ATENÇÃO: O material a seguir é parte de uma das aulas da apostila de MÓDULO 3 que por sua vez, faz parte do CURSO de ELETROELETRÔNICA ANALÓGICA -DIGITAL que vai do MÓDULO 1 ao 4. A partir da amostra da aula, terá uma idéia de onde o treinamento de eletroeletrônica poderá lhe levar. Você poderá adquirir o arquivo digital da apostila completa (16 aulas), ou ainda na forma impressa que será enviada por por correio. Entre na nova loja virtual CTA Eletrônica e veja como: www.lojacta.com.br Além de ter a apostila e estuda-la, torne-se aluno e assim poderá tirar dúvidas de cada uma das questões dos blocos atrelados a cada uma das aulas da apostila, receber as respostas por e-mail, fazer parte do ranking de módulos e após a conclusão do módulo com prova final, participar do ranking geral e poder ser chamado por empresas do ramo de eletroeletrônica. Saiba mais como se tornar um aluno acessando nossa página de cursos: www.ctaeletronica.com.br/web/curso.asp APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 OSCILADORES E MULTIVIBRADORES - I AULA 7 Oscilador com Unijunção - montagem prática Tanque ressonante e multiplicador de frequência Oscilador Armstrong-Hartley-Colpitts e Cristal Multivibrador astável e Timer 555 OSCILADORES Os osciladores são circuitos eletrônicos que produzem, independente da entrada de algum sinal, uma forma de onda variável com uma frequência e forma de onda bem definida, sendo esta forma, geralmente senoidal, dente de serra ou quadrada (retangulares ou pulsantes). Assim, é um circuito independente que trabalha somente com uma tensão de alimentação DC. Existem várias tipos e classificações de osciladores, onde iremos começar pelos mais simples, baseados na carga e descarga de um capacitor, como na figura 1. Vc +12V R1 t I1 T1 C1 R3 figura 2 R2 R1 E T1 B2 B1 R3 figura 1 Este circuito já foi estudado na aula anterior, quando falamos do transistor unijunção, mas sem a preocupação específica de detalhar o circuito oscilador. Neste, temos o capacitor C1 que inicialmente vai estar descarregado e será carregado gradativamente por R1 através de uma corrente circulante por ele, que poderemos chamar de I1; quando a tensão em C1 for suficiente para polarizar T1 este irá saturar descarregando C1 e voltando a ficar cortado, reiniciando o ciclo com nova carga de C1. Com isso criaremos sobre C1 uma forma de onda conhecida como DENTE-DE-SERRA, onda características de um oscilador baseado em formador de rampa, criada através da carga e descarga de um capacitor. Funcionamento: em um dado instante, o capacitor estará descarregado, tendo zero volt entre seus terminais, mantendo T1 cortado, começando logo em seguida, a carga de C1 através da corrente I1, como na figura 2a. Passado algum tempo, C1 atinge a tensão de ELETRÔNICA +12V +12V +12V C1 disparo de T1 que irá saturar, funcionando como uma chave fechada, começando o processo de descarga de C1 através da corrente I3, até que C1 se descarregue e corte T1 novamente, como mostra a figura 2b. Com isso teremos ciclos sucessivos com cargas e descargas de C1 gerando uma onda dente de serra sobre C1 e uma onda “quase” retangular sobre R3, como mostra a figura 3. Este circuito oscilador permanecerá oscilando indefinidamente enquanto estiver alimentado pela tensão de 12V, independente de qualquer sinal externo. Estes circuitos são chamados de auto-oscilantes. +12V Vc R1 t I3 C1 T1 R3 figura 3 Temos aqui um exemplo simples de um oscilador baseado na carga e descarga de um capacitor auxiliado por um transistor que irá trabalhar em corte e saturação, permitindo com isso a carga e descarga do capacitor. Podemos verificar duas formas de onda sendo criadas pelo circuito: “dente de serra” (carga e descarga do capacitor) e a “retangular” ou “quadrada” (pelo corte e saturação do transistor). AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 69 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL figura 4 +12V +12V R2 R1 Onda retangular gerada pelo corte e saturação do transistor unijunção MÓDULO - 3 circuito uma chave seletora, para troca de valores de componentes e assim obter diversas faixas de tempo. figura 6 T1 Dente de Serra gerada pela carga e desca4rga de C1 C1 R3 M O N TA G E M P R Á T I C A S U G E R I D A : TEMPORIZADOR LINEAR retirado de: http://radatec.vilabol.uol.com.br/circuitos/temporiz adores.htm Um grave problema nos circuitos formadores de rampa em osciladores é a carga do capacitor que não ocorre de forma linear, ou seja, inicialmente a tensão de carga varia rápido diminuindo sua variação à medida que o capacitor vai sendo carregado. A escala da temporização, pode ser linearizada com maior precisão na determinação de intervalos figura 5 de tempo, tanto curtos como longos. Este simples temporizador ativa um relé no final do tempo programado. A carga de um capacitor, princípio normalmente usado na maioria dos osciladores, ocorre segundo uma curva exponencial em que temos maior precisão de ajuste para os curtos intervalos e menor precisão para os longos intervalos, conforme sugere a figura 5. Este comportamento faz com que, na maioria dos temporizadores tenhamos escalas não muito cômodas para os ajustes de tempo. O que propomos neste circuito é algo diferente. O nosso temporizador também funciona segundo o princípio citado: a carga de um capacitor. No entanto, isso ocorre a partir de uma fonte de corrente constante. O resultado é uma linearização desta carga, que se reflete na facilidade dos ajustes e na própria elaboração da escala (figura 6). Os intervalos obtidos com o temporizador descrito podem chegar a pouco mais de meia hora, dependendo dos componentes utilizados. Para uma aplicação em que tanto intervalos curtos como longos são necessários, sugerimos acrescentar ao O circuito é alimentado com uma bateria de 9V e o relé ativado pode controlar cargas de correntes bastante intensas como por exemplo aparelhos eletrodomésticos alimentados pela rede local com mais de 20 watts. Características: Tensão de alimentação ............................... 12V Consumo durante a temporização .............5 mA Faixa de tempo .................................0 a 30 minutos Potência máxima da carga..................... 500 watts COMO FUNCIONA Para carregar um capacitor através de um resistor variável (P1) utilizamos um transistor que funciona como fonte de corrente constante. Desta forma, com a fonte inicialmente desconectada e o capacitor C1 descarregado, a corrente que flui pelo circuito tem um certo valor determinado pela polarização de D1. Inicialmente, a carga do capacitor, exigirá do transistor uma corrente mais alta, que produzirá queda de tensão sobre P1. Como a base já existe um diodo, mantendo-a com 0,6V a menos que a alimentação, qualquer queda de tensão em P1, despolarizará o transistor, mantendo um mínima corrente entre coletor e emissor de Q1 e claro não figura 7 K1 relé 12V D1 1N4002 P1 100k Q1 BC558 D2 1N4002 Q2 2N2646 SCR TIC106 R1 47k C1 100uF S1 R2 120 B1 12V C2 100uF S2 R3 100 70 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 somente tornando a carga linear, como também aumentando consideravelmente o tempo de carga. Quando a tensão nas armaduras do capacitor atinge um certo valor, o transistor unijunção dispara, e um pulso é aplicado à comporta do SCR. Este pulso é suficiente para disparar o SCR, levando à plena condução e assim energizando a bobina do relé, que fecha seus contatos. Após a produção do pulso de disparo pelo unijunção, este componente desliga e um novo ciclo de carga de C1 é iniciado. No entanto, o SCR não desliga, mantendo assim o relé energizado. Para rearmar o circuito é preciso desligar por um momento a fonte de alimentação. E, para que o processo de contagem de tempo comece do zero, é preciso descarregar completamente o capacitor C1, o que se consegue pressionando o interruptor S2 por um instante. O relé utilizado tem bobina para 12V, no entanto como existe uma queda de tensão de aproximadamente 2V no SCR, a alimentação mínima recomendada para um bom funcionamento do relé é de 9V. Sugerimos o emprego de pilhas comuns e não de bateria, dada a corrente relativamente alta que se necessita no momento em que o relé fecha seus contatos. conjugado a P1 enquanto que S2 é um interruptor de pressão comum. MONTAGEM Na figura 7 temos o diagrama completo do temporizador. Como se trata de projeto bastante simples, indicado aos iniciantes e estudantes, damos a versão em ponte de terminais, mostrada na figura 8. O transistor Q1 pode ser substituído por equivalentes como o BC557 ou BC556, mas Q2 deve ser obrigatoriamente um unijunção 2N2646. O TIC106 preferivelmente deve ser o de menor tensão (sem letra) que custa mais barato e neste caso não necessita de radiador de calor. O diodo D1, assim como D2 pode ser o 1N4002 ou qualquer equivalente de silício já que não se trata de componente crítico. O relé recomendado é o utilizado na montagem de módulo 2, com bobina de 12V. Os resistores são todos de 1/8 ou 1/4W com 5% de tolerância e os capacitores eletrolíticos devem ter uma tensão de trabalho de 16V ou mais. P1 é um potenciômetro de ajuste de tempo e seu valor pode ser aumentado para 220Kohms ou mesmo 470Kohms, caso sejam necessários maiores intervalos de temporização. O valor de C1 recomendado é de 1000 uF. Para a alimentação, sugerimos o uso de fonte ou então 8 pilhas pequenas ou médias. O interruptor S1 pode ser ELETRÔNICA PROVA E USO Ajuste P1 inicialmente para um tempo pequeno (menor resistência) e ligue S1. Em alguns segundos você deve ouvir o estalo do relé que fechará seus contatos. Após o disparo, desligue S1 e pressione por um momento S2 para descarregar C1. Depois, tomando como base um cronômetro comum ou mesmo um relógio, vá obtendo intervalos de tempo diversos e marcando os pontos correspondentes na escala de P1. A cada tempo obtido desligue S1 e pressione S2. Para usar o aparelho, opere-o sempre na seguinte sequência: ajuste o tempo, pressione S2 e somente depois ligue S1. Para ligar uma carga após o intervalo programado ela deve ser conectada entre B e C e para desligar, faça sua conexão entre A e B. LISTA DE MATERIAL Q1 - BC558 ou equivalente - transistor PNP de uso geral Q2 - 2N2646 - transistor unijunção SCR - TIC 106 ou equivalente D1, D2 - 1N4002 - diodos de silício K1 - relé de 12V P1 - 100 Kohms- potenciômetro S1 - interruptor simples S2 - interruptor de pressão B1 - 12V - 8 pilhas pequenas ou médias R1 - 47 Kohms, 1/8w - resistor (amarelo, violeta, laranja) R2 - 120ohms, 1/8w - resistor (marrom, vermelho, marrom) R3 - 100ohms, 1/8w - resistor (marrom, preto, marrom) C1 - 100 uF a 1000 uF, 16V ou mais - capacitor eletrolítico C2 - 100 uF, 12V - capacitor eletrolítico Diversos: ponte de terminais, caixa para montagem, suporte para pilhas, botão para o potenciômetro, escala para o potenciômetro, terminais de saída para a carga controlada, fios, solda, etc. figura 8 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 71 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 TANQUE RESSONANTE Na apostila de módulo 2, estudamos os filtros baseados em capacitores e indutores como o TRAP (armadilha) e o BPF (passa faixa). Mas, a associação dos capacitores com indutores além de formar filtros também formam circuitos oscilantes ou ressonantes, dentre eles podemos destacar o “tanque ressonante”, que se parece muito com um BPF (ou TRAP) pois na realidade ele não deixa de ser um BPF ou sintonizador de frequência. Para melhor explicar o tanque ressonante vamos analisar a figura 9. figura 9 +12V agora começa a descarga do capacitor, devido a corrente circulante pelo indutor, transformando o campo elétrico armazenado no capacitor num campo magnético que estará em expansão no indutor, mantendo a polaridade positiva acima do indutor e negativa em baixo (terra); teremos a segunda parte (b) do ciclo de oscilação do tanque ressonante como mostra a figura 10b. +12V CH1 Com a carga do capacitor a reatância do indutor diminui e após CH1 ficar aberta, a baixa reatância do indutor vai descarregar o capacitor, e com a circulação de corrente pelo indutor vai gerar campo magnético.. CH1 L1 C1 figura 10b Nela podemos ver um capacitor em paralelo com uma bobina (indutor), ligados a uma fonte de 12V através da chave CH1. Vamos analisar este circuito: Inicialmente o capacitor está descarregado e quando fechamos a chave, começa circular uma corrente da fonte (+12V) para o capacitor C1, começando a carga do mesmo. Devido a variação de tensão sobre a bobina L, a reatância indutiva de L1 faz com que o indutor funcione como um resistor de alto valor e por isso não haverá “quase” corrente circulante sobre L1 e consequentemente não haverá criação de campo magnético. Assim teremos a primeira parte (a) do ciclo de oscilação, que pode ser conferido na figura 10a. +12V CH1 No instante inicial com CH1 fechada, o capacitor se comporta como chave fechada, aumentando sua reatância ao passo que se carrega, e após sua carga abrimos CH1. Quando toda a carga do capacitor tiver sido transferida para o indutor na forma de campo magnético a corrente circulante irá diminuir até zero, criando uma variação negativa sobre o indutor, fazendo o campo magnético que estava em expansão sobre o indutor se contrair, gerando uma diferença de potencial inversa sobre o indutor; acima da bobina tínhamos um potencial positivo que agora se torna negativo e abaixo do indutor (terra) teremos agora um potencial positivo. Essa diferença de potencial ira gerar uma corrente elétrica que irá carregar o capacitor só que agora de maneira inversa, com o potencial positivo abaixo do capacitor (ponto de terra); teremos novamente a transformação de energia magnética do campo da bobina, que está se contraindo, em energia elétrica na forma de potencial elétrico, com o armazenamento das cargas no capacitor; teremos então a terceira parte (c) do ciclo de oscilação, mostrado na figura 10c. Quando o capacitor estiver descarregado haverá um retorno do campo, induzindo uma d.d.p inversa no indutor. figura 10c figura 10a Depois da carga de C1, a chave CH1 é aberta e Nesse instante, o capacitor se comporta como chave fechada, transitando para assim permanecerá. Como o capacitor já chave aberta ao passo que se carrega. completou sua carga não haverá mais variação de tensão e a reatância indutiva de L1 cai para zero e Finalmente o capacitor volta a se carregar 72 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA