CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO EMPRESARIAL DISCIPLINA: GESTÃO DE CUSTOS PROFESSOR: MSc. ANDERSON PIRES CARGA HORÁRIA: 24 H PERÍODO: 12/MAR A 08/ABR DE 2012 Profº Anderson Pires 1 ANÁLISE DA RELAÇÃO CUSTO x VOLUME x LUCRO • Consiste na comparação dos diversos resultados que um empreendimento pode apresentar. • Auxiliará na resolução de diversos questionamentos do diaa-dia da Gestão das Empresas, tais como: – O empreendimento é viável? – Qual o produto mais rentável? – Qual o produto mais lucrativo? – Quais as conseqüências de suspender-se a fabricação de um determinado produto? – Variando um tipo de custo, para mais ou para menos, quais são as conseqüências para os resultados da empresa? – E reduzindo-se a produção da empresa como ficam os resultados? – Etc. Profº Anderson Pires 2 ANÁLISE DA RELAÇÃO CUSTO x VOLUME x LUCRO Volume Fabricado e Vendido no mês Calças 20.000 Camisas Total 30.000 (x) Preço unitário de Venda 20,00 8,00 (=)Receita Bruta (-) Impostos e Contrib. s/ Vendas (30%) 400.000 240.000 640.000 (120.000) (72.000) (192.000) (-) Custo das Matérias-Primas (150.000) (80.000) (230.000) (-)Custo da MOD (-) Custo da MOI (-) Desp. c/ Aluguel do Prédio da Fábrica (30.000) (4.000) (18.200) (16.000) (6.000) (7.800) (46.000) (10.000) (26.000) (-) Outros Custos Fabris (32.000) (8.000) (40.000) (-) Despesas Fixas com a comercialização (11.200) dos produtos (16.800) (28.000) (-) Despesas Administrativas (8.000) (8.000) (16.000) (=) Lucro antes do IR/Contrib. Soc 26.000 25.400 52.000 (-) IR e Contrib. Social = 35% (9.310) (8.890) (18.200) 17.290 Profº Anderson Pires 16.510 33.8003 (=) Lucro Líquido ANÁLISE DA RELAÇÃO CUSTO x VOLUME x LUCRO • Agora vamos analisar algumas situações de mercado: – Aparece uma demanda de mercado em que a empresa tem a possibilidade de vender 40.000 camisas, mas para conseguir esse volume deverá reduzir a produção e, conseqüentemente, a venda de calças para 15.000 unidades. Vejamos então como ficará o resultado com esse novo perfil operacional! Profº Anderson Pires 4 ANÁLISE DA RELAÇÃO CUSTO x VOLUME x LUCRO Volume Fabricado e Vendido no mês Calças 15.000 Camisas Total 40.000 (x) Preço unitário de Venda 20,00 8,00 (=)Receita Bruta (-) Impostos e Contrib. s/ Vendas (30%) 300.000 (90.000) 320.000 620.000 (96.000) (186.000) (-) Custo das Matérias-Primas (112.500) (106.667) (219.167) (-)Custo da MOD (-) Custo da MOI (-) Desp. c/ Aluguel do Prédio da Fábrica (22.500) (4.000) (18.200) (21.333) (6.000) (7.800) (43.833) (10.000) (26.000) (-) Outros Custos Fabris (32.000) (8.000) (40.000) (-) Despesas Fixas com a comercialização (11.200) dos produtos (16.800) (28.000) (-) Despesas Administrativas (8.000) (8.000) (16.000) (=) Lucro antes do IR/Contrib. Soc 1.600 49.400 51.000 (-) IR e Contrib. Social = 35% (560) (17.290) (17.850) 1.040 32.110 33.1505 (=) Lucro Líquido Profº Anderson Pires ANÁLISE DA RELAÇÃO CUSTO x VOLUME x LUCRO • Como se pode ver, o lucro total será menor que o apurado na versão original do negócio, o que levará os administradores a não aceitarem o acréscimo da produção e venda de camisas. • Vejamos agora uma outra situação em que a empresa tem a possibilidade de vender 30.000 calças, mas para conseguir esse volume deverá reduzir a produção e, conseqüentemente, a venda de camisas para 20.000 mil unidades. Profº Anderson Pires 6 ANÁLISE DA RELAÇÃO CUSTO x VOLUME x LUCRO Volume Fabricado e Vendido no mês Calças 30.000 Camisas Total 20.000 (x) Preço unitário de Venda 20,00 8,00 (=)Receita Bruta (-) Impostos e Contrib. s/ Vendas (30%) 600.000 160.000 760.000 (180.000) (48.000) (228.000) (-) Custo das Matérias-Primas (225.000) (53.333) (278.333) (-)Custo da MOD (-) Custo da MOI (-) Desp. c/ Aluguel do Prédio da Fábrica (45.000) (4.000) (18.200) (10.667) (6.000) (7.800) (55.667) (10.000) (26.000) (-) Outros Custos Fabris (32.000) (8.000) (40.000) (-) Despesas Fixas com a comercialização (11.200) dos produtos (16.800) (28.000) (-) Despesas Administrativas (8.000) (8.000) (16.000) (=) Lucro antes do IR/Contrib. Soc 76.600 1.400 78.000 (-) IR e Contrib. Social = 35% (26.810) (490) (27.300) 49.790 910 50.7007 (=) Lucro Líquido Profº Anderson Pires ANÁLISE DA RELAÇÃO CUSTO x VOLUME x LUCRO • Como se pode vê, o lucro total será maior que o apurado na versão original do negócio, o que levará os administradores a aceitarem o acréscimo da produção e venda de calças. • E uma das principais ferramentas a serem analisadas nesse tipo de situação é a chamada MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO. Profº Anderson Pires 8 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO • Como comentado anteriormente (no item Custeio Variável), a Margem de Contribuição (MC) representa a diferença entre a receita de venda e os custos e despesas variáveis, numa abordagem global do resultado; • ou a diferença entre o preço unitário de venda e os custos e despesas variáveis unitários, numa abordagem na base unitária. • Vejamos o exemplo da empresa de confecções: Profº Anderson Pires 9 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Calças Camisas Receita Bruta 400.000 240.000 (-) Impostos e Contrib. s/Vendas (120.000) (72.000) Total 640.000 (192.000) (-) Custo das Mats-Primas (150.00) (80.000) (230.000) (-) Custo da MOD (30.000) (16.000) (46.000) (=) Margem de Contrib. Global 100.000 72.000 172.000 Abordando a margem de contribuição numa base unitária: Volume fabricado e vendido /mês Preço de Venda Unitário (-) Impostos e Contrib. s/Vendas (-) Custo das Matérias-Primas (-) Custo da MOD (=) Margem de Contribuição Unitária Profº Anderson Pires Calças 20.000 20,00 (6,00) (7,50) (1,50) 5,00 Camisas 30.000 8,00 (2,40) (2,67) (0,53) 2,40 10 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO • A análise mostra que cada calça vendida pela empresa proporciona uma contribuição unitária de R$ 5,00 ao passo que cada camisa proporciona uma contribuição unitária de R$2,40. • Assim , o incremento do volume de calças, sempre que possível, deverá ser privilegiado pelo fato de ser o produto com maior margem de contribuição. Profº Anderson Pires 11 Hora de praticar.... Profº Anderson Pires 12 PONTO DE EQUILÍBRIO • Representa o nível de vendas, em unidades físicas ou em valor ($), no qual a empresa opera sem lucro ou prejuízo. • O número de unidades vendidas no Ponto de Equilíbrio é o suficiente para a empresa cobrir seus custos (e despesas) fixos e variáveis, sem gerar qualquer resultado positivo (lucro). Profº Anderson Pires 13 Tipos de Ponto de Equilíbrio Ponto de Equilíbrio Contábil Ponto de Equilíbrio Financeiro Ponto de Equilíbrio Econômico O modelo de Ponto de Equilíbrio a ser utilizado dependerá da informação demandada pela gestão da empresa, e poderá ter uma série de variáveis, tais como: – Custos e despesas não desembolsáveis; – Introdução do valor do lucro que se pretende atingir; – Inserção de pagamentos a serem efetuados no período, etc. Profº Anderson Pires 14 Determinação Algébrica do Ponto de Equilíbrio • Legenda: – Pv = Preço de Venda – Q = Quantidade Vendida – CF = Custo Fixo – CVu = Custo Variável unitário – MCu = Margem de Contribuição unitária Tem-se que: RT = Pv x Q CT = CF + (CVu x Q) • No PE, RT = CT, logo: Pv x Q = CF + (CVu x Q) PV x Q – CVu x Q = CF • Colocando Q em evidência: Q (Pv – CVu) = CF Q x MCu = CF Q = CF MCu Obs: ou seja, PE em unidades, resulta da divisão do CF pela MCu.15 Profº Anderson Pires Ponto de Equilíbrio Contábil • Informa a quantidade de produtos (metros, quilos, litros, peças etc.) que deve ser vendida para que o resultado do período seja nulo. • Fórmula: PEC = Custos Fixos MC unitária Obs: Para conhecer o PEC em valor basta multiplicar o resultado pelo preço de venda unitário. Exemplo: Custos Fixos mensais 8.000,00 Preço de Venda p/ unidade 200,00 Custos Variáveis Unitários 120,00 Profº Anderson Pires 16 Ponto de Equilíbrio Contábil • PEC = Custos Fixos = 8.000,00 = 8.000,00 = 100 un MC unitária (200, - 120,) 80,00 • 100 un x 200,00 = 20.000,00 (PEC em Valor) • A exatidão do Cálculo pode ser comprovada pela seguinte demonstração de resultado: (+) Vendas Totais (100 un. x 200,00 un.) 20.000,00 (-) Custos Variáveis Totais (100 un. x 120,00 un.) (12.000,00) (=) Margem de Contribuição Total (100 un. x 80,00 un.) 8.000,00 (-) Custos Fixos Mensais (8.000,00) (=) Resultado do Período 0 Profº Anderson Pires 17 Ponto de Equilíbrio Financeiro • Representa o volume de vendas da empresa (em unidades ou em $) que é suficiente para pagar os custos e despesas variáveis, os custos fixos (exceto a depreciação) e outras dívidas que a empresa tenha que saldar no período (como empréstimos e financiamentos bancários, aquisição de bens...). • Fórmula: PEF = CF – Depreciação + Dívidas Período MC unitária Exemplo: Custos Fixos mensais 8.000,00 Depreciação 2.000,00 Parcela do Financiamento 1.200,00 Preço de Venda p/ unidade 200,00 Custos Variáveis Unitários 120,00 Profº Anderson Pires 18 Ponto de Equilíbrio Financeiro • PEF = CF - Depr. + Dív = 7.200,00 = 7.200,00 = 90 un MC unitária (200, - 120,) 80,00 • 90 un x 200,00 = 18.000,00 (PEF em Valor) • A exatidão do Cálculo pode ser comprovada pela seguinte demonstração de resultado: (+) Vendas Totais (90 un. x 200,00 un.) 18.000,00 (-) Custos Variáveis Totais (90 un. x 120,00 un.) (10.800,00) (=) Margem de Contribuição Total (90 un. x 80,00 un.) 7.200,00 (-) Custos Fixos Mensais (8.000, - 2.000, Depreciação) (6.000,00) (-) Financiamento a pagar no mês (1.200,00) (=) Resultado do Período 0 Profº Anderson Pires 19 Ponto de Equilíbrio Econômico • Representa o volume de vendas da empresa (em unidades ou em $) que é suficiente para pagar os custos e despesas variáveis, os custos fixos e ainda obter um lucro desejado em função, geralmente do capital investido. • Fórmula: PEE = CF + Lucro Desejado MC unitária Exemplo: Custos Fixos mensais 8.000,00 Lucro Desejado 20% do capital investido (200.000,00) 40.000,00 Preço de Venda p/ unidade 200,00 Custos Variáveis Unitários 120,00 Profº Anderson Pires 20 Ponto de Equilíbrio Econômico • PEE = CF + Lucro Desej. = 48.000,00 = 48.000,00 = 600 un MC unitária (200, - 120,) 80,00 • 600 un x 200,00 = 120.000,00 (PEE em Valor) • A tabela a seguir comprova que o volume calculado (600 un) é suficiente para proporcionar o lucro desejado pelo investidor (R$ 40.000,00) (+) Vendas Totais (600 un. x 200,00 un.) 120.000,00 (-) Custos Variáveis Totais (600 un. x 120,00 un.) (72.000,00) (=) Margem de Contribuição Total (90 un. x 80,00 un.) 48.000,00 (-) Custos Fixos Mensais (8.000,00) (=) Resultado do Período (Lucro Desejado) 40.000,00 Profº Anderson Pires 21 Hora dos exercícios sobre Ponto de Equilíbrio Profº Anderson Pires 22 CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES – ABC Activity Based Costing • Baseia-se não primeiramente nos custos absorvidos pelos produtos e sim nas atividades que a empresa efetua no processo de fabricação de seus produtos; • Origem: – Relevância dos Materiais Diretos e da Mão-de-obra Direta; – Pouca influência dos GGF na apuração do CPV e na apuração da Margem de Lucratividade; – Aumento considerável do grau de mecanização e automação dos processos produtivos; – Significativo aumento dos GGF; • Surge o ABC-Custeio Baseado em Atividades, na tentativa de alocar os recursos produtivos da empresa de uma forma mais eficiente. Profº Anderson Pires 23 CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES – ABC Activity Based Costing • O pressuposto do ABC é de os fatores de produção da empresa são consumidos pelas suas atividades e não pelos produtos que ela fabrica; • A atribuição dos custos às atividades se dá através da utilização dos direcionadores de recursos. • E a maneira como os produtos consomem as atividades se dá através dos direcionadores de atividades. Profº Anderson Pires 24 Exemplo prático simplificado - ABC 1) Produção da Companhia Produtos da Cia Solar Preço de Venda Viseira Chapéu Boné 8,00 14,00 24,00 Produção Mensal Custos Diretos Unitários 10.000 5.000 4.000 2,00 3,00 5,00 2) Custos Indiretos de Fabricação - Aluguel e Seguro da Fábrica: __________ R$ 40.000,00 - Mão-de-Obra Indireta: _______________ R$ 90.000,00 - Material de Consumo: _______________ _R$ 20.000,00 TOTAL: ___________________________ R$ 150.000,00 3) Atividade desenvolvida pela empresa DEPARTAMENTO Compras Produção Acabamento ATIVIDADES Compras Atividade Industrial 1 Atividade Industrial 2 Acabar Despachar Profº Anderson Pires 25 Exemplo prático simplificado - ABC • Atribuição dos custos às atividades (Critérios): - Aluguel e Seguro: o direcionador do recurso é a área utilizada pela atividade, uma vez que o valor do aluguel e do seguro da fábrica depende da área. - Mão-de-Obra Indireta: Atribuição direta às atividades, uma vez que cada uma delas tem funcionários indiretos próprios. Os valores atribuídos pelo Departamento de Pessoal da empresa foram os seguintes: •Compras --------------------- R$ 10.000,00 •Atividade Industrial 1 --- R$ 30.000,00 •Atividade Industrial 2 ---- R$ 40.000,00 •Acabamento ---------------- R$ 8.000,00 •Despacho -------------------- R$ 2.000,00 - Material de Consumo: Atribuição direta às atividades através das requisições de material de cada departamento. Os valores atribuídos pelo almoxarifado foram: •Compras --------------------- R$ 2.000,00 •Atividade Industrial 1 ---- R$ 5.000,00 •Atividade Industrial 2 ---- R$ 8.000,00 •Acabamento ---------------- R$ 3.000,00 •Despacho -------------------- R$ 2.000,00 Profº Anderson Pires 26 Exemplo prático simplificado - ABC • As áreas ocupadas por cada atividade, em percentual, são dadas pela tabela a seguir: ATIVIDADES Compras Atividade Industrial 1 Atividade Industrial 2 Acabar Despachar TOTAL PERCENTUAL DA ÁREA 20% 25% 30% 15% 10% 100% Profº Anderson Pires 27 Exemplo prático simplificado - ABC • Quadro referente a atribuição dos Custos Indiretos às Atividades Aluguel + Seguros ( % da área x 40.000,00 ) Mão-de-Obra Indireta (Atribuição Direta) Material de Consumo (Atribuição Direta) Compras Atividade Industrial 1 8.000,00 10.000,00 10.000,00 30.000,00 2.000,00 5.000,00 20.000,00 45.000,00 Atividade Industrial 2 12.000,00 40.000,00 8.000,00 60.000,00 Acabar Despachar TOTAL 6.000,00 4.000,00 40.000,00 8.000,00 2.000,00 90.000,00 3.000,00 2.000,00 20.000,00 17.000,00 8.000,00 150.000,00 Atividades Profº Anderson Pires TOTAL 28 Exemplo prático simplificado - ABC • Atribuições dos Custos das Atividades aos Produtos A atribuição dos custos das atividades aos produtos é feita através da utilização de um direcionador de atividades, que é um indicador de quanto os produtos consomem de cada atividade. Suporemos a seguinte composição dos indicadores de atividade: Atividades Compras Atividade Industrial 1 Atividade Industrial 2 Acabamento Despachar Direcionador de Atividades Nº de Pedidos Tempo de Produção Viseira Chapéu Boné TOTAL 30% 5% 20% 50% 50% 45% 100% 100% Tempo de Produção 25% 35% 40% 100% Tempo de Operação 35% 30% Tempo de OperaçãoProfº Anderson 40% Pires 30% 35% 30% 100% 100%29 Exemplo prático simplificado - ABC • Quadro Resumo: Atividades/Produto Compras Atividade Industrial 1 Atividade Industrial 2 Acabamento Despacho TOTAL Viseira 6.000,00 2.250,00 15.000,00 5.950,00 3.200,00 32.400,00 Chapéu 4.000,00 22.500,00 21.000,00 5.100,00 2.400,00 55.000,00 Boné 10.000,00 20.250,00 24.000,00 5.950,00 2.400,00 62.6000,00 10.000 5.000 4.000 CIF Unitário 3,24 11,00 15,65 Custos Diretos Unit 2,00 3,00 5,00 Custo Unitário Total 5,24 14,00 20,65 Quantidades Prod Profº Anderson Pires TOTAL 20.000,00 45.000,00 60.000,00 17.000,00 8.000,00 150.000,00 30 Hora de exercitar o ABC Profº Anderson Pires 31 CUSTEIO PADRÃO • Segundo Neves e Viceconti (2010.p.195), “Custo Padrão é um custo estabelecido pela empresa como meta para os produtos de sua linha de fabricação, levando-se em consideração as características tecnológicas do processo produtivo de cada um, a quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o respectivo volume desta”. Profº Anderson Pires 32 CUSTEIO PADRÃO • Os custos são apropriados à produção não pelo seu valor efetivo (ou real), mas sim por uma estimativa do que deveriam ser (custo-padrão); • Pode ser utilizado pela empresa quer adote o custeio por absorção, quer adote o custeio variável; • As diferenças entre o custo-padrão e o custo real são objetos de análise da contabilidade de custos, com o objetivo de controle dos gastos e medida de eficiência. Profº Anderson Pires 33 CUSTEIO PADRÃO • Para atingir um de seus principais objetos, que é servir como parâmetro para o controle dos custos reais, o Custo-Padrão, não precisa servir de base para os lançamentos contábeis da empresa. Pois a comparação entre o custo real e o padrão pode ser feita de forma extra-contábil, através de relatórios especiais. • Entretanto, há empresas que preferem controlar as variações entre o custo real é o padrão na própria contabilidade. Existem várias maneiras de se fazer esse controle e essas formas de custeamento são denominadas de Custeio Padrão. Profº Anderson Pires 34 TIPOS DE CUSTO PADRÃO IDEAL - O custo é determinado da forma mais científica possível pela Engenharia de Produção; - Condições ideais de qualidade da MP; Eficiência da MO; Mínimo de desperdícios; - Considerado meta de longo prazo ESTIMADO -Determinado através de uma projeção para o futuro, através de uma média dos custos observados no passado; -Não leva em consideração se houve ineficiência na produção. CORRENTE -Situa-se entre o Ideal e o Estimado; -A empresa faz um estudo para avaliar a eficiência da produção; -E leva em consideração as deficiências existentes e que não podem ser sanadas pelo menos a curto e médio prazos; -Considerado de curto Profº Anderson Pires e médio prazo. 35 Custo Padrão x Custo Real • Custo Real: é o custo efetivo incorrido pela empresa. • Comparações: – Custo Real superior ao Custo Padrão = Variação Desfavorável – Custo Real inferior ao Custo Padrão = Variação Favorável Profº Anderson Pires 36 Como exemplo, temos: • A Cia. Nada de Praia Ltda. possui os seguintes CustosPadrão por unidade para a fabricação do produto Filtro Solar: CUSTOS R$ Material Direto 100,00 Mão-de-obra Direta 80,00 CIF 70,00 • Não existia estoque de Produtos em elaboração e de Produtos Acabados no início do período. • A produção de Filtro Solar foi de 4.000 unidades totalmente acabadas, sendo que 3.200 foram vendidas no período (vendas correspondentes a 80% do que foi fabricado. Profº Anderson Pires 37 Como exemplo, temos: CUSTOS REAIS APURADOS NO FINAL DO PERÍODO Material Direto 410.000,00 Mão-de-obra Direta 310.000,00 CIF 300.000,00 TOTAL 1.020.000,00 CUSTOS-PADRÃO TOTAIS REFERENTES À PRODUÇÃO DE 4.000 Un. Material Direto R$ 100,00 x 4.000 un. R$ 400.000,00 Mão-de-obra Direta R$ 80,00 x 4.000 un. R$ 320.000,00 CIF R$ 70,00 x 4.000 un. R$ 280.000,00 TOTAL ............................................R$ 1.000.000,00 Profº Anderson Pires 38 Como exemplo, temos: RELATÓRIO DO CONTROLE EXTRA-CONTÁBIL ITEM DE CUSTO CUSTO REAL CUSTO PADRÃO VARIAÇÃO Material Direto 410.000,00 400.000,00 + 10.000,00 (Desfavorável) Mão-de-obra Direta 310.000,00 320.000,00 - 10.000,00 (Favorável) CIF 300.000,00 280.000,00 + 20.000,00 (Desfavorável) 1.020.000,00 1.000.000,00 + 20.000,00 (Desfavorável) TOTAL Profº Anderson Pires 39 Hora de exercitar o Custo Padrão Profº Anderson Pires 40 ANÁLISE DE PREÇO DE VENDA • No ambiente atual....concorrência acirrada... • Formação do preço de venda como questão fundamental para sobrevivência e crescimento das empresas. • Existência de dois caminhos para se pensar o método de formação de preço a ser utilizado: – Formação do preço de venda (Markup) – Análise dos preços de vendas praticados (identificação da rentabilidade obtida com os preços praticados) Profº Anderson Pires 41 ANÁLISE DE PREÇO DE VENDA • Formação de preço com base no MARKUP: – Empresas que conseguem cobrar um preço desejado dos compradores por inexistir produtos similares... – Empresas que se aproveitam das peculiaridades de monopólio ou oligopólio do segmento em que atuam e podem praticar os preços que lhes sejam convenientes. – Empresas que desejam determinar um “preço de venda mínimo”, no qual já está embutida a margem de lucro almejado, com intuito de compará-lo com preços correntes de mercado. Profº Anderson Pires 42 ANÁLISE DE PREÇO DE VENDA • No contexto atual, contudo, a maioria deve recorrer à segunda opção, que consiste “analisar os preços de venda praticados”. • Isso é pertinente porque a determinação do preço de venda está sendo cada vez mais influenciada por fatores de mercado e menos por fatores internos. – Ex: Y.Yamada em relação às pequenas lojas da João Alfredo. Profº Anderson Pires 43 APROFUNDANDO O ESTUDO SOBRE TAXA DE MARCAÇÃO OU MARK-UP • Fator aplicado sobre o custo de compra de uma mercadoria ou sobre o custo total unitário de um produto ou serviço, para a formação do preço de venda. • Pode ser inserido todos os fatores que se deseja cobrar no preço de venda, sob a forma de percentuais (%). – – – – Tributos incidentes sobre as vendas efetuadas; As comissões pagas aos vendedores; A taxa de franquia cobrada pela franqueadora O percentual cobrado pela administradora sobre as vendas feitas por cartão de crédito, – O tributo incidente sobre a movimentação financeira da venda, e – A margem de lucro desejada para cada produto/serviço. – Há a possibilidade de incluir também as despesas e custos fixos. Profº Anderson Pires 44 APROFUNDANDO O ESTUDO SOBRE TAXA DE MARACAÇÃO OU MARK-UP • Qual a Margem de Lucro deve ser considerada no Mark-up? Profº Anderson Pires 45 Fatores a serem considerados na determinação da taxa de Mark-up: – A Estratégia de Competição a ser adotada: • Produtos diferenciados: margens maiores • Estratégia de preços baixos: margens menores – A existência de produtos similares • Facilidade de importações e a existência de diversos concorrentes em determinado segmento. – O volume previsto de vendas • Quanto maior o volume de venda previsto, menor a margem de lucro: “é preferível ganhar pouco por unidade vendendo grande quantidade, do que ganhar muito por peça e vender pouco”. Profº Anderson Pires 46 Fatores a serem considerados na determinação da taxa de Mark-up: – Os segmentos de mercado a serem atingidos: • O mesmo produto pode ser comercializado em mais de um segmento de mercado e podem ser praticadas margens de lucro específica para cada um deles... – Política de preços de atração • Margens de lucro baixas em determinados produtos que servem como “atração” aos consumidores. Exemplo dos supermercados. Profº Anderson Pires 47 CÁLCULO DO MARK-UP • Existem duas formas de calcular o Mark-up: Mark-up Divisor Mark-up Multiplicador • Independente de qual tipo seja utilizado, o valor do preço de venda a ser praticado será o mesmo. Profº Anderson Pires 48 MARK-UP DIVISOR • Listar todos os percentuais incidentes sobre o preço de venda (% PV) – Tributos incidentes sobre as vendas = 17% – Comissões sobre vendas = 3% – Lucro almejado = 5% • Somar todos os percentuais incidentes sobre o preço de venda: (17% + 3% + 5%) = 25% • Dividir a soma dos (% PV) por “100” (para achar a forma unitária) (25 : 100 = 0,25) • Subtrair de “1” o quociente da divisão da fase anterior (1 – 0,25 = 0,75) Mark-up Divisor Profº Anderson Pires 49 MARK-UP DIVISOR • Dividir o Custo da Compra da Mercadoria (no caso do comércio) ou do Custo Unitário Total (no âmbito industrial) pelo Mark-up Divisor, apurando o preço de venda unitário: – Supondo que o custo unitário da mercadoria seja R$ 500, o preço de venda à vista, seria, então, de R$ 666,67 (pois R$ 500 / 0,75 = 666,67) • A exatidão do cálculo pode ser verificada pela demonstração a seguir: – Preço de Venda orientativo – Percentuais utilizados (17%+5%+3%=25%) – Custo da Mercadoria (PV - %PV) Profº Anderson Pires R$ 666,67 R$ (166,67) R$ 500,00 50 MARK-UP MULTIPLICADOR • Listar todos os percentuais incidentes sobre o preço de venda (% PV) – Tributos incidentes sobre as vendas = 17% – Comissões sobre vendas = 3% – Lucro almejado = 5% • Somar todos os percentuais incidentes sobre o preço de venda: (17% + 3% + 5%) = 25% • Partindo de “100%”, subtrair a soma dos (%PV): (100% - 25% = 75%) • O Mark-up multiplicador é obtido dividindo “100” pelo resultado da fase anterior: (100 : 75 = 1,333333) Profº Anderson Pires 51 MARK-UP MULTIPLICADOR • O preço de venda orientativo é calculado multiplicando o custo unitário pelo Mark-up multiplicador: – Admitindo que o custo unitário é de R$ 500, teríamos: 500,00 x 1,33333 = 666,67 Profº Anderson Pires 52 Referências • MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2010. • NEVES, Silvério das. VICECONTI, Paulo E.V. Contabilidade de Custos: um enfoque direto e objetivo. 9 ed.São Paulo: Frase, 2010. • BRUNI, Adriano Leal. A administração de custos, preços e lucros: com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 2.ed.São Paulo: Atlas, 2008. • PEREZ JR. José Hernandez, OLIVEIRA. Luiz Martins, COSTA. Rogério Guedes. Gestão Estratégica de Custos. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2006. • WERNKE, Rodney. Análise de Custos e Preços de Venda. São Paulo: Saraiva, 2005. • CARNEIRO. Jorge M.T., SAITO. Cláudio Sunão, AZEVEDO. Hélio Moreira, CARVALHO. Luiz Celso. Formação e Administração de Preços. Rio de Janeiro: FGV, 2004. • COGAN, Samuel. Custos e Preços: formação e análise. São Paulo: Pioneira, 1999. Profº Anderson Pires 53 Obrigado!!! Profº Anderson Pires 54