PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO I. Fatores a serem considerados durante o Projeto 1. Adaptação do projeto ao meio ambiente; 2. Escolha do nível de tensão; 3. Seleção dos condutores fase (tipo e tamanho); 4. Seleção dos cabos pára-raios; 5. Espaçamento entre os condutores fase; 6. Cadeia de Isoladores; 7. Critérios Elétricos de Desempenho: ¾ Perdas por Corona e por Efeito Joule (Rendimento); ¾ Máxima Queda de Tensão; ¾ Regulação de Tensão; 8. Sistema de Aterramento; 9. Projeto Estrutural: ¾ Definição do traçado da linha; ¾ Tipo e locação das estruturas (torres); 10. Projeto Mecânico: ¾ Conjuntos de suspensão e ancoragem dos condutores e do cabo pára-raios; ¾ Cargas mecânicas (peso, tensões, estresses mecânicos ...) ¾ Fundações das estruturas; 11. Avaliação Econômica. II. Dados Iniciais 1. Dados Geográficos 9 Nome e localização das subestações inicial e terminal (e intermediárias, se houver) – comprimento da linha; 9 Relevo Topográfico – traçado da linha. PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO 2. Dados de Operação 9 Potência a ser transmitida; 9 Nível de curto-circuito (valor, tipo de alimentação e tempo de atuação); 9 Sobretensões de origem interna (60 Hz e surtos devido a manobras); 3. Dados Climatológicos 9 Velocidade do vento; 9 Temperatura e pressão atmosférica média; 9 Altitude do local; 9 Umidade e densidade relativa do ar; 9 Precipitação Pluviométrica; 9 Poluição do ar; 9 Radiação Solar; 9 Descargas Atmosféricas (Nível Isoceráunico, corrente de descarga média,...) – cálculo das sobretensões de origem externa; 4. Dados de Desempenho 9 Máxima Queda de Tensão; 9 Regulação Máxima (10 a 15%); 9 Rendimento Mínimo; 9 Perdas Máximas por Efeito Joule; 9 Perdas Máximas por Efeito Corona (2 a 8 kW/km). Observação: Existem alguns pontos sobre os quais ainda não existe regulamentação: 9 Níveis aceitáveis de: RI, TVI, RA e campo elétrico ao nível do solo; 9 Proteção dos cabos contra vibração eólica; 9 Aspectos relativos ao balanço assíncrono dos cabos; 9 Método de cálculo das fundações. PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO III. Critérios de Projeto 1. Adaptação ao Meio-Ambiente 9 Impacto Visual; 9 Desmatamento da faixa de passagem; 9 Rádio Interferência (24 dB); 9 Interferência em sinais de TV (38 dB); 9 Ruído Acústico; 9 Geração de Ozônio e Óxido de Nitrogênio. 2. Tensão de Operação Tensão Ótima de Transmissão – apresenta o menor custo anual. Níveis Padronizados no Brasil: Alta Tensão 69, 88, 138 e 230 kV Extra Alta Tensão 345, 440, 500, 600 (CC) e 750 kV 2.1 – Fórmula de Still (para linhas acima de 30 km) V = 5,5 × 0,62 × L + P 100 onde, V [kV] – tensão entre fases; L [km] – comprimento da linha; P [kW] – potência média a transmitir. 2.2 – Critério da Potência Natural V = P × ZC onde, V [kV] – tensão entre fases; P [MW] – potência média a transmitir; ZC [Ω] – impedância de surto ou característica ¾ 400 Ω - linhas de circuito simples ¾ 200 Ω - linhas de circuito duplo PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO 3. Seleção dos Condutores Fase 3.1 – Tipos ¾ Condutores de Cobre ¾ Condutores de Alumínio (CA ou ASC) – baixa resistência mecânica; ¾ Condutores de Alumínio com Alma de Aço (CAA ou ACSR) – mais leves e baratos que os de cobre, apresentam elevada resistência mecânica (aço), porém são de difícil execução de emendas e terminais; ¾ Condutores de Ligas de Alumínio – elevada resistência mecânica, resistência elétrica e resistência à corrosão. 3.2 – Tamanho (bitola) do Condutor Depende dos seguintes fatores: ¾ Comprimento da Linha; ¾ Potência a ser transmitida (sobrecarga de 30%) e Tensão de Operação; ¾ Efeito Corona; ¾ Análise Econômica; ¾ Critérios Mecânicos; ¾ Critérios Térmicos. 3.3 – Uso de Subcondutores por fase Acima de 230 kV → Condutores múltiplos: ¾ Reduz reatância série (melhora regulação, reduz a queda de tensão e aumenta a capacidade de transmissão) ¾ Reduz o Gradiente de Potencial nos condutores (reduz as perdas por Corona e a RI) Espaçamento entre subcondutores: ¾ Depende do Nível de Tensão e do Efeito Corona; ¾ Varia de 10 e 30 vezes o diâmetro do condutor. N 2 3 4 Distância (cm) 40 40 a 45 45 a 50 PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO 3.4 – Espaçamento entre fases Depende do nível de tensão e da distância entre as torres. V (kV) 69 138 230 345 500 Distância (m) 2,7 6,0 10,2 12,1 13,1 4. Seleção dos Condutores do Cabo Pára-Raios 4.1 – Tipos ¾ Alumoweld – cabos de aço recobertos de alumínio; ¾ CAA ou ACSR ¾ Aço Galvanizado 4.2 – Tamanho (bitola) do Condutor Existem dois critérios para escolha: ¾ Critério Elétrico – corrente de curto-circuito (amplitude e tempo de duração); ¾ Critério Térmico – temperatura dos cabos. 5. Definição da Cadeia de Isoladores Solicitações: ¾ Operação normal – tensão nominal a 60 Hz; ¾ Sobretensões de origem interna – manobras e curto-circuito; ¾ Sobretensões de origem externa – descargas atmosféricas. 5.1 – Tipos ¾ Isoladores de Pino – para linhas de até 69 kV; Cada unidade suporta até 25 kV. Acima desta tensão utilizam-se peças sobrepostas e cimentadas entre si. PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO ¾ Isoladores de Suspensão (Disco) Cada unidade suporta até 35 kV. Acima deste valor devem ser usadas cadeias de isoladores. 5.2 – Número de Isoladores de Suspensão V (kV) 69 138 230 345 500 Isoladores 5 ¾” x 16” 5 10 16 25 36 5.3 – Disposição da Cadeia de Isoladores Disposição Horizontal Disposição Vertical PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO 6. Sistemas de Aterramento 6.1 – Tipos ¾ Hastes – para solos de baixa resistividade ou para complementar o sistema com contrapesos. Apresenta resistência de aterramento elevado para solos de alta resistividade ¾ Contrapesos – Fios enterrados a pequena profundidade. É o sistema mais utilizado em Linhas de Transmissão. Possibilita obter valores de resistência de aterramento mais aceitáveis em solos de alta resistividade. 7. Análise Econômica Resume-se à análise de custos. 7.1 – Custos de Investimento ¾ Desapropriação da faixa de passagem; ¾ Serviço de topografia; ¾ Custos de construção: 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 Limpeza da faixa e estradas de acesso; Fundações e aterramento; Estruturas (torres); Isoladores; Ferragens; Condutores (fase e pára-raios); Compensadores de reativos; Mão de obra; Engenharia, supervisão e fiscalização; Taxas e seguros; Administração, ... 7.2 – Custos Operacionais ¾ Operação; ¾ Manutenção; ¾ Mão de obra; ¾ Material de reposição; ¾ Perdas de energia e potência devido ao Efeito Joule (kWh/km) e ao Efeito Corona (kW/km). PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO ROTINA DE PROJETO ELÉTRICO Comprimento e Potência Calcular Vótima ÆEspaçamento entre fases e no de subcondutores V, P, fp Æ I (bitola do condutor) Calcular constantes ABCD da LT Calcular regulação Aumentar bitola do condutor, número de subcondutores ou nível de tensão Regulação OK? N S Calcular perdas por Corona Perdas OK? N S Calcular Rendimento a plena carga Rendim. OK? N S FIM