Uni- ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS CURSO DE AGRONOMIA AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE DE DIFERENTES CULTIVARES DE MANDIOCA (Manihot esculenta) CULTIVADAS EM INHUMAS - GO DELÚBIO PEREIRA GONÇALVES GOIÂNIA Junho/2012 DELÚBIO PEREIRA GONÇALVES AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE DE DIFERENTES CULTIVARES DE MANDIOCA (Manihot esculenta) CULTIVADAS EM INHUMAS - GO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Agronomia do Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA, sob orientação da Profª. e Drª. Luciana Domingues Bittencourt Ferreira, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Agronomia. GOIÂNIA Junho/2012 TERMO DE APROVAÇÃO DELÚBIO PEREIRA GONÇALVES AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE DE DIFERENTES CULTIVARES DE MANDIOCA (Manihot esculenta) CULTIVADAS EM INHUMAS - GO Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Agronomia do Centro Universitário de Goiás - UniANHANGÜERA, defendido e aprovado pela banca examinadora no dia 06 de junho de 2012 constituída por: __________________________________ Prof. Drª. Luciana Domingues Bittencourt Ferreira Orientadora _________________________________ Prof. Drª. Cristiane Regina Bueno Aguirre Ramos Membro __________________________________ Prof. Msª. Leandra Regina Semensato Membro AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, a minha esposa Marly, aos meus filhos Amanda, Júlio César e Delúbio Filho assim como ao Uni-ANHANGUERA, Centro Universitário de Goiás pela oportunidade de conferir-me o título de Bacharel em Agronomia. Agradeço pela compreensão e também a todos aqueles que me ajudaram ao longo destes anos. RESUMO Devido à grande disparidade produtiva da mandioca no estado de Goiás, criou-se a necessidade de estudo de algumas variedades. O objetivo deste trabalho foi determinar as características agronômicas de quatro variedades de mandioca (Pão da china, Pão da china amarela, Sabará, Vassourinha) cultivadas no município de Inhumas-GO localizado a 16°17’53”S e 49°32’21,48” O, com altitude de 824m e precipitações de 1400 a 1500 mm anuais, no período de 22/01/2012 a 23/01/2012. Foi estabelecido como momento de colheita, aquele em que as raízes apresentarem aceitação por parte dos consumidores. As variáveis analisadas foram produtividade de mandioca, comprimento de raízes, altura da parte aérea, matéria seca, por hectare. Todos os dados foram submetidos à análise de variância e para o efeito de comparação de médias, realizou- se o teste de Tukey ao nível de significância de 5%. A quantidade de raízes não influenciou na produtividade das variedades. A variedade Vassourinha obteve maior produtividade entre as quatro variedades estudadas. A matéria seca das quatro variedades estudadas ficou dentro dos padrões estabelecidos por estudos anteriores. PALAVRAS-CHAVE: Produtividade de raízes. Desempenho de cultivares. Cultivo de mandioca em Inhumas – GO. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 6 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 8 2.1 Origem e aspectos históricos da cultura da mandioca 8 2.2 Aspectos sócios econômicos da cultura da mandioca 8 2.2.1 Área cultivada com a cultura da mandioca 8 2.2.2 Produtividade 9 2.2.3 Demanda do mercado interno e caracterização da unidade produtiva 10 2.2.4 Exportação 11 2.3 Fatores que influenciam a cultura da mandioca 11 2.3.1 Clima 11 2.3.2 Solos 12 2.3.3 Adubação 12 2.3.4 Fisiologia da cultura da mandioca 14 2.3.5 Caracterização das manivas ou estacas 14 2.3.6 Formação do sistema radicular 15 2.3.7 Desenvolvimento da parte aérea 15 2.3.8 Enchimento das raízes de reserva 15 2.3.9 Repouso da planta de mandioca 16 2.4 Propagação do material vegetativo para a produção de mandioca 16 2.5 Melhoramentos genéticos da cultura da mandioca 16 2.6 Doenças na cultura da mandioca 17 2.6.1 Bacteriose 17 2.6.2 Podridão radicular 18 2.6.3 Super alongamento 19 2.7 Pragas na cultura da mandioca 19 2.7.1 Mandarovás 19 2.7.2 Ácaros 20 2.7.3 Percevejo de renda 20 2.7.4 Mosca da mandioca 20 2.7.5 Mosca branca 21 2.7.6 Formigas 21 3 MATERIAL E MÉTODOS 22 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 23 5 CONCLUSÃO 27 REFERÊNCIAS 1 INTRODUÇÃO O cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz) teve seu início nas terras baixas sul americanas, muito provavelmente no sul da Amazônia brasileira. Começou a ser domesticada há aproximadamente nove mil anos pelas populações indígenas que habitavam aquela região. Calcula-se que existam mais de sete mil variedades de mandioca, que sem duvidas são potencialmente úteis para programas de melhoramento. (ABAM, 1998). A mandioca constitui umas das principais cultivares agrícolas do mundo, entre as tuberosas, perde apenas para a batata (Solanum tuberosum). Dentre os continentes, a África (53,32%) é o maior produtor mundial, seguido pela Ásia (28,08%), Américas (18,49%) e Oceania (0,11%). Na maioria dos países das Américas, o principal consumo da mandioca é sob a forma fresca, a exceção do Brasil, que apresenta a farinha de mesa como principal produto. Além de utilizá-la na produção de etanol . (EMBRAPA, 2003). O Brasil é o maior produtor de mandioca do continente, e o segundo na produção mundial, com 26.4 milhões de toneladas em uma área de 1,8 milhões de hectare. (IBGE, 2011). A produção brasileira, apesar de ser bastante significativa, praticamente estagnou nos últimos anos (IBGE, 2011). A região nordeste é a maior produtora brasileiro de mandioca (8,5 milhões ton.), seguidos pela região norte (7,5 milhões ton.), sul (6,3 milhões ton.), sudeste (2,3 milhões ton) e centro-oeste (1,2 milhões ton). (IBGE, 2011). A produtividade média brasileira de mandioca tem ficado ao redor de 14,73 ton./ha com uma área de 1,8 milhões de hectares. (CEPEA, 2011). As regiões Norte e Nordeste destacam-se como principais consumidoras, sob a forma de farinha. No Sul e Sudeste, a maior parte da produção é para a indústria, principalmente no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Na região Centro-Oeste destaca-se a produção de Mato Grosso do Sul, cuja produção se destina, basicamente, a produção de fécula. (CEPEA, 2011). Goiás ainda não é um grande produtor de mandioca, mas já tem uma grande indústria de processamento instaladas na região de Bela Vista de Goiás,com capacidade para o processamento de 200 toneladas de raízes por dia (FAEG, 2008). O clima favorece o cultivo da mandioca, a localização privilegiada do estado favorece a venda de produtos feitos a partir da mandioca para outros estados como Brasília, Tocantins. Intemperes do clima em regiões como nordeste e sul do Brasil contribui positivamente para o mercado de produtos derivado da mandioca em Goiás. Em função do tipo de raiz a mandioca pode ser classificada como de mesa a qual e comercializada na forma in natura, e para a indústria, transformada principalmente em farinha que tem uso essencialmente alimentar. A fécula e seus derivados têm competitividade crescente no mercado de amiláceos para a alimentação humana, ou como insumos em diversos ramos industriais, tais como o de alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil e farmacêutica. (SOUZA, 2003). Algumas variedades utilizadas de mandioca, utilizadas para o consumo in natura, são: Amansa burro, CM-424/1, Canário, Três meses, Arizoninha branca, Aipim abacate, Cachoeiro, Franco Rabelo, PI-939 30, Matrincha, Saracura, Maragogipe, Taquari Cabocla, Pão II, SM-82/1, Arrebenta burro, Manteiga 28, Cenoura rosada, CM-305/1, MCOL 113, Manso, Sabará, Cacau, Pão-da-china, Vassourinha. O produto mais nobre da planta, a fécula, passa a ocupar destacada importância econômica na substituição parcial do trigo, a maior parte importada, podendo estar presente em porcentagens de 10% a 20% na fabricação do pão francês e em proporções maiores na confecção de outros produtos de panificação. A utilização das raízes feculentas, ricas em carboidratos, a folha a qual tem elevado teor de proteínas, Fe, Ca, vitaminas B1, B2, B6, C e principalmente vitamina A, desidratadas ao sol, sob a forma de raspas, e da parte aérea como feno e silagem, normalmente deixadas no campo após a colheita, podem significar, na alimentação animal, a produção de mais carne, leite e ovos. (MATTOS, 1990). O objetivo deste trabalho foi avaliar as características fitotécnicas e a produtividade, de diferentes cultivares de mandioca cultivadas no município de Inhumas – GO. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Origem e aspectos histórico da cultura da mandioca A mandioca, Manihot esculenta Crantz, constitui um dos principais alimentos energéticos para cerca de 500 milhões de pessoas, sobretudo nos países em desenvolvimento, onde é cultivada em pequenas áreas com baixo nível tecnológico. (BOLOTA, 1993). Em função do tipo de raiz a mandioca pode ser classificada de mesa, comercializada na forma in natura, e para a indústria, onde e transformada principalmente em farinha e fécula. Junto com seus derivados têm competitividade crescente no mercado de amiláceos para a alimentação humana, ou como insumos em diversos ramos industriais tais como o de alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil, farmacêutica e etanol. (EMBRAPA, 2003). 2.2 Aspectos sócio econômicos da cultura da mandioca 2.2.1 Área cultivada com a cultura da mandioca Dentre os continentes, a África (53,32%) é o maior produtor mundial seguido pela Ásia (28,08%), pelas Américas (18,49%). No Brasil, maior produtor continental, a mandioca é uma das culturas mais importantes e a de maior volume de produção após a cana-de-açúcar, apenas nos últimos anos perdeu essa posição para milho e soja. (KANTHACK, 2006). Mais de 80 países produzem mandioca, sendo que o Brasil participa com mais de 10,44% da produção mundial. De fácil adaptação, a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros, situando-se entre os nove primeiros produtos agrícolas do País, em termos de área cultivada, e o sexto em valor de produção. (CEPEA, 2011). Dentre os principais estados brasileiro produtores de mandioca destacam-se: Pará (17,9%), Bahia (16,7%), Paraná (14,5%), Rio Grande do Sul (5,6%) e Amazonas (4,3%), que respondem por 59% da produção do país. A Região Nordeste sobressai-se com uma participação de 32,63% da produção nacional, porém com rendimento médio de apenas 10,6 t/ha; as demais regiões participam com 29,07% (Norte), 24,37% (Sul), 8,86% (Sudeste) e 5,05% (Centro-Oeste). (IBGE, 2011). As Regiões Norte e Nordeste destacam-se como principais consumidoras, sob a forma de farinha. Estados como São Paulo, Paraná, Acre, Mato Grosso do Sul, tem rendimentos acima de 20 toneladas por hectare, a maior parte da produção é para a indústria, principalmente no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Goiás tem uma produtividade de aproximadamente 16 t/ha. (IBGE, 2011). A produtividade média do Brasil que era de 12.95 em 1990, em 2011 poderá chegar a 14,73 t/ha, um aumento considerado pequeno se comparado a outras culturas. (IBGE, 2011). Na Região do Cerrado, que ocupa 24% do território nacional, com uma área de 274 milhões de hectares, houve uma queda na produção de 1,9% ao ano; portanto, a área cultivada passou de 311.125 hectares, em 1975, para 191.218 hectares, em 2000. Essa retração da área traduziu-se em queda de 2,0% ao ano na produção do Cerrado, ou seja, saiu dos 3,9 milhões de toneladas, em 1975, para 2,4 milhões de toneladas, em 2000. Em 1975, essa região participava com 15% da produção nacional, chegando a apenas 8% em 1996 e passando para a casa dos 10% em 2000. (EMBRAPA, 2003). 2.2.2 Produtividade A produtividade da cultura é variável e depende da fertilidade do solo, da variedade cultivada, da idade da cultura, dos tratos culturais, do estado fitossanitário da lavoura. Historicamente, o Brasil tem produzido 12,3 t/ha, e a Região do Cerrado 11,3 t/ha, ou seja, 8% inferior à produtividade nacional. Há sinais de diminuição na área a ser plantada no estado do Paraná e São Paulo, 46,5% dos produtores do Centro-Sul sinalizam diminuir área plantada, devido aos Elevados custos nos arrendamentos, principalmente em áreas marginais. O aumento dos custos de mão-de-obra (gargalo da mecanização), atratividade de outras atividades agropecuárias (cana, boi, grãos), influência dos preços mais baixos deste ano, devido à maior oferta, geadas no oeste paranaense prejudicaram material de plantio. (CEPEA, 2011). (VALADARES FILHO et al, 2006) relataram 26,36% de matéria seca na maniva de mandioca e (NOGUEIRA e GOMES, 1999) relatou uma produtividade de 20.000 kg/ha, e está abaixo da margem citada por (VIOPOUX, 1996) que é de 30. 000 a 60. 000 kg/ha para um ciclo da cultura de 540 dias. O Brasil produziu em 2011, 26,4 milhões de toneladas e Goiás colaborou com apenas 332,8 mil toneladas. (CAPAE, 2011). 2.2.3 Demanda do mercado interno e caracterização da unidade produtiva Há grande disparidade no consumo per capita de farinha de mandioca entre as regiões Brasileiras. A média brasileira é de 7,8 quilos anuais per capita, média essa “inflada” pelos 33,8 quilos per capita da região Norte. O Nordeste consome 15,3 quilos anuais per capita, enquanto as demais regiões apresentam consumo inferior a 1,5 kg/ capita/ano. O estado que se destaca neste índice é o Amazonas, com 43,4 kg/capita/ ano, em contraste com os 0,7 kg/capita/ano do Paraná, apesar de sua considerável produção. (IBGE, 2008). Podem ser identificados três tipos de unidades produtivas na mandiocultura brasileira. O primeiro tipo é a unidade doméstica. Nela, predominam pequenos produtores que empregam pouca tecnologia, muitas vezes com reduzido ou nenhum uso de fertilizantes, e agro defensivos. Este tipo de processo, desenvolvido manualmente da plantação à colheita, é comum nas plantações que abastecem o consumo local e que, em geral, são dedicadas às variedades mansas. Pode ser encontrado em praticamente todos os Estados, mas assume importância maior no Nordeste do país. (FOLEGATTI; MATSUURA, 2007). O segundo tipo de unidade é a familiar, estabelecida em áreas pequenas ou grandes, com maior ou menor grau de tecnologia. Produtores de maior porte já operam com máquinas que aumentam a eficácia dos processos produtivos e apresentam condições de competitividade para ingressar na cadeia produtiva da mandioca destinada à indústria. Este tipo de propriedade detém uma parte significativa do mercado.(EMBRAPA, 2003) A unidade empresarial, que se distingue pela contratação de mão-de-obra de terceiros. O nível tecnológico nem sempre é fator distintivo, uma vez que os investimentos podem ser muito semelhantes aos produtores familiares. Também possuem boa participação de mercado, em especial nos estados do Sul e Sudeste, e participando fortemente das cadeias voltadas à transformação industrial da mandioca. (BARROS, 2004, p. 33). 2.2.4 Exportação Nos anos de 2000 e 2001, o Brasil exportou, em média, 13,1 milhões de toneladas de fécula de mandioca. Um total de 79,9% do exportado foi para a Venezuela (31,4%), Argentina (26,8%), Colômbia (10,7%), Uruguai (6,2%) e Estados Unidos (4,8%). De toda a fécula exportada, 6,2% são provenientes da Região do Cerrado. Na forma de raiz de mandioca fresca, resfriada, congelada ou seca, o Brasil exportou em média, nesse período, o equivalente a 361 toneladas. Os países que mais compram 79,5% das exportações são: Reino Unido (40,2%), Estados Unidos (14,0%), França (13,0%) e Japão (12,3%). De toda a raiz exportada, 2,4% tiveram sua procedência da Região do Cerrado: Estados da Bahia e Goiás. (ABAM, 1998). 2.3 Fatores que influenciam a cultura da mandioca 2.3.1 Clima A mandioca é cultivada entre 30 graus de latitude norte e sul. Suporta altitudes que variam desde o nível do mar até 2.300 metros. A faixa ideal de temperatura situa-se entre 20 a 27°C. Temperatura baixa em torno de 15°C retarda a germinação, diminui a atividade vegetativa entrando na fase de repouso. A precipitação ideal é entre 1000 mm e 1500 mm, sendo que em regiões tropicais a mandioca produz com índices de até 4 000 mm sem estação seca em nenhum período do ano. O período de luz ideal está em torno de 12 horas/dia. Dias com períodos de luz mais longos favorecem o crescimento de parte aérea e reduzem o desenvolvimento das raízes de reserva, enquanto que os períodos diários de luz mais curtos promovem o crescimento das raízes de reserva e reduzem o desenvolvimento dos ramos. (EMBRAPA, 2003). Duas características básicas a diferenciam das demais culturas econômicas: a resistência à seca, permitindo seu cultivo em regiões onde outras culturas alimentares não conseguem se estabelecer, e a franca adaptabilidade em solos de baixa fertilidade. Essas vantagens naturais que a planta apresenta parecem explicar o menor cuidado dos pequenos produtores no seu cultivo, determinando o baixo rendimento nacional estimado entre 10 e 12 toneladas de raízes por hectare. (MATTOS, 1990). 2.3.2 Solos Os solos muito argilosos devem ser evitados, pois são mais compactos, dificultando o crescimento das raízes, apresentam maior risco de encharcamento e de apodrecimento das raízes e dificultam a colheita, principalmente se ela coincide com a época seca. (EMBRAPA, 2003). Os terrenos de baixada, com topografia plana e sujeitos a encharcamentos periódicos, são também inadequados para o cultivo da mandioca, por provocarem um pequeno desenvolvimento das plantas e o apodrecimento das raízes. É importante observar o solo em profundidade, pois a presença de uma camada argilosa ou compactada imediatamente abaixo da camada arável pode limitar o crescimento das raízes, além de prejudicar a drenagem e a aeração do solo. (EMBRAPA, 2003). Com relação à topografia, devem-se buscar terrenos planos ou levemente ondulados, com declividade menor que 5%, podendo ir até 10%. Em ambos os casos, deve-se utilizar práticas conservacionistas do solo, pois os plantios de mandioca estão sujeitos a acentuadas perdas de solo e água por erosão. A faixa favorável de pH é de 5,5 a 7, sendo 6,5 o ideal, embora a mandioca seja menos afetada pela acidez do solo do que outras culturas. (EMBRAPA, 2003). 2.3.3 Adubação A mandioca responde bem à aplicação de adubos orgânicos (estercos, tortas, compostos, adubos verdes e outros que devem ser preferidos como fonte de nitrogênio. Esses adubos devem ser aplicados na cova, sulco ou a lanço, no plantio. A adubação mineral é recomendada na dose de 40 kg de N/ha, com uréia ou sulfato de amônio. Essa aplicação deve ser efetuada em cobertura ao redor da planta, no período de 30 a 60 dias após a brotação das manivas, com o solo úmido. A adubação de fósforo e potássio é efetuada de acordo com a disponibilidade de fósforo e potássio mostrados na análise do solo. (EMBRAPA, 2003). O fósforo, de que os solos brasileiros são bastante carentes, é um dos principais elementos na produção de mandioca. Sua presença no solo, em doses equilibradas, atua diretamente sobre o aumento da produção de raízes e do teor de amido. (EMBRAPA, 2003). A mandioca não responde a dose altas de calcário dolomítico. Aliás, pode ocorrer até efeito negativo na produção, em geral provocado pela indução de deficiência de zinco. A micorriza é uma associação simbiótica natural entre fungos micorrízicos do solo e as raízes das plantas. O efeito benéfico da micorriza arbuscular ocorre particularmente nas plantas que apresentam um sistema radicular reduzido e pouco ramificado, como a mandioca. As hifas externas do fungo podem estender-se no solo, funcionando como um sistema radicular adicional, e absorver nutrientes de um volume maior de solo, transferindo-os para as raízes colonizadas. Isso é especialmente importante para a absorção de nutrientes com baixa mobilidade no solo, como o fósforo. (EMBRAPA, 2003). A mandioca é altamente dependente da micorriza arbuscular e apresenta alta colonização radicular por fungos micorrízicos arbusculares nativos, como por exemplo a espécie glomus Manihotis, que se desenvolve melhor em solos ácidos. A aparente baixa necessidade em fósforo da mandioca cultivada em campo pode ser devido à contribuição da micorriza na maior absorção desse nutriente. Quando presentes no solo e na planta, os fungos micorrízicos arbusculares alteram a resposta da mandioca à calagem e adubação fosfatada, aumentando a eficiência desses insumos no crescimento das plantas. (EMBRAPA, 2003). Os fungos micorrizicos ocorrem naturalmente nos solos e têm sido demonstrados que a rotação de culturas favorece a sua multiplicação e estimula a formação da micorriza. Culturas anuais como feijão, milho e adubos verdes (mucuna, crotalárias, feijão-de-porco, guandu, girassol, milheto, mamona), assim como forrageiras (estilosantes, andropogon, braquiária), apresentam elevado grau de dependência micorrízica. Quando utilizadas em um sistema de rotação elas aumentam a população dos fungos micorrízicos arbusculares e beneficiam os cultivos subsequentes. Desse modo, o cultivo da mandioca de forma consorciada ou em rotação poderá aumentar a população de fungos micorrízicos arbusculares e, conseqüentemente, a eficiência dos insumos utilizados para correção da acidez e da fertilidade do solo. (EMBRAPA, 2003). 2.3.4 Fisiologia da cultura da mandioca No desenvolvimento da cultura da mandioca têm sido verificadas cinco fases fisiológicas: brotação da estaca, formação do sistema radicular, desenvolvimento da parte aérea, enchimento das raízes de reserva e repouso. A duração de cada fase está na dependência de fatores relacionados com a própria diversidade genética da cultura e de fatores do ambiente. (CONCEIÇÃO, 1979). 2.3.5 Caracterização das manivas ou estacas Em condições favoráveis de umidade e temperatura, após 5 a 7 dias do plantio, há o brotamento das estacas e o surgimento das primeiras raízes absorventes ao nível dos nós e da extremidade das estacas cerca de 15 dias é o tempo necessário para que se atinja esta fase. (CONCEIÇÃO, 1979). As ramas devem estar maduras, provenientes de plantas com 10 a 14 meses de idade e do terço médio da planta, eliminando-se a parte herbácea superior, que possui poucas reservas, e a parte de baixo, muito lenhosa e com gemas geralmente inviáveis ou “cegas”. É importante verificar o teor de umidade da rama, o que pode ser comprovado se ocorrer o fluxo de látex imediatamente após o corte. (EMBRAPA, 2003). As manivas-semente devem ter 20 cm de comprimento, com pelo menos 5 a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm, com a medula ocupando 50% ou menos. As manivas podem ser cortadas com auxílio de um facão ou utilizando uma serra circular em motores estacionários, ou mesmo as existentes em máquinas plantadeiras, de modo que o corte forme um ângulo reto, no qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no corte inclinado. No caso da utilização de facão, o corte é realizado segurando a rama com uma mão, dando-lhe um golpe com o facão de um lado, girando a rama 180 graus e dando outro golpe no outro lado da rama, cortando assim a maniva; evita-se, assim, apoiar a rama em qualquer superfície, para não esmagar as gemas das manivas. (EMBRAPA, 2003). A quantidade de manivas para o plantio de um hectare é de 4 m³ a 6 m³, sendo que um hectare da cultura, com 12 meses de ciclo, produz hastes para o plantio de 4 a 5 hectares. Um metro cúbico de hastes pesa aproximadamente 150 kg e pode fornecer cerca de 2. 500 a 3.000 manivas com 20 cm de comprimento. (EMBRAPA, 2003). 2.3.6 Formação do sistema radicular A formação do sistema radicular, dura em média 80 dias e se caracteriza pelo aparecimento das primeiras raízes, são chamadas raízes fibrosas e são responsáveis pela absorção de água e nutrientes. As raízes de reserva são formadas pelo crescimento secundário das raízes fibrosas em torno de 3 semanas após o plantio. O número de raízes de armazenamento varia de cinco a doze e é definido no início do ciclo da cultura. (CONCEIÇÃO, 1979). 2.3.7 Desenvolvimento da parte aérea No sétimo dia após o plantio aparecem os primeiros ramos aéreos e aos dez dias surgem as primeiras folhas. Após o aparecimento, as folhas alcançam seu crescimento máximo entre o 10º e o 12º dia. A duração de cada folha na planta é dependente da cultivar e do nível de sombreamento ao qual a planta é submetida. O estresse hídrico e temperaturas altas também aceleram o início da senescência foliar. (PERIN, 1983). 2.3.8 Enchimento das raízes de reserva No Enchimento das raízes de reserva há um direcionamento de carboidratos das folhas para as raízes. O início da deposição de amido ocorre aos 25 dias após plantio (CONCEIÇÃO, 1979). As raízes da mandioca apresentam uma composição média e 68,2% de umidade, 30% de amido, 2% de cinzas, 1,3% de proteínas, 0,2% de lipídeos e 0,3% de fibras. (ALBUQUERQUE, 1993; PADONOU, 2005) Para consumo humano, a principal característica é que as cultivares apresentem menos de 100 ppm ou 100 mg de ácido cianídrico (HCN) por quilograma de polpa crua de raízes. O teor de HCN é variável entre cultivares, com o ambiente e com o estado fisiológico da planta, e é um fator decisivo na escolha da cultivar da mandioca. (ALBUQUERQUE, 1993; PADONOU, 2005). 2.3.9 Repouso da planta de mandioca O Repouso da planta é bem caracterizada em regiões onde ocorrem baixas temperaturas, o que é o caso da região Centro Sul Brasileira Neste período, a planta perde toda a sua folhagem permanecendo apenas a migração de amido para as raízes. Ao completar um ciclo de 12 meses, segue se um segundo período de atividades em que se processa a formação de novos ramos e folhas até o 16° mês. Do 17° ao 22° mês, haverá novamente a formação de amido para que a planta entre novamente em repouso. (CONCEIÇÃO, 1979). 2.4 Propagação do material vegetativo para a produção de mandioca O plantio da mandioca é realizado com manivas ou manivas-semente, também denominadas manaíbas ou toletes ou rebolos, que são pedaços das hastes ou ramas do terço médio da planta, com mais ou menos 20 cm de comprimento e com 5 a 7 gemas. Devido à multiplicação vegetativa, a seleção das ramas e o preparo das manivas são pontos importantes para o sucesso da plantação. (CONCEIÇÃO, 1979). 2.5 Melhoramento genético da cultura da mandioca Há um grande número de organizações governamentais e privadas - que incluem acadêmicos, pesquisadores e agricultores - desenvolvendo trabalhos de melhoramento genético. As propriedades buscadas com essas ações são maior valor nutricional, maior concentração de amido e menor teor de ácido cianídrico, dentre outros atributos que tornem as novas variedades mais completas, competitivas e atraentes para o mercado. (SEBRAE, 2008). 2.6 Doenças na cultura da mandioca 2.6.1 Bacteriose A bacteriose, causada por Xanthomonas axoponodis pv. manihotis, é a principal doença da mandioca, sobretudo no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Os sintomas da bacteriose caracterizam-se por manchas angulares, de aparência aquosa, nos folíolos, murcha das folhas e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas hastes, além de necrose dos feixes vasculares e morte da planta. Os prejuízos causados pela bacteriose variam com as condições climáticas, suscetibilidade ou tolerância das variedades, práticas culturais empregadas, épocas de plantio e nível de contaminação do material de plantio. (ABAM, 1998). A variação brusca de temperatura entre o dia e a noite é o fator mais importante para a manifestação severa da doença, sendo que a amplitude diária de temperatura superior a l0ºC durante um período maior que cinco dias é a condição ideal para o pleno desenvolvimento da doença. As perdas de produção estão em torno de 30% em cultivos usando variedades suscetíveis e, em locais com condições favoráveis para a doença, os prejuízos podem ser totais. Por outro lado, usando variedades tolerantes, mesmo com a ocorrência de condições favoráveis as perdas de produção chegam ao máximo a 30%. (EMBRAPA, 2003). A utilização de variedades resistentes é a medida mais eficiente para o controle da bacteriose; mas, também, contribuem as práticas culturais como a utilização de manivas sadias e a adequação das épocas de plantio. (EMBRAPA, 2003). As variedades atualmente em uso nas áreas de ocorrência da bacteriose caracterizamse por apresentar uma tolerância aceitável à doença. Na Região Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e Tocantins, as variedades recomendadas são IAC-12, IAC-13, IAC-14, Mantiqueira, Branca de Santa Catarina, IAC 352-6, IAC 352-7, IAC 12-829, IAC 7-127, Sonora, EAB 81 e EAB 653. (EMBRAPA, 2003). 2.6.2 Podridão radicular A podridão radicular causada pelos fungos Phytophthora sp. e Fusarium sp., é uma doença de pouca expressão nas Região do Cerrado, sendo mais limitante na Região Nordeste, cujas perdas de produtividade de raízes nas áreas de maior ocorrência estão em torno de 30%. Na Região Norte ela é particularmente importante nos ecossistemas de Várzea e de Terra Firme, nos quais as perdas chegam a ser superiores a 50% no primeiro e atingem até 30% no segundo. Em alguns casos têm-se observado prejuízos totais, principalmente em áreas com solos adensados e sujeitos a constantes encharcamentos. (EMBRAPA, 2003). Os sintomas da podridão radicular são bastante distintos em função dos agentes causais. Normalmente, Phytophthora sp. ataca a cultura na fase adulta, causando podridões moles nas raízes, com odores muito fortes, semelhantes ao de matéria orgânica em decomposição; mostram uma coloração acinzentada que se constitui dos micélios ou mesmos esporos do fungo nos tecidos afetados. O aparecimento de sintomas visíveis é mais frequente em raízes maduras; entretanto, existem casos de manifestação de sintomas na base das hastes jovens ou em plantas recém-germinadas, causando murcha e morte total. No caso do Fusarium sp., os sintomas podem ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento da planta e raramente causam danos diretos nas raízes. (EMBRAPA, 2003). O ataque ocorre no ponto da haste junto ao solo, causando infecções e muitas vezes obstruindo totalmente os tecidos vasculares, impedindo a livre circulação da seiva e, consequentemente, provocando podridão indireta das raízes. Ao contrário de Phytophthora sp., os sintomas provocados nas raízes pelo ataque de Fusarium sp. são caracterizados por uma podridão de consistência seca e sem o aparente distúrbio dos tecidos. ( EMBRAPA, 2003). As medidas de controle da podridão radicular envolvem a integração do uso de variedades tolerantes, associado a práticas culturais como rotação de culturas, manejo físico e químico do solo, sistemas de cultivo e outras. Na Região Norte, trabalhos de pesquisa executados nas várzeas mostraram que o uso de variedade tolerante, associado à rotação de culturas e sistemas de plantio, reduziu a podridão em cerca de 60%. As variedades consideradas tolerantes até então conhecidas são: Osso Duro, Cedinha, Bibiana, clone 148/02, Aramaris e Kiriris, para o Nordeste, e Zolhudinha, Mãe Joana e Embrapa 8, para o Norte. (EMBRAPA, 2003). 2.6.3 Super Alongamento O super alongamento, causado por Sphaceloma manihoticola, é uma das doenças causadas por fungos mais importantes da cultura da mandioca. A sua ocorrência no Brasil foi constatada pela primeira vez em 1977 na Região Norte, no Amazonas e Pará. Após quase dez anos foi detectado no Mato Grosso, atacando grandes cultivos comerciais. Os principais sintomas caracterizam-se pelo alongamento exagerado das hastes tenras ou em desenvolvimento, formando ramas finas com longos entrenós. (EMBRAPA, 2003). Em casos severos as plantas afetadas podem ser identificadas pelas lesões típicas de verrugoses nas hastes, pecíolos e nervuras; também é comum observar retorcimento das folhas, desfolhamento e morte dos tecidos. A disseminação da doença é bastante rápida durante a estação chuvosa, pois os esporos são facilmente transportados a longas distâncias pelo vento e chuva. O estabelecimento da doença em áreas livres da mesma ocorre principalmente por meio de manivas-semente contaminadas. As medidas de controle do superalongamento são basicamente a seleção de manivas sadias para o plantio, eliminação de plantas infectadas, uso de cultivares tolerantes ou resistentes e rotação de culturas nas áreas anteriormente afetadas. (EMBRAPA, 2003). 2.7 Pragas na cultura da mandioca 2.7.1 Mandarovás (Erinnyes ello c.) O mandarová é considerado uma das principais pragas da cultura da mandioca, devido sua alta capacidade de consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares larvais. Suas mariposas são grandes com cerca de 90 mm de comprimento e são de cor cinza com faixas pretas no abdome, em certos anos aparecem em grande número e em outros quase não aparecem, geralmente há maiores infestações de dezembro a março e suas lagartas variam de verde a preta podendo atingir até100 mm de comprimento e são bastante atraídas pela luz.(EMBRAPA, 2003). A mariposa coloca ovos grandes sobre as folhas da mandioca, no qual saíra lagartas, Essas lagartas atacam as folhas de todas as idades o que é muito ruim para a cultura. Pois quando ocorrem altas infestações promovem grandes desfolhas podendo comer até ramos mais novos, outro problema é que elas podem disseminar doenças como as bacterioses. A mandioca é muito sensível ao ataque do mandarová até os cinco meses, onde um ataque pesado reduz bastante à produção. (CAVALCANTE, 1992). 2.7.2 Ácaros (Vatiga sttudens) O ácaro-verde ataca as plantas em reboleira, ou seja, uma planta perto da outra. Essa praga é muito importante durante todo o cultivo, mas principalmente no início por ocasionar amarelecimento das folhas e em ataques muito severos ocorre morte das folhas de cima para baixo, principalmente na época sem chuvas. As plantas soltam ramos laterais e ficam anãs. (EMBRAPA, 2003). 2.7.3 Percevejo de renda (Bemesia tabacer) O percevejo de renda alimenta da seiva provocando pequenas manchas amarelas que ficam depois de um tempo marrom-avermelhado. Ataque intenso dessa praga reduz aprodutividade do mandiocal. (OLIVEIRA, 2000). 2.7.4 Mosca da mandioca Mosca-da-mandioca, uma das mais importantes pragas da mandioca sendo o adulto uma mosca de 4 mm de comprimento, de coloração preto-azulada de brilho metálico. As larvas são brancas, sem asas e se localizam nas brotações. Por se encontrarem nos brotos as larvas os broqueiam e abrem galerias de onde sai uma exsudação escura onde depois se desenvolvem microorganismos, com isso os brotos murcham e secam, causando morte dos ponteiros. (FARIAS, 1991). 2.7.5 Mosca branca A mosca branca suga a seiva das plantas de mandioca, injetam toxinas e em alta densidade pode deixar as raízes da mandioca com o sabor amargo. Ao alimentar das folhas da mandioca, a mosca branca ocasiona pontuações amarelas nas folhas que vão se juntando, ocasionando queda prematura das folhas. Devido as suas excretas, forma fumagina nas folhas de mandioca, reduzindo a capacidade fotossintética da planta, interferindo na produção de raízes. (EMBRAPA, 2003). 2.7.6 Formigas As formigas também podem atacar o mandiocal, desfolhando completamente as plantas. As saúvas são maiores problemas até os seis meses de plantio, pois a planta está em franco crescimento vegetativo e formando raízes, o que pode atrasar a colheita e reduzir a produtividade. As formigas chegam a andar até 400 metros para buscar folhas, sendo assim o formigueiro que está no terreno do seu vizinho, pode destruir parte de sua plantação. (EMBRAPA, 2003) 3 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na unidade experimental de Inhumas-GO, localizado a 16°17’53”S e 49°32’21,48” O, com altitude de 824m e precipitações de 1400 a 1500 mm anuais, no período de 22/01/2011 a 23/01/2012. O solo no local do plantio apresentou pH de 5,9 sendo aceitável para a cultura da mandioca. Em geral uma saturação em base de 50-60% e suficiente para a mandioca. (EMBRAPA, 2003). Na análise do solo verificou-se uma saturação em base de 72,34%. Não foi feita nenhuma adubação de plantio e nem de cobertura. Para a determinação da produção de raízes, altura de planta, numero de raízes por planta, diâmetro de raízes, comprimento de raízes, percentagens de matéria seca, peso da parte aérea, com quatro variedades de mandioca (pão- da -China, sabará, pão- da- China amarela e vassourinha) e seis repetições de cada variedade. O plantio das variedades foi realizado nos dias 22 e 23/01/2011, usando o espaçamento de um metro entre linhas e 0,90 metro entre plantas na linha, totalizando uma população final de 11.111 plantas por hectare. A parcela experimental foi constituída por uma linha de plantio com 5,4 metros de comprimento cada, totalizando a área da parcela em 5,4 m². Foi estabelecido como o momento da colheita aquele em que as raízes apresentaram aceitação por parte dos consumidores, sendo feito neste momento, o registro da produção de raízes, altura de planta, número de raízes por planta, diâmetro de raízes, comprimento de raízes, pesagem da parte aérea. A fração da parte aérea da planta foi cortada a 5 cm do solo, a altura das plantas foi medida com uma trena assim como também as raízes, o diâmetro das raízes foi mensurado com um paquímetro, o peso das raízes e da parte área, foi registrado em balança digital. Realizou-se a secagem da parte aérea em estufa a 60 °C até peso constante, obtendo assim a matéria seca da parte aérea da mandioca. A colheita aconteceu no dia 22/01/2012. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os teores de matéria seca da parte aérea das quatro variedades de mandioca deste estudo variaram entre 26,56 e 29,22 %. (Valadares e filho et al.,( 2006) relataram 26,36% de matéria seca na maniva de mandioca. Os resultados deste estudo apresentaram-se acima das médias registradas por esses autores. As variações os teores de matéria seca, podem ser explicadas por épocas de avaliações diferentes, tendo em vista que, o estágio em que se encontra, a planta sofre grande influência na sua composição química. A parte aérea e raízes da mandioca são fontes de alto valor nutritivo e energético para a alimentação de bovinos leiteiros, com excelente aceitabilidade. Os resultados da análise de variância indicaram que houve efeito significativo (P>0,05) na interação das variedades com o peso da parte aérea (Tabela 1). A variedade Vassourinha foi a que apresentou entre as variedades estudadas, menor peso da parte aérea. O teste de F da análise de variância não foi significativo (P>0,05) para a produtividade de raízes e produção de forragem, As variedades pão da china amarela e a vassourinha apresentaram maior produtividade do que relatada por (NOGUEIRA e GOMES, 1999) que é de 20.000 kg/ha, e está abaixo da margem citada por (Viopoux, 1996) que é de 30. 000 a 60. 000 kg/ha para um ciclo da cultura de 540 dias. Vale ressaltar que as variedades colhidas neste experimento estavam com idade de 365 dias, e foram cultivadas sem a adição de fertilizantes. As variedades estudadas alcançaram produtividades médias satisfatórias e melhor do que a relatada pelo (CEPEA, 2011) que para o ano de 2008 estimou uma produtividade de 13. 000 kg/ha de raízes. Para a variável peso da parte aérea, o teste de F da análise de variância foi significativo (P>0,5). Para a variedade pão da china amarela, a produtividade de matéria seca. foi superior às demais variedades estudadas, 5.663 t/ha mostrando que há um grande potencial para silagem, utilizada na alimentação animal. TABELA 1. Médias do peso da parte aérea (kg/PL), médias de produtividade de raízes (t/ha), produtividade de forragem (t/ha) percentual de matéria seca (%) de quatro variedades de mandioca cultivadas em Inhumas-GO, 2012. Peso parte Prod. Prod. Prod. Aérea raízes t/ha MS. t/ha MS. % Pão da china 1,25 a 14, 792 3, 848 27,71 Sabará 1,67 a 17, 957 4, 928 26,56 Pão da china amarela 1,84 a 22,92 5, 663 27,70 Vassourinha 0,83 b 27, 953 2, 694 29,22 Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível Variedades DE de 5% de significância. A produtividade das variedades Sabará, pão da china amarela e vassourinha (Figura 1) podem ter sofrido influência no comprimento das raízes, isso pode vir a ser confirmado com mais estudos dessas variedades. As diferenças de produção de raízes (Figura 1) por parte das variedades estudadas se devem principalmente às características intrínsecas de cada variedade, visto que todas elas foram cultivadas nas mesmas condições edafoclimáticas e na mesma época do ano. A variedade vassourinha apresentou uma maior produtividade de raízes em t/ha. FIGURA 1. Produtividade (t/ha), Diâmetro e Comprimento de Raízes (cm) de quatro variedades de mandioca no município de Inhumas - GO A altura das variedades estudadas não interferiu na produtividade (Figura 2) mostrando que variedades de porte baixo, podem ter uma alta produtividade de raízes. Oliveira et al, (1987), em estudo com 47 variedades em Porto Velho- RO encontrou médias de altura de plantas(Figura 2) de 2,49 m em plantas com idade de 300 a 360 dias. A média de altura em plantas encontradas por Oliveira (1987) foi superior a média das plantas deste estudo que foi de 1.61m, entretanto vale ressaltar que as condições edafoclimáticas neste estudo, eram diferentes das condições estudadas por pelo autor. As diversidades na altura de plantas das diferentes variedades estão relacionadas com as características fisiológicas de cada uma delas, pois algumas variedades priorizam o crescimento do sistema radicular no inicio do desenvolvimento da cultura e, em detrimento disto, o porte da planta acaba por ser reduzido. FIGURA 2. Produtividade (t/ha) e altura de plantas (m) de quatro variedades de mandioca no munipicio de Inhumas –GO Verificou-se que as variedades deste estudo apresentaram uma média de 7,58 raízes por planta (figura 3) média superior à encontrada por Oliveira (1987) que encontrou média de produção de 5,47 raízes por planta em um estudo com 47 cultivares de mandioca em Porto Velho – RO. Todavia, em outro estudo com variedades de mandioca de diferentes regiões do Brasil, Cury (1998) constatou médias de 6,7 raízes por planta. A quantidade de raízes não interferiu na produtividade em toneladas por hectare. A variedade Pão da china apresentou uma maior quantidade de raízes. FIGURA 3. Produtividade (t/ha) e quantidade de raízes de quatro variedades de mandioca no 30 8,5 25 8 20 7,5 15 7 10 5 6,5 0 6 p.c.amar sabará Prod(t/há) p.da china. Quat. Raizes vassour. Quantidade de raizes Prod.(t/ha) município de Inhumas – GO 5 CONCLUSÃO O número de raízes por planta não influencia na produtividade total de raízes por hectare. A variedade vassourinha apresentou um ótimo potencial de produção de raízes para a região. A altura de plantas não interferiu na produtividade das variedades. A variedade Pão-da-China amarela apresenta a maior quantidade de matéria seca por hectare. A variedade vassourinha apresentou o maior percentual de matéria seca por planta. REFERÊNCIAS ABAM. Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca. (Paranavaí, PR). Dossiê sobre mandioca e seus derivados. Paranavaí, 1998. 34p. ALCANTARA, E.N. de; CARVALHO, J.E.B. de; LIMA, P.C. Determinação do período crítico de competição das plantas daninhas com a cultura da mandioca (Manihot esculenta Crantz). In: EPAMIG (Belo Horizonte, MG). Projeto Mandioca; relatório 76/79. Belo Horizonte, 1982. p.127-129. ALCANTARA, E.N. de; SOUZA, I.F.D. Herbicidas na cultura da mandioca (Manihot esculenta) In: EPAMIG (Belo Horizonte, MG). Projeto Mandioca; relatório 76/79. Belo Horizonte, 1982. p.136-141. BALOTA, E.L. COLOZZI FILHO, A.; SQUILLACE, V.R.; LOPES, E.S.; HUNGRIA, M.; DOBEREINER, J. Efeito da inoculação de bactérias diazotróficas e de fungos MVA na cultura da mandioca (Manihot esculenta Crantz). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 24., Goiânia, GO, 1993. Resumos. Goiânia, GO: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1993. v.1, p.319-320. CAVALCANTE, M.L.S.; LIMA. H.A.; FUKUDA, C.; LOZANO, J.C.; FUKUDA, W.M.G. Avaliação de resistência de genótipos de mandioca ao superbrotamento da mandioca causado por micoplasma na Microrregião da Ibiapaba, CE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MANDIOCA, 7., 1992, Recife, PE. Resumos... Recife, PE: SBM, 1992. p.61. CEPEA. Centro de Estudos Avançado Economia Aplicada, 05 de dezembro 2011 mandioca. CONCEIÇÃO, A. J. da; SAMPAIO, C. V. Competição de Cultivares e Espaçamentos na Cultura da mandioca. CONCEIÇÃO, A.J. A Mandioca. São Paulo: Ed. Nobel, 1979, 382p. Cruz das Almas, p.225-246, 1979. EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA. Disponível em: >http://www.sistemadepruducao.cnptia.embrapa.brfontesHTML/Mandioca/mandioca_centros ul/importância. http>. Acesso em 01 jan.2012. FIALHO, J. de F., PEREIRA, A.V., JUNQUEIRA, N.T.V. Pioneira: nova opção de mandioca de mesa na agricultura familiar do Distrito Federal. Planaltina, Embrapa Cerrados, 2000. 3p. (Embrapa Cerrados. Comunicado Técnico, 33). FIALHO, J. de F.; FUKUDA, W.M.G.; OLIVEIRA, M.A.S.; JUNQUEIRA, N.T.V.; SALVIANO, A.; NASSER, L.C.B. Desenvolvimento de germoplasma de mandioca para as condições de Cerrado. In: EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (Planaltina, DF). Relatório técnico anual de Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados - 1991-1995. Planaltina, 1997 p.157. FUKUDA, C. Doenças da mandioca. In: EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Almas, BA). Instruções práticas para o cultivo da mandioca. Cruz das Almas, Embrapa-CNPMF, 1993. p.53-56. FUKUDA, W.M.F.; FUKUDA, C.; DIAS, M.C.; XAVIER, J.J.B.N.; FIALHO, J. de F. Cultivares de mandioca (Manihot esculenta Crantz INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE Agricultura. 2011. FURUDA, C,: OTSUBO, A,: sistema de produção de mandioca, versão eletrônica,Embrapa mandioca e fruticultura, janeiro 2003. GALLO, D. et al. Manual de Entomologia Agrícola. Ed. Agronômica Ceres. São Paulo, 2002. 902p. IBGE (Rio de Janeiro, RJ). Sistema IBGE de Recuperação Automática: Produção Agrícola Municipal, 2011. Disponível: site Instituto Brasileiro de Geografia e estatística. URL: <http//www.ibge.gov.br> Consulta em 23 out.2011. Mandioca (Manihot esculenta Crantz). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MANDIOCA, 1, Anais... MATSUURA, F.C.A.U. Mandioca como matéria-prima industrial. In: CURSO SOBRE TECNOLOGIAS PARA O PROCESSAMENTO AGROINDUSTRIAL DA MANDIOCA, 1998, Cruz das Almas. Curso. Cruz das Almas, EMBRAPA-CNPMF, 1998. p.31-32. OLIVEIRA, A.M.G.; DINIZ, M. de S.; CALDAS, R.C. Avaliação de variedades de mandioca mansa com agricultores familiares de Santa Cruz Cabrália-BA. Cruz das Almas, BA: Embrapa Mandioca E Fruticultura Tropical, 2007. 4p. (Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Comunicado Técnico (119). OLIVEIRA, M.A.S.; FIALHO, J. de F.; ALVES, R.T. Proteção fitossanitária da cultura da mandioca nos Cerrados. In: EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (Planaltina, DF). Relatório técnico anual de Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados - 1991-1995., 1997 p.186. OLIVEIRA, S.L.; MACEDO, M.M.C.; PORTO, M.C.M. Efeito do déficit hídrico da água na produção de raízes de mandioca. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.17, n.1, p.121-124, 1982. ORGES, A. L.; OLIVEIRA, A. M. G.; RITZINGER, C. H. S. P.; ALMEIDA, C. O. de; COELHO, E.F.; SANTOS-CEREJO, J. A. dos; SOUZA, L. da S.; LIMA, M. B.; FANCELLI, M.; FOLEGATTI, M. I. da S.; MEISSNER FILHO, P. E.; SILVA, S. de O. E;MEDINA, V. M.; CORDEIRO, Z. J. M. A cultura da banana. 3. ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica; Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2007. 81 p. il. color. (Coleção Plantar, 56; Série vermelha. Fruteiras). Biblioteca(s): CPAF-AC (LV 634.772-B732c EMB). PERIM, S.; LOBATO, E.; COSTAQ J.R. Efeitos de níveis de fósforo no rendimento de mandioca em solo sob vegetação de Cerrados. Revista Brasileira de Mandioca, Cruz das Almas, v.2, n.1, p.25-30, 1983. PERIM, S.; TAKATSU, A.L.; FUKUDA, S. Triagem de variedades de mandioca visando resistência à bacteriose. Fitopatologia Brasileira, v.5, n.1, p.21-2. SOUZA, A. da S.; MATTOS, P.L.P. de; ALMEIDA, P.A. de. Material de plantio: poda, conservação, preparo e utilização. Cruz das Almas, BA: EMBRAPA-CNPMF, 1990. 42p. Trabalho apresentado no 7. Curso Intensivo Nacional de Mandioca, Cruz das Almas, BA, 1990. VALADADES FILHO,S.C.et al. Tabelas brasileiras de composição de alimentos para bovinos.2.ed. viçosa, MG:UFV,DZO.2006.329 P. ZANATTA, J. C.; SCHIOCCHET, M. A.; NADAL, R. Mandioca consorciada com milho, feijão ou arroz de sequeiro no Oeste Catarinense. EPAGRI, Florianópolis-SC, 1993. 37 p. (EPAGRI, Boletim Técnico, 64). DECLARAÇÃO E AUTORIZAÇÃO Eu, Delúbio Pereira Gonçalves, endereço eletrônico: [email protected], declaro para os devidos fins e sob pena da lei, que o Trabalho de Conclusão de Curso: AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE DE DIFERENTES CULTIVARES DE MANDIOCA (Manihot esculenta) CULTIVADAS EM INHUMAS - GO, é de minha exclusiva autoria. Autorizo o Centro Universitário de Goiás, Uni – ANHANGUERA a disponibilização do texto integral deste trabalho na biblioteca, consulta e divulgação pela internet, estando vedadas apenas a reprodução parcial ou total, sob pena de ressarcimento dos direitos autorais e penas cominadas na lei. ____________________________________________ Delúbio Pereira Gonçalves Goiânia (GO), 06 de Junho de 2012.