientes com insuficiência cardíaca. Paciente de 63 anos, com insuficiência cardíaca refratária em fila de espera de transplante cardíaco, dependente de drogas inotrópicas por via endovenosa (dobutamina), com deterioração progressiva do quadro clínico e evoluindo com caquexia, apesar do tratamento usual, foi submetido a administração do hormônio do crescimento na dose de 8 unidades diárias para melhor otimização da terapêutica. Com a sua administração, houve elevação do níveis de hormônio do crescimento (mg/L) de 0,3 para 0,8; de somatomedina C (ng/mL) de 130 para 300 com melhora clínica, possibilidade de adequada otimização da terapêutica, com retirada da dobutamina. Houve melhora da fração de ejeção de ventrículo esquerdo (radioisótopos) de 13% para 18% e, posteriormente, para 28%, associada a redução das pressões na circulação pulmonar e aumento objetivo da capacidade de exercício com pico de Vo2 de 13,4mL/kg/min e tardiamente para 16,2mL/kg/min. O paciente foi retirado da lista de espera de transplante cardíaco. A administração do hormônio do crescimento pode ser de benefício para pacientes selecionados com insuficiência cardíaca refratária. Apesar dos progressos no seu tratamento, a insuficiência cardíaca persiste como síndrome de alta mortalidade e morbidade 1 . Além da relativa efetividade, o uso clínico de drogas tradicionais ou recentes, às vezes, é limitada pela situação clínica do paciente, por intolerância ao medicamento, ou por se encontrar em fase de investigação 2 . Procedimentos cirúrgicos propostos, como o transplante cardíaco, a cardiomioplastia, a ventriculectomia parcial, o uso de marcapasso, têm seu uso limitado pela falta de doadores, pelo restrito critério de seleção, por degeneração de enxertos, ou pela falta de conhecimento de critérios adequados para escolha do paciente com probabilidade de sucesso no tratamento 1,3 ,4 . Entre as alterações neuro-hormonais na síndrome de insuficiência cardíaca congestiva, tem sido descrita redução ou Instituto do Coração do Hospital das Clínicas - FMUSP Correspondência: Edimar Alcides Bocchi - Rua Oscar Freire, 2077/161 – 05409-011 São Paulo, SP Recebido para publicação em 4/12/98 Aceito em 7/4/99 elevação dos níveis de hormônio do crescimento e alteração no eixo hormonal IGF-1 (somatomedina C), com inapropriado (baixo/normal) nível do IGF-1 em relação ao hormônio do crescimento 5 -8, que tem efeito metabólico geral e influência no controle do estresse e desempenho cardíaco, via ativação de somatomedinas, principalmente IGF-1 6 . Tem sido sugerido que existiria na insuficiência cardíaca resistência ao hormônio do crescimento 9. Recentemente, o hormônio do crescimento foi proposto como de potencial benefício para portadores de insuficiência cardíaca e o objetivo deste relato foi descrever seu efeito na otimização do tratamento desta síndrome refratária de um paciente em uso de drogas inotrópicas por via endovenosa. Relato do Caso Homem de 63 anos, cor branca, referido para transplante cardíaco devido a insuficiência cardíaca refratária às medidas terapêuticas usuais, foi admitido no hospital em 23/7/98. Apresentava história de infarto agudo do miocárdio, em 1988, tendo sido submetido a revascularização miocárdica em outubro de 1988. Em 10/7/97 foi submetido a prostatectomia por adenocarcinoma de próstata. Assintomático, do ponto de vista cardiovascular até janeiro/98, quando passou a apresentar dispnéia aos esforços. A cinecoronariografia em 9/4/98 mostrou artéria descendente anterior ocluída, artéria circunflexa ocluída com a marginal, com lesão de 70% no início, coronária direita com lesão grave no terço proximal, safenas aorta-marginal e aorta-coronária direita ocluídas na origem, e safena aorta-descendente anterior pérvia e de bom aspecto. Foi submetido com sucesso técnico à angioplastia e implante de stent em coronária direita sem melhora da sintomatologia. Avaliação laboratorial mostrava colesterol total 154mg/dL, HDL-colesterol 51mg/dL, e LDL-colesterol 90mg/dL. Persistiram os sintomas de dispnéia e foi medicado com digital, antagonista do receptor AT1 da angiotensina II, e diuréticos de alça em altas doses com reposição de potássio, associada a orientação dietética e atividade física. Cintilografia miocárdica com tálio não demonstrou sinais de isquemia. Não tolerou inibidor da enzima de conversão da angiotensina ou antagonista da aldosterona. Continuou a piorar, progressivamente, com seis internações por insuficiência cardíaca em dois meses em Unidade de Terapia Intensiva, com necessidade de drogas 391 Bocchi e cols. Hormônio do crescimento na insuficiência cardíaca inotrópicas por via endovenosa, com rápida melhora. Quando da admissão no Instituto do Coração estava em anasarca com derrame pleural, ascite, hepatomegalia, má perfusão periférica associado a hipotensão arterial (80x60mmHg), taquicardia (freqüência cardíaca = 110bpm) e 3ª bulha persistente. O eletrocardiograma demonstrou ritmo sinusal com sobrecarga atrial esquerda e área inativa em parede anterior. A radiografia de tórax mostrou moderado aumento da silhueta cardíaca com sinais de congestão e derrame pleural. Exames laboratoriais mostraram sódio 129mEq/L (referência de 136-145); creatinina 1,2mg/dL (referência de 0,6-1,4); AST (aspartato aminotransferase) 17 (até 18 U/l); ALT (alanina aminotransferase) 15 (até 22 U/l); albumina (soro) 3,6g/dL (3,3-5,2); CEA (antígeno carcinoembrionário) ng/mL 3,4; PSA (antígeno prostático específico) livre (mg/L) 0,01; PSA (total(mg/L) 0,05; hormônio tireoestimulante mU/L (0,3-4) 14,5; T3 reverso 0,82 nmol/L (0,18-0,51); T3 livre 0,26 (0,3-0,5); T4 livre 1,2 (0,7-1,4); e anticorpos anti-tireóide elevados. À monitorização através do Holter de 24h apresentava ritmo sinusal, 8001 batimentos ectópicos ventriculares e 298 supraventriculares, com 50 episódios de taquicardia ventricular não sustentada e um de supraventricular. Não foi possível submetê-lo a estudo ergoespirométrico para determinação do consumo máximo de oxigênio durante exercício pelas condições clínicas. Outros exames e avaliação cardiovascular Arq Bras Cardiol volume 73, (nº 4), 1999 estão na tabela I. Com os diagnósticos de insuficiência cardíaca refratária classe IV de evolução progressiva, com necessidade de drogas endovenosas, miocardiopatia isquêmica, neoplasia de próstata prévia, hipotireoidismo, síndrome do pânico, foi otimizada a terapêutica com furosemida por via endovenosa com associação de amilorida e hidroclorotiazida por via oral, reposição com T4 (com normalização do TSH), dobutamina por via endovenosa, e manutenção dos antagonistas do receptor AT1 da angiotensina. Houve redução do estado congestivo mas o paciente continuou com anorexia, náuseas freqüentes, sinais de má perfusão e instabilidade hemodinâmica com necessidade de infusão endovenosa de dobutamina sem modificações após redução da dose de digoxina. Não houve melhora com introdução de pentoxifilina (1200mg/dia), inibidor do TNF-a, ou com mudança do esquema diurético para furosemida, associado a espirolactona (100mg) e hidroclorotiazida (100mg). O paciente não tolerou a introdução terapêutica de carvedilol. Optou-se pela troca de antagonista de AT1 para inibidor da enzima conversora da angiotensina, mas não tolerado pela instabilidade hemodinâmica. O paciente foi incluído na lista de espera para transplante cardíaco. Devido ao quadro clínico, evolução progressiva da insuficiência cardíaca com hiponatremia, e perda de peso progressiva para caquexia, após consentimento familiar e do paciente introduziu-se hormônio do Tabela I – Avaliação laboratorial antes e durante uso do hormônio do crescimento (GH) Classe funcional IMC (kg/m2) Ecocardiograma DDF (MM) Espes. septo (MM) Espes. P.posterior Insuf. mitral Insuf. tricúspide Radioisótopos FEVE (%) FEVD (%) Vo2 max (m/kg/min) IGF-I (70-290ng/mL) GH (0-2,5 microg/L) Pressões (mmHg) átrio direito artéria pulmonar s. artéria pulmonar d. capilar pulmonar sistólica sistêmica diastólica sistêmica Índice cardíaco (l/min/m2) RVP (unidades Wood) RVS (unidades Wood) Medicação Carvedilol (mg) Captopril (mg) Digoxina (mg) Dobutamina Antes Otimização - GH Otimização tardia-GH IV-C/droga II-III I 21,93 23,04 24,1 74 7 8 Moderada Discreta 74 8 9 Moderada Discreta 73 7 8 Disc/moderada Discreta 13% 12% Não possível 130 0,3 18% 13,4 300 0,8 28% 29% 16,2 - 22 54 45 30 120 80 2,54 3,91 15,5 14 33 20 24 100 60 2,20 - 0,25 4,6 (mg/kg/min) 6,25 75 0,125 - 90 70 47,5 150 0,125 - classe funcional segundo New York Heart Association; IMC- índice de massa corpórea; DDF- diâmetro diastólico final de ventrículo esquerdo; FE- fração de ejeção; VE- ventrículo esquerdo; VD- ventrículo direito; Vo2- consumo de oxigênio durante pico de exercício; IGF-I- somatomedina C; RVP- resistência vascular pulmonar; RVS- resistência vascular sistêmica; otimização – GH- 30 dias após início do uso do carvedilol; otimização tardia – GH- 80 dias após o início do carvedilol. 392 Arq Bras Cardiol volume 73, (nº 4), 1999 Bocchi e cols. Hormônio do crescimento na insuficiência cardíaca crescimento na dose de 8U por via intramuscular ao dia. Observou-se aumento dos níveis de hormônio do crescimento e IGF-I (tab. I). A partir do 3º-4º dia de sua utilização, o paciente, progressivamente, passou a ficar estável hemodinamicamente, tolerando os inibidores da enzima conversora da angiotensina; desaparecendo a anorexia com tolerância à dieta, e houve aumento progressivo do índice de massa corpórea. Após esta melhora o carvedilol foi reintroduzido, obtendo-se boa tolerância. Também obteve-se redução das pressões de átrio direito e circulação pulmonar e aumento da capacidade de exercício. Obteve alta hospitalar com T4 150µm; carvedilol 9,375mg; digoxina 0,125; furosemida 320mg; amilorida associada a hidroclorotiazida; e captopril 75mg, além da orientação dietética. Em 28/9/98, já em classe funcional (CF) II o paciente estava recebendo ao dia carvedilol 37,5mg; captopril 150mg; furosemida 80mg; hidroclorotiazida associada a amiloridina; digoxina 0,125mg; e complexo B. Em 19/11/98 já em CF I foi retirado da lista de transplante cardíaco, tendo sido reajustada a dose de carvedilol para 50mg/dia. Discussão Nosso resultado demonstra que o hormônio do crescimento pode ser de benefício na otimizaçao da terapêutica no tratamento de insuficiência cardíaca refratária, quando acrescentado à terapêutica em paciente evoluindo com caquexia cardíaca. Poderia permitir a introdução de medicações até então não toleradas, como o carvedilol, com expressivo benefício na função de ventrículo esquerdo 2. O hormônio do crescimento é produzido na hipófise e sua secreção é estimulada pelo fator liberador de hormônio do crescimento do hipotálamo, e inibida pela somatostatina (hipotálamo), e pelo IGF-1 (somatomedina C) e pelo próprio hormônio do crescimento, cuja secreção é aumentada por estimulação a2 e inibida por a1 e b agonistas, e indivíduos com treinamento físico, anorexia, desnutrição, mas diminui com a idade 10. Entre fatores que podem provocar a sua liberação incluem-se o teste de tolerância à insulina, ou estímulos farmacológicos (glucagon, arginine, clonidine, ou fator de liberação de hormônio do crescimento) ou estímulos fisiológicos (sono, jejum ou exercício de preferência de alta intensidade intermitente). Relação entre a produção de hormônio do crescimento e a gravidade da insuficiência cardíaca tem sido descrita 11 e mais significante redução do hormônio do crescimento não foi encontrado em pacientes sem caquexia 12. Comparados com normais e não caquéticos, pacientes com insuficiência cardíaca e caquexia (índice de massa corpórea <24kg/m2 e queda de peso seco >5kg não intencional nos últimos seis meses) tem redução do hormônio do crescimento associado a aumento de catecolaminas, de TNF-a, de cortisol, hiponatremia, e resistência a insulina 7. Outros investigadores têm descrito na insuficiência cardíaca elevação do hormônio do crescimento, TNF-a, e noradrenalina associado a baixos níveis de IGF-1, demonstrando resistência ao hormônio do crescimento pela diminuição da relação IGF-1/ hormônio do crescimento 6. O efeito benéfico de sua administração tem sido documentado na maioria dos mo- delos experimentais de insuficiência cardíaca 13,14, mas não é universal 15. Também reduziu a formação de aneurisma em estudos experimentais com infarto agudo do miocárdio 16. A ação benéfica observada no nosso estudo confirma o descrito por alguns autores em humanos, entretanto, é pela primeira vez que o efeito do hormônio do crescimento é descrito para pacientes em CF IV, dependentes de droga inotrópica por via endovenosa. A ação benéfica da reposição do hormônio do crescimento foi descrita pela primeira vez em paciente que, no pós-parto, desenvolveu hipopituitarismo e cardiomiopatia e em cardiomiopatia associada a hipofisectomia 17. Efeito benéfico na hemodinâmica, no estresse ventricular, nos sintomas, na capacidade de exercício, e na qualidade de vida foi descrito em pequeno número de portadores de insuficiência cardíaca após uso de hormônio do crescimento, mas em contraste, recentemente em estudo duplo-cego randomizado foi descrito somente aumento da massa ventricular esquerda sem benefício na classe funcional, na fração de ejeção de ventrículo esquerdo, na hemodinâmica, ou na capacidade de exercício 18-22. Os diversos resultados podem ser explicados pelas diferenças na população estudada, classe funcional, estado de caquexia, duração de sintomas, drogas associadas e doses de hormônio do crescimento utilizadas (de 2 a 14 unidades por dia). Aparentemente, haveria pacientes que responderiam ou não ao hormônio do crescimento. Aqueles com perda de peso e atrofia muscular o efeito anabólico e trófico do hormônio do crescimento e IGF-1 poderia ser desejável e efetivo. Vários mecanismos têm sido sugeridos para explicar o efeito benéfico do hormônio do crescimento que em normais tem efeito inotrópico positivo e sua deficiência está associada a anormalidades na composição corpórea, redução da capacidade muscular, redução da massa cardíaca, da tolerância ao exercício, e do bem estar 23 . Reposição de hormônio do crescimento pode determinar aumento da massa ventricular esquerda, do volume sistólico, da fração de encurtamento e, às vezes, redução da resistência vascular periférica via síntese de óxido nítrico. Foi sugerido que a administração de hormônio do crescimento pode ter efeitos agudos semelhantes ao uso de dobutamina e inibidores da fosfodiesterase 20. No coração, a administração de hormônio do crescimento determina aumento da expressão de IGF-1 RNAm, aumento da contratilidade, do tamanho do miócito, e modificação da isoforma de miosina pesada para V3. Assim, o hormônio do crescimento tem efeito na hemodinâmica e no remodelamento ventricular esquerdo 24. Outros possíveis efeitos seriam a inibição da apoptose 25, e também a redução da atividade simpática e dos níveis de aldosterona 26. O hormônio do crescimento é benéfico e seguro na reposição em crianças, entretanto, em adultos seu uso deve ser cuidadosamente monitorizado 27. Na acromegalia nos estágios precoces haveria hipercinesia cardíaca com aumento da contratilidade, aumento do débito cardíaco, e resistência vascular periférica. Mas, tardiamente após o desenvolvimento de hipertrofia haveria sinais de insuficiência cardíaca. Os riscos do uso do hormônio do crescimento a longo prazo 393 Bocchi e cols. Hormônio do crescimento na insuficiência cardíaca Arq Bras Cardiol volume 73, (nº 4), 1999 devem ser cuidadosamente investigados devido ao fato de que o IGF-1 pode promover crescimento tumoral através do receptor para IGF-1. Em doentes com acromegalia foi descrito aumento de risco de pólipos e tumores do cólon 28. Elevação dos níveis de hormônio do crescimento tem sido implicado como fator de risco para neoplasias, mas não tem sido relatada em pacientes recebendo suplementação de hormônio do crescimento. A redução do número dos receptores de IGF-1, anticorpos contra receptor IGF-1, e a indução de mutante do receptor do IGF-1 inibem o crescimento tumoral em contraste com aumento dos receptores de IGF-1 que protegem células tumorais da apoptose 29-34. Outros possíveis efeitos seriam a ativação do sistema renina-angiotensina, a retenção de sódio e água no uso precoce, artralgia, síndrome do túnel do carpo, tinido, elevação de glicemia, hipertensão arterial, aumento dos níveis de aldosterona e de insulina, balanço nitrogenado positivo, diminuição do LDL-colesterol e do HDL, e aumento da conversão de T4 pata T3. 10,35. Em conclusão, apesar dos possíveis efeitos indesejáveis e da possibilidade do desaparecimento dos efeitos a longo prazo, a possível utilização do hormônio do crescimento no auxílio da otimizaçao da terapêutica da insuficiência cardíaca refratária deveria ser considerada em pacientes evoluindo com caquexia. Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. Bocchi EA, Bellotti G, Moreira LF, et al. Mid-terms results of heart transplantation, cardiomyoplasty, and medical treatment of refratory heart failure caused by idiopathic dilated cardiomyopathy. J Heart Lung Transplant 1996; 15: 736-45. Bocchi EA, Bacal F, Bellotti G, Carrara D, Ranmires JAF. Efeitos do carvedilol (bloqueador b1b2a1) na insuficiência cardíaca refratária. Arq Bras Cardiol 1998; 78: 169-73. Bocchi EA, Bellotti G, Moraes AV, et al. Clinical outcome after left ventricular surgical remodeling in patients with idiopathic dilated cardiomyoapathy reeferred for heart transplantation. Short-term results. Circulation 1997; 96: II-165-II-72. Bocchi EA, Higuchi ML, Vieira MC, et al. Higher incidence of malignant neoplasms after heart transplantation for treatment of chronic Chagas’heart disease. J Heart Transplant 1998; 17: 399-405. Lommi J, Koskiner P, Naveri H, Harkonen M, Kupari M. Heart failure ketosis. I Intern Med 1997; 242: 231-8. Niebauer J, Pflaum C-D, Clark AL, et al. Deficient insulin-like growth factor in chronic heart failure predicts altered composition, anabolic deficiency, cytokine and neurohormonal activation. J Am Coll Cardiol 1998; 32: 393-7. Anker SD, Chua TP, Ponikowski P, et al. Hormonal changes and catabalic/anabolic imbalance i chronic heart failure and their importance in cardiac cachexia. Circulation 1997; 96: 526-34. Anand IA, Ferrari R, Kalra GS, Wahi PL, Poole-Wilson PA, Harris PC. Edema of cardiac origin: studies of body water and sodium, renal function, hemodynamic indexes, and plasma hormones in untreated congestive heart failure. Circulation 1989; 80: 299-305. Fazio S, Cittadini A, Merola B, et al. Growth hormone and heart peformance. A novel mechanism of cardiac wall stress regulation in humans. Eur Heart J 1997; 18: 340-7. Gomberg-Maitland M, Frishman WH. Recombinant growth hormone: a new cardiovascular drug therapy. Am Heart J 1996; 132: 1244-62. Giustina A, Lorusso R, Borghetti V, Bugari G, Misitano V, Alfieri O. Impaired spontaneous growth hormone secretion in severe dilated cardiomyopathy. Am Heart J 1996; 131: 620-22. Anker SD, Chua TP, Ponikowski P, et al. Hormonal changes and catabolic/ianabolic imbalance in chronic heart failure and their importance in cardiac caquexia. Circulation 1997; 96: 526-34. Yang R, Bunting S, Gillett N, Clark R, Jin H. Growth hormone improves cardiac performance in experimental heart failure. Circulation 1995; 92: 262-7. Duerr RL, McKirnan D, Gim RD, Clark RG, Chien KR, Ross J. Cardiovascular effects of insulin-like growth factor-1 and growth hormone in chronic left ventricular failure in the rat. Circulation 1996; 93: 2188-96. Shen YT, Woltmann RF, Appleby S, et al. Lack of beneficial effects of growth hormone treatment in conscious dogs during development of heart failure. Am J Physiol 1998; 242: H456-66. Casragnino HE, Toranzos FA, Milei J, et al. Preservation of the myocardial collagen framework by human growth hormone in experiemental infarctions and reduction in the incidence ventricular aneurysms. Int J Cardiol 1992; 35: 101-14. 394 17. Frustad A, Pesone GA, Gentiloni N, Russo MA. Reversible dilated cardiomyopathy due to growth hormone deficiency. Am J Clin Pathol 1992; 97: 503-11. 18. Fazio S, Sabatini D, Capaldo B, et al. A preliminary study of growth hormone in the treatment of dilated cardiomyopathy. N Engl J Med 1996; 334: 809-14. 19. Cuneo RC, Wilmshurst P, Lowy C, Mcgauley G, Sonsksen PH. Cardiac failure responding to growth hormone. Lancet 1989; 1: 838-9. 20. Volterrani M, Desenzani P, Lorusso R, Manelli F, Giustina A. Hemodynamic effects of intravenous growth hormone in congestive heart failure. Lancet 1997; 349: 1067-8. 21. Driscoll JGO, Green DJ, Ireland M, Kerr D, Larbalestier RI. Treatment of end-stage cardiac failure with growth hormone. Lancet 1997; 349: 1068. 22. Osterziel KJ, Strohm O, Schuler J, et al. Randomised, double-blind, placebo-controlled trial of human recombinant growth hormone in patients with chronic heart failure due to dilated cardiomyopathy. Lancet 1998; 351: 1233-7. 23. Monson JP, Besser GM. The potential for growth hormone in the management of heart failure. Heart 1997; 771-2. 24. Ross J, Hongo M. The role of hypertrophy and growth factors in heart failure. J Card Fail 1996; 4: S121-8. 25. Pulkki K. Cytokines and cardiomyopathy death. Ann Med 1997; 29: 339-43. 26. Capaldo B, Lembo G, Rendina V, et al. Sympathetic deactivation by growth hormone treatment in patients with dilated cardiomyopathy. Eur Heart J 1998; 19: 623-7. 27. Silverman BL, Friedlander JR. Is growth hormone good for the heart? J Pediatr 1997; 131: S70-4. 28. Colao A, Lombardi G. Growth-hormone and prolactin excess. Lancet 1998; 353: 1455-61. 29. Prager D, Li HL, Asa S, Melmed S. Dominant negative inhibition of tumorgenesis in vivo by insulin-like growth factor-1 receptor mutant. Proc Natl Acad Sci 1994; 91: 2181-5. 30. Kalebic T, Tsokos M, Helman LJ. In vivo treatment with antibody against the IGF-I eceptor suppresses growth of human rhabdomyosarcoma and down-regulates p34/cd2. Cancer Res 1994; 54: 5531-4. 31. Arteaga CL, Osborne CK. Growth inhibition of human breast cancer cells in vitro with an antibody against the type I somato medin receptor. Cancer Res 1989; 49: 6237-41. 32. Resnicoff M, Burgaud JL, Rotman HL, Abraham D, Baserga R. Correlation between apoptosis, tumorigenesis, and levels of insulin-factor I receptors. Cancer Res 1995; 55: 3739-41. 33. Resnicoff M, Abraham D, Yutanawiboonchai W, et al. The insulin-like growth factor receptor protects tumor cells from apoptosis in vivo. Cancer Res 1995; 55: 2463-9. 34. Kaleko M, Rutter WG, Miller AD. Overexpression of the human insulin-like growth factor I receptor promoters ligand-dependent neoplastics transformation. Mol Cell Biol 1990; 10: 464-73. 35. Ho KY, Kelly JJ. Role of growth hormone in fluid homeostasis. Horm Res 1991; 36(suppl 1): 44-8.