UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS – GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO REBECCA CORRÊA DE MACEDO ROTATIVIDADE E ABSENTEÍSMO: UM LEVANTAMENTO DAS POSSÍVEIS CAUSAS NA EMPRESA FJG SERVIÇOS DE TRANSPORTE LTDA ME São José 2009 REBECCA CORRÊA DE MACEDO ROTATIVIDADE E ABSENTEÍSMO: UM LEVANTAMENTO DAS POSSÍVEIS CAUSAS NA EMPRESA FJG SERVIÇOS DE TRANSPORTE LTDA ME Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí. Orientadora: MSc Engª Ely Teresinha Dionísio São José 2009 REBECCA CORRÊA DE MACEDO ROTATIVIDADE E ABSENTEÍSMO: UM LEVANTAMENTO DAS POSSÍVEIS CAUSAS NA EMPRESA FJG SERVIÇOS DE TRANSPORTE LTDA ME Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí, em (dia, mês e ano constante da ata de aprovação – defesa) __________________________________________________ Prof (a) MSc Luciana Merlin Bervian UNIVALI – Campus São José Coordenadora do Curso Banca Examinadora: __________________________________________________ Prof (a) MSc. Engª Ely Teresinha Dionísio UNIVALI – Campus São José Professora Orientadora __________________________________________________ Prof (a) MSc. Kellen da Silva Coelho UNIVALI – Campus São José Membro __________________________________________________ Prof (a) MSc. Luciana Merlin Bervian UNIVALI – Campus São José Membro AGRADECIMENTOS Ao concluir esta pesquisa, é de suma importância agradecer primeiramente a Deus, à instituição de ensino UNIVALI, a Profa. Luciana Bervian Merlin. A empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, pelo apoio, pela acolhida e disponibilidade em permitir que as informações pertinentes a pesquisa fossem colhidas, sem as quais este trabalho não poderia ser realizado. A minha orientadora professora M. Engª. Ely Teresinha Dionísio que, através de sua disponibilidade e orientações, estimulou continuamente a pesquisa, possibilitando que este trabalho chegasse a bom termo. Aos colegas de classe, em especial a Carolina de Castro Simões e Giselle Nunes, cujo entrosamento propiciou o aprendizado coletivo. À minha família e amigos que de uma forma ou de outra, colaboraram para o bom andamento e conclusão deste trabalho. Agradecer a todos que estiveram ao meu lado me dando força nos momentos que se apresentaram mais turbulentos. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, João Felizardo de Macedo e Roseli Corrêa de Macedo, aos meus irmãos Caroline Corrêa de Macedo, Estela Corrêa de Macedo e João Joás Corrêa de Macedo, a minha sobrinha Isabel Macedo Zavorne, ao meu namorado Farleir Luís Minozzo e as demais pessoas que estiveram comigo nesta trajetória. "Sem trabalho, toda vida apodrece. Mas, sob um trabalho sem alma a vida sufoca e morre." (Albert Camus) RESUMO Este estudo tem como foco o tema rotatividade e absenteísmo na empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, situada no estado de Santa Catarina, Brasil. Visa identificar as possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo na empresa pesquisada, tendo como base os indicadores propostos no período de julho a outubro de 2009. A fundamentação teórica desta pesquisa aborda temas referentes ao trabalho, a área de recursos humanos, conceitos e causas da rotatividade e do absenteísmo, teoria comportamentalista e motivação. A metodologia adotada foi de caráter exploratório, descritivo, com abordagem quantitativa, qualitativa e pesquisa bibliográfica, do tipo estudo de caso. Para coleta de dados aplicou-se um questionário aos funcionários, uma entrevista semi estruturada e a observação participante. Com os resultados obtidos após análise das informações, foi possível elaborar um plano de ação tendo como finalidade oferecer à empresa uma ferramenta de auxílio no processo de tomada de decisão, com a intenção de minimizar os possíveis fatores da rotatividade e do absenteísmo. Palavras chave: Rotatividade. Absenteísmo. Recursos Humanos. Motivação. ABSTRACT This study have the center point at subjects turnover and absenteeism, on the FJG Serviços de Transporte Ltda ME company, located in Santa Catarina, Brazil. Aims identify the possible reason of turnover and absenteeism inside the company, having for principle some indicators proposed between july and august of 2009. This research has for theorical fundamentation some topics associated to job, human resources area, concepts and causes for turnover and absenteeism, behaviorist theory and motivation. The methodology adopted was exploratory character, described, with quantitative approach, qualitative and bibliography research of study case. To information collect was elaborated a form applied to employees of company, a interview semi structured and participant observation. With the collected results after information analyses, was possible be formulated an action plan for purpose of providing to the company a assist tool for decision process, with the intention of minimize the possible reasons for the turnover and absenteeism. Key Words: Turnover. Absenteeism. Human Resources. Motivation. LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Síntese evolutiva da área de recursos humanos ................................................24 Quadro 2 - Sistema de informação e ajustamento da política de recursos humanos ...........30 Quadro 3 - Custos de rotatividade de pessoal......................................................................35 Quadro 4 – Alguns estudos atuais sobre rotatividade e absenteísmo ..................................37 Quadro 5 - Os principais expoentes da Teoria Comportamental da Administração ...........40 Quadro 6 - A motivação dirigida para uma meta.................................................................42 Quadro 7 - Funcionamento do processo motivacional ........................................................43 Quadro 8 - Uma comparação dos modelos de motivação de Maslow e de Hezberg...........44 Quadro 9 - A Teoria X e a Teoria Y como diferentes concepções a respeito da natureza humana.................................................................................................................................46 Quadro 10 – Escala Likert ...................................................................................................55 Quadro 11 – Escala utilizada na pesquisa............................................................................55 Quadro 12 – Organograma da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME ..................58 Quadro 13 – Proposta de melhorias para as condições físicas ambientais ..........................78 Quadro 14 - Proposta de melhorias para a atualização e treinamento e carga de trabalho..79 Quadro 15 - Proposta de melhorias para os benefícios........................................................80 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Cálculo do tamanho da amostra em cada estrato .........................................51 Tabela 2 - Variável salário ............................................................................................61 Tabela 3 - Variável benefícios ......................................................................................63 Tabela 4 - Variável supervisão......................................................................................64 Tabela 5 - Variável relacionamento humano ................................................................66 Tabela 6 - Variável condições físicas e ambientais.......................................................67 Tabela 7 - Variável comunicação..................................................................................69 Tabela 8 - Variável política disciplinar .........................................................................70 Tabela 9 - Variável flexibilidade...................................................................................71 Tabela 10 - Variável localização...................................................................................73 Tabela 11 – Variável atualização e treinamento ...........................................................74 Tabela 12 – Variável recrutamento e seleção................................................................75 Tabela 13 – Variável carga de trabalho.........................................................................76 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Variável salário...........................................................................................61 Gráfico 2 - Variável benefícios .....................................................................................63 Gráfico 3 – Variável supervisão....................................................................................65 Gráfico 4 – Variável relacionamento humano ..............................................................66 Gráfico 5 – Variável condições físicas ambientais .......................................................68 Gráfico 6 – Variável comunicação................................................................................69 Gráfico 7 – Variável política disciplinar .......................................................................71 Gráfico 8 – Variável flexibilidade.................................................................................72 Gráfico 9 – Variável localização...................................................................................73 Gráfico 10 - Variável atualização e treinamento...........................................................74 Gráfico 11 - Variável recrutamento e seleção ...............................................................75 Gráfico 12 – Variável carga de trabalho .......................................................................76 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ARH: Administração de Recursos Humanos CLT: Consolidação das Leis do Trabalho GRI: Gerente de Relações Industriais GRH: Gerente de Recursos Humanos TED: Treinamento e Desenvolvimento SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................14 1.1 Problema de pesquisa...............................................................................................15 1.2 Objetivos..................................................................................................................16 1.2.1 Objetivo geral ..........................................................................................................16 1.2.2 Objetivos específicos ...............................................................................................16 1.3 Justificativa ..............................................................................................................16 1.4 Apresentação geral do trabalho................................................................................17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................19 2.1 Conceito e evolução do trabalho..............................................................................19 2.2 Evolução histórica sobre a área de recursos humanos.............................................21 2.3 Conceitos de rotatividade.........................................................................................25 2.3.1 Causas da rotatividade .............................................................................................28 2.4 Conceitos de absenteísmo........................................................................................31 2.4.1 Causas do absenteísmo ............................................................................................33 2.5 Implicações da rotatividade e do absenteísmo.........................................................35 2.6 Alguns estudos atuais sobre rotatividade e absenteísmo .........................................37 2.7 Teoria comportamentalista ......................................................................................39 2.8 Conceitos de motivação ...........................................................................................42 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ......................................................................47 3.1 Caracterização da pesquisa ......................................................................................47 3.2 Contexto e participantes da pesquisa .......................................................................50 3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados...................................................52 3.4 Tratamento e análise dos dados ...............................................................................54 4 RESULTADOS DA PESQUISA...........................................................................56 4.1 A FJG Serviços de Transporte Ltda ME..................................................................56 4.2 Análise dos resultados .............................................................................................59 4.2.1 Quanto à entrevista semi estruturada realizada com a responsável pela área de recursos humanos.................................................................................................................59 4.2.2 Quanto à observação participante: ...........................................................................60 4.2.3 Quanto às variáveis integrantes do questionário: ....................................................61 4.3 Proposta de melhorias das variáveis com menor pontuação....................................78 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................81 REFERÊNCIAS.................................................................................................................83 APÊNDICE.........................................................................................................................87 ANEXO ...............................................................................................................................94 14 1 INTRODUÇÃO No atual ambiente globalizado e dinâmico, para a empresa ser bem sucedida e principalmente para tornar-se competitiva não basta possuir a melhor tecnologia, as melhores estruturas, o importante é ter uma organização com pessoas motivadas que tendem á dar o melhor de si para o desenvolvimento tanto do seu trabalho como para o crescimento da organização como um todo. Desta forma, empresas que possuam funcionários motivados tendem a manter minimizado o índice de rotatividade e absenteísmo e, com isso, os problemas e custos decorrentes de faltas, atrasos, indenizações e direitos trabalhistas. Vergara (2000) afirma que Freud nos diria que são nossos conteúdos psicológicos diferentes de pessoa para pessoa – que nos encaminham em determinada direção, neste sentido o caráter de interioridade da motivação nos diz que ela é experimentada por cada pessoa, não sendo, portanto, generalizável. Com isso, administrar pessoas é uma tarefa difícil, pois cada indivíduo é um ser em particular, com sonhos distintos e expectativas diversas, portanto, neste sentido motivá-los é tarefa primordial em qualquer tipo de organização. A rotatividade de recursos humanos ou turnover de acordo com Morales (2002) é um dos aspectos mais importantes da dinâmica organizacional. Este termo é utilizado para definir a flutuação de pessoal entre uma organização e seu ambiente, sendo que o intercâmbio de pessoas entre a organização e o ambiente é definido pelo volume de pessoas que ingressam e que saem da organização. Percebe-se que a rotatividade de pessoal ocorre por fatores internos e externos à organização, sendo que o desligamento do funcionário da empresa pode ser por parte do empregador ou do empregado, ou seja, os fatores podem estar nas deficiências da organização ou na falta de interesse do funcionário pela empresa. O absenteísmo, também denominado ausentismo, é o montante de faltas no trabalho, bem como atrasos e saídas antecipadas acontecidas durante um determinado período (MARRAS, 2000), desta forma o levantamento do absenteísmo tem como objetivo avaliar as 15 horas perdidas de trabalho e os prejuízos em decorrência delas, como também, auxiliar num possível diagnóstico de problemas dentro da organização e busca de soluções (FIDELIS; BANOV, 2006). O conhecimento e a análise dos indicadores são importantes para identificar as possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo, além de ser uma importante ferramenta para uma gestão estratégica, sendo que os resultados gerados pela presente pesquisa possibilitam uma visão mais clara dos aspectos fortes e fracos da empresa no que tange aos funcionários e, com isso, possibilita uma ação mais efetiva por parte da empresa pesquisada. A pesquisa de rotatividade e absenteísmo na empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, visa identificar as possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo e, consequentemente, rever o referencial teórico sobre rotatividade e o absenteísmo para fundamentar o desenvolvimento da pesquisa na empresa, conhecer qual é a política da empresa em relação à rotatividade e o absenteísmo e propor sugestões que auxiliem a empresa no processo de tomada de decisão referente às possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo na empresa. Até o presente momento, não foi realizado nenhum tipo de pesquisa na empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, e este trabalho têm o intuito de contribuir para a melhoria do ambiente organizacional, com a detecção das possíveis causas e proposição de solução das mesmas, como também incentivo as variáveis organizacionais que se apresentam positivas. A FJG Serviços de Transporte Ltda ME é uma microempresa constituída por dois sócios. Esta empresa é do ramo de transportes e possui a matriz em São José/ SC e sua filial em Itajaí/ SC, sendo a matriz responsável, também, pela área administrativa da filial. Neste sentido, o presente trabalho trata de um levantamento das possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo realizada dentro da matriz FJG Serviços de Transporte Ltda ME com o intuito de verificar a percepção dos funcionários atuais e egressos na organização em relação ao tema objeto deste estudo. 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA Que análise pode ser feita em relação aos aspectos que influenciam a rotatividade e do absenteísmo da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, tendo como base os 16 indicadores de rotatividade e de absenteísmo propostos no período de julho a outubro de 2009? 1.2 OBJETIVOS Mattar (2001) alerta quanto à importância do objetivo de pesquisa, a clareza da sua definição permitirá que este não seja inutilizado após todo esforço despendido. Os objetivos que se têm em vista definem, muitas vezes, a natureza do trabalho, o tipo de problema a ser escolhido e o material a coletar (CERVO; BERVIAN, 1996). Na sequência são apresentados os objetivos: geral e específicos. 1.2.1 Objetivo Geral Identificar as possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo na empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME no período de julho a outubro de 2009. 1.2.2 Objetivos específicos A) Rever referencial teórico sobre a rotatividade e o absenteísmo para fundamentar o desenvolvimento da pesquisa na empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME; B) Conhecer qual é a política da empresa em relação à rotatividade e o absenteísmo na empresa FJG Serviços de Transportes Ltda ME; C) Propor sugestões que auxiliem a empresa no processo de tomada de decisão referente a rotatividade e o absenteísmo na empresa FJG Serviços de Transportes Ltda ME. 1.3 JUSTIFICATIVA O conhecimento a respeito da rotatividade de pessoal é uma preocupação da área de recursos humanos quanto ao seu planejamento estratégico. A elevada rotação de pessoal provoca custos altos para as empresas, aumentam os custos da demissão, gera estresse pela saída do funcionário, exige novos investimentos no recrutamento, na seleção, na socialização e no treinamento do novo integrante do posto de trabalho. Para um planejamento de recursos humanos é importante conhecer as informações da rotatividade e do absenteísmo do seu pessoal, sendo que a pesquisa de rotatividade e de absenteísmo pode ser uma ferramenta de apoio para a gestão financeira e de pessoas na empresa. 17 A identificação dos motivos da rotatividade de pessoal possibilita a utilização de ferramentas adequadas para diminuir de forma significativa os altos resultados do turnover, reduzindo os custos decorrentes das entradas e saídas de pessoas da organização e aumentando a produtividade. A ausência ao trabalho, qualquer que seja o motivo, representa um fator de aumento dos custos e de diminuição da produtividade. Ao combater o absenteísmo com eficiência a empresa pode aumentar as horas trabalhadas e, com isso, a produtividade. Este estudo é importante para a realização de uma gestão eficaz, pois com o conhecimento dos indicadores e das possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo a organização se torna consolida com o maior embasamento para a tomada de decisão, sendo também uma ferramenta primordial para o planejamento estratégico da empresa. O resultado desse trabalho visa contribuir com a empresa, viabilizando soluções para problemas existentes atualmente, podendo acarretar melhoria nas relações que envolvem clientes, funcionários e chefia. Para a UNIVALI, esse trabalho será importante visto que os demais acadêmicos interessados no conteúdo sobre rotatividade e absenteísmo poderão utilizá-lo como fonte de pesquisa bibliográfica para obter conhecimento referente ao tema em estudo. 1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO O trabalho está estruturado em cinco capítulos. Inicialmente apresenta-se a introdutória da pesquisa, sendo o objeto de estudo identificar as possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo na empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME. Tem-se como problema de pesquisa verificar que análise pode ser feita em relação aos aspectos que influenciam a rotatividade e o absenteísmo, por meio de objetivos específicos e dados as devidas justificativas para a realização do mesmo. No segundo capítulo, são apresentados os fundamentos teóricos da rotatividade e do absenteísmo, composto pelo conceito e evolução do trabalho, evolução histórica sobre a área de recursos humanos, conceitos e causas da rotatividade e do absenteísmo, implicações da rotatividade e do absenteísmo, estudos atuais sobre a rotatividade e absenteísmo, teoria comportamentalista, bem como os conceitos de motivação. 18 No terceiro capítulo, são apresentados os procedimentos metodológicos que norteiam o estudo, além das variáveis apresentadas na pesquisa. O quarto capítulo refere-se à caracterização da empresa e também à análise dos resultados encontrados na pesquisa. No quinto capítulo, um relato das considerações finais e sugestões de melhorias na organização. 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA De acordo com Roesch (1996), a fundamentação teórica é uma das seções mais longas e trabalhosas, pois na prática, implica seleção, leitura e análise de textos relevantes ao tema da pesquisa. A seguir, encontram-se os temas que embasam a pesquisa. 2.1 CONCEITO E EVOLUÇÃO DO TRABALHO O trabalho é um tema que vem sendo amplamente debatido há muitos séculos, sendo ele um meio de vida. Segundo Santos e Fialho (1995) do ponto de vista etimológico, a palavra trabalho vem do latim popular tripalium, que era um aparelho destinado a constranger, um instrumento de tortura. Da mesma forma, o verbo trabalhar vem do latim popular tripaliare, que significa torturar com o tripalium. Para Giddens (1997, p. 578) “podemos definir o trabalho como a realização de tarefas que envolvem o dispêndio de esforço mental e físico, com o objetivo de produzir bens e serviços para satisfazer necessidades humanas”. O trabalho pode ser considerado o processo no qual o homem transforma a natureza e o ambiente ao seu redor mediante o intercâmbio de matérias com o meio. Da mesma forma, Marx (1948, p. 180) apud Santos e Fialho (1995, p. 18) corrobora que “o trabalho é, primeiramente, um ato que se passa entre o homem e a natureza. O homem desenvolve em relação à natureza o papel de uma potência natural. As forças, cujo seu corpo é dotado, braços e pernas, cabeça e mãos, ele as coloca em movimento a fim de se apropriar das matérias, lhes dando uma forma útil a sua vida.” No início, o trabalho era completo. O trabalhador concebia e executava integralmente as atividades necessárias à realização de um produto. O trabalhador era o “senhor do seu trabalho” e os bens que ele produzia eram resultado de um trabalho individual. O trabalho era qualificado e seu resultado pertencia ao trabalhador que o realizava (ASSIS, 1999). Ainda, o neoclássico Drucker (1997) concorda em parte com os autores da escola de Frankfurt no momento em que afirma que o trabalho é parte fundamental na consciência do ser humano desde os tempos mais remotos. O homem não é perfeitamente definido como um ferramenteiro; mas engenhar instrumentos é algo específico e exclusivo do ser humano. O 20 trabalho, portanto, tem sido uma profunda preocupação da humanidade há muitos milênios. O estudo organizado do trabalho teve seu início nas últimas décadas do século XIX, sendo Frederick Winslow Taylor o primeiro homem da história conhecida a sistematizar, estudar e analisar o trabalho. Em 1895, Taylor apresentou à sociedade o que é considerado o primeiro trabalho da administração científica: A piece-rate system (Um sistema de pagamento por peça). Com isso, o trabalho é fragmentado ao máximo e o trabalhador se torna especialista em apenas uma das operações necessárias à execução de um produto. Os chamados métodos científicos fragmentam ainda mais o trabalho e o funcionário passa a atender as receitas prescritas pela empresa, perdendo a sua autonomia. Aumenta o controle sobre o trabalho e se aprofunda ainda mais a divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual (ASSIS, 1999). Histórica e politicamente a humanidade se estrutura, quase em sua totalidade, em função do conceito de trabalho. Os seres humanos, desde os caçadores da era paleolítica aos fazendeiros, artesãos medievais, operários da linha de montagem do século XX, profissionais da área técnico-científica informacional de hoje, têm no trabalho parte fundamental de sua existência, de sua razão de viver (ARAÚJO; SACHUK, 2007, p. 54). O trabalho é um dos fatores mais importantes da existência humana, sendo que é por meio deste que o homem se faz homem, constrói a sociedade, transforma-a e faz a história. O trabalho torna-se, então, categoria essencial que lhe permite não apenas explicar o mundo e a sociedade, o passado e a constituição do homem, como também antever o futuro e propor uma prática transformadora – a tarefa de construir uma nova sociedade [...] (ARAÚJO; SACHUK, 2007). De acordo com Assis (1999) nas décadas de 70 e 80 tem-se o início da crise do modelo de produção em vigor, muito embora desde o início da psicologia industrial as bases deste modelo viessem sendo questionadas. A maior crítica se referia à motivação dos trabalhadores para executarem as suas tarefas. A crise se bate sobre a economia mundial e sinaliza o fim de uma indústria de produção rígida, maciça e uniformizada. A realização humana e o trabalho estão intrinsecamente relacionados, sendo que este cumpre o papel de suprir à necessidade do ser humano de pertencer a um grupo e de manter relações expressivas com outras pessoas. O trabalho provoca diferentes graus de motivação e de satisfação no trabalhador, principalmente quanto à forma e ao meio no qual desempenha sua tarefa, neste contexto surge à necessidade de se voltar ao estudo dos recursos humanos 21 nas organizações. 2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA SOBRE A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS A Administração de Recursos Humanos (ARH) é uma especialidade que compreende a relação entre capital e trabalho, ou seja, está estruturada sobre as organizações e as pessoas. Segundo Gil (1994, p. 13), “a administração de recursos humanos surge em decorrência do crescimento das organizações e do aumento da complexidade das tarefas e da gestão de pessoal”. Marras (2000, p. 22) ratifica que “tudo começou com a necessidade de ‘contabilizar’ os registros dos trabalhadores, com ênfase, obviamente, nas horas trabalhadas, faltas e atrasos para efeitos de pagamento ou de desconto”. Ainda, para Drucker (1997) a administração de pessoal em nível mundial, teve início com a Primeira Guerra Mundial. Nasceu com o recrutamento, treinamento e pagamento de massas e massas de novos trabalhadores envolvidos na produção de uma economia de guerra. Em se tratando da realidade brasileira, de acordo com Marras (2000) podemos destacar cinco fases na evolução da gestão de recursos humanos: O período antes de 1930 é considerado a fase contábil. Nesta fase, a função de Gestão de Pessoas era inexistente e a preocupação da organização estava nos custos. O enfoque sobre os trabalhadores era contábil e se baseava no controle de frequência e faltas, pagamentos, admissão e demissão de pessoal. De 1930 a 1950, está a considerada fase legal. Em 1 de maio de 1943, surge a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) decreto – Lei n° 5.452, aprovada por Getúlio Vargas. As leis trabalhistas recém-criadas trazem a preocupação com o aspecto legal e o aparecimento da função de chefe de pessoal. Até os anos 50, o responsável pela área de pessoal era preferencialmente um advogado: em geral, um profissional metódico, seguidor ferrenho das leis e pouco afeito aos meandros do business ou dos detalhes psicossociais dos trabalhadores. A década de 50 até os anos de 1965 reflete a fase tecnicista. Esta fase se inicia com a entrada das multinacionais no País as indústrias automobilísticas, implementadas por Juscelino Kubitschek, iniciam a implantação do modelo americano de gestão de pessoal. É criado o Departamento de Relações Industriais e aparece o Gerente de Relações Industriais 22 (GRI). Foi nessa fase que a área de recursos humanos passou a operacionalizar serviços como os de treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios e outros (MARRAS, 2000). A fase administrativa ou sindicalista ocorre de 1965 a 1985. Embora este período seja o da ditadura militar, há todo um movimento sindical denominado “novo sindicalismo”. Aparece o Gerente de Recursos Humanos (GRH). Ao mesmo tempo em que se dá importância ao Administrador de Empresas para o cargo, há um retrocesso à fase legalista. Dados os movimentos sindicais, muitas empresas preferiram trocar profissionais de administração por profissionais de formação jurídica (MARRAS, 2000). Aceleram-se as mudanças tecnológicas alterando a forma de gerenciar pessoas. Tecnologia de produção exige habilidades específicas. Nos escritórios, muitas funções passam a ser desenvolvidas por máquinas, com maior eficiência e economia. O computador começa a fazer parte da vida do executivo e a aparecer nas fábricas (MARRAS, 2000). A partir da década de 80, a literatura anglo-saxônica enfatiza a necessidade da prática de um modelo baseado no comprometimento das pessoas. Este modelo é baseado na confiança entre a empresa e os funcionários. A discussão sobre a ARH se desenvolveu frente a crise e a recessão nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, e, principalmente, ao sucesso do modelo japonês de administração e a ameaça competitiva que este gerou nos mercados do Ocidente (ROESCH, 1996). Diante disto, surgem novas teorias e técnicas gerenciais: gestão participativa, planejamento estratégico, controle total de qualidade, entre outras, que vão refletir na maneira de gerenciar pessoas. A fase estratégica está de 1985 até dias atuais. Na década de 1990, com o governo Collor, os níveis de empregos e salários baixaram sensivelmente. Elevou-se o número de falências e concordatas. Para sobreviver à crise, as empresas utilizaram como estratégia enxugar seus organogramas, diminuir a quantidade de nível hierárquico e atribuir algumas de suas funções a terceiros. É no fim da década de 1990 que a idéia de gestão de pessoas, diferenciada por alguns autores da idéia da administração de recursos humanos, começa a ter forma. Corroborando com esta evolução, Limongi-França (2007) explícita que as empresas 23 são feitas de pessoas para pessoas. A pedra fundamental da gestão de pessoas está na contribuição conceitual e prática para uma vida humana mais saudável e com resultados legítimos de produtividade, qualidade e desenvolvimento e competitividade sustentável. A área de recursos humanos obteve uma valorização crescente, principalmente nos países mais desenvolvidos na cultura e na economia, fato que ocorreu pela comprovação da necessidade da área nas possibilidades de desenvolvimento dos seus conhecimentos e técnicas, influenciando diretamente na eficácia dos resultados da empresa (MORALES, 2002). Atualmente a área de pessoal está saindo de uma fase protetora e se tornando planejadora e agente de mudanças. A transformação de departamento de recursos humanos para administração de recursos humanos reflete o fato de que nas organizações atuais, achatadas, competitivas e voltadas para o downsizing, são os funcionários altamente treinados e comprometidos, e não as máquinas, que geralmente constituem a grande chave para a competitividade da empresa (DESSLER, 2003, p. 9). O comportamento do funcionário é particularmente importante em empresas de serviços, sendo necessário uma constante construção do comprometimento dos funcionários, aliando as metas dos empregadores e dos funcionários de modo que estes queiram fazer seu trabalho como se fossem os donos da empresa (DESSLER, 2003, p. 11-12). O surgimento e a evolução da área de recursos humanos ocorreram devido ao ambiente em que a sociedade estava no momento, suprindo as novas necessidades da organização. O quadro a seguir traz uma síntese evolutiva da relação do ambiente com as características dos gestores de recursos humanos de cada respectivo período. 24 PERÍODO AMBIENTE • Colonialismo • Trabalho escravo; FOCO DA CARACTERÍSTICAS DO MEDIAÇÃO GESTOR DE RH Disciplina, com subjugação física, • social e psicóloga para agradar o senhor Feitor. Era um ex-escravo ou filho bastardo de branco com escrava. branco. • • Economia baseada na Identidade ambígua. Não quer ser Agricultura e no extrativismo; escravo, mas é preto. Quer ser branco, mas • não é aceito. Preconceitos raciais legítimos pela igreja e pela ciência; • Patriarca. • Anos 30 • Ditadura populista de Vargas; Proteção da empresa contra a CLT; • Chefe de pessoal na maioria das vezes formado em Direito. • Anos 50 Criação de leis e instituições de • Os termos da Lei dão os limites e mediação de relação capital/trabalho. os contornos da relação. • Euforia. “50 anos em 5”; • Formação de mão-de-obra técnica; • • Presidente Bossa Nova (JK); • Disciplina no ambiente de • Anos 70 Abertura às empresas estrangeira • Manutenção dos sindicatos sob (automóveis). controle. • • Eclosão da crise do petróleo; Manutenção da empresa longe das • Continuidade do Governo Militar (ufanismo nacionalista); Anos 80 • Sindicalista radical (greves) • Década perdida; • • Explosão da atividade de treinamento (Lei 6.297) • “Todos na Estrategista reativo e negociador perspicaz (em relação às greves); greves e do assédio de sindicatos; • O cargo era diferente, mas, na maioria das vezes, a mesma pessoa o ocupava. trabalho; • O chefe de pessoal vira gerente de RI; Bom administrador de recursos financeiros advindos da Lei 6.297. empresa são • Grande “jogo de cintura”; responsáveis por RH”; • • Luta pela volta das eleições diretas; • Desenvolvimento de executivos por meio de modelos importados. Instabilidade econômica (inflação • • descontrolada); Anos 90 • Empresas desempregando (cortes). • Brasil na globalização; Necessidade de saber estar na gangorra (ora demite; ora desenvolve); Atualização em relação a técnicas, principalmente americanas, de “desenvolvimento de executivos”. • Esforço para manter a área de RH • na empresa; Preocupação com a inserção no mundo empresarial o conduz a grandes esforços para entender e influenciar o negócio da empresa; • Neoliberalismo (lei do mercado como mediador); • Tentativas para mostrar o valor agregado da área de RH; • Tentativas de abandonar do discurso romântico de RH e concentrar-se em resultados; • República de Alagoas; • • Nova moeda; baseado em fidelidade e dedicação. • FHC; • Desemprego e recessão; Esgotamento do modelo de RH Política e economia incertas. Quadro 1 – Síntese evolutiva da área de recursos humanos Fonte: Chiavenato, 1998, p. 213. • Procura de mais pragmatismo nas atuações. 25 Então, a ARH lida com estratégias de recursos humanos, relações sindicais, relações de trabalho e com técnicas que possuem relação e que interferem na função recursos humanos, tais como recrutamento, seleção, treinamento, planos de cargos e salários, avaliação de desempenho, incentivos e remuneração. Os temas mais diretamente derivados da Psicologia e Sociologia dizem respeito a expectativas e atitudes em relação ao trabalho, motivação, participação, liderança, comunicação, conflito, poder influência, qualificação e produtividade (ROESCH, 1996). Já os temas mais atuais segundo Roesch (1996) consideram o estudo do poder e cultura organizacional, novas formas de organização do trabalho, qualidade de vida no trabalho, práticas de envolvimento dos trabalhadores, comprometimento dos níveis gerenciais, ligação entre a estratégia empresarial e de recursos humanos. Diante deste contexto, Morales (2002) afirma que um dos aspectos mais importantes da dinâmica organizacional é a rotatividade de recursos humanos ou turnover, e devido a sua importância na gestão foi um dos primeiros aspectos a serem estudados pela área de recursos humanos. 2.3 CONCEITOS DE ROTATIVIDADE As demissões e as respectivas substituições são temas de grande preocupação para as organizações, uma vez que impactam de forma bastante significativa no planejamento estratégico da empresa, principalmente quando ocorrem de forma inesperada e frequente. Sendo assim, conforme Chiavenato (1998) a rotatividade ou turnover é um dos aspectos mais importantes da dinâmica organizacional. Segundo Chiavenato (2002) o termo rotatividade define a flutuação de pessoal entre uma organização e seu ambiente, neste sentido o intercâmbio de pessoas entre a organização e o ambiente é definido pelo volume de pessoas que ingressam e que saem da organização. Ainda Chiavenato (1999, p. 69) “a rotatividade refere-se ao fluxo de entradas e saídas de pessoas em uma organização, ou seja, às entradas de pessoas para compensar as saídas de pessoas das organizações”. De acordo com Banov e Fidelis (2006) a rotatividade traz para a empresa um custo muito alto, uma vez que as organizações perdem com o custo da demissão, o estresse gerado 26 pela saída de um funcionário, os investimentos aplicados e o novo custo de recrutamento, seleção, socialização organizacional e treinamento do novo integrante do posto de trabalho. Para Milkovich e Boudreau (2000) o funcionário que sai da empresa pouco tempo depois de contratado é de menos valia do que aquele que continua na organização. Sendo assim, é de suma importância a valorização do funcionário que permanece na empresa como meio de motivar a permanência deste capital intelectual na equipe de trabalho. O desligamento pode ocorrer por iniciativa do funcionário ou por iniciativa da organização. Quando a rescisão contratual se dá por iniciativa do funcionário as variáveis envolvidas podem ser externas como, oportunidade de trabalho que melhor se moldam ao seu estilo de vida. Quanto às variáveis internas têm-se como principais motivadores a estrutura e a cultura organizacional. A iniciativa da organização pelo desligamento dos funcionários pode ocorrer quando a organização decide substituí-los por outros mais adequados às suas necessidades, para corrigir problemas de seleção inadequada ou reduzir sua força de trabalho. De acordo com Chiavenato (2002) a rotatividade de pessoal se dá por meio de uma relação percentual entre as admissões e os desligamentos com relação ao número médio de participantes da organização num determinado período de tempo. Ainda Chiavenato (1998) o cálculo do índice de rotatividade se baseia no volume de entradas e saídas de pessoal em relação aos funcionários que estão na organização, dentro de um determinado período de tempo, e em termos percentuais. Quando se trata de medir o índice de rotatividade de pessoal para efeito do planejamento de ARH, utiliza-se a seguinte equação: Índice de Rotatividade de Pessoal = A+ D × 100 2 EM Onde: A = admissões de pessoal dentro do período considerado (entradas); 27 D = desligamentos de pessoal (tanto por iniciativa da empresa como por iniciativa dos empregados) dentro do período considerado (saídas); EM = efetivo médio dentro do período considerado. Pode ser obtido pela soma dos efetivos existentes no início e no final do período, divida por dois. Quando se trata de analisar as perdas de pessoal e suas causas, não se consideram as admissões (entradas) no cômputo do índice de rotatividade de pessoal, mas somente os desligamentos, sejam por iniciativa da organização ou dos empregados: Índice de rotatividade de Pessoal = D ×100 EM Quando se trata de analisar as perdas de pessoal para verificar os motivos que levaram as pessoas a deixar a organização, consideram-se apenas os desligamentos por iniciativa dos empregados, desprezando-se os desligamentos provocados pela organização. D × 100 Índice de Rotatividade de Pessoal = N1 + N 2 + K Nn a Onde: D = demissões espontâneas a serem substituídas; N1 + N2...Nn = somatória dos números de empregados no início de cada mês; a= número de meses do período. Este índice de rotatividade mais específico é o que melhor atende a uma análise das causas e determinantes dos desligamentos voluntários, o problema é que parece haver elevada correlação positiva entre as empresas excelentes e baixos índices de rotatividade. De acordo com Fidelis e Banov (2006) a rotatividade pode ser negativa ou positiva, sendo que o turnover negativo ocorre quando a organização perde bons funcionários, já o positivo é quando o pessoal que sai da empresa possui fraco desempenho, o que possibilita a organização contratar pessoas mais qualificadas, motivadas e com novas idéias. 28 Ainda Fidelis e Banov (2006) para a maioria das empresas, a rotatividade tem sido um problema sério, uma vez que independente da rotatividade ser positiva ou negativa sempre apresenta custos para a empresa, que gastará com o recrutamento, a seleção e o treinamento das pessoas que substituirão aquelas que saíram da empresa. 2.3.1 Causas da rotatividade Das causas internas da rotatividade de pessoal, que ocorrem na organização, as principais segundo Morales (2002) são: a política salarial, a política de benefícios, o tipo de supervisão exercido sobre o pessoal, as oportunidades de crescimento profissional oferecidas, o tipo de relacionamento humano, as condições físicas ambientais de trabalho, a moral do pessoal, a cultura organizacional, a política de recrutamento e seleção de recursos humanos; a política disciplinar, os critérios do desempenho e o grau de flexibilidade das políticas. A rotatividade de pessoal é influenciada, também, por variáveis externas à empresa, que de acordo com Fidelis e Banov (2006) são: oferta de trabalho, novas perspectivas de desenvolvimento profissional, proximidade com a residência, a conjuntura econômica e mercado favorável. Segundo Rosário (2009) algumas causas da rotatividade são: ofertas mais atraentes por outras empresas; instabilidade econômica; ambiente e imagem organizacional; insatisfação quanto à política salarial da organização; política de benefícios insuficiente; o tipo de supervisão exercido sobre o pessoal; falta de política e estratégias para crescimento, aprendizagem e carreira; o tipo de relacionamento humano dentro da organização; as condições de trabalho da organização; rotina sem desafios; a cultura organizacional da empresa; a política de recrutamento e seleção de recursos humanos; falta de reconhecimento; entre outros. Para Chiavenato (1995), as causas da rotatividade nas empresas estão diretamente ligadas à política salarial adotada; política de benefícios; oportunidade de progresso profissional oferecida pela empresa; tipo de supervisão; política disciplinar; condições físicas e ambientais de trabalho; motivação do pessoal. A alta rotatividade é sinônimo de perda de produtividade, de lucro e de saúde organizacional. Reflete na motivação das pessoas, no comprometimento, e gera mais absenteísmo e rotatividade, interferindo até mesmo exteriormente à empresa, como na credibilidade junto aos clientes (POMI, 2005 apud DALL’INHA, 2006). 29 A rotatividade pode estar relacionada diretamente às funções, às atribuições da área de recursos humanos e à falta de critérios de avaliação da qualidade, de processos e serviços deste setor: deficiências na contratação; falta de acompanhamento durante o processo de aculturação; falta de conhecimento e encaminhamento quanto às insatisfações com as lideranças; falta de investimentos em Treinamento e Desenvolvimento (TED); falta de um plano estratégico de identificação e retenção de talentos, entre outros (POMI, 2005 apud DALL’INHA, 2006). Para Chiavenato (1998) a rotatividade é a consequência de certos fenômenos localizados interna ou externamente à organização que condicionam a atitude e o comportamento das pessoas, sendo assim, uma variável dependente dos fenômenos internos e externos à organização. Ainda, Chiavenato (1998) as informações referentes aos fenômenos internos e externos são obtidas por meio das entrevistas de desligamentos com as pessoas que saíram da organização, para assim diagnosticar as falhas e corrigir as causas que estão provocando o êxodo dos profissionais. Entre os fenômenos internos responsáveis pelos desligamentos estão praticamente todos os itens que fazem parte de uma política de recursos humanos, uma vez que a política de recursos humanos inadequada promove uma atitude dos funcionários que predispõe à sua retirada da organização. Portanto, um dos melhores indícios de uma adequada política de recursos humanos é a permanência do pessoal na organização, acompanhada de participação e dedicações dos profissionais. A entrevista de desligamento constitui um dos meios de controlar e medir os resultados da política de recursos humanos desenvolvida pela organização (CHIAVENATO, 1998), sendo assim, a aplicação da entrevista de desligamento tem como objetivo levantar as causas do desligamento de pessoas da organização (FIDELIS; BANOV, 2006) e procurar dar apoio ao funcionário que está se desligando da empresa, nos casos de demissão. As informações como: a impressão que o profissional leva da empresa, problemas percebidos e sentimentos, são analisadas com o intuito de melhorar continuamente as práticas administrativas da organização. O fluxograma a seguir demonstra de forma esquematizada as etapas do processo de análise da rotatividade, como, também, permite visualizar e compreender melhor os procedimentos a serem adotados em cada etapa do processo. 30 Quadro 2 - Sistema de informação e ajustamento da política de recursos humanos Fonte: Morales, 2002 apud Chiavenato, 1994, p. 39. 31 De acordo com Fidelis e Banov (2006) a cada dia nota-se que o tempo de permanência das pessoas nas empresas vem diminuindo gradativamente, por fatores que vem interferindo na saída dessas pessoas, como a rotatividade e o absenteísmo. Os pesquisadores alertam que a satisfação no trabalho é um fator de ausência somente quando existe uma cultura de aceitação e política de ausência liberal. Com relação às políticas organizacionais, é possível observar que as empresas que controlam as ausências por meio de recompensas pela frequência ou punições pelas ausências são aquelas que apontam um menor número de ausências (FIDELIS; BANOV, 2006). 2.4 CONCEITOS DE ABSENTEÍSMO O absenteísmo, também denominado ausentismo, é o montante de faltas no trabalho, bem como atrasos e saídas antecipadas acontecidas durante um determinado período (MARRAS, 2000). Neste mesmo sentido Chiavenato (1998) corrobora que o absenteísmo é a soma dos períodos em que os empregados da organização se encontram ausentes do trabalho, seja por atraso, falta ou algum motivo interveniente. O levantamento do absenteísmo tem como objetivo avaliar as horas perdidas de trabalho e os prejuízos em decorrência delas, como também, auxiliar num possível diagnóstico de problemas dentro da organização e busca de soluções. O absenteísmo pode identificar entre outros, a insatisfação no trabalho, as injustiças e as oportunidades no mercado (FIDELIS; BANOV, 2006). Ainda, segundo Fidelis e Banov (2006) para atingir os objetivos do levantamento do absenteísmo, as empresas fazem uso de um ou mais índices para verificar as suas ausências. Esses índices podem ser mensal, trimestral, semestral ou anual, dependendo da prioridade estabelecida e de sua cultura organizacional. Para Chiavenato (1998) o índice de absenteísmo reflete a percentagem do tempo não trabalhado em decorrência das ausências em relação ao volume de atividade esperada ou planejada. Nestes termos, a fórmula que tem sido adotada por algumas empresas é a seguinte: N °de_ horas _ perdidas × 100 Índice de absenteísmo = N °de _ horas _ planejadas 32 As políticas de ARH, segundo Chiavenato (1995), podem estar contribuindo para a redução dos índices de absenteísmo e de rotatividade e para a produtividade do profissional, melhorando a qualidade de vida no trabalho do colaborador. Segundo Chiavenato (2002), as causas do absenteísmo nem sempre estão no próprio empregado, mas na organização, na supervisão deficiente, no empobrecimento das tarefas, na falta de motivação e estímulo, nas condições desagradáveis de trabalho, na precária integração do empregado à organização e nos impactos psicológicos de uma direção deficiente. Ribeiro (2006) salienta que a ausência ao trabalho, qualquer que seja o motivo, representa um fator de aumento dos custos e de diminuição da produtividade. Ao combater o absenteísmo com eficiência a empresa pode aumentar as horas trabalhadas e, com isso, a produtividade. Segundo Fidelis e Banov (2006, p. 152), “a ausência causa prejuízo para as empresas que mesmo remunerando ou não o trabalhador, é um momento em que outras pessoas terão de suprir as necessidades pela ausência daquele posto de trabalho, pois a operação não pode diminuir a eficiência do processo como um todo”. De acordo com Ribeiro (2006) as faltas ao trabalho acarretam despesas para a empresa, e por este motivo é indicado confeccionar uma planilha para apurar os custos, não só com relação aos funcionários faltosos, mas também com relação aos gastos de substituição e aos encargos sociais incorridos. Faltas consideradas legais são as previstas pela legislação, a exemplo dos casos de: − Falecimento do cônjuge, ascendente, irmão ou pessoa que, comprovadamente, viva sob sua dependência econômica: até dois dias consecutivos; − Casamento: três dias úteis; − Doação voluntária de sangue: um dia em cada 12 meses de trabalho; − Alistamento eleitoral: até dois dias; − Nascimento de filho: cinco dias consecutivos. 33 As faltas voluntárias são as injustificadas e, portanto, passíveis de serem descontadas. Motivos mais comuns: alegação de doença sem atestado, problema no transporte, levar um filho ao médico, alcoolismo, problemas domésticos (RIBEIRO, 2006). De acordo com Fidelis e Banov (2006, p. 150) “as faltas e atrasos injustificados são a grande preocupação da área de recursos humanos, pois denotam a falta de interesse por parte do trabalhador na empresa que o está empregando.” 2.4.1 Causas do absenteísmo Os níveis de absenteísmo acima do normal causam um impacto direto sobre a eficiência e a eficácia da organização, uma vez que o fluxo de trabalho é interrompido e decisões frequentemente importantes precisam ser postergadas (ROBBINS, 2002 apud FIDELIS; BANOV, 2006) Os motivos para uma falta ou atraso, podem ser: salário baixo; benefícios que não atendem às necessidades; relacionamento ruim com o superior ou com a equipe; falta de perspectiva profissional; procura de nova oferta de trabalho (FIDELIS; BANOV, 2006). “Outros tipos de ausência são: “falta ou atraso por problemas de saúde; afastamentos justificados (acidente do trabalho, auxílio-doença, enfermidade, fisioterapias, maternidade paternidade, falecimento, etc.” (FIDELIS; BANOV, 2006, p.152) De acordo com Ribeiro (2006) as causas do absenteísmo podem ser: − Políticas inadequadas: às vezes, é mais complicado abonar um atraso de 15 minutos do que justificar a falta de um dia; − Omissão: a supervisão acha que a tarefa de controlar os horários e as faltas cabe à área de Recursos Humanos; e vice-versa. Assim, por causa de posições pouco claras quanto à assiduidade e o cumprimento dos horários, as faltas continuam; − Falta de comunicação: é um recurso adotado por muitos funcionários, pois muitas vezes não se explica claramente a política da empresa ao empregado; − Ausência de punição: a empresa não adverte o faltante, o que incentiva os demais a agirem da mesma forma. 34 Para McDonald e Shaver (2005) apud Dall’inha (2006) as causas das ausências não previstas podem ser classificadas em três categorias: intrínsecas, extrínsecas e de personalidade. As causas intrínsecas, que estão relacionadas à natureza e às condições do trabalho e refletem a satisfação do trabalhador, são: o trabalho em si; supervisão ineficiente; falta de controle e sobrecarga de trabalho e exaustão física. As causas extrínsecas, relacionadas às políticas de pessoal da organização, são: políticas condolentes com as faltas; políticas liberais em fornecer licença de saúde; falta de canais de comunicação da administração; falta de seleção, treinamento e orientação adequados; falta de perspicácia em alocar o funcionário em setores apropriados e baixos salários e más condições de trabalho. As causas de personalidade dizem respeito ao comportamento do trabalhador. São elas: empregados que criam conflitos entre os membros dos grupos; personalidade mais propensa às faltas como: hipocondríaco, imaturo, fugitivo, abusivo e desmotivado e; problemas pessoais relacionados ao abuso de álcool e drogas. Ribeiro (2006) afirma que as faltas podem ocorrer por motivo de doenças, acidentes e outros motivos comprováveis e também pela não-adaptação do funcionário, ou por sua desmotivação. De acordo com Chiavenato (1998) as principais causas do absenteísmo são: doença efetivamente comprovada; doença não comprovada; razões diversas de caráter familiar; atrasos involuntários por motivos de força maior; faltas voluntárias por motivos pessoais; dificuldades e problemas financeiros; problemas de transporte; baixa motivação para trabalhar; supervisão precária da chefia e políticas inadequadas da organização. Chiavenato (1999) afirma que através dos seguintes procedimentos podemos avaliar o funcionamento da política de recursos humanos. São eles: recrutamento e seleção; integração pessoal do recém-admitido; remuneração; benefícios sociais; treinamento; movimentação planificada de pessoal (plano de carreira); higiene e segurança do trabalho; manutenção de disciplina e expediente; relacionamento formal e informal com os empregados; avaliação do desempenho e relações trabalhistas. 35 2.5 IMPLICAÇÕES DA ROTATIVIDADE E DO ABSENTEÍSMO Tanto a rotatividade quanto o absenteísmo possuem implicações positivas e negativas para a organização. Fidelis e Banov (2006) afirmam que a rotatividade é negativa quando a organização começa a perder bons funcionários. Já a rotatividade positiva ocorre quando o pessoal que deixa a organização possui fraco desempenho, e neste momento a empresa tem a oportunidade de contratação de pessoas mais qualificadas, motivadas e com novas idéias. Ainda, Robbins (2002) apud Fidelis e Banov (2006, p. 154) as novas formas de relações com o trabalho apontam algumas vantagens em relação à rotatividade: No mundo empresarial de hoje, sempre em mudanças, certo nível de rotatividade voluntária de funcionário aumenta a flexibilidade organizacional e a independência deles, diminuindo assim a necessidade de demissões por parte da empresa. Independente de ser positiva ou negativa, a rotatividade envolve custos primários, secundários e terciários para a empresa, conforme quadro a seguir. Custos Primários Custos de Rotatividade de Pessoal Custos Secundários Custos Terciários - Custo de recrutamento e seleção - Custo de registro e documentação - Custo de integração - Custo de desligamento - Reflexos na produção - Reflexos na atitude do pessoal - Custo extralaboral - Custo extra-operacional - Custo extra-investimento - Perda nos negócios Quadro 3 - Custos de rotatividade de pessoal Fonte: Chiavenato, 1998, p. 189. Para Milkovich e Boudreaus (2000) a rotatividade é um processo oneroso e a visão empresarial mais frequente sobre a demissão e ver o dinheiro saindo pela porta e, como outra consequência, as demissões podem causar profundo impacto na auto-estima e na segurança das pessoas. Já o absenteísmo, de acordo com Fidelis e Banov (2006) tem como implicação o prejuízo para as empresas que mesmo remunerando ou não o trabalhador, é um momento em que outras pessoas terão de suprir as necessidades pela ausência daquele posto de trabalho, 36 pois a operação não pode diminuir a eficiência do processo como um todo. Segundo Robbins (2002) apud Fidelis e Banov (2006) são poucas as situações em que o absenteísmo pode ser positivo. Nas profissões em que o erro do profissional pode ser um risco para a vida de pessoas e o índice de tensão é alto, é melhor que se ausente e evite riscos à outra pessoa e elevado custo a ambas. Com isso, ainda para Fidelis e Banov (2006) a área de recursos humanos deve focalizar seus esforços na compreensão das causas dessas ausências e propor medidas objetivas para diminuir o nível de absenteísmo nas empresas, uma vez que o assunto deve ser tratado como primordial para apoiar os gestores em suas decisões quanto a possíveis demissões. Diante dos aspectos acima descritivos apresenta-se a seguir um quadro síntese de estudos contemporâneos sobre rotatividade e absenteísmo realizados por alguns pesquisadores 37 2.6 ALGUNS ESTUDOS ATUAIS SOBRE ROTATIVIDADE E ABSENTEÍSMO No atual ambiente globalizado e dinâmico, para a empresa ser competitiva no mercado têm de valorizar as pessoas, uma vez que as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. Neste sentido, destacamse alguns estudos sobre rotatividade e absenteísmo: Título Autor Absenteísmo de pacientes no ambulatório Alessandra de nutrição especializado em cardiologia Macedo et al Análise da rotatividade de recursos humanos na Back Serviços de Vigilância e Segurança e Serviços Especializados Ltda Vanderlei Ponciano Análise dos principais motivos do Leonete absenteísmo dos trabalhadores: o caso da Gorges dos Vonpar Refrescos S / A Santos Relação da motivação com a rotatividade de funcionários na empresa “Femina Comércio e Representações Ltda” Análise dos fenômenos internos que influenciam no turnover e no comprometimento dos colaboradores na Comissária Nelson Heusi Ltda Caracterização da rotatividade dos funcionários: o caso da Casa Mendonça Restaurante e Grill Ano Artigo – Nutrição Brasil, Rio 2005 setor de enfermagem do Hospital Universitário Pequeno Anjo – HUPA em Itajaí – SC de Janeiro, v. 4, n. 2, p. 87-92, mar. / abr. 2005 Trabalho acadêmico 2006 (Graduação) – Universidade do Vale do Itajaí – São José Trabalho acadêmico 2006 (Graduação) – Universidade do Vale do Itajaí TCC (Graduação em Deisi de Fátima Michel 2007 Administração – Comércio Exterior) – Universidade do Vale do Itajaí – São José TCE (graduação em Leonardo César Pereira 2008 da Silva Administração) – Universidade do Vale do Itajaí - Itajaí TCE (graduação em Marina Nunes Mendonça 2008 Administração) – Universidade do Vale do Itajaí - São José Qualidade de vida no trabalho e rotatividade de pessoal: um diagnóstico no Tipo TCE (graduação em Igor Herkert de Castro 2009 Administração) – Universidade do Vale do Itajaí - Itajaí Quadro 4 – Alguns estudos atuais sobre rotatividade e absenteísmo Fonte: Pesquisa na Biblioteca Central Comunitária – Universidade do Vale do Itajaí, 2009. 38 Com base no quadro acima, percebe-se que os estudos sobre o tema rotatividade e absenteísmo ainda não se esgotou, pois está presente em muitas pesquisas acadêmicas e, manifesta-se em diferentes espaços organizacionais, estimulando cada vez mais a investigação científica. O tema a respeito de rotatividade e absenteísmo está cada vez mais presente nos meios que procuram propor soluções para minimizar problemas de custos primários, secundários e terciários decorrentes da rotatividade e do absenteísmo no ambiente organizacional ligado tanto com os objetivos individuais como organizacionais, visando melhor entrosamento e equilíbrio no ambiente de trabalho, melhor imagem da empresa, melhor qualidade de produtos e serviços, como também, a motivação dos funcionários. Contudo, considerando as leituras realizadas sobre o tema proposto na presente pesquisa e, resgatando os princípios que norteiam as teorias do pensamento administrativo apresenta-se a seguir a teoria comportamentalista como base norteadora deste estudo, uma vez que a teoria comportamental é o marco definitivo da transferência da ênfase na estrutura organizacional para a ênfase nas pessoas, sendo que ao transferir o foco dos aspectos estruturais e dinâmicos, a teoria comportamental realinha e redefine os conceitos de tarefa e de estrutura sob uma roupagem democrática e humana (CHIAVENATO, 2000). 39 2.7 TEORIA COMPORTAMENTALISTA Na abordagem clássica a ênfase está no trabalho, mas para a abordagem comportamental a administração eficaz advém de uma compreensão do trabalhador (MONTANA; CHARNOV, 1999). Onde, as pessoas são o ativo mais importante da organização (CHIAVENATO, 2000). A abordagem comportamental, no tocante à compreensão do comportamento dos trabalhadores e ao aumento da produtividade, tem tido um impacto poderoso sobre o conceito de administração, estabelecendo critérios de comportamento organizacional que ainda se constituem na principal diretriz para aqueles que estão engajados na pesquisa da teoria das organizações. Sendo que a teoria comportamentalista tem aumentado a importância do efetivo treinamento das habilidades gerenciais, bem como contribuído para o desenvolvimento de esforços na maioria dos ramos de negócios. O que contribuiu para criar um estilo mais sofisticado e eficaz, por parte dos gerentes, para lidar com as variáveis humanas no ambiente de trabalho (MONTANA; CHARNOV, 1999). Maximiniano (1995) no enfoque comportamental a ênfase está no efeito do comportamento sobre o desempenho. O controle do desempenho humano é uma das tarefas mais importantes de um administrador, pois o desempenho dos recursos materiais, financeiros e informacionais dependem da forma como as pessoas o utilizam. Sendo o controle do desempenho humano uma das atividades mais difíceis, pois as pessoas reagem ao controle, diferente de máquinas e equipamentos. Embora não gostem de ser controladas, as pessoas também não gostam de ser ignoradas. Elas apreciam ser elogiadas quando acham que o merecem, e tendem a ficar ressentidas quando isso não acontece. Também ficam ressentidas quando cometem um erro ou não conseguem acertar e são castigadas de forma que as humilha ou constrange, ficando feridas em seu amor próprio, mas tendem a aceitar de bom grado um conselho ou uma orientação sobre como superar sua dificuldade (Maximiniano, 1995, p.438). A teoria comportamental da administração tem o seu início com Herbert Alexander Simon. Sendo Chester Barnard, Douglas McGregor, Rensis Likert, Chris Argyris autores importantíssimos dessa teoria. Dentro do campo da motivação humana Salientam-se Abraham Maslow, Frederick Herzberg e David McClelland. (CHIAVENATO, 2003) 40 Quadro 5 - Os principais expoentes da Teoria Comportamental da Administração Fonte: Chiavenato, 2003, p. 328 Os autores behavioristas verificaram que o administrador necessita possuir conhecimento referente às necessidades humanas para, com isso, melhor compreender o comportamento das pessoas e utilizar a motivação como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida dentro das organizações (CHIAVENATO, 2003). A teoria comportamental mostra a mais profunda influência das ciências do comportamento na administração, seja por meio de novos conceitos sobre o homem e suas motivações ou sobre a organização e seus objetivos. Para explicar e justificar seus conceitos, a teoria comportamental precisa de um modelo de homem. Nesse sentido, três aspectos moldam a teoria comportamental. O primeiro aspecto destaca que, as organizações surgem quando os objetivos a serem alcançadas são muito complexos para um só indivíduo. Para a organização alcançar seus objetivos ela precisa ser dividida em unidades administrativas separadas. Já o segundo, enfatiza que as pessoas são, elas mesmas, organizações complexas. Elas produzem atividade e energia para a organização se isso representa alguma vantagem para elas. A vantagem das pessoas pode ser compreendida pela satisfação de suas necessidades pessoais. O último aspecto relata que há uma variedade de conceitos de necessidades e concepções diferentes a respeito de sua importância. As pessoas buscam satisfazer suas 41 necessidades e são influenciadas pelo contexto organizacional e pelo conteúdo do cargo que ocupam. Os behavioristas preferem fazer alterações organizacionais (seja na estrutura, nas tarefas ou nos processos) para obter melhorias no comportamento humano e organizacional. Para estes estudiosos, o desenho e estrutura organizacional são a chave de tudo, pois quando o comportamento é controlado por instrumentos como regulamentos, descrições de funções, recompensas e linhas de comunicação, ele é continuamente reforçado e se torna parte dos funcionários. Assim sendo, é melhor planejar tarefas e determinar papéis para o indivíduo e investir em seu treinamento do que esperar que as pessoas tenham qualidades sobre-humanas para desempenhar papéis que não são totalmente claros e definidos (CHIAVENATO, 2003). De acordo com Chiavenato (2000) a contribuição da teoria comportamental é importante e definitiva. Mesmo desta forma, o autor realiza uma apreciação crítica a teoria comportamental. Para Chiavenato (2000) os behavioristas pecam ao se preocupar mais em explicar e descrever as características do comportamento organizacional do que em construir modelos e princípios de aplicação prática. O que tornar difícil a aplicação desta teoria, que pouco tem de normativa, mas cuja riqueza conceitual é impressionante. A escola comportamental também incorreu no equívoco de padronizar as suas proposições, não levando em consideração as diferenças individuais de personalidade das pessoas, uma vez que tanto os aspectos subjetivos quanto as diferentes interpretações da realidade pelas pessoas foram desprezados (CHIAVENATO, 2000). Mas, a pesar das críticas, a teoria comportamental enriqueceu o conteúdo das teorias administrativas e os seus conceitos são os mais conhecidos, uma vez que produziu as principais teorias da motivação que influenciaram a teoria administrativa. Nesse sentido, é oportuno resgatar alguns conceitos que influenciam diretamente a rotatividade e o absenteísmo nas empresas. 42 2.8 CONCEITOS DE MOTIVAÇÃO Motivação para o trabalho é uma expressão que indica um estado psicológico de disposição ou vontade de perseguir uma meta ou realizar uma tarefa. Toda ação orientada para algum tipo de desempenho sempre é motivada. A motivação pode produzir o desempenho positivo ou negativo. (MAXIMINIANO, 2000) A palavra motivação deriva do latim motivus, movere, que significa mover, e indica o processo de razões ou motivos, e explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum tipo de ação ou comportamento humano (MAXIMINIANO, 2000). Já, desempenho é o resultado que uma pessoa consegue com a aplicação de algum esforço intelectual ou físico. Ele é positivo quando o resultado beneficia a própria pessoa, o grupo do qual ela participa, um cliente ou a organização no qual trabalha. (MAXIMINIANO, 2000, p. 347) Necessidades do empregado (motivos) Necessidades pessoais satisfeitas Motivação Desempenho Necessidades Organizacionais (produção) satisfeitas Incentivos da Administração (estímulos) Quadro 6 - A motivação dirigida para uma meta. Fonte: Megginson; Mosley; Pietri, 1998, p. 349. Há dois grupos de motivos que influenciam o desempenho: − Motivos internos: são aqueles que surgem da própria pessoa; − Motivos externos: São aqueles criados pela situação ou ambiente em que a pessoa se encontra. “A motivação surge através de interação de recompensas intrínsecas e extrínsecas com as necessidades dos empregados, modificadas pelas expectativas do empregado. Os 43 administradores podem motivar os empregados a melhorar o desempenho criando um clima positivo onde as pessoas podem ser motivadas.” (MEGGINSON; MOSLEY; PIETRI, 1998, p. 349) De acordo com kwasnicka (1995) as pessoas dedicam parte de suas vidas às empresas onde trabalham. Os profissionais constroem estilo de vida, seu sistema de valor e seu interesse central de vida em torno de seu trabalho. E isto, é suficiente para que a preocupação não seja só com o dinheiro, uma vez que motivação refere-se aos desejos, aspirações e necessidades que influenciam a escolha de alternativas, determinando o comportamento do indivíduo. Para Kwasnicka (1995, p. 56) a motivação consiste nos seguintes elementos: 1. Cada indivíduo tem necessidades, as quais variam em intensidade e persistência; 2. A satisfação dessas necessidades é o objetivo ou fim em torno do qual a motivação é dirigida; 3. Quando definimos o objetivo, isso é traduzido em desejo; 4. A atividade proposta resulta da aplicação de um incentivo ou estímulo para atingir o objetivo. Esquema destes elementos: Motivos Necessidades Satisfação Interno Comportamento Objetivo Incentivo Estimulo Externo Quadro 7 - Funcionamento do processo motivacional Fonte: Kwasnicka, 1995, p. 56. Produtividade 44 Segundo Megginson et. al. (1998) existem três principais objetivos da motivação na administração: encorajar empregados potenciais a ingressar na empresa; estimular os empregados a produzir mais ou a desempenhar suas funções com eficácia; encorajar os empregados a permanecer. Cada qual exige diferentes abordagens, táticas e incentivos. Embora nenhuma teoria tenha todas as respostas as teorias de motivação ajudam a explicar a “razão” do comportamento humano e coletivamente elas ajudam os administradores a criar um ambiente em que os indivíduos e grupos trabalhem para atingir os objetivos da organização enquanto trabalham para atingir seus próprios objetivos. (MEGGINSON; MOSLEY; PIETRI, 1998). Há autores que consideram a organização como meio de proporcionar à pessoa uma série de recompensas e que salientam que as empresas devem oferecer o mais alto nível de motivação e recompensa aos seus funcionários. É o caso de Maslow e Herzberg. Quadro 8 - Uma comparação dos modelos de motivação de Maslow e de Hezberg Fonte: Chiavenato, 2002, p. 89. 45 No modelo de Maslow as necessidades humanas são colocadas em uma hierarquia de importância, progredindo dos níveis mais baixos pra os mais altos, sendo que uma necessidade satisfeita não pode mais ser usada como motivador primordial de comportamento. As necessidades fisiológicas ou básicas são: alimento, abrigo, repouso, sede, exercício, sexo e outras necessidades orgânicas. Quando as necessidades fisiológicas estão razoavelmente satisfeitas, a segurança torna-se importante. Para satisfazer a necessidade de segurança e estabilidade o empregador pode desenvolver o empregado, criar boas condições de trabalho, planos de aposentadoria, poupança, seguros (vida, hospitalar, dentário). As necessidades sociais são: afeto, amizade, interação e aceitação dentro do grupo e da sociedade. Para suprir estas necessidades a empresa pode fazer grupos de trabalho formais e informais, atividades patrocinadas pela empresa, dinâmicas de grupo. Acima das necessidades sociais estão as necessidades de estima. Essas necessidades podem ser aquelas que se relacionam à nossa auto-estima – necessidades de autoconfiança, independência, realização, competência e conhecimento -, e aquelas relacionadas à nossa reputação – necessidade de status, de reconhecimento, de apreciação e de aceitação por parte dos colegas. Poder, ego, títulos, símbolos de status, elogios, prêmios e promoção são atitudes que a empresa pode realizar para satisfazer esta necessidade. Finalmente, as necessidades de auto-realização incluem as necessidades de utilizar o potencial de aptidões e habilidades, autodesenvolvimento e realização pessoal. Enquanto as quatro necessidades anteriores podem ser satisfeitas por recompensas externas à pessoa e que têm uma realidade concreta, as necessidades de auto-realização somente podem ser satisfeitas por recompensas que são dadas intrinsecamente pelas pessoas a si próprias e que não são controláveis e observáveis por outros. Na teoria Herzberg os fatores higiênicos e motivacionais não são necessidades, mas condições de trabalho que quando modificadas aumentam ou diminuem a satisfação. Os fatores de higiene não motivam, mas contribuem para insatisfação se não estão presentes no ambiente de trabalho, enquanto os fatores motivacionais têm efeito de enaltecimento na atitude das pessoas e levam a um melhor desempenho. 46 Para Megginson et. al (1998) “a motivação é a melhor fonte potencial de maior produtividade.” Assim sendo, quando as capacidades dos funcionários são usadas com maior eficácia, a satisfação é melhor e consequente tem-se a maior produtividade no trabalho. A compreensão que a satisfação das necessidades dos funcionários (motivos) resulta para a organização em um resultado desejado torna evidente a necessidade de contribuição dos esforços em conjunto dos membros da organização para uma maior produtividade. PRESSUPOSIÇÕES DA TEORIA X PRESSUPOSIÇÕES DA TEORIA Y • As pessoas são preguiçosas e indolentes. • As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer. • As pessoas evita o trabalho. • O trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou descansar. • As pessoas evitam a responsabilidade, a fim de se sentirem mais seguras. • As pessoas procuram e aceitam responsabilidade e desafios. • As pessoas precisam ser controladas e dirigidas. • As pessoas podem ser automotivas e autodirigidas. • • As pessoas são criativas e competentes. As pessoas são ingênuas e sem iniciativa. Quadro 9 - A Teoria X e a Teoria Y como diferentes concepções a respeito da natureza humana Fonte: Chiavenato, 2002, p. 339 Em 1960, Douglas McGregor ressaltou a importância da compreensão dos relacionamentos entre a motivação e o comportamento. Este estudioso acreditava que os gerentes motivam os funcionários através de duas abordagens básicas denominadas teoria X e Y. A visão tradicional, a teria X, sugere que os gerentes devem coagir, controlar e ameaçar os funcionários para poder motivá-los. A filosofia alternativa da natureza humana era a da teoria Y, que acredita que as pessoas são capazes de ser responsáveis. Elas não precisam ser coagidas ou controladas pelo gerente para ter um bom desempenho. “Alguns autores consideram o trabalho de McGregor como uma teoria básica da motivação, enquanto outros acham que é a filosofia da natureza humana e se encaixa mais logicamente na discussão de liderança do que na das teorias básicas da motivação” (MONTANA; CHANOV, 1999, p. 217). 47 Vergara (2000) afirma que somos diferentes uns dos outros e temos motivações distintas. Uma vez que algumas pessoas podem ser sentir motivadas por fatores financeiros, e outras podem ser sentir mais motivadas com um ambiente saudável, em que ele exerça seu trabalho com competência e ocorra a seu reconhecimento. Aristóteles apud Vergara (2000) diz que somente pessoas livres podem se sentir gente, podem sentir-se motivadas a viver e a trabalhar, podem encontrar seu significado no trabalho. Ainda, de acordo com Vergara (2000) a motivação e um processo intrínseco, está no interior de cada pessoas, mas a motivação também pode ser provocada por meio de estímulos. Enfim, o objetivo principal da pesquisa de rotatividade e de absenteísmo para a empresa é compreender as necessidades e desejos dos funcionários, suprindo estes da melhor forma possível e com isso aliando ao aumento de produtividade para a organização. Descritos os principais fundamentos teóricos relevantes a pesquisa, a seguir apresentam-se os aspectos metodológicos utilizados. 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS Esse capítulo tem como objetivo esclarecer os procedimentos metodológicos utilizados para o desenvolvimento desta pesquisa, tendo em vista atingir os objetivos propostos para a realização do presente estudo. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA A presente pesquisa é caracterizada como exploratória, pois têm como principal objetivo desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudar de forma mais detalhada e estruturada posteriormente (GIL, 1999). A pesquisa é também caracterizada como descritiva, pois conforme Oliveira (1997) o estudo descritivo é o mais adequado quando o pesquisador necessita obter melhor entendimento a respeito do comportamento de vários fatores e elementos que influem sobre determinados fenômenos. 48 Sendo assim, Gil (1999) afirma que as pesquisas deste tipo têm como principal finalidade a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis. A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos e fenômenos / variáveis sem manipulá-los (CERVO; BERVIAN, 1996). Para Roesch (1996) as principais técnicas de coleta de dados são a entrevista, os questionários, os testes e a observação. A coleta de dados se deu por meio de questionário elaborado para os funcionários da unidade matriz da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME. As variáveis abordadas no questionário foram: salário, benefícios, supervisão, relacionamento humano, condições físicas ambientais, comunicação, política disciplinar, flexibilidade, localização atualização e treinamento, recrutamento e seleção e carga de trabalho. As variáveis destacadas no questionário dessa pesquisa possuem como referencial os autores Rosário (2009), Chiavenato (2005) e McDonald e Shaver (2005) apud Dall’inha (2006), que destacam as principais variáveis que resultam na rotatividade e no absenteísmo dos funcionários. Além dos questionários, foi realizada entrevista com a responsável pela área de recursos humanos da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME e, a observação participante que se deu do período de agosto de 2008 a junho de 2009, uma vez em que a pesquisadora fazia parte do corpo de funcionários da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, no setor de recursos humanos da empresa. O método em pesquisa é a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de fenômenos. Pode-se dizer que há dois grandes métodos de abordagem: o quantitativo e o qualitativo. Para Oliveira (1997) a abordagem quantitativa e a qualitativa são dois métodos que se distinguem pela sistemática pertinente a cada um deles, e pela forma de abordagem do problema que está sendo objeto de estudo, precisando estar apropriado ao tipo de pesquisa que se deseja desenvolver. Sendo assim, para Oliveira (1997) a abordagem quantitativa significa quantificar dados e opiniões utilizando de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, moda, mediana e desvio padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação e 49 análise de regressão. Sendo o método quantitativo muito utilizado na condução das pesquisas descritivas, na qual se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como na investigação da relação de causalidade entre os fenômenos: causa e efeito. A abordagem qualitativa de um problema é uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social. O método qualitativo não emprega um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema e não tem a pretensão de numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas. Em geral, as investigações que se voltam para uma análise qualitativa têm como objeto situações complexas ou estritamente particulares (RICHARDSON, 1999). Dessa maneira conclui-se que a abordagem quantitativa e qualitativa são os métodos que melhor atendem as necessidades desta pesquisa. Sendo que, a opção pelo método quantitativo se deu por características como a garantia de resultados precisos e sem distorções de análise e interpretações, a partir de uma análise estatística dos dados coletados dos funcionários. A pesquisa pode ser definida como participante de forma aberta. Desta forma, Roesch (1996) destaca que “a pesquisa participante de forma aberta ocorre quando o pesquisador tem permissão para realizar sua pesquisa na empresa e todos sabem a respeito de seu trabalho.” A autora ainda enfatiza que a conquista da confiança e da aceitação dos funcionários é um dos principais problemas enfrentados pelos pesquisadores da pesquisa participante. A presente pesquisa possui delineamento de estudo de caso e, segundo o autor Gil (1999) o estudo de caso caracteriza-se pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento detalhado e amplo. De acordo com Yin (1981) apud Roesch (1996) o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto de realidade. Sendo que, o estudo de caso pode ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias quanto descritivas e explicativas (Gil, 1999). A pesquisa bibliográfica, segundo Cervo e Bervian (1996), procura explicar determinado problema a partir de referências teóricas, principalmente de livros e artigos científicos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Constitui parte da pesquisa descritiva ou experimental, quando é feita com o 50 intuito de recolher informações e conhecimentos prévios acerca de um problema para o qual se procura resposta ou acerca de uma hipótese que se quer experimentar. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema. Já para Gil (1999), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de artigos científicos e livros, a principal vantagem da pesquisa bibliográfica está no fato de permitir ao pesquisador a cobertura de vários fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Contudo, esta pesquisa é bibliográfica, pois tem como característica a elaboração de sua fundamentação desenvolvida a partir de material já elaborado, como livros e artigos científicos. 3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA Os participantes da pesquisa foram os funcionários da empresa matriz FJG Serviços de Transporte Ltda ME, e a entrevista foi realizada com a responsável pela área de recursos humanos da empresa pesquisada. Sendo que, a população ou universo é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas características. Comumente fala-se de população como referência ao total de habitantes de determinado lugar (GIL, 1999). Para Toledo e Ovalle (1985) o universo ou população é o conjunto constituído por todos os indivíduos que apresentem pelo menos uma característica comum, cujo comportamento interessa analisar. A Empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, possui funcionários na matriz situada em São José / SC e na filial situada em Itajaí / SC. Contudo, os pesquisados foram somente os funcionários da empresa matriz. Esta escolha se dá pelo fato de estar nas proximidades do local de circulação diária do acadêmico e por este já ter tido vínculo empregatício anterior com esta empresa matriz. Ambos os fatos contribuíram para a execução da pesquisa, pois possibilitou o acesso facilitado ao local. Para se conhecer alguns aspectos de uma população pode-se utilizar o método de amostra ou censo. A amostra envolve apenas alguns elementos da população, enquanto no 51 censo se pesquisa todos os elementos. De acordo com Toledo e Ovalle (1985), a amostra pode ser definida como um subconjunto, uma parte selecionada da totalidade de observações abrangidas pela população, através da qual se faz juízo ou inferência sobre características da população. Complementar a citação anterior, Richardson (1999) diz que cada unidade ou membro de uma população denomina-se elemento, e quando se toma certo número de elementos para averiguar algo sobre a população a que pertencem, fala-se de amostra. As técnicas de amostragem permitem selecionar as amostras adequadas para os propósitos de investigação. A técnica da amostragem estratificada proporcional foi à técnica utilizada nesta pesquisa. Pois segundo Barbetta (2005) “a amostragem estratificada proporcional garante que cada elemento da população tem a mesma probabilidade de pertencer à amostra”. Neste estudo, a população foi estratificada por nível hierárquico. Nesse caso, em particular, a população é composta por 02 gerentes, 01 assistente administrativo, 01 auxiliar administrativo, 04 conferentes de carga e descarga e 08 ajudantes de carga e descarga, totalizando 16 funcionários. Sendo que foi realizada uma amostragem estratificada, proporcional por categoria, para obter uma amostra global de tamanho n = 10. Tabela 1 - Cálculo do tamanho da amostra em cada estrato Estrato Proporção na População Tamanho do Subgrupo na Amostra Gerentes 02 = 0,125 (12,5%) 16 n = (0,125) .10 = 1 Assistente administrativo 01 = 0,625 (6,25%) 16 n= (0,0625) .10 = 1 Auxiliar administrativo 02 = 0,125 (6,25%) 16 n= (0,0625) .10 =1 Conferentes de carga e descarga 04 = 0,25 (25%) 16 n= (0,25) .10 = 2 Ajudantes de carga e descarga 08 = 0,5 (50%) 16 n= (0,5) . 10 = 5 Fonte: Dados da pesquisa, 2009. 52 Após o cálculo da amostragem estratificada proporcional, onde se detectou o tamanho necessário de cada subgrupo na amostra fez-se a seleção aleatória que se deu da seguinte maneira: a seleção de um dos dois gerentes fez-se de maneira que no momento da aplicação do questionário somente um deles estava presente; para o assistente e o auxiliar administrativo não se fez escolha pela existência de somente um funcionário em cada cargo; para os conferentes de carga e descarga se fez a escolha por período de trabalho, sendo que um trabalha somente no período matutino e o outro no período vespertino; no caso dos ajudantes de carga e descarga a pesquisa foi realizada com os que estavam presentes no momento da aplicação do questionário e se apresentaram de forma mais acessível. 3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Para realizar a pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos: entrevista semi estruturada, conforme apêndice anexo, com a responsável pela área de recursos humanos, observação participante e o questionário, conforme apêndice anexo. Quanto ao questionário aplicado com os funcionários da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME o mesmo contém trinta questões objetivas, não sendo necessária a identificação do respondente. As variáveis destacadas no questionário possuem como referencial os autores Rosário (2009), Chiavenato (2005) e McDonald e Shaver (2005) apud Dall’inha (2006), que destacam as principais variáveis que resultam na rotatividade e no absenteísmo dos funcionários. De acordo com Lakatos e Marconi (1991, p. 201) “questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.” Ainda, para Lakatos e Marconi (1991) o questionário tem por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc. Vale mencionar que, de acordo com Vergara, o questionário da presente pesquisa foi acompanhado de uma apresentação aos respondentes. Isto garantiu o anonimato dos respondentes, bem como, esclareceu o objetivo do questionário e sua finalidade. Ainda, Vergara (1998) menciona que quanto às instruções, deve-se deixar bastante claro para o respondente como ele deverá responder ao questionário. Nessa pesquisa os entrevistados foram devidamente orientados. 53 Cervo e Bervian (1996), afirmam que o questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja. Possui esta característica devido aos respondentes se sentirem mais confiantes, dado o anonimato, que possibilita coletar informações e respostas mais reais. Segundo Roesch (1996), o questionário é o instrumento mais utilizado na pesquisa quantitativa, e possui como característica a utilização de perguntas fechadas. De acordo com Cervo e Bervian (1996) as perguntas fechadas são padronizadas, de fácil aplicação, fáceis de codificar, analisar e destinam-se a obter respostas mais precisas. Vergara (1998) afirma que no questionário fechado – estruturado, o respondente faz escolhas, ou pondera, diante de alternativas apresentadas. Para Richardson (1999), os questionários de perguntas fechadas possuem como principal característica perguntas ou afirmações que apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas e preestabelecidas, sendo que o entrevistado deve responder a alternativa que mais se ajustar as suas características, idéias ou sentimentos. Segundo Richardson (1999) os questionários cumprem pelo menos duas funções: descrever as características e medir determinadas variáveis de um grupo social. Além dos questionários, foi realizada entrevista com a responsável pela área de recursos humanos da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, sendo que de acordo com Gil (1999) a entrevista é uma forma de interação social, uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. A entrevista com a responsável pela área de recursos humanos na empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, ocorreu em novembro de 2009, face a face e semi estruturada, conforme apêndice, que buscou informações sobre política da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME em relação à rotatividade e o absenteísmo. Selltiz et al. (1967, p. 273) apud Gil (1999, p. 117) que “enquanto técnica de coleta de dados, a entrevista é bastante adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, crêem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca das suas explicações ou razões a respeito das coisas precedentes”. A entrevista semi estruturada está focalizada em um assunto sobre o qual é 54 confeccionado um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias momentâneas à entrevista. Para o autor, esse tipo de entrevista pode fazer emergir informações de forma mais livre e as respostas não estão condicionadas a uma padronização de alternativas (MANZINI, 2009). A observação participante que se deu do período de agosto de 2008 a junho de 2009. De acordo com Gil (1999) a observação participante, consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. A observação assumiu a forma natural uma vez que a observadora pertencia ao grupo que estava sendo investigado (GIL, 1999), na matriz da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, no setor de recursos humanos da empresa. Com base nos autores acima mencionados percebe-se que a combinação de dois ou mais instrumentos de coletada de dados amplia o olhar do pesquisador, na medida em que oferece maios riqueza de detalhes e informações do campo pesquisado. 3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS O estudo de rotatividade e absenteísmo foi realizado com 10 funcionários, nos seguintes cargos: gerente, assistente administrativo, auxiliar administrativo, conferente de carga e descarga e ajudante de carga e descarga, no período de julho a outubro de 2009 na empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, localizada na Rua: Francisco Pedro Machado, 333F, no bairro de Barreiros na cidade de São José no estado de Santa Catarina. Além dos questionários, foi realizada entrevista com a responsável pela área de recursos humanos da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME e a observação participante que se deu do período de agosto de 2008 a junho de 2009, uma vez que a pesquisadora fazia parte do quadro de funcionários da empresa FJG Serviços de Transportes Ltda ME. Referente aos questionários aplicados, Mattar (2001) afirma que “o processo de medição consiste em associar números a um objeto, que, segundo uma regra estabelecida, passam a representar as quantidades de suas características ou atributos”. Sendo assim, o que se mede não é o objeto, mas suas características e atributos. A escala de medição utilizada nesta pesquisa foi a escala somatória ou escala Likert, 55 pois neste tipo de escala os respondentes além de informarem sua concordância ou discordância, também informam o seu grau de concordância / discordância dos questionamentos. Ainda, segundo Selltiz et al. (1959) apud Mattar (2001) a escala Likert apresenta diversas vantagens, tais como: possuir maior amplitude de respostas permitidas o que permite ter informações mais precisas da opinião dos respondentes em relação a cada afirmação; ser de construção mais simplificada e possuir o número de respostas alternativas maiores tende a ser mais precisa. Após aplicação da escala Likert é possível analisar as respostas e verificar os itens que discriminam mais claramente entre os que obtêm resultados elevados e os que obtêm resultados baixos na escala total. Desta forma, foram levados em consideração o grau de satisfação, conforme quadro abaixo: Muito Satisfeito Satisfeito Indiferente Insatisfeito Muito Insatisfeito 5 4 3 2 1 Quadro 10 – Escala Likert Fonte: Elaborado pela autora, 2009 Sendo que foram considerados satisfeitos, indiferentes e insatisfeitos, de acordo com quadro abaixo: Satisfeito Indiferente Insatisfeito 5, 4 3 2, 1 Quadro 11 – Escala utilizada na pesquisa Fonte: Elaborado pela autora, 2009 Após a análise dos resultados foi verificado as variáveis com maior e menor índice de satisfação e foi proposto um plano de ação para os índices de menor pontuação e enfatizado as variáveis com maior pontuação que devem ser mantidas para a satisfação dos funcionários da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME. A entrevista com a responsável pela área de recursos humanos na empresa FJG 56 Serviços de Transportes Ltda ME, ocorreu em novembro de 2009, através de uma entrevista face a face e semi estruturada, conforme apêndice, que buscou informações sobre as políticas de recursos humanos da empresa FJG Serviços de Transportes Ltda ME. As informações obtidas são apresentadas no tópico análise dos resultados. Já a observação participante, que ocorreu no período de agosto de 2008 a junho de 2009, buscou informações a partir de conversas informais com os funcionários que pretendiam se desligar e com os funcionários já desligados da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME. As informações obtidas tinham objetivo a busca de informações referente às causas do desligamento das pessoas da empresa. A seguir são apresentados os resultados da pesquisa. 4 RESULTADOS DA PESQUISA Neste capítulo, apresenta-se, inicialmente, a caracterização da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, a seguir, são apresentados os resultados da referida pesquisa realizada junto aos funcionários da empresa Matriz, situada na cidade de São José. Como, também, a entrevista semi estruturada, realizado com a responsável pela área de recursos humanos da organização pesquisada, e a observação participante realizada pela observadora no período de agosto de 2008 a junho de 2009. Após a tabulação das variáveis destacadas no questionário, conforme apêndice, os dados foram traduzidos por meio de gráficos e tabelas, sendo que os resultados dessa pesquisa possibilitarão uma avaliação a respeito da percepção dos funcionários às variáveis apresentadas no questionário. As informações obtidas na entrevista e na observação participante serão, também, analisadas com o intuito de verificar as possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo organização. Diante disso, acredita-se que seja possível o cumprimento do objetivo primordial deste estudo, que é analisar as possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo na referida unidade organizacional investigada tendo como base os indicadores de rotatividade e de absenteísmo. 4.1 A FJG SERVIÇOS DE TRANSPORTE LTDA ME A FJG Serviços de Transporte Ltda ME é uma empresa cuja atividade econômica 57 principal é o transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e internacional atua no segmento há 05 anos e está situada em São José na Rua Francisco Pedro Machado, 333F, Barreiros, com filial em Itajaí, ambas em Santa Catarina. Esta empresa iniciou suas atividades como transportadora em abril de 2004. Sendo sua primeira constituição societária composta por Sra. Fernanda Leal de Barros, Sr. Jucinei Barbosa e Sr. Francisco Jacinto Góis de Moura, mais conhecido como Sr. Góis. Daí surgiu o nome da empresa a partir das iniciais dos nomes dos sócios – FJG. Hoje, conta com 26 funcionários nas duas localidades. As principais atividades econômicas desenvolvidas pela empresa estão voltadas ao de agenciamento marítimo; comércio atacadista de embalagens; depósitos de mercadorias para terceiros, exceto armazéns gerais e guarda-móveis; transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, municipal. Quanto aos funcionários, estes atuam na área administrativa e operacional da empresa, cujas escolaridades variam entre ensino fundamental, ensino médio, cursos técnicos e faculdades. Já em relação à estrutura hierárquica, A FJG Serviços de Transporte Ltda ME é constituída de sócios, sendo um voltado à área operacional e o outro para área administrativa, que cuida de toda movimentação financeira da empresa para que não haja nenhum tipo de risco ou instabilidade, além disso, tem os conferentes que apontam a produção e controlam a freqüência de mão-de-obra, acompanham atividades de produção, conferem cargas e verificam documentação, preenchem relatórios, guias, boletins, plano de carga e recibos, controlam movimentação de carga e descarga e os ajudantes que preparam cargas e descargas de mercadorias, entregam e coletam encomendas, manuseiam cargas especiais, reparam embalagens danificadas e controlam a qualidade dos serviços prestados e os auxiliares administrativos que contribuem com a atividade meio prestando suporte administrativo. Quanto aos benefícios oferecidos pela empresa, estes estão previstos na lei e constituem-se em: vale transporte, vale adiantamento, vale alimentação e seguro de vida em grupo. A FJG possui como princípios: jamais abrir mão do lucro; as pessoas são o principal 58 diferencial na execução das tarefas; o que não é medido não pode ser melhorado; tecnologia é essencial para alcançar desempenho. Simplicidade é sinônimo de bom senso, então sejamos simples, transparentes e objetivos; reduzir custos, mas sempre tomando o cuidado para não comprometer o nível de serviço e atendimento aos clientes; acompanhar atentamente os concorrentes e não hesitar em copiar o que é bom; entendemos que parceiros são aqueles com quem produzimos riquezas, somamos competências, trocamos experiências e cooperamos na direção de um interesse comum. A FJG direciona sua visão para ser a maior transportadora de Santa Catarina e esta trabalhando constantemente para atender os mercados nacionais. Em relação a seus clientes, essa empresa pretende estar sempre à frente, prosperando, qualificando seu trabalho tendo como meta ser um nome de referência e sucesso, como transportadora, no mercado competitivo. Para isso, busca constantemente adquirir cada vez mais experiência, priorizando a satisfação do cliente, prestando um excelente atendimento com respeito, seriedade, transparência e qualidade dos seus serviços. No quadro 12 é apresentado o organograma da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME. FJG - Serviços de Transporte Diretor de Operações Jucinei Gerente Operacional Gerente Comercial Diretor Administrativo Góis Atendimento Recursos Humanos Quadro 12 – Organograma da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME Fonte: Dados documentais fornecidos pela empresa. Financeiro 59 4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS A seguir, serão apresentados os dados coletados por meio da entrevista semi- estruturada, da observação participante e, do questionário com as interpretações e análises das respectivas variáveis pesquisadas. 4.2.1 Quanto à entrevista semi estruturada realizada com a responsável pela área de recursos humanos: A entrevista com a responsável pela área de recursos humanos na empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME ocorreu em novembro de 2009, através de uma entrevista face a face e semi estruturada conforme apêndice, que buscou informações sobre as políticas de recursos humanos da empresa pesquisada. Sobre momento atual da empresa, a entrevistada relatou que no momento atual, a empresa está estagnada e sem perspectiva de crescimento no curto prazo, ou seja, nos próximos 2 ou 3 anos. Mas está sempre procurando preservar um clima organizacional agradável. Em relação às políticas da empresa no que tange a rotatividade e o absenteísmo dos funcionários a entrevistada relatou que, de um modo geral, a área de recursos humanos pouco ou quase nada tem feito em relação a essa questão, em função até da própria cultura organizacional no tocante ao paradigma gestão de pessoas. Entretanto, ressaltou que a empresa FJG, procura cumprir todos os aspectos legais, principalmente, as atividades funcionais básicas da área dentro da necessidade da mesma. Desta forma não existe vinculação entre as estratégias de negócio e as funções administrativas da organização. Quanto à remuneração e aos benefícios a entrevistada diz que a empresa possui uma remuneração baseada na média de mercado sem grandes diferenciações. Quanto aos benefícios oferecidos pela empresa, estes estão previstos na lei e constituem-se em: vale transporte, vale adiantamento, vale alimentação e seguro de vida em grupo. A forma utilizada no recrutamento e seleção tem como principal fonte a indicação de alguém, anúncios em empresas de estágio e em lugares estratégicos para busca de pessoal. Os programas de treinamento e desenvolvimento não se apresentam bem estruturados. Quando questionada sobre as principais dificuldades enfrentada pela área de recursos humanos da empresa a entrevistada, relata que FJG apresenta um índice elevado de 60 rotatividade o que traz certo transtorno a área de recursos humanos, e dificulta sua administração. Nota-se que as faltas e atrasos de alguns funcionários, também ocorrem com certa frequência. A entrevistada diz que não existem índices calculados sobre a rotatividade e o absenteísmo e os custos decorrentes destes acontecimentos, também não são conhecidos. Como também tem desconhecimento dos principais fatores que geram a rotatividade e o absenteísmo. Diante do contexto atual, a entrevistada detectou a necessidade de a Empresa FJG desenvolver um planejamento estratégico, com vistas a alterar a política adotada até o momento, solucionando ou minimizando problemas que originam a rotatividade e o absenteísmo, já que esses fatos geram custos, desmotivação dos funcionários e o tempo com a administração destes acontecimentos tende a aumentar. 4.2.2 Quanto à observação participante: A observação participante ocorreu no período de agosto de 2008 a junho de 2009. As informações foram obtidas a partir de conversas informais com os funcionários que pretendiam se desligar e com os funcionários já desligados da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME. As conversas informais tinham como objetivo a busca de informações referente às causas do desligamento das pessoas da empresa. No período de agosto a outubro de 2008 a empresa já apresentava índice de rotatividade e absenteísmo, mas era em sua maioria no setor operacional, principalmente na função de ajudantes e conferentes de carga. As demissões ocorriam por parte da empresa e por parte do funcionário. Os períodos de experiência eram muito utilizados para verificar a possibilidade de contratação dos funcionários, os que não se apresentavam aptos a contratação eram desligados. Na função de ajudantes e conferentes de carga era comum o absenteísmo, como faltas e atrasos. No período de novembro de 2008 a junho de 2009 a empresa começou a ter problemas de rotatividade também na parte gerencial e administrativa da empresa. O gerente operacional que solicitou o desligamento relatou estar sobrecarregado de atividades e não estar satisfeito com o aumento de horas trabalhadas, para ele o salário não compensava seu estresse, e os consequentes problemas de ordem física e comportamental. 61 Na área administrativa, os desligamentos aconteciam principalmente por sobrecarga de trabalho, por não perspectiva de crescimento, por não reconhecimento e por ambientes que se apresentavam com pouca luminosidade e ar fresco. A higiene era deficitária e fazia com que os profissionais se sentissem desconfortáveis e não desempenhassem bem o seu trabalho. E, também existia uma diferenciação entre os salários apesar de ser a mesma função e o tempo de empresa próximo, esta diferenciação ocorria por não haver uma política de cargos e salários bem estruturada e definida na empresa. 4.2.3 Quanto às variáveis integrantes do questionário: Tabela 2 - Variável salário Nível de Satisfação Questão \ Item 1 2 3 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 0 7 0 5 0 4 0,00% 53,33% 53,33% 3 1 2 3 20,00% 20,00% 2 1 2 0 3 0 2 1 23,33% 3,33% 26,67% Parcial 3,5 3,2 3,0 Satisfeitos Insatisfeitos 70% 20% 50% 30% 40% 30% 3,2 Média Geral Fonte: Dados primários, 2009. Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Totalmente Insatisfeito 3,33% Indiferente Satisfeito Insatisfeito 23,33% Totalmente Satisfeito Indiferente 20,00% Satisfeito 53,33% Totalmente Satisfeito 0,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Gráfico 1 - Variável salário Fonte: Dados primários, 2009. De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 1.1: (Quanto à faixa salarial para a função desempenhada) temos a maior média 3,5 na matriz Florianópolis. 62 Já no item 1.2: (Quanto à definição de cargos e salários adotada pela empresa) temos a média de 3,2. E ainda, na questão 1.3: (Quanto ao salário oferecido pela empresa em comparação com a concorrência) temos a menor média 3,0. Com isso, pode-se analisar que 53,33% dos funcionários estão satisfeitos com o salário que recebem da empresa. Sendo que os 26, 66% que se mostraram totalmente insatisfeitos e insatisfeitos merecem ser analisador para identificar a causa desta insatisfação, como também o motivo de 20% dos respondentes se mostrarem indiferentes quanto à variável salário. Segundo Maslow, salário é antes de mais nada um meio para satisfação de necessidades, podendo ser também considerado como uma das ferramentas para administrar a motivação para o trabalho (MCCLELLAND, 1967 apud CODA, 1980). Para Herzberg (1959) apud Coda (1980), o salário é um fator de higiene que está ligado à insatisfação com o trabalho, caso não venha a receber tratamento adequado na organização. De acordo com Lawler (1971) apud Coda (1980), a satisfação salarial é obtida pela diferença entre os montantes que o indivíduo percebe receber e aquele que ele percebe que deveria receber, sendo a avaliação feita pelo indivíduo de seu salário. Já Chiavenato (1998, p.431), o trabalho das pessoas é profundamente influenciado por três grupos de condições: condições ambientais de trabalho, como a iluminação, temperatura, ruído, entre outros; condições de tempo, como duração de jornada de trabalho, horas extras, períodos de descanso, entre outros; e condições sociais, como organização informal, status, entre outros. Ainda, Chiavenato (1998) a higiene no trabalho se ocupa das condições ambientais de trabalho, embora não se descuide totalmente dos outros dois grupos. Entende-se por condições ambientais de trabalho às circunstâncias físicas que envolvem o funcionário enquanto ocupante de um cargo, na organização. É o ambiente físico que envolve o empregado enquanto ele desempenha um cargo. Sendo iluminação, ruído e condições atmosféricas os itens mais importantes das condições ambientais de trabalho. 63 A partir do momento em que as causas, os motivos são identificados torna-se mais fácil a elaboração de um plano de ação para suprir esta deficiência, com o objetivo de tornar este índice mais positivo, tanto para a empresa, quanto para os funcionários. Tabela 3 - Variável benefícios Nível de Satisfação Questão \ Item 1 2 3 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 0 4 0 5 0 0 0,00% 30,00% 30,00% 3 2 2 4 26,67% 26,67% 2 1 4 0 3 0 6 0 43,33% 0,00% 43,33% Parcial 3,0 3,2 2,4 Satisfeitos Insatisfeitos 40% 40% 50% 30% 0% 60% 2,9 Média Geral Fonte: Dados primários, 2009. Totalmente Insatisfeito 0,00% Insatisfeito 43,33% Indiferente 26,67% Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito Satisfeito 30,00% Totalmente Satisfeito 0,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Gráfico 2 - Variável benefícios Fonte: Dados primários, 2009. De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 2.1: (Quanto aos benefícios oferecidos pela empresa) temos a média de 3,0 na matriz Florianópolis. Já no item 2.2: (Quanto ao benefício vale alimentação) temos a maior média 3,2. E ainda, na questão 2.3: (Quanto aos benefícios oferecidos pela empresa em comparação com a concorrência) temos a menor média 2,4. Com isso, pode-se analisar que 43,33% dos funcionários estão insatisfeitos com os benefícios que recebem da empresa. 64 Para Chiavenato (1999, p. 271), “benefícios são certas regalias e vantagens concedidas pelas organizações, a título de pagamento adicional dos salários, à totalidade ou à parte de seus funcionários”. Os benefícios como parte da remuneração agregam valor ao salário do profissional e dão um grande suporte para que as pessoas consigam satisfazer os fatores ambientais ou higiênicos, bem como fatores motivacionais ou intrínsecos descritos por Herzberg. Oferecer os benefícios auxilia as organizações a atingir seus objetivos, como: estar competitiva no mercado de trabalho, melhorar a qualidade de vida dos empregados, melhorar o clima organizacional, reduzir a rotatividade de pessoal e o absenteísmo, facilitar a atração e manutenção dos recursos humanos e aumentar a produtividade em geral (LEAL JR; C. DA SILVA, apud ) Chiavenato (1998, p.415) classifica os benefícios concedidos pelas empresas, quanto à sua natureza, que podem ser: monetários ou não monetários. Monetários, são os concedidos em dinheiro, através da folha de pagamento e gerando encargos sociais deles decorrentes. Exemplo: 13º salário, férias, aposentadoria, complementação da aposentadoria, gratificações, planos de empréstimos, complementação de salários nos afastamentos prolongados por doença, reembolso ou financiamento de remédios, entre outros. Enquanto os benéficos não monetários, são os oferecidos na forma de serviços, vantagens ou facilidades para os usuários, a saber: refeitórios, assistência médico-hospitalar e odontológica, serviço social e aconselhamento, clube ou grêmio, seguro de vida em grupo, condução ou transporte de casa para a empresa e da empresa para a casa e horário móvel de entrada e saída do pessoal de escritório. Sendo assim, oferecer maior quantidade, variedade e qualidade de benefícios é uma forma de motivar e reter os melhores funcionários dentro da empresa, uma vez que as organizações estão em constante competição pela qualidade de seus profissionais. Tabela 4 - Variável supervisão Nível de Satisfação Questão \ Item 1 2 3 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 1 7 0 7 1 4 6,67% 60,00% 66,67% 3 2 2 4 26,67% 26,67% 2 1 0 0 1 0 1 0 6,67% 0,00% 6,67% Parcial 3,9 3,6 3,5 Satisfeitos Insatisfeitos 80% 0% 70% 10% 50% 10% 3,7 Média Geral 65 Fonte: Dados primários, 2009. Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito Totalmente Insatisfeito 0,00% Insatisfeito 6,67% Indiferente 26,67% Satisfeito 60,00% Totalmente Satisfeito 6,67% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Gráfico 3 – Variável supervisão Fonte: Dados primários, 2009. De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 3.1: (Quanto ao conhecimento da supervisão sobre assuntos técnicos da empresa) temos a maior média 3,9 na matriz Florianópolis. Já no item 2.2: (Quanto à capacidade de resolução de conflitos / problemas) temos a média de 3,6. E ainda, na questão 2.3: (Quanto à habilidade de relacionamento / empatia) temos a menor média 3,5. Com isso, pode-se concluir que 66,67% dos funcionários estão satisfeitos com a supervisão que recebem da empresa. Sendo que 6,67% se mostraram insatisfeitos e 26, 67% se disseram indiferente quanto à variável supervisão. O demonstrativo que 33,34% dos funcionários não se disseram satisfeitos tem de ser analisado e corrigido para que esta percentagem se mostre menor que a atual, uma vez que esta variável interfere na motivação e no desempenho profissional e consequente redução na produtividade afetando o resultado organizacional, o relacionamento entre os membros organizacionais e o comportamento do empregado. Para Handy (1993) apud Resende (2008), “liderança é um processo que envolve a utilização do poder para influenciar os comportamentos de outros com a finalidade de alcançar os objetivos organizacionais.” Ainda, Resende (2008) nessa perspectiva, o poder é visto como um recurso útil (CLEGG; HARDY, 1999), uma vez que, a supervisão parece ser 66 vista como um veículo em que o poder é exercido sobre outros para alcançar o sucesso organizacional (MINTZBERG, 1983). Vargas (1998, p.90) apud Guimarães (2007, p. 20) afirma que “as relações de poder quando bem administradas, podem desempenhar importante papel como agente mediador na prevenção e na resolução de conflitos, assegurando a manutenção do equilíbrio e do crescimento organizacional”. Neste contexto, Siqueira e Gomide Jr. (2004) apud Guimarães (2007) ressalta a importância de se investigar o vínculo que o profissional estabelece com o seu meio de trabalho, uma vez que o comprometimento organizacional expressado pelo indivíduo é fator relevante e antecedente a aspectos inerentes ao desempenho do funcionário e da organização, tais como rotatividade, absenteísmo ou comportamentos de cidadania organizacional. Tabela 5 - Variável relacionamento humano Nível de Satisfação Questão \ Item 1 2 3 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 2 7 1 7 1 3 13,33% 56,67% 70,00% 3 0 0 5 16,67% 16,67% 2 1 1 0 2 0 1 0 13,33% 0,00% 13,33% Parcial 4,0 3,7 3,4 Satisfeitos Insatisfeitos 90% 10% 80% 20% 40% 10% 3,7 Média Geral Fonte: Dados primários, 2009. Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito Totalmente Insatisfeito 0,00% Insatisfeito 13,33% Indiferente 16,67% Satisfeito 56,67% Totalmente Satisfeito 13,33% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% Gráfico 4 – Variável relacionamento humano Fonte: Dados primários, 2009. 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 67 De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 4.1: (Quanto à convivência com seus colegas de trabalho) temos a maior média 4,0 na matriz Florianópolis. Já no item 4.2: (Quanto ao relacionamento com os superiores) temos a média de 3,7. E ainda, na questão 4.3: (Quanto às ações da empresa para melhoria do relacionamento interpessoal) temos a menor média 3,4. Com isso, pode-se analisar que 70% dos funcionários estão satisfeitos com o relacionamento humano dentro da empresa. Sendo que 13,33% se mostraram insatisfeitos e 16,67% se disseram indiferente quanto à variável relacionamento humano. Os 30% dos respondentes que relataram estar insatisfeitos quanto à variável relacionamento humano merecem ser estudados para a verificação da deficiência da empresa em relação a este item, uma vez que é uma necessidade social segundo Maslow (2000) ou fator higiênico segundo a teoria herzbergiana. Segundo Costa (2004) tem competência interpessoal quem sabe ouvir o outro e se coloca no lugar desse outro a fim de compreendê-lo. Em relação a isso, Caravantes (2002) apud Costa (2004) afirma que uma das características fundamentais do administrador excelente é a competência interpessoal, pois se o produto de seu trabalho visa o homem e é feito através de pessoas, ele deve desenvolver sua capacidade de relacionamento com seus superiores, pares e subordinados, chegando ao ponto de empatia, isto é, ser capaz de se colocar em lugar daqueles com quem se relaciona e pensar e sentir como eles. Contudo, o relacionamento humano é parte de uma necessidade do ser social e provoca a falta de motivação, apatia, indiferença, descompromisso, irresponsabilidade, insatisfação e falta de criatividade caso a não seja suprida, o que reflete de forma negativa nos resultados da empresa. Tabela 6 - Variável condições físicas e ambientais Nível de Satisfação Questão \ Item 1 2 3 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 0 2 0 3 0 0 0,00% 16,67% 16,67% 3 1 1 2 13,33% 13,33% 2 1 7 0 6 0 8 0 70,00% 0,00% 70,00% Parcial 2,5 2,7 2,2 Satisfeitos Insatisfeitos 20% 70% 30% 60% 0% 80% 2,5 Média Geral 68 Fonte: Dados primários, 2009. Totalmente Insatisfeito 0,00% Insatisfeito 70,00% Indiferente 13,33% Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito Satisfeito 16,67% Totalmente Satisfeito 0,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Gráfico 5 – Variável condições físicas ambientais Fonte: Dados primários, 2009. De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 5.1: (Quanto às instalações) temos a média de 2,5 na matriz Florianópolis. Já no item 5.2: (Quanto aos equipamentos de trabalho) temos a maior média 2,7. E ainda, na questão 5.3: (Quanto à higiene / limpeza dos ambientes) temos a menor média 2,2. Com isso, pode-se concluir que 70% dos funcionários estão insatisfeitos com o as condições físicas ambientais dentro da empresa. As condições físicas ambientais verificam a qualidade das condições físicas de trabalho, as condições de conforto, instalações em geral, riscos de acidentes de trabalho e doenças profissionais decorrentes do ambiente de trabalho. A variável condição física ambientais de trabalho deve levar em conta locais com boa luminosidade, ar fresco, instalações condignas e higiene para que os profissionais se sintam confortáveis e desempenhem bem o seu trabalho. Os funcionários devem ter instrumentos e materiais adequados às suas funções, permitindo um melhor desempenho e satisfação. As funções desempenhadas pelos trabalhadores devem ser feitas em segurança para que a sua 69 saúde nunca seja posta em risco. Dentro deste contexto, Chiavenato (2005) enfatiza que as doenças profissionais causadas por um ambiente ruim de trabalho, tanto na higiene quanto nas condições físicas, provocam enormes danos às pessoas e às organizações em termos de custos humanos, sociais e financeiros. Problemas desta natureza podem aparecer de forma esporádica, mas devem ser evitados com a implantação de programas de prevenção. Tabela 7 - Variável comunicação Nível de Satisfação Questão \ Item 1 2 3 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 0 7 1 5 1 5 6,67% 56,67% 63,33% 3 2 3 4 30,00% 30,00% 2 1 1 0 1 0 0 0 6,67% 0,00% 6,67% Parcial 3,6 3,6 3,7 Satisfeitos Insatisfeitos 70% 10% 60% 10% 60% 0% 3,6 Média Geral Fonte: Dados primários, 2009. Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito Totalmente Insatisfeito 0,00% Insatisfeito 6,67% Indiferente 30,00% Satisfeito 56,67% Totalmente Satisfeito 6,67% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Gráfico 6 – Variável comunicação Fonte: Dados primários, 2009. De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 6.1: (Quanto à facilidade de comunicação entre os funcionários) temos a média de 3,6 na matriz Florianópolis. 70 Já no item 6.2: (Quanto às ações adotadas pela empresa para uma comunicação eficaz) temos a média 3,6 igual a questão anterior. E ainda, na questão 6.3: (Quanto à utilização de tecnologias de comunicação) temos a maior média 3,7. Com isso, pode-se analisar que 63,33% dos funcionários estão satisfeitos com a comunicação dentro da empresa. Sendo que 36,67% não se disseram satisfeitos quanto a variável comunicação. A Comunicação no ambiente organizacional é um fator muito importante, uma vez que é um diferencial competitivo no mercado atual. As redes de comunicação e informação podem intensificar e até criar novas parcerias com empresas públicas e privadas. Davis (1972, p. 317) apud Chiavenato (2006, p. 128) define a comunicação “como o processo de passar informação e compreensão de uma pessoa para a outra”, sendo falar e ser ouvido uma característica da comunicação eficaz no meio organizacional. Tabela 8 - Variável política disciplinar Nível de Satisfação Questão \ Item 1 2 3 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 2 4 2 4 2 4 20,00% 40,00% 60,00% 3 3 3 2 26,67% 26,67% 2 1 1 0 1 0 2 0 13,33% 0,00% 13,33% Parcial 3,7 3,7 3,6 Satisfeitos Insatisfeitos 60% 10% 60% 10% 60% 20% 3,7 Média Geral Fonte: Dados primários (2009) Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito Totalmente Insatisfeito 0,00% Insatisfeito 13,33% Indiferente 26,67% Satisfeito 40,00% Totalmente Satisfeito 20,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 71 Gráfico 7 – Variável política disciplinar Fonte: Dados primários, 2009. De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 7.1: (Quanto às normas e procedimentos da empresa:) temos a média de 3,7 na matriz Florianópolis. Já no item 7.2: (Quanto aos valores da empresa) temos a média 3, 7 igual a questão anterior. Ainda, na questão 7.3: (Quanto à conduta ética da empresa) temos a menor média 3,6. Com isso, pode-se analisar que 60% dos funcionários estão satisfeitos com a política disciplinar da empresa. Sendo que 40% não se mostraram satisfeitos com essa variável. Segundo Silva (2001, p. 67) “ética é um conjunto de valores e regras que definem a conduta como certa ou errada”. É bastante conveniente desenvolver um código de ética, uma vez que quanto maior o número de funcionários com comportamento ético, melhor será o desempenho da organização. (SILVA, 2001). Tabela 9 - Variável flexibilidade Nível de Satisfação Questão \ Item 1 2 3 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 1 6 1 4 1 5 10,00% 50,00% 60,00% 3 1 4 2 23,33% 23,33% 2 1 2 0 1 0 2 0 16,67% 0,00% 16,67% Parcial 3,6 3,5 3,5 Satisfeitos Insatisfeitos 70% 20% 50% 10% 60% 20% 3,5 Média Geral Fonte: Dados primários, 2009 72 Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito Totalmente Insatisfeito 0,00% Insatisfeito 16,67% Indiferente 23,33% Satisfeito 50,00% Totalmente Satisfeito 10,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Gráfico 8 – Variável flexibilidade Fonte: Dados primários, 2009. De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 8.1: (Quanto à flexibilidade de mudança de horário de trabalho) temos a média de 3,6 na matriz Florianópolis. Já no item 8.2: (Quanto à flexibilidade de apresentar sugestões de melhoria para a empresa) temos a média 3, 5. E ainda, na questão 8.3: (Quanto à flexibilidade de mudança de função / setor) temos a menor média 3,5. Com isso, pode-se analisar que 60% dos funcionários estão satisfeitos com a flexibilidade da empresa. Sendo que 16,67% se mostraram insatisfeitos e 23,33% se disseram indiferente quanto essa variável. De acordo com Lawler (1994) apud Costa e Quintela (2009) os fatores como: liberdade de ação, participação nas decisões estratégicas, flexibilidade no horário de trabalho, celebração de vitórias são considerados importantes e possuem influência na motivação e no sentimento de lealdade do funcionário para com a organização. 73 Tabela 10 - Variável localização Nível de Satisfação Questão \ Item 1 2 3 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 2 4 1 5 2 4 16,67% 43,33% 60,00% 3 1 0 0 3,33% 3,33% 2 1 3 0 4 0 4 0 36,67% 0,00% 36,67% Parcial 3,5 3,3 3,4 Satisfeitos Insatisfeitos 60% 30% 60% 40% 60% 40% 3,4 Média Geral Fonte: Dados primários, 2009. Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito Totalmente Insatisfeito 0,00% Insatisfeito 36,67% Indiferente 3,33% Satisfeito 43,33% Totalmente Satisfeito 16,67% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Gráfico 9 – Variável localização Fonte: Dados primários, 2009. De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 9.1: (Quanto à localização da empresa) temos a maior média de 3,5 na matriz Florianópolis. Já no item 9.2: (Quanto à facilidade de transporte de sua residência até o trabalho e vice-versa) temos a menor média 3, 3. Na questão 9.3: (Quanto à proximidade com as principais conveniências (restaurantes, banco, supermercado, entre outros) temos a média de 3,4. Com isso, pode-se analisar que 60% dos funcionários estão satisfeitos com a localização da empresa. Sendo que 36,67% estão insatisfeitos e 3,33% dos respondentes relataram indiferença quanto a variável localização da empresa. A escolha da localização da empresa influencia na competitividade da empresa no 74 mercado e interfere na mão de obra, tanto em encontrar novos funcionários, quanto para manter os atuais. Esse fato ocorre pela diária dificuldade de chegar ao local de trabalho e a não poder realizar suas atividades pessoais nos intervalos do trabalho por estar localizada distante das conveniências que o funcionário julga necessário. Tabela 11 – Variável atualização e treinamento Nível de Satisfação Questão \ Item 1 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 0 3 0,00% 30,00% 30,00% 3 2 20,00% 20,00% 2 1 5 0 50,00% 0,00% 50,00% Parcial 2,8 Satisfeitos Insatisfeitos 30% 50% 2,8 Média Geral Fonte: Dados primários, 2009. Totalmente Insatisfeito 0,00% Insatisfeito 50,00% Indiferente 20,00% Satisfeito 30,00% Totalmente Satisfeito 0,00% 0,00% Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Gráfico 10 - Variável atualização e treinamento Fonte: Dados primários, 2009. De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 10.1: (Quanto à atualização e ao treinamento oferecido aos atuais e novos funcionários) temos a maior média de 2,8 na matriz Florianópolis. Sendo que 50 % estão insatisfeitos e 20% dos respondentes relataram indiferença quanto a variável atualização e treinamento. 75 De acordo com Chiavenato (2002) o treinamento é a educação profissional de curto prazo que visa adaptar o profissional para determinado cargo. O treinamento é aplicado de forma sistemática e organizada, através do qual as pessoas apreendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. Desta forma, o treinamento e desenvolvimento das pessoas na organização moderna é fundamental para a manutenção e ampliação de seu diferencial competitivo, uma vez que as organizações estão percebendo a necessidade de estimular e apoiar a contínuo desenvolvimento das pessoas, como forma de manter as vantagens competitivas (DUTRA, 2002). Tabela 12 – Variável recrutamento e seleção Nível de Satisfação Questão \ Item 1 Parcial Total Satisfeito Indiferente Insatisfeito Média Subtotal 5 4 1 2 10,00% 20,00% 30,00% 3 5 50,00% 50,00% 2 1 2 0 20,00% 0,00% 20,00% Parcial 3,2 Satisfeitos Insatisfeitos 30% 20% 3,2 Média Geral Fonte: Dados primários, 2009. Totalmente Insatisfeito 0,00% Insatisfeito 20,00% Indiferente 50,00% Satisfeito 20,00% Totalmente Satisfeito 10,00% 0,00% Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Gráfico 11 - Variável recrutamento e seleção Fonte: Dados primários, 2009. De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 10.2: (Quanto 76 à política de recrutamento e seleção da empresa) temos a maior média de 3,2 na matriz Florianópolis. Sendo que 50 % dos respondentes relataram indiferença e 30% se disseram satisfeitos quanto à variável atualização e treinamento. Para Fidelis e Banov (2006) o recrutamento e seleção de candidatos busca ajustar a necessidade de mão de obra qualificada pra a empresa, com a oferta de trabalho. Sendo que a empresa que adotar um planejamento estratégico no recrutamento e seleção de candidatos terá como pressuposto a valorização da integração de esforços entre o requisitante da vaga e o setor prestador de serviços do recursos humanos. Tabela 13 – Variável carga de trabalho Nível de Satisfação Questão \ Item 1 Parcial Total Satisfeito Indiferente 5 4 0 4 0,00% 40,00% 40,00% 3 1 10,00% 10,00% Insatisfeito Média 2 1 Parcial 4 1 2,8 40,00% 10,00% 2,8 50,00% Subtotal Satisfeitos Insatisfeitos 40% 50% Média Geral Fonte: Dados primários, 2009. Totalmente Insatisfeito 10,00% Insatisfeito 40,00% Indiferente 10,00% Satisfeito 40,00% Totalmente Satisfeito 0,00% 0,00% Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Totalmente Satisfeito 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Gráfico 12 – Variável carga de trabalho Fonte: Dados primários, 2009. 77 De acordo com os dados apresentados na tabela e no gráfico, na questão 10.3: (Quanto à carga de trabalho) temos a maior média de 2,8 na matriz Florianópolis. Sendo que 50 % dos respondentes relataram estar insatisfeito e 40% se disseram satisfeitos quanto à variável carga de trabalho. A elevada carga de trabalho pode acarretar sintomas de estresse como o cansaço físico e psicológico, como ansiedade, depressão, insatisfação com o trabalho, frustração. Sendo que os sintomas, também, podem ser comportamentais, como dificuldade de tomar decisões simples e cotidianas, falta ao trabalho, impossibilidade de lidar com mudanças, elevada agressividade e baixa produtividade (FIDELIS; BANOV, 2006) Diante da análise dos dados coletados é possível demonstrar os aspectos mais relevantes da pesquisa, primeiramente aqueles identificados como pontos positivos, com pontuações maiores, entre eles: supervisão, relacionamento humano, comunicação, flexibilidade e política disciplinar e, na seqüência, os possíveis fatores causadores da rotatividade e absenteísmo na empresa: Condições físicas ambientais, atualização e treinamento, carga de trabalho e benefícios. A seguir, uma proposta de ação para melhorias das variáveis que obtiveram menores pontuações nas médias gerais. 78 4.3 PROPOSTA DE MELHORIAS DAS VARIÁVEIS COM MENOR PONTUAÇÃO QUESTÕES Quanto às instalações O QUE Verificar a viabilidade de melhorar a iluminação, diminuir ruídos e manter uma temperatura agradável CONDIÇÕES FÍSICAS AMBIENTAIS QUEM QUANDO COMO Sócios da empresa Imediato ONDE Adquirir equipamentos que aumente a Matriz São luminosidade, proteja dos ruídos e José / SC mantenham o ambiente agradável Quanto aos equipamentos de trabalho Fazer uma avaliação de todos os equipamentos de trabalho Sócios da empresa Contratar profissionais especialistas Mensalmente nos equipamentos que a empresa utiliza Matriz São José / SC POR QUÊ Para evitar estresse, e falta de motivação, trazer conforto ao funcionário e evitar doenças Para evitar que os equipamentos que não estão em boa qualidade interfiram na produtividade Quanto à Para o bem estar dos higiene / limpeza dos ambientes Fazer uma higienização dos ambientes Sócios da empresa Duas vezes por semana Quadro 13 – Proposta de melhorias para as condições físicas ambientais Fonte: Elaborado pela autora, 2009. Contratar um profissional para a limpeza dos ambientes Matriz São José / SC funcionários, que produziram mais e melhor 79 QUESTÕES Quanto à atualização e ao treinamento oferecido pela empresa ATUALIZAÇÃO E TREINAMENTO E CARGA DE TRABALHO O QUE QUEM QUANDO COMO ONDE Realizar programas de atualização e treinamento dos funcionários Sócios da empresa Quando for visualizada a necessidade Quando necessário contratar um profissional da área que se quer atualizar e treinar o funcionário POR QUÊ Matriz São José / SC Para estimular e apoiar o contínuo desenvolvimento das pessoas, como forma de manter a vantagem competitiva Matriz São José / SC Para melhorar a saúde física e comportamental dos funcionários Caso constatada a sobrecarga, Quanto à carga de trabalho Fazer análise da real sobrecarga de trabalho. Sócios da empresa Imediato verificar a possibilidade de contratação e/ou diminuir a carga de trabalho, como também, as horas trabalhadas Quadro 14 - Proposta de melhorias para a atualização e treinamento e carga de trabalho Fonte: Elaborado pela autora, 2009. 80 QUESTÕES O QUE QUEM BENEFÍCIOS QUANDO COMO ONDE POR QUÊ Matriz São José / SC Para melhorar a relação dos funcionários com a empresa Quanto aos benefícios oferecidos pela empresa Quanto ao benefício vale alimentação Ampliar os benefícios Aumentar o valor do vale alimentação ou oferecer lanche na empresa Sócios da empresa Sócios da empresa Imediato Imediato Planos de saúde e odontológico Verificar a disponibilidade de caixa para aumento do vale alimentação ou oferecer lanche Para melhorar a Matriz São José / SC relação dos funcionários com a empresa na empresa Quanto aos benefícios oferecidos pela empresa em comparação com a concorrência Verificar quais os principais benefícios oferecidos pela concorrência e implantá-los na empresa Sócios da empresa Quadro 15 - Proposta de melhorias para os benefícios Fonte: Elaborado pela autora, 2009. Fazer uma Imediato pesquisa na concorrência Para melhorar a Matriz São José / SC relação dos funcionários com a empresa 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao realizar a pesquisa sobre rotatividade e absenteísmo com os funcionários da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, matriz de São José / SC, o objetivo de identificar as possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo, foi atendido porque as informações obtidas através da aplicação dos questionários aos funcionários, obtidas também com a entrevista realizada com a responsável da área de recursos humanos e pela observação participante da pesquisadora foram analisadas e possibilitaram a detecção das possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo. Quanto aos objetivos específicos de rever referencial teórico sobre a rotatividade e o absenteísmo para fundamentar o desenvolvimento da pesquisa na empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME, foi executado na fundamentação da presente pesquisa; conhecer qual é a política da empresa em relação à rotatividade e o absenteísmo na empresa pesquisada ocorreu com a observação participante, e principalmente com a entrevista realizada com a responsável pela área de recursos humanos na empresa e as propostas de sugestões que auxiliem a empresa no processo de tomada de decisão referente à rotatividade e o absenteísmo na empresa foram mostradas no tópico Proposta de melhorias das variáveis com menor pontuação. Com base nas análises, foi possível verificar que as possíveis causas da rotatividade e do absenteísmo são: Condições físicas ambientais, atualização e treinamento, carga de trabalho e benefícios, perspectiva de crescimento e pelo não reconhecimento oferecidos pela empresa pesquisada. Para Morales (2002, p. 30) um dos aspectos mais importantes da dinâmica organizacional é a rotatividade de recursos humanos ou turnover, e devido a sua importância na gestão foi um dos primeiros aspectos a serem estudados pela área de recursos humanos. Considerando a importância e influência deste aspecto para a empresa e funcionários é de grande valia a pesquisa realizada. Na realização deste trabalho de pesquisa foi identificado como as principais causas da rotatividade e absenteísmo na empresa fatores referente á variável condições físicas ambientais e a variável benefícios, e por meio de análises foi elaborado propostas de ações que servirá de ferramenta para subsidiar ações futuras na empresa pesquisada. 82 No entanto, a empresa possui um bom índice de satisfação em diversos aspectos pesquisados, em especial nas variáveis: supervisão, relacionamento humano, comunicação, flexibilidade e política disciplinar. Sendo assim, é possível verificar que a empresa apresenta entrosamento em algumas áreas. Sendo estes aspectos devem ser mantidos e incentivados para que a organização possa melhor se desenvolver, em conjunto com seus funcionários. Com isso, o questionário aplicado aos funcionários da empresa, serviu para fazer o levantamento da atual situação e identificar os principais pontos que se apresentam deficitário, e assim implantar estratégias com vistas a minimizar estes baixos índices de satisfação. Ao suprir estas deficiências a empresa tende a aumentar a motivação dos funcionários, tendo consequentemente maior produtividade e menores custos decorrentes da rotatividade e do absenteísmo. A presente pesquisa é de grande valia para os sócios da empresa, por tratar-se do primeiro estudo realizada neste espaço organizacional além, dos subsídios decorrentes deste processo os quais poderão implementar ações com vistas a redução da rotatividade e do absenteísmo, na medida que estimular a maior satisfação e o comprometimento dos funcionários para com a empresa, uma vez que, a literatura sinaliza que o desempenho em conjunto propicia uma melhor interatividade, troca de experiências e o aperfeiçoamento contínuo resultando à empresa um futuro competitivo e promissor. Como sugestão para trabalho posteriores sugere-se que seja calculado o índice de rotatividade e absenteísmo, como também o levantamento dos custos decorrentes destes acontecimentos. É também de grande importância para os funcionários, sendo que eles, os pesquisados contribuíram muito na identificação dos déficits da organização, no tocante ao tema, propiciando uma reflexão mais profunda sobre as fragilidades da empresa, no sentido de minimizar desconfortos e assim, contribuir para um clima mais harmonioso e satisfatório dentro da empresa. Para a acadêmica, a elaboração desta pesquisa possibilitou resgatar conteúdos teóricos adquiridos ao longo do curso, identificar as lacunas teóricas a serem preenchidas futuramente via educação continuada, associar teoria com a prática e obter maior desenvolvimento tanto no nível pessoal quanto profissional. 83 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Romilda Ramos de; SACHUK, Maria Iolanda. Os sentidos do trabalho e suas implicações na formação dos indivíduos inseridos nas organizações contemporâneas. Revista de Gestão USO, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 53-66, janeiro/ março 2007. ASSIS, Marisa de. O mundo do trabalho. Brasília: Senai / DN, 1999. 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Orientanda: Rebecca Corrêa de Macedo Questionário Rotatividade e Absenteísmo: uma pesquisa realizada com os funcionários da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME Objetivo: identificar as causas da rotatividade e do absenteísmo; conhecer qual é a política da empresa em relação à rotatividade e o absenteísmo e propor sugestões que auxiliem a empresa no processo de tomada de decisão com vistas a minimizar os fatores que originam a rotatividade e o absenteísmo. Confidencialidade: a finalidade deste questionário é estritamente acadêmica, sendo que os dados coletados serão utilizados apenas para fins desta pesquisa e, portanto, não serão repassados a terceiros. Você é livre para, a qualquer momento, recusar-se a responder às perguntas que lhe ocasionem constrangimento de qualquer natureza; você pode deixar de participar da pesquisa e não precisa apresentar justificativas para isso; sua identidade será mantida em sigilo. 1. SALÁRIO 1.1 Quanto à faixa salarial para a função desempenhada: 1.2 Quanto à definição de cargos e salários adotada pela empresa: 1.3 Quanto ao salário oferecido pela empresa em comparação com a concorrência: 2. BENEFÍCIOS 2.1 Quanto aos benefícios oferecidos pela empresa: 89 2.2 Quanto ao benefício Vale Alimentação: 2.3 Quanto aos benefícios oferecidos pela empresa em comparação com a concorrência: 3. SUPERVISÃO 3.1 Quanto ao conhecimento da supervisão sobre assuntos técnicos da empresa: 3.2 Quanto à capacidade de resolução de conflitos / problemas: 3.3 Quanto à habilidade de relacionamento / empatia: 4. RELACIONAMENTO HUMANO 4.1 Quanto à convivência com seus colegas de trabalho: 4.2 Quanto ao relacionamento com os superiores: 4.3 Quanto às ações da empresa para melhoria do relacionamento interpessoal: 5. CONDIÇÕES FÍSICAS AMBIENTAIS 5.1 Quanto às instalações: 90 5.2 Quanto aos equipamentos de trabalho: 5.3 Quanto à higiene / limpeza dos ambientes: 6. COMUNICAÇÃO 6.1 Quanto à facilidade de comunicação entre os funcionários: 6.2 Quanto às ações adotadas pela empresa para uma comunicação eficaz: 6.3 Quanto à utilização de tecnologias de comunicação: 7. POLÍTICA DISCIPLINAR 7.1 Quanto às normas e procedimentos da empresa: 7.2 Quanto aos valores da empresa: 7.3 Quanto à conduta ética da empresa: 8. FLEXIBILIDADE 8.1 Quanto à flexibilidade de mudança de horário de trabalho: 91 8.2 Quanto à flexibilidade de apresentar sugestões de melhoria para a empresa: 8.3 Quanto à flexibilidade de mudança de função / setor: 9. LOCALIZAÇÃO 9.1 Quanto à localização da empresa: 9.2 Quanto à facilidade de transporte de sua residência até o trabalho e vice- versa: 9.3 Quanto à proximidade com as principais conveniências (restaurantes, banco, supermercado, entre outros): 10. ATUALIZAÇÃO E TREINAMENTO / RECRUTAMENTO E SELEÇÃO / CARGA DE TRABALHO 10.1Quanto à atualização e ao treinamento oferecido aos atuais e novos funcionários: 10.2 Quanto à política de recrutamento e seleção da empresa: 10.3 Quanto à carga de trabalho: 92 APÊNDICE B – ENTREVISTA COM A RESPONSÁVEL PELA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS DA EMPRESA 93 Universidade do Vale do Itajaí. CECIESA – São José Curso de Administração Trabalho de Conclusão de Estágio - TCE Orientadora: Profª. Ely Teresinha Dionísio, M. Engª. Orientanda: Rebecca Corrêa de Macedo Entrevista Entrevista semi estruturada com a responsável pela área de Recursos Humanos da empresa FJG Serviços de Transporte Ltda ME Objetivo da Entrevista: Conhecer qual é a política da empresa em relação à rotatividade e o absenteísmo na empresa FJG Serviços de Transportes Ltda ME Conceito de entrevista semi estruturada: A entrevista semi estruturada está focalizada em um assunto sobre o qual é confeccionado um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias momentâneas à entrevista. Para o autor, esse tipo de entrevista pode fazer emergir informações de forma mais livre e as respostas não estão condicionadas a uma padronização de alternativas (MANZINI, 2009). 1. Quais os principais problemas que a empresa vem enfrentando em relação aos funcionários. 2. Na sua opinião, quais são os principais fatores que geram a rotatividade e o absenteísmo. 3. Quais são as políticas da empresa em relação aos funcionários de um modo geral. 4. Quais são as conseqüências desta rotatividade no desempenho e produtividade da equipe. 5. Quais as principais queixas em relação a isto na área de recursos humanos. 94 ANEXO ANEXO A – MANUAL DE NORMAS E PROCEDIMENTOS ÁREA ADMINISTRATIVA 2008