1 MINISTERIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS PARAGOMINAS LYSSA MARTINS DE SOUZA CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE ESPÉCIES DE BURSERACEA OCORRENTES EM FRAGMENTOS FLORESTAIS NA MICRORREGIÃO DE PARAGOMINAS- PA PARAGOMINAS 2016 2 MINISTERIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS PARAGOMINAS LYSSA MARTINS DE SOUZA CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE ESPÉCIES DE BURSERACEA OCORRENTES EM FRAGMENTOS FLORESTAIS NA MICRORREGIÃO DE PARAGOMINAS- PA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito para obtenção do grau de Bacharel em engenharia florestal. Área de Concentração: Dendrologia. Orientador: D.Sc. Simonne Sampaio da Silva PARAGOMINAS 2016 3 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal Rural da Amazônia ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------Souza, Lyssa Martins de Caracterização morfológica de espécies da Burseraceae ocorrentes em fragmentos florestais na microrregião de Paragominas, PA / Lyssa Martins de Souza _ Paragominas, 2016. 41 f. Orientador: Profº Dra. Simonne Sampaio da Silva Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, Paragominas - PA, 2016. 1. Descrição morfológica. 2. Caracterização de Burseráceas. 3. Diferenciação de espécies. I. Lyssa Martins de. II. Silva, Simonne Sampaio da, Orient. III. Título. CDD 22.ed. 581.4898115 --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 LYSSA MARTINS DE SOUZA CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE ESPÉCIES DE BURSERACEA OCORRENTES EM FRAGMENTOS FLORESTAIS NA MICRORREGIÃO DE PARAGOMINAS- PA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito para obtenção do grau de Bacharel em engenharia florestal. Área de Concentração: Botânica e Dendrologia. Data de aprovação 05/10/2016 5 Á Deus, qυе iluminou о meu caminho durante esta caminhada. Aos meus pais, sem eles não existiria. E aos meus amigos, que dispensaram os momentos de convívio para a conquista deste sonho. 6 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por me permitir chegar essa conquista e por guiar meu caminho; Aos meus pais Vicente Venceslau e Lucidalva Martins por todos os sacrifícios que fizeram para que eu pudesse chegar até aqui. Ao meu irmão Lucas Martins por todos esses anos de convivência e companhia. Á minha avó Leonete Martins que sempre acreditou no meu potencial. Aos meus avós que não puderam estar comigo nesse momento, mas que estariam torcendo por minhas conquistas. À minha família pela compreensão em todos os momentos. À Universidade Federal Rural da Amazônia pela oportunidade de realizar este curso. À minha orientadora e “mainha” Simonne Sampaio pela paciência e dedicação com a qual me orientou. Agradeço aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade de participar e pelas contribuições profissionais acerca da monografia. Aos meus companheiros de equipe Cassio Viana, Helder Costa, Ioneyde Palheta e Lucas Moreira que me acompanharam ao longo da minha vida acadêmica e estiveram comigo nós momentos de alegria e tristeza na vida pessoal. A Ananda Carvalho por me apoiar e acreditar no meu potencial mesmo quando tudo parecia confuso e por estar comigo sempre quando precisei. E a todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. 7 RESUMO As espécies de Burseraceae, apresentam grande diversidade no Estado do Pará, porém apenas algumas espécies vêm sendo explorada economicamente. Dificilmente há qualquer diferenciação entre elas, e durante a comercialização algumas espécies são agrupadas e recebe o mesmo nome comum de “breu”, denominação dada também à resina que é característica da família. Estudos constataram que a ocorrência das espécies de Burseraceae no sudeste do Pará, possuem importância ecológica na floresta estudada, e que devido à presença garantida na comunidade arbórea, recomenda o estudo detalhado dessas espécies, contemplando aspectos como a ecologia, a silvicultura e o potencial da utilização de suas madeiras. Este trabalho foi elaborado com objetivo caracterizar as espécies Protium altsonii Sandwith., Tetragastris altissima (Aubl.) Swart, Trattinnickia burserifolia Mart., Trattinnickia rhoifolia Willd, ocorrentes no Estado do Pará, visando auxiliar o manejo florestal na região. O material botânico foi coletado em uma área de floresta natural submetida à exploração de impacto reduzido na Fazenda Rio Capim localizada no município de Paragominas, PA. Coletou-se amostras de três indivíduos de cada espécie estudada, selecionadas aleatoriamente. A identificação taxonômica foi realizada pelo método de comparação com material do acervo do herbário IAN da Embrapa Amazônia Oriental, depois foram preparadas exsicatas e incorporadas à coleção. As descrições morfológicas foram realizada com base nas observações realizadas em campo e em laboratório seguindo as recomendações de literatura especializada. Esta identificação aponta que Protium altsonii pode ser distinguido das demais espécies estudadas por apresentar flores com pétalas livres, onde Tetragastris altissima, Trattinnickia burserifolia e Trattinnickia rhoifoli, apresentam pétalas gamopétalas; já a característica que difere Trattinnickia rhoifolia são a presença de folíolos com textura áspera em ambas às faces. No entanto, Protium e Tetragastris, vêm sendo considerados intimamente relacionados; de fato, muitas espécies de cada gênero têm sido erroneamente remetidos uma com a outra. Contudo as espécies analisadas apresentam semelhanças na morfologia externas, no entanto, as espécies podem ser separadas através de características morfológicas interespecíficas, como: caracteres vegetativos reprodutivos e morfologia das folhas. Palavras-chave: Burseraceae, descrição morfológica, Morfologia vegetal. 8 ABSTRACT The species of Burseraceae, present great diversity in the state of Pará, but only a few species are being explored economically. There is hardly any distinction between them, and during marketed some species are grouped and receives the same common name of "breu", denomination also given to resin that is family characteristics. Studies have found that the occurrence of species of Burseraceae in the southeast of Pará, have ecological importance in the forest studied, and due to the presence guaranteed in the arboreal community, recommends the detailed study of these species, covering aspects as ecology, forestry and the potential of using your woods. This work was done with the objective characterize Protium altsonii Sandwith species., Tetragastris altissima (Aubl.) Swart, burserifolia Trattinnickia Mart., Trattinnickia rhoifolia Willd, occurring in the state of Pará, aiming at aiding forestry management in the region. The botanical material was collected from an a natural forest area under the reduced impact logging at Fazenda Rio Capim in the municipality of Paragominas, PA. Samples were collected from three individuals of each species studied, randomly selected. The taxonomic identification was conducted by the method of comparison with herbarium acquis of the material IAN EMBRAPA Eastern Amazon, after exsiccatae were prepared and incorporated in the collection. The morphological descriptions were performed based on the observations conducted on the field and in laboratory following the literature recommendations. This identification shows that Protium altsonii can be distinguished of other species studied for presenting flowers with petals free, where altissima Tetragastris, burserifolia Trattinnickia and Trattinnickia rhoifoli feature gamopétalas petals; already the characteristic that differs Trattinnickia rhoifolia are the presence of folioles with rough texture at both faces. However, Protium and Tetragastris, have been considered closely related; in fact many species of each genus have been erroneously remitted with each other. However the analyzed species have similarities in external morphology, nonetheless, the species can be separated by interspecific morphological characteristics such as vegetative reproductive characters long and morphology of the leaves. Keywords: Burseraceae, morphological description, vegetable morphology. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1- Detalhes do hábito, ritidoma e ramo Protium altsonii Sandwith. A: Árvore. B: Ritidoma destacando a casca viva e casca morta. C: Ramo com folhas compostas. Barra de escala: C=10 cm ............................................................................................................................ 18 Figura 2- Protium altsonii Sandwith. A) Hábito com inflorescência e infrutescência; B) Flor masculina; C) Detalhe da flor feminina ........................................................................................ 19 Figura 3: Distribuição geográfica no Brasil de Protium altsonii Sandwith. ................................ 19 Figura 4: Detalhes do hábito, ritidoma e ramo de Tetragastris altissima (Aubl.). A: Árvore. B: Ritidoma destacando a casca viva e casca morta. C: Ramo com folhas compostas. Barras de escala: C=10 cm ............................................................................................................................ 21 Figura 5: Tetragastris altissima (Aubl.) Swart. A) Hábito com inflorescência e infrutescência; B) Flor masculina; C) Detalhe da flor feminina ............................................................................ 22 Figura 6: Distribuição geográfica no Brasil de Tetragastris altissima (Aubl.) Swart. ................ 22 Figura 7: Detalhes do hábito, ritidoma e ramos de Trattinnickia burserifolia Mart. A: Árvore. B: Ritidoma destacando a casca viva e casca morta. C: Ramo com folhas compostas e gema apical (Seta). Barras de escala: C=10 cm. ............................................................................................... 24 Figura 8: Trattinnickia burserifolia Mart. A) Hábito com inflorescência e infrutescência; B) Flor feminina; C) Detalhe da flor masculina. ....................................................................................... 25 Figura 9: Distribuição geográfica no Brasil de Trattinnickia burserifolia Mart. ........................ 25 Figura 10: Detalhes do hábito, ritidoma e frutos de Trattinnickia rhoifolia Willd. A: Árvore. B: Ritidoma destacando a casca viva e casca morta. C: Ramo com frutificação e folhas compostas. D: Frutos secos .............................................................................................................................. 27 Figura 11: Trattinnickia rhoifolia Willd. A) Hábito; B) Flor feminina; C) Detalhe da flor masculina ....................................................................................................................................... 28 Figura 12: Distribuição geográfica no Brasil de Trattinnickia rhoifolia Willd. .......................... 28 10 SUMÁRIO RESUMO ........................................................................................................................................ 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES ........................................................................................................... 9 SUMÁRIO .................................................................................................................................... 10 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11 1.1 2. 3. 1.1.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 12 1.1.2 Objetivo específico .................................................................................................. 12 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 12 2.1 IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA .................................................................................... 12 2.2 BURSERACEAE ........................................................................................................... 13 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 14 3.1 4. COLETA DE MATERIAL E DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA ................................... 14 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 16 4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA FAMÍLIA BURSERACEAE .............................. 16 4.2 DESCRIÇÃO BOTÂNICA DAS ESPÉCIES ESTUDADAS ....................................... 16 4.2.1 Protium altsonii Sandwith ....................................................................................... 16 4.2.2 Tetragastris altissima (Aubl.) Swart ....................................................................... 20 4.2.3 Trattinnickia burserifolia Mart. .............................................................................. 23 4.2.4 Trattinnickia rhoifolia Willd. .................................................................................. 26 4.3 5. OBJETIVOS ................................................................................................................... 12 DIFERENCIAÇÃO ENTRE AS ESPECIES ESTUDADAS ........................................ 29 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 32 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 33 ANEXO A ..................................................................................................................................... 38 Protium altsonii Sandwith ......................................................................................................... 38 Tetragastris altissima (Aubl.) Swart ......................................................................................... 38 Trattinnickia burserifolia Mart. ................................................................................................ 39 Trattinnickia rhoifolia Willd. .................................................................................................... 40 11 1. INTRODUÇÃO As espécies arbóreas nativas da Amazônia desempenham papel importante no setor econômico, tanto madeireiro como não madeireiro. Porém a prática de exploração ainda vem sendo realizada de forma descontrolada, o que acaba causando grandes distúrbios na floresta, alterando a ecologia, estrutura e conservação dessas espécies, muitas das quais, com alta especificidade ecológica e potencialidades de uso, ainda são pouco conhecidas (BATISTA; CARVALHO, 2006). Devido à grande biodiversidade presente na Floresta Amazônica Brasileira, é necessário a elaboração de estudos científicos para aumentar o conhecimento sobre sua heterogeneidade. Existem muitas áreas ainda não estudadas botanicamente, assim como há populações arbóreas cuja ecologia, principalmente no que refere à estrutura, é desconhecida. Esse é o caso das espécies da família Burseraceae. A falta de identificação botânica ainda é o maior entrave para se conduzir pesquisas sobre essa família, pois há um grande número de espécies ainda não identificadas (BATISTA; CARVALHO, 2006). Apesar das espécies de Burseraceae, apresentarem grande diversidade no Estado do Pará, apenas algumas espécies estão sendo comercializadas. A madeira de diversas espécies é explorada economicamente, porém dificilmente há qualquer diferenciação entre elas, durante a comercialização as espécies são agrupadas e recebe o mesmo nome comum de breu, a mesma denominação dada a resina (FERNANDEZ, 2008). Levantamentos florísticos realizados na Amazônia indicam um alto valor de importância da família (MILLIKEN, 1998; DINIZ; SCUDELLER, 2005; BATISTA; CARVALHO, 2006; CARVALHO et al., 2009), principalmente devido à heterogeneidade ambiental (DALY 1987). Batista e Carvalho (2006), identificaram a ocorrência de seis espécies de Burseraceas em uma área de 9 ha da Fazenda Rio Capim, no Município de Paragominas, PA e analisaram a estrutura de suas populações. Os autores constataram que as espécies analisadas possuem importância ecológica na floresta estudada, principalmente Protium subserratum, Tetragastris panamensis, Trattinnickia rhoifolia e as do grupo de Protium spp. e que devido à presença garantida na comunidade arbórea, recomenda o estudo detalhado dessas espécies, contemplando aspectos como a ecologia, a silvicultura e o potencial da utilização de suas madeiras. Carvalho et al (2009), visando contribuir no manejo de florestas naturais, desenvolveram uma pesquisa para identificar espécies arbóreas consideradas pouco conhecidas. No grupo das espécies denominadas “breus”, identificaram 5 espécies Protium sp., Tetragastris panamensis, Protium nitidum, Trattinnickia rhoifolia e Protium subserratum, todas de grande com potencial 12 para a utilização na indústria madeireira, porém nenhuma das espécies registradas está sendo comercializada. O conhecimento da ecologia, dinâmica de crescimento e dos usos potenciais de suas madeiras, essas espécies poderão substituir, nas próximas colheitas, aquelas que foram colhidas na exploração passada, contribuindo para a sustentabilidade do ecossistema florestal (CARVALHO et al 2009). 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral Caracterizar as espécies dos gêneros Protium, Tetragastris e Trattinnickia, ocorrentes em fragmentos florestais no município de Paragominas, Pará, conhecidas como Breu, visando auxiliar na identificação botânica e diferenciação dessas espécies. 1.1.2 Objetivo específico Caracterizar morfologicamente as seguintes espécies: Protium altsonii Sandwith; Tetragastris altissima (Aubl.) Swart.; Trattinnickia burserifolia Mart.; Trattinnickia rhoifolia Willd; Diferencias as quatros espécies conhecidas como breu através de sua morfologia externa. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA O método habitual de identificação de espécies madeireiras conta com o conhecimento empírico de nativos conhecedores da área onde se encontram tais espécie. Denominados como mateiros, essas pessoas adotam nome vernacular na determinação das espécies, seus conhecimentos são adquiridos através de ensinamentos que passam de geração em geração, ou até criam nomes que os façam lembrar a árvore a qual querem fazer referência (MARCHIORI, 2004). O uso do nome vernacular omite a verdadeira ocorrência geográfica das espécies, pois existe grande variação destes nomes associados à diferentes espécies e que mudam conforme a região, a cultura ou comercialização. Uma espécie chega a ter até dez nomes vernaculares e existe ainda a relação de diversos nomes vernaculares para um mesmo táxon. Por isso algumas 13 espécies por serem semelhantes são confundidas e exploradas de forma desordenada e não sustentável (PROCOPIO; SECCO, 2008). As empresas madeireiras, geralmente, denominam as madeiras comerciais utilizando a nomenclatura popular, não havendo uma padronização relacionando o nome vernacular a um nome científico. Assim, há a necessidade de ampliar os estudos que proporcionem à correta identificação das espécies madeiras (LIMA et al, 2015). O agrupamento de várias espécies em um único nome torna inviável a correta definição de seu uso e, consequentemente, gera incredulidade na relação vendedor-consumidor. O desconhecimento da nomenclatura taxonômica de uma espécie pode ocasionar perdas irreparáveis, tanto econômicas quanto ecológicas, pois cada espécie possui características morfológicas e fisiológicas peculiares, diferenciando nas propriedades físico-mecânicas (LIMA et al, 2015). Segundo Procópio e Secco (2008), cada espécie madeireira tem suas características peculiares que podem auxiliar na identificação da espécie como secagem, densidade, trabalhabilidade, contração, flexão, compressão, dureza, tração e cisalhamento. Essas características definem não somente seu uso final como também o processo de beneficiamento em pranchas prontas para comercialização. O agrupamento de várias espécies em um único nome torna inviável a correta definição de seu uso e consequentemente, gera incredulidade na comercialização. Os mesmos autores realizaram um estudo semelhante a esse, com objetivo de demonstrar a importância da identificação botânica correta, verificando a consistência dos inventários florestais atuais, listando espécies inventariadas como “tauari”, analisando as consequências agrupamento de espécimes no conhecimento da diversidade local e na comercialização (PROCOPIO; SECCO, 2008). 2.2 BURSERACEAE Burseraceae é uma família de árvores e arbustos que se destacam por exsudarem uma resina/óleo muito aromática. As espécies desta família são conhecidas e utilizadas pelo aroma exalado pelas suas resinas, sendo conhecidas popularmente por copal, breu e mirra (RUDIGER, 2012). Com base no sequenciamento genético, a família Burseraceae é classificada na Ordem Sapindales (MARQUES, 2010). Dividida em 18 gêneros e aproximadamente, 700 espécies (DALY, 2004) distribuídas em três tribos: Bursereae com sete gêneros; Canarieae com oito gêneros e Protieae com três gêneros. Todas as tribos têm representantes nas regiões dos trópicos e subtrópicos dos continentes americano, africano e indo-asiático (WEEKS et al., 2005). 14 Na Floresta Amazônica a família Burseraceae representa um dos grandes táxons botânicos. Suas espécies são conhecidas como "breus", o mesmo nome dado a sua resina aromática encontrada em quase todas as partes da planta, que vêm sendo utilizadas ao longo dos anos como repelente de insetos, no calafeto de embarcações e na terapêutica (SILVA, 2013). Desde 1931, Engler apud Fernandez (2008) promoveu a divisão em três tribos, dos quais separou espécies com base na estrutura de seus frutos, como o grau de concrescimento dos pirênios (endocarpo com a semente). Como tipo mais primitivo, considerou a tribo Protieae, com pirênios livres entre si; a tribo Boswellieae com pirênios parcialmente conatos, mas delimitados por sulcos, ficou em posição intermediária, já a trino Canarieae, com pirênios concrescido numa só estrutura bi ou trilocular, foi atribuído o grau de mais evoluída (BARROSO, 1991). No entanto, avaliando um conjunto maior de caracteres morfológicos, propõem-se a transferência do gênero Trattinnickia da tribo Protieae para Canarieae, devido a este gênero estar relacionado com o gênero Dacryodes, pertencente à Canarieae (ENGLER, 1931 apud FERNANDEZ, 2008; DALY, 1989). No Brasil ocorrem sete gêneros, onde Protium é o gênero mais amplamente distribuído, com cerca de 60 espécies sendo o gênero com maior representação, aproximadamente 70% das espécies da família da Burseráceas (SIQUEIRA, 1991; FINE et al. 2005; SOUZA; LORENZI, 2008). Outras contribuições fornecidas para um melhor conhecimento da família na Amazônia são referentes aos estudos sobre as resinas aromáticas e seus óleos essenciais que quase todos os gêneros apresentam constituída principalmente de óleo essencial (BANDEIRA et al., 2001; CRUZ-CANIZARES et al., 2005; ASSIS, 2013; SILVA, 2015) e triterpenos (MAIA et al., 2000; SUSUNAGA et al., 2001; LIMA et al., 2005; RUDIGER et al., 2007; ALMEIDA, 2013). Sua resina exala um forte aroma por suas folhas e casca, esse atributo é um dos principais utilizados para reconhecimento e identificação das Burseráceas, e de onde provem grande parte do interesse econômico dessa família (SOUZA; LORENZI. 2008). 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 COLETA DE MATERIAL E DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA O estudo foi realizado em uma fazenda conhecida por “Rio Capim” localizada no município de Paragominas, no estado do Pará, Brasil (Figura 1- Localização da Fazenda Rio Capim (D) no município de Paragominas (C) no Estado do Pará (B), Brasil (A).Figura 1). 15 Nesta Fazenda Rio Capim foi realizada a coleta do material botânico numa área de floresta natural submetida à exploração de impacto reduzido seguindo as técnicas propostas por Silva (2002). Foram coletadas amostras de três espécimess de cada espécie estudada, selecionadas aleatoriamente na área de manejo florestal sustentável. As observações de campo das características inerentes às espécies, como tipo de base, ritidoma, exsudato, diâmetro e altura. Posteriormente foram descritas em fichas de campo e registradas. A identificação taxonômica foi realizada pelo método de comparação com material do acervo do herbário Instituto Agronômico do Norte (IAN) da Embrapa Amazônia Oriental, depois foram preparadas exsicatas e incorporadas à coleção. Figura 1- Localização da Fazenda Rio Capim (D) no município de Paragominas (C) no Estado do Pará (B), Brasil (A). Fonte: HIRAI; CARVALHO; PINHEIRO (2011) As descrições morfológicas foram feitas com base nas observações realizadas em campo e no laboratório com auxílio de uma lupa que permite o aumento de dez vezes e em consultas as exsicatas. As ilustrações botânicas foram realizadas com auxílio de estereomicroscópio Zeiss acoplado à câmara clara. 16 As exsicatas confeccionadas em campo não foram incorporadas ao herbário em função de já existir exsicatas da mesma espécie e área de coleta. As terminologias utilizadas na descrição foram baseadas em literaturas especializadas (LAWRENCE,1951; RIZZINI, 1977; RIBEIRO et al. 1999; BARROSO et al., 1999). A classificação das espécies estudadas, de divisão até família, seguiu Cronquist (1968) e as áreas de ocorrência das espécies e domínio fitogeográfico na Amazônia foi utilizado dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2010) e a Lista de Espécies da Flora do Brasil (2016). 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA FAMÍLIA BURSERACEAE Os espécimes da família Burseraceae podem ser encontrados em maior quantidade no dossel ou no sub-bosque da floresta e em menor quantidade como arbustos. A casca lisa, grossa, fissurada, no entanto costuma apresentar desprendimento de fragmentos de diversos tamanhos. As espécies dessa família apresentam canais resinosos associados com os tecidos vasculares podendo libera resina, branca ou amarelada. O meristema apical não é protegido por botões (DALY, 1997). Com relação as folhas, estas apresentam se sempre alternas raramente opostas, compostas, geralmente imparipinadas às vezes bipinadas, decídua ou persistentes, folíolos laterais opostos em geral apresentando pulvínulos, margem inteira ou serrilhada. As inflorescências podem ocorrer como racemos, panículas ou pseudoespigas. E as flores são unissexuadas, pequenas, atingindo comprimento de até 5 mm, de cor creme, amarelada ou esverdeada, raramente avermelhada. Possuem de 3 a 5 sépalas, normalmente unidas e 3 a 5 pétalas, livres ou unidas. Um disco está sempre presente com 6 a 10 estames. Os frutos são drupáceos; às vezes capsulares; muitas vezes oblíquos. O pirênio (endocarpo com a semente) está envolto por polpa de cor branca, que se destaca devido à cor vistosa das válvulas ou columela (RIBEIRO et al., 1999 apud MARQUES, 2010; PORTER; POOL 1824). 4.2 DESCRIÇÃO BOTÂNICA DAS ESPÉCIES ESTUDADAS 4.2.1 Protium altsonii Sandwith A espécie do gênero Protium com detalhes de publicação original Bol. Misc. Informar. Kew 1928: 369 1928 (THE PLANT LIST, 2013). Sinônimos: Protium paraense Cuatrec; Protium puberulentum Steyerm. Conhecido pelo nome comum de Breu vermelho. 17 É uma espécie de origem: nativa, não é endêmica do Brasil e apresenta domínio fitogeográfico na Amazônia (FLORA DO BRASIL, 2012). Geralmente sua árvore podem alcançar até 26 m altura e 1,04 m de DAP (diâmetro na 1,30 m do solo); fuste reto; base digitada; ritidoma marrom-claro, áspero rugoso com depressões devido a desprendimento em placas; lenticelas elípticas pequenas de cor branca; casca morta marrom-clara com 1 mm espessura; casca viva fibrosa castanha-avermelhada; alburno creme, exudato pouco pegajoso; odor do breu (Figura 2). A Figura 3 demostra o formato das folhas que são consideradas compostas alternas, couriáceas, imparipinadas, com pecíolo do tipo caniculado, folíolos opostos, glabros, elípticos ou oblongos, ápice cuspidado ou gradualmente acuminado, margem inteira, base obtusa ou aguda. Nervação primária pinada, impressa, secundária alternadas, bronquidódroma, impressa; terciária reticulada, pulvínulos presentes. Inflorescência panículas axilares, distribuídas ao longo dos ramos nas axilas das folhas. As flores pequenas (3 a 5 mm de comprimento) de coloração branca, creme ou esverdeada, corola com tricomas presentes apenas ao longo da margem das pétalas, diclamídeas, actinomorfas, unissexuadas, tetrâmeras a pentâmeras, pétalas livres, cálice com 4 a 5 sépalas e corola com 4 a 5 pétalas livres entre si, diplostêmones de 8 a 10 estames iguais, inseridos na base do disco, filetes filiformes livres, anteras basifixas, rimosas, ovário súpero, sincárpico, com cinco lóculos, com um estilete, com um estigma lobado, prefloração valvar, estaminódios e pistilódios presentes. E o fruto considerado drupa deiscente, epicarpo ovóide, verde quando imaturo, epicarpo membranoso e mesocarpo carnoso. Sementes negras com testa membranácea, arilo branco, encerrada na camada interna do fruto, em um tecido lenhoso e duro que a recobre e embrião reto. Com relação a fenologia, a floração pode ocorrer de julho a outubro e frutificação de setembro a março. Com distribuição geográfica no Brasil nos seguintes estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, evidenciado na Figura 4. 18 Figura 2 - Detalhes do hábito, ritidoma e ramo Protium altsonii Sandwith. A: Árvore. B: Ritidoma destacando a casca viva (seta preta) e casca morta (seta branca). C: Ramo com folhas compostas. Barra de escala: C=10 cm Fonte: Eniel Davis Cruz (2008) 19 Figura 3 - Protium altsonii Sandwith. A) Hábito com inflorescência e infrutescência; B) Flor feminina.; C) Detalhe da flor masculina Fonte: adaptado de Martins, H.J. et al, s.n. 03/03/1980 (MG) 80647. Figura 4 - Distribuição geográfica no Brasil de Protium altsonii Sandwith. Fonte: adaptado de Flora do Brasil (2016). 20 4.2.2 Tetragastris altissima (Aubl.) Swart A espécie do gênero Tetragastris. Com detalhes de publicação original Recueil Trav. Bot. Néerl. 39: 413 1942. (THE PLANT LIST, 2013). Sinônimos: Icica altissima Aubl., Tetragastris phanerosepala Sandwith. Nome comum: Breu barrote. Sendo esta arvore considerada nativa, não é endêmica do Brasil, presente nas regiões da Amazônia e Cerrado (FLORA DO BRASIL, 2012). Podendo atingir 25 m de altura e 86,67 cm DAP (diâmetro a 1,30 m do solo); fuste reto, base de tronco com sapopema assimétricas de 2 m de altura; ritidoma de cor acinzentada e com desprendimento de placas escamosas; lenticelas pequenas; casca morta com 1 mm de espessura; casca viva com 4 mm de espessura e cor avermelhada; alburno de cor creme; exsudato pegajoso; odor do breu (Figura 5). Já suas folhas são consideradas compostas, alternas, subcoriáceas, imparipinadas, com folíolos opostos (FIGURA 5), com pecíolo do tipo caniculado, glabros, estípulas presentes, peciólulos laterais, elípticos, oblongos ou lanceolados, ápice acuminado ou agudo, margem inteira, base obtusa ou aguda. Nervação primária pinada, impressa, secundária alternadas, bronquidódroma, impressa; terciária reticulada. Inflorescência panículas axilares, distribuídas ao longo dos ramos nas axilas das folhas. As flores são pequenas (4 a 5 mm de comprimento) de coloração brancas, creme ou verde, pilosas, unissexuadas, diclamídeas, actinomorfas, pentâmeras, gamosépala, corola e estames cremes, 5 pétalas mais longas que as sépalas, pistilo amarelo, cálice amarelado ou verde, prefloração valvar, cálice com 5 sépalas fundidas na base (gamopétala), diplostêmones com 10 estames iguais, inseridos na base do disco, filetes filiformes livres, anteras basifixas, rimosas, ovário súpero, simples e unilocular, com um estilete e com um estigma lobado, prefloração valvar, pistilódios e estaminódios presentes (Figura 6). E os frutos do tipo drupa deiscente, liso e glabro, imaturo esverdeado e vermelho ou roxo quando maduro, com epicarpo ovóide membranoso e mesocarpo carnoso deiscente por válvulas; pirênios cada um com uma semente. Sementes negras com arilo branco. Resina cheirosa. Suas sementes são negras com testa membranácea, arilo branco, encerrada na camada interna do fruto, em um tecido lenhoso e duro que a recobre, embrião reto. Se tratando de fenologia, sua floração de julho a outubro e frutificação de setembro a março. Sua distribuição geográfica nos seguintes estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Maranhão, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso (FIGURA 6). 21 Figura 5 - Detalhes do hábito, ritidoma e ramo de Tetragastris altissima (Aubl.) Swart A: Árvore. B: Ritidoma destacando casca viva (seta preta) e casca morta (seta branca). C: Ramo com folhas compostas. Barras de escala: C=10 cm Fonte: Eniel Davis Cruz (2008). 22 Figura 6 - Tetragastris altissima (Aubl.) Swart. A) Hábito com inflorescência e infrutescência; B) Flor masculina; C) Detalhe da flor feminina. Fonte: adaptado de Prance, G.T. et al, s.n. 26/10/1982 (MG) 125636 Figura 7 - Distribuição geográfica no Brasil de Tetragastris altissima (Aubl.) Swart Fonte: adaptado de Flora do Brasil (2016). 23 4.2.3 Trattinnickia burserifolia Mart. A espécie do gênero Trattinnickia, apresenta detalhes de publicação original Nov. Gen. Sp. Pl. Bras. 3: 93 1831 (THE PLANT LIST, 2013). Sinônimos: Trattinnickia burserifolia var. quinquejuga Engl., Trattinnickia subchoripetala Swart. Nome comum: Amescla. Apresenta origem nativa, não endêmica do Brasil (FLORA DO BRASIL 2012) e domínios fitogeográficos na Amazônia (IBAMA, 2010). Suas árvores atingem 31 m de altura e 70 cm de DAP (diâmetro a 1,30 do solo); base digitada; fuste; ritidoma marrom com desprendimento em pequenas placas irregulares; lenticelas circulares; casca morta marrom com 1mm de espessura; casca viva castanha-amarelada com 5mm espessura; alburno creme, exsuda resina branca pegajosa e de cheiro forte (Figura 8). Suas folhas compostas, alternas, couriáceas, imparipinadas, com pecíolo do tipo caniculado, folíolos glabros, oblongos, lanceolados ou elípticos, ápice acuminado, base obtusa ou aguda, margem inteira, panículas terminal. Nervação primária pinada impressa, secundária alternadas, bronquidódroma, impressa; terciária reticulada. Inflorescência panículas axilar, distribuídas ao longo dos ramos nas axilas das folhas. As flores pequenas (2 a 3 mm de comprimento) densas de coloração rósea ou roxa, pilosas com aspecto aveludado, unissexuadas, diclamídeas, gamopétala, trímeras, cálice verde, corola e estame arroxeados pediceladas, 3 sépalas actinomorfas; cálice com 3 sépalas fundidas na base (gamopétala), diplostêmones com 6 estames iguais, gamostêmone, inseridos na base do disco, filetes filiformes livres, anteras, basifixas, rimosas, ovário súpero, sincárpico, com 2 lóculos, com um estilete, e um estigma lobado ou inteiro; prefloração valvar, pistipódios e estaminódios presentes (Figura 9). Os frutos considerados drupa indeiscente septicida, epicarpo rombóide, ápice agudo, com epicarpo membranáceo, glabro, mesocarpo verde a marrom esverdeado; pireno 1, geralmente 3-locular, ovário livre com dias a cinco lóculos. Sementes negras arilo branco. Resina transparente pegajosa, cheiro de breu. Quanto a sua fenologia, a floração ocorre de julho a outubro e frutificação de setembro a março. Distribuição geográfica no Brasil acontece nos segintes estados: Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso (Figura 10). 24 Figura 8 - Detalhes do hábito, ritidoma e ramos de Trattinnickia burserifolia Mart. A: Árvore. B: Ritidoma destacando a casca viva e casca morta casca viva (seta preta) e casca morta (seta branca). C: Ramo com folhas compostas e gema apical (Seta). Barras de escala: C=10 cm. Fonte: Eniel Davis Cruz (2008) 25 Figura 9 - Trattinnickia burserifolia Mart. A) Hábito com inflorescência e infrutescência; B) Flor feminina; C) Detalhe da flor masculina. Fonte: adaptado de Lisboa et al, 1660 26/10/1980 (MG) 129560. Figura 10 - Distribuição geográfica no Brasil de Trattinnickia burserifolia Mart. Fonte: adaptado de Flora do Brasil (2016). 26 4.2.4 Trattinnickia rhoifolia Willd. É uma espécie do gênero Trattinnickia. Com detalhes de publicação original Sp. Pl. 4: 975 1806. Sinônimos: Trattinnickia rhoifolia Willd. var. rhoifolia, Trattinnickia rhoifolia subsp. willdenowii Engl., Trattinnickia rhoifolia subsp. sprucei Engl. Conhecida por nome comum: Breu sucuruba Apresenta origem nativa, não é endêmica do Brasil e domínio fitogeográfico Amazônia (FLORA DO BRASIL, 2012). Árvore de 32 m de altura e 1,00 m DAP (diâmetro a 1,30 m do solo); base digitada, fuste cilíndrico. Seu ritidoma acinzentado com depressões e desprendimento em placas lenhosas pequenas deixando estrias leves, lenticelas presentes; casca morta marrom com 2mm de espessura, casca viva laranja com 1,0 cm espessura. Alburno laranja; exsudação transparente com cheiro de breu (Figura 11). As folhas compostas, alternas, couriáceas, imparipinadas ( Figura 12), com pecíolo do tipo caniculado, folíolos opostos, foliolulos pubescente com pêlos distribuídos ao longo das nervuras conferindo textura áspera aos foliolulos, oblongos ou lanceolados, ápice acuminado ou agudo, margem inteira, base geralmente cordada ou obtusa, margem inteira. Nervura primária pinada impressa, pilosa na face abaxial, secundária alternada e pilosa na face abaxial, bronquidódroma, impressa; terciária reticulada. Inflorescência cimosa, paniculiforme, axilar distribuídas ao longo dos ramos e nas axilas das folhas. Suas flores pequenas (4 a 5 mm de comprimento) de coloração creme, esverdeada ou rósea, pilosa com aspecto aveludado, diclamídeas, 3 pétalas, gamopétala, trímeras, cálice livre verde, corola rósea, 3 sépalas actinomorfas, unissexuadas, estame arroxeados diplostêmones com 6 estames iguais, gamostêmone, inseridos na base do disco, filetes filiformes livres; anteras basifixas, rimosas; ovário súpero, sincárpico com 2 lóculos, com um estilete, com um estigma lobado, prefloração valvar. Frutos drupa deiscência, epicarpo rombóide, ápice agudo, com epicarpo membranáceo, indeiscente, glabro, mesocarpo verde a marrom esverdeado, simples; pireno 1, geralmente trilocular, ovário livre com dias a cinco lóculos ( Figura 12). Suas sementes negras, testa membranácea, arilo branco, encerrada na camada interna do fruto, em um tecido lenhoso e duro que a recobre, embrião reto. Resina clara com cheiro muito forte de breu. 27 Sua fenologia de floração nos meses de julho a outubro e frutificação de setembro a março. Distribuição geográfica no Brasil nos estados: Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Acre, Rondônia (Figura 13). Figura 11- Detalhes do hábito, ritidoma e frutos de Trattinnickia rhoifolia Willd. A: Árvore. B: Ritidoma destacando casca viva (seta preta) e casca morta (seta branca). frutificação e folhas compostas. D: Frutos secos Fonte: Eniel Davis Cruz (2008) C: Ramo com 28 Figura 12 - Trattinnickia rhoifolia Willd. A) Hábito; B) Flor feminina; C) Detalhe da flor masculina Fonte: adaptado de Rabelo, D.M. et al, s.n 05/03/1985 (MG) 113421. Figura 13 - Distribuição geográfica no Brasil de Trattinnickia rhoifolia Willd. Fonte: adaptado de Flora do Brasil (2016). 29 4.3 DIFERENCIAÇÃO ENTRE AS ESPECIES ESTUDADAS Com base nas características identificadas, descritas e comparadas, é possível montar um quadro de identificação (QUADRO 1), diferenciando através das características morfológicas as espécies de Protium altsonii Sandwith, Tetragastris altissima (Aubl.) Swart., Trattinnickia burserifolia Mart.; Trattinnickia rhoifolia Willd. Quadro 1- Identificação de algumas espécies da Família Burseraceae de acordo com seus caracteres morfológicos. P. altsonni TRONCO FOLHA T. burseriflolia T. rhofolia Casca morta marrom Casca morta acinzentada Casca morta marrom Casca morta acinzentada Casca viva castanho; Casca viva avermelhada Casca viva castanho Casca viva laranjada Alburno creme Alburno creme Exsudação pouco pegajosa Exsudado pegajoso Folíolos opostos, glabros, elípticos ou oblongos Folíolos opostos, glabros, elípticos, oblongos Ápice cuspidado Ápice acuminado ou agudo Margem inteira base obtusa ou aguda FLOR T. altissima Alburno creme Exsudação branca Alburno laranja Exsudação transparente Folíolos opostos, glabros, oblongos, lanceolados ou elípticos Ápice acuminado, Margem inteira, base obtusa ou aguda. Margem inteira, base aguda panículas terminal Cor branca, creme ou esverdeada Branca, creme ou verde Cor rosa ou roxa Tetrâmera ou pentâmera Pentâmera Gamopétala Trímera Gamopétala Folíolos piloso, oblongos Ápice acuminado Margem inteira base cordada Cor creme, verde ou rosa Gamopétala Trímera Pétalas livres Deiscente FRUTO Verde a vermelho Deiscente Fonte: Lyssa Martins de Souza (2016) Marrom a esverdeado Indeiscente Verde a marrom Indeiscente 30 A espécie Protium altsonii pode ser diferenciada, quando comparadas as demais devido os aspectos florais, onde suas flores apresentam pétalas livres. Diferente da Tetragastris altissima, Trattinnickia burserifolia e Trattinnickia rhoifoli, que apresentam pétalas do tipo gamopétalas. Resultados similares foram observados por Barroso (1991), ressaltando algumas característica sutilizadas para separar o gênero Protium dos gêneros Bursera, Crepidospermum e Dacryodes. Essas características são flores tetrâmeras ou pentâmeras (Figura 3) e diplostêmones, prefloração valvar e semente com embrião reto. Melo et al (2007) destacam o pirênio como uma estrutura significativa para auxiliar tanto na identificação de frutos, como de plântulas, pois em geral são persistentes nessa fase do ciclo de vida da planta. Em Burseraceae eles são geralmente ovóides, com ápice agudo, de consistência cartilaginosa a óssea, glabras ou pubescentes, com superfície diferenciada em torno da cicatriz funicular, e apresentando diferentes formas e tamanhos. Outros caracteres utilizados para auxiliar na taxonomia são: forma do fruto, coloração, presença ou ausência de tricomas, textura. Porter e Pool (1824) formularam uma chave dicotômica para separar os gêneros de Burseraceas através dos caracteres morfológicos externos que distinguem os gêneros Protium, Tetragastris e Trattinnickia, seguindo os caracteres: folíolos ásperos; frutos indeiscentes pireno plurilocular, superfície do pireno tuberculada, pseudoarilo ausente, estas que são características comuns às espécies de Trattinnickia e folíolos lisos ao tato; frutos deiscentes, pirenos uniloculares, superfície lisa, rodeados por um pseudoarilosão características relacionadas aos outros gêneros. No entanto, Fine (2005) relata que os principais caracteres morfológicos que auxiliam na identificação de espécies em Burseraceae foram, cor da resina, odor, margem da folha, tamanho e número de folíolos, e textura da folha. Fernandez (2008) em sua pesquisa no Amazonas, destacou que os caracteres mais importantes no processo determinação das espécies de Protium e Tetragastris foram, o ápice do folíolo, pilosidade do peciólulo e textura das folhas; caracteres que coincidem com a descrição do gênero Protium, realizada por Daly (1987). Melo et al (2007) encontraram características semelhantes ao desse estudo, quando descreveram a morfologia de nove espécies de Protium da Amazônia central. Na literatura, várias são as classificações divergentes adotadas por vários autores, quanto a descrição morfológica dos frutos para as espécies de Protium. Alguns classificam como 31 sendo drupas (ROOSMALEN, 1985; MELO et al, 2007), filotrimídio (BARROSO et al, 1999), nuculânios (SPJUT, 1994). Os gêneros Protium e Tetragastris, vêm sendo considerados intimamente relacionados; de fato, muitos espécimes de cada gênero têm sido erroneamente remetidos uma com a outra. Tradicionalmente, eles foram separados por caracteres da corola e embrião. Tetragastris com pétalas unidas e plano-convexas e cotilédones inteiros e Protium com pétalas livres e lóbulos dos cotilédones contortuplicados (DALY, 1989). Outros caracteres taxonômicos que separam os gêneros são as pétalas fusionadas e cotilédones inteiros em Tetragastris, enquanto Protium apresenta pétalas livres e cotilédones lobados (DALY, 1987). Já as características que distinguem as espécies dos gêneros Protium (Figura 3) e Tetragastris (Figura 6) são: Folíolos laterais com pulvino distal; flores estaminadas geralmente com disco pistilódio e diferenciado (ou confluentes e formando um ovariodisco e flores sésseis), pistilodio ou ovariodisco muito sobrecarregado e não escondida pelos estames, anteras com base de sagitadas para Protium e folíolos laterais sem pulvíno distal; flores estaminadas com ovariodisco oculto e apenas levemente ultrapassada pelo círculo de estames, anteras com bases continuas com o filamento, fruto em forma de concha, amplo, em Tetragastris. As espécies do gênero Trattinnickia possuem folíolos ásperos, na face abaxial, e peciólulos mais grossos e curtos que nas espécies de Protium, podendo esse ser um caractere diagnóstico no campo. Essa observação foi confirmada em Trattinnickia rhoifolia, onde os folíolos apresentam textura áspera em ambas as faces dos folíolos, base cordada e nervação primária e secundária pilosas nas faces abaxial e adaxial, essas observadas com lupa de dez vezes de aumento como pode ser observado na Figura 12. De acordo com as experiências de campo dos parataxônomos do herbário IAN da Embrapa Amazônia Oriental, estas características são importantes durante a identificação e separação dos gêneros da família Burseraceae. As espécies estudadas apresentaram flores pequenas de 2 a 5 mm, no entanto Daly (1989), descreveu as flores do gênero Trattinnickia, como relativamente grandes, quando comparada as dos outros gêneros de Burseraceae, com cálice fortemente cupular, corola tubular longa com pétalas conatas em pelo menos 2/3 do seu comprimento, fruto umbonado a depressoovóide com endocarpo pétreo, trilobado. 32 As espécies de Protium são muito difíceis de serem separadas. Daly (1987), relatou que há vários casos, onde espécies do gênero Protium se assemelham muito mais a espécies de outros gêneros de Burseraceae, do que espécies do próprio gênero. O Protium é considerado por Engler (1874) e Lam (1932), o gênero do qual derivaram os demais componentes de família Burseraceae. Geralmente, neste e nos demais gêneros, as flores masculinas e femininas são bem distintas entre sí, há casos, porém, em que as diferenças mal se percebem, são tão sutis que julgaríamos necessária uma revisão baseada em observações de campo para que pudesse estabelecer o grau de variação na pilosidade, no comprimento dos pecíolos, bem como na forma dos folíolos, já que são esses os caracteres básicos usados para diferenciação dos taxos (BARROSO, 1991). Ribeiro et al (1999), destacaram que a ocorrência de folíolos com peciólulos pulvinulados, presente em quase todas as espécies de Protium, exceto em: P. subserratum, P. apiculatum e P. pilosum, podendo ser uma característica de distinção dos demais gêneros. 5. CONCLUSÃO As espécies estudadas Protium altsonii Sandwith; Tetragastris altissima (Aubl.) Sw; Trattinnickia burseraefolia Mart. e Trattinnickia rhoifolia Willd apresentam semelhanças nos morfológicos externos, no entanto, as espécies podem ser separadas por meio de características morfológicas interespecíficas, como: caracteres vegetativos reprodutivos e morfologia das folhas. Em geral, a determinação das espécies é realizada utilizando os caracteres vegetativos, no entanto, nem sempre é possível encontrar plantas em estádio reprodutivo, pois a maioria das espécies de Burseraceae apresenta ciclo de reprodução anual de curta duração, fato que dificilmente coincide com a possibilidade de coleta. Na impossibilidade de coleta de material fértil para determinação taxonômica e do auxílio de um especialista, faz-se necessário recorrer a métodos alternativos de identificação, como características dendrológicas e anatomia de órgão, já que se tratam de espécies similares quanto aos caracteres morfológicos, que usualmente são agrupadas por essas características. 33 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Patrícia Danielle Oliveira de et al. Avaliação da atividade anti-inflamatória de triterpenos isolados de óleo-resinas de Protium paniculatum Engler (Burseraceae). 2013. ASSIS, Igor Medeiros de et al. Lignóides de Burseraceae da Amazônia. 2013. BANDEIRA, Paulo N. et al. Obtenção de derivados da mistura triterpenoídica α-e β-amirina. Rev Bras Farmacogn, v. 17, n. 2, p. 204-208, 2007. BARROSO, G. M.. Sistemática das Angiospermas do Brasil. v. 2. Viçosa – MG: UFV. Imprensa universitária, 1991. BARROSO, G.M.; AMORIM, M.P.; PEIXOTO, A.L. & ICHASO, C.L.F. 1999. 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Pires, J.M. 7030, 06/1958 (IAN); Pires, J.M. 10683, 15/08/1967 (IAN); Pires, J.M., 11180, 1967 (IAN). Pires, J.M. 11659, 08/05/1968 (IAN); Pires, J.M. s.n. 19/06/1974 (IAN). Belém, Pires, J.M. 11115 18/10/1967 (IAN); Silva, M.B. da, 106. 27/09/1942 (IAN). Belém: Reserva Florestal do Mocambo, Pires, J.M. 6722, 01/1956 (IAN). Reserva florestal de Mocambo, Oliveira, E. 2609, 22/09/1963 (IAN); Reserva Florestal do Mocambo, Gentry, A.H, 48999,14/11/1984 (IAN). Benevides: Granja Maratá. Pires, J.M. s.n, 30/11/1973 (IAN). Breves: Pires, J.M. 5921, 30/08/1956 (IAN). Belterra: Área de pesquisa do Projeto Dendrogene, área 4. Assunção, P.A.C.L. s.n. 08/05/2002 (IAN). Nascimento, M.P. s.n. 19/09/2002 (IAN); Km 83 da rodovia Santarém-Cuiabá. Bloco 7, linha 12. Melo, A.T.S. s.n. 23/10/2003 (IAN). Mata primária; Oliveira, G.J. s.n. 31/12/2003 (IAN); Mata primária, Oliveira, G.J. s.n. 25/05/2004 (IAN); Mata primária, Oliveira, G.J. s.n. 01/06/2004 (IAN). Rodovia Bragança – Viseu, Prance, G.T. 2039, 09/11/1965 (IAN). Paragominas: Ferreira, G.C. s.n. 14/09/2004 (IAN); Ferreira, A.M. s.n. 21/08/2002 (IAN); Ferreira, A.M. s.n. 22/08/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n. 24/09/2002 (IAN); Oliveira, J.C.L. de, s.n. 18/04/2002 (IAN); Procópio, L.C., s.n. 13/06/2001 (IAN); Soler, J.G. s.n. 13/06/2001(IAN); Soler, J.G. s.n. 13/07/2001 (IAN). Martins, H.J. et al, s.n 03/03/1980. Utinga: W.A. Ducke s.n 06/08/1914 (MG). Tetragastris altissima (Aubl.) Swart Material examinado: Brasil, Pará: Oliveira, E., 656, 02/05/1960 (IAN); Silva, N.T., 1675, 23/01/1969 (IAN); Silva, N.T., 3111, 05/05/1970 (IAN); Soler, J.G. s.n., 27/08/2001 (IAN). Belém: Archer, W.A., 7971, 13/12/1942 (IAN); Daly, D.C., 1439, 20/11/1981 (IAN); Lago Preto de Jurutí, Swart Oliveira, E., 20, 20/01/1957 (IAN); Prance, G.T., 1666, 15/10/1965 (IAN); Prance, G.T., s.n., 30/10/1965 (IAN); Belém: Pires, J.M., 10595, 19/07/1967 (IAN); Pires, J.M., 10782, 25/08/1967 (IAN); Pires, J.M., 11159, 28/08/1967 (IAN); Belém: Bosque Rodrigues Alves, Cordeiro, M.R. 4451, 29/09/1999 (IAN); Cordeiro, M.R. 4748. 30/09/1999 (IAN); Reserva de Mocambo, Pires, J.M., 10761, 23/08/1967 (IAN). Belém: Bosque Rodrigues Alves Cordeiro, M.R. 4451, 29/09/1999 (IAN); Cordeiro, M.R. 4748. 30/09/1999 (IAN). Almeirim: Santos, M.R. dos, 470, 04/12/1978 (IAN); Barlow, J., 912., 05/07/2005 (IAN). Belterra: Rodovia Santarém-Cuiabá, km 83. Oliveira, G.J. s.n., 17/12/2003; Oliveira, G.J., s.n., 39 23/011/2004 (IAN). Breves: Pires, J.M., 5668, 30/08/1956 (IAN). Conceição do Araguaia Fróes, R.L., 29961, 02/07/1953 (IAN). Igarapé Mirim: Oliveira, E., 1272, 02/02/1961 (IAN). Marabá: Daly, D.C., 1665, 03/12/1981 (IAN); Ribeiro, B.G.S. 49, 25/01/1971 (IAN); Ribeiro, B.G.S., 62, 25/01/1971; Pires, J.M., 13474, 30/09/1973 (IAN); Moju: Cordeiro, M.R. n.s, 11/2001 (IAN); Ferreira, A.M., s.n., 12/08/2002 (IAN); Guimarães, R de PM, 01, 01/11/2008 (IAN); Martins, D.P. 17, 22/10/2001 (IAN); Soler, J.G., s.n., 27/08/2001 (IAN); Soler, J.G., s.n., 27/08/2001 (IAN); Soler, J.G., s.n., 07/08/2002 (IAN); Soler, J.G., s.n., 07/08/2002 (IAN); Soler, J.G., s.n., 10/09/ 2002 (IAN); Soler, J.G., s.n.,10/09/2002 (IAN). Monte Dourado: Oliveira, E., 4029, 28/01/1968 (IAN); Oliveira, E., 3758, 06/12/1967 (IAN); Oliveira, E., 3832, 03/12/1967 (IAN); Oliveira, E., 4055, 31/01/1968 (IAN); Oliveira, E., 4101, 04/02/1968 (IAN); Oliveira, E., 4517, 14/06/1968 (IAN); Oliveira, E., 4800, 28/08/1968 (IAN); Oliveira, E., 4821, 31/08/1968 (IAN); Oliveira, E., 4838, 05/09/1968 (IAN); Pires, J.M., 13475, 30/09/1973 (IAN); Silva, N.T., 1175, 10/10/1968 (IAN); Silva, N.T., 1345, 31/10/1968 (IAN); Silva, N.T., 1366, 10/11/1968 (IAN); Silva, N.T., 1371, 10/11/1968 (IAN); Silva, N.T., 1382, 12/11/1968 (IAN). Novo Repartimento: Monteiro, C.D.O.R., 02, 25/08/2004 (IAN); Ribeiro, J.S., 36, 26/11/2003 (IAN); Santos, I.S. 02, 20/08/2003 (IAN); Soler, J.G., s.n., 09/11/2002 (IAN); Soler, J.G., s.n., 09/11/2002 (IAN). Ourilândia do Norte: Cordeiro, M.R. 2897, 06/02/1997 (IAN); Cordeiro, M.R. 2919, 01/12/1997 (IAN); Cordeiro, M.R., 2894. 03/02/1999 (IAN); Cordeiro, M.R. 2994, 02/02/1999 (IAN); Cordeiro, M.R. 2999, 02/02/1999 (IAN). Paragominas: Ferreira, A.M., s.n, 21/08/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n.. ,21/08/2002 (IAN); Freitas, J.C. da, 134, 08/04/2003 (IAN); Pereira, J.R.; RA, 46, 24/04/2004 (IAN); Nascimento, M.P., s.n., 20/11/2001 (IAN); Nascimento, M.P., s.n., 20/11/2001 (IAN); Santos, R.R. dos, 38, 27/03/1974 (IAN). Pau D'arco, Marajoara, Grogan, J. 70. 1997; 12/1999 (IAN). Redenção: Zimmerman, B., s.n., Fevereiro 2000 (IAN). Rio Itacaiunas, afluente do Rio Tocantins, Serra Buritirama Pires, J.M., 12647, 09/1970 (IAN). Santa Isabel do Pará: Cordeiro, M.R., 100256, 12/08/2001 (IAN); Santarém: Rosário, C.S., 835, 18 Agosto 1988 (IAN); Tocantins: Pires, J.M., 12824., 08/1970 (IAN); Tucuruí: Silva, M.F.F. da, 408, 17/12/1972 (IAN); Viseu: Balée, W.L., 333, 10/08/1985 (IAN); Viseu: Balée, W.L., 390, 11/08/1985 (IAN). Trattinnickia burserifolia Mart. Material examinado: Brasil, Pará: Ribeiro, B.G.S. 1441, 17/05/1976 (IAN). Pau D'arco: Grogan, J. 71, 1997 (IAN). Alto Tapajós: Pires, J.M. 4014, 24/01/1952 (IAN). Belém: Egler, W.A., 873, 14/07/1959. Belterra: Nascimento, M.P, s.n, 08/11/2003 (IAN); Oliveira, G.J. s.n., 30/12/2003 (IAN). Breves: Pires, J.M. 4986, 30/08/1956 (IAN); Pires, J.M., 5662, 30/08/1956 (IAN). Igarapé-Açu: Ferreira, G.C. 806, 15/05/2002 (IAN). Marabá: Pires, J.M. 13547, 30/ 40 09/1972 (IAN); Brito, J.M. de, s.n, 24/04/2001(IAN); Brito, J.M. de, s.n., 24/04/2000 (IAN); Cordeiro, M.R., 10, 2001(IAN); Ferreira, A.M. s.n, 24/04/2001(IAN); Ferreira, A.M. s.n, 24/04/2001(IAN); Ferreira, A.M. s.n, 25/02/2002 (IAN); Ferreira, A.M. s.n, 25/02/2002 (IAN); Ferreira, A.M. s.n, 14/06/2002 (IAN); Ferreira, A.M. s.n, 14/06/2002 (IAN); Ferreira, A.M. s.n, 17/06/2002 (IAN); Ferreira, A.M. s.n, 17/06/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n, 18/06/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n, 18/06/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n, 19/06/2002 (IAN); Ferreira, A.M. s.n, 19/06/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n, 25/06/2002 (IAN); Ferreira, A.M. s.n, 13/08/2002 (IAN); Ferreira, A.M. s.n., 13/08/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n, 21/08/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n, 24/10/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n, 24/10/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n., 24 10 2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n., 24/10/2002 (IAN); Ferreira, A.M. s.n, 25/03/2003 (IAN); Soler, J.G, s.n, 21/08/2001 (IAN); Soler, J.G, s.n, 23/08/2001 (IAN); Soler, J.G, s.n, 07/08/2002 (IAN); Soler, J.G, s.n, 04/09/2002 (IAN); Soler, J.G., s.n., 04/09/2002(IAN); Soler, J.G., s.n, 07/08 2002 (IAN); Nascimento, M.P. 107, 14/05/2002 (IAN). Monte Alegre: Fróes, R.L. 30424, 28/09/1953. Monte Dourado: Oliveira, E., 3837, 04/12/1967; Silva, N.T. 2808, 04/10/1969. Novo Repartimento: Ferreira, A.M. s.n, 21/ 08/2002; Ferreira, A.M, s.n, 22/08/2002; Monteiro, C.D.O.R., 09, 02/09/2004 (IAN). Paragominas: Ferreira, A.M. s.n, 21/08/2002 (IAN); Ferreira, A.M., s.n, 22/08/2002 (IAN); Ferreira, G.C., s.n, 14/09/2004 (IAN); Melo, A.T.S., s.n, 30/08/2004 (IAN); Monteiro, C.D.O.R., s.n, 27/08/2004; (IAN); Pereira, J.R.; RA, 83, 25/04/2004; (IAN). Santarém: Argemiro, 0720501, 23/ 08/1974 (IAN); Argemiro, 0720505, 23/08/1974 (IAN); Cordeiro, M.R., 3774, 15/04/999 (IAN); Cordeiro, M.R., 3743, 14/04/1999 (IAN); Cordeiro, M.R., 3873, 11/06/1999 (IAN); Cordeiro, M.R., 4009, 14/09/1999 (IAN); Didi, 0820503, 11/09/1974 (IAN); Erly, 1740703, 17/10/1975 (IAN); Feitosa, R.N.S. 90, 24/10/2001 (IAN); Manoel, 0840601, 06/11/1974; (IAN); Silva, R.R. 0790502, 29/08/1974 (IAN); Silva, R.R. 0800701, 04/ 09/1974 (IAN); Silva, R.R., 0940504, 08/10/1974 (IAN); Silva, R.R. 1170505, 15/10/1974 (IAN). Serra dos Carajás: Silva, N.T. 3635, 28/08/1972 (IAN). Tapajós: Anderson, W.R. 10756, 11/02/1974 (IAN). Trattinnickia rhoifolia Willd. Material examinado: Brasil: Pará, Silva, N.T. s.n, 26/04/1969 (IAN); Silva, N.T. 3270, 19/08/1970 (IAN). Belém: Bosque Rodrigues Alves, Gurgel, E.S.C. 210, 19/11/2003 (IAN); Cordeiro, M.R. 4452, 29/09/1999 (IAN); Pires, J.M. 14911a, 20/10/1974 (IAN); Pires, J.M. 4461, 11/02/1983 (IAN). Concordia do Pará: Cordeiro, M.R. 100313, 04/11/2001 (IAN); Ferreira, A.M. s.n, 22/10/2002 (IAN); Nascimento, M.P. 345, 17/02/2004 (IAN); Nascimento, M.P. 374, 19/02/2004 (IAN); Oliveira, J.C.L. de, 365, 11/09/2002 (IAN); Procópio, L.C. s.n, 28/01/2003 (IAN); Ribeiro, B.G.S. 2194, 25/03/1996 (IAN); Soler, J.G. s.n, 10/08/2002 (IAN); 41 Soler, J.G. s.n, 10/08/2002 (IAN). Monte Dourado: Oliveira, E. 3530, 14/11/1967 (IAN); Oliveira, E. 4837, 26/01/1968 (IAN); Oliveira, E. 4217, 04/04/1968 (IAN); Oliveira, E. 4647, 02/06/1968 (IAN); Oliveira, E. 4435, 05/06/1968 (IAN); Oliveira, E. 4217, 05/09/1968 (IAN); Oliveira, E. 4844, 06/09/1968 (IAN); Silva, N.T. 1243, 17/10/1968 (IAN); Silva, N.T. 2062, 28/05/1969 (IAN); Silva, N.T. 2975, 16/02/1970 (IAN). Novo Repartimento: Carmo, N.A.S. do, s.n, 18/08/2003 (IAN). Carmo, N.A.S. do, 18, 16/06/2003 (IAN); Ferreira, A.M. s.n, 22/08/2002 (IAN); Ferreira, G.C. s.n, 16/09/2004 (IAN); Soler, J.G. s.n, 13/07/2001 (IAN); Soler, J.G. s.n, 13/07/2001 (IAN); Soler, J.G. s.n, 13/07/2001 (IAN); Soler, J.G. s.n, 15/06/2001 (IAN); Soler, J.G. s.n, 15/06/2001 (IAN). Paragominas: Fazenda Rio Capim, Madereira Grupo CIKEL Verde S.A.: Carmo, N.A.S. do, 18, 16/06/2003 (IAN); Ferreira, G.C., s.n., 16/09/2004 (IAN); Silva, J.F. da, 192. 19/06/2001 (IAN); Soler, J.G., s.n. 15/06/2001 (IAN); Soler, J.G., s.n. 15/07/2001 (IAN); Soler, J.G., s.n. 13/07/2001 (IAN); Soler, J.G., s.n. 22/08/2002 (IAN); Willd., s.n.. ,11/06/2003 (IAN). Peixe-Boi: Stone, A. 49, 18/11/2002 (IAN). Santarém: Cordeiro, M.R. 3728, 13/04/1999 (IAN); Erly, 1900702, 16/10/1975 (IAN); Erly, 0940701, 30/09/1975 (IAN); Feitosa, R.N.S. 88, 24/10/2001 (IAN); Fróes, R.L. 31513, 10/01/1955 (IAN); Melo, A.T.S. s.n, 23/10/2003 (IAN); Rosário, C.S. 920, 22/08/1988 (IAN).