Contexto histórico do surgimento da sociologia

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CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
O ILUMNISMO E O “DESENCANTAMENTO” DO MUNDO
Movimento intelectual burguês ocorrido na França (séc. XVIII)
BURGUESIA X ARISTOCRACIA MONARQUICA
 PREDECESSORES : Humanismo, Renascimento, Reforma e ContraReforma, Revolução Científica no séc. XVII
 Humanismo: movimento intelectual de valorização da Antiguidade Clássica e
glorificação do Homem, tornando-o o centro de todas as indagações e
preocupações. É, em suma, uma tomada de posição do antropocentrismo em reação
ao teocentrismo imperante na Idade Média.
Valorização da produção cultural da antiguidade Greco-Romana
“ Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio; tão vário na
capacidade; em forma e movimento, tão preciso e admirável, na ação é como
um anjo; no entendimento é como um Deus; a beleza do mundo; o exemplo
dos animais.”
( Shakespeare, W., Hamlet. )
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 Fatores secundários que contribuíram para a difusão do humanismo:
1) aperfeiçoamento da imprensa possibilitando a impressão dos clássicos
gregos e romanos, bem como de obras da época;
2) a decadência de Constantinopla com as Cruzadas, acarretando desde o séc.
XVIII, o êxodo de intelectuais bizantinos e grande afluxo de textos antigos para a
Itália, berço do Humanismo;
3) os Descobrimentos Marítimos, que proporcionaram o contato europeu com
povos de culturas distintas, contribuindo para derrubar muitas idéias tidas até então
como verdades absolutas;
4) o mecenato praticado por burgueses ricos, Príncipes e até Papas, interessados
em projetar as suas cortes, financiaram as atividades do Humanismo; é o caso de
Francisco I (Rei da França), Elizabete I (soberana da Inglaterra) e outros.
O Humanismo teve suma importância, pois conduziu a modificações nos
métodos de ensino, enriquecidos com o estudo das línguas clássicas (grego e
latim) e com a maior preocupação em estudar a Natureza e desenvolver a
análise e a crítica na investigação científica. Igualmente possibilitou maior
conhecimento da antiguidade, cujas realizações poderiam servir de modelos
nas atividades humanas, seja nos campos literários e das Artes plásticas, seja
nas instituições políticas e sociais
Assim, o Humanismo gerou uma renovação cultural que influiu
diretamente no desencadeamento e na evolução do Renascimento.
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O RENASCIMENTO:
 expressão do movimento humanista nas Artes, Letras, Filosofia e Ciência
 é um conjunto de aspirações, uma impulsão interior que transformou a
vida da inteligência e a dos sentidos, o saber e a arte.
* Surgimento do Humanismo e do Renascimento
Absolutismo e do crescimento da burguesia
Enriquecida com o comércio, a burguesia urbana procurou se firmar na
sociedade, onde os valores imperantes não eram os seus, mas sim os
projetados pela Igreja, e pela nobreza feudal; para contesta-los e
difundirem os seus valores, mercadores e banqueiros promoveram as
Artes, Letras e Ciências, realizadas segundo concepções racionalistas,
individualistas, pagãs, antropocêntricas...
 O Renascimento corrobora uma ruptura com os valores medievais
é uma cultura urbana e burguesa
 Renascimento Literário: Dante Aighieri ( A divina Comédia),
Nicolau Maquiavel (O Príncipe), Thomas Morus (A Utopia) etc.
 Renascimento Artístico: Leonardo da Vinci (A Última Ceia, A
Gioconda, etc), Miguel Ângelo (decorou a Capela Sixtina, destacando-se o
conjunto do “Juízo Final”, as estátuas de Moisés, Davi e Pietá, etc), etc.
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 Renascimento Científico: impressão de obras da Antiguidade
Clássica, o espírito crítico e a rejeição do “princípio de autoridade” que imperou na
Idade Média, conduziram ao nascimento da Ciência Experimental.
Nicolau Copérnico (cuja teoria heliocêntrica foi completada no séc.
XVII pelo italiano Galileu Galilei e pelo alemão Johann Kepler)
(...) “Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três
vezes e verifique se as experiências produzem os mesmos efeitos.
Nenhuma investigação humana pode se considerar verdadeira Ciência se
não passa por demonstrações matemáticas”.
(Segundo Leonardo da Vinci, in Carnets, citado por DUPÂQUIER, J. e
LACHIVER, M., Lês Temps Modernes, Bordas, pág.33.)
Declínio do Renascimento:
Reforma Protestante
Rigorismo, irracionalidade, caroliçe
 A Arte volta-se para o Barroco, o Humanismo termina num
ceticismo naturalista. Montaigne (Ensaios, 1558 – 1596) faz a razão humana descer
ao nível do espírito dos animais.
NOTA: Ceticismo: doutrina segundo o qual o espírito humano nada
pode conhecer com certeza; faz oposição ao Dogmatismo, que é uma doutrina
filosófica que parte do pressuposto da capacidade de atingir verdades certas e
absolutas.
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A REFORMA E A CONTRA REFORMA
 A Reforma Protestante: Martinho Lutero (1483-1546)
São Paulo, Santo Agostinho, Erasmo de Roterdã
As causas da reforma foram mais profundas, (...) todas as inovações
teológicas respondiam às necessidades da época, isto é, todas as
transformações sociais, políticas e econômicas exigiam mudanças
ideológicas. (...) a Reforma foi produto de uma multiplicidade de fatores
políticos (oposição dos reis ao papado), econômicos (interesse da nobreza
pelas terras da Igreja) e Intelectuais (crítica do humanismo à Igreja).
 O Calvinismo: João Calvino (1509 – 1564)
expansão da reforma
Dinamizou o movimento reformista através de novos
princípios, completando e ampliando a doutrina luterana.
Movimento mais radical do que o luteranismo, dando ao Protestantismo
maior consistência e um rigor lógico.
 Setor sócio-economico: justificou atividades econômicas condenadas pela
Igreja; todo trabalho é agradável a Deus, e somente os predestinados conseguiam
vencer na vida.
 Setor Político: Separação completa entre Igreja e Estado; negação da
missa, voltando-se apenas para as escrituras. Ele aboliu o livre arbítrio porque
pregava a predestinação.
Revigorando o movimento reformista, estagnado pelas contradições e
incoerências de Lutero e limitado pela oposição da Igreja, o Calvinismo,
reflexo do espírito leigo, místico e individualista, trouxe concepções que
vieram de encontro aos anseios da burguesia.
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 A Reforma Anglicana: Movimento de retorno ao cristianismo primitivo
que fortaleceu o projeto da ascensão da burguesia.
 Os Anabatistas: embora ecléticos no seu seio, eles pregavam a
necessidade de serem batizados após a idade adulta, o que levava a uma ruptura
completa com o antigo regime.
 A Contra Reforma: parte de uma necessidade de afirmação da Igreja
Católica em oposição à reforma protestante
 Movimento com características conservadoras e de reação à Reforma
Protestante;
 O Concílio de Trento (1545-1563) foi sua principal manifestação:
reafirmou a doutrina católica e as questões disciplinares sujeitas à controvérsias;
confirmou a supremacia do papa;
manteve o celibato e a hierarquia eclesiástica;
manteve os sete sacramentos, o culto dos santos e da virgem, confirmou
a transubstanciação, e a necessidade das obras para a salvação;
Reafirmou que as crenças católicas se fundamentam nas Sagradas
Escrituras e na tradição da Igreja, única com o poder de interpretar a Bíblia.
A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA NO SÉC. XVII

Mudanças significativas na
repercutiram sobretudo no plano científico.
estrutura
do
pensamento,
que
A descoberta do método científico no séc. XVII aumentou a confiança
do homem na possibilidade de a ciência conhecer os segredos da natureza. A
confiança baseia-se na profunda crença na ordem e racionalidade do mundo.
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Método científico: observação, análise, formulação de hipóteses explicativas,
experimentação, verificação das hipóteses, e formação de conclusões.
Vigorava o modelo astronômico construído por
Ptolomeu (séc. II d. C), baseado na física aristotélica
(...), por volta do séc. XVI Copérnico desafiava os
alicerces da física aristotélica, e não foram poucos
nem fáceis os argumentos contrários, (...)era uma
mudança completa de paradigma
 Galileu Galilei (1564-1642)
 lançou os fundamentos da mecânica de Newton que substituiria a de
Aristóteles;
 negou a afirmação aristotélica de que corpos em queda livre chegam ao
chão em tempos diferentes, dependendo do seu peso;
 negou a afirmação aristotélica que todo movimento tem uma causa, em
contrapartida, propôs a Lei Circular da Inércia, segundo a qual todo corpo
permanece em movimento ou em repouso em velocidade uniforme em torno da
terra, caso nenhuma força seja exercida sobre ele.
Objetivo
reforçar a física de Copérnico para substituir de vez a
metafísica de Aristóteles.
Mudança de paradigma no campo das ciências.
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TRANSIÇÃO DA SOCIEDADE FEUDAL PARA A SOCIEDADE
CAPITALISTA:
 Teocêntrica: em que o conhecimento teológico determinava o que era certo.
 Antropocêntrica: a razão e a experimentação passam a determinar a forma de
conhecimento válida.
Fenômenos sociais vistos de forma racional.( Séc. das Luzes XVIII )
Conhecer a natureza para domina-la
A principal característica da mutação mental que ocorreu no séc. XVII
foi a afirmação do homem enquanto sujeito que representa a realidade,
seu objeto. E isso implicou a valorização do elemento fundamental desse
sujeito: aquilo que faz do homem um homem, um ser inteligente – a
Razão. Racionalismo Descartes (1596 – 1650).
O Universo esta em constante movimento
 Iluminismo ou Ilustração (séc. XVIII)
 Origens: Progresso da Ciência e da Filosofia no séc. XVII
Racionalismo (Descartes) e o
Empirismo (Locke)
 Política: ataques contra a Monarquia Absoluta, ao princípio do direito
divino opunham a vontade do povo e a liberdade dos cidadãos.
 Religião: ataques contra a Igreja Católica, sustentáculo do Antigo Regime
e que desde a Reforma se Vera constantemente questionada.
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O ILUMINSMO EM FRANÇA: A IDADE DA RAZÃO
 Principais representantes:
 Voltaire (1694-1778): ardente propagandista da idéias liberais,
defendendo o direito do indivíduo à liberdade política e de expressão.
 Montesquieu (1689-171785): aristocrata, afirmava que cada país
tinha um tipo de instituição política de acordo com seu progresso econômico e
social. Desenvolveu a “doutrina dos três poderes”.
 Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): considerado um naturalista
mais que um racionalista; criticava a propriedade privada que “arranca o homem de
seu doce contato com a natureza”, acabando com a igualdade.
 Principais divulgadores: os livros, as sociedades intelectuais e a FrancoMaçonaria que tinha ramificações em toda a Europa e a Enciclopédia.
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