O FSE e o crescimento e a coesão social no período 2014-2020 A atual crise financeira, o aumento da pobreza e da exclusão social e as taxas de desemprego sem precedentes, em especial entre os jovens, bem como o envelhecimento demográfico e a diminuição da população ativa, põem à prova a sustentabilidade e a adequação dos sistemas de proteção social por toda a Europa. Para que a coesão económica, social e territorial da União Europeia não seja posta em causa, a Comissão Europeia tem vindo a dar orientações aos Estados-Membros para definirem políticas sociais mais eficazes e eficientes em resposta aos importantes desafios que atualmente enfrentam. Nesse sentido, a COM sugere que os EM reforcem a sustentabilidade e a adequação dos sistemas de proteção social através de uma maior simplificação e melhor orientação das suas políticas (por exemplo, disponibilizando estruturas de acolhimento às crianças em idade pré-escolar, investindo na saúde a partir da infância e nos cuidados de saúde preventivos ou combinando prestações pecuniárias e em espécie), reforcem a promoção de políticas de ativação que aumentem o rendimento disponível das famílias de forma imediata (por exemplo, em Portugal existe o Complemento Solidário para Idosos ou o Subsídio de Desemprego) e, ainda, reforcem o investimento social ao longo da vida, desde a infância, juventude e transição da escola para o mundo do trabalho, à parentalidade, do início ao fim da carreira, até à velhice (por exemplo, promovendo a igualdade de acesso a um ensino de qualidade, reduzindo o abandono escolar precoce, aumentando os níveis de qualificação da população, apoiando os jovens e desempregados na obtenção de emprego ou promovendo o envelhecimento ativo e a solidariedade entre gerações, renovando-se o contrato social intergeracional). O FSE tem tido e continuará a ter um papel fundamental a favor do crescimento e da coesão, nomeadamente como instrumento de apoio às políticas sociais de emprego, de formação e educação e de saúde. Para o período de 2014-2020 pretende-se que esse apoio seja financeiramente mais abrangente e concentrado em quatro grandes objetivos: na promoção da inclusão social e luta contra a pobreza, na promoção do emprego e apoio à mobilidade laboral, na educação, competências e aprendizagem ao longo da vida, e, na maior capacitação institucional e eficiência da administração pública. Para isso a aplicação do FSE deverá ser otimizada com a utilização de outros instrumentos financeiros de apoio ao investimento social, de modo inovador e complementar (FEDER, Horizon 2020, Erasmus para todos, Programa Cosme, Programa para a Mudança e Inovação Social ou o Fundo de Auxílio Europeu às Pessoas Mais Carenciadas). A modernização e a eficácia das políticas apoiadas pelo FSE implicam, por um lado, uma orientação para os resultados ex ante e, por outro, a adoção de abordagens sistemáticas e integradas nas diferentes fases da vida: do ensino à doença, à velhice, ao trabalho e ao desemprego. E num contexto de significativos cortes da despesa nas funções sociais do Estado, como é o nosso caso, é bom não esquecer que o FSE poderá contribuir decisivamente para reduzir o expectável agravamento das desigualdades e da pobreza em Portugal. VER MAIS: Comunicação da COM (2013) 83 final e Comunicação da COM (2013) 778. Texto elaborado pelo Grupo de Trabalho “Futuro do FSE” Abril 2013