do Arquivo

Propaganda
Wanessa Buchi Mathias
Desvendando a Disfunção Cognitiva Felina
São Paulo/ SP
2013
Wanessa Buchi Mathias
Desvendando a Disfunção Cognitiva Felina
Monografia apresentada como requisito final à
obtenção do Título de Especialista no Curso de
Pós-Graduação, Especialização em Clínica Médica
de Felinos, do Centro Universitário Cesmac –
Equalis, orientada pela Prof ª. Phd. Daniela Ramos.
São Paulo / SP
2013
Wanessa Buchi Mathias
Desvendando a Disfunção Cognitiva Felina
Monografia apresentada como requisito para
conclusão do Curso de Pós-Graduação,
Especialização em Clínica Médica de
Felinos, do Centro Universitário Cesmac Equallis, orientada pela Prof ª. Phd. Daniela
Ramos.
São Paulo/SP, de 3 de Julho de 2013.
– Orientador –
São Paulo/SP
2013
RESUMO
Como resultado dos avanços na Medicina Veterinária e na nutrição animal, há
um notável aumento das populações de cães e gatos idosos. E com isso aumenta o
número
de
doenças
relacionadas
com
a
idade.
Em
estudos
diferentes,
aproximadamente 50% dos cães e gatos com mais de 11 anos de idade
demonstraram ao menos um sinal de declínio cognitivo, que é uma doença
progressiva, não há predileção específica por raças ou sexo e possui como
característica a presença de modelos de conduta fora de contexto, e em muitos casos
o animal está bem de saúde. A causa dessa doença é desconhecida, mas o
envelhecimento patológico do cérebro junto com as mudanças no fluxo sanguíneo
cerebral e o aumento dos radicais livres é suspeito de desempenhar um importante
papel no desenvolvimento dessa patologia.
Palavras-chave: Disfunção cognitiva, gato, comportamento
ABSTRAT
As a result of advances in Veterinary Medicine and animal nutrition, there is a
remarkable increase I the population of old dogs and cats. As a natural consequence,
the number of age-related diseases is also increasing. In different studies, about 50%
of dogs and cats over 11 years old showed at least one sign of cognitive dysfunction,
which is a progressive disorder, without specific predilection for breed or sex. As its
main characteristic the animal conduct out of context, but in many cases this is a
symptom of other physical diseases which may develop in parallell with cognitive
dysfunction. The cause of this disease is unknown, but the aging of the brain along with
changes in cerebral blood flow and the increase of free radicals are suspected to play
an important role in its development.
Keywords: cognitive dysfunction, cat, behavior
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................5
2. ETIOLOGIA ....................................................................................................................7
3. ACHADOS DE ANAMNESE........................................................................................12
4. DIAGNOSTICO..............................................................................................................15
5. TRATAMENTO ............................................................................................................23
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................28
7. BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................29
INTRODUÇÃO
O envelhecimento traz alterações específicas gerais na estrutura do cérebro e
em sua função, podendo causar um problema de comportamento. Para a saúde e o
bem-estar dos animais é importante o reconhecimento precoce dos sinais desta
disfunção. As primeiras identificações permitem a intervenção imediata, oferecendo
uma melhor oportunidade para resolver, controlar ou retardar os sinais da doença e
em alguns casos até aumentar a longevidade ⁷.
Quando se trata problemas de comportamento em animais geriátricos, é
essencial determinar a idade do animal e um fator iniciador, que mantém esse tipo de
conduta ou se é algo secundário ³. E para isso, é importante que os veterinários
auxiliem os proprietários a reconhecerem e prontamente reportarem os sinais
comportamentais para uma melhor avaliação diagnostica ⁷ ¹².
A Síndrome da Disfunção Cognitiva (CDS), muitas vezes começa com uma
mudança de rotina, os veterinários devem ser pró-ativos na aquisição de um histórico
médico e comportamental completo dos animais de estimação, especialmente dos
idosos ¹². Recomendam-se exames clínicos completos e exames de triagem
laboratorial para detecção precoce do diagnostico ⁷. A vocalização noturna excessiva
é um dos sinais clínicos mais comuns relatados pelos proprietários, que pode ser o
resultado de muitas causas diferentes em gatos idosos, particularmente condições
médicas, tais como hipertireoidismo, hipertenção, diabetes mellitus, doença do trato
urinário inferior, condições causando dor (doença articular degenerativa, oral, e
dental), e condições que causam poliúria⁴ ⁷ ⁸. Além dessas, temos as enfermidades
neurológicas (neoplasia), causando déficit motor e sensorial, incluindo visão reduzida,
audição e possivelmente olfato, prováveis doenças infecciosas (vírus da leucemia
felina e da imunodeficiência felina), hipertenção (primária ou secundária), estresse
(devido às mudanças ambientais, sociais) ⁷.
O processo de envelhecimento de um cão ou gato está associado à
deterioração gradual das delicadas inter-relações entre os sistemas corporais, o que
predispõe o animal a adquirir uma doença. Muitas teorias tentam explicar o processo
de envelhecimento. Em uma revisão, diferentes metodologias sobre o envelhecimento
escritas por Morse e Rabinowitz preconizam que o processo biológico de um
organismo é determinado geneticamente, posto em prática no momento da concepção
e que permanecerá por toda a vida daquele animal. A velocidade na qual ocorre o
envelhecimento é secundaria às influencias advindas de vários fatores e agressões
ambientais ¹.
Em um estudo realizado por Levine et al , três grupos de gatos (1-3, 5-9, 11-16
anos de idade) foram testados em quatro tarefas comportamentais para avaliar as
alterações quanto às atividades locomotoras, coordenação motora fina, reatividade a
estímulos auditivos e de aprendizagem espacial. Nos testes de atividade motora, gatos
de 11-16 anos de idade exibiram mudanças nos padrões de habituação (realizavam as
tarefas com mais dificuldade) quando comparados com gatos de 1-3 e 5-9 anos. Não
houve decréscimos na coordenação motora fina dos gatos de 11-16 anos medidos
pela sua capacidade para atravessar pranchas de largura variável, ou por suas
pontuações em exames neurológicos. Os gatos de 11-16 e 5-9 anos, ambos
mostraram aumento da reatividade a estímulos auditivos⁹.
A disfunção cognitiva é uma síndrome associada com envelhecimento cerebral,
um transtorno neuro degenerativo que causa uma diminuição das funções cerebrais
mais elevadas⁷ ¹¹, sendo que nenhuma causa médica pode ser encontrada, ⁸ incluindo
aquelas envolvidas na memória e aprendizagem ³ ⁴ ⁷.
As mudanças cerebrais levam a variações na percepção e menor resposta a
estímulos. Sinais discretos são observados nos estágios iniciais, chamados de declínio
cognitivo². É uma enfermidade de cães idosos, e parece haver dados suficientes para
apoiar a existência da Síndrome da Disfunção Cognitiva (CDS) em gatos também,
mas grande parte das provas foi extrapolada de trabalhos em outras espécies. Nos
cães, os sinais de CDS são resumidos pela sigla DISHA: as letras referem-se à
desorientação e alterações nas interações com os proprietários e outros animais de
estimação, sono (ciclos de vigília) e atividades ⁷.
Acredita-se que seja semelhante ao mal de Alzheimer humano, tanto por sua
sintomatologia como pela fisiopatologia. A maioria dos mamíferos apresenta alterações
neuropatológicas relacionadas à idade. Nos seres humanos, o máximo da doença
neurodegenerativa comum é AD (doença de Alzheimer), o que compromete
progressivamente a cognição, comportamento, e qualidade de vida. É cada vez mais
evidente que os seres humanos, cães e gatos demonstram paralelos em
envelhecimento cerebral associados à disfunção cognitiva. Na verdade, o cão idoso e,
em menor extensão, o gato envelhecido são modelos espontâneos da AD e, portanto
podem desempenhar um papel importante nos testes terapêuticos da mesma. Por
outro lado, o conhecimento adquirido com o estudo da AD é altamente relevante para
a compreensão do envelhecimento cerebral e disfunção cognitiva em animais de
companhia ¹².
A disfunção cognitiva em animais atualmente é reconhecida como um problema
considerável, apesar de não ter critérios formais estabelecidos para diagnóstico, que é
realizado por exclusão depois de serem descartadas todas as outras condições
médicas⁴.
O estudo das variações comportamentais em gatos de estimação ainda é
considerado insuficiente. Isso porque é difícil os proprietários evidenciarem alterações
comportamentais e detectarem sutis mudanças nas habilidades de aprendizagem e
memória dos felinos¹¹. Pesquisas realizadas em laboratórios neuropsicológicos
baseados em ensaios (que são muitas vezes fundamentadas em recompensas
alimentares) para adequar diretamente medidas quantitativas e objetivas da função
cognitiva são bem mais precisos para cães e muito difícil para serem utilizados em
gatos. No entanto, Can Cog Technologies (é uma empresa de pesquisa que visa
melhorar a saúde e o bem-estar dos animais de companhia, utilizando metodologias
não-invasivas), desenvolveu aparelhos de ensaio neuropsicológico e protocolos de
avaliação para uso com os gatos, e os dados preliminares demonstram diferenças de
idade, entre gatos idosos e adultos normais. Os ensaios são idênticos às usadas nos
cães e, consequentemente, também permitem uma comparação direta entre os cães e
gatos com respeito à capacidade cognitiva. Este trabalho ainda está em andamento,
mas os dados iniciais apoiam fortemente a existência de CDS em gatos, e prevemos
que a bateria de testes em felinos será fundamental para elucidar a relação entre a
patologia cerebral e declínio cognitivo relacionado à idade em gatos, além no
desenvolvimento de intervenções para CDS felina ⁷.
ETIOLOGIA
Nos seres humanos, a AD é geralmente caracterizada por um declínio inicial na
memória episódica, seguido por uma diminuição progressiva em múltiplos domínios
cognitivos. Em última análise, isso resulta em mudanças comportamentais que
prejudicam a função social e, eventualmente, resulta em morte. O diagnóstico clássico
da AD tem contado com a confirmação post-mortem de duas doenças marcantes: a
presença de placas senis, que consistem em depósitos extracelulares de proteína
(fibrina) beta-amilóide (Aβ) e emaranhados neurofibrilares, que consistem em
fragmentos intracelulares helicoidais emparelhados de citoesqueleto proteína tau
hiperfosforilada. No entanto, é incerto que qualquer destas alterações patológicas é o
fator causal, como várias outras mudanças cerebrais estão documentadas, incluindo
perda neuronal, atrofia cortical, atrofia do hipocampo; alterações nos sistemas
neuroquímicos, tais como o colinérgico glutaminérgico, dopaminérgicos, e sistemas
neurotransmissores GABA, redução neuronal e função sináptica. Além disso, os
fatores de risco associados com o desenvolvimento da doença de Alzheimer incluem
fatores genéticos, fatores metabólicos, e influências nutricionais, os quais podem ser
igualmente relevantes para o envelhecimento do animal de estimação ¹².
Nos cães, com a chegada do envelhecimento, o cérebro sofre alguns danos,
diminui os volumes frontais, aumenta o tamanho dos ventrículos, e não há evidência
de calcificação das meninges, desmielinização, aumento de lipofuscina, degeneração
neuroaxonal, e uma redução de neurônios. Apesar de não serem tão bem definidas,
mudanças semelhantes, incluindo perda neuronal, atrofia cerebral, dilatação dos
sulcos, e um aumento no tamanho do ventrículo são também relatados em gatos.
Variações perivasculares como micro hemorragia ou enfartes periventriculares em
vasos foram relatados em cães e gatos idosos, que podem ser responsáveis por
algum dos sinais de disfunção cognitiva ¹¹ ¹².
A origem da síndrome ainda é desconhecida, mas acredita-se que esteja ligada
ao comprometimento do fluxo sanguíneo cerebral e a radicais livres, que causam
danos importantes ¹². Numerosas alterações vasculares podem ocorrer no cérebro de
gatos idosos, sendo esta diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, presença de
pequenas hemorragias ao redor dos vasos sanguíneos, e uma forma de
arterioesclerose ⁸. A fisiopatologia do envelhecimento cerebral felino ainda requer mais
estudos, e pode envolver certo número de mecanismos diferentes que ocorram
isoladamente ou em combinação⁶ .
Investigações de imagem têm identificado atrofia cerebral e outras mudanças
nos cérebros dos gatos idosos, encontrando alterações no cerebelo que podem afetar
a função motora dos gatos senis, como perda de neurônios e diminuição do número
de dendritos associados às células de Purkinje. Também tem sido documentado o
declínio na atividade do sistema colinérgico no locus coeruleus, o qual pode causar
uma disfunção no movimento rápido dos olhos ⁴ ¹¹.
A diminuição no tônus colinérgico ocorre no envelhecimento canino, sendo
evidenciado, por hipersensibilidade a anticolinérgicos e redução da densidade de
receptores cerebrais com funções colinérgicas, receptores muscarínicos também são
relatados em gatos. Coletivamente, estas alterações podem contribuir para os déficits
de memória de trabalho ou CDS, bem como variações nas funções motoras e sono.
Em cães idosos, gatos e seres humanos, há semelhanças na deposição de Aβ em
placas extracelulares e infiltrados perivasculares, no entanto, as placas de núcleo
denso observados na AD não são encontradas em cães ou gatos, sugerindo placas
menos maduras em caninos e felinos do que as observadas na AD. Além disso, à
semelhança da carga das placas Aβ nos seres humanos, são positivamente
correlacionada com comprometimento cognitivo em cães. Por outro lado, os gatos
demonstram placas Aβ mais difusa do que qualquer humano ou cão. Emaranhados
neurofibrilares não são consistentemente relatados em ambas as espécies, no
entanto, hiperfosforalização tau é relatado nos cérebros de cães e gatos idosos, que
podem representar pré-emaranhado patológico ¹².
Em cérebro de felinos já foram identificadas mudanças neurológicas múltiplas.
Não estão claras, quais mudanças especificas são associadas com os sinais clínicos
do declínio cognitivo. Existem correlações possíveis entre a quantidade de betaamiloide no córtex cerebral e a redução na habilidade cognitiva. Radicais livres tóxicos
(dos tipos oxigênios-reativo) aumentam com a idade como resultado de doença
crônica e fatores estressantes, declínio na eficácia mitocondrial relacionado à idade e
diminuição nos mecanismos de depuração². O aumento de radicais livres tóxicos
parece estar relacionado à disfunção cognitiva² ³ ⁴.
Durante o metabolismo celular normal de uma pequena quantidade de oxigênio
que é utilizado pela mitocôndria para a produção de energia na qual é convertida em
espécies reativas de oxigênio (radicais livres tais como: peróxido de hidrogênio, o
óxido nítrico e de superóxido). Com a idade as mitocôndrias tornam-se menos
eficientes, produzindo menos energia e mais radicais livres. Normalmente, estes
radicais livres são removidos por defesas antioxidantes do organismo, incluindo as
enzimas naturais (tais como o superóxido dismutase, peroxidase, catalase e
glutationa) e captadores de radicais livres (vitaminas A, C e E). No entanto, o equilíbrio
entre a produção e a desintoxicação pode ser rompido por estresse, idade, e doença,
avançando, de modo que um excesso de radicais livres possa reagir com o DNA,
lipídico e proteínas, conduzindo a disfunção celular. O cérebro é particularmente
susceptível, porque tem uma elevada procura de oxigênio (devido à sua elevada taxa
metabólica), teor lipídico elevado e os mecanismos de reparação limitados⁶. Um
excesso de radicais livres pode conduzir a danos, e o cérebro se torna particularmente
sensível porque tem um elevado teor de gordura, uma elevada procura de oxigênio, e
uma capacidade limitada de reparação ⁸.
A neurotransmissão fica comprometida à medida que se acumulam as toxinas;
o fluxo de sangue diminui e os neurônios degeneram ⁴.
A insuficiência vascular acaba levando à hipóxia, apesar de isquemia
aterosclerose cerebral e hemorragia cerebral serem menos comuns em gatos e cães
do que em humanos, inúmeras alterações vasculares e perivascasular podem ser
vistas, que incluem uma redução do fluxo sanguíneo cerebral vascular, microhemorragias ou infartos dos vasos periventriculares. Além disso, o cérebro de gatos
idosos pode estar sujeitos a fluxo sanguíneo comprometido e hipóxia por causa da
diminuição do débito cardíaco, hipertensão arterial, anemia, viscosidade do sangue ou
hipercoagulabilidade das plaquetas, as quais ocorrem frequentemente nesta espécie.
Porque os neurônios têm uma demanda alta e contínua para o oxigênio, que estão
principalmente em risco de dano hipóxico, independentemente da sua causa
subjacente⁶.
Danos crônicos podem, eventualmente, conduzir a processos de doenças
semelhantes aos observados em seres humanos como a doença de Alzheimer, com
alteração de proteínas no interior de células nervosas, por exemplo, a hiperfosforilação
de tau (que apresenta imunorreatividade dentro dos neurônios ou dentro de neurites
distróficas ¹º) e deposição de placas de proteína fora das células nervosas, feitas de
proteína β-amilóide. Nos seres humanos e cães, a genética e a dieta, mostraram
influenciar
a
prevalência
e
distribuição
de
alterações
neuropatológicas
¹º,
particularmente placas β-Amilóide que são placas difusas e infiltrados perivasculares
de β-Amiloide ¹¹. Embora estas relações ainda não fossem determinadas em gatos, é
provável que venham a ser semelhantes ⁸.
As placas β-amiloides em gatos com mais de 10 anos de idade são mais
difusas do que as observadas em humanos e cães. A semelhança geral em
envelhecimento cerebral entre as várias espécies de mamíferos sugere que algum
grau de demência e outras mudanças de comportamento estão associadas à idade,
incluindo ansiedade, perda de memória (esquecimento) e insônia, que ocorrem com o
envelhecimento em muitas espécies ¹¹.
Com relação à hipótese do estresse oxidativo ser corresponsável pelo declínio
das funções cognitivas, uma das substâncias estudadas neste sentido é a melatonina,
que apresenta uma função importante na resposta antioxidante no sistema nervoso
central. Está relacionada com a redução na deposição de β-amilóide e diminuição dos
ataques de radicais livres nas células, especialmente com o sequestro de radicais
hidroxila e peroxila. Além da redução na deposição de β-amilóide, a melatonina
pondera a auto-oxidação da Dopamina (importante na doença de Parkinson), protege
contra toxidade do glutamato (neurotransmissor excitatório do SNC), diminui a injúria
de isquemia-reperfusão e reduz o dano neuronal na porfiria, hieroxia e lesões tóxicas
neuronais. Tem sido encontrada em humanos uma redução nos níveis de melatonina
no sistema nervoso central com avanço da idade e esta tem sido correlacionada com
os danos causados pelo stress oxidativo e prejuízo das funções cognitivas ⁵.
O estresse pode comprometer o bem – estar mental, ele é um estado alterado
da homeostase, que pode ser causada por meios físicos ou emocionais. Os fatores
psicológicos (emocionais) podem desencadear efeitos comportamentais, endócrinos e
imunológicos. O estresse agudo também pode afetar a saúde e o comportamento.
Além disso, os animais idosos, especialmente aqueles com problemas médicos ou
comportamentais, podem ser mais afetados pelo estresse e menos capazes de se
adaptar às mudanças. Os proprietários devem prestar especial atenção ao estado do
seu animal de estimação emocional e comportamental, bem como seu apetite, sono e
eliminação para avaliar o papel do stress. Enquanto enriquecimento ambiental pode
ajudar a manter tanto a saúde física e mental, mudanças na casa do animal de
estimação idoso ou programação devem ser realizadas gradativamente ou evitadas ¹².
Nem todos os cães e gatos com idade avançada, mostram sinais
comportamentais consistentes com CDS, mas variações subclínicas na função
cognitiva podem estar presentes, o que podem, eventualmente, evoluir para CDS.
Portanto, é prudente iniciar o tratamento mais cedo. Compreender doenças cerebrais
relacionadas à idade e disfunção cognitiva é essencial para apreciar plenamente o
valor potencial do uso de biomarcadores e / ou status cognitivo, no futuro diagnóstico e
tratamento da progressão da CDS ¹².
ACHADOS DE ANAMNESE
Na maioria das vezes, os proprietários não mencionam voluntariamente
mudança de comportamento dos animais em consultas veterinárias, por isso é
necessário que o Médico Veterinário faça perguntas pertinentes do histórico de
animais idosos ⁴. Durante o processo de anamnese é importante observar a existência
de fatores presentes no dia a dia que podem ser responsáveis pelo início desse tipo
de comportamento³.
Essas mudanças de comportamento podem resultar de muitas doenças
diferentes, incluindo doença sistêmica, doença cerebral orgânica, verdadeiros
problemas de comportamento ou disfunção cognitiva ⁶. Vocalização sem finalidade e a
esmo é uma das queixas mais frequentes nos gatos ² ⁸.
A importância da artrite não deve ser negligenciada. Evidências radiográficas
de doença articular degenerativa está presentes em 70 a 90% dos gatos com mais de
10 anos de idade. Dor associada e / ou disfunção pode proceder na redução da
atividade e mobilidade, a agressões, alterações na interação com a família, ou perda
do treinamento de uso da caixa sanitária ⁶.
Existe uma lista de verificação de comportamento do animal, com base em
estudos preliminares de problemas comportamentais em gatos idosos. A intenção é
gerar mais pesquisas visando uma melhor identificação e caracterização da CDS em
gatos ⁷.
Tipicamente, os achados de anamnese têm sido colocados em cinco
categorias, usando o acrônimo DISCA¹¹ ou DISHA¹², dependendo do autor:
- desorientação pode ocorrer, tal como se perder em ambientes familiares,
confusão ou inabilidade para guiar-se por rotas familiares¹¹ ¹² ; Essa desorientação
espacial é avaliada em 22% dos casos, mas devem-se descartar desordens
neurológicas, déficits sensoriais, interrupção da função motora, dor) ⁷;
- interações com humanos ou com outros animais podem ser alteradas
(possível declínio nas brincadeiras, aumento/diminuição do interesse na afeição ou
aumento da irritabilidade)¹¹ ¹²;
A queixa mais comum apresentada nos estudos de
prevalência para gatos de 14 anos de idade é agressão e irritabilidade. Descartar dor
e déficits sensoriais ⁷;
- alterações no ciclo do período de Sono/ vigília (desorientação temporal),
como acordar ou vocalizar à noite e às vezes um aumento no sono durante o dia ¹¹ ¹²;
Queixa mais comum relatada pelos proprietários de felinos com idade entre 12 e 16
anos (61%). Descartar dor, déficits sensoriais e hipertensão⁷;
- o treinamento de eliminação no local correto da casa e outros
comportamentos previamente aprendidos podem deteriorar. Os animais podem
eliminar em locais inapropriados, não responder a comandos aprendidos ou se tornar
menos aptos a realizar tarefas aprendidas¹¹ ¹²; A eliminação em local inapropriado
pode estar relacionada a uma confusão/desorientação. Descartar causas médicas
para problemas de eliminação⁷;
- o animal pode ter suas atividades alteradas ou ficar em estado de inatividade,
ele pode demonstrar menos interesse em explorações, nos cuidados com si próprio ou
comer menos. À medida que a condição progride, o animal pode se tornar inquieto,
caminhando de um lado para o outro, vagueando a esmo ou exibindo atitudes de
transtornos compulsivos, como lamber-se em excesso¹²; Esse sinal estava entre os
mais comuns no estudo de prevalência em gatos com idades entre 15-21 anos, e
aumentou o relato em quase 20% dos casos. Descartar dor, problemas de mobilidade
⁷;
- a vocalização excessiva é uma das queixas mais comuns entre os
proprietários de gatos entre 15-21 anos. Respostas alteradas a estímulos (ou seja,
pode ser menos sensível ou exibir aumento da ansiedade ou irritabilidade).
A
diminuição da auto-higiene também pode ser um sinal de disfunção cognitiva, apesar
de problemas de saúde e dor desencadeá-la. As alterações cognitivas podem levar a
mudanças no apetite (aumento ou diminuição), apesar de diversas disfunções médicas
também ocasionarem isso. Devemos descartar problemas médicos, como dor, déficits
sensoriais e hipertensão ⁷ ¹².
Sabendo-se que as deficiências relacionadas com a idade na aprendizagem e
memória são, indiscutivelmente, a marca mais importante do declínio cognitivo, uma
parte dos animais de estimação podem parecer minimamente desafiados com o
aprendizado e a diminuição da memória, limitando a utilização destes sinais clínicos
como uma forma significativa, por contraste, testes neuropsicológicos podem mostrar
mudanças no comportamento anos mais cedo do que questionários comportamentais.
Além disso, a ansiedade parece estar associada com o envelhecimento cerebral e
declínio cognitivo ¹¹.
Os gatos demonstram mudanças nas interações sociais, desorientação,
diminuição da resposta a estímulos, alterações nos níveis de atividade (variando de
atividade
diminuída a um aumento da inquietação), ansiedade, eliminação
inapropriada e ciclos variados de sono/vigília; Os sinais clínicos em gatos podem se
desenvolver em uma idade um pouco mais avançada a partir dos 16 anos ¹¹.
Proprietários e veterinários muitas vezes confundem estes sinais, como
"mudanças normais do envelhecimento", e tantas condições consideráveis são
negligenciadas e não são tratadas. Quase um terço dos gatos de 11 a 14 anos de
idade desenvolvem pelo menos um problema de comportamento geriátrico de início
que parece estar associado com a CDS, e isso aumenta a mais de 50% para gatos de
15 anos de idade ou superior. Para uma melhor gestão dos gatos idosos com
problemas de comportamento, todas as condições de interação precisam ser
diagnosticadas e tratadas ⁸.
Quando as mudanças de comportamento coincidem com problemas físicos,
como alteração de mobilidade, apetite, é importante investigar problemas médicos e
lembrar que os animais geriátricos são propensos a transtornos de múltiplos órgãos³
¹².
O monitoramento contínuo dos sinais de comportamento pode ajudar a avaliar
o progresso da doença, bem como a qualidade de vida do animal de estimação e
estado emocional. Os animais de qualquer idade devem manter uma relação social
positiva e saudável (evitando situações que são desagradáveis), assegurando
ausência de estresse e estimulação mental adequada¹¹.
Animais que são idosos, ou doentes, podem estar menos interessados ou
capazes de se envolver em estimulação física, social e mental, o que poderia levar a
alterações no tipo e frequência de atividades e interações que os proprietários
proporcionam aos seus animais de estimação. Todavia, o enriquecimento mental e
atividade física são importantes na manutenção da saúde cognitiva em seres humanos
e animais de estimação, e a atividade física pode ser um importante componente de
controle de peso e para a melhoria da mobilidade. Portanto, pode ser necessária uma
abordagem específica do caso para a concepção de estratégias comportamentais para
animais de estimação que têm limitações físicas, mentais ou comportamentais ¹¹.
Interações que sustentam o vínculo humano-animal são particularmente
críticas em animais de estimação que estão envelhecendo por maus cuidados, porque
os proprietários precisam ser ágeis e sensíveis às mudanças sutis de seu animal no
comportamento como indicadores de dor, bem-estar e qualidade de vida ¹¹.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico comportamental deve ser realizado através de uma anamnese e
um exame físico minucioso, exames laboratoriais, verificação da pressão, e outros
testes apropriados, para os principais problemas comportamentais que afetam animais
idosos⁴. O diagnóstico da CDS só pode ser realizado após a exclusão de todas as
potenciais causas médicas envolvendo os mesmos sinais clínicos ⁷ ¹².
Segue abaixo as possíveis causas médicas de sinais comportamentais ¹² :
Causas médicas
Crises parciais: lobo temporal
Epilepsia
Sinais comportamentais
Comportamentos repetitivos, distúrbios
auto-traumáticos, mastigando, olhar
fixamente, alterações de temperamento
(por exemplo, estados intermitentes de
medo ou agressão), tremores, agitação,
sono interrompido
Neurológico: central (intracraniana /
extracraniana), particularmente se
afetando cérebro anterior, límbico /
temporal e hipotálamo; Distúrbios do
sono REM (movimento rápido dos olhos)
Percepção alterada, resposta a
estímulos, perda de apetite
comportamentos, eliminação
inapropriada, desorientação, confusão,
níveis de atividade variados,
desorientação temporal vocalização, a
mudança de temperamento (medo,
ansiedade), alteração do apetite, ciclos
de sono alterados, sono interrompido
Disfunção sensorial
Resposta alterada a estímulos, confusão,
desorientação, irritabilidade /
agressividade, vocalização, eliminação
inapropriada, ciclos de sono alterados
Endócrino: hipertireoidismo felino
Irritabilidade, agressividade, marcação
urinária, diminuição ou aumento da
atividade, noite de vigília
Endócrino: hiperadrenocorticismo /
Hipoadrenocorticismo
Letargia, eliminação inapropriada, apetite
alterado, diminuição atividade, ansiedade
Endócrina: insulinoma, diabetes
Estado emocional alterado, irritabilidade /
agressividade, ansiedade, letargia,
eliminação inapropriada, apetite alterado
Endócrino: ovário funcional e
Aumento de comportamentos andrógenoinduzidos. Machos: agressão, em
roaming, marcação de território, atração
sexual, monta. Fêmeas: agressão,
possessão de objetos.
Os tumores testiculares
Distúrbios metabólicos: hepática / renal
Sinais associados ao órgão afetado: pode
ser ansiedade, irritabilidade,
agressividade, alterações do sono,
eliminação inapropriada, embotamento
mental, diminuição da atividade, agitação,
aumento do sono, confusão
Dor
Resposta alterada a estímulos,
diminuição da atividade, inquieto /
agitado, vocalização, eliminação
inapropriada, agressividade /
irritabilidade, auto-trauma, acordar
durante a noite
Neuropatia periférica
Auto-mutilação, irritabilidade /
agressividade, andar em círculos,
hiperestesia
Gastrointestinal
Lamber, polifagia, pica, coprofagia,
eliminação fecal inapropriada, sono
inquieto, agitação
Urogenital
Eliminação inapropriada (urina),
polidipsia, acordando à noite
Dermatológica
Alopecia psicogênica (gatos), dermatite
de lambedura (cães), hiperestesia, outros
auto-traumas (mastigar / morder / chupar
/ arranhar)
O veterinário terá de considerar achados do exame físico (incluindo
neurológico, avaliação
sensorial e
dor),
juntamente
com sinais clínicos e
comportamentais para selecionar os testes de diagnóstico adequados para revelar as
causas e os fatores que contribuem para os sinais de um paciente¹².
Identificar todas as influências sobre os sinais comportamentais específicos
sendo fundamental tanto para a seleção do tratamento e acompanhamento de
distúrbios comportamentais e médicos ¹².
As investigações das alterações comportamentais em gatos idosos devem
incluir além do histórico completo, a possibilidade de trauma anterior (o que pode ter
ocasionado uma osteoartrite), a exposição potencial a toxinas ou medicamentos, e
qualquer mudanças ambientais recentes (na família, membros da família, alimentação,
etc.). Realizar perguntas específicas sobre alternâncias no comportamento do gato,
pode ajudar a determinar como o gato iniciou esta mudança e facilitar o diagnóstico ⁸.
O exame físico completo deve incluir o peso corporal, cálculo de variação
percentual no peso, condição corporal, exame da retina; A avaliação da pressão
arterial sistêmica é muito importante, porque a hipertensão ocorre comumente em
gatos mais velhos e produzem muitos dos mesmos sinais da CDS. A avaliação da
mobilidade, através de exames neurológicos e ortopédicos podem ser difíceis em
alguns gatos idosos. Avaliar hematologia e bioquímica sérica, incluindo concentração
de tiroxina. O exame de urina, deve incluir cultura bacteriana e de proteínas na urina
relacionada à creatinina, dependendo do caso, uma investigação mais profunda pode
incluir: sorologia para FeLV, FIV, toxoplasmose, PIF, radiografia torácica, abdominal,
ultrassonografia,
eletrocardiograma,
ecocardiograma,
endoscopia
intestinal
/
laparotomia exploratória / laparoscopia exploratória e coleta de biopsia, como indicado
a partir de resultados iniciais ⁸.
Quando
um
paciente
geriátrico
se
apresenta
com
problemas
de
comportamento, o processo de diagnóstico deverá ser uma combinação da anamnese
e de exames clínicos coadjuvantes com o histórico e observação do comportamento
pelo proprietário em casa ³.
É impossível chegar a uma explicação correta de um comportamento sem
primeiro extrair informação adequada do proprietário. O comportamento do gato
também deve ser observado. Mais tempo deve ser alocado para isso do que
normalmente seria gasto em uma consulta de rotina veterinária ¹⁴.
As informações solicitadas devem incluir respostas para as seguintes
perguntas¹⁴;
Qual é exatamente o problema? O que o gato faz? ¹⁴
Termos descritivos gerais não são suficientes. "Nervoso" por exemplo, pode
significar medroso, excitável ou até mesmo agressivo. Informações detalhadas sobre a
postura corporal do gato também pode ser importante, por exemplo, quando
distinguimos semelhanças entre os diferentes tipos de urinar ou agressão, os
proprietários podem precisar de ajuda para descrever com precisão a linguagem
corporal de seus animais e vocalizações. Se a descrição do proprietário não é clara ou
incompleta, a visita domiciliar pode ser necessária para observações em primeira mão
do gato e seu estilo de vida.
Em que situações ocorrem o comportamento problema? ¹⁴
O tratamento bem sucedido muitas vezes depende de definir o gatilho do
comportamento em detalhe. Quais as pessoas ou outros animais estão normalmente
presentes? O que eles estão geralmente fazendo antes, durante e após o
comportamento ocorrido? Onde ocorre o comportamento? O layout da casa, e por
vezes, do jardim, são muitas vezes consideráveis. Se a consulta for distante do dono
da casa, ela deve ser incentivada a desenhar um mapa mostrando as características
relevantes, tais como portas, portinholas para gato, cão ou caminhas do gato,
bandejas de areia, etc.
Quando e em que circunstâncias o proprietário observou o primeiro
comportamento estranho? ¹⁴
Ele deve ter em mente, que um problema que começou por um motivo
específico, pode persistir por outros fatores. Por exemplo, marcação de urina, iniciada
por uma única invasão territorial por outro gato pode ser mantida por muito tempo
depois do condicionamento clássico.
Quais os métodos de tratamento os proprietários tentam ou já tentaram? ¹⁴
Muitas vezes, é necessário obter uma descrição detalhada do caso em
questão. Alguns métodos, a punição por exemplo, pode tornar o problema pior.
Diversos meios, tais como a limpeza eficiente das marcas de urina, podem estar
ajudando a conter o problema. Além do mais, outros poderão ter falhado porque o
método geral era inadequado sendo que alguns dos detalhes ou modificações
precisam de refinamento. Assim, a dessensibilização sistemática pode falhar se
proceder a um ritmo muito rápido. Nestes casos, o operador necessita apenas
informar ao cliente como modificar o tratamento. ¹⁴
O gato atualmente está passando por qualquer tipo de tratamento médico que
envolve a manipulação estressante, a mudança de estilo de vida ou terapia
medicamentosa? Existem outros problemas de comportamento? ¹⁴
Os clientes podem não apresentar inicialmente o problema que incomoda
mais, especialmente se isso causar constrangimento, por exemplo, se eles são
orgulhosos e seu gato defeca dentro de casa. ¹⁴
Qual é a rotina diária de gato? É um gato de dentro de casa ou tem acesso
gratuito ou limitado à rua? Se sim, quanto tempo passa longe de casa e o que ele faz?
Quando em casa, onde ele come e dorme? Quanto tempo o proprietário e o gato
gastam interagindo? O que eles fazem juntos? Existe apenas carinho ou ele brincam
(jogam) juntos? Qual a forma que o jogo toma; isso envolve manipulação de objetos
para o gato perseguir e atacar ou será que envolvem contato físico e quedas? ¹⁴
Qual é a composição do grupo? Existem outros cães ou gatos? Quais são os
comportamentos e atitudes da família para o gato? O comportamento agressivo ou
excitável de um novo cachorro ou a atitude hostil e punitiva de um membro da família
humana pode ser uma fonte de stress. As opiniões e atitudes dos membros da família
em relação ao problema também são relevantes. O médico deve descobrir o quão
perto os proprietários estão a querer livrar-se do gato. Esta é uma relação direta com o
tratamento. Pode, por exemplo, determinar se um regime de terapia de
comportamento deve ser suplementado com a droga. Mesmo que o efeito da droga é
apenas temporária pode encorajar o proprietário a continuar com o tratamento ¹⁴.
Pode ser difícil diferenciar entre muitas das alterações provocadas pela CDS e
/ ou outras doenças comportamentais / neurológicas em gatos idosos, por esse
motivo, esse questionário pode auxiliar ⁸:
Mobilidade / Disfunção Cognitiva
Meu gato
Sim
Não
Talvez
É menos disposto a saltar para cima ou para baixo
□
□
□
Só vai saltar para cima ou para baixo, a partir de alturas mais baixas
□
□
□
Mostra sinais de ser bravo às vezes
□
□
□
É menos ágil do que anteriormente
□
□
□
Mostra sinais de claudicação ou mancar
□
□
□
Tem dificuldade de entrar ou sair pela porta
□
□
□
Tem dificuldade em subir ou descer escada
□
□
□
Chora quando pego
□
□
□
Eliminação fora da caixa de areia
□
□
□
É mais relutante em interagir comigo
□
□
□
Diminuição do interesse sexual
□
□
□
Dorme mais e / ou é menos ativo
□
□
□
Vocalização sem motivo aparente
□
□
□
Parece esquecido
□
□
□
Clinicamente, um questionário é geralmente utilizado para avaliar se um animal
de estimação pode ter sinais consistentes com a CDS. ¹¹
Disfunção cognitiva lista de triagem
Descrição dos sinais
Confusão metal – nível de consciência diminuído
Orientação espacial diminuída
Olhar fixado para paredes ou piso
Reconhecimento de pessoas familiares / outros
animais diminuídos
Entra no lado errado da porta, tromba em portas
/paredes
Relacionamentos - interações sociais alteradas
Diminuição do interesse em acariciar / evita o contato
Comportamento de saudação diminuiu
Na necessidade de contato constante, mostra-se
demasiado dependente, pegajoso
Idade
Pontuação*
Alterou relação com a família, ou outros animais de
estimação da casa - menos social
Alterou relação com a família, ou outros animais de
estimação da casa - medo / ansiedade
Agressão
-
membros
da
família
–
pessoas
desconhecidas
RESPOSTA A ESTÍMULOS
Diminuição da resposta a estímulos auditivos (sons)
Aumento da resposta, medo, fobia de estímulos
auditivos
Diminuição da resposta aos estímulos visuais (vistas)
Aumento da resposta, medo, fobia para estímulos visuais
Diminuição da capacidade de resposta a alimentos / odor
Atividade / ansiedade - aumento / freqüente
Estimulação / vagueia sem rumo
Lambendo proprietários - objetos domésticos – vocalização
Aumento do apetite (come mais rápido ou mais alimentos)
Descansar menos / agitação
Apatia / depressão
Diminuição do interesse em alimentos
Comportamento exploratório / atividade diminuída
Diminuição do interesse em interações sociais
Diminuição do alto-cuidado (higiene)
Ciclos de sono-vigília, trocar noite pelo dia
Sono agitado
Sono durante o dia aumentou
Aprendizagem e memória – eliminação inapropriada
Vai ao ar livre, em seguida, retorna para o interior da casa e
efetua eliminação inapropriada
Eliminação inapropriada na área de dormir
Aprendizagem e memória diminuídos
Capacidade de trabalho prejudicada – diminuiu capacidade de
executar tarefas
Resposta diminuiu para comandos e truques familiarizados
Incapacidade / lento para aprender novas tarefas
Questionário geralmente utilizado para avaliar se um animal de estimação pode ter sinais consistente com a CDS.
* Pontuação: Nenhum 0; Leve 1; Moderado 2; Grave, 3
Em gatos, os médicos veterinários tendem a assumir que a CDS tem sinais
paralelos aos observados em um cão, o que requer pesquisas adicionais para
confirmar. Uma vez que os sinais potenciais da CDS são identificados, qualquer
condição médica, que pode causar ou contribuir para o sinais devem primeiro ser
descartada. Porque animais senis muitas vezes têm vários problemas de saúde, o
diagnóstico de um problema médico não descarta a possibilidade de concorrente
CDS. ¹¹
O médico veterinário também deve refletir sobre a atitude dos proprietários
para com o gato, que pode estar contribuindo para o problema. Por exemplo, o
proprietário pode estar superestimando as habilidades cognitivas do gato ou ter
uma atitude inadequada ou sua dependência emocional pode estar levando-o a
reduzir a liberdade de movimento de uma forma que coloca estresse sobre ela
¹⁴.
TRATAMENTO
A disfunção cognitiva não pode ser curada, mas o seu progresso pode ser
retardado e sinais clínicos melhorados com a intervenção médica e comportamental ⁸.
Faltam estudos publicados sobre a eficácia de tratamentos para a disfunção cognitiva
felina⁷, extrapolam-se terapias a partir de humanos e cães que incluem dietas
enriquecidas com antioxidantes e suplementos combinados com enriquecimento
ambiental ⁴ ⁶.
Dietas enriquecidas com antioxidantes e outros compostos de suporte (por
exemplo, vitamina E, β-caroteno e ácidos graxo essenciais) são utilizados para reduzir
os danos oxidativos, diminuindo assim a produção de β-amiloide e melhorando a
função cognitiva ⁶. Em seres humanos, um número de estudos demonstrou que a
administração dietética pode reduzir o risco ou atrasar o aparecimento de demência.
Por exemplo, uma dieta rica em frutas, legumes, nozes, grãos, e vitaminas E e C pode
diminuir o risco de declínio cognitivo e demência ⁶ ⁷, e pode melhorar a cognição
(embora quantidades excessivas de antioxidantes possam ter um efeito pró-oxidante).
Além disso, verificou-se que em seres humanos o ácido alfa-lipóico e l-carnitina
melhoram a função mitocondrial, e o Omega-3 promovem a saúde da membrana
celular e possui ação benéfica para o tratamento de demência. Em geral, acredita-se
que ás combinações destes compostos funcione melhor⁶ ⁸.
Em cães idosos, um estudo de quatro anos sobre a utilização de uma dieta
enriquecida em antioxidante (por exemplo, vitaminas E e C, o selênio, o extrato de
fruta e legumes (β-caroteno, outros carotenóides, flavonóides), cofatores mitocondriais
(dl-ácido lipóico e L-carnitina) e ácidos graxos essenciais (ômega-3 os ácidos gordos)
(b Hill / d ®), além de enriquecimento ambiental (por exemplo, brinquedos, passeios e
testes cognitivos), revelou uma rápida e significativa (dois a oito semanas em
tratamento) melhora no aprendizado e na memória. Curiosamente, enquanto que não
houve inversão da doença existente, os antioxidantes parecem prevenir a deposição
de mais β-amiloide, enquanto o enriquecimento ambiental não⁶ ⁷.
Recentemente, uma dieta que usa óleos botânicos que contêm triglicérides de
cadeia média (TCM) para fornecer os corpos cetônicos como fonte alternativa de
energia para o envelhecimento do cérebro (Purina One Maturidade vibrante ®)
mostrou que melhora a função cognitiva. Outro estudo preliminar envolvendo gatos,
utilizando uma dieta suplementada com tocoferóis, L-carnitina, vitamina C, ácido betacaroteno, docosa-hexaenoic, cisteína e metionina, tiveram uma atividade aumentada
em comparação com uma dieta controle. Além disso, suplemento para gatos idosos
(Cholodin-Fel; MVP Labs) que contém colina, fosfatidilcolina, metionina, inositol,
vitamina E, zinco, selênio, taurina e outras vitaminas B. Em uma pesquisa preliminar,
nove dos 21 gatos que receberam o suplemento apresentaram melhora nos sinais de
confusão mental e apetite⁷ ⁸.
Em cães, ensaios clínicos têm mostrado melhorias nos sinais da CDS
utilizando suplementos dietéticos que contêm fosfatidilserina, uma membrana
fosfolipidica. Um produto, Senilife® (CEVA Saúde Animal), que também contém
Ginkgobiloba, vitamina B6 (piridoxina), vitamina E e resveratrol, produziu um avanço
significativo em comparação com o placebo, em um estudo de laboratório usando uma
tarefa de memória. Embora indicado para uso em gatos, as pesquisas de eficácia não
foram publicadas. Outro produto que contenha fosfatidilserina combinados com ácidos
graxos ômega-3, vitaminas E e C, L-carnitina, o ácido alfa-lipóico, coenzima Q e
selênio
(Activait®)
demonstrou
resultados
significativamente
superiores
em
comparação com placebo em termos de melhoria nos sinais de desorientação,
interações sociais e eliminação inapropriada pela casa nos cães. A versão felina do
Activait ®, que não contém ácido alfa-lipóico, está também disponível, mas como é
sabido, não foi testado em ensaios clínicos. Em um estudo placebo-controlado em
cães com a CDS, o uso de S-adenosil-L-metionina (SAMe) melhorou a atividade e a
consciência dos animais. O mesmo é comumente usado em gatos com doença
hepática, e pode ter efeitos benéficos sobre a CDS em gatos idosos ⁷ ⁸.
O enriquecimento ambiental pode conduzir a um aumento dos fatores de
crescimento neuronal, ao desenvolvimento e sobrevivência de neurônios e a um
aumento da função cognitiva ¹². A combinação de estimulação ambiental (por exemplo,
brinquedos e jogos de caça comida) e uma dieta enriquecida com antioxidantes são
utilizadas para terem uma ação sinérgica na melhoria da função cognitiva⁶ ⁸ ¹². Manter
uma rotina diária regular e previsível, oferecendo ao animal de estimação situações
agradáveis, e evitar situações desagradáveis, interações com o proprietário podem
ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade ¹¹. Aplicação Ambiental de ferormônio
sintético (Feliway ®; Ceva Saúde Animal) também pode ajudar na redução
da
ansiedade e do estresse do felino ¹. O Feliway ® é um análogo sintético do ferormônio
facial felino, utilizado pelos gatos para marcar o seu território como uma zona segura.
Ao mimetizar o ferormônio facial felino natural, ele cria um estado de familiaridade e
segurança no ambiente em que rodeia o gato. Por essa razão pode ser utilizado para
ajudar o gato a sentir-se seguro e deixar o ambiente que o rodeia mais confortável
durante situações que possam ser para ele uma fonte de estresse ¹⁵.
O enriquecimento deve se concentrar em interações positivas sociais, bem
como novas e variadas oportunidades de exploração, empoleirar se, jogos de caça-eperseguição, e outras formas de estimulação para obter comida e guloseimas.
Brinquedos de alimentos que exigem a captura empurrando, levantando, caindo,
batendo, arranhando, ou rolando para liberar alimentos ajuda cães e gatos mais
velhos a permanecer ativo e alerta. Espalhando comida preferida ou catnip em locais
diferentes, os animais podem aprender a caçar, procurar e recuperar. Manutenção de
um ciclo dia-noite, abrindo as cortinas e proporcionando o fornecimento de luz natural
durante o dia e reduzindo a exposição à iluminação artificial durante a noite pode ser
considerada¹².
Embora não haja drogas licenciadas para o tratamento da disfunção cognitiva
felina, têm sido usado alguns medicamentos com efeitos antioxidantes, substancias
que aumentam a perfusão cerebral, antidepressivos e ansiolíticos ⁴.
Há um número crescente de opções de drogas possíveis para o tratamento da
Disfunção Cognitiva. Estes incluem inibidores da colinesterase (diferentes para
aumentar a disponibilidade de acetilcolina nas sinapses neuronais), selegilina (para
manipular o sistema monoaminérgico), antioxidantes (por exemplo, vitamina E) e
antiinflamatórios não-esteróides (para reduzir o dano neuronal). Enquanto não existem
medicamentos disponíveis para o tratamento dessa doença em gatos, a selegilina,
propentofilina e nicergolina foram todos utilizados nestas espécies com vários graus
de sucesso. Curiosamente, outras drogas que têm sido utilizadas para tratar sinais
particulares de Disfunção Cognitiva em gatos incluem fármacos ansiolíticos, tais como
buspirona e benzodiazepínicos (embora hepatotoxicidade seja um risco particular com
o segundo), ou antidepressivos (que não têm efeitos anticolinérgicos), tais como
fluoxetina⁶ ⁸.
A principal droga usada é a selegilina, que atua aumentando as concentrações
de 2-feniletilamina no encéfalo, um neuromodulador que aumenta a função das
catecolaminas e da dopamina no sistema nervoso central. Ela protege também os
neurônios colinérgicos e reduz a formação de radicais livres no encéfalo ⁴. A dose
sugerida é de 0,25-1,0 mg / kg por via oral, a cada 24 horas, dose de cão 0,5 a 1,0 mg
/ kg por via oral, a cada 24 horas) ⁶ ⁷ ⁸ ¹².
A propentofilina (Vivitonin ®; Intervet) está licenciada para o tratamento da
Disfunção Cognitiva em cães na Europa. É um derivado da xantina que é suposto
aumentador do fornecimento de sangue ao cérebro, em especial dos tecidos
cerebrais, sem necessidade de aumentar o oxigénio¹². Também é um suposto inibidor
da agregação plaquetaria, formação de trombos, inflamação, e ativação excessiva da
microglia, e diminuir a formação de radicais livres, citocinas e proteínas amilóides
anormais precursores. Enquanto estudos mostram algum benefício em cães,
aumentando comportamento geral e vigilância, há apenas evidências fracas que
retarda a progressão da doença de Alzheimer em pessoas. Tem sido utilizado para
tratar os gatos (sugerido de dose de 12,5 mg / gato, oral a cada 24 horas, dose de cão
3 a 5 mg / kg, por via oral a cada 8 a 12 horas)⁶ ⁷.
A nicergolina (Fitergol ®; Merial) também está licenciada para tratar cães na
Europa. Ele é um derivado de ergolina que atua como um α1 e α2 agonista
adrenérgica. Aumenta o fluxo sanguíneo cerebral, tem um efeito neuroprotetor sobre
os neurônios, e inibe a agregação plaquetária. Ele pode também atuar como um
limpador de radicais livres e ainda melhora o apetite. Tem sido utilizado para tratar os
gatos (dose sugerida de 5 mg a cada 24 horas trimestral: dose cão 0,25 a 0,5 mg / kg
por via oral, a cada 24 horas)⁶.
A melatonina, embora não sedativo, pode ser útil como parte de um ritual,
rotina de dormir e pode ser melhor aproveitada quando dada 30 minutos antes de
deitar; melatonina não deve ser usada em outros momentos do dia, quando usado
para estabelecer padrões de sono noturno ¹¹ ¹².
Tal como acontece com a CDS canino e a doença de Alzheimer, existem
evidência de diminuição colinérgica em gatos idosos. Portanto, na escolha de
medicamentos para gatos idosos, é prudente evitar drogas anticolinérgicas. Apesar de
sua eficácia, farmacocinética e toxicidade não foram avaliados em gatos, fármacos e
produtos naturais que melhoram a transmissão colinérgica ou aumentam a
disponibilidade de acetilcolina pode ter vantagens potenciais para melhorar os sinais
de CDS em gatos ⁷.
Em conjunto com medicamentos para CDS pode também ser necessário
considerar os que tratam sinais específicos. Por exemplo, antidepressivos e
ansiolíticos podem ser indicados para um animal de estimação que está ansioso ou
com problemas de vigília. Nos seres humanos, a sertralina conduziu a melhoria da
função executiva em pacientes com demência, e este e outros inibidores seletivos da
recaptação da serotonina (SSRIs) que também pode ser benéfica na redução da
ansiedade. No entanto, a paroxetina e a maioria dos antidepressivos tricíclicos têm
efeitos anticolinérgicos e é melhor serem evitados. SSRIs não deve ser usado
concomitantemente com a selegilina. Como a busbirona tem pouco efeito colateral,
pode ser usada em animais idosos ¹² ⁷. Lorazepam, oxazepam e clonazepam não têm
metabolitos ativos e intermediários e podem, por conseguinte, serem mais seguros do
que as outras benzodiazepinas, quando um ansiolítico mais potente é indicado. As
terapias naturais para a ansiedade auxiliam no sono e também podem ser
considerados como a melatonina, aroma terapia, l-teanina, alfa-casozepine e
ferormônios ⁷.
Foi realizado um ensaio a campo com um produto formulado a base de um
conjunto de medicamentos condroprotetores e antioxidantes indicados em casos de
evolução senil (Gerioox ®– Labyes). O estudo foi realizado com base nas observações
de 26 Clínicas Veterinárias na Capital Federal da Província de Buenos Aires. Os
tratamentos consistiram na administração dos comprimidos em cães e gatos que
apresentavam sinais de doenças características de evolução senil, classificadas como
regular ou ruim (alopecia, seborreia, animais pouco ativos, diminuição de apetite,
dermatite, odor na pele, dificuldade de locomoção, artropatias, fraquezas dos
membros posteriores, distúrbios comportamentais, caspa, ataxia, distúrbios músculo
esquelético). Foi utilizado um total de vinte e oito pacientes, entre cães e gatos sem
raça definida, de ambos os sexos, e com idade entre 8-14 anos. O método utilizado
para avaliar o tratamento consistia de atribuição de um valor entre 0-4 passagens, de
acordo com a resposta observada de 10 dias a 60 dias do início do tratamento. Os
comprimidos foram bem aceitos. Não houve nenhuma reação adversa ao tratamento.
Após 60 dias do tratamento, 23 animais foram avaliados com resultados de excelente
a bom, com isso pode-se concluir que o beneficio terapêutico foi claramente instituído
¹³.
Os proprietários também devem ter expectativas realistas, ou serem
aconselhados, como as limitações que podem ser obtidas para melhorar o
comportamento de um animal com base na saúde física e função cognitiva. As
acomodações também podem precisar de uma programação do proprietário ou do
ambiente do animal de estimação para lidar com tais necessidades. Para os gatos,
mais caixas de areia, ou limpeza mais frequente, pode ser necessária para tratar a
micção em locais inapropriados causada por poliúria, enquanto que as rampas, caixas
de areia com lados inferiores, maiores caixas de areia, ou da deslocalização de caixas
de areia pode ser necessária para gatos com problemas de mobilidade. Colocação de
superfícies antiderrapantes ou tapetes podem proporcionar estabilidade e evitar um
acidente¹¹.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como resultado dos avanços na Medicina Veterinária e na nutrição animal, há
um notável aumento das populações de cães e gatos idosos. E com isso a um avanço
no número de doenças associadas com a idade. De acordo com a análise geral
realizada durante o desenvolvimento desse trabalho, podemos concluir que um bom
diagnóstico, leva a um tratamento adequado e com isso aumentamos ainda mais a
qualidade de vida de nossos felinos.
BIBLIOGRAIFA
1 – LANDSBERG, G.M.; HEAD. E. Senilidade e Seus Efeitos sobre o Comportamento.
In: Geriatria e Geontologia do Cão e Gato. São Paulo: Roca, 2008, p.1.
2 – HORWITZ, D.F.; NEILSON, J.C. Disfunção cognitiva: caninos e felinos In:
Comportamento canino & felino. Porto Alegre: Artmed, 2008, p. 379-428.
3- HEATH, S. Problemas de Comportamiento em Animales Geriátrico. In: Manual de
Comportamento em Pequenos Animales. Ediciones, p. 175 – 182
4- LITTLE, S.E. Managing the Senior Cat. In: The Cat Clinical Medicine and
Management. Elsevier, 2012, p. 1170-1173.
5- REITER, R. J. Oxidative damage in the central nervous system: protection by
melatonin. Progress in Neurobiology, v.56, p.359-384, 1998. Disponível em:
‹http://www.deepdyve.com/lp/elsevier/oxidative-damage-in-the-central-nervous-systemprotection-by-melatonin›
6- MOORE, D.G.; MOFFAT, K.; CHRISTIE, L.A.; HEAD, E. Cognitive dysfunction and
the neurobiology of ageing in cats. Journal of Small Animal Practice, v. 48, p. 546-553,
2007.
Disponível
em:
5827.2007.00386.x/full ›
‹
http://www.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1748-
7- LANDSBERG, G.; DENENBERG, S.; ARAUJO, J. Cognitive dysfunction in cats – A
syndrome we used to dismiss as ‘old age’. Journal of Feline Medicine Surgery, v. 12, p.
837-848, 2010.
8 - MOORE, D.G. Cognitive Dysfunction in Cats: Clinical Assessment and
Management In: Topics in Companion Animal Medicine. Elsevier, 2011, p. 17-23.
9 – LEVINE, M.S.; LLOYD, R.L.; FISHER R.S.; HULL C.D.; BUCHWALD N.A. Sensory,
motor and cognitive alterations in aged cats. Neurobiology of Aging, Elsevier, V. 8,
1987, p. 253–263.
10 - HEAD, E.; MOFFAT, K.; DAS, P.; SARSOZA, F.; POON, W.W.; LANDSBERG,
G.; COTMAN, C.W.; MURPHY, M.P. β – Amyloid deposition and tau phosphorylation in
clinically characterized aged cats. Neurobiology of Aging, Elsevier, V. 26, 2005, p. 749763.
11-
LANDSBERG, G.M.; DePORTER, T.; ARAUJO, J.A. Clinical Sings and
Management of Anxiety, Sleeplessness, and Cognitive Dysfunction in the Senior Pet.
Vet. Clin. Small Anim., V. 41, 2011, p. 565-590.
12- LANDSBERG, G.M.; NICHOL, J.; ARAUJO, J.A. Cognitive Dysfunction Syndrome,
A Disease of Canine and Feline Brain Aging. Vet. Clin. Small Anim., V. 42, 2012, p.
749-768.
13 – CORRALES, C.; DMV, DALE, J.; DMV. Eficacia de um producto antioxidante y
condroprotector
de
uso
oral,
em
caninos
y
felinos.
Disponível
em:
<http://scholar.google.com.br/scholar?hl=en&q=gerioox&btnG=&as_sdt=1%2C5&as_s
dtp=>
14 – O’FARREL, V.; NEVILLE, P. Diagnosis and treatment of behavior problems In:
Manual of Feline Behaviour. Bsava. 1994, p. 39 – 44.
15 - NEILSON, J. Thinking outside the box: Feline elimination. Journal of Feline
Medicine and Surgery, V. 6, 2004, p. 5 - 11.
Download