1 INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA PCT BRA/IICA/05/004 – PAN DESERTIFICAÇÃO Fonte: diariodoverde.com PRODUTO 4 - Relatório Técnico contendo o diagnóstico sobre a produção de mudas de espécies nativas nas ASD dos Estados da Bahia e Sergipe LEDA FONTELLES DA SILVA TAVARES Fevereiro/2014 2 SUMÁRIO Sumário ................................................................................................................................ 2 1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 3 2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5 3. AS ASD EM SERGIPE E BAHIA.................................................................................. 10 4. PRODUÇÃO DE SEMENTES E MUDAS NAS ASD EM SERGIPE E BAHIA ............. 13 5. AS ESPÉCIES FLORESTAIS NAS ASD DE SEGIPE E BAHIA .................................. 20 6. OUTROS DADOS SOBRE A PRODUÇÃO DE MUDAS .............................................. 46 7. CONCLUSÃO............................................................................................................... 58 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 60 3 1. APRESENT AÇÃO O presente trabalho insere-se no contexto do Projeto de Cooperação Técnica PCT BRA/IICA/05/004 – PAN Desertificação – que busca apoiar ações de implementação do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca – PAN-Brasil. A presente consultoria visa à elaboração de relatórios e informações técnicas que subsidie a Diretoria de Combate à Desertificação, da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (DCD/SEDR/MMA), e os Programas de Ação Estaduais de Combate à Desertificação - PAE's em suas iniciativas, especialmente na bacia do rio São Francisco. Trata-se de um trabalho conjunto entre a DCD/SEDR/MMA e o Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, desenvolvido sob a coordenação do Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas, da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (DRB/SRHU/MMA), que tem como foco promover o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais, o aumento da quantidade e a melhoria da qualidade das águas para os usos múltiplos. De acordo com o Termo de Referência que subsidiou o presente relatório técnico, esta consultoria tem como objetivo principal realizar levantamento de dados sobre a existência de centros produtores de mudas, sua capacidade de produção, os limitadores da produção, as espécies de mudas produzidas, entre outros dados que subsidiem as ações para a revitalização de bacias hidrográficas, especialmente na bacia hidrográfica do rio São Francisco, contribuindo assim para o combate à desertificação em áreas susceptíveis à desertificação - ASD. Ainda de acordo com o Termo de Referência espera-se, neste PRODUTO 4, a elaboração de um Relatório Técnico contendo o diagnóstico sobre o estado da arte da produção de mudas de espécies nativas nas ASD com ênfase nos Estados da 4 Bahia e Sergipe. Este relatório deverá conter os dados sobre as instituições produtoras de mudas de espécies nativas (viveiros), a diversidade das espécies produzidas, a capacidade e o potencial de produção, a forma de coleta de sementes, a estrutura de beneficiamento e de armazenamento das sementes, os limitadores, a distribuição, assim como apontar alternativas para a ampliação do estoque, melhoria de qualidade, otimização e qualificação do processo de produção e de utilização de mudas de espécies nativas para serem utilizadas nas ações de combate à desertificação, especialmente na recuperação de áreas degradadas e revitalização no âmbito da bacia do rio São Francisco. Como a área geográfica de atuação deste relatório técnico são os estados de Sergipe e Bahia, foi realizada, no primeiro momento, uma breve contextualização das ASD em cada um destes dois estados brasileiros, seguido de uma descrição geral das espécies nativas, florestais e frutíferas, produzidas nestes Estados, com foco na recuperação de áreas degradadas. Por fim, são apresentados os dados sobre produção de sementes e mudas de espécies nativas, florestais e frutíferas, e exóticas nestes estados da Federação. 5 2. INT RODUÇÃO No semiárido brasileiro a vegetação predominante é a caatinga, que é um bioma exclusivamente brasileiro. Além de ser a região semiárida mais populosa do mundo é também a mais chuvosa. Mesmo assim, observa-se um grande déficit hídrico, uma vez que a quantidade de chuva é menor que o potencial de evaporação. Ou seja, o potencial de evaporação é três vezes maior do que a de chuva que cai. Além disso, as chuvas são irregulares e, algumas vezes, há longos períodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano (Manual para Execução do Programa Cisternas – MDS, 2011). Desta forma, a Caatinga caracteriza-se pelo balanço hídrico negativo, resultante das precipitações médias anuais inferiores a 800 mm, insolação média de 2800 h.ano-1, temperaturas médias anuais de 23º a 27º C, evaporação de 2.000 mm.ano -1 e umidade relativa do ar média em torno de 50% (Moura et al., 2007). A região das áreas susceptíveis à desertificação nos estados de Sergipe e Bahia insere-se nos biomas Caatinga e Cerrado, conforme pode ser observado quando comparados os mapas apresentados nas Figuras 1 e 2. Figura 1. Localização dos biomas brasileiros – Mapa de vegetação. Fonte: http://www.guianet.com.br 6 Figura 2. Mapa das Áreas Susceptíveis à Desertificação. Fonte: Atlas das ASD, 2007. Segundo Giulietti et al. (In. Silva et al., 2003) é possível identificar as características comuns da Caatinga, que podem ser consideradas como um conjunto das características básicas da vegetação, a saber: 1) é a vegetação que cobre uma área mais ou menos contínua, submetida a um clima quente e semiárido, bordeado por áreas de clima mais úmido. Esta área seca está, 7 na sua maior parte, confinada à região politicamente definida como Nordeste, e uma pequena parte encontra-se no norte de Minas Gerais, dentro da área definida, politicamente, como polígono das secas; 2) possui espécies que apresentam adaptações à deficiência hídrica (caducifolia, herbáceas anuais, suculência, acúleos e espinhos, predominância de arbustos e árvores de pequeno porte, cobertura descontínua de copas); e 3) apresenta a existência de espécies endêmicas a esta área semiárida e outras espécies que ocorrem nessa área e em outras áreas secas, mais ou menos distantes, mas não ocorrem nas áreas mais úmidas que fazem limite com o semiárido. A marcante variabilidade interanual da pluviometria, associada aos baixos valores totais anuais pluviométricos sobre a região Nordeste do Brasil, é um dos principais fatores para a ocorrência dos eventos de “secas”, caracterizadas por acentuada redução do total pluviométrico sazonal durante o período chuvoso. Esta variabilidade é mostrada na Figura 3, onde se observa que no litoral leste, as chuvas são superiores a 1.000 mm e, à medida que se vai adentrando no semiárido, passando pela zona Agreste e se dirigindo para o Sertão, as precipitações diminuem e alcançam valores médios inferiores a 500 mm anuais. Percebe-se que há algumas regiões centrais que apresentam valores mais elevados de precipitação, próximos a 1500 mm. Estas áreas são microclimas específicos, que ocorrem devido à presença de serras e montanhas, como na Chapada Diamantina – BA, parte oeste da Paraíba e centro-norte de Pernambuco (Moura et al., 2007). É fácil encontrarmos a imagem da Caatinga associada aos cactos e arbustos espinhentos, sem folhas, sobre um solo pedregoso e árido. Essa é realmente uma das feições desse bioma, que também pode se apresentar como uma mata fechada, com árvores altas, ou como densos maciços de arbustos que perdem as folhas na estação seca. Mas, de uma forma geral, as plantas que apresentam esse caráter xerofílico apresentam diferentes mecanismos adaptativos para conviver com a escassez de água: para reduzir as perdas de água pela transpiração, muitas espécies contam com folhas coriáceas ou com pêlos; a maioria perde as folhas na estação seca, outras apresentam folhas modificadas e caules com capacidade de realizar fotossíntese como os cactos. Algumas espécies também têm estruturas de reserva, onde armazenam água. São inúmeros os recursos para promover o melhor uso da água pelas plantas nesses ambientes, como o sincronismo das épocas de floração e frutificação e a dormência de 8 sementes para germinação na época propícia, indicando que a evolução conjunta do ambiente físico e sua flora levaram ao desenvolvimento de sistemas altamente eficientes no uso do recurso mais precioso: a água (Braga, 2010). Figura 3. Mapa da precipitação anual da bacia do rio São Francisco. Fonte: Siscom.ibama.gov.br. No bioma Cerrado, por outro lado, as características são um pouco diferentes. O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade (MMA, 2014). Considerado como um hotspot mundial de biodiversidade, o Cerrado apresenta extrema abundância de espécies endêmicas e sofre uma excepcional perda de habitat. Do ponto de vista da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas. 9 Existe uma grande diversidade de habitats, que determinam uma notável alternância de espécies entre diferentes fitofisionomias (MMA, 2014). Além dos aspectos ambientais, o Cerrado tem grande importância social. Muitas populações sobrevivem de seus recursos naturais, incluindo etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras, vazanteiros e comunidades quilombolas que, juntas, fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro, e detêm um conhecimento tradicional de sua biodiversidade. Mais de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, proteção contra a erosão, ou para criar habitat de predadores naturais de pragas. Mais de 10 tipos de frutos comestíveis são regularmente consumidos pela população local e vendidos nos centros urbanos, como os frutos do Pequi (Caryocar brasiliense), Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancornia speciosa), Cagaita (Eugenia dysenterica), Bacupari (Salacia crassifolia), Cajuzinho do cerrado (Anacardium humile), Araticum (Annona crassifolia) e as sementes do Baru (Dipteryx alata) (MMA, 2014). Tanto o bioma Cerrado quanto a Caatinga ocorrem em parte dos 636.920 Km 2 da bacia hidrográfica do rio São Francisco (GEF São Francisco, 2004). Sendo que 22,7% dos municípios Baianos e 5,4% dos Sergipanos encontram-se nesta importante bacia hidrográfica, com um total de quase 3 milhões de habitantes segundo o Censo 2000 (GEF São Francisco, 2004). Tais municípios inserem-se nas porções média, sub-média e baixa da bacia hidrográfica do rio São Francisco, conforme pode ser visualizado na Figura 4. 10 Figura 4. Sub-divisão da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Fonte: http://www.google.com.br/ baciafrancisco.blogspot.com. 3. AS ASD EM SERG IPE E BAHIA As áreas susceptíveis à desertificação – ASD são determinadas seguindo os pressupostos norteadores da UNCCD (Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação), que propõem a adoção do índice de aridez (IA), base da classificação climática de Thorntwaite (1941) (Atlas das Áreas Susceptíveis à Desertificação, 2007). Dentre as regiões climáticas de abrangência da UNCCD (áridas, semiáridas e subúmidas secas), o Brasil não possui áreas consideradas áridas, existindo, apenas, áreas semiáridas e subúmidas secas. Porém, foi adicionado ao Brasil outra categoria, mais branda em relação à aridez, denominada de áreas do entorno das áreas susceptíveis à desertificação. Estas áreas também apresentam elevada ocorrência de secas e enclaves de vegetação típica do semiárido brasileiro, a Caatinga (Atlas das Áreas Susceptíveis à Desertificação, 2007). Apesar das áreas de entorno, formalmente, não se enquadrarem no padrão climático considerado susceptível à desertificação, a razão de 11 serem incluídas justifica-se pelo fato de apresentarem características comuns às áreas semiáridas e subúmidas secas (PAN-Brasil, 2005). 3.1. As ASD no Estado de Sergipe O estado de Sergipe possui áreas com clima semiárido, subúmido seco e do entorno das áreas semiáridas e subúmidas secas. Segundo o Pan-Brasil (2005), este estado conta com 48 municípios localizados nas ASD, sendo 6 municípios inseridos nas áreas semiáridas1 susceptíveis à desertificação, 28 nas áreas subúmidas secas2 das ASD e 14 municípios localizados nas áreas de entorno3 das ASD. Ainda de acordo com o Pan-Brasil (2005) viviam nas regiões de ASD de Sergipe, até o ano de 2000, cerca de 775.000 pessoas. Vale destacar que pouco mais da metade da população reside no meio urbano, segundo o Censo (2000). 3.2. As ASD no Estado da Bahia O estado de Bahia, da mesma forma, possui também áreas com clima semiárido, subúmido seco e do entorno das áreas semiáridas e subúmidas secas (PAN-Brasil, 2005). Segundo o Pan-Brasil (2005), a Bahia possui 289 municípios localizados nas ASD, sendo 159 municípios inseridos nas áreas semiáridas 4 susceptíveis à desertificação, 107 nas 1 Canindé de São Francisco, Gararu, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo e Porto da Folha. 2 Amparo de São Francisco, Aquidabã, Canhoba, Capela, Carira, Cedro de São João, Cumbe, Feira Nova, Frei Paulo, Gracho Cardoso, Itabi, Japoatã, Malhada dos Bois, Muribeca, Neópolis, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora de Lourdes, Pinhão, Poço Verde, Propriá, Riachão do Dantas, Ribeirópolis, São Francisco, São Miguel do Aleixo, Simão Dias, Telha e Tobias Barreto. 3 Brejo Grande, Campo do Brito, Ilha das Flores, Itabaiana, Itabaianinha, Lagarto, Macambira, Malhador, Moita Bonita, Pacatuba, Pedra Mole, Santana do São Francisco, São Domingos e Tomar do Geru. 4 Abaré, América Dourada, Anagé, Andorinha, Antas, Antônio Gonçalves, Aracatu, Araci, Baixa Grande, Banzaê, Barra, Barra do Mendes, Barro Alto, Belo Campo, Boa Vista do Tupim, Bom Jesus da Lapa, Bonito, Boquira, Brotas de Macaúbas, Brumado, Buritirama, Caculé, Caém, Caetanos, Caetité, Cafarnaum, Caldeirão Grande, Campo Alegre de Lourdes, Campo Formoso, Canarana, Candiba, Cândido 12 áreas subúmidas secas5 das ASD e 23 municípios localizados nas áreas de entorno 6 das ASD. De acordo com o Pan-Brasil (2005) viviam nas ASD da Bahia, no ano de 2000, pouco mais de 7 milhões de pessoas, sendo que pouco mais de metade deste contingente residia em áreas urbanas. Sales, Cansansão, Canudos, Capela do Alto Alegre, Capim Grosso, Caraíbas, Carinhanha, Casa Nova, Central, Chorrochó, Cícero Dantas, Conceição do Coité, Condeúba, Cordeiros, Coronel João Sá, Curaçá, Dom Basílio, Euclides da Cunha, Filadélfia, Gavião, Getio do Ouro, Glória, Guajeru, Guanambi, Iaçu, Ibiassucê, Ibipeba, Ibipitanga, Ibiquera, Ibitiara, Ibititá, Ibotirama, Igapor, Ipirá, Ipupiara, Iraquara, Irecê, Itaberaba, Itaguaçu da Bahia, Itiúba, Ituaçu, Iuiú, Jacaraci, Jacobina, Jaguarari, Jeremoabo, João Dourado, Juazeiro, Jussara, Lagoa Real, Lajedinho, Lapão, Licínio de Almeida, Livramento do Brumado, Macajuba, Macururé, Maetinga, Mairi, Malhada, Malhada de Pedras, Matina, Miguel Calmon, Mirangaba, Mirante, Monte Santo, Morpará, Morro do Chapéu, Mortugaba, Mulungu do Morro, Mundo Novo, Nordestina, Nova Fátima, Novo Triunfo, Oliveira dos Brejinhos, Ourolândia, Palmas de Monte Alto, Paramirim, Paratinga, Paulo Afonso, Pé de Serra, Pedro Alexandre, Pilão Arcado, Pindaí, Pindobaçu, Pintadas, Piripá, Piritiba, Ponto Novo, Presidente Dutra, Presidente Jânio Quadros, Queimadas, Quijingue, Quixabeira, Remanso, Retirolândia, Riachão do Jacuípe, Riacho de Santana, Ribeira do Pombal, Rio de Contas, Rio do Antônio, Rodelas, Ruy Barbosa, Santa Brígida, Santaluz, São Domingos, São Gabriel, São José do Jacuípe, Saúde, Seabra, Sebastião Laranjeiras, Senhor do Bonfim, Sento Sé, Serrolândia, Sítio do Quinto, Sobradinho, Souto Soares, Tanhaçu, Tremedal, Tucano, Uauá, Uibaí, Umburanas, Urandi, Valente, Várzea da Roça, Várzea do Poço, Várzea Nova e Xique-xique. 5 Abaíra, Adustina, Água Fria, Érico Cardoso, Amargosa, Andaraí, Angical, Baianópolis, Barra da Estiva, Barra do Choça, Barreiras, Biritinga, Boa Nova, Bom Jesus da Serra, Boninal, Botuporã, Brejões, Brejolândia, Caatiba, Canápolis, Candeal, Catolândia, Caturama, Cipó, Cocos, Contendas do Sincorá, Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Encruzilhada, Fátima, Feira da Mata, Feira de Santana, Formosa do Rio Preto, Heliópolis, Ibicoara, Ichu, Inhambupe, Irajuba, Iramaia, Itaeté, Itambé, Itapetinga, Itapicuru, Itaquara, Itarantim, Itatim, Itiruçu, Jaborandi, Jaguaquara, Jequié, Jussiape, Lafaiete Coutinho, Lajedo do Tabocal, Lamarão, Lençóis, Macarani, Macaúbas, Maiquinique, Manoel Vitorino, Mansidão, Maracás, Marcionílio Souza, Milagres, Mucuge, Muquém de São Francisco, Nova Itarana, Nova Redenção, Nova Soure, Novo Horizonte, Olindina, Palmeiras, Paripiranga, Piatã, Planaltino, Planalto, Poções, Rafael Jambeiro, Riachão das Neves, Ribeira do Amparo, Ribeirão do Largo, Rio do Pires, Santa Bárbara, Santa Inês, Santa Maria da Vitória, Santana, Santanópolis, Santa Rita de Cássia, Santa Teresinha, São Desidério, São Félix do Coribe, Sátiro Dias, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Serra Preta, Serrinha, Sítio do Mato, Tabocas do Brejo Velho, Tanque Novo, Tanquinho, Tapiramutá, Teofilândia, Utinga, Vitória da Conquista, Wagner e Wanderley. 6 Acajutiba, Alagoinhas, Amélia Rodrigues, Anguera, Antônio Cardoso, Aporá, Aramari, Cabaceiras do Paraguaçu, Castro Alves, Conceição da Feira, Conceição do Jacuípe, Conde, Coração de Maria, Crisópolis, Esplanada, Governador Mangabeira, Ipecaetá, Irará, Ouriçangas, Rio Real, Santo Amaro, Santo Estêvão, São Gonçalo dos Campos. 13 4. PRODUÇÃO DE SEMENT ES E MUDAS NAS ASD EM SERG IPE E BAHIA Os dados apresentados a seguir foram obtidos no sítio eletrônico do Renasem – Registro Nacional de Sementes e Mudas – vinculado ao MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/RENASEM.html). Foram obtidas, também, informações com a equipe técnica da Coordenação de Sementes e Mudas do MAPA, além de informações oriundas do levantamento de dados realizado por meio da aplicação de questionários aos produtores de mudas. 4.1. O perfil dos entes cadastrados no Renasem em Sergipe De acordo com o levantamento realizado nas ASD do estado de Sergipe verificase que a região não possuem tradição, ou talvez aptidão, para a produção de mudas de espécies nativas. As ASD deste Estado destaca-se pela elevada produção de frutas cítricas, por meio de 32 produtores, aliado um produtor de mudas nativas e um produtor de grama, totalizando 34 produtores de mudas, um produtor de sementes, um responsável técnico e 108 comerciantes, conforme pode ser visualizado no Gráfico 1. Gráfico 1. Representação gráfica das atividades desenvolvidas nas ASD em Sergipe. Nas ASD inseridas no estado de Sergipe não foram encontrados beneficiadores, reembaladores e armazenadores de sementes; amostradores; e certificadores da 14 produção própria ou entidades certificadoras, bem como laboratórios de análise de mudas e laboratório de análise de sementes, oficiais do MAPA, ou não oficiais deste Ministério. Para o desenvolvimento do presente relatório técnico utilizou-se a mesma metodologia adotada para os estados de Pernambuco e Alagoas, ou seja, encaminharamse questionários apenas para os produtores que trabalhavam com espécies nativas e frutíferas ou sementes nativas. Além disto, foi feito contato telefônico com todos os produtores das espécies de interesse, notadamente as florestais e frutíferas nativas, nos casos em que o número do telefone estava válido. Os questionários foram enviados juntamente com o Ofício-circular do DRB/SRHU/MMA contendo informações básicas sobre o trabalho e solicitando a participação do produtor na pesquisa. Um ponto importante a ser esclarecido acerca dos registros no Renasem é que 22 comerciantes estavam com os registros vencidos desde 2013 e um comerciante encontrava-se com o registro vencido desde 2012. Contudo, o Decreto 5.153, de 23 de julho de 2004, que aprova o regulamento da Lei 10.711, dispõe que o estabelecimento/produtor possui 60 dias para solicitar a renovação do registro, ou seja, talvez vários destes comerciantes estejam em procedimento de renovação de seu registro. Aliado a isto, como o foco do trabalha se dá em torno da produção de mudas, e que nenhum produtor de mudas e sementes estava nesta situação, optamos por não interrogamos o motivo de tal situação. Preliminarmente é de suma importância enfatizar que a produção de espécies nativas em ou Sergipe, tanto florestais quanto frutíferas, ocorre predominantemente por meio da produção de mudas. Ou seja, a priori, não são comercializadas sementes de espécies nativas, mas sim mudas. No que tange às espécies produzidas, os produtores foram classificados em: produtor de espécies florestais nativas, produtor de citros e produtor de grama. Teoricamente, o produtor de espécies florestais produz espécies lenhosas, ou seja, árvores. Neste sentido, árvore é uma denominação consensual para caracterizar uma tipologia botânica de grande porte, normalmente compreendendo altura limítrofe inferior igual a 4 metros e superior alcançando cerca de 122 metros (atual registro da maior árvore observada no mundo). Entre outras características, uma árvore possui uma raiz pivotante, cuja função é conferir resistência ao vegetal, além de possuir um caule 15 principal lenhoso de onde partem ramificações emitidas a partir de determinada altura, tendo como referência o nível do solo, estendendo-se até o ápice da copa, formando o extrato arbóreo contendo folhas (Fonseca, 2013). De acordo com essa descrição, apenas as gimnospermas e as angiospermas dicotiledôneas possuem espécimes arbóreas e foram abordadas neste relatório técnico (Fonseca, 2013). Do total de produtores de mudas inseridos nas ASD Sergipe (34 produtores), apenas dois estabelecimentos dedicam-se à produção de outro produto que não seja variedades de citros (principalmente as espécies de limão, laranja e tangerina), conforme pode ser visualizado no gráfico 2. Ou seja, há somente um único produz de mudas de espécies florestais e frutíferas nativas em toda a ASD de Sergipe. Gráfico 2. Representação gráfica das espécies de mudas produzidas nas ASD de Sergipe. Ou seja, as ASD deste Estado, destaca-se a elevada produção de frutas cítricas, por meio de 32 produtores, contando apenas com 01 produtor de mudas nativas e um produtor de grama. 4.2. O perfil dos entes cadastrados no Renasem na Bahia De acordo com o levantamento realizado, foi possível identificar nas ASD no estado da Bahia: 93 produtores de mudas, 55 produtores de sementes, 105 responsáveis 16 técnicos, 112 comerciantes, 15 beneficiadores de sementes, 17 armazenadores de sementes, 4 entidades certificadores de produção própria, 12 reembaladores, 6 amostradores e 2 entidades certificadoras conforme pode ser visualizado no Gráfico 3. Nas ASD baianas não foram encontrados laboratórios de análise de mudas e laboratório de análise de sementes, oficiais do MAPA, ou não oficiais deste Ministério. Gráfico 3. Representação gráfica das atividades desenvolvidas nas ASD Baianas. Um ponto importante a ser esclarecido acerca dos produtores de sementes e mudas das ASD baianas é que nenhum produtor de mudas encontra-se com o registro do Renasem vencido no momento da pesquisa dos dados. Porém, registramos 12 responsáveis técnicos, 40 comerciantes e dois produtores de sementes que se encontravam com o registro vencido há, pelo menos, 60 dias. Como os produtores que estavam nesta condição não são produtores de sementes nativas optou-se por não aprofundar esta informação na análise ora realizada. No que tange aos comerciantes e aos responsáveis técnicos, ambos não foram objetivo específico da pesquisa, pois a mesma trata, principalmente, da produção de espécies nativas. Diante do exposto, uma das conclusões obtidas neste relatório técnico é o elevado grau de comprometimento dos produtores de sementes e mudas, visto que a grande maioria deles preza por manter em dia o seu registro no Renasem. Tal afirmação 17 não pode ser feita para os comerciantes, os quais muitas vezes trabalham com os registros vencidos, conforme informações apresentadas acima. Preliminarmente é de suma importância enfatizar que as produções de espécies nativas da Bahia, tanto florestais quanto frutíferas, ocorrem predominantemente por meio da produção de mudas. Porém existe um produtor de sementes cadastrado para a produção (coleta) de sementes de espécies florestais nativas no estado da Bahia. A respeito das atividades que não envolvem a somente a produção de sementes e mudas e a comercialização, nas ASD baianas temos o seguinte cenário: As atividades de armazenamento e beneficiamento sempre vez associadas a atividade de produção de sementes e normalmente associadas à comercialização. Os reembaladores, na maioria das vezes, também é uma atividade associada às citadas acima, porém observou-se que em 2 situações os reembaladores estão dissociados das atividades produtivas ou de comercialização (Gráfico 4). Gráfico 4. Atividades de beneficiamento e armazenamento de sementes e reembalagem nas ASD baianas. Os amostradores, por sua vez, normalmente são responsáveis apenas pela amostragem das sementes, conforme se verifica no Gráfico 5. 18 As instituições certificadoras da produção própria sempre se encontram associadas à atividade produtiva, neste caso produção de sementes, podendo, ou não desenvolver outra atividade (Gráfico 6). Por fim, registramos que as entidades certificadoras existentes nas ASD baianas estão também associadas a outra atividade, sendo uma ligada à produção de semente e outra à comercialização (Gráfico 7). Gráfico 5. Amostradores de sementes nas ASD baianas. Gráfico 6. Certificadores da produção própria nas ASD da Bahia. 19 Gráfico 7. Entidades certificadoras nas ASD da Bahia. Ou seja, tanto os beneficiadores de sementes quanto os armazenadores de sementes e os reembaladores desenvolvem suas atividades em torno da produção de sementes agrícolas, não incluindo espécies nativas. No que tange às espécies produzidas, às informações obtidas permitiu classificar os produtores de mudas em: produtor de citros, café, eucalipto, frutíferas diversas (exceto citros), espécies florestais exóticas (exceto eucalipto), espécies nativas, produtor de hortaliças e produtor de espécies ornamentais. Do total de produtores de mudas inseridos nas ASD baianas, a maioria se dedica a produção de mudas de espécies frutíferas, com destaque para os citros, especialmente o limão, laranja e tangerina, conforme pode ser visualizado no Gráfico 8. Gráfico 8. Representação gráfica das espécies de mudas produzidas nas ASD BA. 20 Por outro lado, analisando-se os dados sobre a produção de sementes nas ASD baianas é possível verificar que os produtores trabalham exclusivamente com a produção sementes de agrícolas, forrageiras, hortaliças ou ornamentais, porém destacamos que existe uma instituição que se destina a coleta e/ou produção de sementes de espécies nativas localizada no município de Eunápolis. Apesar de tal município encontra-se fora das ASD optamos por encaminhar o questionário para este produtor de sementes, por ser o único produtor/coletor de sementes nativas encontrado em todos os estados trabalhados - BA, MG, AL, PE e SE. Porém o mesmo, infelizmente, não atendeu à solicitação feita, não encaminhando o questionário respondido. Gráfico 9. Representação gráfica das espécies de sementes produzidas nas ASD do estado da Bahia. Dada à especificidade do tema abordado no presente relatório técnico será realizado um detalhamento das espécies nativas, em conformidade com o Termo de Referência que norteia o presente relatório técnico. 5. AS ESPÉCIES FLOREST A IS NAS ASD DE SEG IPE E BAHIA Os recursos vegetais nativos, além de fontes de alimentos, podem ser utilizados para a obtenção de fibras, madeiras, pigmentos, condimentos, aromas, energia e de princípios ativos para produção de medicamentos (Leite & Coradin, 2011). 21 Abaixo foi realizada breve descrição das espécies nativas – florestais e frutíferas – e exóticas produzidas nas ASD de Sergipe e Bahia. 5.1. As Espécies Florestais Nativas das ASD em Sergipe e Bahia No levantamento realizado foi possível identificar a produção de 54 gêneros de plantas florestais, nos municípios inseridos nas ASD em Sergipe e Bahia. Deste total, 39 gêneros correspondem a plantas florestais nativas do Brasil, 08 gêneros são de plantas frutíferas nativas e 07 gêneros são de plantas exóticas. Nas ASD em Sergipe e Bahia foi possível identificar 9 produtores de espécies nativas, sendo 1 no primeiro estado e 8 no segundo, produzindo as seguintes espécies florestais: Angico-vermelho, Angico-bravo - Anadenanthera macrocarpa (A. colubrina var Cebil). Família: Leguminosae-Mimosoideae. É uma árvore semicaducifólia, com 8 a 20 m de altura, podendo atingir até 30 m de altura na idade adulta, na floresta Estacional. No Cerrado e na Caatinga, o angico-vermelho apresenta porte menor, com altura variando de 3 a 15 m. Até recentemente, o angico-vermelho era determinado por A. macrocarpa, sendo a mudança de nome bastante recente. Sua é indicada para construção rural, naval e civil, como vigas, caibros, ripas, marcos de portas e janelas, tacos e tábuas para assoalho, esquadrias, em obras hidráulicas e externas como carrocerias, estacas, esteios, postes, mourões, dormentes, cruzetas, madeiramento de currais e outros usos para fabricação de móveis, folhas faqueadas para lambris e peças torneadas. Produz lenha e carvão de boa qualidade. O tronco do angico quando ferido exsuda uma goma-resina amarelada em abundância, sem sabor e cheiro, semelhante à goma-arábica, com aplicações industriais e medicinais. Apresenta tanino nos frutos e na casca, utilizados em curtumes. As flores são melíferas. A casca é usada em medicina caseira. A espécie possui potencial paisagístico, sendo utilizada na arborização de parques, praças e rodovias. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada na reposição de mata ciliar, em locais sem inundação e no reflorestamento de áreas degradadas. O angico-vermelho é aparentado a outros angicos (CNPF, 2013). Angicobranco (A. colubrina var colubrina) possui como sinonímias Piptadenia colubrina e Piptadenia macrocarpa. A madeira de angico-branco é indicada para tabuado, tacos, marcenaria, obras internas, ripas, implementos, embalagens, construção civil e 22 naval. Produz lenha e carvão de boa qualidade. Produz goma-resina, mediante ferimento do tronco. O angico-branco é, entre os angicos, a espécie que possui o maior teor de tanino na casca, até 32%. Também possui características medicinais e para a apicultura. A árvore tem floração exuberante, com grande beleza, sendo usada na arborização de estradas, parques e ruas. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada para recuperação de terrenos depauperados e erodidos, bem drenados, e para reposição de mata ciliar em terrenos com inundação (CNPF, 2013) é indicada, também para plantios mistos e em APP (Árvore Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013). Outro gênero que também apresenta árvores de angico é o Parapiptadenia. Além de Parapiptadenia rígida (Angico-vermelho ou Angico-gurucaia) ocorrem mais quatro espécies do gênero Parapiptadenia na parte tropical da América do Sul. Parapiptadenia pterosperma (Angico Roxo ou Angico-de-flor-roxa), com ocorrência na Bahia, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica). Além destes, destacamos, também, o Parapiptadenia zehntneri com ocorrência na Bahia e em Pernambuco e Parapiptadenia blanchetii com ocorrência na Bahia. Parapiptadenia rigida é bem distinta das demais espécies brasileiras e caracteriza-se, principalmente, pelas flores amarelo-esverdeadas e pelos folíolos linear-falcados com nervura principal submarginal. As espécies de Parapiptadenia são muito afins das de Piptadenia, mas diferenciam-se pelas sementes aladas, planas, com testa muito tênue não marcada por pleurograma. Angico-gurucaia é espécie pioneiria, secundária inicial a precursora-tardia. O Angico-gurucaia é espécie agressiva, comum em terrenos abandonados e freqüentemente observada nas associações secundárias, ocupando posição importante nas capoeiras e nos capoeirões. Apresenta regeneração natural abundante em clareiras abertas na floresta e sob povoamentos implantados. O Angico-gurucaia é recomendado para reposição de mata ciliar em locais com ausência de inundação ou com inundações periódicas de rápida duração e ainda na recuperação de áreas degradadas. Nos plantios, apresenta boa deposição de folhedo, que dificulta o aparecimento de vegetação invasora e da biodiversidade, devendo-se investigar possível efeito alelopático. Esta espécie não apresenta restrições no uso da água do solo no decorrer do inverno, assinalando mesmo sua maior média de consumo nesse período; seu maior consumo foi na primavera (CNPF, 2014). Araticum, marolo - Annona spp. Família Annonaceae. O gênero Annona possui várias espécies nativas brasileiras, com destaque para A. crassiflora, A. cacans, A. 23 coriaceae, A. glabra e A. dioica. Trata-se de espécies características do bioma Cerrado, contudo algumas podem ser encontradas nas regiões Sul e Norte (Árvores Brasil, 2013). Espécies endêmicas do Brasil, de ocorrências nas regiões, Norte, Nordeste e CentroOeste (Flora do Brasil, 2014). Entre as espécies citadas, apenas o fruto da A. doica não deve ser consumido in natura, na dieta humana (Árvores Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013). Outros usos destas espécies incluem o paisagismo, dada a sua aptidão para plantio em parques, ruas, praças e arborização de rodovias. O inconveniente do uso destas espécies para áreas de grande circulação é a queda dos frutos, que podem causar acidentes. No reflorestamento para recuperação ambiental as espécies são indicadas para plantio em áreas com solo permanentemente encharcado (CNPF, 2013). Nas ASD em SE e/ou Bahia é produzida a espécie Araticum-do-mato Annona aurantiaca que se assemelha a A. coriacea var. amplexicaulis (Flora do Brasil, 2014). Unha-de-vaca-de-espinho - Bauhinia forficata. Família: Caesalpiniaceae. O genêro Bauhinia possui aproximadamente 250 espécies distribuídas nas regiões tropicais, subtropicais e temperada-quente da América, África, Ásia e Oceania. No continente Americano se encontra o mais elevado número de entidades, sendo a área de maior diversidade específica a região Amazônica do Peru e Brasil. Pelo menos 100 dessas espécies ocorrem no Brasil. Espécie pioneira a secundária inicial, sendo encontrada geralmente na vegetação secundária, principalmente em capoeiras e nas margens das estradas, caminhos e abertura nos bosques. A madeira de pata-de-vaca apresenta uso local e bastante restrito, principalmente em construção civil, obras internas, caixotaria, estacas, carpintaria e obras leves. Produz lenha de boa qualidade. A pata-de-vaca é uma excelente forrageira arbórea, riquíssima em proteína e em hidratos de carbono. As flores desta espécie são melíferas, e caracteriza-se por ser uma planta tradicionalmente usada em medicina popular. Para fins paisagísticos, é usado em razão da beleza de suas flores, podendo ser empregada como espécie ornamental, nos parques e jardins. É também, recomendada para arborização de ruas estreitas e sob rede elétrica. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada para recuperação de ecossistemas degradados; revegetação de terrenos erodidos e reposição de mata ciliar para locais com inundações periódicas de rápida duração ou período de encharcamento leve (CNPF, 2014). Além da espécie descrita, nas ASD em Sergipe e Bahia são produzidas as espécies de Unha-de-vaca-do-cerrado Bauhinia holophylla e Unha-de-vaca-roxa Bauhinia rufa. 24 Urucum - Bixa orellana. Família: Bixaceae. Arvoreta da família das Bixaceae nativa da América tropical. É uma planta pioneira de pequeno porte, sendo que quando adulto pode chegar a medir até 5 ou 6 m de altura. É cultivada em muitas regiões do país, e sua semente usada para condimento e coloração de alimentos, coloração esta proveniente da orelina (amarelo) e a bixina (vermelho), um dos poucos corantes vermelhos permitidos para uso em alimentos. Rápida em seu crescimento, esta planta pode ser usada em reflorestamentos e como ornamentação (Florestas Nativas, 2013). É particularmente indicada para áreas degradadas, plantio misto e áreas de preservação permanente (Árvores do Brasil - Ficha Científica da Árvore, 2013). Outra espécie deste gênero produzida nas ASD em SE e/ou BA é o Urucum-da-mata Bixa arborea. Pau-Brasil - Caesalpinia echinata. Família: Fabaceae-Caesalpinoideae. Espécie secundária, de 8 a 12 metros de altura quando adulta. Sua madeira é muito boa e já foi muito utilizada para construção naval e para extração de compostos para tintas e corantes. Boa espécie para o paisagismo, principalmente por ser uma árvore que remete à história brasileira e de sua colonização, porém, possui crescimento lento, o que pode prejudicar sua utilização na arborização urbana (Florestas Nativas, 2013). Já foram relatados indivíduos com até 30 m de altura no passado. Sua madeira hoje é utilizada para fabricação de arcos de violino. O corante retirado de sua madeira é conhecido como "brasileína", outrora muito utilizado para tingir tecidos e fabricar tinta de escrever. Espécie secundária inicial, secundária tardia e de clímax. Ocorre preferencialmente em solo seco (Árvore Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013). No reflorestamento para recuperação ambiental o pau-brasil auxilia na reconstituição de ecossistemas degradados, através da deposição de folhedo (cerca de 2.900 kg/ha/ano) (CNPF, 2013). Pau-ferro - Caesalpinia ferrea. Família: Leguminosae -Caesalpinioideae. Espécie secundária inicial de boa regeneração na floresta. Madeira usada em construção civil e naval, caibros, eixo, esquadrias, taco, portas, mobiliário fino e principalmente faqueados. Produz lenha e carvão de boa qualidade. As flores são melíferas, enquanto que as sementes e casca são usadas na medicina popular. É muito empregada em paisagismo e arborização de praças e de ruas, devido à beleza de seu porte. No reflorestamento para recuperação ambiental é usada para reposição de mata ciliar, em solos sem inundação. C. ferrea apresenta três variedades bem caracterizadas. A variedade ferrea. (C. ferrea var. cearensis), com ocorrência na região Nordeste, é forma peculiar à Caatinga, onde é 25 conhecida principalmente por jucá (CNPF, 2013). Pau-ferro-leiostachya Caesalpinia ferrea var. leiostachya é uma das três variedades produzidas nas ASD em SE e/ou BA. As outras espécies do gênero Caesalpinia produzidas nas ASD de SE e/ou BA são: Catingueira rasteira (C. microphylla); Pau-ferro-pluvioso (C. pluviosa); Pau-ferrocatingueiro (C. pyramidalis); Pau-ferro-tintureiro (C. spinosa) e Flamboyazinho (C. pulcherrima). Pau-mulato-branco Calycophyllum multiflorum. Família: Rubiaceae. Árvore nativa, não endêmica do Brasil. De ocorrência na região Centro-Oeste, nos domínios biogeográficos do Cerrado e Pantanal, especialmente nas florestas ciliares ou de galeria e na Floresta Estacional Semidecidual (Flora do Brasil, 2014). Cássia – Cassia spp. Família Leguminosae-Caesalpinoideae. Ocorrem quinze espécies nativas ou espontâneas do gênero Cassia, nas Américas. Cassia ferruginea, com ocorrência do Ceará ao Paraná é bastante conhecida por Canafístula, separando-se de Cassia grandis por apresentar flores amarelas. A espécie C. grandis, conhecida como Cássia-rósea é árvore caducifólia, com 10 a 15 m de altura. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 30 m de altura na idade adulta. É a maior espécie brasileira do gênero Cassia. A madeira pode ser usada na construção civil, principalmente em acabamentos internos, carpintaria, serraria, forro, móveis rústicos, tabuados, vigas, postes, pequenas pontes, embarcações e cabo para ferramenta pesada. A lenha é de qualidade aceitável. A madeira desta espécie é considerada boa para produção de carvão, álcool e coque, apresentando teor médio de lignina. Da casca é extraída resina. As flores são melíferas. Suas grandes vagens são usadas para arranjos decorativos. A polpa do fruto da Cássia-rósea é usada em medicina popular. Espécie ornamental, principalmente pela beleza das flores róseas que aparecem logo após a queda total das folhas, dando à árvore um belíssimo aspecto, sendo usada em paisagismo e arborização urbana. São restrições para seu uso não suportar bem as podas, sofrendo podridões e entrando em decadência cedo e o tamanho de suas vagens lenhosas, que chega a pesar quase 1 kg. A espécie está perfeitamente adaptada a todas as regiões quentes do País. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada para reposição de mata ciliar para locais com inundações periódicas de rápida duração e com período curto de encharcamento (CNPF, 2013). A outra espécie produzida nas ASD em SE e/ou BA é a C. leptophylla, conhecida como Cássia-barbatimão. Seus usos incluem o 26 reflorestamento, especialmente para áreas degradadas, preservação permanente e plantios mistos. Os outros usos sugeridos são paisagismo e ornamentação de praças (Árvores Brasil, 2013). Além disto, são produzida nestas regiões, também, Coração-deNegro Cassia apoucouita e Cássia-amarela Cassia leiandra. Embaúba - Cecropia glaziovii (Embaúba-vermelha) Família: Urticaceae. É uma planta arbórea, geralmente entre 10 a 15 metros de altura. Seu tronco e ramos são cilíndricos e as grandes folhas se concentram nas partes terminais de ramos e tronco. No bioma Mata Atlântica a Embaúba é encontrada principalmente nas formações de Floresta Ombrófila Densa. Pertence às espécies pioneiras e são especialistas em ocupar as bordas das florestas com áreas recém abertas (clareiras). A madeira é muito leve, empregada para fabricação de flutuadores, jangadas, saltos de sapatos, brinquedos, lápis e palito de fósforo. A casca é dotada de fibras muito resistentes utilizadas na confecção de cordas rústicas. O seu uso inclui a medicina popular, a ornamentação de praças e jardins e a recuperação de áreas degradadas e proteção de remanescentes da Mata Atlântica (Mendonça, 2011). Outras espécies deste gênero produzidas nas ASD de SE e/ou Bahia são Imbaúba-prateada Cecropia hololeuca, Imbaúba-branca Cecropia pachystachya, e Imbaúba-da-mata Cecropia sciadophylla. Cedro - Cedrela spp. Família: Meliaceae. Espécie C. fissilis (Cedro Vermelho) é climática de grande porte, com altura entre 20 e 35 metros quando adulta. Sua madeira é leve a moderadamente pesada, macia ao corte e durável em ambiente seco. Quando enterrada ou submersa, apodrece rapidamente. Pode ter sua madeira empregada em compensados, esculturas e móveis em geral. É uma espécie muito utilizada para paisagismo urbano e recomposição de reflorestamentos heterogêneos de áreas degradadas de preservação permanente, mas não deve ser plantada em agrupamentos homogêneos por ser susceptível ao ataque de pragas. Tem preferência por solos úmidos e profundos, como os encontrados nos vales e planícies aluviais (Florestas Nativas, 2013). A madeira desta espécie é parecida com a do mogno (Swietenia macrophylla), sendo, porém, mais mole e de textura mais grossa, e de qualidade inferior em comparação com a do cedro-rosa ou cedro-cheiroso (Cedrela odorata). As flores são melíferas. A casca do cedro é usada em medicina popular. Espécie largamente empregada no paisagismo de parques e grandes jardins e recomendada para arborização de praças. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada 27 para recuperação de ecossistemas degradados e para reposição de matas ciliares em locais com ausência de inundação. Apesar de apresentar sintoma moderado de fitotoxidez, o cedro é considerado promissor para programas de revegetação de áreas com solo contaminado com metais pesados, tais como zinco (Zn), cádmio (Cd), chumbo (Pb) e cobre (Cu) (Árvore Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013; Florestas Nativas, 2013). Paineira-branca, Paineira-de-espinho - Chorisia glaziovii. Família: Bombacaceae. Além de C. speciosa, mais quatro espécies do gênero Chorisia ocorrem no Brasil. A espécie C. crispiflora tem flores rosadas e pétalas bem estreitas, sendo mais frequente no Rio de Janeiro, mas ocorre também na Bahia, Rondônia, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A espécie conhecida por paineira-branca ou barriguda (C. glaziovii) ocorre no Nordeste brasileiro e no Espírito Santo. A espécie conhecida por barriguda-dopantanal (C. pubiflora) tem ocorrência no Pantanal Mato-Grossense e no Distrito Federal, e a espécie C. ventricosa ocorre no domínio da Caatinga em Minas Gerais, sendo conhecida por barriguda-de-espinho, tem empregos especiais, de caráter artesanal, no vale do São Francisco. A madeira da paineira é pouco utilizada, sendo usada em aeromodelismo, material isolante, flutuadores, enchimento de portas, embalagens leves, caixas, forro de móveis, cochos, gamelas, tamancos, canoas e divisórias. A semente contém de 15 a 20% de óleo, semelhante ao de algodão, aproveitável para fins industriais e alimentares. A paineira apresenta grande valor econômico pelas excelentes características e alto preço de sua paina, que já chegou a ser exportada. A paina não é uma fibra, no sentido próprio da palavra, mas um pêlo: são apêndices que se desenvolvem das células epidérmicas internas do fruto e que, na maturação, se destacam, de modo a formar o enchimento que envolve as sementes. A paina da paineira pode ser usada como isolante acústico ou térmico e para enchimento de almofadas, acolchoados, cobertas, colchões, no forramento de agasalhos e estofaria de móveis, na fabricação de equipamentos de flutuação e salva-vidas. As flores são melíferas. A resina, a casca e as flores possuem propriedades medicinais. Planta de grande efeito ornamental, pelo porte avantajado, beleza das flores e por apresentar florescimento abundante e prolongado, sendo frequentemente cultivada em parques, praças, jardins e avenidas. No reflorestamento para recuperação ambiental a paineira atrai muitas aves, sendo recomendada para plantios de reconstituição de matas, devendo ser plantada no máximo, 20 plantas/ha, considerando a incidência de pragas de sementes na idade 28 adulta, e para reposição de mata ciliar em locais com ausência de inundação. Todavia, a paineira é indicada também para plantio em áreas com o solo permanentemente encharcado (CNPF, 2013). Pau-de-viola - Citharexylum myrianthum e Pau-de-viola-pequeno - Citharexylum solanaceum. Família: Verbenaceae. Ocorrem cerca de 20 espécies de Citharexylum espalhadas pelas Américas. Entre as espécies que ocorrem no Brasil, três merecem ser citadas. No Rio Grande do Sul, são encontrados C. montevidense, conhecida por tarumãde-espinho e C. solanaceum, conhecida por tarumã e em Santa Catarina e no Paraná, o C. solanaceum, conhecido por cabriteiro. C. pernambucense ocorre em Alagoas, onde é conhecida por salgueiro e em Pernambuco. Recentemente, foi descrida a espécie C. myrianthum var. bahiense, que é encontrada a 1.100 m de altitude, na Serra do Tombador, na Bahia, como arbusto de 1,5 m de altura. Esta variedade difere da variedade típica por apresentar folhas menores. Citharexylum é descrita como espécie pioneira a secundária inicial. É frequente na vegetação secundária, principalmente em capoeirões situados em várzeas úmidas e planícies que durante as chuvas de verão, se transformam em charcos temporários, onde chega a ser frequente sete a quinze árvores por hectare. Citharexylum myrianthum é espécie característica da Floresta Ombrófila Densa - Floresta Atlântica, nas formações Aluvial, e Baixo-Montana. No Rio Grande do Sul ocorre ao longo da costa até o Município de Pelotas, representando assim uma das espécies da Floresta Atlântica que mais avança em sentido sul. É assinalada, ainda, em matas ciliares da Floresta Estacional Semidecidual e na Floresta Estacional Decidual Baixo-Montana (CNPF, 2014). Madeira quase sem uso industrial e com lenha de qualidade regular. As flores são melíferas. Recomenda-se o seu plantio em áreas de praças, parques e jardins onde o terreno apresente o lençol freático superficial e o solo seja super-saturado em água. Tem como restrição, o fato de suas raízes aflorarem com facilidade, possibilitando avaliar a grande extensão do sistema radicial. No reflorestamento para recuperação ambiental como os frutos do tarumã são muito apreciados e disseminados pela avifauna é recomendado para reflorestamento das várzeas muito úmidas ou mesmo semi-brejosas e para reposição de mata ciliar em locais com inundações periódicas de rápida duração. Em plantio experimental a espécie apresentou alta porcentagem de falhas no período de préinundação, tornando-se inviável após 34 dias de inundação, entretanto é indicada para plantio em áreas com o solo permanentemente encharcado. A espécie apresenta grande 29 plasticidade fenotípica e a capacidade de aclimatação, quando previamente submetida a inundação (CNPF, 2014). Clúsia – Clusia fluminensis. Família: Clusiaceae. Encontrada principalmente em jardinagem e paisagismo, apenas raramente na forma nativa. Árvore de baixo a médio porte, folhas lisas, grossas e arredondadas. Floração muito bonita, com flor grande, de pétalas brancas e miolo avermelhado. Muito usada em paisagismo urbano, pela beleza de flores. Espécies melífera (Árvores Brasil, 2014). Copaíba - Copaifera spp. Família: Fabaceae-Caesalpinoideae. Ocorrem de 25 a 30 espécies do gênero Copaifera na América Tropical sendo C. langsdorffii a de maior ocorrência no Brasil. Espécie secundária que pode atingir altura de 10 a 15 m. Madeira moderadamente pesada, de superfície lustrosa e lisa ao tato, medianamente resistente, que empena durante a secagem, muito durável em condições naturais, com cerne e alburno diferenciados. Sua madeira é indicada para a construção civil, como vigas, caibros, ripas, batente de portas e janelas, cabos de ferramentas, carrocerias, tábuas para assoalhos. Fornece também o bálsamo ou óleo de copaíba, um líquido transparente e terapêutico, que é a seiva extraída quando se faz furos no tronco até atingir o cerne. A árvore oferece ótima sombra e pode ser empregada na arborização rural e urbana. Também é útil para plantios em áreas degradadas e de preservação permanente. (Florestas Nativas, 2013). As flores são melíferas. Na medicina popular são usada a resina, a casca e o óleo. Apesar do crescimento lento, trata-se de espécie prioritária para reflorestamentos protetivos. A espécie é recomendada para reposição de mata ciliar em locais com inundações periódicas de média a longa duração e também para plantio em áreas com o solo permanentemente encharcado (CNPF, 2013). Nas ASD de Sergipe e/ou Bahia é produzida o Pau d'óleo (C. nitida). Tamboril-da-Mata, Timbaúba, orelha-de-macaco - Enterolobium contortisiliquum. Família: Fabaceae-Mimosoideae. Espécie pioneira, de grande porte, com altura variando entre 20 e 35 metros quando adulta. Sua madeira é leve, macia ao corte, medianamente durável e pouco resistente. A árvore contém copa ampla e frondosa, proporcionando ótima sombra durante o verão. É fundamental para reflorestamento de áreas degradadas de preservação permanente e em plantios mistos, principalmente por seu rápido crescimento inicial. Além disso, seus frutos contêm saponina, e são utilizados para higienização do corpo na mata (Florestas Nativas, 2013). A madeira de Timbaúva 30 pode ser usada para brinquedos, colmeias, construção naval e civil, portões corrediços, portas, venezianas, carpintaria em geral, modelos de fundição, pranchetas, embalagens e caixotaria leve, palitos de fósforo, lápis, urna funerária, canoas de tronco inteiro e embarcações, entalhes e esculturas, gamelas, cochos, chapas compensadas, miolo de portas e painel. As raízes, longas e grossas, servem para jangadas. Tem porcentagem elevada de saponina na casca e nos frutos, servindo para a fabricação de sabão caseiro. As flores são melíferas. A polpa da entrecasca do fruto contém saponina hemolítica e é usada na medicina popular. É usada principalmente em arborização de rodovias, praças, parques e jardins. No reflorestamento para recuperação ambiental recomenda-se seu plantio para reposição de mata ciliar em locais sem inundação e com inundações periódicas de rápida duração, e na recuperação de áreas de baixa fertilidade química. A espécie tem sido plantada em áreas em início de desertificação em Alegrete - RS e em áreas de mineração. O gênero Enterolobium atualmente é representado no Brasil por nove espécies. E. timbouva é a espécie mais próxima, com ocorrência no Cerrado que há pouco tempo, era considerada sinônimo botânico de E. contortisiliquum (CNPF, 2013). Pau-de-candeia - Eremanthus glomerulatus. Família: Asteraceae. Esta espécie está submetida à constante pressão exploratória, sendo os caules frequentemente utilizados como mourões de cerca, pela durabilidade e para produção de óleo essencial, cujo componente principal, o α-bisabolol, possui propriedades antiflogísticas (antiinflamatória), antibacterianas, antimicóticas, dermatológicas e espasmódicas. É uma planta do Cerrado, sendo usada na construção civil, fabricações de ferramentas, marcenarias e carpintarias, além de serem melíferas e ornamentais. São agentes de recuperação de áreas degradadas (Ribeiro et al., 2010). Bucaré, mulungu, mulungu-da-flor-vermelha, mulungu-da-flor-amarela, muchôco, mulungá - Erythrina velutina. Família: Fabaceae. Espécie arbórea (árvore) aculeada ou espinhenta, de comportamento decíduo de mudança foliar e que atinge altura próxima a 15 m na idade adulta. O tronco é reto a levemente tortuoso e os ramos são pouco aculeados. Ocorre, de forma natural, no Brasil, nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Espécie pioneira que ocorre preferencialmente nas formações secundárias, apresentando dispersão bastante irregular e descontínua. A madeira de E. velutina é porosa, mole e de baixa durabilidade natural. Cruas ou cozidas, as flores dessa espécie são comestíveis. 31 Pode ser usado como paisagismo, medicinal, artesanato e lenha. É recomendada para plantios mistos destinados à restauração de áreas degradadas de preservação permanente (Carvalho, 2008). Ocorrem cerca de 108 espécies de Erythrina em regiões tropicais e subtropicais do mundo (CNPF, 2013) (Florestas Nativas, 2013). Jenipapo - Genipa americana. Família: Rubiaceae. Espécie secundária, de médio porte, que pode atingir de 8 a 14 metros quando adulta. Sua madeira é moderadamente densa, flexível e fácil de ser trabalhada. Apresenta longa durabilidade quando não exposta ao solo e umidade. Sua madeira pode ser empregada na construção civil, marcenaria entre outros. Seus frutos são comestíveis e muito apreciados. Por ser espécie bem adaptada a várzeas úmidas ou encharcada, esta espécie pode ser utilizada para plantios mistos em áreas brejosas e degradadas de preservação permanente, visando fornecer alimentos para a fauna em geral. (Florestas Nativas, 2013). O jenipapeiro apresenta intensa regeneração em capoeirões, áreas de atividade antrópica ou colonizando áreas abertas. É comum na floresta secundária e rara na floresta primária. Espécie frequente nas matas ciliares e também nas partes secas. Apresenta posição média ou superior no dossel das florestas. Ocorre em várias formações como Floresta Ombrófila Densa Aluvial (Floresta Amazônica e Floresta Atlântica), na formação BaixoMontana; na Floresta Estacional Semidecidual Submontana; no Cerradão; no Chaco Sulmato-grossense, no Pantanal Mato-Grossense e na Caatinga arbórea. A madeira do jenipapeiro é considerada de primeira qualidade, elástica e flexível, sendo usada em construção naval e civil, carroçaria, tanoaria, móveis de luxo, palitos, marcenaria, moldes para aeromodelismo, formas de sapato, espadas para esgrima, torneado, coronhas de armas, cabos de ferramentas, estatuetas, construções de barcos e chapas decorativas. Há presença intensa de cumarina na casca e no lenho. Possui propriedades corantes. O tronco produz suco tintorial amarelo, conhecido por jenipapina. Do tronco, por incisão, emana uma resina branca, ou amarelada, adocicada. O fruto do jenipapeiro é consumido ao natural, na forma de compotas, vinhos, licores, doce em massa, geleia e doce cristalizado. As flores são melíferas. Várias partes do jenipapeiro são usadas na medicina popular. O jenipapeiro é também usado em paisagismo, sendo recomendado para arborização urbana. No reflorestamento para recuperação ambiental o jenipapeiro apresenta grande potencial de uso em recuperação de áreas alteradas, com inundação temporária ou mesmo em locais mais secos. Pode ser plantado em áreas brejosas ou em faixa próxima à margem de rios e em locais com inundações periódicas de média a longa. 32 O gênero Genipa é um gênero neotropical com sete espécies (CNPF, 2013) e outra espécie do gênero produzido nas ASD em Sergipe e/ou Bahia é o Jenipapo-liso (G. infundibuliformis). Outro gênero de jenipapo é o Tocoyena spp, sendo que nas ASD de Sergipe e Bahia é produzido o Jenipapo-bravo-de-cavalo (T. formosa). Este gênero ocorre em Restinga, Floresta Ombrófila Densa e Cerrado (Árvores Brasil, 2014). Seringueira - Hevea brasiliensis. Família: Euphorbiaceae. Espécie não endêmica do Brasil, espécie típica da Floresta Amazônica, mas de ocorrência também na região Centro-Oeste, além da Norte (Flora do Brasil 2014). Pau-alecrim, Alecrim-de-campinas - Holocalyx balansae. Família: Leguminosae- Caesalpinioideae. Árvore perenifólia, com 5 a 10 m de altura podendo atingir até 25 m na idade adulta. Espécie clímax característica do interior da floresta primária, não sendo comum na vegetação secundária. A madeira pode ser usada em marcenaria de luxo, tacos de bilhar, bengalas, construção pesada, tabuado, vigamento, caibros, dormentes, eixos, esquadrias, estacas, forro, móveis, mourões, postes, ripas, cabos de ferramenta e peças torneadas. Produz lenha e carvão de boa qualidade. As sementes são tidas como tóxicas, enquanto que as folhas, talos foliáceos e sementes podem ser tóxicos ou medicamentosos, de acordo com a sua dose. Espécie largamente utilizada na arborização de parques, praças e ruas. No reflorestamento para recuperação ambiental o fruto, cuja polpa madura é suculenta, adocicada e um tanto ácida, serve de alimento para vários animais silvestres sendo recomendado para reposição de mata ciliar em locais sem inundação e para plantio em margem de represa com piscicultura (CNPF, 2013). Ingá - Inga spp. É um gênero neotropical com 250 espécies distribuídas na América tropical e subtropical e restrita às florestas pluviais, mesófitas e semi-decíduas. Destas, cerca de 48 espécies ocorrem no Brasil, nas florestas costeiras do Sul e Sudeste. Espécie pioneira, com altura de 4 a 14m. Madeira leve, dura ao corte, de textura grosseira e de baixa resistência ao apodrecimento. Indicada para uso apenas na confecção de embalagens leves, brinquedos e para lenha e carvão. Os frutos, de arilo doce e abundante, são comestíveis e muito apreciados, o que também a classifica como uma espécie frutífera nativa (Florestas nativas, 2013). A espécie é recomendada para plantio nas faixas mais próximas aos cursos d'água, em locais sujeitos a inundações periódicas de média a longa duração e com período de encharcamento longo. É, também, 33 recomendada para plantios para a recuperação de ecossistemas degradados (CNPF, 2013). As espécies produzidas nas ASD em AL e/ou PE incluem: Ingá-doce (I. affinis), Ingá-de-metro (I. edulis); Ingá-de-rio (I. ingoides); Ingá-mirim (I. cylindrica) e Ingá-banana (I. uruguensis). Caroba-rosa ou Carobão (Jacaranda micranta). Família: Bignoniaceae. Espécie pioneira a secundária inicial, sendo é freqüente e espontânea na vegetação secundária, nas capoeiras, capoeirões, na orla da mata e mesmo em terrenos abandonados. A espécie Caroba-rosa ocorre na Floresta Estacional Semidecidual; na Floresta Estacional Decidual, na Floresta Ombrófila Densa, na Floresta Ombrófila Mista e no Cerradão. A madeira do Carobão é maleável, podendo ser usada em móveis, caixotaria leve, sarrafos, instrumentos musicais, acabamentos internos, como guarnições, rodapés, ripas; tamancos, marcenaria, carpintaria, forros, construções em geral e cabos de vassoura; laminação, miolo de painéis e portas, chapas de partículas. A lenha é de qualidade razoável. Espécie medicinal e muito ornamental, pela beleza de suas flores, sendo usada em parques, avenidas e arborização de rodovias. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada para a recuperação de ecossistemas degradados e para arborização de cursos d´água (CNPF, 2014). Outras espécies de gênero produzidas nas ASD em Sergipe e/ou Alagoas incluem J. brasiliana (Caroba brasileira) e J. macranta (Caroba do Mato). Jacarandá Mimoso - Jacaranda mimosifolia. Família: Bignoniaceae. Árvore de até 15 m de altura, com casca fina e acinzentada e flores com coloração azulado-lilás. Ocorre nos estados de São Paulo e Minas Gerais, nas formações florestais do complexo Atlântico. Sua madeira é clara, muito dura, pesada, compacta e de longa durabilidade, porém frágil, útil para a confecção de brinquedos, caixas, instrumentos musicais, carpintaria e móveis em geral. Espécie pioneira de grande valor ornamental pelo porte e delicadeza de suas folhas, cor e abundância de suas flores, comumente utilizada no paisagismo de avenidas e parques (IBF, 2013). Embira-de-sapo-ingá - Lonchocarpus sericeus. Família: Leguminosae, Papilionoideae. O gênero Lonchocarpus inclui cerca de 120 espécies distribuídas do México até a América do Sul, com apenas uma espécie, L. sericeus, ocorrendo também na costa oeste da África. Na América do Sul, está representado por 15-20 espécies dispersas especialmente nas florestas sazonalmente secas ou úmidas da porção 34 setentrional, incluindo a floresta Amazônica e ambientes associados. Das espécies Sulamericanas do gênero, nove ocorrem no Brasil (L. cultratus, L. hedyosmus, L. latifolius, L. macrocarpus, L. nitidus, L. pluvialis, L. sericeus, L. spiciflorus e L. violaceus) em formações florestais, geralmente associadas às margens de rios, desde o nível do mar até mais de 1.200 m de altitude. Quatro espécies estão restritas ao domínio Amazônico (L. hedyosmus, L. macrocarpus, L. spiciflorus e L. latifolius), L. sericeus e L. cultratus apresentam distribuição ampla em todo o Brasil. L. pluvialis ocorre nas Regiões CentroOeste e Sudeste e L. violaceus é encontrada nos Estados da Bahia e Espírito Santo. Lonchocarpus sericeus é a espécie do gênero mais amplamente distribuída, ocorrendo desde o sul do México até a porção meridional da América do Sul, incluindo Antilhas e também a maior parte da costa ocidental africana. No Brasil, é registrada para todas as regiões, crescendo usualmente próxima às margens de rios em diversos tipos vegetacionais (florestas úmidas, tropicais sazonalmente secas, incluindo caatinga), entre altitudes de 200-1200 m, em solos usualmente argilosos ou hidromórficos. Floresce de junho a fevereiro e frutifica de maio a junho e de setembro a outubro. Árvore 10-30 m altura (Silva & Tozzi, 2012). Bico-de-pato-jacarandá, Caviúna, Pau-sangue - Machaerium brasiliense. Família: Leguminosae-Papilionoideae. Espécie de ocorrência nas regiões Norte, Centrooeste, Sudeste e Sul do Brasil. Ocorre nas vegetações de Restinga, Floresta Ombrófila Densa, Floresta Estacional Semidecidual, mata ciliar, mata paludosa e campos de cerrado (Árvores Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013). Ocorrem cerca de 120 espécies do gênero Machaerium do México à Argentina, das quais, quase uma centena no Brasil. São espécies próximas M. scleroxylo, M. villosum e M. acutifolium (Bico de pato de espinho – espécie produzida nas ASD em SE e/ou BA)(CNPF, 2013). Espécie pioneira que pode atingir altura de 8 a 18 m de altura, com tronco bastante áspero e descamante. Madeira moderadamente pesada, elástica, muito resistente e moderadamente durável quando em ambiente seco. Sua madeira é própria para confecção de cangas de bois, varais e cabos de ferramentas. A árvore fornece ótima sombra e pode ser empregada na arborização urbana e rural. Como planta pioneira adapta a luz direta e como é muito rústica, apresenta-se ótima para plantios mistos em áreas degradadas e de preservação permanente. As flores são perfumadas e melíferas (Florestas Nativas, 2013). 35 Maçaranduba, Caxeta, cambiira - Manilkara salzmanni. Família: Sapotaceae Altura de 4 a 26m, com tronco ereto e cilíndrico, de 30-60 cm de diâmetro. Madeira pesada, dura ao corte, textura média. Empregada em construções em geral, obras externas, mourões, postes, etc. Os frutos e o látex são comestíveis. A árvore é recomendada para reflorestamentos (Árvores Nativas, 2014). Nas ASD de Sergipe e Bahia é produzida a espécies M. zapota, conhecida como Sapoti, também nativa do Brasil com ocorrência nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste (Flora do Brasil, 2014). Sabiá, Sansão-do-Campo - Mimosa caesalpiniaefolia. Família: LuguminosaeMimisoideae. Espécie pioneira que pode atingir de 5 a 8 metros de altura quando adulta. Possui madeira pesada, dura, compacta e de grande durabilidade mesmo quando exposta à umidade. Sendo assim, sua madeira é muito apropriada para usos externos, como moirões, estacas, postes, dormentes e para lenha e carvão. Além disso, a árvore apresenta características ornamentais, principalmente pela forma entoucerada de seus ramos. Deve-se observar que possui muitos espinhos, e que podem machucar alguém quando utilizada para arborização urbana. Como planta tolerante à luz direta e de rápido crescimento, é ideal para reflorestamentos heterogêneos destinados à recomposição de áreas degradadas e áreas de preservação permanente. Além disso, é muito utilizada como cerca-viva defensiva (Florestas Nativas, 2013). Planta decídua, pioneira, característica da vegetação da Caatinga. Ocorre preferencialmente em solos profundos, tanto em formações primárias como secundárias. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis e suas flores são melíferas (IBF, 2013). Outras espécies do gênero incluem a Bracatinga (M. scabrella), uma espécie pioneira com 4 a 8 metros de altura, podendo atingir até 29 m na fase adulta. A madeira pode ser usada, principalmente, em vigamentos, escoras em construção civil, partes não aparentes de móveis, em caixotaria, embalagens leves, compensados, laminados e aglomerados. Produz lenha muito boa e um carvão de excelente qualidade. Das sementes se obtêm açúcares, o trigalactosil pinitol e um alto teor de galactomanana, o que possibilita sua aplicação racional na melhoria da qualidade de produtos industrializados, como alimentos, fármacos, cosméticos, explosivos e outros. Apresenta tanino na casca. Importante espécie apícola e com propriedades medicinais. A árvore é bastante ornamental, principalmente quando há presença de flores. Pode ser empregada, com sucesso, no paisagismo, principalmente na arborização de ruas. No reflorestamento para recuperação ambiental é usada como 36 espécie facilitadora, por regeneração natural ou sendo plantada, recobre rapidamente terrenos queimados, inibindo a vegetação herbáceo-arbustiva e criando condições de microclima favoráveis para espécies tolerantes ao sombreamento. Espécie recomendada para a conservação de solos e na recuperação e reabilitação de solos degradados, tais como: solos com superfícies alteradas pela terraplenagem, solos modificados pela exploração do xisto betuminoso e bauxita, solos erodidos e área de empréstimo, às margens de reservatório de hidroelétrica, já que, através da deposição de biomassa e de nutrientes, fertiliza o solo. Chega a depositar até 8.490 kg de matéria orgânica seca, 253 kg de nitrogênio e 15 kg/ha/ano de potássio. O reflorestamento com bracatinga é eficiente para a reocupação do solo por microorganismos e vegetações autóctones, que constituem elos importantes de cadeias biológicas. A espécie é recomendada para reposição de mata ciliar em locais com ausência de inundação e encharcamento (CNPF, 2013). Bracatinga-do-campo-mourão (M. flocculosa) é uma espécie perenifólia, com 1,5 a 5 m de altura, na idade adulta. Seus usos incluem a produção de mel, o paisagismo e o reflorestamento para recuperação ambiental onde esta espécie tem potencial para recuperação de solos erodidos, rasos, áreas degradadas pela exploração de minérios e áreas terraplanadas, por cobrir rapidamente o terreno, fixar nitrogênio, apresentar boa deposição de biomassa no solo e permitir aparecimento de uma regeneração natural rica e diversificada. A bracatinga-de-campo-mourão é recomendada, também, para plantio em terrenos com drenagem lenta e em margens desmatadas de rios, suporta inundações periódicas e curtos períodos de encharcamento (CNPF, 2013). Aroeira-verdadeira, aroeira do campo - Myracrodruon urundeuva. Família: Anacardiaceae. Espécie secundária que pode atingir altura de 6 a 14 m no Cerrado e Caatinga e até 20-25 m em solos mais férteis, como o da Mata Atlântica. Madeira muito pesada, de grande resistência mecânica e ao apodrecimento, com diferença nítida entre cerne e alburno. Sua madeira é excelente para obras externas como postes, moirões, esteios, estacas, dormentes, na construção civil como caibros, vigas, tacos para assoalhos. É a madeira preferida para cercas no interior do Brasil, seja como mourão, esticador, batente, estaca, palanque ou balancim. Produz carvão e lenha de boa qualidade, apesar de a lenha não queimar bem (Floresta Nativa, 2013). Espécie tradicionalmente utilizada para extração do tanino. A árvore que pela beleza de sua copa é indicada para a arborização em geral, porém pode provocar alergias em algumas pessoas. A casca, folha e raiz da aroeira são usadas tradicionalmente na medicina 37 caseira. No reflorestamento para recuperação ambiental a aroeira é recomendada para solos compactados, consorciada com gramíneas e para matas ciliares (CNPF, 2013). Pau-de-balsa - Ochroma pyramidale. Família: Malvaceae. A árvore tem vida curta, cresce rápido e pode chegar ao dossel da floresta, com 20 a 25 m de altura e até 1,2 m de diâmetro. Pau-de-balsa é amplamente distribuída na zona neotropical, incluindo as Antilhas, ocorre desde o Sul do México até a Bolívia e na Amazônia Brasileira; preferencialmente em terras baixas e em vales entre montanhas, mas também pode ser encontrada até 2.000 m de altitude. Desenvolve-se relativamente bem em solo arenoso com fina camada orgânica, como nas margens inundáveis de rios e igapós, mas prefere solos férteis, úmidos, bem drenados, argilosos, neutros ou alcalinos. Não tolera solos de alta salinidade. As flores são polinizadas por insetos noturnos e as sementes são dispersas pelo vento. As sementes podem permanecer em dormência por muito tempo, compondo o banco de sementes da floresta. Germinam abundantemente quando as condições de luz, temperatura e umidade são propícias. Em clareiras florestais, em campos abandonados ou em solos aluviais recentes, ocorre boa regeneração natural e muitas vezes a espécie é classificada como invasora ou associada às florestas secundárias. O uso principal é a madeira, muito empregada na construção de barcos e jangadas, na confecção de bóias salva-vidas, brinquedos, isolantes térmicos, forros de teto, caixas leves e também na fabricação de celulose. A madeira pode substituir a cortiça em suas múltiplas aplicações. A paina, que envolve a semente, é usada em enchimento de colchões e travesseiros. Por apresentar altas taxas de crescimento e resistência à luz direta, a espécie é recomendada para a recuperação de áreas degradadas e melhoramentos de solos. É usada também em sistemas pastoris, pois é plantada em pastos para fornecer sombreamento ao gado, contudo, não é uma prática recomendável, se há também a intenção de explorar a madeira, pois os animais provocam vários danos ao fuste. A espécie também é usada como ornamental, pela beleza e apresentar rápido crescimento (Informativo Técnico Rede de Sementes da Amazônia, 2008). Canafístula, Faveira, Tamboril-bravo - Peltophorum dubium. Família: Fabaceae - Caesalpinoideae. Espécie pioneira que pode atingir de 15 a 25 metros de altura. A árvore, além de muito ornamental quando em florescimento, proporciona ótima sombra quando isolada. Pode ser empregada com sucesso no paisagismo em geral. Além disso, como planta rústica e de rápido crescimento, é ótima para composição de 38 reflorestamentos mistos de áreas degradadas e de preservação permanente (Florestas Nativas, 2013). Essa essência constitui–se, atualmente, numa madeira de alto valor econômico, uma vez que há alguns anos atrás era desprezada comercialmente. Sua madeira é indicada em construção civil para vigas, caibros, ripas, marcos de portas, janelas, assoalho, em usos externos como mourões, dormentes, em indústria de móveis e guarnições, na construção naval e militar, em marcenaria e carpintaria para fabricar carroçarias, chapas e peças para decorações de interiores e parquetes. Presença muito intensa de tanino na casca com teores de 6 a 8% e presença intensa no lenho. As flores são melíferas. As raízes, folhas, flores e frutos possuem propriedades medicinais e são usadas na medicina popular. Trata-se de árvore de grande efeito ornamental pela beleza de suas grandes panículas amarelas, sobressaindo de grandes folhas delicadamente penadas, produzindo belo efeito decorativo. A Canafístula apresenta sistema radicial bem desenvolvido, sendo dificilmente tombada pelo vento. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada para reposição de mata ciliar, mas não tolera terrenos encharcados, ainda que sobreviva a inundações periódicas. É indicada também para recuperação de áreas degradadas (CNPF, 2013). Planta pioneira indicada para o reflorestamento de áreas degradadas, APP e plantio misto (Árvore Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013). Embiruçu-da-mata - Pseudobombax grandiflorum. Família: Malvaceae. Encontrada nas matas, tanto em regiões da Mata Atlântica quanto do Cerrado. Árvore de médio porte, 15 a 20 metros de altura. Folhas digitadas, 4 a 9 folíolos, com flores brancas muito bonitas, geralmente aparecendo com a árvore sem folhas. Fruto cápsula que se abre mostrando sementes pequenas, envoltas em paina marrom. Germinação fácil, desenvolvimento da muda rápido. Aproveitamento em paisagismo pela sua beleza. Melífera (Árvores Brasil, 2014). Amendoim-bravo, Pau-amendoim - Pterogyne nitens. Familia: FabaceaeCaesalpinioideae é uma espécie secundária inicial com papel pioneiro em sítios arenosos e degradados, chegando a espécie secundária tardia, em capoeiras, e frequentemente como árvore isolada em pastagens. Regenera-se intensamente nas áreas abertas e é planta invasora de pastagens. Ocorre naturalmente em vários biomas brasileiros. A madeira de amendoim é indicada para móveis finos, lambris, carpintaria em geral, tacos e tábuas para assoalho, carroçaria, construção civil, vigas, caibros, ripas, forro e 39 esquadrias, entre outros usos. A espécie é recomendada para construção de barcos e de casas na zona rural e cidades do interior. Produz lenha de boa qualidade. Presença intensa de alcalóides na casca e no lenho e presença intensa de cumarinas na casca. Árvore ornamental, com valor muito grande, não só pela beleza e odor das flores como também pela folhagem brilhante e pela frutificação que apresenta tons cambiantes à medida que amadurece. É recomendada para vias urbanas e arborização de rodovias. É ainda plantada em muitas cidades brasileiras. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada para reposição de mata ciliar em locais com inundações periódicas de rápida duração e para revegetação em sítios arenosos e degradados; suporta encharcamento leve (CNPF, 2014). Saboneteiro, pau-de-sabão - Sapindus saponaria. Família: Sapindaceae. Planta pioneira de médio porte de até 12m de altura. Os frutos além de servir de sabão, devido à presença de saponinas, e até soltam espuma ao esfregar, servem também de repelente de insetos e proteção de grãos, além de algumas propriedades terapêuticas. As sementes são usadas para artesanato. É uma das espécies mais cultivadas para a arborização de ruas das cidades brasileiras. Deve-se evitar a poda, para que a copa da árvore não perca a forma esférica. É indispensável para reflorestamento (Florestas Nativas, 2013). Quebracho-vermelho - Schinopsis brasiliensis. Família Anacardiaceae. Ocorre na Caatinga desde a Bahia até a Paraíba. Apresenta porte arbóreo, podendo atingir até 12 m de altura, e 20 a 60 cm de diâmetro, com ramos providos de espinhosos. As folhas são compostas, imparipinadas, de cor verde escuras na parte superior e pálidas na inferior. A madeira desta espécie é considera especial para obras internas, carpintaria, moendas, esteios, pilões, postes, vigas e dormentes (Dantas et al., 2008). Aroeira-salsa ou aroeira-mole - Schinus molle. Família: Anacardiaceae. Espécie secundária, de pequeno porte, com altura entre 4 a 8 metros quando adulta. Sua madeira é dura, pouco elástica e de boa durabilidade sob condições naturais. Pode ser utilizada para confecção de mourões, esteios e trabalhos de torno. Além disso, seu córtex produz uma resina impregnada de terebentina. É uma árvore muito ornamental, sendo amplamente empregada no paisagismo em geral. Pode também ser utilizada em reflorestamentos heterogêneos com fins ecológicos. Uma boa característica é que é uma espécie altamente tolerante à seca e resiste à geada. (Florestas Nativas, 2013). 40 Aroeira-Mansa, Aroeira-Vermelha, Aroeira-Pimenta, Aroeira-do-Brejo, Aroeira-Negra (Schinus terebinthifolia). Sinonímia: S. terebinthifolius, S. antharthriticus e S. weinmanniaefolius (areoeira-pimenteira-do-campo). Possui crescimento muito rápido (Árvores Brasil – Ficha Científica da Árvore). Espécie pioneira que pode atingir 5 a 10 metros de altura quando adulta. Sua madeira é moderadamente pesada, mole, bastante resistente e com grande durabilidade. Pode ser utilizada para mourões, esteios, lenha e carvão. A árvore é muito ornamental, principalmente durante o longo período em que os frutos persistem na planta. Pelo porte pequeno é indicada para a arborização de ruas estreitas e sob rede elétrica. Entretanto deve-se observar que estas espécies provocam alergia em algumas pessoas sensíveis, quando em contato com suas folhas. É muito indicada para reflorestamentos heterogêneos destinados à recomposição de áreas degradadas e de preservação permanente, pois suas flores são melíferas, sendo então muito apreciada pela avifauna. Além disso, é uma planta que se adapta bem a diversos ambientes (Florestas Nativas, 2013). Guapuruvu - Schizolobium parahyba. Família: Leguminosae-Caesalpinoideae. Espécie pioneira que atinge até 20 ou 30 metros de altura. É uma das plantas nativas de mais rápido crescimento. Espécie muito ornamental quando em flor, mas não é recomendada para arborização urbana devido à queda frequente de seus ramos, ficando o tronco todo marcado. É uma espécie característica do bioma Mata Atlântica. Sua madeira serve à fabricação de brinquedos, caixotaria e compensados. No reflorestamento é indicada para recuperação de áreas degradadas, preservação permanente e plantios mistos (Árvores Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013). Ipês – Tabebuia spp. Família: Bignoniaceae. Ipê Amarelo (T. serratifolia) é uma planta secundária de tamanho grande chegando até 20 m de altura. Árvore com floração abundante e amarela, que desabrocham em dias secos e anunciam a proximidade da primavera, se destaca facilmente na mata no inverno. Em 1961, Jânio Quadros declarou o Ipê amarelo como a flor nacional (Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa árvore cascuda). É produtora de excelente madeira, além de ser belíssima ornamental. IpêBranco (T. roseo-alba) é uma espécie secundária que atinge de 7 a 16 metros de altura quando adulta. Sua madeira é moderadamente pesada, macia e de ótima durabilidade quando em ambientes internos. Pode ser empregada na construção civil, principalmente para acabamentos internos. A árvore é extremamente ornamental, não somente pelo 41 exuberante florescimento que pode ocorrer mais de uma vez por ano, mas também pela folhagem densa de cor verde e azulada e forma piramidal da copa. É ótima para o paisagismo em geral e é particularmente útil para arborização de ruas e avenidas dado seu porte não muito grande. Em função de sua adaptação a terrenos secos e pedregosos, é muito útil para reflorestamento neste tipo de ambiente, destinados à recomposição da vegetação arbórea. Ipê-roxo-de-sete-folhas (T. heptaphylla) é uma planta clímax que pode atingir de 10 a 20 m de altura quando adulta. Sua madeira é muito resistente, pesada e durável sob condições mais adversas. A árvore em floração apresenta grandiosa beleza, sendo uma das espécies mais populares em uso no paisagismo em geral, particularmente na arborização de ruas e avenidas. É uma espécie utilizada para reflorestamentos mistos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente. Ipê Roxo (T. avellanedae) é uma planta secundária de tamanho grande chegando até 35 m de altura. O ipê-roxo é uma árvore de porte avantajado, seu lenho tem substâncias com alto valor terapêutico, principalmente dos grupos saponínicos, flavonoídeas, cumarínicos ou quinônicos. Árvore grande com floração abundante de róseo a roxo que se destaca facilmente quando em flor e seu tronco é bastante rugoso. É produtora de excelente madeira, além de ser belíssima ornamental. Ipê-tabaco, Ipêtabaco (T. chrysotricha) é uma espécie secundária, podendo atingir de 4 a 10 m de altura quando adulta. Muito apreciada para paisagismo urbano por sua beleza e altura é a espécie de ipê-amarelo mais cultivada em praças e ruas das cidades, sendo particularmente útil para arborização de ruas e sob redes elétricas em virtude de seu pequeno porte. Sua madeira é pesada, resistente e difícil de serrar, própria para obras externas como postes, peças para pontes (Florestas Nativas, 2013). Outras espécies do gênero que são produzidas nas ASD destes dois estados são: Ipê-da-serra (T. alba); Ipêbranco-do-cerrado (T. dura); Ipê-roxo-de-bola (T. impetiginosa); Ipê-branco-do-brejo (T. insignis); Ipê-amarelo-piúva (T. vellosoii); Ipê-rosa (Tabebuia roseoalba) e Craibeira (Tabebuia aurea). Leiteiro-jasmim - Tabernaemontana hystrix. Família: Apocynaceae. Árvores de 4 a 6 metros de altura, de pequeno a médio porte. Os frutos se abrem, expondo o interior vermelho, atraindo a fauna. Produz leite nas folhas, caule e frutos, com muita abundância, daí o nome. Flores brancas cobrindo a árvore em outubro - novembro. Existe pesquisa sobre suas propriedades medicinais (Árvores do Brasil, 2014). Ocorre em Restinga, 42 Floresta Ombrófila Densa, Floresta Estacional Semidecidual, Mata Ciliar e Cerrado (Árvores Brasil, 2014). Quaresmeira, flor-de-quaresma, quaresmeira-roxa, quaresma - Tibouchina granulosa. Família: Melastomataceae. Espécie Pioneira, com altura de 8 a 12 m quando adulta. Muito apreciada por sua beleza, é uma espécie que pode ser utilizada para arborização urbana e projetos de paisagismo. É ótima também para arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas. Sua madeira é moderadamente pesada e de baixa durabilidade quando exposta às intempéries (Árvores Nativas, 2014). Nas ASD em SE e/ou BA é produzida, também, a Quaresmeira-da-serra Tibouchina candolleana. 5.2. As espécies Frutíferas Nativas cultivadas nas ASD em SE e BA A maior parte das árvores frutíferas que consumimos não é formada de espécies nativas do Brasil. O conhecimento e a utilização de espécies frutíferas nativas propiciará o aumento da diversidade alimentar e da renda para o produtor rural, além de contribuir para a conservação da biodiversidade. Tal aspecto é particularmente importante para a valoração real das espécies de frutíferas nativas e de seus habitats (Kinupp, 2011 (a)). Além disto, é importante destacar que ao se recompor a vegetação ou reflorestar uma área, podem-se utilizar espécies frutíferas desde que sejam pertencentes à flora nativa brasileira, nas condições permitidas pelo novo Código Florestal. Várias partes das plantas podem ser utilizadas para alimentação: raízes, túberas, caules, seiva, folhas, flores, sementes e frutos, mas predominam os últimos, que são os únicos a constarem na lista dos produtos do extrativismo do Nordeste. Umbu, mangaba, pitomba, murici e taperebá são os principais, mas existem outros frutos nativos que são cultivados em escala agrícola, principalmente, o caju e o cajá (Guilietti et al. 2003 ). Além destas frutas (Silva, 2007) destaca, também, o araçá (Psidium cattleyanum), a gabiroba (Campomanesia xanthocarpa), a jabuticaba (Myrciaria trunciflora), a pitanga (Eugenia uniflora) e a uvaia (Eugenia pyriformis). 43 Naturalmente, muitos outros frutos são consumidos sem que sua produção seja registrada. Grande parte deles sequer é comercializada, mas é consumida diretamente pelos agricultores. Não há uma lista das espécies frutíferas da Caatinga, mas a lista das frutíferas nordestinas, elaborada por Pinto (1993), deve incluir a maior parte delas, embora inclua também espécies que não ocorrem nessa área (Guilietti et al., 2003). O umbu (Spondias tuberosa) é uma fruta típica da Caatinga e tem um grande potencial de exploração, com a produção da polpa congelada, visto que o umbuzeiro, como quase todas as nativas, tem safras de duração muito curta (Guilietti et al., 2003). Pertencente a família Anacardiaceae, o umbuzeiro é uma árvore de pequeno porte (mede até 6 m de altura) de copa larga originária dos chapadões semiáridos do Nordeste brasileiro, que se destaca por sombra e aconchego (Wikpédia, 2013). A espécie Spondias lutea, conhecida vulgarmente como cajá, taperebá, cajá-mirim, pertence à mesma família. Apresenta como centro de origem a América Tropical e encontra-se amplamente distribuída no Brasil, onde são encontradas isoladas ou agrupadas, notadamente em regiões da Amazônia e da Mata Atlântica. É recomendada para reflorestamentos ecológicos. A madeira da cajazeira é própria para marcenaria e carpintaria, sendo muito empregada para a construção de pequenas embarcações. Seus frutos são comestíveis e muito apreciados (Gois, 2007). A produção de mangaba (Hancornia speciosa) predomina nas áreas costeiras em locais mais de restinga que de Caatinga, embora atinja algumas áreas de Caatingas de areia e de cerrado. Os frutos têm bom valor de mercado e há plantios comerciais em expansão (Guilietti et al., 2003). Árvore nativa do Brasil, não endêmica, pertencente à família Apocynaceae. De ampla ocorrências nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, nos domínio fitogeográficos do Cerrado, Caatinga e Amazônia (Flora do Brasil, 2014). Dentro da família Myrtaceae, os principais gêneros que englobam espécies frutíferas são Eugenia, Myrciaria, Plinia e Psidium. No gênero Eugenia, as espécies mais conhecidas são as pitangas (E. uniflora), nativa do Sul do Brasil, e a cagaita (E. dysenterica), nativa do Cerrado brasileiro. Porém, na região Sul de destacam ainda a cerejeira-do-rio-grande, ou cerejeira-do-mato (E. involucrata), a uvaia, ou azedinha (E. pyriformis) e a grumixama (E. brasiliensis). No gênero Plinia estão as jabuticabas, com mais de uma dezena de espécies nativas do centro Sul/Sudeste brasileiro. Embora muitos 44 autores ainda incluam as jabuticabeiras no gênero Myrciaria, houve uma alteração de nomenclatura deste para o gênero Plinia. No gênero Myrciaria destaca-se o camu-camu (M. dubia), nativo do Norte do país. No gênero Psidium estão agrupadas cerca de 100 espécies, dentre as quais a mais conhecida é a goiaba (P. guajava). Neste gênero, também estão os araças, sendo que os mais conhecidos são P. cattleyanum, originário do sul do Brasil e distribuído desde o Rio Grande do Sul até a Bahia, bem como em outros países da América do Sul (Franzon &Raseira, 2012). A Pitanga (Eugenia uniflora) é um arbusto denso de 2 a 4 metros de altura, podendo chegar a ser uma árvore de 6 a 9 metros. Ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul, nas mais variadas formações fisiográficas, nos biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Apresenta múltiplos usos podendo ser utilizada em tratamentos fitoterápicos, como planta pioneira na recuperação de áreas degradadas e espécie melífera na época da florada, além de possui excelente aceitação para ornamentação de jardins, inclusive para bonsais. As folhas produzem óleos essenciais usados em cosméticos, além do fruto in natura ser comestível (Bourscheid et al., 2011 (b)). As espécies E. involucrata (conhecida como cerejeira do mato ou cerejeira do rio grande) e uvaia (E. pyriformis) são árvores de 10 a 15 metros de altura que ocorre nas regiões sul e sudeste (Lisbôa et al., 2011). Entre seus usos potenciais, destaca-se o reflorestamento, tanto para preservação permanente quanto para plantios mistos, além da arborização de praças (Árvores Brasil Ficha Científica da Árvore, 2013). Nas ASD em Sergipe e/ou Bahia são produzidas as seguintes espécies de pitangas: Pitanga-do-cerrado - Eugenia calycina; Pitanga-preta Eugenia florida; Pitanga-cerejeira - Eugenia involucrata; Pitanga-miúda - Eugenia ligustrina; Pitanga-verde - Eugenia multicostata; Pitanga-do-cerrado-paulista - Eugenia pitanga; Pitanga/Pitanga-vermelha - Eugenia uniflora; Pitanga-laranjinha - Eugenia speciosa; Pitanga-selvagem - Eugenia sulcata; e Eugenia, murta Eugenia sprengelii. As jabuticabas possuem várias espécies com destaque para Plinia peruviana, P. trunciflora, P. cauliflora e P. jaboticaba. São árvores de até 15 metros de altura distribuída nos biomas Mata Atlântica e Cerrado. É a frutífera nativa mais cultivada do Brasil. Os frutos são consumidos in natura, podendo, contudo, ser industrializado (Kinupp et al., 2011 (b)). Sua utilização inclui, ainda, o paisagismo, tanto para ornamentação quanto para o uso em pomares. Além disto, a madeira poderá ser utilizada na construção civil, como lenha e para a fabricação de móveis (Árvores Brasil – Ficha Científica, 2013). Nas 45 ASD em Sergipe e/ou Bahia são produzidas as espécies de Jabuticaba Myrciaria jaboticaba e Jaboticaba Myrciaria cuspidata. O Açaí Euterpe oleracea, também se destaca entre as espécies de frutíferas nativas produzidas nas ASD em Sergipe e Bahia. Planta nativa do Brasil, não endêmica, de ocorrência nas regiões Norte e Nordeste, especialmente associada ao bioma Amazônico (Flora do Brasil, 2014). O cajueiro (Anacardium spp.) é uma planta perene, de porte médio e ramificação baixa, sendo que nas áreas costeiras a copa é normalmente espalhada, em razão dos ventos. A folhagem é permanente, embora no período de renovação da folhagem a aparência seja de perda total das folhas. A diversidade de plantas do cajueiro tem sido agrupada em dois tipos: o comum e o anão precoce. As plantas do tipo comum têm altura média de 5m a 8m, com plantas em que a altura chega a 15m. As plantas do tipo anão precoce alcançam altura média de 4m, sendo possível, no entanto, encontrar plantas fora desse padrão (Barros, 2013). Nas ASD de SE e/ou Bahia são cultivadas as espécies de Anacardium ocidentali (caju) e a A. spruceanum (Cajuí/Cajuaçu). Cupuaçu e cacau (Theobroma spp.) pertencente à família Malvaceae. O gênero abriga 22 espécies vegetais nativas da Amazônia, sendo que todas apresentam frutos com valor comercial. Deste total, porém apenas 4 espécies são plantadas comercialmente: T. grandiflorum (cupuaçu), T. bicolor, T. cacao (cacau) e T. angustifolium. (Wikpédia, 2013). Nas ASD em Sergipe e/ou Bahia é produzido o Cacau (T. cacao) para fins de plantação comercial (agrícola). 5.3. As espécies Florestais Exóticas cultivadas nas ASD em SE e BA No que tange às espécies florestais exóticas, verificamos que poucas são as espécies produzidas nas ASD em Sergipe e Bahia. No levantamento realizado foi possível verificar, principalmente, a produção de Eucalipto. Eucalipto é a designação vulgar das várias espécies vegetais do gênero Eucalyptus, ainda que o nome se aplique a outros gêneros da família de mirtáceas, 46 especialmente os gêneros Corymbia e Angophora. São, em termos gerais, nativas da Oceania onde constituem, de longe, o gênero dominante da flora. O gênero Eucalyptus inclui mais de 700 espécies, quase todas originárias da Austrália, existindo apenas um pequeno número de espécies próprias dos territórios vizinhos da Nova Guiné e Indonésia. Adaptados a praticamente todas as condições climáticas, os eucaliptos se adaptaram muito bem às condições climáticas brasileiras (Wikpédia, 2013). No Brasil existem extensas áreas plantadas com eucaliptos, visando, principalmente a sua exploração comercial. As outras espécies exóticas produzidas nas ASD em Sergipe e/ou Bahia incluem a Teca (Tectona grandis), o Nim Indiano (Azadirachta indica), o Pinus (Pinus taeda), o Mogno Africano (Khaya ivorensis), o Cedro Australiano (Toona ciliata) e a Acácia Esponjinha e Acácia Negra (Acacia farnesiana e Acacia mearnsii, respectivamente). 6. OUT ROS DADOS SOBRE A PRODUÇÃO DE MUDAS O processo de produção de mudas envolve diversas etapas, principalmente: coleta das sementes nas matrizes; beneficiamento das sementes (limpeza, quebra de dormência, entre outros); preparo dos substratos; semeadura; irrigação, manejo, monitoramento e controle das mudas; aclimatação; expedição ou comercialização. Apesar do baixo número de produtores de espécies nativas nas ASD em Sergipe e Bahia (9 produtores) e considerando que alguns destes produtores trabalham com apenas uma espécies (principalmente caju ou cacau), restaram 4 importantes produtores de mudas que eram os principais detentores da maioria das mudas produzidas nestas regiões. Destes 4 produtores, 3 responderam ao questionário, o que permitiu fazermos uma amostragem consistente acerca do estado da arte da produção de mudas nas ASD destes dois Estados da Federação. 47 6.1. A capacidade e o potencial de produção A respeito da capacidade e do potencial de produção de mudas de espécies nativas produzidas nas ASD de Sergipe e Bahia deve-se informar que a totalidade dos viveiros trabalha aquém de sua capacidade produtiva. Ou seja, todos os produtores que responderam a pergunta sobre capacidade e potencial de produção de mudas, apontaram que há pelo menos 50% de possibilidade de aumentar a oferta de mudas, se houvesse procura. Em 100% das situações, os produtores de mudas descreveram que a quantidade produzida atende satisfatoriamente a demanda dos consumidores. Outro aspecto levantado no questionário que influencia a disponibilidade de mudas no mercado é o percentual médio de perda das mudas. Neste sentido, houve discrepância entre os dados apresentados, e as perdas informadas oscilaram de 10 a 30%. Apesar do pouco consenso entre os resultados obtidos, verifica-se que este percentual médio de perdas é coerente com aqueles encontrados na literatura para espécies nativas. Especula-se que tais discordâncias se devam às espécies produzidas, pois cada semente possui características de germinação distintas, e também à tecnologia utilizada no processo produtivo e na quebra de dormência. O questionário procurou levantar, ainda, informações sobre a qualidade da muda produzida. Neste sentido, 2/3 dos produtores relataram que não estão satisfeitos com a qualidade das mudas, apontando os seguintes itens como os principais obstáculos: necessidade de aprimorar a coleta das sementes, visando a produção de mudas mais saudáveis; e melhorar os procedimentos de quebra de dormência, os quais também influenciam sobremaneira na qualidade da muda produzida. Os produtores foram questionados, também, sobre a intenção, ou não, de ampliar a capacidade produtiva, visto que se espera, com o novo Código Florestal, o reflorestamento de cerca de 30 milhões de hectares (Agência Brasil, 2010) de áreas de APP e reserva legal. Todos os produtores informaram que têm interesse em aumentar a produção de mudas de espécies nativas, desde que haja procura pelas mesmas. Neste sentido, visando entender qual seriam os gargalos para aumentar da produção, foi perguntado sobre o que seria necessário para alavancar tal incremento. As respostas foram: ampliação da infraestrutura disponível no viveiro; aprimoramento do conhecimento 48 técnico; intensificação da coleta de sementes; e aumento do espaço físico hoje disponível nos viveiros. O item que chama a atenção nesta questão é sobre a necessidade apontada por um dos produtores rurais no que tange à necessidade de reforçar seu conhecimento técnico. Ou seja, cursos para os técnicos e trabalhadores dos viveiros podem surgir entre as demandas dos produtores rurais nesta região. Outro ponto questionado aos produtores rurais buscou entender qual a estrutura de trabalho que os viveiros dispõem, para que nos fosse possível entender a influência das tecnologias existentes no processo produtivo. As respostas apresentadas informaram que os viveiros possuem estruturas com e sem sombrite; casa de vegetação; e sementeiras7. Fora da estrutura produtiva, alguns viveiros contam com escritórios, galpões e sistemas de irrigação. Uma última pergunta sobre as características gerais dos viveiros foi sobre a quantidade de funcionários permanentes e safristas que operam no estabelecimento. Nesta questão, novamente, as respostas não foram uniformes, pois foram informados de 3 até 15 funcionários. Esta oscilação, entre outros, pode ocorrer em razão da espécie trabalhada e do tamanho do estabelecimento. 6.2. Coleta de Sementes A obtenção de semente é a parte mais importante no processo de produção de mudas de essências nativas para reflorestamento. Todas as espécies nativas reproduzem-se por sementes, apesar de algumas também o fazerem por meio vegetativos. Muitas sementes necessitam de preparo e tratamento especial antes da semeadura para aumentaram sua germinação (Costa & Leal, 2010). 7 Sementeiras: é um local onde as sementes são postas para germinarem para posteriormente serem transplantadas para as embalagens (repicagem), (Definição dada por um produtor no questionário). 49 Mais uma vez, a produção/coleta das sementes não foi satisfatoriamente descrita pelos produtores rurais. O mesmo ocorreu nos estados de MG, AL e PE. Somente 1 dos produtores rurais que respondeu ao questionário informou que é responsável pela coleta das sementes para a produção das mudas, os demais relataram que adquirem as sementes no mercado. A descrição dada pelo produtor de como ocorre a coleta das sementes foi: “As sementes devem ser de boa qualidade genética e fisiológica. Devem ser colhidas em boas áreas representativas da espécie, com todas as técnicas de beneficiamento e armazenamento. A coleta é feita pela própria equipe do estabelecimento, coletando os frutos na própria árvore ou até mesmo no chão. São provenientes de fragmentos florestais de Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado, próximas das áreas de produção de mudas, como também em áreas vizinhas. A coleta é feita em árvores matrizes marcadas e devidamente identificadas como é recomendado tecnicamente. Utilizam também a técnica de coleta de sementes através de podão (corte de frutos e galhos das árvores).” O produtor não será identificado em função do compromisso de anonimato feito na carta que encaminhou o questionário. De acordo com os relatos do produtor rural, é disponibilizado EPI (equipamento de proteção individual) aos coletores de sementes, porém o coletor não se encontra cadastrado no Renasem para exercer esta atividade e a planta matriz não possui declaração da fonte das sementes, conforme preconizado pela IN 56. Tais informações corroboram com algumas fraquezas apontadas anteriormente provenientes da qualidade da semente coletada. Diante do exposto acima, é evidente a contribuição das redes de coletores de sementes, as quais, entre outros aspectos, buscam profissionalizar os coletores de sementes e melhorar a qualidade das mudas produzidas. 6.3. Beneficiamento e Armazenamento de Sementes As sementes devem ser retiradas dos frutos logo após a coleta. A maneira de se extraírem as sementes depende do tipo de fruto coletado (Oliveira et al., 2005). 50 Nas espécies nativas, é possível identificar que algumas sementes podem ter sua germinação iniciada sem nenhum beneficiamento, enquanto que outras necessitam de tratamentos para a quebra de dormência. Assim como apresentado no item sobre a coleta as sementes, as etapas de beneficiamento e armazenamento das sementes também não são realizadas por todos os estabelecimentos que produzem as mudas. No caso das ASD de Sergipe e Bahia, apenas um produtor rural declarou realizar estas atividades. Neste sentido, o produtor rural relatou que o beneficiamento das sementes no seu estabelecimento ocorre da seguinte forma: “Consiste na utilização de técnicas específicas para a separação das sementes dos frutos, onde se procura preservar o seu poder germinativo, oferecendo condições apropriadas para o armazenamento ou a semeadura. E iniciado com a secagem ou extração das sementes, sendo completado pelo uso de peneiras, água corrente, etc.”. Sobre o armazenamento das sementes e mudas, o processo produtivo resumido seria: “O armazenamento tem por objetivo conservar as sementes, preservando suas qualidades físicas, fisiológicas e sanitárias, para posterior semeadura e obtenção de plantas sadias após a germinação o armazenamento será feito em sacos plásticos, distribuídos em geladeira”. Nenhuma informação específica foi feita em torno da quebra de dormência e os procedimentos de beneficiamento das sementes, nos questionários enviados pelos produtores rurais. A quebra de dormência é um processo caracterizado pelo atraso da germinação, quando as sementes mesmo em condições favoráveis (umidade, temperatura, luz e oxigênio) não germinam. Cerca de dois terços das espécies arbóreas, possuem algum tipo de dormência, cujo fenômeno é comum tanto em espécies de clima temperado, quanto em plantas de clima tropical e subtropical. O fenômeno de dormência em sementes advém de uma adaptação da espécie às condições ambientais que ela se reproduz, podendo ser de muita ou pouca umidade, incidência direta de luz, baixa temperatura, etc. É, portanto, um recurso utilizado pelas plantas para germinarem naturalmente na estação mais propícia ao seu desenvolvimento, buscando através disto a perpetuação da espécie ou colonização de novas áreas. Sendo assim, quando nos deparamos com este fenômeno há necessidade de conhecermos como as espécies superam o estado de dormência em condições naturais, para que através dele possamos 51 buscar alternativas para uma germinação rápida e homogênea, ou seja, a quebra da dormência (Vieira & Fernandes, 1997). A dormência é um acontecimento essencial para a semente, que elabora um mecanismo natural de resistência a fatores externos impostos pelo meio. Nas espécies florestais nativas é comum a presença de sementes que necessitam de quebra de dormência para que haja germinação fora de seu habitat natural, mesmo em condições ambientais aparentemente favoráveis (Costa & Leal, 2010). Porém, a maioria dos autores resume a causa da dormência em três fatores: dormência imposta pelo tegumento, dormência devido ao embrião (subdesenvolvido ou subdiferenciado) e dormência devido a substâncias promotoras e inibidoras (Fowler & Bianchetti, 2000). Dada a pouca informação disponibilizadas pelos produtores rurais sobre o beneficiamento e armazenamento das sementes, este tópico ficou com a análise um pouco prejudicada quando comparada com as demais informações apresentadas no presente Relatório Técnico. O questionamento feito no questionário sobre o tempo de armazenamento das mudas também não foi respondido por todos os produtores rurais. Aqueles que se disponibilizaram a responder a questão informaram que o tempo de permanência das mudas nos viveiros oscila de 3 meses a 1 ano. De qualquer forma, a informação de que a altura com que as mudas são transferidas para a aclimatação/rustificação é coerente entre os estabelecimentos: com cerca de 30 cm de altura. De acordo com a literatura ideal é que as mudas fiquem no viveiro cerca de 6 a 12 meses, no máximo, para serem plantadas com cerca de 30 a 40 cm de altura (Oliveira et al., 2005). Ou seja, estes requisitos são de acordo com as informações disponibilizadas nos questionários. 52 6.4. Distribuição e comercialização A fim de verificar a situação da distribuição e comercialização das sementes e mudas nas ASD de Sergipe e Bahia os questionamentos focaram ao público alvo que adquire as mudas e para o que as mudas se destinam. No que tange ao perfil do mercado consumidor, houve predomínio da venda diretamente para os produtores rurais, porém em um caso as mudas eram comercializadas para empresas que executam projetos de recuperação de áreas degradadas (PRAD). Contudo, nesta situação, verifica-se que o consumidor final é, na verdade, o produtor rural. O consumidor urbano foi registrado participando em cerca de 15 a 20% dos casos, com a aquisição de mudas para fins de urbanização de centros urbanos. No que tange à destinação das mudas comercializadas, foram informadas como destinos principais a restauração de APP e reserva legal, o reflorestamento para fins comerciais (para espécies agrícolas, como o cacau) e para a arborização de centros urbanos. Acerca da procura por mudas nativas, um produtor rural informou que no seu estabelecimento não há procura por espécies nativas e que ele tem curso para produção de essências florestais, possui registro no Renasem para tal produção, mas que não a faz por falta de procura por este tipo de muda. Os outros dois produtores rurais declararam que existe procura por essências florestais nativas tanto para fins de recuperação de áreas degradadas, quanto para recomposição de APP e reserva legal. Como uma informação adicional, transcrevo o comentário de um dos produtores rurais que contribuíram substancialmente para as informações inseridas neste relatório técnico: “A produção de sementes e mudas não é uma tarefa fácil, pois elas se comportam de diferentes formas, porém é uma boa prática de contribuir para um futuro melhor. Basta os governantes exigirem a recuperação das áreas de forma efetiva, pois, infelizmente, as pessoas só fazem as coisas quando são obrigadas por lei. Parabéns pela atitude de vocês. Espero ter contribuído”. 53 6.5. Limitadores As limitações observadas e também registradas na literatura incluem, especialmente: a) Carência de informações sobre o cultivo, incluindo o processo de germinação, a quebra de dormência, a utilização das espécies, entre outros aspectos. A falta de pesquisa acerca de muitas espécies nativas dificulta sobremaneira o seu cultivo. b) Falta de planejamento do produtor rural em processo de reflorestamento, visto que o processo de produção de mudas envolve pelo menos, 8 meses de produção; c) Para as espécies frutíferas nativas, a limitação se dá em razão do desconhecimento do potencial de mercado e das técnicas de produção em larga escala; longo prazo entre o plantio e a produção estabilizada para muitas espécies; as pequenas quantidades de massa comestíveis; e as épocas de frutificação muito curtas; d) Quantidade insuficiente de sementes para produção de mudas em larga escala; e) A qualidade das sementes nativas coletadas visto a impossibilidade de produzir mudas de qualidade a partir de matrizes não selecionadas; f) Falta de incentivo ao estabelecimento de redes de coletores de sementes de espécies nativas; g) A mão de obra também foi apontada como limitante por alguns produtores; h) A dificuldade em superar a quebra da dormência de sementes de algumas espécies; i) Água, como um fator limitante na Caatinga, também destaca um ponto muito importante; j) Oferta de cursos para auxiliar os produtores rurais na formação de mão de obra qualificada; 54 6.6. Alternativas para ampliação do estoque, melhoria da qualidade, otimização e qualificação do processo de produção de sementes e mudas Neste item abordaremos duas técnicas de restauração de áreas degradadas que possam ser usadas alternativamente ao plantio de mudas, visto que nos produtos anteriores foram apontadas alternativas para ampliação do estoque, melhoria da qualidade e otimização e qualificação do processo de produção de mudas. Tal abordagem foi realizada partindo-se do princípio norteador de que a produção de mudas visa à restauração de áreas degradadas e, por isto, são descritas alternativas mais atrativas, do ponto de vista econômico, e que podem auxiliar a restauração ecológica e florestal. Existem diversas técnicas de restauração florestal: regeneração natural, semeadura direta, plantio de mudas, instalação de poleiros artificiais, plantios de Anderson, nucleação, muvuca de sementes, plantio intercalar de preenchimento e diversidade, transposição de galhadas, transposição de solos férteis (topsoil) (Carvalho, 2012). A Restauração de ecossistemas é a denominação que se tem atribuído ao desafio de, por meio de interferências planejadas, reconstruir a estrutura e criar condições para que se restabeleçam também os processos ecológicos naturais de cada ecossistema. A restauração deve partir do estado de degradação ou conservação em que se encontram os ecossistemas e a paisagem onde estão localizados. Cada situação é única e requer caminhos específicos, determinados a partir das necessidades e dos objetivos locais, considerando-se as prioridades, as possibilidades e os locais-chave para o início das atividades (Amador, 2003). Para que a restauração de ecossistemas venha a ser realmente efetivada por proprietários rurais, empresas e órgãos governamentais é premente o desenvolvimento de alternativas que a viabilizem economicamente (Amador, 2003) Os programas de restauração, tradicionalmente, são executados com alguns vícios, que comprometem o modelo de conservação in situ. Estes programas se caracterizam por serem tecnologias muito caras, inviabilizando pequenos projetos que possam efetivamente restaurar a biodiversidade através de processos naturais de sucessão (Reis et al., 2007). 55 A primeira técnica de restauração a ser brevemente descrita é o SAF (Sistema Agroflorestal). O Sistema agroflorestal (SAF) é um nome relativamente recente dado para práticas antigas, desenvolvidas em grande parte por comunidades tradicionais em várias partes do mundo, especialmente nos trópicos. A definição adotada pelo International Center for Research in Agroforestry (ICRAF) é: “Sistema agroflorestal é um nome coletivo para sistemas e tecnologias de uso da terra onde lenhosas e perenes são usadas deliberadamente na mesma unidade de manejo da terra com cultivares agrícolas e/ou animais em alguma forma de arranjo espacial e sequência temporal”. Esse conceito básico deve evoluir em função dos níveis de complexificação e diversificação dos sistemas e da necessidade de posicioná-los perante a legislação. Os níveis de complexidade dos sistemas agroflorestais evoluem dos mais simples - consórcios de espécies agrícolas com arbóreas sem a preocupação da dinâmica da sucessão e da biodiversidade, constituindo consórcios agroflorestais aos mais complexos - ecossistemas agroflorestais, com dinâmica e diversidade similares às florestas naturais (Amador, 2003). Os princípios da agrofloresta buscam se basear nessas estratégias, com o uso de árvores em sistemas agrícolas com o papel de: (i) reduzir a insolação direta sobre o solo, promovendo maior diversidade de vida no solo, (ii) reduzir o impacto direto das gotas de chuva sobre o solo, reduzindo a compactação e a erosão e aumentando a infiltração, (iii) capturar nutrientes de camadas profundas do solo e bombeá-los para a superfície, (iv) reduzir o efeito erosivo do vento que contribui também para reduzir a umidade, (v) promover matéria orgânica no solo, condição básica para a agricultura tropical, (vi) adicionar nitrogênio por fixação biológica, e (vii) promover biodiversidade, vida (Amador, 2003). Os sistemas agroflorestais, pela aproximação aos ecossistemas naturais em estrutura e diversidade, representam um grande potencial para a restauração de áreas e ecossistemas degradados. Podem ser empregados tanto como estratégia metodológica de restauração, com o objetivo de reduzir os custos por meio da compensação financeira em curto e médio prazos por produtos agrícolas e florestais, como para a constituição de agroecossistemas sustentáveis, com produtos orgânicos e saudáveis (Amador, 2003). A chamada “muvuca de sementes” caracteriza-se por ser uma técnica eficiente para a recuperação das áreas degradadas permitindo a produção de alimentos (Sementes do Portal, 2013). 56 A técnica muvuca, utilizada no oeste da Bahia, ajuda na redução de custos para a recomposição de áreas de preservação permanente (APPs), medida necessária para o alinhamento das propriedades rurais ao novo Código Florestal. A economia pode chegar a 75% em relação a métodos convencionais de reflorestamento (Bittencourt, 2014). A técnica provém da mistura de mais de 30 espécies de sementes nativas, grãos e areia. A prática adotada é a do plantio a lanço, feito por máquinas que trabalham com esteiras. As áreas de plantio precisam estar subsoladas e devem ser gradeadas logo após a semeadura. As sementes também devem sofrer choque térmico antes de serem lançadas na terra (Bittencourt, 2014). O nome muvuca surgiu porque, na verdade, é um conjunto de espécies nativas e agrícolas que a gente mistura. Então virou um nome, um apelido carinhoso para uma técnica que o nome é plantio mecanizado de sementes nativas do cerrado (Bittencourt, 2014). A técnica consiste em misturar as sementes de várias espécies para o plantio direto na área escolhida para a recuperação. Mas que ninguém se engane: apesar do nome “muvuca”, muito planejamento, organização e trabalho são necessários para garantir o sucesso da prática. Algumas dicas importantes são misturar um pouco de terra úmida para que a muvuca fique mais homogênea e a quebra da dormência das sementes duras, agilizando a germinação destas espécies (Sementes do Portal, 2013). As espécies escolhidas para o plantio podem ser tanto florestais quanto agrícolas, porém é importante que haja grande diversidade plantada. De fato, quanto mais espécies diferentes, melhor será o sistema. Não precisa ter medo se for a mais que o necessário, a experiência de muitos agricultores e técnicos mostra que a natureza é sábia e seleciona por si mesma as espécies que são adaptadas para o local e aquelas que devem sair do plantio (Sementes do Portal, 2013). Nossa experiência tem mostrado que a técnica é mais barata e mais eficiente do que a recuperação só com mudas. Isso se deve, no nosso olhar, uma vez que o preço das sementes é menor e a sobrevivência é maior do que as mudas. Dados de pesquisas indicam que a mortalidade das mudas a campo pode superar 70 %. Considerando que grande parte dos agricultores não tem condição de corrigir previamente o solo, geralmente as mudas sentem muito as condições do clima e a baixa fertilidade e 57 compactação do solo. Diferentemente, as sementes germinando no seu lugar definitivo originam plantas que podem se adaptar com mais facilidade a essas condições (Sementes do Portal, 2013). O grande limitante da técnica é justamente a dificuldade em encontrar as sementes florestais para o plantio, mas já existem grupos se organizando para formar uma “Rede de Sementes”, para facilitar o acesso dos produtores às sementes (Sementes do Portal, 2013). 58 7. CONCLUSÃO A produção de espécies nativas nas ASD de Sergipe e Bahia engloba alguma diversidade de espécies florestais, visto que foi computada a ocorrência de 39 gêneros de essências florestais nativas distribuídos em várias famílias de espécies arbóreas que podem ser utilizados para a recuperação de áreas degradadas e restauração de APP e reserva legal. As espécies frutíferas nativas auxiliam no incremento da produção de espécies nativas por meio da produção de mais 08 gêneros de plantas, com destaque para as jabuticabeiras e as pitangueiras, as quais possuem elevado número de espécies e respondem pela maior participação total entre as frutíferas nativas. As ASD do estado de Sergipe, estritamente, não se caracterizam por ser região produtora de mudas de espécies nativas, porém contribui, sobremaneira, com a produção nacional de citros, especialmente laranja, limão e tangerina. No estado da Bahia, da mesma forma, a produção de citros também é bastante elevada, porém verifica-se com uma produção de espécies nativas mais expressivas quando comparado ao estado de Sergipe. Quanto ao registro no Renasem, o estado da Bahia apresenta várias categorias de registro e ficou evidente o comprometimento do produtor rural com o cadastro do MAPA nos dois Estados, pois não foi encontrado nenhum produtor com registro vencido. Por outro lado, os comerciantes são a categoria que mais trabalham com o registro no Renasem vencido. Um fato que chamou a atenção nos Estados trabalhados refere-se ao pequeno número de produtores de mudas de espécies nativas, sendo que em Sergipe foi identificado apenas um produtor, enquanto que na Bahia mais 8. Porém, deste montante, apenas 04 produtores detêm quase a totalidade das mudas produzidas. Quanto à capacidade e o potencial de produção das mudas, merece destacar que todos os viveiros produzem aquém de seu potencial e estão dispostos a ampliar a produção caso haja demanda por essências nativas. 59 Como alternativa para a ampliação do estoque e aumento da disponibilidade de mudas, foi abordada a utilização de duas técnicas de restauração em contraponto ao tradicional plantio de mudas nativas. As técnicas de muvuca de sementes e plantio em sistema agroflorestal foram brevemente comentadas e caracterizam-se como opções mais vantajosas do ponto de vista econômico e com efeito promissor na restauração de áreas degradadas. A respeito das limitações, ficou evidente a influência da coleta das sementes nativas, a qual ainda encontra-se com uma rede de coletores de sementes pouco articulada. 60 8. REFERÊNCIAS BIBL IOGR ÁF ICAS Manual para execução do Programa Cisternas. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome/Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília : MDS, 2011 Moura, M.S.B. de ; Galvincio, J.D.; Brito, L.T. de L.; Souza, L.S.B. de ; Sá, I.I.S.; Silva, T.G.F. da . Clima e água de chuva no semiárido. In: BRITO, L. T. de L.; MOURA, M. S. B. de; GAMA, G. F. B. (Ed.). Potencialidades da água de chuva no semi-árido brasileiro. Petrolina: Embrapa Semi-Árido, 2007. Braga, R.C. Plantas nativas da Caatinga, bioma rico e pouco conhecido. 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