Conjuntura econômica internacional

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Dados: Fechamento em 14/10/2016.
= Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 07/10/2016.
 SITUAÇÃO GLOBAL
Possibilidade de "hard Brexit" causa instabilidade da libra
A libra esterlina atingiu na sexta-feira, 07/10, por instantes, a sua cotação mais baixa em 31 anos em relação à moeda norteamericana – US$ 1,1841, antes de fechar o dia em US$ 1,2429.
A abrupta e inesperada desvalorização da libra esterlina foi um alerta em face dos sinais de que a PrimeiraMinistra Theresa May optou por um "hard Brexit", ou seja, a prevalência do interesse pelo controle de fronteiras
sobre o acesso ao "single market" europeu. Ainda que, aparentemente, provocada por uma falha de sistema no
mercado de Hong Kong, a oscilação da moeda foi interpretada no Reino Unido como um recado dos mercados:
os investidores não compartilham do otimismo dos defensores do "leave" quanto às perspectivas do cenário pós"Brexit". Pesquisas divulgadas na segunda-feira, no entanto, com dados recolhidos desde 07/10 (ou seja, já depois
da oscilação da libra), apontam que o Partido Conservador vem aumentando sua vantagem sobre o Trabalhista na
preferência do eleitorado (43% contra 26%).
Economia argentina esboça recuperação
A economia argentina pode ter começado a reverter a queda verificada desde o último trimestre de 2015, como resultado da
política de ampliação de gastos públicos com obras e benefícios sociais, estimulando o consumo.
Aumentos na demanda de cimento e na produção de automóveis, em agosto, além do bom desempenho do
varejo, levam o Governo e analistas a considerar que incipiente processo de retomada econômica pode ter sido
iniciado em setembro. Apesar desses sinais positivos, a CEPAL, em setembro, indicou piora nas estimativas para o
PIB argentino, que cairia -1,8% em 2016, contra -1,5% previsto em julho. Preocupam, por outro lado, as
projeções de que o déficit primário para 2016 poderá ficar em torno de 5%: a meta fiscal anunciada para 2017
(déficit de 3,3% do PIB) dificilmente será cumprida, o que torna o país dependente dos mercados financeiros
internacionais. A dívida pode alcançar 68% do PIB em 2019, mantidos déficits primários em torno de 4%. O alto
risco soberano põe em xeque a tolerância dos mercados a níveis altos de endividamento. Para 2017, as
expectativas de crescimento são de 2,5% a 3% do PIB. Consultores locais ressaltam que a retomada do
crescimento do Brasil é condição necessária para assegurar a recuperação argentina a partir de 2017.
Equador: nova emissão de títulos soberanos e aumento da dívida externa
Analistas econômicos locais manifestam preocupação com a trajetória da dívida pública equatoriana, com prazos decrescentes e
taxas crescentes e questionam a capacidade de pagamento do Governo.
O Governo equatoriano realizou nova emissão de títulos soberanos, no valor total de USD 1 bilhão, a juros
de 10,75% a.a. com vencimento em 2022. A nova leva de emissão é a quinta desde o retorno do país ao mercado
internacional de capitais, em 2014, após a moratória de 2008. O Governo Correa vem privilegiando empréstimos
desatados de condicionalidades, com particular reticência quanto a eventual recurso ao FMI, ainda que, para tal,
tenha de contratar dívida com prazos decrescentes (de até cinco anos) e juros crescentes (de até 10,75%). O
estoque total de dívida com títulos soberanos chega a USD 5,5 bilhões, os quais, acrescidos dos cerca de US$ 4
bilhões em compras de títulos da dívida pública pelo Banco Central do Equador, constituem fonte de recursos da
estrutura de dívida equatoriana. Mais de 33% da dívida externa do país constitui-se de empréstimos chineses (USD
8 bilhões). Analistas equatorianos estimam ser inevitável o país, no futuro próximo, buscar baixar o risco-país
e/ou recorrer a empréstimos do FMI para poder, em seguida, reestruturar a dívida.
 BRICS: RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO DOS COMPROMISSOS
DA CÚPULA DE UFA
O "BRICS Research Group", sediado na Universidade de Toronto, publicou seu relatório de 2015 de
acompanhamento dos processos de implementação das decisões de Cúpula do BRICS. O documento acompanha
o andamento de nove compromissos assumidos na Cúpula de Ufa até meados de setembro de 2016. Desde a
criação do agrupamento, os BRICS já realizaram cerca de 110 encontros, em diferentes níveis, incluindo as
ministeriais de chanceleres, ministros de comércio, finanças, agricultura, e saúde, bem como de presidentes de
bancos nacionais de desenvolvimento, gerando mais de 40 documentos conjuntos de inúmeros grupos de trabalho
setoriais. De acordo com o relatório, a dinâmica de institucionalização do grupo é rápida e o nível de
implementação dos compromissos, alto. Entre 2009 e 2015, 361 decisões concretas foram tomadas nas mais
diversas áreas, como economia, finanças, mudança do clima e educação. Entre as prioridades comuns dos cinco
membros, destacam-se compromissos nas áreas de comércio e desenvolvimento, além de manter o foco na
reforma das instituições de governança internacional.
 PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
"Global Investment Trends Monitor", 2016-2018 (UNCTAD)
O relatório da UNCTAD indica a tendência de queda dos fluxos globais de
investimento da ordem de 10-15% em 2016, em reflexo da fragilidade da
economia global e da persistência de uma fraca demanda agregada, levando
a índices de crescimento medíocres, particularmente em países exportadores
de commodities. Outros fatores apontados como causas da queda dos
fluxos de FDI são a implementação de políticas para evitar evasão fiscal e a
queda nos lucros das multinacionais. Na média global, espera-se que a
tendência de crescimento dos FDIs seja reestabelecida em 2017 e supere os
USD 1,8 trilhões em 2018 – ainda abaixo dos níveis pré-crise.
<http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/webdiaeia2016d3_en.pdf>
"Global Financial Stability Report" 2016 (FMI)
O relatório mais recente do FMI sobre Estabilidade Financeira Global indica melhora nos índices de
estabilidade no curto prazo, quando comparado à versão de abril de 2016, porém aumento dos riscos de médio
prazo. Há necessidade de adaptação de instituições financeiras em economias avançadas ao cenário atual de baixo
crescimento, baixas taxas de juros e aumento da regulação. Baixa rentabilidade decorrente deste cenário pode vir a
erodir a margem de segurança dos bancos, comprometendo sua capacidade de financiar o desenvolvimento.
Segundo o relatório, 25% dos bancos sediados em economias avançadas enfrentam desafios estruturais sérios. O
Fundo defende reformas mais profundas, especialmente junto aos bancos europeus. A sustentabilidade de fundos
de pensão e companhias de seguros pode sofrer instabilidade em um cenário de taxas de juros baixas. Nas
economias em desenvolvimento em geral, e em particular no caso da China, o desafio é equilibrar o
endividamento das grandes empresas.
<http://www.imf.org/external/pubs/ft/gfsr/2016/02/pdf/text.pdf>
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