Hidroginástica e Reabilitação Geral

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Pós-Graduação Lato Sensu
Universidade Gama Filho
Hidroginástica, Gestação
e
Limitações Músculo - Esqueléticas
Vitória - ES / Setembro de 2006
Profa. Ms. Linda Moreira Pfrimer
Propriedades Físicas da Água:
•
Densidade - é a relação entre massa e volume (D= m/v).
A Densidade da água pura a 25º C é 1000 Kg/m3 (água do mar = 1026 Kg/m3 ,
Gordura = 946 Kg/m3, Músculo 1058 Kg/m3, Osso = 1801 Kg/m3, Gelo= 875
Kg/m3 );
. Flutuação - (princípio de Arquimedes), "quando um corpo está completo ou
parcialmente imerso em um líquido, ele sofre um empuxo para cima igual ao peso
do líquido deslocado". Este empuxo atua em sentido oposto à força da gravidade;
•
Pressão hidrostática - (Lei de Pascal), "a pressão do líquido é exercida
igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso em repouso, a
uma determinada profundidade“;
•
770 vezes mais densa que o ar (Weineck,1991)
•
Na água se perde calor por condução 25 vezes mais rapidamente que fora
dela (Wilmore and Costill, 2000)
Fisiologia da Imersão:
•
Alterações Fisiológicas Imediatas:
.aumento da FC
.aumento da PA
.vasoconstricção
.contração muscular
.frouxidão ligamentar
.órgãos internos ligeiramente empurrados junto ao crânio
Após 2-3 minutos da entrada do aluno em água pré-aquecida, a FC e a PA já estão
normalizadas e os efeitos de contração muscular e vasoconstricção já cessaram.
Estrutura Básica de uma Aula:
• Parte inicial:
soltura
aquecimento articular e orgânico
• Parte principal:
trabalho aeróbio e /ou localizado
• Parte final:
relaxamento / alongamento
A aula de Hidroginástica:
•
•
•
•
•
•
•
•
Com ou sem música
As músicas devem ter melodia agradável ao invés de uma batida forte
Para trabalhos aeróbios as músicas devem ter entre 125 e 135 b.p.m.; para
exercícios localizados, entre 115 e 125 bpm.
A profundidade da água, para a hidroginástica convencional , deve estar
entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifóide, cerca de 1,20 m para a média
dos brasileiros. Para um trabalho "Deep-Water" (profunda), a piscina deve
ter no mínimo 1,50m.
A temperatura da água deve ficar entre 29e 32 graus Celsius. NUNCA
acima de 32ºC.
Se possível, entrar e sair da água lentamente (ou pela rampa) para respeitar
as mudanças ocorridas no corpo devido à diferença das propriedades físicas
da água.
Em dias muito quentes ou que, por algum motivo a água estiver um pouco
mais quente que o normal, evitar dar ênfase ao trabalho cardiorespiratório
para que a temperatura interna corporal se mantenha estável. Prefira
exercícios localizados.
O alongamento pode ser proposto em qualquer parte da aula, mas NÃO
antes do aquecimento, pois ao entrar na água, devido à diferença da
temperatura da pele (cerca de 34 ºC)e da água (29, 30°C), nos instantes
iniciais há sempre uma vasoconstricção acompanhada de contração
muscular.
•
Procure trabalhar sempre com exercícios em sua amplitude máxima.
•
Intercalar movimentos antero/posteriores com latero/laterais para que o
exercício não seja facilitado pelo movimento de esteira (a não ser que o
objetivo daquela aula específica seja estressar determinado grupo muscular
até a fadiga).
Muita atenção ás trocas de exercícios; elas devem ser gradativas .
Respeitar o tempo de água de cada movimento (fora d’água é possível fazer
o exercício muito mais rapidamente do que dentro dela)
•
•
MONITORANDO A INTENSIDADE DO EXERCÍCIO NA ÁGUA:
Como na água, grande parte das pessoas apresenta certa bradicardia, somente a
Freqüência Cardíaca não se faz suficiente para monitorar a intensidade do
exercício; a aplicação de outros métodos aumentam a precisão do controle da
intensidade do treino:
•
Utilização de frequencímetro;
•
•
•
Aferir a FC manualmente (caso não disponha de frequencímetro) com os
dedos indicador e médio, sempre durante 6 segundos , multiplicando o
resultado por 10.
Teste da fala.
Tabela de Borg.
TABELA DE BORG (Percepção Subjetiva do Esforço):
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
---Muito fácil
---Fácil
---Relativamente Fácil
---Ligeiramente Cansativo
---Cansativo
---Muito Cansativo
---Exaustivo
----
Joelho:
Diretrizes para a reabilitação:
• Proteção das estruturas lesadas;
• Manutenção do condicionamento cardiorrespiratório;
• Ganho completo da amplitude de movimentos;
• Prevenção da atrofia muscular;
• Manutenção da função proprioceptiva;
• Melhora da força muscular e do endurance;
. Retorno à agilidade para diferentes atividades;
• Retorno às atividades laborais e ao esporte.
Hiperextensão de joelhos:
O quadríceps geralmente é mais forte que os posteriores de coxa.
O solear é forte e encurtado.
Trabalhar alongamento de quadríceps e solear e fortalecimento de ísquio tibiais.
Geno Valgo:
Grande stress nos ligamentos cruzados anteriores. Evitar agachamentos (esses
exercícios anteriorizam muito a tíbia solicitando grande ação dos cruzados
anteriores).Alongar tensor da fáscea látea.
Geno Varo:
Grande stress nos cruzados posteriores e ligamento colateral medial.
Evitar hiperextensão de joelho e fortalecer rotadores laterais do quadril.
Joelho:
•
Evitar chutes laterais com valgismo pois isto aumenta o stress lateral. Procure
aumentar a força do vasto medial para evitar que a patela sofra com os
movimentos de flexão lateral.
•
Cuidado! Cartilagem depois de lesada não se regenera. A adaptação da
cartilagem ao treino é muito lenta. Cerca de um ano após o treino ela está
adaptada
Joelho do nadador de peito:
Dor e hipersensibilidade na face medial do joelho;
O movimento de chicotada irrita o ligamento colateral medial;
391 nadadores – especialistas em Peito (73% de lesão no colateral medial), nadadores
de outros estilos – 48% de lesão). (Vizsolyi P et al., 1987)
Adaptar a pernada do peito (joelhos mais afastados durante a pernada)
Coluna:
33 vértebras divididas em 5 regiões:
Col.Cervical = 7 vert.
Col.Torácica = 12 vert.
Col.Lombar = 5 vert.
Sacro = 5 vert.
Cóccix = 4 vert.
O disco intervertebral é constituído pelo núcleo pulposo (gel) e o anel fibroso, tendo
como funções, amortecer impactos, receber e distribuir pressões.
A coluna sofre uma diminuição na altura de até 2 cm no transcorrer do dia: 54%
desta perda ocorre durante os 30 primeiros minutos após levantar-se pela manhã.
A partir da 3ª década da vida, ocorrem modificações bioquímicas no disco devido a
vários fatores (perda de sua capacidade em distribuir cargas), que facilitam fissurações
no anel, favorecendo a insinuação do gel entre as fibras, causando como conseqüência
protrusão e/ ou hérnia discal.
O paciente com discopatia geralmente apresenta a vértebra de baixo com formação de
osteófitos, na tentativa de se regenerar. Estes osteófitos podem agredir nervos motores
(da frente) ou sensitivos (posteriores). Osteofitose posterior é a pior pois agride os
nervos sensitivos.
Hiperlordose:
Sacro nutado (L5 muito flexionada e sacro na horizontal).
Os três músculos responsáveis pela não-nutação do sacro:
assoalho pélvico (períneo);
glúteo máximo;
piriforme (relaciona-se com o ciático, ele roda internamente o quadril).
Trabalhar adução de quadril (glúteo porção inferior e períneo), pedir que o paciente
enfatize glúteo mais períneo.
Trabalhar flexibilidade de ísquio tibiais para liberar a pelve da lordose
Fortalecer músculos abdominais (reduzir o excesso de inclinação pélvica anterior);
Ênfase no alongamento do ílio-psoas, que geralmente encontra-se superdesenvolvido.
Exercícios abdominais com flexões até 30 º e joelhos fletidos (minimiza a ação do íliopsoas e potencializa a ação dos abdominais)
Hipercifose:
•
•
•
•
•
Correção Postural (evitar quedas, rodar ombros para trás, ↑ distância entre a
última costela e a crista ilíaca)
Fortalecer costas
Alongar peitoral
Exercícios respiratórios
Escoliose:
Um dos lados da musculatura paravertebral é sempre mais desenvolvido que o outro.
Não há necessidade de trabalhar com carga mais alta para o lado mais fraco. As cargas
devem ser simétricas.
Fortalecer extensores da coluna.
Natação: todos os nados são indicados, com adaptações se necessário. O nado crawl
DEVE ser executado com respiração bilateral.
•
Síndrome do piriforme:
Dor semelhante à provocada pela inflamação do nervo ciático (ciatalgia) ou hérnia de
disco.
O piriforme (rotador lateral do fêmur), hipertrofia e comprime um dos pontos de
passagem do nervo ciático.
Manobra prática (não científica) para distinguir a origem da dor: aluno em decúbito
dorsal, o professor eleva uma das pernas estendida, fazendo um alongamento dos
isquiotibiais: se doer pode ser hérnia ou ciático, se não doer, provavelmente será o
piriforme.
Ombro:
Articulação complexa constituída por 5 articulações separadas: glenoumeral (escápuloumeral), esternoclavicular, acromioclavicular, coracoclavicular, escapulotorácica.
É a articulação mais móvel, e por isso, mais instável do corpo.
Supraespinhoso - ativo durante o abdução.
.Infraespinhoso e o redondo menor - atuam na rotação externa e extensão do
úmero.
.Subescapular - atua na rotação interna e flexão do úmero.
Osteoartrite:
 Diferenciando os termos:
.Artrite: significa inflamação nas articulações. Existem mais de 100 tipos de artrite:
gota, artrite traumática, bacteriana, lupus, artrite reumatóide juvenil, são apenas algumas
delas.
.Osteoartrite:é a forma mais comum de artrite e pode ser chamada também de
artrose ,osteoartrose ou artrite degenerativa.
É a mais comum das doenças articulares, com as seguintes características:
 clinicamente - dor e limitação funcional;
 Radiograficamente: osteófitos (calcificação irregular do osso)
do espaço articular;
e estreitamento
 Histopatologicamente: alterações na integridade da cartilagem (degradação
do colágeno).
 Articulações mais acometidas:
joelhos;
quadris;
mãos;
coluna vertebral.
 TRATAMENTO OSTEOARTRITE
. Atividade Física
. Dieta
. Fisioterapia
. Conscientização do paciente (calçados, acessórios, TO)
. Medicação
. Cirurgia
 Benefícios da atividade física (Osteoartrite)
. Redução da dor;
. Redução da rigidez articular;
. Melhora da flexibilidade e aumento da amplitude de movimento;
. Fortalecimento muscular;
. Maior estabilidade articular;
. Melhora da capacidade cardiorespiratória refletindo em uma vida mais ativa;
. Ajuda na redução do peso corporal;
. Sensação de bem estar.
 Componentes essenciais de um programa de Atividades Físicas (Osteoartrite):
.Exercícios de flexibilidade visando aumentar a ADM;
.Exercícios de força muscular;
.Exercícios aeróbios;
.Exercícios de propriocepção.
Exercícios isométricos e isotônicos, progressivamente orientados à musculatura, são
mais eficientes para o fortalecimento muscular e melhora da funcionalidade do que os
exercícios globais, que incluem treinos funcionais (subir escadas, levantar-se da cadeira,
treinos de marcha e outros). A diminuição da capacidade aeróbia nestes idosos é
secundária à diminuição da função muscular e, portanto, por melhorar a função do
músculo acabará por intensificar a capacidade aeróbia. (BUNNING e MATERSON
(1991) , FISCHER et al.(1994), MARQUES e KONDON (1998)
Fortalecer músculos fracos é crucial para obter um equilíbrio muscular em volta da
articulação.
(GODBEY e WOLFE, 1997; HALL e BRODY,1999)
Exercícios apropriados e regulares para fortalecer o quadríceps podem ajudar a diminuir
a degeneração da articulação artrosada, controlando o impacto do pé sobre o solo
durante a marcha, reduzindo o stress sobre a articulação do joelho, diminuindo a dor e a
necessidade de cirurgia nos casos mais severos.
(Tufts University Health & Nutrition Letter, 1997).
 Prescrição de Exercícios:
Fase crônica:
Exercícios dinâmicos são mais indicados na fase crônica.
Treinar 3 x semana, em cadeia cinética fechada, com pouca carga, poucas repetições
(8-10 rep.), de uma a três séries,
com menor arco de movimento, com pausa de descanso, aumentando gradativamente
as repetições, a sobrecarga e a amplitude.
(HALL e BRODY 1999 , KAUFFMAN 1999 , SHANKAR 1999).
Osteoartrite e Hidroginástica:
 Prescrição de Exercícios:
Exercícios em água pré aquecida são muito benéficos:
.Relaxamento muscular
.Diminuição do atrito e do impacto nas articulações
.Diminuição da sensação de dor
.Fortalecimento muscular com materiais (peso, elásticos, theraband, etc) ou apenas
utilizando a resistência da própria água.
Aumentar ADM (trabalhar sempre com amplitudes máximas);
Exercícios de flexibilidade;
Fortalecimento articular em isometria com pesos ou elástico;
Fortalecimento muscular dinâmico da musculatura peri-articular envolvida ( 8 a
15 repetições máximas, de 1 a 3 séries);
Evitar grande número de repetições do mesmo exercício;
Aumento da capacidade cardiorespiratória (exercícios aeróbios, entre 55 e 85 da
FC máx);
Se possível, trabalhar no limite superior da temperatura (32º C);
Cuidado com a pegada nos materiais:
Ênfase na propriocepção;
Trabalho de deep
OSTEOPOROSE:
•
Conceito:
Osteoporose é uma desordem esquelética caracterizada por massa óssea reduzida,
comprometendo a resistência óssea e predispondo a um aumento do risco de fratura.
Resistência óssea se traduz pela integração entre quantidade (densidade) e qualidade
óssea. (NIH Consensus Conference 2001)
Um programa de atividades físicas para portadores de Osteoporose deve
incorporar:






Exercícios com sustentação do peso corporal de média -longa duração;
Exercícios com impacto e saltos;
Exercícios resistidos (força muscular);
Exercícios visando condicionamento cardio-respiratório;
Exercícios que trabalhem a propriocepção e o equilíbrio corporal;
Exercícios de flexibilidade;
ACSM, 2004
O melhor programa de treinamento para o portador de Osteoporose é aquele que,
levando em conta as especificidades e limitações do paciente, envolve mais
de um tipo de exercício.
É de fundamental importância que o Professor de Educação Física esteja
consciente do risco de fraturas do seu aluno, antes de pensar em um programa de
treino para ele. Para tanto, torna-se imprescindível trabalhar juntamente com o
médico responsável por este indivíduo.
 Cuidado com as flexões de coluna!
 A coluna torácica é uma das regiões da coluna com maior risco de fratura
(Nevitt NC et al. Bone. 1999 Nov; 25(5):613-9)
__________________
59 mulheres,49-60 anos(média 56 anos),pós-menopausadas com osteoporose
.Programa de treinamento:
G1- Ex. de extensão de coluna, G2 - Ex. de flexão de coluna,
G3- Ex. de extensão + flexão de coluna, G4 – sem exercícios.
.Acompanhamento dos pacientes:média de 2 anos.
.Raio-x de coluna antes e durante todo o programa para acompanhar n de fraturas.
Resultados: (fraturas)
G1 – Extensão – 16%; G2 – Flexão – 89%
G3 – Extensão + Flexão – 53%; G4 – sem exercícios – 67%
G1x G2: p < 0.001 e G1 x G3: p < 0.01
Uma alta incidência de fraturas vertebrais por compressão ocorre em pacientes
com osteoporose que realizam
exercícios de flexão de coluna.
(Sinaki & Mikkelsen 1984; Bassey 2001; Keller 2003; Meeks 2004;).
_________________
Cuidado: rotações de tronco e flexões laterais da coluna
. As forças de compressão nos corpos vertebrais também são muito intensas durante os
movimentos
de rotação e flexão lateral da coluna.
.Toda flexão lateral é acompanhada de rotação da coluna, o que gera um stress
tangencial e tensão muscular muito altos e, por isso, esses movimentos devem ser vistos
com cautela ao se pensar em um treinamento físico para osteoporóticos.
É necessário trabalhar exercícios abdominais?
 Manutenção da postura e do equilíbrio;
 Modificação da pressão intra-abdominal;
 Confinamento e proteção das vísceras;
 Funcionamento normal da coluna;
 .Estabilização da pelve
Como trabalhar a musculatura abdominal sem as flexões de coluna?
.Evitar abdominais com execução completa do movimento (supino para sentado) nas
pessoas com maior risco de fraturas
Como trabalhar a musculatura abdominal sem as flexões de coluna?
.Abdominais infra: com flexão de quadril
Abdominais em isometria
Extensões de coluna são permitidas e necessárias.
Relative Pressure in third lumbar disc
in living subjects
.Superfície posterior do corpo vertebral: maior volume de osso cortical e menor risco de
fratura.
185 kg
120 kg
100 kg
70 kg
30 kg
Relative increase and decrease in intradiscal pressure in different supine, standing,
and sitting postures, compared to the pressure in upright standing (100%).
(NACHEMSON,1975)
Estudos sobre exercícios aquáticos e seus benefícios aos portadores de osteoporose:
THE BENEFICIAL EFFECT OF SWIMMING ON BONE MASS
Medicine & Science in Sports & Exercise: Vol 35(5) Supp 1 May 2003
Pinto, A L.S.1; Takayama, L1; Carazzato, J G.2; Pereira, R M.R.1; Lima, F1
1Division of Rheumatology and Division of Sports Medicine
2University of São Paulo, SP, Brazil
• 30 meninas caucasianas (14.3 ± 1.8 anos) atletas de natação comparadas a 17
meninas caucasianas (15.2 ± 1.9 anos). Todas já haviam menstruado.
• DEXA para aferir BMD e Composição Corporal
• Marcadores bioquímicos analisados: Cálcio sérico, Fósforo, Fosfatase Alcalina
Óssea Específica e Deoxipiridinolina urinária para razão de creatinina.
• RESULTADOS:
• Média de BMD foi maior para as nadadoras do que nos controles para corpo
total (p = 0.006) e coluna lombar (L1-4) (p = 0.042), mas similar para cólo do
fêmur (p = 0.302). Com relação à composição corporal, as nadadoras também
apresentaram uma massa óssea maior (p = 0.003) , além de maior massa magra
(p < 0.001) e menor quantidade de gordura (p = 0.004). Não houve diferença
entre os grupos para Cálcio ou Fosfatase Alcalina Óssea. No entanto, as
nadadoras apresentaram uma maior razão entre Deoxipiridinolina urinária e
creatinina (p = 0.005) e o Fósforo mais baixo que o grupo controleo (p < 0.001).
• CONCLUSÃO:
• A natação, apesar de ser uma atividade sem a sustentação do peso do corpo
contra a gravidade, mostrou ter um efeito positivo na BMD de adolescentes
nadadoras.
Water-based exercise improves healthrelated
aspects of fitness in older women
Takeshima et al., Med & Sci in Sportes and Exercise, 2002
• Estudo randomizado, prospectivo;
30 mulheres,60-75 anos: 15- controle, 15- exercícios;
• 12 sem., 70 min, 3 x sem.
• 20 min. Aquecimento,10 min. Resistência muscular, 30 min. Cardiopulmonar,
10 min. Volta à calma.
• Resultados: Grupo Controle- não houve alterações
Grupo exercício: houve aumento de VO2 max (12%), força muscular (entre 6 e
13%),salto vertical (9%).
•
•
59 mulheres(≥ 5 anos pós menopausa) – 27 exercício e 32 controle;
• DEXA: coluna antero-posterior, quadril e cólo do fêmur
• Protocolo: 45 min. de aula, 3 x sem. 12 meses. G.Controle – manteve atividades
diárias
• RESULTADOS:
Usando o ANCOVA (covariancias BMD e peso), as diferenças na BMD de quadril,
fêmur e CL foram similares nos dois grupos (p= 0,14 - 0,31). Teste t para uma amostra
mostrou que depois dos 12 meses de treinamento, BMD do cólo do Fêmur diminuiu 3%
no G.Controle (p < 0,01) e não mudou no grupo treinado ( p = 0,98)
• CONCLUSÃO: A manutenção da BMD no cólo do Fêmur, um local de fraturas
clinicamente relevante, sugere que exercícios aquáticos são um meio eficaz para
a manutenção da massa óssea de mulheres pós menopausadas.
Influence of Aquatic and Weight-Bearing Exercises on Quantitative Ultrasound
Variables in
Postmenopausal Women
Ay A, Yurtkuran M. AmJ Phys Med Rehabil, 2005.
•
• Estudo randomizado, prospectivo;
62 mulheres pós menopausadas (54,1anos ±7), com valores de BUA (broadband
ultrasound attenuation) menores ou iguais a -1;
• Calcaneal BUA
•
• Exercícios Aquáticos(EA):n=21
• Exercícios em terra (ET): n=21
• Grupo Controle (GC): n = 20
• Não tomavam medicação que interferisse no metabolismo ósseo;
• Todas tomavam 1000 mg-dia de Cálcio elementar;
• 6 meses de treino;
O mesmo protocolo foi seguido para EA e ET:Aquecimento, caminhada,
saltitos,exercícios de equilíbrio,volta á calma e alongamento;
• Resultados:
BUA de calcâneo:
EA: 3,1% de aumento (p < 0,05)
ET: 4,2% de aumento (p < 0,05)
GC: 1,3% de diminuição (p > 0,05)
Conclusão: Tanto os EA quanto os ET foram eficazes em aumentar os valores de BUA
em mulheres pós menopausadas.
Osteoporose e Hidroginástica
.Trabalhar musculaturas diretamente envolvidas com o cólo do fêmur e coluna;
.Estímulos em diferentes direções;
.Trabalho de força muscular/potência: 3 séries de 12 a 8 repetições na velocidade
máxima, 1 min de descanso entre cada série;
.Repetir a mesma sessão de treino de força por no mínimo 6 sessões de treino;
.Utilizar impacto (saltitos, piscina mais rasa).
Osteoporose e Hidroginástica
.Cuidado com flexões e rotações
de coluna;
.Fortalecer extensores de coluna;
.Fortalecer abdominais (isometria, pequena amplitude de flexão ou flexão de
quadril);
.Trabalho de equilíbrio;
.Trabalho de propriocepção;
.Aumentar flexibilidade.
FIBROMIALGIA:
Caracteriza-se por dor difusa, intensa e crônica, com envolvimento de músculos,
tendões e ligamentos, além de fadiga, distúrbios do sono, depressão, alterações do
humor, e dificuldade para concentrar-se.
(Alambert, PA; Martinez. . Revista médica Ana Costa- vol.8, nº2 – Abril/ Junho
2003.P.40-44).
O diagnóstico desta síndrome é sintomático, visto que não existem evidências
laboratoriais nem clínicas que demonstrem a Fibromialgia.
(Chaitow, Leon e Cols. . Ed.Manole, 2002).
•
QUADRO CLÍNICO:
. Dor difusa por todo o corpo, migratória, com ao menos 11 dos 18 tender points
ativados.
. Dor - acúmulo de tensão em diferentes partes do corpo - a causa é uma diminuição
no limiar para dor .
. 90% dos pacientes se queixam de fadiga, sendo que 25% estão deprimidos.
. Localização mais comum da dor: coluna vertebral, cinturas escapular e pélvica, parede
anterior do tórax.
. Em 80% dos casos a dor se acompanha de distúrbios do sono e fadiga.
. Rigidez matinal, sensação subjetiva de edema, fenômeno de Raynauld, tonturas e
palpitações ocorrem em 58 a 80% dos casos.
..Outras afecções como enxaqueca, síndrome do cólon irritável, síndrome uretral
feminina, tensão pré-menstrual, ocorrem em 30-60% dos pacientes.
. Portadores de fibromialgia têm menos serotonina, o que faz com que os impulsos
aferentes e eferentes cerebrais sejam inadequadamente interpretados na dor.
TENDER POINTS:
•
TRATAMENTO FIBROMIALGIA:
Medicação: antinflamatórios, indutores do sono, relaxantes musculares, antidepressivos.
Mudança dos hábitos de vida (sedentarismo, perfeccionismo, vida agitada, stress).
Fisioterapia (TENS,Crioterapia, Massoterapia)
Exercícios físicos,relaxamento e alongamento.
ATIVIDADES FÍSICAS PARA FIBRIMIALGIA:
•
.Mengshoel et al.(1995) investigaram a relação entre a capacidade aeróbica e os
níveis de fadiga, dor e esforço pós-exercício de pacientes com fibromialgia.
Resultados: pacientes com fibromialgia apresentavam maiores níveis de fadiga,
esforço e dor induzida pós-exercício comparados a indivíduos saudáveis. Além
disso, a intensidade da dor permaneceu acima do valor prévio ao exercício por
mais de 24 horas. Entretanto, os autores não constataram diferença significante
na capacidade aeróbica.
•
Nielens et al.(2000), que não constataram diferença significativa na capacidade
aeróbica dos pacientes com fibromialgia, mas constataram maior nível de
percepção de esforço durante e após o exercício.
Tipo, intensidade e duração dos exercícios físicos no tratamento de pacientes com
fibromialgia
Autor
Tipo de exercício
Intensidade
Duração Conclusão
20 min., 3 x/sem.
Nichols et al. Exercício aeróbico
Contínuo: 60-70% 8 sem. sem benefícios
(1994)
(caminhada)
da FC max.
Meyer et al. Caminhada de alta e
3 x/sem. carga 24 sem.
Baixa
(2000)
baixa intensidade
aumentada
intensidade é
gradativamente
benéfica
Exercício aeróbico
Ramsay et al.
Ambos sem
supervisionado
60 min. 1x/semana 12 sem.
(2000)
benefícios
e não-supervisionado
45 min., 3
Ambos
Exercício aeróbico e
Wigers et al.
x/semana
benéficos; ex.
terapia de manejo do
14 sem.
(1996)
4 picos: 60-70%
aeróbico mais
estresse
FC max.
efetivo
Meiworm et
Exercício aeróbico
25 minutos, 2 12 sem.
Benéfico
al. (2000)
(natação, bicicleta,
vezes/semana
caminhada e corrida)
Sabbag et al. Exercício aeróbico
60 min., 3 x/sem. 24 sem.
Benéfico
(2000)
60-70% da FC
max.
Martin et al. Programa de exercícios
60 min., 3
6 sem.
Benéfico
(1996)
aeróbicos, alongamento vezes/semana
e fortalecimento
Jentoft et al. Exercício aquático e em 60 minutos, 2 20 sem.
Ambos
(2001)
solo (aeróbico, along.
vezes/semana
benéficos
fortalecimento e relax)
Mannerkorpi
Hidroterapia e
——
24 sem.
Benéfico
et al. (2000)
educativo
Exercício de endurance
Mengshoel et
muscular de baixa——
20 sem
Benéfico
al. (1992)
intensidade
Hakkinen et Treinamento de força
2 vezes/semana 21 sem.
Benéfico
al. (2001)
(RML)
Marques et
Exercício de
1 vez/semana
6 sem.
Benéfico
al. (1994)
alongamento
ATIVIDADES FÍSICAS FIBROMIALGIA:
Condicionamento Aeróbio: caminhada, trote leve, natação, hidroginástica, bicicleta
(aumento dos níveis de beta-endorfina e de serotonina, diminuição da dor, sensação de
prazer, aumento da capacidade funcional, melhora do sono).
Alongamento (estiramento dos pontos retesados, alívio da dor, melhora do sono).
Fortalecimento muscular (nas áreas menos acometidas, intensidade leve:entre 70 e 50%
de 1RM, de 15 a 30 repetições,de 1 a 3 séries). Não se deve trabalhar com altas cargas
visando hipertrofia.
Relaxamento (tai chi, yoga, mentalização, meditação)
Exercícios na água pré-aquecida são recomendados (efeito miorelaxante)
DOR MIOFASCIAL:
•
Conceito:
A síndrome dolorosa miofascial é definida como uma disfunção neuromuscular
regional que tem como característica a presença de regiões sensíveis em bandas
musculares contraturadas/tensas, produzindo dor referida em áreas distantes ou
adjacentes.
Esta dor miofascial pode se originar em um único músculo ou pode envolver vários
músculos, gerando padrões complexos e variáveis de dor
(WOLENS, 1998).
Componentes característicos:
.ponto-gatilho,
.queixa de dor regional
.espasmo muscular segmentar (banda muscular tensa palpável) :
.ponto dolorido na banda muscular
.restrição de alguns graus de amplitude de movimento (ADM)
.reprodução de queixa durante pressão no ponto
.alívio da dor pelo estiramento do músculo.
• ATIVIDADES FÍSICAS:
As recomendações são as mesmas indicadas para um indivíduo saudável (exercícios
aeróbios e anaeróbios, fortalecimento muscular,flexibilidade, relaxamento);
A intensidade de trabalho podem variar de leve a intensa (50 a 85% de 1RM, de 60 a
85% da FC máx.)
.Ressalva: não trabalhar exercícios contra- resistência em áreas com muita dor ou
vários pontos - gatilho. Espere passar a crise e enfatize os alongamentos e exercícios
aeróbios nesta fase.
O trabalho em água pré-aquecida é recomendado (efeito miorelaxante)
Síndrome Dolorosa
Miofascial
Assimétrica e local em
pontada
Características
Fibromialgia
Distribuição
Simétrica e dores difusas
Sexo
Mais mulheres (>80%)
Ambos os sexos
Idade
Preferencialmente 40-60
anos
Qualquer idade
Localização
18 tender points
Pontos gatilhos/trigger
points
Algometria
4 kg de pressão
Limiar de dor - 2 Kg
Radiação
Espalhada/crônica
Em pontos específicos
Espasmo muscular
Geralmente não
Presente com encurtamento
Fraqueza muscular
Incomum
Comum
ADM
Não restrita
Sempre restrita
Atividade muscular
Dor difusa
Dolorida em áreas
Contração local à
palpação
Ausente
Freqüente
Outros sintomas
Fadiga, distúrbio do sono,
Baixa resistência da pele
dor, rigidez matinal
•
Massoterapia:
Diminuição da dor através da melhora da circulação e oxigenação;
Remoção de resíduos musculares;
Aumento da flexibilidade muscular.
•
Técnicas de massagem:
>> Deslizamento, passar as palmas das mãos e os dedos firmemente sobre os
músculos em um movimento rítmico lento.
>> Amassamento, quando os músculos são pressionados entre os dedos e o
polegar e ligeiramente erguidos e apertados em uma seqüência rítmica lenta.
>> Fricção, a massagem que penetra profundamente no músculo e usa
movimentos circulares lentos com as pontas dos dedos ou do polegar.
Fibromialgia, Dor Miofascial
e Hidroginástica
.Ênfase nos exercícios aeróbios (entre 60 e 70% da FC máx);
.Cuidado com a pegada nos materiais;
.Fortalecimento muscular (RML ou endurance – entre 15 e 30 rep. de cada ex., de
1 a 3 séries);
.Se possível, trabalhar no limite superior da temperatura - 32º C;
.Ênfase nos alongamentos.
GESTANTES:
Modificações psico-fisiológicas:
 Aum.Peso corporal
 Aum
Sobrecarga articular
 Dores musculares (coluna, sacro)
 Aum
Sono (até 4º mês)
 Aum
Elasticidade ligamentar (risco de lesões)
 Aum
Débito cardíaco (30 a 50%)
 Aum
Metabolismo basal
 Aum Comprometimento postural
 Aum Sensibilidade emocional
 Mudança da auto imagem corporal
Motivos para a interrupção da Atividade Física:
•
•
•
•
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•
•
•
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Sangramento vaginal
Dispnéia após esforço
Tontura
Dor de cabeça
Dor no peito
Fraqueza muscular
Parto Pré-maturo
Diminuição do movimento fetal
Perda de líquido aminiótico
ACOG (2002)
Prescrição de Exercícios na Gravidez:




Atividades Cardiopulmonares: entre 60 e 70% da FC máx (sedentárias ou
intermediárias) ou 70 e 75% da FC máx (gestantes bem treinadas);
Atividades Neuromusculares: trabalho de força muscular enre 60 e 75% de
1RM, evitando-se isometria e cargas extremas;
Evitar esportes de contato (handeball, futebol,) ou grande risco de quedas
(patinação, ski);
O treinamento de gestantes deve incluir exercícios aeróbios, neuromusculares
(força) e de flexibilidade.
ACSM e ACOG (2002)
Gestantes e Hidroginástica:
BENEFÍCIOS:
•
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•
•
Ajuda a controlar o aumento de peso na gravidez
Alívio da sobrecarga articular (empuxo)
Diminuição do edema de MMII
Diminuição da circulação periférica com o aumento do volume de sangue
central, beneficiando o feto (pressão hidrostática)
Possibilita a prática da atividade física com valores seguros de PA
Termorregulação facilitada na água
Fortalecimento muscular e correção postural
Quando iniciar a prática da Hidroginástica?
.Sempre após permissão médica
.Se a gestante já praticava hidroginástica, provavelmente irá continuar durante o
primeiro trimestre.
Se a gestante praticava outra atividade física provavelmente irá continuar esta
atividade e só depois do terceiro mês mudará para a Hidroginástica.
Se a gestante era sedentária iniciará a Hidroginástica após o terceiro mês.
•
Cuidados:
Entrar e sair da piscina pela rampa ou escada;
Evitar exercícios em decúbito dorsal por mais de 3 min (depois do 4º mês);
Cuidado com exercícios de flexibilidade muito intensos (relaxina- risco de lesões);
Sempre que possível utilize o frequencímetro para o controle da FC;
Ao sinal de dor, interrompa o exercício;
Aproveitar a pressão da água para o trabalho dos músculos envolvidos na respiração;
Propor exercícios aeróbios (60-70% FC máx- 70-75% FC´máx – treinadas);
Enfatizar correção postural;
Alongamento da musculatura das costas, principalmente coluna lombar;
Evite exercícios de rotação de coluna;
Grávidas devem fazer exercícios abdominais;
Trabalhar com base de sustentação maior e pernas mais afastadas a partir do 4º-5º mês.
• Posição confortável para a gestante:
Decúbito Lateral Esquerdo
Na posição supina, o útero grávido pode comprimir a veia cava, diminuindo o retorno
venoso central, o débito cardíaco e a PA.
A compressão concomitante da aorta pode afetar o fluxo de sangue para o útero e causar
hipoxia fetal.
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