SUSTENTABILIDADE O crescimento da sociedade e o desenvolvimento tecnológico sem planejamento adequado apresentou ao mundo um grave problema: a degradação ambiental. Para diminuir o impacto causado pelas atividades fins, muitas vezes presente nos processos produtivos da nossa área, é que surgiram os conceitos da construção sustentável. Estes conceitos criaram práticas novas para os empreendimentos, gerando massa crítica na sociedade. As obras resultantes das mesmas ficam enraizadas de boas ações, tanto no decorrer da execução da obra, como após a entrega desta e o uso efetivo dos seus ocupantes. A idéia é que o empreendimento consuma tudo de forma sustentável, como uma alusão a figura a seguir. Prédio Sustentável - Fonte: Green Building Council Brasil Fundamentando ainda mais os conceitos de sustentabilidade nas práticas de construção criadas, surgiu à certificação LEED - aplicável às empresas que constroem utilizando os referidos conceitos. O LEED é um sistema de certificação baseado em racionalização dos consumos, além de ser um sistema utilizado para certificar e/ou ratificar a sustentabilidade e a redução do impacto ambiental das construções, que adotam práticas que levam o meio ambiente em consideração, fazendo um bem para a sociedade, agregando valor ao cliente, buscando a eliminação de desperdícios e, principalmente, contribuindo para a conscientização de todos. Foi criado pelo USGBC (The United States Green Building Council) para definir padrões de sustentabilidade em construções e planejamento urbano. A primeira versão foi lançada em Jan/99 e, atualmente, o LEED está na sua terceira versão (2009). Exemplificando o que uma certificação LEED reduz de impactos negativos dos prédios, citamos que em média pode proporcionar: redução de 30% no consumo de energia, redução de 35% nas emissões de CO2, redução de 30 a 50% no uso/consumo da água e redução de 50 a 90% dos resíduos sólidos gerados. A certificação LEED possui pré-requisitos e pontuações. Os pré-requisitos são requisitos mínimos a serem atendidos pelo projeto, para que o mesmo tenha direito a acumulação de pontos para certificação, caso não sejam atendidos, o projeto não poderá ser certificado. As pontuações variam de acordo com a categoria a ser atendida, a partir de um número mínimo de pontos a construção poderá ser certificada, podendo ser: Certificada, Prata, Ouro ou Platina. CATEGORIA PRÉ REQUISITOS PONTOS POSSÍVEIS SUSTENTABILIDADE DO ESPAÇO 1 28 RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA 1 10 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 3 37 QUALIDADE AMBIENTAL INTERNA 2 12 MATERIAIS E RECURSOS 1 13 INOVAÇÃO E PROCESSOS DE PROJETO 0 6 CREDITOS REGIONAIS 0 4 TOTAL 8 110 PONTOS 40 49 50 5960 79 80 110 A C. Rolim Engenharia Ltda foi a primeira empresa do Brasil, que recebeu a précertificação no LEED, categoria Core and Shell, pelo USGBC, nível Prata (Silver), na versão 3 (2009), em 25/Jun/10, para o empreendimento Paço das Águas (edifício residencial com 66 unidades). Esta pré-certificação concedeu a empresa um reconhecimento internacional no uso das tecnologias “verdes” para construção e entrega do referido condomínio. Com isto, o Ed. Paço das Águas contará com práticas sustentáveis desde a sua construção e, principalmente, na manutenção e uso do condomínio constituído – após a sua entrega -, o que remete a uma conscientização dos seus moradores, pelas tecnologias utilizadas e benefícios sustentáveis disponibilizados no edifício. A seguir, listaremos algumas evidências dos ganhos obtidos pelo atendimento dos critérios exigidos pelo LEED, para o Paço das Águas 1) Avaliação de endereços sustentáveis – com o atendimento deste critério, a localização do imóvel além de estar em um local permitido de construção, dispõe na área ao redor de sistemas de transportes eficientes, que privilegiam o transporte público, uma boa densidade da comunidade, espaços verdes, espaços abertos e a redução da poluição luminosa. 2) Redução do consumo de água – esta redução está baseada, principalmente, no uso de produtos com baixo consumo, como chuveiros e torneiras com aeradores, sensores infravermelhos ou de pressão, além de vasos sanitários com duplo acionamento e mictórios a vácuo. O condomínio contará também com um tanque de retardo de águas pluviais e um sistema automatizado de irrigação. Também deverá ser contemplado no projeto de paisagismo, o estabelecimento de espécies de plantas regionais, que são mais resistentes ao clima local e possuem um baixo consumo de água. 3) Eficiência energética - pode-se destacar o uso de um plano de comissionamento avançado de energia, onde serão especificados os acessórios, dispositivos e condições para execução dos testes, de acordo com as normas e procedimentos requeridos, contendo a metodologia, instrumentação e as planilhas, como também comentários e revisões nos manuais dos proprietários e síndico, neste aspecto, no caso, serão apresentados como uma conclusão final do processo. 3.1) Deverão ser utilizadas informações do software de simulação energética para corrigir desvios e buscar alternativas, a fim de serem atendidas as exigências da ASHARE 90.1 – 2007. 3.2) O sistema de ar condicionado utilizará fluidos refrigerantes isentos de CFC, minimizando a sua contribuição direta para o aquecimento global. Nas áreas comuns serão utilizados sensores de presença – hall’s, escadas, subsolos -, para que nos períodos noturnos seja desligada a iluminação interna artificial, quando não necessária. 3.3) Os motores elétricos do empreendimento deverão ser de alta eficiência. Os elevadores do empreendimento deverão ter a tecnologia de automação e reenergização. 3.4) As lâmpadas das luminárias das áreas comuns serão de alto desempenho energético como as do tipo LED ou fluorescentes compactas do tipo T5. 3.5) O projeto do prédio contemplará o uso de energias renováveis, como a fotovoltaica e a eólica que garantirão a geração de pelo menos 1% do consumo anual total do empreendimento. Os equipamentos pertinentes a estas duas fontes de energia serão instalados em cima da torre do prédio, ou em área propícia no térreo, sendo válido ressaltar que, no caso dos equipamentos a serem instalados para produção da energia eólica, serão adquiridos os que gerem baixa emissão de ruídos. 4) No prédio será implementado um plano de monitoramento e verificação do edifício base e das áreas privativas individualizadas. O mesmo deverá contar com medidores individualizados para água, energia e gás nas unidades privativas e nas áreas comuns. 5) Qualidade ambiental do ar - o projeto deverá estar de acordo com as normas vigentes, exigidas para ventilação manual e mecânica da ASHRAE 62.1-2007. Não será permitido fumar dentro das áreas comuns do edifício, esta diretriz deverá estar contemplada nos manuais dos proprietários e síndico do empreendimento. Uma área externa destinada aos fumantes será projetada e localizada a uma distância mínima de distância das entradas, janelas e bocas de entrada de ar externo. Nas portas das unidades privativas que dão acesso aos hall’s sociais e comuns do prédio, deverão ser utilizadas vedações nas arestas inferiores, a fim de não permitir escape de fumaça de tabaco, oriunda dos apartamentos para as áreas comuns, contribuindo dessa maneira para a qualidade do ar interno e para o conforto e bem-estar dos ocupantes do edifício. 6) Materiais e recursos - deverão ser efetuados treinamentos, junto aos operários do empreendimento, sobre os materiais e recursos a serem utilizados na construção do mesmo, para sensibilização/aculturação do sistema e processos de coleta seletiva de resíduos recicláveis nas categorias papel, papelão, plástico, metal, madeira e vidro, vindo a ser distribuídos em locais adequados do canteiro de obras, cestos de coleta para as referidas categorias. Os destinos dos resíduos coletados serão empresas legalizadas que processarão a reciclagem de cada tipo. 6.1) No decorrer da execução do empreendimento, deverá ser elaborado um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, que contará com um plano de coleta, separação e armazenamento de resíduos gerados durante a obra. O empreendimento deverá utilizar, preferencialmente, materiais com conteúdo reciclado (em parceria com fornecedores de insumos, tais como: aço, alumínio, vidro, mobiliário, portas de madeira e porcelanatos, que certifiquem a utilização de mais de 50% de reciclagem da matéria-prima, em seus processos de fabricação), reduzindo o impacto causado pela extração e processamento de recursos naturais. 6.2) Será priorizado o uso de materiais regionais, ou seja, materiais que sejam extraídos, processados e manufaturados dentro de uma distância de até 500 milhas do local da obra, reduzindo os impactos causados pelo transporte dos mesmos. 6.3) Obrigatoriedade da utilização de madeira certificada com o selo credenciado, incentivando o uso de madeira proveniente de manejos florestais responsáveis com o meio ambiente. 7) Inovação e Design - a arquitetura de fachada do empreendimento contemplará design diferenciado, que favorecerá a ventilação dos pavimentos. 7.1) Compromisso verde –o compromisso verde trata-se de um ineditismo que surgiu a partir de uma grande idéia da C. Rolim Engenharia, onde para cada metro quadrado de terreno construído, será plantado uma árvore em local público da cidade, como forma de compensar as emissões de gases poluentes e aumentar a cobertura vegetal da cidade. Compromisso Verde - Fonte: C. Rolim Engenharia Ltda