O PENSAMENTO DE DAVID ÉMILE DURKHEIM E A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO – REFLEXÕES SOBRE A MORAL E A DITADURA MILITAR NO BRASIL ABREU, Vanessa Kern. INACIO FILHO, Geraldo. Universidade Federal de Uberlândia. Introdução O pensamento de David Émile Durkheim na História da Educação no Brasil é algo constantemente presente. No entanto, segundo Bruno Bontempi Jr. (2005, P.47), o único grande autor na História da Educação brasileira e declarar filiação teórica a Durkheim foi Fernando de Azevedo. Mesmo em textos que não mencionam o nome de Durkheim, ou não declare ser dele a base teórica - metodológica seguida, a sua presença pode ser identificada; Durkheim produziu sua própria possibilidade de regra de formação de outros textos, de pesquisas. Seu método marcou toda uma geração de estudantes franceses, quando a França tinha em sua Terceira República um modelo para o mundo. Em 1902, A Educação Moral foi o primeiro curso de Durkheim em Sorbonne. O professor sociólogo conseguira elevar sua Ciência Social – Sociologia - em nível de Cátedra e fazer com que o ideal de uma escola primária, pública, laica, gratuita e obrigatória começasse na Universidade e invadisse a República, que fez desse objetivo sua bandeira (FERNANDES, s/d; PP.19-40). Esse ideal erguido nas salas de aula de Durkheim na França do início do século serviu de modelo para a Europa e para intelectuais, que viam naquele país um modelo a ser seguido. Além de um modelo de escola, Durkheim oferecia igualmente um modelo de como pesquisar, de como escrever e interpretar um tema ou um texto; modelo que permanece silencioso, porém vivo, entre nós. Durkheim, em seus escritos, zela pela importância da História para a análise sociológica: para entendermos uma dada sociedade como é hoje, é preciso voltar ao passado e compreender como a mesma foi sendo arquitetada pelos homens. De diversas formas, o método de Durkheim envolve as pesquisas e os textos escritos até os dias de hoje. Aliás, a prática de estender os estudos de história “até os dias de hoje” mostra a permanência de Durkheim entre nós, pois busca relações de causalidade entre fatos do passado e do presente. Por outro lado, “... cabe à História reconstituir o passado em suas condições precisas de tempo e espaço, descrevendo 2 os ‘acontecimentos’, e dispondo-os em ordem cronológica” (BONTEMPI JR, Idem. P.51). Percebe-se que esse modelo permaneceu entre nós por muito tempo, e muitos pesquisadores e educadores levam em conta para os seus trabalhos as contribuições de Durkheim para o método da História. Entretanto, o próprio Durkheim ressalta a importância da Moral e de seus pressupostos, tanto para a História quanto para a Ciência Social. As variações que promovem a aproximação e o intercâmbio ativo entre os indivíduos – ‘a densidade dinâmica da moral’ de uma dada sociedade -, ou seja, a alteração dos importantes fatores morfológicos que compõem a base da estrutura social, terão seus efeitos morais, o que significa dizer que as idéias e os sentimentos individuais são reflexos morais de um tipo concreto de estrutura social, e, que por isso, a organização social pode explicar os modos de pensar de um determinado povo, tomado no tempo e no espaço (Ibid Idem, Op. Cit. DURKHEIM, 1999. P. 252). Nesse caso podemos refletir sobre dois pontos importantes: Primeiro, quando Durkheim se refere aos “fatores morfológicos” é preciso esclarecer que ele pensava a sociedade como um grande organismo vivo, em que cada grupo ou classe social cumpria seu papel na organização social. Pode-se dizer, assim, que a sociedade está “doente” ou em crise quando um grupo ou classe não contribui para a manutenção da Ordem e desenvolvimento do Progresso, mas luta por particularismos e revoluções que, segundo ele, apenas tornam o corpo social mais doente. No caso da França da Terceira República, essa “doença” estava representada nas Comunas Operárias, que aspiravam ter suas próprias escolas. Lutar por uma escola primária, pública, laica, gratuita e obrigatória, nesse caso, era também lutar contra as Comunas e a “doença” que elas representavam para a França (FERNANDES, Idem). Em segundo lugar, quando Émile Durkheim diz que “a organização social pode explicar os modos de pensar de um determinado povo”, não esta se referindo aos conceitos marxianos de “Infra e Supra Estrutura”. Ao contrário, esse foi um engano que muitos intelectuais cometeram, apenas ao substituir alguns conceitos por outros, empregando um método durkheimiano, levando um nome marxiano. Na Sociologia durkheimiana os fatos sociais devem ser explicados na organização social e por ela, e assim o é a Educação. Isso leva à construção de uma história monumental da educação, uma história repleta de datas, nomes e lugares, como referências obrigatórias para a formação da história da Pátria e da Moral de um 3 povo. Esse fato levou a Legislação do ensino a ser a principal fonte para a Educação, pois conta a história digna de ser tida com verdadeira e formadora da maneira de pensar de uma nação, tomada pelo todo. É interessante notar que, segundo Bontempi Jr., “a história narrada por Azevedo também parece ter desestimulado, como ocorreu com a obra de Durkheim na França, o interesse pela história dos conteúdos do ensino” (Idem, P.53 – nota de rodapé). Irônico como, através do método de Durkheim, o Estado francês, assim como os outros Estados que seguiram o seu exemplo, tenha modelado os conteúdos escolares em seus próprios interesses ao longo das épocas. No entanto, no seu pensamento, nenhuma sociedade pode se manter viva, se nela não existir homogeneidade através da transmissão de seus ideais a todos os cidadãos, e em especial, às crianças (Idem Ibdem, P. 54). Dessa forma, segundo Bontempi Jr., O fenômeno social da educação é assim definido e explicado por sua função; em outras palavras, para averiguar a função da educação deve, o cientista social, perguntar a que necessidade geral da sociedade ela corresponde (Idem Ibdem). Durante a ditadura militar no Brasil, esse funcionalismo foi evidente por parte do Estado, que quis colocar sob seu controle tudo o que estivesse relacionado ao desenvolvimento econômico e à segurança nacional da sociedade. Segundo Durkheim, esse poder coercitivo é necessário à manutenção da ordem da sociedade, assim como para o seu bem moral. Portanto, iremos refletir como o pensamento de Durkheim esteve presente na ditadura militar e no ensino da Educação Moral e Cívica – E.M.C. Durkheim e a ditadura militar no Brasil Na leitura da obra “Educação e Sociologia” de D. Émile Durkheim, em diversos trechos, ficam claros os diálogos possíveis entre a sociedade idealizada pelo cientista social e pelos tecnocratas militares brasileiros. Vejamos, por exemplo, o trecho das páginas 46 e 47: ... Sociedade e indivíduo são idéias dependentes uma da outra. Desejando melhorar a sociedade, o indivíduo deseja melhorar-se a si próprio. Por sua vez, a ação exercida pela sociedade, especialmente através da educação, não tem por objeto, ou por efeito, comprimir o indivíduo, amesquinhá-lo, desnaturá-lo, mas ao contrário engrandecê-lo e 4 torná-lo criatura verdadeiramente humana. Sem dúvida, o indivíduo não pode engrandecer-se senão pelo próprio esforço. O poder do esforço constituí, precisamente, uma das características essenciais do homem. Ora, esse era, exatamente, o enquadramento teórico que os militares davam ao seu governo. A dependência entre sujeito e sociedade eram sempre destacados na Legislação educacional da ditadura militar, como forma de engrandecimento tanto do indivíduo, quanto da Pátria, através do trabalho para o desenvolvimento e para a segurança nacional. Segundo o relator Padre José de Vasconcelos, no relatório do GT criado pelo Decreto nº. 65.189/ 69 para reformar o Ensino de 1º e 2º graus: A formação básica proposta inspira-se na filosofia político-social do País. O Brasil insere-se no mundo democrático e, tendo em vista o princípio da unidade nacional e os ideais de liberdade e solidariedade humana, dispõe-se a oferecer à sua população (...) uma educação fundamental (...) em face da Constituição “Toda pessoa, natural ou jurídica, é responsável pela segurança nacional, nos limites definidos em lei (art. 86)”. Tal responsabilidade pressupõe uma base de formação moral e de educação para a cidadania, condições vivificantes da democracia. Do ponto de vista social, essa educação básica é indispensável, pois tem em mira integrar o educando ao seu meio e época. Pela funcionalidade com que operar poderá ainda permitir ao povo uma tomada de consciência do verdadeiro conceito de educação, que será encarada não como um instrumento de ascensão na escala social, mas como um processo de amadurecimento individual e integração interna e externa (...). Uma adequada formação básica amplia a rentabilidade do trabalho e acelera o desenvolvimento. (...) Por que valoriza a dimensão humana do educando, (BRASIL (1971). GT criado pelo Decreto nº. 65.189/ 69 para reformar o Ensino de 1º e 2º graus. In: Do Ensino de 2º grau: Leis e Pareceres. MEC, Departamento de Ensino Médio, Brasília, 1976). Ou seja, segundo o relatório, a educação deveria valorizar a dimensão humana do sujeito social a partir do seu trabalho, cujo valor para o país, por sua vez, deveria ser aprendido na escola. Ora, é o ideal de uma sociedade dentro do modelo funcionalista de Durkheim, onde a educação tem sua função dentro de uma realidade social defendida pelo Estado. Por outro lado, de acordo com a Professora Selva Guimarães Fonseca: 5 A nação, a pátria, a integração nacional, a tradição, a lei, o trabalho, os heróis: esses conceitos passaram a ser o centro dos programas da disciplina Educação Moral e Cívica, como também deviam “marcar” o trabalho de todas as outras áreas específicas e das atividades extra-classe com a participação dos professores e das famílias imbuídas dos mesmos ideais e responsabilidades cívicas (FONSECA, 1993: PP. 37,38) Dessa forma, os programas de Moral e Cívica, assim como a Legislação específica a seu respeito, deixam claro que o seu objetivo era disciplinar a criança e a sua família, através da escola, tal como Durkheim defendia ao comparar o ato do ensino e da aprendizagem à hipnose: para ele, era necessário que o estudante estivesse em total condição de passividade e que o educador (“magnetizador”) falasse em tom de comando e com autoridade (DURKHEIM, 1978: PP. 52,53). Em outro ponto importante, o pensamento dos militares acerca do papel do professor de Educação Moral e Cívica vai de encontro à idéia que Durkheim fazia do mestre, do educador. Observe o seguinte trecho da obra “Educação e Sociologia”, na página 55: O que importa, antes de tudo, é que o mestre demonstre sentir realmente, sinceramente, o sentimento da própria autoridade. (...) Não é de fora que o mestre recebe autoridade: é de si mesmo. Ela não pode provir senão de fé interior. É preciso que ele creia não em si, sem dúvida, não nas qualidades superiores de sua inteligência ou de seu coração, mas na missão que lhe cabe e na grandeza dessa missão. O que faz a autoridade de que, tão facilmente, se reveste a palavra do sacerdote, é a alta idéia que tem de sua missão; por que ele fala em nome de sua divindade. (...) O mestre leigo pode e deve ter alguma coisa desse sentido. Ele também é o órgão de uma grande entidade moral: a sociedade. Da mesma forma que o sacerdote é o intérprete do seu Deus, ele é o grande intérprete das grandes idéias morais de seu tempo e de sua terra. Da mesma forma, os dirigentes militares do regime iniciado em 1964 tinham especial atenção aos professores na formação moral do país, voltada para o desenvolvimento e para a segurança nacional, contra a "subversão da ordem". Veja o que nos diz o relator Dom Luciano José Cabral Duarte no Parecer nº. 94/71: O que, no Antigo Testamento, no Livro dos Salmos, o salmista diz a Deus, num gesto de abandono e de confiança: “Nas tuas mãos está a minha sorte”, 6 a Educação Moral e Cívica poderia dizer àquele que vai ensiná-la. (...) Não será exagero concluir-se que, em qualquer situação de aprendizagem, a imagem do professor é importante para o sucesso ou insucesso do ensino. No caso de Educação Moral e Cívica, será o professor a grande razão de ser desse sucesso ou desse insucesso. Daí a gravidade da missão de formá-lo. (BRASIL (1971). Parecer nº. 94/71 de 04 de fevereiro de 1971 do Conselho Federal de Educação. In: Do Ensino de 2º grau: Leis e Pareceres. MEC, Departamento de Ensino Médio, Brasília, 1976). A “missão” do professor de E.M.C, tal como Durkheim havia destacado, deveria estar em sua grandeza de realização dos ideais do Estado militar de desenvolvimento e de segurança nacional, proclamados pela Escola Superior de Guerra (ESG) desde sua criação em 1949. A grandeza da missão do professor se refletia no cuidado que o Estado passou a ter em sua formação, com a criação das Licenciaturas Curtas em Estudos Sociais que, no pensamento dos militares, possuía um plano mais “amplo” de aprendizagem. No entanto, a ditadura militar se afastou de Durkheim em dois pontos primordiais de seu pensamento: a busca de uma escola pública de boa qualidade e à prioridade do ensino laico sobre o ensino religioso. Segundo Durkheim, “A Educação nacional já não pode ser abandonada à iniciativa privada com seus interesses particularistas; o Estado precisa velar pelas boas e fortes tradições nacionais” (FERNANDES, s/d; P.30). Por outro lado, sabemos que os interesses desenvolvimentistas da ditadura militar iniciada em 1964 convergiam com os interesses da iniciativa privada no Brasil. Foi entre 1960 e 1980 que mais cresceram o número de escolas privadas em nosso país, escolas que também zelavam pelas “tradições nacionais”, pois viam no Estado militar um aliado, e não um inimigo de seus interesses (CUNHA & GÓES, 2002; P.41). De outra forma, o ensino religioso católico tinha na E.M.C. um caminho para a defesa de seus interesses dentro do sistema escolar, pois desde a proclamação da República, com a sua separação definitiva do Estado, havia perdido espaço dentro das escolas. Para Durkheim, o ensino religioso deveria ser apenas um caminho para se chegar ao ensino laico, dado que a religião expressa o pensamento de uma sociedade (FERNANDES, Ibdem, P. 44). A moral e a ética ensinadas nos programas de E.M.C. era católica em sua totalidade e buscava a exaltação de um ideal trino: Deus, Pátria e Família. De acordo com o INFORMATIVO MAI de Ensino de Estado de Minas Gerais, nº. 17, de maio de 1975, em sua página 22, a prática educativa da E.M.C. nos Centros Cívicos Escolares 7 (CCE’s) deveria obedecer à exigência de “assimilação de certos conhecimentos”, considerando três aspectos fundamentais: a) Caráter com base na moral tendo por fonte Deus; b) Amor à Pátria e às suas tradições com capacidade de renúncia; e c) Ação intensa e permanente em benefício do Brasil. Essas exigências vêm de encontro, em grande parte, com o que para Durkheim significa “a sociedade vivendo e agindo em nós”, pela educação laica, tendo por caminho a religião: a) O espírito da disciplina; b) Vinculação de grupos sociais; e c) autonomia da vontade (Idem Ibdem, P.58). O “espírito da disciplina” tem relação direta com a “saúde do corpo social”, ou seja, com a Ordem com que o Estado, vigilante, consegue manter a sociedade, em prol do Progresso. Por outro lado, a “vinculação de grupos sociais” deve visar sempre o bem da Pátria e o seu desenvolvimento. Neste ponto, Durkheim e os militares de 1964 convergem, pois o Estado ditatorial fez alianças com diversos setores burocráticos e empresariais da sociedade a fim de garantir a Ordem contra a “subversão” e o Progresso pelo desenvolvimento. Já a “autonomia da vontade” diz respeito a um consenso coletivamente aceito que deve existir em sociedade, a favor de idéias comuns a todos, a que o Estado deve zelar. Em outras palavras, “Patriotismo”. No Brasil, a partir de 1964, o Estado procura, de forma autoritária, construir esse Patriotismo e, para isso, usa desde a violência explícita até os caminhos abertos pela escola, pelos meios de comunicação e pelo esporte. Durkheim legitima esses atos ao afirmar que “quando nossa consciência fala é a sociedade que fala em nós. Ora, o tom como ela nos fala é a melhor prova da autoridade excepcional da qual está investida” (Idem Ibdem, Op. Cit, DURKHEIM, 1902: P. 60). Entretanto, a ditadura militar no Brasil quis criar um modelo de sociedade que tivesse tão alta voz que não fosse apenas “ouvida” nos hábitos das pessoas, mas literalmente ouvida, nas vozes dos professores, na marcha dos alunos, nos tanques de guerra nas ruas, na televisão, no rádio, etc. Enfim, um modelo de sociedade construído sem a participação efetiva desta mesma sociedade, ou seja, sem o seu “consenso”, conceito caro a Durkheim. Conclusão As idéias de D. Émile Durkheim, seu método de pesquisa e escrita, seus textos, estão presentes entre nós, de maneira viva. A sua concepção de História pode ser vivenciada nos nossos livros didáticos, dia a dia; sua idéia de “consenso”, de “autoridade” e “autonomia” são fortes até em meio àqueles grupos sociais que nunca 8 ouviram falar em seu nome, mas que sabem velhos provérbios, como “minha liberdade termina onde começa a sua”; seu método de pesquisa, apurado no que diz respeito à seleção das fontes e monumental em relação à escrita pode ser percebido em diversos trabalhos desenvolvidos nas Universidades do país, muitas vezes de maneira inconsciente. A ditadura militar no Brasil, tendo como fonte teórica os ideais proclamados pela ESG, tentaram construir um Brasil cujas linhas em muito se assemelhavam às idéias de Durkheim, inclusive no que concerne às disciplinas escolares; mas em muitos pontos, eram diferentes. O contexto histórico em que os militares se inserem é totalmente diverso daquele em que se inseria Durkheim: A França do início do século XX, um Estado Policial, lutando contra as dissidências das Comunas, tentando criar um Estado que fosse modelo para o mundo, único e forte. Os militares também lutavam contra dissidências: estudantes, progressistas católicos, intelectuais, partidários de esquerda, trabalhadores urbanos e rurais. Igualmente, tencionava criar um Estado forte e que fosse modelo para toda a América Latina, contra o exemplo comunista de Cuba. Mas não devemos negligenciar algumas especificidades e contradições que o Estado militar de 1964 possuiu. A política econômica militarista abriu, em continuidade com governos anteriores, as portas do Brasil ao capital estrangeiro, chamando todo esse processo de endividamento de “desenvolvimento”. Tinha como seus inimigos os próprios brasileiros, no entanto, queria criar um patriotismo dito verdadeiro. Durkheim afirmava que a educação moral tinha a sua própria razão de ser na crise social; a “crise” apontada pelos militares, a ameaça do comunismo, era na prática nada mais do que políticas nacionalistas de Estado, como a proposta das “Reformas de Base” do Governo de João Goulart, que seriam feitas com financiamento externo. Apesar de superficial, esse trabalho teve o objetivo de analisar o pensamento de David Émile Durkheim em diálogo com os ideais da ditadura de 1964 no Brasil e a Educação Moral e Cívica. É apenas um trabalho inicial e instigante, no qual pretendemos nos aprofundar cada vez mais, em conjunto com a pesquisa já iniciada sobre o papel da Educação Moral e Cívica dentro da Educação idealizada pelos militares, especialmente na década de 1970. Bibliografia BONTEMPI JR., Bruno. A presença visível e invisível de Durkheim na historiografia da educação brasileira. In: FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Pensadores Sociais e História da Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. PP. 47-63. 9 CUNHA, Luiz Antônio; GÓES, Moacyr de. O Golpe na Educação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. São Paulo: Melhoramentos, 1978. PP.33 a 74. FERNANDES, Heloísa Rodrigues Fernandes. Sintoma Social Dominante e Moralização Infantil – Um Estudo sobre a Educação Moral em Émile Durkheim. São Paulo: EDUSP, s/d. FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da História Ensinada. Campinas: Papirus, 1993.