Relatório Anual 2002 Relatório Anual 2002 A AmBev é a quinta maior cervejaria do mundo e a líder no mercado brasileiro de bebidas com 68% de participação em cervejas e 17% em refrigerantes. A Companhia também é a quinta maior engarrafadora Pepsi no mundo, além de produzir e distribuir marcas líderes como Gatorade e Lipton Ice Tea. Ao longo dos últimos anos a AmBev vem expandindo sua presença em outros mercados sul-americanos, a saber: Argentina, Venezuela, Uruguai e Paraguai e, em 2003, estará marcando presença na América Central e no Peru. 1 2 4 6 10 14 18 22 23 25 26 28 30 40 75 Destaques financeiros Conhecendo a AmBev Mensagem aos acionistas Crescendo e aperfeiçoando nossos negócios continuamente Pensando grande e atingindo nossos objetivos Alavancando nossa escala e ampliando nossa liderança Estratégia operacional Cerveja Brasil Refrigerantes Brasil Internacional Cultura AmBev Gente Balanço social e ambiental Governança corporativa Conselho de administração e diretoria Análise do desempenho financeiro Demonstrações financeiras Informações ao investidor Destaques Financeiros R$ milhões Demonstração do Resultado Receita líquida Lucro bruto Despesas com vendas, gerais e administrativas EBIT Lucro líquido Balanço Patrimonial Caixa e aplicações financeiras Ativo total Financiamentos Patrimônio líquido Fluxo de Caixa e Rentabilidade EBITDA Margem EBITDA (%) Investimentos EVA Retorno sobre o patrimônio líquido (%) Informações por Ação (R$/mil ações) Patrimônio líquido Lucro líquido Dividendos (ON) Dividendos (PN) Capitalização Valor de mercado Dívida líquida Participação dos minoritários Ações em circulação ADRs 2002 2001 Variação % 02/01 7.325 3.984 1.933 2.051 1.510 6.526 3.159 1.784 1.376 785 12,3% 26,1% 8,4% 49,1% 92,5% 3.505 12.381 4.487 4.130 2.563 11.029 4.569 3.363 36,8% 12,3% -1,8% 22,8% 2.710 37,0% 522 628 36,6% 1.990 30,5% 447 355 23,3% 36,2% – 16,9% 76,9% – 107,94 39,48 12,40 13,64 87,54 20,42 8,22 9,04 23,3% 93,3% 50,9% 50,9% 19.876 982 79 38.258 382,6 18.744 2.006 89 38.420 384,2 6,0% -51,0% -11,0% -0,4% -0,4% Receita líquida Participação no total (%) Cerveja Brasil 76% Refrigerantes 15% Cerveja Internacional 5% Outros 4% EVA R$ mm 628 355 284 204 99 Dividendos incluem pagamentos de dividendos e juros sobre o capital próprio. Os somatórios podem não conferir devido aos arrendondamentos. AmBev versus Ibovespa 00 01 02 EBITDA AmBev Ibovespa 15 de setembro de 2000 = 100 (data da listagem dos ADRs da AmBev) Margem EBITDA (%) EBITDA 28% 29% 37% 30% 2.710 150 1.990 100 1.505 903 50 0 Set 00 Brasileiros saboreando uma Skol Beats durante um “agito”. 1 Relatório Anual AmBev 2002 Dez 01 O Guaraná Antarctica da AmBev é o patrocinador oficial da Seleção campeã mundial de Futebol. Dez 02 Todos no Brasil conhecem a Tartaruga da Brahma que contagiou a torcida brasileira durante a Copa do Mundo de 2002. 99 00 01 02 Exposição das marcas é essencial para uma boa execução no ponto-de-venda. A estratégia de crescimento da Companhia está fundamentada nos seguintes princípios: gerenciamento da receita, crescimento do consumo per capita, melhoria da eficiência em distribuição e na exploração das oportunidades rentáveis existentes no negócio de refrigerantes. Paralelamente, atraímos e motivamos os melhores talentos, e perseguimos continuamente maior eficiência em custos. Mapa de nossas operações Venezuela Fábricas Uma cervejaria Capacidade instalada/ano 2,2 milhões de hectolitros Volume de vendas 2002 1,3 milhão de hectolitros Início das operações 1994 Paraguai Fábricas Uma cervejaria Capacidade instalada/ano 0,3 milhão de hectolitros Volume de vendas 2002 0,4 milhão de hectolitros Início das operações 2001 Argentina Fábricas Uma cervejaria e uma maltaria Capacidade instalada/ano 2,5 milhões de hectolitros Volume de vendas 2002 2,1 milhões de hectolitros Início das operações 1994 Rede de distribuição Gente Pontos de venda Visitas diárias a pontos de venda Vendedores* Distribuidores exclusivos terceirizados Centros de distribuição direta Produção Vendas e distribuição Administração central * inclui força de venda direta e terceirizada 2 Relatório Anual AmBev 2002 1.000.000 365.000 13.000 500 44 Fábricas mistas Cerveja Cerveja e malte Refrigerantes Agua mineral Maltarias Materias primas Fazenda do guaraná Pesquisa e desenvolvimento de cevada Brasil Fábricas 33 unidades de produção de bebidas Três fábricas de matérias primas e uma maltaria Capacidade instalada/ano 84,1 milhões de hectolitros de cerveja e 38,0 milhões de hectolitros de refrigerantes Volume de vendas 2002 58,0 milhões de hectolitros de cerveja e 18,2 milhões de hectolitros de refrigerantes Início das operações Brahma e Antarctica foram fundadas no ínicio de 1900 AmBev foi criada em julho de 1999 Uruguai Fábricas Duas cervejarias e duas maltarias Capacidade instalada/ano 0,7 milhão de hectolitros Volume de vendas 0,2 milhão de hectolitros Início das operações 2000 11.074 7.147 273 Nosso portfólio de marcas Cerveja Brasil Refrigerantes Internacional Principais Marcas Principais Marcas Principais Marcas Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia Guaraná, Pepsi, Pepsi Twist, Gatorade, Ice Tea Brahma, Patricia, Norteña, Ouro fino As cervejas da AmBev – Skol, Brahma e Antarctica – são líderes em consumo, qualidade e preferência junto aos consumidores brasileiros. Elas ocupam a 3a, a 9a e a 19a posições, respectivamente, entre as marcas mais consumidas no mundo. O Guaraná Antarctica é o líder de um segmento em crescimento e uma das maiores marcas de refrigerante do mundo. A Pepsi tem um significativo potencial de crescimento no Brasil, enquanto o Gatorade e o Lipton Ice Tea são líderes em segmentos de elevadas taxas de crescimento, além de altas margens. A marca Brahma é comercializada na Argentina e na Venezuela. No Paraguai, ela é vendida em conjunto com a marca Ouro Fino. Nossas principais marcas no Uruguai são Patricia e Norteña. Participação de mercado Participação de mercado Participação de mercado Fonte: Nielsen, média 2002 Fonte: Nielsen Brahma 21,8% Antarctica 12,5% Skol 32,3% Bohemia 1,8% Outras 31,6% Brasil 16,5% Brasil 68,4% Paraguai 22,1% Venezuela 6,6% Argentina 17,3% Uruguai 46,6% Receita líquida Receita líquida Receita líquida R$ 5,5b 58m R$ 1,1b 18m R$ 396,3m 4m EBITDA e margem EBITDA EBITDA e margem EBITDA EBITDA e margem EBITDA R$ 2,4b 44% R$ 184,4m 17% R$ 40,7m 10% de hectolitros 3 Relatório Anual AmBev 2002 de hectolitros de hectolitros Mensagem aos acionistas Atingimos resultados excepcionais em pouquíssimo tempo e ainda há muito mais a conquistar. Esses são apenas os primeiros anos da AmBev. Em 1999, antes da fusão que nos originou, Brahma e Antarctica apresentavam um EBITDA anual combinado de R$1 bilhão. A fusão gerou sinergias de R$500 milhões, o que teria resultado em um EBITDA teórico de R$ 1,5 bilhão. Entretanto, registramos um EBITDA de R$ 2,7 bilhões em 2002, apesar do desaquecimento do mercado brasileiro nos últimos anos, da baixa, porém persistente inflação, e de um cenário macroeconômico bastante volátil refletido nas elevadas taxas de juros no Brasil e na significativa depreciação do real frente ao dólar americano. justifica tal decisão, sob o ponto de vista econômico. Paralelamente, nossos distribuidores exclusivos têm recebido total atenção e acompanhamento, de modo a torná-los parceiros ainda mais capacitados a nos apoiar no desenvolvimento de nossas marcas. Ao invés de operarmos com três redes de distribuição distintas, cada uma com o portfólio de uma única marca, estamos desenvolvendo uma rede multi-marca de distribuidores, dedicados a trabalhar com o portfólio completo de bebidas da AmBev. Apesar do longo caminho que ainda temos a percorrer, nossos resultados já evidenciam os benefícios do gerenciamento dos três portfólios de marcas sob as melhores práticas em processos de vendas e de distribuição. Convêm lembrar que de forma a evitar a canibalização entre as nossas marcas, as três forças de venda estão sendo mantidas independentes, cada uma delas responsável por uma marca principal de cerveja. Esse extraordinário desempenho é, portanto, resultante da adoção de um adequado objetivo estratégico, além do foco na superação dos resultados. A estratégia de longo prazo da AmBev tem • Crescimento da rentabilidade do negócio sido, e continuará sendo, fundamentada de refrigerantes pela utilização das melhores nos seguintes princípios: práticas desenvolvidas para o negócio de • Crescimento da receita líquida através do cerveja. Temos um portfólio extremamente gerenciamento de receitas e do aumento forte: três marcas de cerveja com escala do consumo per capita. mundial, o segundo refrigerante mais Continuaremos investindo em nossas vendido no Brasil (Guaraná Antarctica), marcas para consolidar nossa posição de a Pepsi Cola e produtos líderes em liderança e para aumentar, progressivamente, segmentos específicos de mercado. o volume das marcas premium. Contando Quanto maior for nossa força em hoje com a preferência de 82% dos refrigerantes, melhor será nossa distribuição consumidores pelas marcas da AmBev, para os pontos de venda, e maior a sinergia possuímos uma sólida base que podemos dos custos de distribuição para todo o utilizar para expandir o consumo de cerveja portfólio AmBev. A inclusão de novos em novas ocasiões. Com esse objetivo, produtos de alto valor agregado, tais como lançamos novos produtos como Skol Beats o Gatorade e a Pepsi Twist, vem e revitalizamos marcas tradicionais como incrementando ainda mais a rentabilidade Bohemia, de modo também a satisfazer a do negócio, que apresentou crescimento demanda que identificamos por produtos superior a 100% nos últimos dois anos. premium. Sabemos quando as pessoas Refrigerantes têm sido, e continuarão bebem cerveja e quando não o fazem. sendo, de grande importância estratégica Mapeamos oportunidades para aumentar para a AmBev. o consumo per capita por região, • Compromisso obsessivo na captura das vizinhança, nível de renda e padrão de oportunidades de redução de custos. consumo. Continuamos a vislumbrar Um dos pontos fortes da AmBev consiste oportunidades de melhorias na cadeia de no rígido controle que temos sobre custos. valores da indústria, de modo a retermos Já estamos entre os produtores mundiais um maior percentual de participação, de cerveja de menor custo, entretanto, sem que haja aumento de preços aos acreditamos que não há limite para a consumidores acima da inflação. Muito melhoria da nossa produtividade. se progrediu em 2002, entretanto, Por exemplo, criamos o Centro de Serviços acreditamos que 2003 será ainda melhor. Compartilhados (CSC) de modo a • Aumento da eficiência da nossa rede de centralizar atividades como logística, distribuição. A característica mais complexa recursos humanos e finanças. Tal iniciativa de nosso negócio é entregar três marcas de permitiu que as unidades de vendas e cerveja para mais de um milhão de pontos produção pudessem atuar com mais foco de venda espalhados por todo o território na operação, uma vez que não são mais brasileiro. Nos últimos anos temos, responsáveis por tais atividades. O CSC continuamente,aperfeiçoado nossa rede de emprega tecnologia de ponta de modo distribuição direta, principalmente nas a garantir excelência no processo, grandes cidades,onde a escala da operação podendo rapidamente incorporar novas áreas de operação. 4 Relatório Anual AmBev 2002 Adicionalmente, ao longo de 2002, antecipamos e tomamos as medidas corretas para proteger a Companhia dos efeitos da volatilidade do câmbio e das flutuações das taxas de juros. Esses princípios básicos são suportados por pessoas talentosas, a gente AmBev, pelos nossos processos proprietários e pela maneira única com que fazemos as coisas acontecerem. A essência de nossa Companhia é, e continuará sendo, nossa capacidade gerencial, nossa cultura e a capacidade sem paralelos de execução da nossa gente. Selecionamos, treinamos e acompanhamos, cuidadosamente, jovens talentos. Somos todos confiantes e exigentes. Somos motivados por um agressivo sistema de remuneração variável que estimula o desempenho, a responsabilidade e o espírito empreendedor. Todos na AmBev estão focados em atingir resultados sustentáveis de longo prazo. Rigidez e disciplina financeira são componentes da nossa cultura. Somos uma empresa jovem onde a idade média é de 29 anos. Entretanto, somos um time com grande capacidade gerencial. Os altos executivos participam ativamente do processo de seleção dos melhores profissionais no mercado, cuidadosamente preparando a próxima geração de líderes. A nossa estratégia de crescimento tem sido, e continuará sendo, focada no Brasil, onde geramos a quase totalidade do nosso resultado. Mantendo-se em perspectiva o potencial de desenvolvimento ainda existente, o Brasil continuará a ser responsável pela maior parte do nosso crescimento no curto e no médio prazo. Nosso momento não depende de aquisições. Não faremos aquisições que diluam o valor da Companhia e pretendemos manter um crescimento real do nosso EVA (Valor Econômico Adicionado) em pelo menos 15% ao ano. Embora o crescimento da AmBev independa de expansões internacionais, estamos muito confiantes em nossa capacidade de internacionalização, se assim desejarmos, e analisaremos criteriosamente qualquer oportunidade de aquisição e/ou expansão na América Latina. No Cone Sul, por exemplo, a transação com a Quinsa foi concluída recentemente, após a aprovação pelos órgãos reguladores da concorrência na Argentina. Existe uma lógica muita clara e atraente para esta Aliança. Ela reforça nossa posição nos mercados que já atuamos bem como nos fornece uma plataforma ainda mais forte para 5 Relatório Anual AmBev 2002 expansão na América do Sul. Conforme aprendemos no caso da Brahma com a Antarctica, a combinação das forças entre estes dois negócios proporcionará benefícios do ponto de vista de receita e de custos. Não obstante, espera-se que a combinação das operações da AmBev e da Quinsa no Cone Sul resulte em significativas sinergias nas áreas de logística, distribuição, produção e suprimentos. Sinergias essas estimadas em 15-25% do EBITDA. E isso é apenas o início. O potencial dessa operação nos faz antever o futuro de forma muito otimista. Olhando à frente, as nossas operações no Brasil ainda apresentam um significativo potencial de crescimento: estamos em um grande mercado, temos grandes marcas distribuídas por uma fantástica rede de distribuição e, acima de tudo, contamos com a gente AmBev para fazer as coisas acontecerem. Estar no Brasil também significa estar exposto à volatilidade econômica no curto prazo. Mas esse ambiente não é novidade para a AmBev. Temos gerenciado situações semelhantes por mais de dez anos e, com certeza, já passamos por tudo o que é possível e imaginável. Nossos administradores já demonstraram, ao longo dos anos, sua capacidade de continuar criando valor mesmo sob circunstâncias adversas. Hoje já somos uma das maiores Companhias de bebidas do mundo. Porém, o que realmente buscamos, é ser a Companhia mais rentável. Crescemos nossa margem de EBITDA de 29% em 2000 para 37% em 2002, e ainda há espaço para melhorarmos. Queremos ser os melhores, e não vemos qualquer razão para que a AmBev não seja referência internacional da indústria mundial de bebidas sob a ótica da rentabilidade. Magim Rodriguez Junior Diretor Geral Enfim, a AmBev tem a cultura, o posicionamento estratégico e gente capazes de assegurar uma trajetória vencedora. Aqui, os desafios são elevados, propiciando, continuamente, a busca pela superação e pela excelência. Quanto mais atingimos mais queremos. Marcel Herrmann Telles Co-Presidente do Conselho de Administração Victorio Carlos De Marchi Co-Presidente do Conselho de Administração Crescendo e aperfeiçoando… Na sede da Companhia uma equipe da AmBev discute como desenvolver o posicionamento das nossas marcas. A preferência de 82% dos consumidores pelas marcas da AmBev proporciona uma forte base, a partir da qual se pode expandir o consumo, desde a forma tradicional, a “cervejada”, até novas ocasiões. 6 Relatório Anual AmBev 2002 … nosso negócio continuamente Consumidores saboreando uma Bohemia durante um happy hour. A participação de mercado da Bohemia mais que triplicou em 2002, passando de 0,6% para 2,1%. Seu posicionamento no segmento superpremium faz com que seu preço seja 25% superior às outras marcas. 7 Relatório Anual AmBev 2002 Crescendo e aperfeiçoando nosso negócio continuamente A AmBev é líder em um dos maiores e mais atraentes mercados de cerveja do mundo. Através de políticas prudentes e disciplinadas na área operacional e financeira, estamos todos empenhados na obtenção de resultados sustentáveis de longo prazo. Investimos nosso tempo e criatividade no desenvolvimento de vantagens competitivas em áreas que nossos concorrentes não conseguem nos copiar. Além disso, temos um histórico de realizar o que todo mundo acredita ser impossível. Na AmBev, jamais tiramos o “pé do acelerador” e o “olho da bola”. Desenvolvendo nossas marcas A Skol é a marca de cerveja número um do Brasil. É leve, jovem, ousada e inovadora. É uma marca para jovens adultos que sabem aproveitar a vida. Acreditamos no desenvolvimento contínuo das nossas marcas de modo a mantê-las no topo e em destaque no longo prazo. Para manter a Skol jovem e nos aproximarmos ainda mais dos nossos consumidores, desenvolvemos grandes eventos musicais como o Skol Beats – o maior festival de música eletrônica da América Latina – e o Skol Spirit – festas na praia que evocam o espírito de Ibiza. Desenvolvemos também estratégias buscando o crescimento do consumo per capita das nossas marcas, bem como desenvolvemos novas ocasiões para as pessoas beberem nossos produtos. A maior parte da cerveja no Brasil – cerca de 70% do volume – é comercializada em garrafas de 600 ml. Isso combina com a maneira através da qual os brasileiros tradicionalmente bebem cerveja, ou seja, dividindo uma garrafa entre um grupo de amigos. em uma ocasião na qual ela não estava presente, a “balada noturna”. A Skol Beats é dirigida aos jovens adultos que vão à festas, danceterias, e outras ocasiões onde as bebidas destiladas ainda predominam. Essa cerveja vem numa garrafa inovadora de 330 ml que se adapta perfeitamente à palma da mão do consumidor. É um produto que diz algo sobre quem bebe. É uma cerveja que impõe sua marca. A Skol Beats é um produto inovador com teor alcoólico mais elevado, menos amargor e nenhum “sabor residual”, que foi lançado objetivando expandir o consumo de cerveja O design único da garrafa da Skol Beats combina perfeitamente com uma “balada”. Através do mapeamento de dados sobre o consumidor, o departamento de marketing da AmBev está sempre rompendo paradigmas e inovando com o desenvolvimento de novas ocasiões para o consumo de cerveja. A Skol Beats, lançada em novembro de 2002, exemplifica esse esforço. 8 Relatório Anual AmBev 2002 Consumidores saboreiam a nova Skol Beats, disponível em casas noturnas exclusivas. Excelência na execução significa garantir que os produtos da AmBev estejam disponíveis na embalagem correta, no lugar certo e na hora certa, “estupidamente gelados”. Oportunidades de mercado Estima-se que nos próximos cinco anos mais de um terço do crescimento dos lucros mundiais da indústria de cerveja virão da América Latina. Felizmente, temos a oportunidade de operar num mercado em crescimento. Não obstante, possuímos uma posição privilegiada por termos marcas muito fortes e que foram criteriosamente posicionadas junto a diversos públicos através de investimentos dirigidos e eficientes. Enfim, ficamos entusiasmados com tantas oportunidades de expansão para a Companhia. E quanto mais trabalhamos para fazer o negócio crescer, mais oportunidades encontramos à nossa frente. O Brasil é o quarto maior mercado mundial de cerveja, apesar desta representar apenas 10% de share do estômago do brasileiro. O consumo per capita no Brasil é baixo, 50 litros de cerveja/ano, equivalente ao 29o lugar na classificação mundial. Essa é mais uma das oportunidades para as cervejas superpremium. A maior parte do consumo de cerveja no Brasil ocorre durante os finais de semana, quando grupos de amigos se encontram para uma “cervejada”. Isso é bom, e nós trabalhamos arduamente para assegurar a proteção desse segmento de vital importância. Entretanto, também estamos utilizando nossas técnicas de marketing para mostrar a esse público que existem outras ocasiões para se beber cerveja. Estamos introduzindo novas marcas para atender novas demandas, e desenvolvendo marcas antigas em novos formatos. A Skol Beats e a Bohemia são ambas focadas no segmento de maior margem - superpremium - de modo a incrementar a nossa Share do estômago Composição do preço ao consumidor % do total % do preço ao consumidor – Cerveja Brasil Água engarrafada 15% Suco10% Cerveja 10% Água de torneira 34% Refrigerantes carbonatados 14% Outros 17% lucratividade. Revitalizada no início de 2001, a Bohemia obteve quase 3% de participação de share de valor. Estamos investindo para aumentar o segmento superpremium em 20% ao ano. Existem outras oportunidades para ampliar a lucratividade do negócio, além de vender mais cerveja. Estamos otimizando o mix do portfólio, migrando progressivamente nossos volumes para marcas com maiores margens. Demos às nossas equipes de vendas a tecnologia necessária para maximizar nossa participação na cadeia de valor da indústria, bem como ajudar os varejistas a vender mais os nossos produtos. Estamos simplificando a distribuição e melhorando a eficiência, priorizando a distribuição direta em algumas áreas e transformando as nossas redes de distribuicão em multi-marca, de modo a aprimorar o gerenciamento do nosso portfólio. Distribuidores 10% Fabricante 31% Impostos 27% Varejo 32% Lucratividade é o que torna o negócio sustentável. Nossa meta é aumentar o Valor Econômico Adicionado (Economic Value Added - EVA) da AmBev em no mínimo 15% ao ano em termos reais com um retorno sobre o patrimônio líquido de 20% ao ano. Nos últimos cinco anos, a nossa taxa composta de crescimento de EBITDA foi em média 22,3% ao ano em termos reais e, em 2002, foi de 25%. O retorno sobre o patrimônio líquido durante o mesmo período foi em média de 23,7%. Nossa política tem sido marcada pela disciplina e pela prudência financeira, em vista do nosso foco no crescimento e no aperfeiçoamento contínuo do nosso negócio. Para continuarmos nos aperfeiçoando, por exemplo, nosso Centro de Serviços Compartilhado foi organizado por processos, e não mais pelo antiquado modelo departamentalizado. Isso garante sermos rápidos e ágeis na entrega de produtos e serviços a nossos clientes através de um único ponto de contato para qualquer assunto operacional. Centro de serviços compartilhados – Processo de cobrança Pedido do cliente Emissão da Nota Entrega Contas a receber Monitoramento de performance Foco no cliente Monitorar o pedido de um cliente em uma única unidade de negócio, de modo a garantir que o pedido seja recebido, a nota emitida, entregue e processada pelo contas a receber. Mercado superpremium % do total de mercado em cada país Fonte: Euromonitor Evolução da Bohemia no mercado Participação de volume 28 Participação de valor 3,0 17 2,5 2,0 12 1,5 8 6 1,0 0,5 Fonte: Nielsen 9 Relatório Anual AmBev 2002 Dez 02 Equipe de refrigerantes aprova o novo comercial do Guaraná Antarctica, o refrigerante original do Brasil. Portugal Jul 02 Espanha Jan 02 Argentina Jul 01 EUA Jan 01 Brasil 0 01-0061966_B_Port 4/12/03 1:56 AM Page 10 Pensando grande… … Metas diárias são revistas por supervisores para aumentar os desafios da nossa equipe de vendas. Esse desafio diário fez com que as nossas marcas conquistassem as três primeiras posições do segmento de cervejas. Nossas metas de vendas incluem o gerenciamento de receitas e a conquista de novos canais de distribuição. Pensar grande é a forma que encontramos para desafiar nossa gente a alcançar o impossível. 10 Relatório Anual AmBev 2002 11 Re Arquivo: AMB01_PAGES 01_15_FINAL_B 100% PANTONE Cool Gray 10 CV 80% 60% 50% 40% 20% 10% 05% 4% 3% 2% 1% … e atingindo nossos objetivos Nossa execução nos pontos-de-venda está entre as melhores considerando o universo das maiores empresas de consumo do mundo. Utilizando sistemas proprietários, propostas de venda são feitas sob medida para pontos-de-venda específicos. Alcançamos essa precisão com uma equipe de 13.000 vendedores, atendendo um milhão de pontos-de-venda em todo o Brasil, e oferecendo um portfólio completo de bebidas líderes de mercado. 11 Relatório Anual AmBev 2002 Pensando grande e atingindo nossos objetivos Faz parte da nossa cultura, do nosso jeito de ser, e do modo como fazemos as coisas acontecerem por aqui. Pensamos grande, sonhamos com o impossível, estabelecemos grandes desafios e metas agressivas. E esperamos que nossa gente sempre atinja seus objetivos. Quando as metas são cumpridas, elevamos o sarrafo novamente. É isso que nos motiva. Nunca estamos satisfeitos. Nossa gente trabalha como dona do negócio, e nossa agressiva estrutura de remuneração faz com que benefícios sejam compartilhados quando os objetivos da empresa são alcançados. Caso isto não ocorra, todos nós sofremos. Somos disciplinados, e quando nos comprometemos com algo, entregamos o prometido. As equipes da AmBev estão comprometidas com um agressivo plano de redução de custos. A “guerra dos 20%” foi lançada após a turbulência macroeconômica de meados de 2002. Alcançando nossas metas Na AmBev, somos disciplinados e cumprimos nossos objetivos não importa quão difíceis possam ser. Todos na Companhia têm metas individuais relacionadas às metas corporativas, e todos sabem o que a empresa espera dos funcionários. Por exemplo, até 2002, nossa meta era atingir uma margem EBITDA de 35%. Impossível, até que a batemos. Agora temos uma meta ainda mais ambiciosa. Outro exemplo: esse ano estamos cortando custos nas diversas áreas da AmBev com uma economia projetada entre R$150-200 milhões. Todos na Companhia têm contribuições individuais para alcançar essa meta. A comparação com outros grandes produtores de cerveja já nos coloca entre as cervejarias mais produtivas do mundo. Porém, ainda há lições que devemos aprender. E nós as aprenderemos. Temos trabalhado em conjunto com o governo federal e os governos estaduais no sentido de nivelarmos a tributação efetiva para toda a indústria de bebidas, contribuindo com soluções para reduzir a evasão fiscal. Existe um senso de urgência em tudo o que fazemos. Agimos rapidamente, porém com responsabilidade. Estritos controles financeiros estão na base de tudo e têm nos permitido conquistar margens crescentes ano após ano, apesar do ambiente econômico altamente volátil. Enfrentamos desvalorizações, inflação e incertezas, pois essa é a realidade em que vivemos. Nós compreendemos, administramos e superamos essas situações de modo a sempre bater nossas metas. Forte execução no ponto-de-venda é o resultado do planejamento diário das metas de vendas. Lucro e EBITDA por ação LPA (R$/mil ações) EBITDA por ação (R$/mil ações) 70,6 26,1 39,5 20,4 6,3 99 12 Relatório Anual AmBev 2002 51,8 39,0 12,2 00 01 02 Utilizando tecnologia Usamos tecnologia proprietária para melhorar nosso desempenho no ponto-de-venda. Cada vendedor utiliza um computador palmtop contendo um novo algoritmo de vendas. Tal algoritmo permite uma administração mais eficiente dos preços, maiores vendas e uma distribuição de um portfólio mais abrangente, através da sugestão de soluções otimizadas para cada ponto-de-venda. O algoritmo sugere qual o melhor mix de preço, produto e volume para cada estabelecimento – e para a AmBev – com base em dados atuais e históricos de mercado. Isto significa administração de categorias em um milhão de pontos de venda. Mantendo toda a complexidade de decisões de vendas no computador, o vendedor tem mais tempo para vender e aperfeiçoar nossa execução nos pontos-de-venda. Outro projeto em implantação permite ao vendedor fazer a transmissão remota de informações comerciais, utilizando seu palm-top conectado a um telefone celular. Isso significa que o desempenho das vendas de um estabelecimento pode ser monitorado em tempo real, permitindo um ajuste imediato de parâmetros comerciais. Também significa que cada vendedor da AmBev – todos os 13.000 – podem estar nas ruas vendendo por uma hora a mais, ao invés de retornar à base para processar seus pedidos. Em última instância, são 13.000 horas de venda adicionais por dia. Controle diário de garrafas retornáveis sendo realizado na fábrica para assegurar que as necessidades de entrega dos pontos-de-venda sejam atendidas. Como a AmBev vai ao mercado Fábrica Brahma Antarctica Skol Distribuidor Terceirizado Centro de Distribuição Direta PDV PDV Consumidor Consumidor Nossas equipes de vendas visitam 365.000 pontos-de-venda diariamente. Sistemas proprietários permitem a sugestão do mix e preços mais adequados para cada ponto-de-venda. Embaixadores de Distribuição AmBev O Programa de Excelência da AmBev é um manual de operações, atualizado anualmente, e dirigido à nossa rede de distribuição – direta e terceirizada exclusiva - estabelecendo padrões de desempenho de qualidade mundial. Os distribuidores que atingem um excelente desempenho são reconhecidos com títulos honorários. As honras mais elevadas pertencem aos “Embaixadores” da AmBev, distribuidores que mantêm por três anos consecutivos o padrão de excelência máximo, tornando-os parte do grupo de parceiros mais admirados e respeitados pela Companhia. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 13 Relatório Anual AmBev 2002 Armando Antonio Rizatti – Rizatti, Franca (SP) Armindo Carreto Pardal – Luzitana, Cuiabá (MT) William Montefeltro – Pilila, Ribeirão Preto (SP) Francisco Carlos Pinto – Casa Pinto, Alfenas (MG) Basílio Fernandes de Barros – Nova Radar, Osasco (SP) Carlos Alberto da Fonseca – Beer Garden, Caieiras (SP) Vilmondes José de Souza – Cerbel, Goiânia (GO) Odair Sala – Paulínia, Campinas (SP) José da Costa Gomes Jr. – RGE, Montes Claros (MG) José Eduardo Lang – Aeroporto, São Paulo (SP) Francisco de Assis Pinto – Cervale, Ceres (GO) Reinaldo Solera – Nova Era, Goiânia (GO) Nelson Cagalli – Bradibel,Taguatinga (DF) Mariela Carneiro Baptista – Cervantes, Montes Claros (MG) Clair Caetano Carnevali – Serra Negra, Uberlândia (MG) Mauro Carvalho Jr. – Colorado,Várzea Grande (MT) José Alves de Souza Filho – Centro, Salvador (BA) 4 6 5 14 15 7 16 8 9 17 10 11 13 3 1 2 12 Alavancando nossa escala… A eficiente fábrica da AmBev em Campo Grande, no estado do Rio de Janeiro, é responsável por 20% da produção da Companhia. 14 Relatório Anual AmBev 2002 … e ampliando nossa líderança Skol Beats, o maior festival de música eletrônica na América Latina, realizado em abril de 2002. Com 45.000 participantes e os melhores DJs locais e internacionais, o evento foi um enorme sucesso. 15 Relatório Anual AmBev 2002 Alavancando nossa escala e ampliando nossa liderança. Tamanho conta, e pensar grande está no “DNA” da cultura AmBev. O mercado brasileiro de cerveja é enorme e liderá-lo requer uma operação com enorme força e escala. Força vem do rígido controle sobre custos e do foco no resultado. A escala é necessária, pois esse é um país continental. Somos tão grandes quanto devemos ser. Porém, garantimos que somos eficientes. Nosso tamanho e nossa localização O Brasil é um dos maiores países do mundo – tem aproximadamente o tamanho da Austrália ou dos Estados Unidos continental. Sua população de 172 milhões de habitantes é predominantemente jovem e crescente. É um país que pode se orgulhar tanto das mega-cidades do século 21 como da Floresta Tropical Amazônica. É um país tropical. Quente. Você precisa beber sempre para se refrescar. É o país da cerveja – o quarto maior mercado de cerveja do mundo. Ou, mais precisamente, o Brasil é caracterizado por diferentes mercados de cervejas, cada um deles com fortes preferências regionais. Eficiência de distribuição Direta canal supermercado Direta bar e tradicional Revenda 19 9 29 36 O custo de distribuição para bares e canais tradicionais no Brasil é ainda elevado. Portanto, nosso objetivo é aumentar a escala do sistema como um todo através da consolidação. 16 Relatório Anual AmBev 2002 O know-how da AmBev permite-nos atender mais de 1 milhão de pontos-de-venda, em média duas vezes por semana, utilizando soluções logísticas inovadoras que vão de pesados caminhões até canoas em rios. Trata-se de uma habilidade única. Gastamos R$1 bilhão por ano em transporte e buscamos, continuamente, formas alternativas para melhorar nosso desempenho e reduzir nossos custos. É um elo da cadeia de suprimentos no qual podemos fazer grandes economias. Estamos explorando alternativas ao transporte rodoviário para grandes cargas como por exemplo o transporte fluvial e o ferroviário, sempre procurando por melhores opções. Custo de distribuição em R$ por hl em 2002 Direta todos os canais Temos um portfólio de marcas para satisfazer todas as preferências, onde quer que as pessoas estejam, graças a uma eficientíssima rede de distribuição, que é a parte mais complexa do mercado brasileiro de bebidas. Volume de revendas % por distribuidor em 2002 Trimarca 16% Bimarca 23% Marca única 61% Consolidar o sistema de distribuição não é apenas uma questão de economia de escala. Um portfólio de três marcas permite um melhor gerenciamento das mesmas. O mercado brasileiro requer soluções exclusivas e inovadoras de distribuição para alcançar muitos e pequenos pontos-de-venda. Eficiência mensal nas linhas de produção 2001 2002 84 82 80 78 76 74 72 Jan Jun Dez Através dos esforços da AmBev para atingir níveis mundiais de produtividade fabril, eliminamos 21 linhas e encerramos as atividades em três fábricas de refrigerantes em 2002, mantendo, no entanto, o mesmo volume de produção de bebidas. Além disso, foi implantada auto-geração de energia elétrica em quatro fábricas. Liderança através de escala A posição da AmBev no mercado brasileiro de cerveja implica números fantásticos. Mais de um milhão de pontos-de-venda. Cerca de 70% de participação no mercado em geral, sendo que, em determinadas regiões e em alguns canais de venda, esse percentual é ainda mais elevado. Uma força de vendas mobilizando 13.000 pessoas. A Skol sozinha detém um terço do mercado brasileiro de cerveja. Esta participação é maior que a soma da participação de todos os outros concorrentes. É um mercado desafiador e com importantes barreiras de entrada para novos competidores. Nós temos uma das mais eficientes redes de distribuição de produtos de consumo do país, operando em um ambiente de elevada complexidade logística, característica da predominância de 70% do volume em embalagens retornáveis. Construímos e operamos no Rio de Janeiro a maior fábrica de bebidas – cerveja e refrigerantes – da América Latina. Participação de mercado Essa fábrica sozinha é responsável pela produção de 20% dos nossos volumes. Em refrigerantes, estamos em segundo lugar, e temos a marca brasileira de refrigerantes número um: o Guaraná Antarctica. Também temos o segundo colocado no mundo entre as marcas de refrigerante sabor cola e líderes mundiais de bebidas em isotônicos e chás gelados (ice teas). Utilizamos nossas fortes marcas de refrigerantes e outras bebidas para maximizar nossa eficiência em distribuição, e para aumentar nossa posição de liderança nos pontos-de-venda. Quanto mais produtos temos nos pontos-de-venda, mais eficientes somos na redução dos custos de distribuição. Mapeando as fortes preferências regionais pelas marcas líderes da AmBev. Cerveja Brasil – Média 2002 Fonte: Nielsen Skol 32,3% Molson 15,3% Brahma 21,8% Schincariol 9,6% Antarctica 12,5% Outros 6,7% AmBev 68,4% Bohemia 1,8% Ranking das maiores marcas de cerveja millhões de hl vendidos Fonte: Impact Databank 45,8 41,2 30,9 25,5 22,4 22,3 19,8 18,8 16,7 Antarctica Pilsen Brahma Chopp Miller Lite Coors Light Asahi Super Dry Heineken Corona Skol Bud Light Budweiser 9,1 Skol, Brahma e Antarctica, as três principais marcas da AmBev, estão posicionadas entre as 20 marcas de cerveja mais consumidas no planeta. 17 Relatório Anual AmBev 2002 A maior cervejaria regional do mundo A AmBev é uma cervejaria regional, apesar de operar com escala global, sendo a 5a maior cervejaria do mundo. Isso é possível pela nossa liderança no Brasil, nosso principal mercado, e o quarto maior mercado de cerveja no mundo. No ano passado, produzimos 62 milhões de hectolitros de cerveja e 18 milhões de hectolitros de refrigerantes. A soma desses volumes nos torna a 9a maior companhia de bebidas do mundo. Existem outras maiores, entretanto, nós somos eficientes a ponto de termos um dos menores custos de produção. Cerveja Brasil Estamos melhorando nossa execução e gerenciamento de categoria em canais como supermercados, através do aperfeiçoamento da visibilidade e do impacto de nossas marcas de cerveja, bem como pela introdução dos nossos freezers “sub-zero” de alta tecnologia. O Brasil é o nosso principal mercado: enorme, diversificado e desafiador. Cerca de 90% dos nossos lucros vêm do mercado brasileiro de cerveja, que ainda apresenta um enorme potencial de crescimento. O que faz o Brasil ser um mercado tão atraente? Tem uma alta taxa de crescimento demográfico: a população adulta cresce a 0,8% ao ano, enquanto a população alvo para a indústria de cerveja (18-35 anos), está crescendo a 2,2%. Existem amplas oportunidades para desenvolvermos novas oportunidades de consumo de cerveja, e além disso, o segmento superpremium ainda é incipiente. Esses novos freezers também estão sendo implementados em canais mais tradicionais, como bares e restaurantes. Os brasileiros gostam de tomar cerveja “estupidamente gelada” (resfriada até -5ºC) e nosso programa de refrigeração estimula os consumidores a beberem mais de nossas marcas. Dos 10.000 refrigeradores, quando o programa foi lançado em 1999, chegamos a 118.000, no final de 2002, Nossa estratégia geral para o segmento de cerveja tem quatro pilares que são os seguintes: • Fortalecer nossa posição de liderança • Desenvolver o segmento superpremium 1 • Crescer o volume do mercado através do desenvolvimento do consumo per capita • Melhorar a execução nos pontos-de-venda 2 5 e esperamos alcançar o dobro de unidades colocadas nos próximos dois anos. Desenvolver o segmento superpremium Nos Estados Unidos, a categoria superpremium representa cerca de 20% do mercado de cerveja. Na Argentina, representa cerca de 10%. 3 1 A cerveja Brahma é o complemento perfeito para o aperitivo nos vôos da TAM. 2 A AmBev obtém uma sólida execução no ponto-de-venda através do fornecimento de um amplo portfólio de bebidas. 4 Fortalecer a posição de liderança Existe uma forte preferência do consumidor pelas marcas de alta qualidade da AmBev. Atualmente, essa preferência é de 82% – bastante superior aos nossos 68% de participação de mercado – e continua crescendo. Estamos explorando oportunidades para aumentar essa preferência de modo a garantir crescimento contínuo. 3 Cena de um popular comercial de TV mostrando como “com Antarctica é mais gostoso”. 4 O mascote da Brahma posando com a Seleção Brasileira de Futebol campeã da Copa do Mundo de 2002. 5 O nosso programa de gerenciamento de categoria no Wal-Mart disponibiliza cerveja gelada nos supermercados para consumo em casa. 6 Freezers especiais Bohemia instalados em muitos restaurantes premium. 6 18 Relatório Anual AmBev 2002 No entanto, no Brasil, a cerveja premium ainda representa menos de 6% das vendas totais de cerveja. Essa é uma grande oportunidade e estamos obtendo sucesso nesse segmento altamente lucrativo através do foco na marca Bohemia. A Bohemia é uma marca que tem história – foi a primeira cerveja a ser produzida no Brasil (em 1853) com malte e lúpulo importados de alta qualidade. Sua imagem foi construída através de anúncios sofisticados em revistas e material promocional nos pontos-de-venda, o que fez sua participação no mercado total de cerveja saltar de 0,6% em janeiro de 2001, para 2,1% em dezembro de 2002. A edição especial de Bohemia, uma das extensões da linha superpremium, vendida em garrafas de 550 ml e disponível em escala limitada, teve sua produção de dois meses comercializada em apenas 15 dias, com excelentes margens. Os volumes da Bohemia cresceram aproximadamente 70% durante 2002. Ao desenvolver esse segmento com a Bohemia, também desencadeamos notáveis aumentos em volumes de outras marcas superpremium. Em 2002, a Brahma Extra e a Antarctica Original cresceram praticamente 30% em volume, sem qualquer apoio promocional, ilustrando as oportunidades que temos à nossa frente. Crescer o mercado através de programas de aumento do consumo per capita Aumentar o tamanho do mercado é a política adequada para garantir crescimento sustentável – e existem muitas oportunidades. Apesar do Brasil ser o quarto maior mercado de cerveja do mundo, está apenas no 29o lugar em termos de consumo per capita. Existem muitas ocasiões em que a cerveja não é tradicionalmente consumida. A sua participação no “estômago” do brasileiro é Ocasiões de consumo de cerveja “Agito” Skol jovens adultos “Cervejada” “Sabor a comida” 1 Brahma consumidores de bebida “Eu mereço” Bohemia segmento superpremium de apenas 10%. Identificamos novas oportunidades de consumo que oferecem possibilidade de alto ou médio crescimento e podemos vincular uma marca da AmBev a cada uma dessas oportunidades. Uma dessas ocasiões é beber cerveja durante as refeições, o que ainda não faz parte da cultura do brasileiro. Estamos trabalhando com parceiros do setor de alimentação, buscando vincular as nossas marcas de cerveja com a comida através dos materiais de merchandising em pontosde-venda. A Brahma, por exemplo, está trabalhando com diversas cadeias de fastfood, enquanto que a Skol está associada à entrega residencial de sushi e marcas de petiscos como Doritos. 19 Relatório Anual AmBev 2002 1 A estratégia de marcas da AmBev é proteger a “cervejada”, ou seja, amigos que se reúnem para tomar cerveja, e também criar novas ocasiões apropriadas para o posicionamento de cada marca. O consumo em casa também é baixo. Introduzimos o Chopp Express, que oferece um sistema para tirar chopp Brahma super gelado, utilizando um barril de 12 litros, para festas ou reuniões familiares. Ao passo que a maioria das combinações / ocasiões de consumo utiliza as marcas já existentes, introduzimos um novo e empolgante produto que é a ‘Skol Beats’, dirigida ao público adulto jovem que se diverte nas baladas. Essa cerveja, possuindo menos sabor residual e maior teor alcoólico, foi lançada em uma inovadora garrafa de 330 ml para melhor inserção no conceito de “baladas”, atraindo novos consumidores que freqüentam festas noturnas e discotecas, onde a cerveja não é usualmente bebida. 2 O Chopp Express foi lançado em 2002 para disponibilizar Chopp gelado nas casas dos consumidores para festas e reuniões familiares. 3 Serra Malte: a cerveja especial dos mestres cervejeiros do estado do Rio Grande do Sul. 4 Original: outra pilsen clássica da AmBev, lançada em 1888. 5 Caracu: a cerveja escura da AmBev, conhecida por ser saborosa e energética. Maximizar nossa eficiência de distribuição Atendemos um milhão de pontos de venda em todo país através dos nossos centros de distribuição direta e da nossa rede de distribuidores exclusivos. A complexidade da distribuição é uma das principais barreiras de entrada para se atuar nessa indústria. 6 Brahma Extra: um produto especial para o conhecedor de cerveja. 7 A Antarctica Malzbier é adocicada com caramelo para aqueles que apreciam uma cerveja aromática alternativa. Estamos fortalecendo nosso desempenho de vendas e de distribuição, criando equipes especializadas para alguns canais específicos de margens altas. Estamos permitindo também aos distribuidores maximizar seus lucros – e os nossos – ao adotarem uma distribuição multi-marcas, mantendo, porêm, equipes de vendas independentes para Skol, Brahma e Antarctica. Essa é uma tendência irreversível, visto que, em 2002, cerca de metade das vendas totais ocorreram sob o conceito de multi-marca, incluindo ambos os sistemas de vendas direta e terceirizada - comparativamente a 2 20% em 2001 e “zero” em 2000. Temos utilizado nossa experiência e melhores práticas para ajudar nossas redes de distribuidores a redimensionarem suas forças de vendas, de forma a atender às novas necessidades do mercado. 3 5 Ao mesmo tempo, estamos evoluindo com a distribuição direta nas grandes cidades onde a escala torna tal opção a mais lógica. A distribuição direta, que hoje representa cerca de 34% do nosso volume, pode nos trazer consideráveis economias de custo. 4 6 Estamos continuamente aperfeiçoando a execução em nossos pontos-de-venda, com treinamento de nossos vendedores e tornando mais fácil para eles concentrarem-se no essencial, através de processos proprietários e investimentos em tecnologia. Somos fanáticos por excelência em execução no ponto-de-venda, a saber: disponibilizando nossos produtos no local certo, na hora certa, no preço certo e na temperatura adequada, além de contar com correta exposição de material publicitário. Fazendo isso, acreditamos direcionar para os produtos da AmBev a opção de muitos consumidores cuja escolha de consumo é feita no ponto-de-venda. 7 Refrigerantes Brasil EBITDA Margem EBITDA (%) EBITDA (R$ milhões) 16,8% 8,0% 184,4 77.7 01 1 2 1 Campanha publicitária para Pepsi Twist proporcionou rápida aceitação pelo consumidor. Participação de mercado atingiu 1,2% 3 em janeiro de 2003. 2 O Lipton Ice Tea lidera o mercado com 45% da preferência. 3 Com a rápida aceitação no mercado da Pepsi Twist, a AmBev lançou a Pepsi Twist Light. 4 Gatorade, o isotônico líder no Brasil, patrocina eventos esportivos radicais como o mountain biking. 5 Ronaldo, a estrela da seleção brasileira de futebol, promove seu refrigerante favorito durante a Copa do Mundo de 2002. 02 O mercado brasileiro de cervejas é enorme, entretanto o mercado de refrigerantes é 50% maior que o mercado de cerveja, em volume. Refrigerantes são uma prioridade para nós, uma vez que oferecem oportunidades reais de crescimento com rentabilidade. apoiado por símbolos brasileiros como a Floresta Amazônica – único local de cultivo da planta guaraná – e a seleção brasileira de futebol, patrocinada pela AmBev desde junho de 2001. A AmBev tem sido parceira da Pepsi-Cola no Brasil desde 1997. Através de um acordo de produção e distribuição com a Pepsi-Cola International, o Guaraná Desde 2000, tratamos o segmento de refrigerantes como uma unidade de negócio independente. Com isso, passamos a ter maior foco no segmento, aumentamos nossa presença nos pontosde-venda e diluímos custos gerais de vendas e de distribuição. Ano passado, nós duplicamos a rentabilidade do negócio através: • da redução de descontos e da melhoria no gerenciamento do portfólio de produtos – em 2002 mantivemos nossa participação de mercado estável, ao mesmo tempo que diminuímos a diferença de preço entre nossas marcas e a líder de mercado; • do foco nas vendas diretas; 5 • da sinergia da infraestrutura de distribuição e da tecnologia de vendas do negócio de cerveja; • do maior foco nas marcas premium, e de maiores margens, como o Guaraná Antarctica, a Pepsi e o Gatorade. Antarctica foi lançado na Espanha, em Porto Rico e em Portugal, aonde conquistou 1% da participação de mercado de refrigerantes em apenas 18 meses. Em 2002, foi também relançado no Japão, aproveitando a onda da Copa do Mundo de Futebol. Como resultado desta estratégia, o EBITDA de refrigerantes atingiu R$184 milhões em 2002, um crescimento de 137% frente a 2001. Em janeiro de 2002, essa nossa parceria com a PepsiCo trouxe o Gatorade – a bebida esportiva isotônica líder no mundo – para o nosso portfólio. Nós temos a infraestrutura de distribuição Atendemos mais de um milhão de pontosde-venda. Alavancar nosso complexo sistema de distribuição é uma das melhores oportunidades que temos para aumentar a disponibilidade de produtos e a cobertura do mercado. Isso nos ajuda a aumentar a predominância e a exposição de nossas marcas em cada ponto-de-venda. 4 Nosso crescimento futuro em refrigerantes será baseado em três fatores: o mercado, nossas marcas e a distribuição. Além disso, quanto mais fortes somos no segmento de refrigerantes, maiores são as sinergias de custo de distribuição com nossas marcas de cerveja, e melhor o serviço que podemos oferecer ao pontode-venda, sendo um fornecedor mais completo e eficiente. Nós temos o mercado Com praticamente um terço da população com menos de 15 anos, a demografia do Brasil garante o crescimento do mercado de refrigerantes no longo prazo. O mercado cresceu 5% em média por ano nos últimos 5 anos. Ainda assim, o consumo per capita é de apenas 66 litros por ano, o que coloca o país num modesto 25º lugar na tabela de classificação de consumo global. Nós temos as marcas O Guaraná Antarctica é uma mega marca brasileira e o segundo refrigerante carbonatado mais consumido do País. Faz parte da nossa estratégia disseminar o Guaraná mundialmente, 6 Guaraná Antarctica: O original do Brasil. 6 20 Relatório Anual AmBev 2002 Internacional Crescer de forma orgânica no Brasil é nossa prioridade número um. Entretanto, a AmBev está continuamente avaliando oportunidades de expansão internacional na América Latina, que possam adicionar valor aos nossos acionistas. Nossas operações internacionais – Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela – representam 5% de nossas vendas totais. Desvalorizações cambiais, inflação e contrações do mercado encobrem o progresso que temos feito em nossos dois principais mercados internacionais – Argentina e Venezuela. Em 2002, nossa participação de mercado na Argentina alcançou seu nível mais elevado em todos os tempos: 17,3%. E, apesar da situação econômica, mantivemos nossas margens graças a um rigoroso corte de custos. Na Venezuela, nossa participação é agora de 6,6%. Esperamos que as sinergias de custos geradas pela operação sejam de 15% a 25% do EBITDA combinado na região. Essas sinergias serão resultado de um maior poder de compra, menores custos de transporte, otimização da administração e compartilhamento das melhores práticas. Sinergias de receitas também serão muito relevantes em todos os países onde as duas companhias estão presentes. A Quinsa produzirá e comercializará as marcas de cerveja da AmBev em seus mercados, e a AmBev poderá comercializar as marcas de cerveja da Quinsa no Brasil. As duas companhias estão agora numa posição financeira mais sólida e seu posicionamento competitivo na região é ainda mais forte. As perspectivas de crescimento orgânico nos mercados em que já atuamos aumentaram, assim como nossa capacidade de expansão para novos mercados na América Latina. 1 2 3 1 Quase 15% do volume de vendas da Brahma Chopp derivam dos mercados sulamericanos, fora do Brasil. 2 Norteña, cerveja clássica do Uruguai. 3 Ouro Fino, marca popular da AmBev vendida no Paraguai. 4 Patricia, a marca número um do Uruguai, comprada pela AmBev em 2001. 5 Promoção da Brahma feita nas praias da Argentina, com esporte, música e happy hour num ambiente jovem e divertido. 21 Relatório Anual AmBev 2002 4 Na Venezuela, os volumes de venda cresceram 13% apesar do declínio de 12% do mercado causado pela instabilidade política. As tendências positivas foram resultado do lançamento da Brahma Light no final de 2001, e da expansão da distribuição direta, hoje responsável por 80% do volume vendido. No Uruguai, onde operamos desde 2000, as vendas em 2002 de US$11 milhões nos deram uma participação no mercado de cerveja de 46,6%. E, em nosso primeiro ano completo de operações no Paraguai, vimos nossa participação alcançar 22,1%. Nosso sucesso internacional continuará com mais expansões planejadas, através de duas transações anunciadas esse ano: Quinsa e CabCorp. A aliança estratégica com a Quinsa foi concluída em janeiro de 2003, logo após a aprovação pelas autoridades reguladoras da concorrência na Argentina. A Quinsa é a cervejaria líder na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Uruguai, e possui uma participação de 10% no mercado chileno. É também a principal engarrafadora Pepsi na Argentina e no Uruguai. As operações da AmBev na Argentina, no Uruguai e no Paraguai estão sendo integradas às operações já existentes da Quinsa. A combinação destes ativos permitirá o desenvolvimento de uma das mais eficientes companhias da região e a oferta de produtos de alta qualidade aos nossos consumidores. 5 Em outubro de 2002, demos nosso primeiro passo além da América do Sul, através de uma aliança com a CabCorp, a principal engarrafadora Pepsi na América Central. A CabCorp possui operações na Guatemala, em Honduras, em El Salvador e na Nicarágua. Essa transação nos proporcionará acesso, com risco minimizado, ao mercado de cerveja daquela região. O projeto inclui a construção de uma nova cervejaria na Guatemala, cujas operações devem se iniciar no segundo semestre de 2003. Essa joint-venture combinará o know-how da AmBev em produção, marketing e comercialização de cerveja, com a comprovada eficiência da CabCorp em distribuição, e seu conhecimento do mercado de bebidas da América Central. O resultado é o surgimento de um novo e forte competidor na região, que beneficiará as duas companhias e os nossos consumidores. Cultura AmBev A nossa cultura é única. É como fazemos as coisas por aqui – é o que nos estimula e o que estimula os negócios. Protegemos essa cultura cuidadosamente e todos somos responsáveis pela sua preservação e disseminação. Baseada num conjunto de princípios – amplamente conhecidos e aceitos em toda a Companhia – nossa cultura é a razão da nossa real competitividade; e é ela que nos faz manter a liderança de mercado, aumentar a lucratividade e reduzir custos. Pensando grande Pensar grande é a forma de alcançar o impossível. Todos os dias, nós encorajamos nossa gente a promover mudanças, buscar resultados melhores e aperfeiçoar processos, sempre guiados pela urgência que vem de metas desafiadoras. Sempre queremos mais. Acreditamos que as pessoas desempenham melhor quando se sentem desafiadas, e por isso desafiamos as pessoas todo o tempo. Com um ambiente ágil e informal, e bônus atrelados a metas de desempenho, a gente AmBev é estimulada a se comportar como dono. Nossa equipe de vendas é altamente motivada e focada em resultados. Foco nos resultados Lucro é o driver de crescimento da empresa. O aumento consistente e sustentável do lucro é a única forma de gerarmos oportunidades para a nossa gente. Cada um de nós tem cinco metas ligadas aos objetivos corporativos da AmBev, e é responsabilidade de todos encontrar o melhor caminho para alcançá-las. No entanto, nunca sacrificaremos a qualidade de nossos produtos e marcas para alcançar melhores resultados. Ética e transparência suportam tudo o que fazemos. Uma empresa de donos remunerados como tal Nossa gente é motivada a trabalhar como donos, não como executivos. Recompensar o talento e as conquistas está no coração da cultura AmBev. A AmBev é construída sob o reconhecimento do mérito, e isso é aplicado diariamente para todos os empregados. Recrutamento e manutenção das melhores pessoas Essa é uma característica inerente à AmBev: recrutar, educar, motivar e manter os melhores profissionais. Diretores e gerentes estão profundamente envolvidos no recrutamento de nossa gente e todos os executivos, incluindo o Diretor Geral, participam das rodadas finais do processo de seleção. Gostamos de trabalhar com as melhores pessoas; melhores pessoas atraem grandes 22 Relatório Anual AmBev 2002 profissionais, num círculo virtuoso. As pessoas de melhor desempenho e potencial na AmBev participam do nosso Plano de Compra de Ações, e são responsáveis pela liderança da empresa. Trabalhar duro e com entusiasmo Estabelecemos metas difíceis para nós mesmos. Isso não apenas coloca pressão sobre nossos competidores, como resulta em oportunidades, projetos e sucesso maiores do que o tempo nos permitiria realizar. É dever de todos estabelecer prioridades e desenvolver vantagens competitivas. Empregamos programas de excelência em diferentes áreas de modo a ajudar a nossa gente a fazer o melhor uso de seu escasso tempo. Lideramos pelo exemplo pessoal e pela presença onde as coisas acontecem Passamos muito tempo em campo conversando com nossos clientes e com as pessoas que estão na linha de frente. Preferimos ver as coisas com nossos próprios olhos para ter uma idéia melhor do que realmente está acontecendo. Não existem paredes internas em nossos escritórios, o que reflete a maneira simples, aberta e informal com que fazemos negócios. “Tolerância zero” na preservação da nossa cultura Temos uma perfeita compreensão de que a nossa cultura é nosso grande diferencial. Por isso, somos totalmente comprometidos em mantê-la, respeitando-a e praticando-a com tolerância zero. Somos diferentes por escolha e convicção. Essa paixão é o que nos estimula a conseguir aquilo que outros consideram impossível. Atrair e treinar as melhores pessoas faz parte dos nossos princípios Gente Remuneração Variável A remuneração variável é uma poderosa ferramenta para motivar e recompensar o desempenho das pessoas na AmBev. Nossa cultura baseada no mérito, no talento e na competência, permite aos funcionários que se destacam no alcance ou superação de suas metas, a dobrarem sua remuneração anual através de um agressivo programa de remuneração variável. Esse programa é baseado no desempenho individual e coletivo e está diretamente ligado ao crescimento do Valor Econômico Adicionado (EVA) da Companhia. Faixa etária da nossa gente Participacão do total (%) Menor que 21 4% 21 a 25 27% 26 a 30 30% 31 a 40 18% Acima 40 20% Considerando o destacado desempenho da AmBev em 2002 – quando o EVA cresceu aproximadamente 80% – 2.129 pessoas tiveram seu desempenho reconhecido através do pagamento de bônus pela superação de desafios. 50% dos funcionários que melhor desempenharam suas funções receberam nove salários mensais, enquanto os 10% melhores receberam 18 salários mensais. A soma total distribuída, R$112,3 milhões, foi um recorde de todos os tempos em se tratando de participação nos lucros. A gente AmBev está continuamente obcecada por resultados cada vez melhores. Por isso encorajamos autonomia e criatividade, de tal forma que nossos funcionários se comportam como donos, assumindo riscos calculados. E nesse contexto, os bem sucedidos são devidamente recompensados. A Universidade AmBev administra todos os programas de treinamento da Companhia, cruciais para se atingir excelência em performance. A TV da Universidade AmBev treina quase 13.000 vendedores com programas transmitidos via satélite toda semana. Os programas são reforçados diariamente pelos supervisores. 23 Relatório Anual AmBev 2002 Plano de Compra de Ações Profissionais de alto potencial, que ultrapassam consistentemente suas metas, são elegíveis ao Plano de Compra de Ações. É dada a chance aos participantes de usarem seus bônus para adquirirem ações do plano a 90% do preço de mercado, sendo obrigatório a manutenção das mesmas por um período de no mínimo cinco anos. Universidade AmBev A Universidade AmBev (UA) oferece o treinamento necessário a nossa gente para incrementar seu desempenho e agregar valor ao nosso negócio. Todos os anos, 13.500 funcionários são treinados pela UA. Em 2002 investimos aproximadamente R$12 milhões, em cursos e em treinamento no trabalho, para atualizar nossos profissionais. A UA tem por objetivo aperfeiçoar habilidades gerenciais em toda a Companhia, além de motivar conquistas individuais. Um exemplo é o MBA Executivo, que desenvolve profissionais de nível gerencial para todas as áreas de negócios. Os estudantes revêem as operações da AmBev e as comparam com processos, resultados e culturas das melhores empresas do Brasil e do mundo. TV Universidade AmBev A TV da UA é uma ferramenta de treinamento à distância que funciona por meio de um sistema seguro e fechado de televisão, via satélite, interligando todas as unidades de negócios da AmBev e a maioria de nossos distribuidores. Em 2002, oferecemos treinamento eficiente e padronizado para cerca de 13.000 vendedores. Os treinamentos realizados por nosso canal de TV são reforçados por testes “online” para monitorar de perto o processo de aprendizagem de cada vendedor. Esta proximidade nos permite detectar fraquezas e, portanto, agir para fornecer programas de treinamento individuais, assim como obter um feedback sobre a qualidade dos programas de modo a aperfeiçoar seu conteúdo. Programa de Trainees Desde sua criação em 1990, 460 profissionais foram recrutados por esse programa. Quatro são atualmente altos executivos da AmBev. Atualmente cerca de 60% dos participantes detém cargos gerenciais e 40% têm posições importantes. O programa foca na educação e no desenvolvimento de jovens com alto potencial. Em 2002, 37 foram selecionados entre mais de 16.000 candidatos. Seis Sigma Em 1999, teve início a adoção da metodologia Seis Sigma visando reduzir o número de defeitos nos processos industriais, de vendas e administrativos. Os profissionais aprendem como resolver problemas complexos com a ajuda de ferramentas estatísticas e analíticas. Em 2002, 82 ‘Green Belts’ foram treinados para solucionar problemas de curto prazo. Os ‘Black Belts’ são habilitados para implementar o Seis Sigma após um programa de treinamento de dois anos que, em 2002, foi finalizado por cinco profissionais. Programas de Excelência O PEF (Programa de Excelência Fabril), o PEV (Programa de Excelência de Vendas), e o PEX (Programa de Excelência de Distribuição) incentivam a produtividade em toda a Companhia e na nossa rede terceirizada de distribuição através do estabelecimento de padrões, ferramentas e métodos gerenciais. Unidades de negócios competem umas com as outras por prêmios e bônus. Prêmios foram concedidos em 2002 para funcionários de cinco fábricas e onze unidades de venda e distribuição por seus respectivos destaques em performance. Unidades de negócios que se mantém em primeiro lugar por três anos consecutivos recebem o título de “Embaixador da Qualidade”. O Programa de Excelência de Distribuição estabelece padrões mundiais de desempenho para nossos parceiros exclusivos para a rede de distribuição direta. Os participantes são avaliados anualmente. Nosso programa de treinamento atrai milhares de candidatos todos os anos. Uma elevada porcentagem desses selecionados atinge posições de gerência. 24 Relatório Anual AmBev 2002 Ranking do PEF 2002 Grupo A Unidades Fabris no Brasil 1º Lugar - Agudos 2º Lugar - Lages 3º Lugar - Jacareí 4º Lugar - Minas / Contagem 5º Lugar - Jaguariúna 6º Lugar - Guarulhos 7º Lugar - Curitiba / Curitibana 8º Lugar - Nova Rio / Jacarepagua 9º Lugar - Sapucaia 10º Lugar - Jundiaí 11º Lugar - Montenegro / Estrela 12º Lugar - Aquiraz Grupo B Maltarias 1º Lugar - Maltaria Pampa 2º Lugar - Musa Grupo C Unidades Fabris Internacionais 1º Lugar - CCBA 2º Lugar - CCBP Estrelas PEF Gente & Gestão Agudos e Guarulhos Manutenção CCBA Segurança Aumentamos com sucesso nosso foco no gerenciamento da segurança no trabalho durante 2002, de modo a reduzir o número de acidentes nas fábricas e centros de distribuição. Práticas de segurança foram redefinidas, aumentamos o treinamento, criamos uma rotina de visita e inspeção além da implementação de auditorias de segurança. Situações cotidianas de trabalho foram analisadas e novos procedimentos foram implementados aos novos vídeos de treinamento, que também incluem testemunhos de altos executivos e de funcionários envolvidos em acidentes. Centralizamos informações sobre causas de acidentes e realizamos uma extensa campanha de conscientização, usando sinais de grande visibilidade em todas as unidades de negócios. Essa campanha visava encorajar o uso de equipamento individual de proteção e alertar nossos funcionários para o risco de acidentes no trabalho, com ênfase na prevenção. Nas fábricas, o índice de acidentes com afastamento diminuiu 37% e a taxa de gravidade 66%, enquanto que nos centros de distribuição conseguiu-se uma redução de 15% no segundo semestre de 2002. Em 2003, serão desenvolvidas novas campanhas para reforçar ainda mais a segurança da nossa gente. Logística Agudos e Guarulhos Meio Ambiente Minas Lages Jacareí CCBA Maltaria Navegantes Ranking do PEV 2002 Diretoria Regional: Diretoria Regional 1 (RJ) Áreas Comerciais: 1º Lugar - DF/TO 2º Lugar - MG Leste 3º Lugar - RJ 4º Lugar - MG Oeste Centros de Distribuição Direta (CDD) 1º Lugar - RS 2º Lugar - BH 3º Lugar - Agudos 4º Lugar - Fortaleza 5º Lugar - RJ 6º Lugar - SP A equipe da AmBev é cuidadosamente recrutada e treinada. Mais de dois terços de nossos funcionários recebem treinamento no trabalho todos os anos. Ranking do PECAT 2002 PECAT 1º Lugar - CAT São Paulo Estrelas PECAT Qualidade em serviços CAT Rio e CAT Recife Gestão de Ativos CAT Goiânia Balanço Social e Ambiental Alcançar resultados sustentáveis de longo prazo inclui promover responsabilidade social e ambiental O Brasil é um país que combina ao mesmo tempo alguns dos mais ricos recursos naturais do mundo com amplas desigualdades sociais. Como uma das maiores empresas brasileiras, a AmBev tem a responsabilidade de ajudar a preservar o meio ambiente e de melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos, enquanto ajuda no crescimento da economia. Consideramos bem vinda a oportunidade de fazer a diferença, e promovemos projetos que tragam respeito por nossos funcionários, nossos companheiros cidadãos e a conservação dos recursos da Terra. Sustentabilidade A AmBev investiu mais de R$100 milhões em programas ambientais e de controle nos últimos dois anos. Oito de nossas fábricas receberam os Certificados ISO 14001 da Bureau Veritas Quality, e todas as nossas fábricas têm um Sistema Ambiental de Controle (ECS - Environmental Control System), estabelecido de acordo com os padrões da ISO 14001 e na mesma linha da política ambiental da AmBev. Conduzimos verificações ambientais corporativas anuais de cada ECS, e cada fábrica tem um coordenador ambiental responsável por garantir a conformidade de nossa política ambiental. Frutos de guaraná – extraídos da Floresta Amazônica – são o ingrediente principal do refrigerante favorito do Brasil – o Guaraná Antarctica. Investimentos em meio ambiente R$ milhões 60,0 56,2 35,9 25,4 14,8 98 99 00 01 25 Relatório Anual AmBev 2002 02 Todas as nossas fábricas têm Estações de Tratamento Industrial de Efluentes, totalizando a capacidade de tratamento de 200.000 m3 de rejeitos por dia – equivalente ao tratamento básico de água para uma cidade de 4,5 milhões de habitantes. Também desenvolvemos algumas parcerias para tratamento dos resíduos sólidos. No total, nossa taxa de reciclagem para resíduos sólidos é de cerca de 95%. Aproximadamente 70% da nossa cerveja é vendida em garrafas retornáveis, e a celulose que resulta dos rótulos das embalagens é usada na produção de papelão. As cascas do malte, o extrato de levedura e outros produtos decorrentes da fermentação são usados na alimentação de animais, na criação de peixes e na indústria de laticínios. A eficiência ecológica de nossas fábricas foi reconhecida em 2002, quando três unidades – Paraíba, São Luís e Santa Catarina – receberam prêmios municipais ou estaduais relacionados com a preservação do meio ambiente. Reciclagem A AmBev dá suporte a uma série de programas de apoio à comunidades, tais como a Recicloteca, em parceria com a organização não governamental Ecomarapendi. Em julho de 2002, a Recicloteca começou um Programa Solidário de Reciclagem equipando cooperativas locais com prensas hidráulicas e treinando pessoas para realizar a coleta e o processamento de garrafas PET recicláveis, papelões e latas de alumínio. Com o uso das prensas, o lixo compactado pode ser economicamente transportado aos compradores. As cooperativas que participaram do programa venderam 47% mais materiais recicláveis a um preço médio 74% superior. O Programa também está ajudando a desenvolver a indústria de reciclagem e a reduzir o lixo. Voluntariado Nossos funcionários coletaram embalagens PET e latas de alumínio no dia do Meio Ambiente, em junho de 2002, em apoio a entidades que distribuem cestas básicas aos carentes. Com a ajuda de famílias e da comunidade, mais de 152.000 latas e 72.000 garrafas PET foram coletadas. No centro de distribuição de Florianópolis, por exemplo, cada pessoa coletou em média 324 latas. Esse foi nosso primeiro projeto voluntário e como resultado, cerca de 1.500 cestas de alimentos foram distribuídas por 38 organizações em todo o Brasil. Projeto Maués O município de Maués fica a 250 quilômetros de Manaus, no coração da Amazônia e, desde 1972, é a sede do centro de desenvolvimento técnico e científico da AmBev. Atualmente, 80% dos frutos usados na produção do Guaraná Antarctica são obtidos de produtores rurais do município de Maués e arredores, sendo que o resto vem de outras partes da Amazônia. O Projeto Maués foi lançado em novembro de 2002 em parceria com a Embrapa, com o Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia (IDAM) e com a Prefeitura de Maués. Seu objetivo é desenvolver o plantio do Guaraná em Maués empregando os mais avançados métodos agrícolas. Espera-se um crescimento de 700% da produção de Guaraná em Maués, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região. Governança Corporativa A AmBev busca consistentemente aprimorar suas práticas de governança corporativa e seu relacionamento com acionistas e investidores. Além disso, a empresa tem buscado atender as demandas crescentes das agências reguladoras, como por exemplo a CVM no Brasil e a Securities and Exchange Commission nos EUA, bem como a Bovespa e a NYSE A Companhia mantém uma política de total transparência. Em 2002 realizamos cerca de 300 reuniões com investidores e analistas. Adicionalmente, também participamos de conferências e roadshows no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Mantemos permanentemente atualizado o site de Relações com Investidores, disponibilizando as informações para o mercado em tempo real. Trimestralmente, quando ocorre a divulgação dos resultados financeiros, são promovidas conferências telefônicas, transmitidas simultaneamente pela Internet, visando discutir e esclarecer os números do período e responder quaisquer dúvidas de analistas e investidores Conselho de Administração (CA) O Conselho de Administração é formado por oito membros, eleitos em 1999 e com mandato renovado em 2002 até 2005. Membros do Conselho usam seu profundo conhecimento do negócio para assegurar que a visão de longo prazo e a performance da AmBev sejam mantidas. O Conselho também garante que a Companhia persiga metas de curto prazo sem comprometer seu objetivo de crescimento de longo prazo, ao mesmo que é o responsável pela garantia de que a cultura e os valores da AmBev sejam praticados e disseminados. 26 Relatório Anual AmBev 2002 O CA tem a responsabilidade de eleger a Diretoria Executiva, cuja função é a de representar a Companhia e gerenciar as suas operações. Nenhum dos conselheiros participa da Diretoria Executiva. Dessa forma, os cargos de Presidente do Conselho e de Diretor Geral são papéis distintos exercidos por diferentes profissionais, o que é um princípio de crescente aceitação entre as boas práticas de governança corporativa. O Conselho de Administração é apoiado em suas decisões, estudos e análises por comitês específicos. Os principais comitês da AmBev e suas respectivas funções são: Comitê Executivo (CE) O Comitê Executivo é o principal elo de ligação entre o que é definido pelo Conselho de Administração e a gestão executiva da AmBev. São responsabilidades explícitas do CE: • propor ao CA o planejamento de médio prazo, • propor as metas anuais de performance da Companhia e os respectivos orçamentos para o alcance dos resultados projetados, • monitorar o posicionamento da Companhia através da análise dos seus resultados e da evolução do mercado. Também é responsável por zelar pela gente AmBev, envolvendo-se nos programas de recrutamento, de remuneração variável e de disseminação na nossa cultura. Comitê de Auditoria O Comitê de Auditoria atua em nome do Conselho de Administração e é responsável pela integridade e exatidão das demonstrações financeiras da Companhia e pelo desempenho de auditores internos e externos. Também exerce vigilância pelo cumprimento legal das operações da Companhia, a gerência de controles internos bem como a contratação de auditores externos. Comitê de Finanças O Comitê de Finanças analisa e monitora o plano de investimento anual da Companhia e assegura que ele seja realizado. Esse Comitê avalia oportunidades de fusões e aquisições antes de encaminhá-las ao Conselho de Administração. Também é responsabilidade do Comitê de Finanças avaliar a melhor estrutura de capital para a Companhia, com objetivo de maximizar o EVA (Valor Econômico Adicionado) e ao mesmo tempo preservar o forte perfil de crédito. Nosso conselho de administração lança mão do seu profundo conhecimento do negócio para assegurar a manutenção de uma visão de longo prazo e o desempenho de curto prazo. 27 Relatório Anual AmBev 2002 A AmBev adere aos padrões de divulgação e transparência do mercado financeiro dos Estados Unidos. Conselho de Admistração e Diretoria Conselho de Administração Marcel Herrmann Telles Co-Presidente do Conselho Victorio Carlos De Marchi Co-Presidente do Conselho Carlos Alberto da Veiga Sicupira Jorge Paulo Lemann José Heitor Attílio Gracioso Roberto Herbster Gusmão Vicente Falconi Campos Fersen Lamas Lambranho (suplente) Roberto Moses Thompson Motta (suplente) Conselho Fiscal Ricardo Scalzo Antonio Carlos Monteiro Luis Fernando Mussolini Ary Waddington (suplente) José Carlos de Brito (suplente) José Fiorita (suplente) 28 Relatório Anual AmBev 2002 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Diretoria Executiva 1 Magim Rodriguez Júnior Diretor Geral 2 Carlos Alves de Brito Diretor de Operações 3 Claudio Braz Ferro Diretor Industrial 4 Claudio Garcia Diretor de Serviços Compartilhados 5 Eduardo Muzzi Diretor Jurídico 6 João M. Castro Neves Diretor de TI 7 José Adilson Miguel Diretor de Revendas 8 Juan Manuel Vergara Galvis Diretor de Refrigerantes 9 Luis Felipe P. Dutra Leite Diretor Financeiro e de Relações com Investidores 10 Luiz Cláudio do Nascimento Diretor de Logística 11 Luiz Fernando Edmond Diretor de Vendas e Distribuição 12 Maurício Luchetti Diretor de Gente e Gestão 13 Miguel Nuno da Mata Patrício Diretor de Marketing 14 Milton Seligman Diretor de Relações Corporativas 15 Ricardo Wuekert Diretor Internacional Demonstrações Financeiras 30 40 41 43 45 46 48 50 75 Análise do desempenho financeiro de 2002 Parecer dos auditores independentes Balanço patrimonial Demonstração do resultado Demonstração das mutações do patrimônio líquido Demonstração das origens e aplicações de recursos Demonstração consolidada de fluxo de caixa Notas explicativas Informações ao investidor Análise do Desempenho Financeiro Exercício de 31 de dezembro 2002 comparado ao exercício de 31 de dezembro de 2001 As informações financeiras e operacionais a seguir, exceto onde indicado o contrário, são apresentadas em base consolidada e em Reais, de acordo com a Legislação Societária, assim como as comparações referem-se ao ano de 2001: Destaques Financeiros Consolidados R$ milhões, exceto volume físico, percentuais, e valores por ação 2002 2001 Volume de Vendas – 000 hectolitros (1) Receita líquida por hectolitro – R$/hl Receita líquida 80.153 91,4 7.325,3 80.853 80,7 6.525,6 (0,9) 13,2 12,3 Lucro bruto Margem bruta (%) 3.983,6 54,4% 3.159,4 48,4% 26,1 EBIT Margem EBIT (%) 2.050,9 28,0% 1.375,8 21,1% 49,1 Lucro líquido LPA – R$/000 ações (2) 1.510,3 39,48 784,6 20,42 92,5 93,3 EBITDA Margem EBITDA (%) 2.710,4 37,0% 1.989,7 30,5% 36,2 19.875,8 628,1 36,6% 18.744,0 355,0 23,3% 6,0 76,9 Valor de Mercado EVA Retorno sobre o Patrimônio Líquido (%) Os somatórios podem não conferir devido aos arredondamentos. (1) Inclui volume de vendas de cerveja e refrigerantes. (2) Calculado com base no número de ações em circulação, excluindo ações em tesouraria, ao final do ano. 30 Relatório Anual AmBev 2002 Variação % Análise do Desempenho Financeiro Destaques Financeiros por Segmento de Negócios: A tabela abaixo apresenta alguns destaques financeiros consolidados por segmentos de negócios, em 31 de Dezembro de 2002 e 2001: Destaques por segmento de negócios Em 31 de Dezembro R$ milhões Receita líquida Custo dos produtos vendidos Lucro bruto Despesas EBIT Depreciação total EBITDA Margem EBITDA (%) 2002 Cerveja 5.942,7 (2.451,2) 3.491,5 (1.598,7) 1.892,9 572,9 2.465,7 41,5 Refrigerantes 1.096,2 (698,4) 397,8 (284,1) 113,7 70,7 184,4 16,8 2001 Outros 286,3 (192,1) 94,2 (50,0) 44,3 16,0 60,3 21,1 Cerveja 5.238,9 (2.475,7) 2.763,2 (1.437,2) 1.326,1 506,9 1.832,9 35,0 Refrigerantes 967,0 (662,7) 304,3 (299,1) 5,2 72,5 77,7 8,0 Outros 319,6 (227,8) 91,8 (47,2) 44,5 34,5 79,1 24,7 Os somatórios podem não conferir devido aos arredondamentos. Receita Líquida Cerveja Brasil A receita líquida foi de R$7.325,3 milhões em 2002, um aumento de 12,3% em relação ao ano anterior (R$6.525,6 milhões). O resultado foi, em grande parte, influenciado pelo crescimento das operações de cerveja e refrigerantes no Brasil, pelos esforços para um melhor gerenciamento de receitas, e pela contínua padronização das melhores práticas nas redes de distribuição de Skol, Brahma e Antarctica. A receita líquida foi de R$5.546,4 milhões em 2002, um aumento de 15,0% em relação ao ano anterior (R$4.824,5 milhões), principalmente em função de iniciativas de gerenciamento de receita ocorridos ao longo do ano. A receita líquida por hectolitro cresceu 16,9%, de R$81,8 em 2001 para R$95,6 em 2002, enquanto o volume de vendas apresentou retração de 1,7%. Entretanto, ao longo do ano, os preços ao consumidor das nossas três principais marcas andaram em linha com a inflação, conforme nosso compromisso estratégico. Outras razões que contribuiram para o crescimento da receita líquida de cerveja no Brasil incluem: o aumento da distribuição direta, iniciativas adicionais de treinamento da força de vendas com o objetivo de aprimorar e padronizar a execução nos pontos-de-venda, a revitalização da Bohemia como marca superpremium, e o lançamento de produtos com margens elevadas, como o Skol Beats e o Chopp Express, para atender a segmentos específicos do mercado brasileiro. Cerveja A receita líquida de cerveja foi de R$5.942,7 milhões em 2002, um aumento de 13,4% em relação ao ano anterior (R$5.238,9 milhões), principalmente em função do melhor gerenciamento de receitas e da melhor execução nos pontos-de-venda nas operações brasileiras. As operações no Paraguai também contribuíram para o aumento da receita líquida. Os desempenhos na Argentina, Uruguai e Venezuela foram impactados pelas crises econômicas, incertezas políticas e desordem sócio-econômica naqueles países. Cerveja Internacional A receita líquida fora do Brasil caiu 4,4%, de R$414,4 milhões em 2001 para 31 Relatório Anual AmBev 2002 R$396,3 milhões em 2002. O volume de vendas cresceu 14,3% para 3,9 milhões de hectolitros. Apesar da mudança do mix de embalagens e do aumento da distribuição direta, a receita líquida por hectolitro foi negativamente impactada principalmente por elevadas depreciações cambiais. As embalagens one-way no mix de vendas subiram de 15,3% em 2001 para 29,0% em 2002. A distribuição direta representou 40,2% e 82,6% nas cidades de Buenos Aires e Caracas, respectivamente. O crescimento dos volumes no segmento de cerveja internacional foi obtido com ganhos de participação de mercado na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e na Venezuela, que em dezembro de 2002 atingiam 17,3%, 22,1%, 46,6% e 6,6%, respectivamente. Os aumentos nas participações de mercado foram obtidos através da expansão da distribuição direta nas grandes cidades e da utilização das melhores práticas em execução nos pontos-de-venda naqueles mercados. O crescimento em volumes também foi decorrente do início das operações no Paraguai, cujas vendas representaram 0,4 milhões de hectolitros em 2002, comparativamente a apenas dois meses de produção em 2001. Análise do Desempenho Financeiro Refrigerantes Em 2002, a receita líquida atingiu R$1.096,2 milhões, um crescimento de 13,4% em relação ao ano de 2001 (R$967,0 milhões), como reflexo direto do foco estratégico nas principais marcas do nosso portfolio – Guaraná Antarctica e Pepsi – e do aperfeiçoamento da execução nos pontos-de-venda, utilizando as melhores práticas desenvolvidas no negócio cerveja. O volume de vendas das principais marcas da AmBev aumentou 6,8%, e representou 78,2% das vendas totais versus 72,4% em 2001. O volume total de refrigerantes apresentou retração de 1,1%. A receita líquida por hectolitro cresceu 14,6%, como resultado da estratégia de diminuir a diferença de preços de nossos produtos para 5-10% abaixo daqueles praticados pelo líder de mercado, além do bemsucedido lançamento da Pepsi Twist em 2002, que atingiu 1,2% de participação de mercado em 31 de dezembro de 2002 com posicionamento de preço premium. Não obstante, o aumento da participação das embalagens one-way para 92,5% do volume de vendas em 2002 contra 90,8% em 2001, além dos maiores níveis de distribuição direta, também contribuíram para o crescimento geral da receita líquida por hectolitro. Custo dos Produtos Vendidos (CPV) O custo dos produtos vendidos atingiu R$3.341,7 milhões, 0,7% inferior ao registrado em 2001 (R$3.366,2 milhões). Em 2002, os custos atrelados ao dólar, como latas de alumínio, malte e lúpulo, estavam totalmente hedgeados, neutralizando a desvalorização média de 19,5% do Real (34,3% se comparamos 31 de dezembro de 2001 com 31 de dezembro de 2002). O custo dos produtos vendidos teria sido acrescido de R$345,7 milhões caso a exposição cambial não houvesse sido hedgeada. A taxa de câmbio média para as transações de hedge foi de R$2,42/US$, comparada à taxa média do mercado de R$2,91/US$. O custo dos produtos vendidos, excluindo-se a depreciação, subiu para R$3.016,7 milhões em 2002, 0,3% acima do mesmo período de 2001. Custos variáveis, compostos principalmente por embalagens (latas de alumínio e garrafas PET), e custos de matéria prima (malte, açúcar, e lúpulo) representaram 70,4% e 68,9% do custo total dos produtos vendidos em 2002 e 2001, respectivamente. Como percentual da receita líquida, o custo total dos produtos vendidos caiu de 51,6% em 2001 para 45,6% em 2002. Custo dos produtos vendidos 2002 (R$ milhões) 2001 (R$ milhões) 2002 R$/hl (1) 2001 R$/hl (1) Matéria-prima Embalagem Mão-de-obra Depreciação Outros 873,5 1.478,6 240,9 324,9 423,6 800,9 1.517,3 223,8 357,3 466,8 10,9 18,4 3,0 4,1 5,3 9,9 18,8 2,8 4,4 5,8 10,1 (2,1) 7,1 (6,8) (8,6) Custo dos produtos vendidos Custo dos produtos vendidos excluindo depreciação 3.341,7 3.016,7 3.366,2 3.008,8 41,7 37,6 41,6 37,2 0,2 1,1 (1) Inclui somente o volume das vendas de cerveja e refrigerantes. Os somatórios podem não conferir devido aos arredondamentos 32 Relatório Anual AmBev 2002 Variação % Análise do Desempenho Financeiro Cerveja Cerveja Brasil Apesar do efeito da desvalorização do real frente ao dólar, com impacto direto no custo das commodities indexadas à moeda estrangeira, como as latas de alumínio e malte, o custo consolidado das vendas de cerveja (Brasil e Internacionais) diminuiu 1,0% no ano de 2002, totalizando R$2.451,2 milhões contra R$2.475,7 milhões em 2001. Esta queda no custo só foi possível em função da estratégia de hedge adotada pela empresa durante 2002. No segmento cerveja Brasil, o custo dos produtos vendidos recuou 1,7% para R$2.237,2 milhões em 2002 versus os R$2.274,8 milhões registrados em 2001, enquanto o CPV por hectolitro permaneceu estável em R$38,6. Além do efeito do hedge, a diminuição nos volumes de venda e a mudança no mix de embalagem favorecendo embalagens retornáveis também contribuíram para a diminuição nos custos por hectolitro. Como percentual da receita, o custo das vendas recuou de 47,3% em 2001 para 41,2% em 2002, uma vez que custos foram compensados por maiores receitas por hl. Não obstante, convêm ressaltar que a empresa conseguiu uma economia adicional de R$43,2 milhões no CPV em função do seu programa de corte de custos. Cerveja Internacional No segmento cerveja internacional o CPV registrou R$214,0 milhões em 2002, um aumento de 6,5% comparativamente aos R$200,9 milhões de 2001. Entretanto, o custo por hectolitro caiu 6,8%, de R$58,4 para R$54,4, durante o mesmo período. Refrigerantes O custo de vendas do segmento refrigerantes foi de R$698,4 milhões em 2002, um crescimento de 5,4% com relação aos R$662,7 milhões registrados em 2001, apesar do efeito da desvalorização do real ter sido neutralizado pelo hedge. A principal razão para esse aumento foi a mudança no mix de embalagem em prol das nãoretornáveis, que representaram 92,5% do volume de vendas em 2002 frente a 33 Relatório Anual AmBev 2002 90,8% em 2001. Como percentual das vendas, o custo do segmento refrigerantes caiu de 68,5% em 2001 para 63,7% em 2002. Lucro bruto O lucro bruto totalizou R$3.983,6 milhões em 2002, um significativo crescimento de 26,1% versus os R$3.159,4 milhões reportados em 2001. A margem bruta aumentou de 48,4% em 2001, para 54,4% em 2002. Essa melhora deve-se, principalmente, à evolução nas vendas líquidas por hectolitro resultantes da estratégia comercial adotada para as principais marcas de cerveja e refrigerantes, assim como de um melhor gerenciamento de receita e da maior participação das vendas diretas. Despesas Operacionais As despesas operacionais da Companhia atingiram R$1.932,7 milhões em 2002 contra R$1.783,6 milhões em 2001. Convêm ressaltar que as despesas operacionais subiram apenas 8,4% no ano apesar de uma inflação medida pela IPCA de 12,5% no mesmo período. Tal performance apenas foi possível em função de uma série de iniciativas introduzidas pela empresa no segundo semestre de 2002 e que resultaram numa economia de despesas (excluindo distribuição direta) com efeito caixa de R$93,6 milhões com relação ao segundo semestre de 2001. Despesas com Vendas e Marketing Despesas com vendas e marketing foram de R$687,2 milhões em 2002, uma diminuição de 2,9% frente aos R$707,8 milhões de 2001. Enquanto reduzimos despesas comerciais fixas, mantivemos nosso investimento contínuo no valor das nossas marcas, incluindo a introdução de novos tipos de cerveja bem como o patrocínio da Seleção Brasileira de Futebol pelo Guaraná Antarctica. Despesas com Distribuição Direta Despesas com distribuição direta incluem os custos da entrega da mercadoria, bem como os custos dos vendedores e do pessoal necessário para a entrega dos nossos produtos. As despesas com distribuição direta cresceram para R$537,4 milhões em 2002, 14,9% acima dos R$467,8 milhões registrados em 2001. Esse crescimento se deve, principalmente, ao aumento do volume de vendas diretas, o qual respondeu por 33,9% do total do volume de vendas em 2002 contra 31,1% durante 2001. Apesar do aumento da distribuição direta resultar em vendas líquidas maiores, pois se vende diretamente ao varejista, a AmBev também assume o custo da força de vendas, assim como o custo de transporte e de estocagem. Como percentual das vendas líquidas, as despesas com distribuição direta mantiveram-se estáveis em 7,3% em 2002. Despesas Gerais e Administrativas As despesas gerais e administrativas atingiram R$373,5 milhões em 2002, um aumento de 6,3% comparativamente aos R$351,5 milhões reportados em 2001, principalmente em função das iniciativas de racionalização de processos e à reestruturação corporativa, que culminou com o inicio das operações do Centro de Serviços Compartilhados (CSC) localizado na fábrica de Jaguariúna em São Paulo. Com a racionalização das atividades operacionais administrativas, esperamos obter ganhos de escala, processos mais eficientes e redução de custos no curto prazo, bem com a implementação acelerada de novas tecnologias, no médio prazo. Análise do Desempenho Financeiro Depreciação e Amortização EBITDA Cerveja Internacional A depreciação e a amortização cresceram 30,4% em 2002, passando de R$256,5 milhões em 2001 para R$334,6 milhões em 2002. Esse aumento reflete tanto a intensificação da colocação dos nossos freezers sub-zero em pontos-de-venda estrategicamente localizados, bem como a expansão das nossas operações de distribuição direta. Os investimentos em freezers e distribuição direta estão sendo amortizados em 5 anos. Durante os próximos três anos a empresa estará investindo aproximadamente R$1,0 bilhão nestes dois negócios. o que fará com que a depreciação cresça proporcionalmente. O EBITDA alcançou R$2.710,4 milhões em 2002, um crescimento de 36,2% frente aos R$1.989,7 milhões registrados em 2001. Tal performance é primordialmente consequência da nossa estratégia de gerenciamento de receitas das principais marcas de cerveja, além da nossa estratégia de hedge, que neutralizou o efeito da desvalorização do Real em 2002 sobre os nossos custos em dólares. Em função disso, o lucro bruto cresceu 26.1% em 2002 com relação a 2001, ao passo que as despesas operacionais (excluindo distribuição direta) cresceram 8.4% neste período, portanto abaixo da inflação de 12.5%. O EBITDA das operações internacionais de cerveja caiu 30,2%, passando de R$58,2 milhões em 2001 para R$40,7 em 2002, fato esse também refletido na margem EBITDA, a qual foi reduzida de 14,0% em 2001 para 10,3% em 2002. Cerveja O EBITDA do segmento de cerveja foi de R$2.465,7 milhões em 2002, um significativo aumento de 34,5% em relação aos R$1.832,9 milhões divulgados de 2001. A margem de EBITDA também foi bem superior em 2002, atingindo 41,5% comparativamente a 35,0% em 2001. Lucro Operacional (EBIT) O EBIT atingiu R$2.050,9 milhões em 2002, um crescimento de 49,1% com relação aos R$1.375,8 milhões de 2001. Esse crescimento é consequência do aumento de 26,1% no lucro bruto, resultante da nossa estratégia de gerenciamento de receitas das principais marcas de cerveja, além da nossa estratégia de hedge, que neutralizou o efeito da desvalorização do Real em 2002. Cerveja Brasil Grande parte desse resultado foi proveniente do negócio de cerveja no Brasil, responsável pelo EBITDA de R$2.425,0 milhões em 2002, um incremento de 36,6% sobre o resultado de 2001 (R$1.774,7 milhões). A margem de EBITDA para cervejas no Brasil atingiu 43,7% nesse período contra 36,8% em 2001. Refrigerantes O EBITDA do segmento de refrigerantes cresceu 137,3%, atingindo R$184,4 milhões em 2002, contra os R$77,7 milhões reportados em 2001. A margem de EBITDA também aumentou, passando de 8,0% em 2001 para 16,8% em 2002. Outros O EBITDA do segmento composto por outras bebidas diminuiu 23,8%, passando de R$79,1 milhões em 2001 para R$60,3 milhões em 2002 em função venda da cerveja Bavaria. Acompanhando esse movimento, a margem de EBITDA também recuou registrando 21,1% em 2002 frente aos 24,7% de 2001. Provisões para contingências Provisões para contingências líquidas alocadas na demonstração de resultado totalizaram R$123,7 milhões em 2002 versus R$33,9 milhões em igual período do ano anterior. EBITDA por segmento de negócios EBITDA R$ milhões e variação % (02/01) Participação no EBITDA de 2002 (%) 2001 2002 Cerveja Brasil 89% Refrigerantes 7% Internacional 2% 36,2% 2.710 Outros 2% 36,6% 2.425 1.990 1.775 EBITDA Cerveja Brasil 34 Relatório Anual AmBev 2002 137,3% 184 78 -23,8% 79 60 -30,2%. 58 41 Refrigerantes Outros Cerveja Internacional Análise do Desempenho Financeiro Provisões para contingências continuação O principal componente das provisões nesse período refere-se a R$120,9 milhões relacionados ao questionamento legal de uma mudança na base de cálculo do PIS/COFINS. Tal montante continuará provisionado enquanto a questão não for julgada em caráter definitivo. Outras questões jurídicas que surgiram em 2002 incluem R$30,1 milhões para ações trabalhistas e outras questões legais, bem como R$6,5 milhões decorrentes do pagamento de principal e multas referentes ao IPI e ICMS. Essas provisões foram parcialmente compensadas pela reversão de provisão para ICMS de períodos anteriores, que totalizaram R$8,1 milhões, pela reversão de R$6,0 milhões relacionados a disputas legais com distribuidores terceirizados, e R$19,7 milhões de outros itens, que haviam sido acruados em períodos anteriores. Outras Receitas (Despesas) Operacionais, Líquidas Outras receitas operacionais líquidas tiveram crescimento de 31,0% em 2002, passando de R$152,2 milhões em 2001 para R$199,4 milhões em 2002. Os principais componentes de outras receitas operacionais nesse período foram: ganhos cambiais em subsidiárias no exterior (principalmente as plantas de malte na Argentina e Uruguai, cujas moedas são o dólar americano), que totalizaram R$130,7 milhões; R$151,9 milhões relacionadas ao perdão de ICMS financiado (incentivo fiscal); um ganho de R$23,2 milhões relacionado a impostos sobre vendas (PIS, COFINS, ICMS e IPI) e; demais itens totalizando R$33,4 milhões. 35 Relatório Anual AmBev 2002 Esses valores foram parcialmente compensados pela amortização de ágio (Antarctica, Cympay e Salus) de R$105,4 milhões e por provisões para perdas de garrafas e engradados obsoletos, que somaram R$34,4 milhões para o período de 2002. Receitas e Despesas Financeiras Nossas receitas financeiras consistem não apenas da receita de juros, mas também de variações cambiais e de derivativos, incluindo “swaps” de moeda estrangeira e contratos de “forward”. Nossas despesas financeiras consistem em despesas com juros dos financiamentos, e também taxas de transações financeiras e taxas bancárias, juros sobre contingências e variações cambiais, especialmente sobre financiamentos, e perdas com derivativos, incluindo “swap” de moedas, de juros e/ou de “commodities” e contratos de “forward”. As receitas financeiras tiveram crescimento de 606,0% no ano de 2002, atingindo R$2.530,3 milhões. No ano de 2001, as receitas financeiras foram de R$358,4 milhões. As despesas financeiras foram 280,4% superiores aos R$861,5 milhões no ano de 2001, somando R$3.277,3 milhões em 2002. Sendo assim, as despesas financeiras líquidas totalizaram R$747,1 milhões em 2002, 48,5% acima dos R$503,1 milhões registrados em 2001. De acordo com a legislação societária, os passivos são contabilizados por seu valor histórico ao invés do seu valor de mercado enquanto os ativos são contabilizados pelo menor valor entre o histórico e o de mercado. Como a Companhia tem a intenção de carregar seus ativos financeiros até seu vencimento, qualquer perda gerada deverá ser revertida ao longo do tempo. O resultado líquido de “swap” e “hedge”, incluindo o efeito da marcação a mercado dos ativos enquanto os passivos são marcados com base no custo, foi responsável por um aumento de R$130,5 milhões nas despesas financeiras líquidas na comparação entre os anos de 2001 e 2002. Despesas financeiras com efeito no caixa tiveram crescimento de 6,0%, passando de R$260,5 milhões para R$276,0 milhões, uma vez que a dívida total cresceu principalmente devido ao empréstimo sindicalizado em Ienes equivalente a US$315 milhões, e à emissão de US$500 milhões em Notas Subordinadas de 10 anos em 2001. Esses recursos foram utilizados para amortizar em 2002, aproximadamente R$1,5 bilhão em adiantamentos de contratos de câmbio de curto prazo. A dívida líquida caiu R$1.024,6 milhões, passando de R$2.006,4 milhões em 31 de dezembro de 2001 para R$981,8 milhões em 31 de dezembro de 2002. A AmBev mantêm um forte perfil de crédito conforme demonstrado por uma relação EBITDA sobre despesa financeira líquida de 14.6 vezes em 2002 contra 18.5 vezes em 2001, e através de uma relação dívida líquida sobre EBITDA de 0,4 vezes em 2002 contra 1,0 em 2001. Receita (Despesa) Não Operacional, Líquida Essa rubrica registrou uma despesa de R$72,1 milhões no ano de 2002, contra uma receita de R$2,3 milhões em igual período de 2001. O principal item dentro dessa linha foi uma provisão de R$41,6 milhões para perda na venda de ativos. Outras provisões totalizaram R$30,5 milhões. Análise do Desempenho Financeiro Benefício (Despesa) Referente a Imposto de Renda Participação dos Acionitas Minoritárias Impostos sobre lucro geraram um crédito de R$280,6 milhões em 2002, frente a uma despesa de R$52,0 milhões em 2001. Caso fosse aplicada a alíquota de imposto de renda vigente, a provisão para imposto de renda e contribuição social teria totalizado R$444,5 milhões em 2002. No entanto, ganhos não tributados em subsidiárias no exterior, gerados principalmente por ganhos cambiais em recursos denominados em dólares americanos, geraram um benefício de R$735,2 milhões em 2002, frente a R$151,5 milhões em 2001. Os demais itens totalizaram uma despesa de R$10,1 milhões em 2002. Os acionistas minoritários de nossas subsidiárias compartilharam prejuízos de R$47,4 milhões no ano de 2002, comparativamente a um prejuízo de R$0,3 milhão em 2001. O prejuízo maior é resultante, principalmente, da crise econômica que afetou negativamente o lucro líquido de nossas operações cervejeiras internacionais. Contribuições Estatutárias e Distribuição de Lucros A provisão para participações nos lucros cresceu 38,1% em 2002, totalizando R$112,3 milhões, versus R$81,3 milhões no ano anterior. Esse valor está relacionado ao bônus dos funcionários, com base no cumprimento das metas corporativas, das metas das unidades e/ou departamentos, bem como do atingimento das metas individuais. Todas as metas estão alinhadas com as metas corporativas da AmBev que são estabelecidas pelo Conselho de Administração da Companhia. Entre outras, certas metas de Valor Econômico Adicionado (“EVA”) foram atingidas em 2002. De acordo com o estatuto da AmBev, a distribuição de lucros está limitada a 10% do lucro líquido para funcionários e 5% para executivos. Em 2002, a AmBev contribuiu com R$12,8 milhões para a Fundação Zerrenner, de modo a garantir que a fundação disponha de recursos suficientes para honrar as obrigações atuariais futuras. Esse valor foi deduzido diretamente do lucro. 36 Relatório Anual AmBev 2002 Lucro Líquido O lucro líquido em 2002 foi 92,5% superior aos R$784,6 milhões de 2001, atingindo R$1.510,3 milhões. operações de hedge relacionadas ao empréstimo sindicalizado denominado em ienes, equivalente a US$315 milhões e aos US$500 milhões referentes as “Bonds” com prazo de 10 anos, ambos emitidos em 2001. Acreditamos que o fluxo de caixa das atividades operacionais, juntamente com o acesso a financiamentos, disponibilidades de caixa e aplicações financeiras, serão suficientes para financiar nossos investimentos, os juros dos financiamentos bem como o pagamento de dividendos nos próximos anos. Fluxos de Caixa Atividades operacionais Liquidez e Recursos de Capital Nossas fontes primárias de liquidez têm sido historicamente os fluxos de caixa relacionados com as atividades operacionais e os financiamentos. Dentre as demandas por recursos destacam-se as seguintes: • os investimentos em imobilizado; • o nosso programa de recompra de ações; • os pagamentos de dividendos e juros sobre o capital próprio; • o serviço de nossas dívidas; • os aumentos de participação em subsidiárias ou em empresas nas quais detêmos uma participação acionária; e • investimentos em empresas que participam das indústrias de cerveja, refrigerantes e malte. Nosso caixa e aplicações financeiras totalizaram R$3.504,9 milhões e R$2.562,9 milhões em 31 de dezembro de 2002 e 2001, respectivamente. O aumento relativo no valor das disponibilidades ao final de 2002 deveu-se, principalmente ao nosso fluxo de caixa operacional e a Os fluxos de caixa das atividades operacionais totalizaram R$2.743,2 milhões e R$1.332,5 milhões nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2002 e 2001, respectivamente. Nossa geração de caixa em 2002 dobrou em relação a 2001, em conseqüência de um lucro líquido 92,5% maior em 2002. Investimentos Em 2002, a aquisição de bens do imobilizado totalizou R$522,3 milhões. Esses dispêndios incluíram: investimentos em manutenção de equipamentos ligados à produção, no valor de R$192,7 milhões; investimentos em distribuição direta no montante de R$149,9 milhões; investimentos em “freezers” de R$72,4 milhões; gastos com a reposição de garrafas e engradados no total de R$77,7 milhões; e investimentos contínuos em tecnologia de informação, somando R$29,6 milhões. A aquisições de participações em subsidiárias e coligadas, incluindo a aquisição de ativos intangíveis líquidos de caixa, totalizaram R$75,5 milhões e incluíram a compra de uma participação acionária adicional na Astra, que agora pertence 96,2% à AmBev. Análise do Desempenho Financeiro Fluxos de Caixa continuação Em 2001, a aquisição de bens do imobilizado totalizou R$529,4 milhões. Esses dispêndios incluíram: investimentos em manutenção e em equipamentos ligados à produção, no valor de R$261,0 milhões; investimentos em distribuição direta de R$83,4 milhões; gastos com a reposição de garrafas e engradados no total de R$66,5 milhões; e investimentos contínuos em tecnologia de informação, somando R$35,9 milhões. As aquisições de participações em subsidiárias e coligadas, incluindo a aquisição de ativos intangíveis líquidos de caixa, totalizaram R$220,1 milhões e incluíram a compra de 95,4% do capital votante da Cympay e o aumento de nossa participação para 98,1% do capital votante da Polar. Atividades de investimento Os fluxos de caixa usados em nossas atividades de investimento somaram R$545,1 milhões e R$707,4 milhões nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2002 e 2001, respectivamente. A menor utilização de caixa em atividades de investimento em 2002 comparativamente a 2001 reflete a natureza pontual dos investimentos no capital da subsidiária Astra em 2001, e pelo recebimento de recursos financeiros de R$98,3 milhões com a alienação de ativos, principalmente das subsidiárias da Antarctica. Em 2002 R$42,2 milhões foram gerados com a alienação de ativos. Atividades de financiamento Os recursos investidos nas nossas atividades de financiamento somaram R$2.912,2 milhões no exercício findo em 31 de dezembro de 2002, contra uma origem de recursos de R$1.175,7 milhões em 2001. Em função dos recursos gerados em 2002 e novos financiamentos, liquidamos R$2.925,3 milhões em dívidas em 2002, incluindo parcelas significativas referentes a operações de financiamento de comércio exterior de curto prazo denominadas em moeda estrangeira. Os pagamentos de dívida totalizaram R$1.343,9 milhões em 2001. Nós pagamos dividendos e juros sobre o capital próprio em dinheiro (incluindo o respectivo imposto de renda retido na fonte em nome de nossos acionistas) no valor de R$335,6 milhões e R$313,4 milhões, respectivamente, nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2002 e 2001. parte circulante da dívida de longo prazo). A nossa dívida consiste em R$988,0 milhões em real e R$3.498,6 milhões em moeda estrangeira,. A taxa de juros média ponderada anual para os montantes de curto e longo prazos da dívida denominada em moeda local foi de 11,6% e 8,1%, e a maturidade de 0,5 e 2,5 anos, respectivamente. A taxa de juros média ponderada anual para os montantes de curto e longo prazos da dívida denominada em moeda estrangeira foi de aproximadamente 9,9% e 9,7% em dólar, e a maturidade de 0,4 e 4,8 anos, respectivamente. Endividamento de Curto Prazo Em 31 de dezembro de 2002, nosso endividamento de curto prazo totalizava R$607,4 milhões e consistia fundamentalmente de financiamento para capital de giro e da parcela de longo-prazo da dívida vencendo no curto prazo. Em 31 de dezembro de 2002, 55,7% do endividamento de curto prazo estava denominado em moeda estrangeira, e tinha uma taxa de juros média ponderada anual de 9,9%. Financiamentos Em 31 de dezembro de 2001, nosso endividamento bruto totalizava R$4.486,7 milhões (dos quais R$607,4 milhões representavam dívida de curto prazo, incluindo R$292,5 milhões da Posição da Dívida Líquida Consolidada R$ milhões 2002 2001 ML(1) ME (2) Total ML (1) ME (2) Total Dívida de curto prazo (3) Dívida de longo prazo 269,1 718,9 338,3 3.160,3 607,4 3.879,3 271,0 771,0 1.449,0 2.078,4 1.720,0 2.849,4 Total 988,0 3.498,6 4.486,7 1.042,0 3.527,4 4.569,3 Caixa e aplicações financeiras Dívida líquida Os somatórios podem não conferir devido aos arredondamentos.. (1) ML = Moeda Local (2) ME = Moeda Estrangeira (3) Inclui a parte circulante da dívida de longo prazo. 37 Relatório Anual AmBev 2002 3.504,9 981,8 2.562,9 2.006,4 Análise do Desempenho Financeiro Vencimento da Dívida de Longo Prazo Vencimento (1) R$ milhões 2004 2005 2006 2007 2008 2009 e posteriormente 1.460,0 239,2 172,1 131,0 61,7 1.815,3 Total 3.879,3 (1) Excluindo parcela de curto prazo . Somatórios podem não conferir devido a arredondamentos. Endividamento de Longo Prazo Em 31 de dezembro de 2002, nosso endividamento de longo prazo, excluindo a parcela de vencendo no curto prazo, totalizou R$3.879,3 milhões, dos quais R$718,9 milhões estavam denominados em reais. O restante era denominado em dólares americanos e ienes. A parcela de curto prazo de nosso endividamento de longo prazo totalizou R$292,5 milhões em 31 de dezembro de 2002. Conforme nossa política de gerenciamento de risco cambial, realizamos contratos de forward e swap cambiais de modo a “hedgear” a totalidade da nossa exposição a variação câmbial. Impostos sobre Vendas Diferidos e Outros Créditos Fiscais Participamos atualmente de diversos programas de incentivos fiscais através dos quais parte do pagamento do ICMS gerado na produção de plantas específicas é diferido por períodos de 5 anos, geralmente, da data de pagamento original. Os percentuais diferidos variam de 40% a 75% durante a vida do programa. Valores diferidos geralmente são acrescidos de juros e parcialmente indexados a inflação, com ajustes geralmente vinculados a 60% a 80% de um índice de preço geral. O montante diferido em 31 de dezembro de 2002 inclui R$185,5 milhões que deverá ser pago ao longo de 2003 e R$617,5 milhões que deverá ser pago após 2003. O montante diferido em 31 de dezembro de 2002 totalizava R$803,0 milhões. Nós também participamos de programas de crédito de ICMS oferecidos por diversos estados brasileiros, os quais propiciam créditos que podem ser usados para abate o imposto. Em contra-partida, nos comprometemos com o atingimento de determinados parâmetros operacionais incluindo, dependendo do estado, volume de produção e taxas de emprego, dentre outros. Os créditos são concedidos durante a validade dos programas. Nos anos findos em 31 de dezembro de 2002 e 2001, créditos fiscais totalizando R$151,9 milhões e R$95,9 milhões, respectivamente, foram contabilizados como redução de impostos indiretos sobre as vendas. Caso alguma meta não seja cumprida, os benefícios já recebidos não podem ser retirados, porêm os benefícios futuros podem ser cancelados. Compromissos e Contingências Estamos sujeitos a diversos compromissos e contingências no que diz respeito a impostos, mão de obra, distribuidores, entre outras questões. A tabela abaixo resume as obrigações e compromissos contratuais significativos da AmBev que tem impacto sobre sua liquidez: Obrigações contratuais R$ milhões Até 1 ano 2-3 anos Após 3 anos Total Dívida de longo prazo (1) Diferimento de impostos sobre vendas Compromisso com investimento em ativos 607.4 154.1 94.0 1,699.1 136.1 2,180.2 170.9 4,486.7 461.1 94.0 Total das obrigações contratuais 855.5 1,835.2 2,351.1 5,041.8 (1) Inclui parcela circulante. 38 Relatório Anual AmBev 2002 Análise do Desempenho Financeiro Relacionamento com auditores independentes A política de atuação junto aos nossos auditores independentes na prestação de serviços não relacionados à auditoria externa se substancia nos princípios que preservam a independência do auditor. Estes princípios compreendem: • O auditor não deve auditar seu próprio trabalho; • O auditor não deve exercer funções gerencias e • O auditor não deve promover os interesses dos seus clientes. No exercício em questão contratamos junto a esses auditores trabalhos de mapeamento de riscos operacionais e de apoio na implementação de procedimentos de auto-auditoria, no montante aproximado de R$700 mil, que corresponderam a mais do que 5% do valor total dos honorários relativos aos serviços de auditoria externa. 39 Relatório Anual AmBev 2002 A independência dos nossos auditores externos é assegurada em cada serviço eventualmente prestado por estes, por procedimentos específicos como o envolvimento de pessoal independente da auditoria, quando os serviços contratados não requerem os conhecimentos acumulados dos auditores ou não se refere à própria contratação de serviços de auditoria regidos, nesse caso, por procedimentos específicos de independência profissional ou ainda através do envolvimento de outros profissionais independentes (denominada "segunda opinião"), dentre outras ações executadas. Adicionalmente, todos os serviços prestados, que não vinculados à auditoria externa são supervisionados pela administração, ficando a autoria das decisões sempre reservada aos órgãos da administração, conforme os níveis de aprovação requeridos pelos estatutos da Companhia. Parecer dos auditores independentes 31 de janeiro de 2003 Aos Administradores e Acionistas Companhia de Bebidas das Américas – AmBev 1. Examinamos as demonstrações financeiras da Companhia de Bebidas das Américas – AmBev (controladora) em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 e as correspondentes demonstrações financeiras consolidadas da Companhia de Bebidas das Américas – AmBev e suas controladas nessas mesmas datas. Essas demonstrações financeiras foram elaboradas sob a responsabilidade da administração da companhia. Nossa responsabilidade é a de emitir parecer sobre essas demonstrações financeiras. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil, que requerem que os exames sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações financeiras em todos os seus aspectos relevantes. Portanto, nossos exames compreenderam, entre outros procedimentos: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da companhia, (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados e (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da companhia, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. 3. Somos de parecer que as referidas demonstrações financeiras apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia de Bebidas das Américas – AmBev em 31 de dezembro de 2002 e de 2001, controladora e consolidado, e o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da controladora e consolidado dos exercícios findos nessas mesmas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 4. Também somos de parecer que a demonstração consolidada do fluxo de caixa da Companhia de Bebidas das Américas – AmBev dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2002 e de 2001, incluída como informação suplementar para propiciar análises adicionais, está adequadamente apresentada em todos os aspectos relevantes em relação às demonstrações financeiras básicas mencionadas no parágrafo 1. Essa informação suplementar foi submetida aos mesmos procedimentos de auditoria aplicados às demonstrações financeiras básicas. PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes CRC 2SP000160/O-5 Paulo Cesar Estevão Netto Sócio Contador CRC 1RJ026365/T-6 “T” SP 002331 40 Relatório Anual AmBev 2002 Balanço patrimonial em 31 de dezembro Em milhares de Reais Ativo Controladora 2002 Circulante Caixa e equivalentes Aplicações financeiras Contas a receber de clientes Estoques Impostos a recuperar Outros Realizável a longo prazo Depósitos compulsórios, judiciais e de incentivos fiscais Venda financiada de ações Imposto de renda e contribuição social diferidos Imóveis destinados à venda Outros Permanente Investimentos Participação em sociedades controladas diretas Ágio e deságio Outros 2001 2002 2001 47.311 6.312 69.398 149.741 2.769.509 735.380 678.991 859.701 410.256 139.767 2.476.476 86.415 802.555 806.679 336.037 176.782 53.725 219.139 5.593.604 4.684.944 41.568 145.469 139.774 37.859 54.577 119.334 77.985 78.146 256.931 324.784 1.558.348 121.549 444.324 258.306 215.248 1.160.274 104.524 496.381 404.796 289.916 2.705.936 2.234.733 4.186.094 403.720 1.303 3.806.607 473.615 1.230 626.894 10.429 617.574 45.026 4.591.117 4.281.452 637.323 662.600 3.289.104 155.439 3.277.745 168.790 102 Imobilizado Diferido Total do ativo As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 41 Relatório Anual AmBev 2002 Consolidado 4.591.117 4.281.452 4.081.866 4.109.135 5.049.638 4.790.507 12.381.406 11.028.812 Balanço patrimonial em 31 de dezembro Em milhares de Reais Passivo e patrimônio líquido Controladora 2002 Circulante Fornecedores Financiamentos Salários, participações e encargos sociais a pagar Imposto de renda e contribuição social a pagar Demais tributos e contribuições a recolher Outros Exigível a longo prazo Financiamentos Diferimento de impostos sobre vendas Passivos associados a questionamentos fiscais e provisão para contingências Outros 2001 Total do passivo e patrimônio líquido As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 42 Relatório Anual AmBev 2002 2002 2001 571.169 1.719.989 141.889 72.251 601.160 305.545 174 43 1.171 385 19.667 711 690.189 21.883 947.782 789.089 607.378 59.682 74.380 619.415 683.648 692.288 989.717 2.833.592 3.412.003 3.879.279 306.892 2.849.353 346.965 125.184 131.772 147.570 1.014.948 137.905 815.487 152.641 125.184 279.342 5.339.024 4.164.446 79.143 88.926 Participação dos acionistas minoritários Patrimônio líquido Capital social Reserva de capital Reservas de lucro Ações em tesouraria Consolidado 3.046.244 16.592 1.247.357 (78.027) 2.944.288 4.867 970.181 (397.888) 3.046.244 16.592 1.247.357 (180.546) 2.944.288 4.867 913.723 (499.441) 4.232.166 3.521.448 4.129.647 3.363.437 5.049.638 4.790.507 12.381.406 11.028.812 Demonstração do resultado Exercícios findos em 31 de dezembro Em milhares de Reais Controladora 2002 2001 Consolidado 2002 2001 14.279.868 13.130.961 Impostos sobre vendas, descontos e devoluções (6.954.566) (6.605.376) Receita líquida 7.325.302 6.525.585 Custo dos produtos vendidos (3.341.679) (3.366.225) Lucro bruto 3.983.623 3.159.360 (687.238) (537.413) (350.502) (707.754) (467.827) (330.033) (123.714) (23.028) (334.566) 2.530.257 (3.277.343) (33.907) (21.464) (256.492) 358.376 (861.491) 199.431 152.231 Vendas de produtos (Despesas) receitas operacionais Com vendas Com distribuição direta Administrativas Provisão para contingências e passivos associados a questionamentos fiscais Honorários da diretoria e do conselho de administração Depreciação e amortização Receitas financeiras Despesas financeiras Equivalência patrimonial Outras operacionais, líquidas Lucro operacional (a transportar) 43 Relatório Anual AmBev 2002 (115) (4.704) (12.256) (1.957) (6.920) (5.552) (12.877) 42.663 (68.408) 1.462.338 73.894 13.921 (22.103) 917.124 (108.317) 1.496.791 769.940 (2.604.116) (2.168.361) 1.496.791 769.940 1.379.507 990.999 Demonstração do resultado Exercícios findos em 31 de dezembro Em milhares de Reais Controladora Lucro operacional (transporte) 2002 2001 2002 2001 1.496.791 769.940 1.379.507 990.999 28.836 (72.148) 2.326 1.496.791 798.776 1.307.359 993.325 20.441 15.946 280.640 (51.974) 1.517.232 814.722 1.587.999 941.351 (6.919) (12.877) (17.277) (112.264) (12.775) (81.298) (75.777) 1.510.313 784.568 1.462.960 784.276 47.353 292 1.510.313 784.568 Receitas (despesas) não operacionais, líquidas Lucro antes do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido Benefício (despesa) com imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido Lucro antes das participações estatutárias e contribuições Participações estatutárias e contribuições Aos empregados e administradores À Fundação Zerrenner Lucro antes da participação dos acionistas minoritários Participação dos acionistas minoritários Lucro líquido do exercício 1.510.313 784.568 38.620.730 39.741.398 Lucro líquido por lote de mil ações do capital social total no fim do exercício, em reais – R$ 39,11 19,74 Lucro líquido por lote de mil ações do capital social no fim do exercício, excluídas as ações em tesouraria, em reais – R$ 39,48 20,42 Quantidade total de ações do capital social no fim do exercício (em milhares) As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 44 Relatório Anual AmBev 2002 Consolidado Demonstração das mutações do patrimônio líquido da controladora Em milhares de Reais Reservas de Lucro Capital social subscrito e integralizado Em 31 de dezembro de 2000 2.565.249 Aumento de capital 298.265 Exercício de opções do plano de ações 80.774 Recompra de ações Prêmio na colocação de opções para recompra de ações próprias Lucro líquido do exercício Apropriação e destinação do lucro líquido do exercício Reserva legal Dividendos Reservas estatutárias Em 31 de dezembro de 2001 2.944.288 Exercício de opções do plano de ações 101.956 Efeito reflexo de implementação da NPC 26 em controlada Recompra de ações Realização da reserva de investimentos Cancelamento de ações em tesouraria Ágio na transferência para terceiros de ações em tesouraria vinculadas a financiamentos Lucro líquido do exercício Apropriação e destinação do lucro líquido do exercício Reserva legal Dividendos antecipados Dividendos complementares Reservas estatutárias Em 31 de dezembro de 2002 3.046.244 Reserva de capital Futuro aumento de capital Investimentos Legal 1 485.380 13.333 23.509 Lucros acumulados 80.774 (397.888) 4.866 784.568 39.228 4.867 369.503 39.228 854.883 52.561 62.737 Total 3.087.472 298.265 (397.888) 4.866 784.568 (39.228) (336.609) (336.609) (408.731) (397.888) 3.521.448 101.956 (56.299) (354.648) (52.561) (56.299) (354.648) 52.561 (674.509) 674.509 11.725 11.725 1.510.313 1.510.313 75.516 853.214 75.516 16.592 1.033.588 75.516 As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 45 Relatório Anual AmBev 2002 Ações em tesouraria 138.253 (75.516) (160.883) (160.883) (341.446) (341.446) (928.730) (78.027) 4.232.166 Demonstração das origens e aplicações de recursos Exercícios findos em 31 de dezembro Em milhares de Reais Controladora Origens dos recursos Das operações sociais Lucro líquido do exercício Despesas (receitas) que não afetam o capital circulante Equivalência patrimonial Imposto de renda e contribuição social diferidos Provisão para perdas referente ao passivo a descoberto de sociedade controlada Amortização de ágio e deságio. líquido Depreciação e amortização do diferido Provisão para contingências e passivos associados a questionamentos fiscais Encargos financeiros sobre provisão para contingências e passivos associados a questionamentos fiscais Provisão para perdas em estoques e ativos permanentes Juros e variações sobre plano de ações Variação cambial e encargos sobre financiamentos de longo prazo Participação dos acionistas minoritários Variação cambial sobre controladas no exterior Ganhos por aumento de participação em controladas Valor residual do imobilizado e investimentos alienados Restituição de capital pela controlada Dividendos de controladas Redução de capital circulante líquido de controlada incorporada Dos acionistas Aumento de capital Prêmio em opções / ágio em ações em tesouraria De terceiros Variações no realizável a longo prazo Contas a receber de sociedades ligadas Outros impostos e taxas a recuperar Variações no exigível a longo prazo Financiamentos Total das origens 46 Relatório Anual AmBev 2002 Consolidado 2002 2001 2002 2001 1.510.313 784.568 1.510.313 784.568 (1.462.338) (20.441) (917.124) (22.172) (403.960) (146.014) (147.570) 69.894 28.052 84.737 90.463 659.506 94.151 613.872 1.957 5.552 123.714 33.907 (33.555) 32.908 97.481 (88.095) 13.104 16.100 (33.555) 867.342 (47.353) (155.817) 159.819 (5.246) (292) (46.140) (16.153) 40.665 (88.095) 212 (18.268) 88.322 1.338.275 44.346 308.582 549.103 1.334.663 769.687 2.846.321 1.348.967 101.956 11.725 80.774 4.866 101.956 80.774 4.866 35.075 160 1.448.504 855.327 162.583 1.900.643 3.145.935 3.335.250 Demonstração das origens e aplicações de recursos Exercícios findos em 31 de dezembro Em milhares de Reais Controladora Aplicação de recursos Variações no realizável a longo prazo Depósitos judiciais Venda financiada de ações Contas a receber de sociedades ligadas Outros impostos e taxas a recuperar Outros Variações no exigível a longo prazo Diferimento de impostos sobre vendas Demais contas a pagar Provisão para contingências e passivos associados a questionamentos fiscais No ativo permanente Investimentos. inclusive ágios e deságios Imobilizado Diferido Em transações de capital Variação no capital de minoritários Recompra de ações Dividendos propostos Capital circulante líquido de controlada incorporada Total das aplicações Aumento (redução) no capital circulante Consolidado 2002 2001 2002 2001 3.709 2.797 210 21.022 51.317 21.441 5.087 5.994 4.250 79.645 16.542 30.635 27.493 41.074 28.312 123.045 13.745 2.993 32.606 112.863 444.464 665.588 107.659 522.348 45.533 220.118 446.829 82.607 354.648 502.329 397.888 336.609 337.075 502.329 2.363 488.914 336.609 27.845 1.316.489 1.429.397 1.658.864 2.050.327 132.015 (574.070) 1.487.071 1.284.923 53.725 219.139 219.139 29.149 5.593.604 4.684.944 4.684.944 2.687.640 (165.414) 189.990 908.660 1.997.304 692.288 989.717 989.717 225.657 2.833.592 3.412.003 3.412.003 2.699.622 (297.429) 764.060 (578.411) 712.381 132.015 (574.070) 1.487.071 1.284.923 8.542 Variações no capital circulante Ativo circulante No fim do exercício No início do exercício Passivo circulante No fim do exercício No início do exercício Aumento (redução) no capital circulante As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 47 Relatório Anual AmBev 2002 Demonstração consolidada de fluxo de caixa Exercícios findos em 31 de dezembro Em milhares de Reais 2002 2001 1.510.313 784.568 659.506 123.714 613.872 33.907 32.908 113.557 (88.095) (21.405) 63.312 2.120.463 (1.007.183) (316.597) (403.960) (108.714) 90.463 (47.354) 13.104 54.007 (33.555) (33.077) (1.497) 281.678 (100.182) 36.252 (146.014) (13.955) 94.151 (292) (16.153) Redução (aumento) nas contas do ativo Aplicações financeiras. com vencimento acima de 90 dias Contas a receber de clientes Impostos a recuperar Estoques Depósitos judiciais Outros (368.123) 107.887 (35.596) 37.825 (51.317) 25.595 325.959 (91.504) (81.513) (187.020) (79.645) (88.865) Aumento (redução) nas contas do passivo Fornecedores Salários. participações e encargos sociais Imposto de renda, contribuição social e demais impostos Desembolsos vinculados a provisão contingencial Outros 260.631 50.559 (195.277) (34.766) 224.831 (7.705) 25.595 45.815 (107.541) 12.105 2.743.177 1.332.495 Atividades operacionais Lucro líquido do exercício Despesas (receitas) que não afetam o caixa e equivalentes Depreciação e amortização do diferido Provisão para contingências e passivos associados a questionamentos fiscais Encargos financeiros sobre provisão para contingências e passivos associados a questionamentos fiscais Provisão para perdas em estoques e ativos permanentes Juros e variações sobre plano de ações Juros e variações sobre impostos e contribuições (Ganho) perda na alienação de bens do imobilizado Variação cambial e encargos sobre financiamentos Variação cambial e ganhos não realizados sobre ativos financeiros Resultado líquido de atividades de “swap” e “forward” não realizado Benefício de imposto de renda e contribuição social diferidos Variação cambial sobre controladas no exterior que não afetam o caixa Ágio amortizado. líquido de deságio realizado Participação de acionistas minoritários Ganho de participação em controladas Geração de caixa operacional 48 Relatório Anual AmBev 2002 Demonstração consolidada de fluxo de caixa Exercícios findos em 31 de dezembro Em milhares de Reais 2002 2001 Atividades de investimento Aquisição de participações, líquido do caixa adquirido Alienação de bens do imobilizado Aquisição de bens do imobilizado Dispêndios na formação do diferido (75.525) 98.271 (522.348) (45.533) (220.118) 42.162 (446.829) (82.607) Utilização de caixa em atividades de investimento (545.135) (707.392) Atividades de financiamento Financiamentos Captação Amortização Variação no capital de minoritários Aumento de capital Venda financiada de ações Recompra de ações Pagamento de dividendos Pagamento do direito de recesso aos minoritários Prêmio de opções de compra de ações 620.137 (2.925.330) 10.501 28.966 26.184 (337.075) (335.575) 3.255.167 (1.343.877) (2.363) 80.774 (16.542) (246.668) (313.366) (242.246) 4.866 (Utilização) geração de caixa em atividades de financiamento (2.912.192) 1.175.745 Efeito de variação cambial e ganhos não realizados sobre ativos financeiros 1.007.183 100.182 293.033 1.901.030 2.476.476 2.769.509 575.446 2.476.476 293.033 1.901.030 Aumento no caixa e equivalentes Saldo inicial de caixa e equivalentes Saldo final de caixa e equivalentes Aumento no caixa e equivalentes As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 49 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 1 Contexto operacional (a) Considerações gerais A Companhia de Bebidas das Américas – AmBev (referida como “Companhia” ou “AmBev”), com sede em São Paulo, tem por objetivo, diretamente ou pela participação em outras sociedades, comerciais ou civis, no Brasil e em outros países da América Latina, a produção e comercialização de cervejas, chope, refrigerantes, outras bebidas não alcoólicas e malte. A Companhia mantém acordo de franchising com a PepsiCo International, Inc. (“PepsiCo”) para engarrafar, vender e distribuir produtos Pepsi no Brasil, incluindo o isotônico Gatorade, esse último ainda em fase de análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE. Há também acordo com a PepsiCo para engarrafamento, venda e distribuição fora do Brasil do “Guaraná Antarctica” por parte da PepsiCo. O produto já é comercializado em Portugal, Porto Rico e Espanha com base nesse acordo. A Companhia possui acordos de licenciamento com a Carlsberg A.S. e Miller Brewing Co. para produção das cervejas Carlsberg e Miller, assim como “joint venture” com a Unilever Brasil Ltda. para produção e distribuição do chá Lipton Ice Tea. A AmBev tem suas ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA e na Bolsa de Valores de Nova York – NYSE, na forma de Recibos de Depósitos Americanos – ADRs. (b) Principais atividades no Brasil em 2002 Em junho e julho de 2002, a Companhia adquiriu, por intermédio de sua controlada Companhia Brasileira de Bebidas – CBB, 11.808 ações ordinárias e 56.760 ações preferenciais da Cervejaria Astra S.A. – Astra, pelo montante de R$ 128.467, incluindo ágio de R$ 94.271, com fundamento econômico atribuído a rentabilidade futura a ser amortizado em dez anos, passando a sua participação de 65,46% para 96,73%. Em julho de 2002, a Companhia adquiriu, por intermédio da sua controlada CBB, 841.966 ações ordinárias, 15.488 ações preferenciais classe A e 446.587 ações preferenciais classe B da Cervejaria Miranda Corrêa S.A. – Miranda Corrêa, pelo montante de R$ 1,00 (um real), incluindo ágio de R$ 5.514, com fundamento econômico atribuído a rentabilidade futura a ser amortizado em dez anos, passando a sua participação de 60,79% para 99,41%. Com o aumento da participação acima descrito, a CBB passou a controlar a gestão das atividades da Miranda Corrêa, iniciando a consolidação integral dos ativos e passivos dessa empresa em julho de 2002, assim como da Astra a partir de janeiro de 2002. Em agosto de 2002, a controlada CBB restituiu capital a seus acionistas no montante de R$ 1.342.073. A parcela da Companhia no montante de R$ 1.338.275 foi restituída com a liquidação de mútuos. Adicionalmente, a Companhia aumentou o capital de sua controlada Eagle Distribuidora de Bebidas S.A. – Eagle, no montante de R$ 442.248, mediante integralização de saldo de mútuos. A Indústria de Bebidas Antarctica Polar S.A. – POLAR, resgatou a totalidade das ações de sua própria emissão em circulação no mercado em agosto de 2002, pelo montante de R$ 6.841, correspondente a 2,65% do total das ações emitidas, com a subseqüente venda da participação mantida pela AmBev e subsidiárias na POLAR para a CBB, pelo valor contábil de R$ 88.322, resultando assim na amortização integral do deságio existente sobre esse investimento no montante de R$ 14.843. (c) Principais atividades no exterior em 2002 Em janeiro de 2003, a AmBev e a Quilmes Industrial S.A. – Quinsa, anunciaram a conclusão de sua aliança estratégica. Como resultado dessa transação, a Companhia deterá 36,1% do direito de voto e 37,5% do interesse econômico da Quinsa e consolidará proporcionalmente a sua participação nessa empresa. A transação foi constituída em várias etapas: • A AmBev contribuiu com seus ativos na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Uruguai para Quinsa em troca de 26,4 milhões de ações Classe B a serem emitidas pela Quinsa; • A AmBev comprou 230,9 milhões de ações Classe A da Quinsa, detidas pelos seus controladores, por US$ 346,4 milhões; • A AmBev e a Quinsa firmaram acordos de licença e distribuição pelos quais a Quinsa produzirá e comercializará na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Uruguai as marcas de cerveja da AmBev e a AmBev importará, produzirá e comercializará no Brasil as marcas pertencentes à Quinsa. Os controladores da Quinsa possuem o direito de permutar suas 373,5 milhões de ações Classe A adicionais por ações da AmBev, em períodos especificados em cada ano a partir de abril de 2003. A AmBev também tem o direito de determinar a permuta dessas ações por ações da AmBev a partir do final do 7o. ano (a contar de abril de 2003). Em ambos os casos, o número de ações da AmBev a ser emitido para a Beverage Associates Corp. (“BAC”) será determinado com base no “EBITDA” futuro das duas companhias. 50 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 1 Contexto operacional continuação A conclusão da transação foi autorizada pelas autoridades argentinas, sujeita às seguintes restrições: Dentro de um prazo de doze meses a partir de 14 de janeiro de 2003, Quinsa e AmBev (as “Partes”) devem vender os seguintes ativos: • Para uma cervejaria independente e estrangeira, financeiramente capaz e que não produza cerveja no mercado argentino (o “Comprador”). – As marcas Bieckert e Palermo; – Transferência da licença de produção da marca Heineken. Caso a transferência desta licença seja inviável, ou seja, considerada prejudicial às Partes, a marca Imperial deve, então, ser vendida em substituição à marca Heineken; – A marca Norte, a critério do Comprador, desde que seja atingido um acordo quanto ao preço. Havendo impasse, este preço será determinado pela avaliação a ser feita por um banco de investimentos apontado pelas Partes, e cuja reputação seja internacionalmente reconhecida; – A cervejaria localizada em Lujan, Buenos Aires, onde atualmente é produzida a marca Brahma. • Para um terceiro que não o Comprador, e que não produza cerveja no mercado argentino: – A unidade de produção de malte, adjacente à unidade de produção de cerveja da marca Bieckert, localizada em Llavallol, Buenos Aires. Alternativamente, as Partes podem acordar em transferir para esse terceiro, os direitos de exploração da produção de malte nessa unidade por um período de dez anos. • Dentro de um prazo de doze meses a partir de 14 de janeiro de 2003, as Partes devem submeter documentação aos órgãos reguladores da concorrência na Argentina, evidenciando o compromisso de: – permitir ao Comprador, por um período de sete anos a partir da data da venda dos ativos mencionados acima, acesso à rede de distribuição da Quinsa na Argentina, para as marcas vendidas ao Comprador; – não induzir consumidores e clientes a comprar outros produtos em operações casadas com cerveja. – As Partes devem se comprometer com o Comprador a produzir as marcas Bieckert, Palermo e Heineken ou Imperial (conforme o caso), por um período de dois anos, a partir da data na qual estes ativos forem vendidos. A compra pela BAC e AmBev de todas as ações da Quilmes International (Bermuda) Ltd. (“QIB”) detidas anteriormente pela Heineken por um preço total de US$ 102,7 milhões. Como resultado dessa transação, a AmBev e a BAC deterão, respectivamente, 8,6% e 6,4% das ações da QIB. Em 24 outubro de 2002, a Companhia e a Central American Bottling Corporation (“CabCorp”), anunciaram a formação de uma aliança para explorar o mercado cervejeiro centro americano e caribenho. 2 Principais práticas contábeis (a) Demonstrações financeiras As demonstrações financeiras da Companhia foram elaboradas e estão apresentadas em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil, de forma condizente com as normas expedidas pela CVM. Na elaboração das demonstrações financeiras é necessário utilizar estimativas para contabilizar certos ativos, passivos e outras transações. Assim, as demonstrações financeiras incluem várias estimativas referentes à seleção de vidas-úteis do ativo imobilizado, provisões necessárias para passivos contingentes, determinação de provisão para imposto de renda e outras similares que, refletem a melhor estimativa possível, podendo apresentar variações em relação aos dados e valores reais. (b) Apuração do resultado Receitas e despesas são reconhecidas pelo regime de competência de exercícios. As receitas de vendas e os correspondentes custos são registrados na entrega dos produtos. (c) Ativos circulante e realizável a longo prazo Caixa e equivalentes, representados por valores de liquidez imediata e vencimento original de 90 dias ou menos, são apresentados ao seu valor de mercado. As aplicações financeiras, substancialmente representadas por títulos e valores mobiliários denominados em moeda estrangeira, títulos governamentais, certificados de depósito bancário e os ativos financeiros, são apresentados ao valor de custo, incluindo quando aplicável os rendimentos auferidos (“curva” dos papéis); quando necessário, é constituída provisão para redução aos valores de mercado (vide Nota 2(g)). 51 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 2 Principais práticas contábeis continuação A provisão consolidada para créditos de liquidação duvidosa, de R$ 139.427 em 31 de dezembro de 2002 (2001 – R$ 131.568), é constituída em montante considerado suficiente pela administração para cobrir as perdas prováveis na realização dos créditos. Os estoques são demonstrados ao custo médio das compras ou produção, ajustado, quando necessário, por provisão para redução aos valores de realização. Em 31 de dezembro de 2002 a provisão consolidada para redução dos estoques aos seus valores de realização totaliza a R$ 28.660 (2001 – R$ 30.598), contabilizada na conta de “Almoxarifado e outros, líquidos”. Demais ativos circulantes e do realizável a longo prazo são apresentados ao valor de custo, incluindo, quando aplicável, os rendimentos auferidos; quando necessária, é constituída provisão para redução aos valores de realização. (d) Permanente Os investimentos em sociedades controladas e em controladas em conjunto são avaliados, na controladora, pelo método da equivalência patrimonial, incluindo, na sua primeira avaliação, o desdobramento dos custos de aquisição em valor patrimonial, ágio ou deságio. O ágio em investimentos fundamentado na mais-valia do imobilizado é amortizado com base na depreciação ou realização do imobilizado da controlada, enquanto o ágio atribuído à expectativa de rentabilidade futura é amortizado no prazo de cinco até dez anos; a amortização do ágio é registrada na rubrica “Outras despesas operacionais”. O deságio em investimento, atribuído a razões econômicas diversas, somente será amortizado na eventual alienação do investimento, segundo as normas estabelecidas pela CVM. O imobilizado é demonstrado ao custo e inclui ampliação de distribuição direta, garrafas e garrafeiras, bem como os juros incorridos no financiamento da construção das principais instalações. Os gastos com manutenção e reparos são registrados em contas de despesas quando incorridos. As perdas com a quebra de garrafas e garrafeiras durante a produção são incluídos nos custos dos produtos vendidos. A depreciação é calculada pelo método linear, considerando a vida útil-econômica dos ativos, às taxas anuais mencionadas na Nota 5. A amortização do diferido é calculada pelo método linear, no prazo máximo de até dez anos, a partir da entrada em operação das atividades. (e) Conversão das demonstrações financeiras das controladas e coligadas sediadas no exterior Com exceção das controladas mencionadas no parágrafo seguinte, as demonstrações financeiras das controladas e coligadas sediadas no exterior são convertidas em reais, considerando-se a moeda local como moeda funcional. Desta forma, os seus ativos, passivos e patrimônio líquido foram convertidos em reais à taxa de câmbio vigente nas datas das demonstrações financeiras. As contas do resultado foram convertidas a cada mês pela respectiva taxa de fechamento do período. O dólar norte-americano foi considerado a moeda funcional da Malteria Pampa S.A. (“Malteria Pampa”), Malteria Uruguay S.A. (“Malteria Uruguay”) e da operação de malte da Cerveceria y Malteria Paysandu S.A. (“Cympay”), já que as suas receitas e os seus fluxos de caixa, estão atrelados substancialmente a essa moeda; dessa forma foram adotados os seguintes procedimentos de remensuração: • Estoques, imobilizado e depreciação acumulada, bem como as contas do patrimônio líquido, foram convertidos em dólares às taxas cambiais históricas e convertidos a reais, assim como os ativos e passivos monetários, às taxas de câmbio do fim do período. • A depreciação e outros custos e despesas relativos aos ativos convertidos a taxas cambiais históricas foram calculados com base nos valores dos ativos em dólares norte-americanos. As demais contas de resultado foram convertidas às taxas médias de câmbio prevalecentes no período. • Ganhos e perdas apurados na consolidação, provenientes do processo de remensuração, estão incluídos no resultado do exercício da Companhia, no grupo de “Receitas operacionais”. 52 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 2 Principais práticas contábeis continuação As demonstrações financeiras da CCBA S.A. (“CCBA”) na Argentina e da C.A. Cervecera Nacional S.A. (“CACN”) na Venezuela incluem correção monetária com base na variação de índices de preços locais (Argentina: medido pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina – INDEC, que em 2002 foi de 118%; Venezuela: medido pelo Indices de Precios al Consumidor – IPC, que em 2002 foi de 30%). O efeito total no exercício dessa correção monetária (considerando os efeitos ao resultado do exercício e ao patrimônio líquido das subsidiárias), antes dos impostos, foi de R$ 76.477 na Argentina e de R$ 28.831 na Venezuela e está creditado ao resultado consolidado do período no grupo de “Receitas operacionais”. Adicionalmente, as demonstrações financeiras das controladas e subsidiárias no exterior incluem as variações cambiais sobre ativos e passivos denominados em moeda estrangeira. Ganhos e perdas provenientes do processo de conversão também são reconhecidos no resultado do período, no grupo de “Receitas operacionais”. (f) Passivos circulante e exigível a longo prazo São demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos e variações monetárias incorridos. As contingências são registradas quando sua realização for provável, pelo valor de perda estimado pelos consultores jurídicos externos da Companhia e suas controladas. (g) Operações de “forward” e “swap” de moedas, juros e “commodities” Os saldos em aberto das operações de “forward” e “swap” de moedas, juros e “commodities” não são registrados no balanço patrimonial, porém, as perdas e ganhos líquidos não realizados dessas operações, apurados com base no valor de mercado (os ganhos são limitados ao valor calculado com base na “curva” dos instrumentos), são reconhecidos, em atendimento ao regime de competência de exercícios, na conta de “Aplicações financeiras” com contrapartida em conta de “Receitas (despesas) financeiras”. Os resultados líquidos de operações de “forward” de moedas com o propósito específico de minimizar a exposição da Companhia ao fator de risco das principais matérias-primas a serem adquiridas, denominadas em moeda estrangeira, são diferidos e reconhecidos no custo dos produtos vendidos na sua realização, permitindo a correlação do efeito dessas operações com o preço pago dessas matérias-primas. (h) Provisão para contingências e passivos associados a questionamentos fiscais A provisão para contingências é estabelecida por valores atualizados, para questões trabalhistas, tributárias, cíveis e comerciais em discussão nas instâncias administrativas e judiciais, com base nas estimativas de perdas estabelecidas pelos consultores jurídicos externos da Companhia e suas controladas, para os casos em que a perda é considerada provável. As economias de impostos, obtidas com base em decisões judiciais em ações movidas pela Companhia e suas controladas contra as autoridades tributárias, são objeto de provisionamento até que sejam asseguradas por decisão em última instância em favor da Companhia e suas controladas. (i) Subvenção para investimentos As controladas da Companhia possuem programas de incentivos fiscais estaduais na forma de diferimento do pagamento de impostos, com reduções parciais ou totais dos mesmos. Em alguns Estados os prazos de carência e as reduções não são condicionais. Todavia, quando existentes, as condições referem-se a fatos sob controle da Companhia. O benefício relativo à redução no pagamento desses impostos é tratado como reserva para subvenção de investimentos e registrado no patrimônio líquido das controladas, observado o regime de competência de registro desses impostos, ou no momento em que as controladas cumprem com as principais obrigações fixadas nos programas estaduais, de forma a ter o benefício concedido. Nas demonstrações financeiras consolidadas da Companhia esse benefício é registrado como “Outras receitas operacionais” (2002 – R$ 151.932; 2001 – R$ 95.984). 53 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 2 Principais práticas contábeis continuação (j) Impostos sobre a renda O imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido são calculados às alíquotas estabelecidas na legislação aplicável. O encargo referente ao imposto de renda e à contribuição social é registrado em regime de competência de exercícios, incluindo o imposto diferido calculado sobre as diferenças entre as bases contábeis e tributáveis de ativos e passivos. É também registrado imposto de renda diferido ativo correspondente ao benefício tributário futuro de prejuízos fiscais e bases negativas de cálculo para as controladas em que haja expectativa de realização provável desses benefícios, no prazo máximo de dez anos, baseado em projeções de resultados futuros, descontados ao seu valor presente, atendendo às disposições da Deliberação CVM no. 273/98 e Instrução CVM no. 371/02. (k) Benefícios a empregados Conforme estabelecido pelas Normas e Procedimentos de Contabilidade – NPC no. 26 – “Contabilização de Benefícios a Empregados”, emitidas pelo IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil e aprovadas pela Deliberação CVM no. 371 de dezembro de 2000, a Companhia reconhece ativos e passivos atuariais relacionados a benefícios pagos a empregados. Em decorrência das disposições acima descritas, a Companhia registrou diretamente no patrimônio líquido de sua controlada CBB, em 31 de dezembro de 2001, provisão líquida para benefícios no valor de R$ 56.458. (l) Demonstrações financeiras consolidadas Para as empresas controladas pela Companhia foi consolidada a totalidade de seus ativos, passivos e resultados, sendo destacadas as participações dos acionistas minoritários no patrimônio líquido e no resultado dos exercícios das controladas. Na consolidação foram eliminados os investimentos nas controladas e a parcela correspondente dos seus patrimônios líquidos, assim como os saldos ativos e passivos, bem como as receitas e despesas, decorrentes de transações realizadas entre as empresas consolidadas. As demonstrações financeiras consolidadas abrangem as demonstrações financeiras, em datas coincidentes, das sociedades controladas pela Companhia, direta ou indiretamente. A AmBev e a Souza Cruz S.A. constituíram a empresa Agrega Inteligência em Compras Ltda. – Agrega, na qual a Companhia participa com 50%, para administrar o processo de aquisição de materiais indiretos e de serviços por meio de um portal “B2B – Business to Business” na Internet. Para essa empresa controlada em conjunto, mediante acordo de acionistas, a consolidação incorpora as contas de ativo, passivo e resultado proporcionalmente à participação total detida pela Companhia no seu capital social. Os ativos da Agrega consolidados proporcionalmente totalizam R$ 1.401 em 31 de dezembro de 2002 (2001 – R$ 1.385). (m) Transações com partes relacionadas As transações com partes relacionadas envolvem, entre outras operações, a compra e a venda de matérias-primas como malte, rótulo, rolhas e produtos acabados diversos, eliminadas nas demonstrações financeiras consolidadas da Companhia, com exceção da parcela não consolidada das operações com empresas controladas em conjunto (contabilização com base no critério de consolidação proporcional) e partes relacionadas. Os contratos de mútuo firmados entre as empresas do grupo têm prazo de vencimento indeterminado e estão sujeitos a encargos financeiros equivalentes aos obtidos nas captações de recursos financeiros da Companhia e controladas no mercado, consolidados com base nos mesmos critérios acima descritos. (n) Reclassificações O saldo em aberto de ganho e perdas não realizados sobre operações com instrumentos derivativos em 31 de dezembro de 2001 foi reclassificado de Caixa e Equivalentes e outros ativos para conta de aplicações financeiras, com o objetivo de adequação à apresentação de 2002. 54 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 3 Estoques Consolidado Produtos acabados Produtos em elaboração Matérias-primas Materiais de produção Vasilhames e garrafeiras Almoxarifado e outros. líquidos 4 2002 2001 157.778 50.786 425.321 118.958 22.271 84.587 158.681 50.085 379.043 109.939 26.506 82.425 859.701 806.679 Outros ativos Controladora Ativo circulante Demais contas a receber Despesas antecipadas Adiantamentos a fornecedores e outros Dividendos a receber Contas a receber de sociedades ligadas Realizável a longo prazo Outros impostos e taxas a recuperar Despesas antecipadas Demais contas a receber Excesso de ativos – Instituto AmBev Contas a receber de sociedades ligadas 55 Relatório Anual AmBev 2002 Consolidated 2002 2001 2002 2001 287 3.040 89.081 40.070 10.616 109.673 50.577 15.341 1.191 146.701 6.025 6.312 149.741 139.767 176.782 77.985 78.146 340.741 51.146 30.863 21.574 332.984 61.345 46.185 20.792 35.075 77.985 78.146 444.324 496.381 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 5 Imobilizado Consolidado Custo Terrenos Prédios e construções Máquinas e equipamentos Bens móveis de uso externo Outros imobilizados e intangíveis Imobilizado em andamento Depreciação acumulada 2002 2001 147.129 1.895.040 4.407.065 622.291 507.149 218.218 154.360 1.887.088 3.655.179 601.898 395.593 227.207 7.796.892 6.921.325 (4.507.788) (3.643.580) 3.289.104 3.277.745 Taxas percentuais anuais de depreciação 4 10 a 20 10 a 20 4 a 20 As sociedades controladas mantêm bens imóveis destinados à venda, em 31 de dezembro de 2002, no valor residual de R$ 121.549 (31 de dezembro de 2001 – R$ 104.524), que estão classificados no realizável a longo prazo, já deduzido da provisão para perda potencial na realização, no montante de R$ 55.861 (31 de dezembro de 2001 – R$ 43.892). Durante o ano de 2002, as controladas da Companhia realizaram o processo de desmobilização de máquinas, equipamentos e outros ativos fora de uso. Em conseqüência desse processo, a Companhia reconheceu nas demonstrações financeiras consolidadas uma perda no montante de R$ 6.517 em “Receitas (despesas) não operacionais”, com geração de caixa líquido de R$ 5.384 provenientes da alienação e sucateamento desses itens. 6 Diferido Consolidado Custo Pré-operacionais Gastos com implantação e ampliação Outros Amortização acumulada 56 Relatório Anual AmBev 2002 2002 2001 247.307 214.073 132.865 245.359 189.540 81.410 594.245 516.309 (438.806) (347.519) 155.439 168.790 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 7 Participação em sociedades controladas diretas (a) Movimentação da participação em sociedades controladas diretas, incluindo ágio e deságio Descrição Saldo em 31 de dezembro de 2000 Aquisição de investimento Deságio apurado na incorporação de ações Dividendos recebidos e a receber Incorporação de IBANN pela AmBev Redução de capital com cessão de ações e créditos Aumento de capital Equivalência patrimonial Amortização do ágio CBB (i) Agrega Eagle Hohneck (ii) Polar 3.364.788 113.235 IBANN (iii) 3.364.788 564.498 677.733 (14.843) (308.582) (577.883) (1.530.783) 532.338 905.420 (84.737) Saldo em 31 de dezembro de 2001 Aquisição de investimento Alienação de investimento Dividendos recebidos e a receber Efeito reflexo da implementação da NPC 26 Aumento (redução) de capital com cessão de créditos Equivalência patrimonial Amortização do (ágio) deságio 2.878.444 (1.338.275) (240.883) (84.738) Saldo em 31 de dezembro de 2002 1.158.249 (iv) 2.699 (1.883) 955.368 347.000 (12.438) 12.640 816 1.289.930 111.032 333 (88.322) (44.346) (56.299) Total 13.385 (14.843) (308.582) (577.883) (575.415) 882.037 917.124 (84.737) 4.280.222 333 (88.322) (44.346) (56.299) 1.810 442.248 (2.083) 1.483.388 215.456 543 3.215.566 215.456 6.460 14.843 (894.217) 1.462.338 (69.895) 4.589.814 (i) Brahma incorporada na CBB em 31 de março de 2000. (ii) Sediada no exterior. (iii) Indústria de Bebidas Antarctica do Norte e Nordeste S.A. – IBANN. (iv) Saldo composto pelos montantes de ágio líquido de amortização em R$ 553.666, de deságio a amortizar em R$ 149.946 e de investimento avaliado pelo método de equivalência patrimonial em R$ 754.529. 57 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 7 Participação em sociedades controladas diretas continuação (b) Ágio e deságio Controladora Ágio CBB – fundamentado em: Expectativa de rentabilidade futura Mais-valia do imobilizado Consolidado 2002 2001 2002 2001 702.760 144.579 702.760 144.579 702.760 144.579 702.760 144.579 847.339 847.339 847.339 847.339 123.211 34.177 33.891 28.101 19.001 16.922 5.514 28.940 34.177 33.891 28.101 19.001 16.922 Astra Cympay Pilcomayo Malteria Pampa Salus Patí do Alferes Miranda Corrêa Total de ágio 847.339 847.339 1.108.156 1.008.371 Amortização acumulada (293.673) (208.935) (331.316) (226.008) Total de ágio, líquido 553.666 638.404 776.840 782.363 Deságio CBB Polar (149.946) (149.946) (14.843) (149.946) (149.946) (14.843) Total de deságio (149.946) (164.789) (149.946) (164.789) Deságio (ágio, líquido) 403.720 473.615 626.894 617.574 58 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 7 Participação em sociedades controladas diretas continuação (c) Informações sobre sociedades controladas diretas Em 31 de dezembro de 2002 Descrição CBB Agrega Eagle Hohneck 3.442.186 6.073.132 1.375 276 10.000 9.515.318 1.375 276 10.000 99,5 100,0 99,7 50,0 50,0 99,9 99,9 100,0 100,0 Patrimônio líquido ajustado 756.666 1.085 3.217.810 215.456 Lucro líquido (prejuízo) ajustado (334.370) (4.169) 1.484.731 363.027 Quantidade de ações/cotas possuídas – em milhares Ações ordinárias/cotas Ações preferenciais Total de ações/cotas Percentual de participação direta no capital social Em relação às ações preferenciais Em relação às ações ordinárias/cotas Em relação ao total de ações/cotas Informações sobre as demonstrações financeiras das controladas diretas: Em 31 de dezembro de 2001 Descrição Quantidade de ações/cotas possuídas – em milhares Ações ordinárias/cotas Ações preferenciais Total de ações/cotas Percentual de participação direta no capital social Em relação às ações preferenciais Em relação às ações ordinárias/cotas Em relação ao total de ações/cotas Informações sobre as demonstrações financeiras das controladas diretas: Patrimônio líquido ajustado (passivo a descoberto) Lucro líquido (prejuízo) ajustado 59 Relatório Anual AmBev 2002 CBB Agrega Eagle Hohneck Polar 3.442.186 6.073.132 1.375 158 10.000 13.117 22.000 9.515.318 1.375 158 10.000 35.117 99,5 100,0 99,7 50,0 50,0 99,9 99,9 100,0 100,0 87,2 19,4 37,8 2.396.755 1.635 1.290.831 (147.570) 333.002 615.868 (3.766) 441.658 (28.052) 45.341 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 7 Participação em sociedades controladas diretas continuação (d) Principais participações indiretas relevantes em sociedades controladas Percentual total de participação indireta Denominação da empresa Brasil ANEP – Antarctica Empreendimentos e Participações Ltda. Indústria de Bebidas Antartica do Sudeste S.A. CRBS S.A. Cervejaria Astra S.A. Indústria de Bebidas Antarctica Polar S.A. 2002 2001 100,0 98,8 99,8 96,7 100,0 98,8 99,8 96,9 Exterior Jalua Spain S.A. Monthiers S.A.(*) CCBP S.A. CCBA S.A. C.A. Cervecera Nacional S.A. 100,0 100,0 100,0 70,0 50,2 100,0 100,0 100,0 70,0 50,2 (*) Subsidiária integral da Jalua Spain S.A. 8 Empréstimos e financiamentos – consolidado Circulante Modalidade/finalidade Encargos financeiros ao ano Moeda local Incentivos fiscais de ICMS 1,82% Investimentos 2.93% acima no permanente da TJLP Outros Moeda estrangeira Empréstimo sindicalizado 2.4% acima da LIBOR trimestral “Bonds” 10.7% Outros (*) 139.56% Importação de matéria-prima 6.12% Aquisição de equipamentos 8.86% Vencimento final 2002 2001 2002 2001 31.362 25.034 310.651 235.305 237.721 216.820 29.131 408.294 535.665 269.083 270.985 718.945 770.970 Agosto de 2004 Dezembro de 2011 Abril de 2005 7.062 9.240 63.438 3.016 4.379 223.530 1.150.760 1.766.650 1.251 691.710 1.160.200 71.258 Dezembro de 2010 Janeiro de 2009 207.607 50.948 1.141.943 76.136 81.505 160.168 36.509 118.706 338.295 1.449.004 3.160.334 2.078.383 607.378 1.719.989 3.879.279 2.849.353 Janeiro de 2012 Dezembro de 2008 (*) Incluem nesta rubrica financiamentos (incluindo juros) atrelados às moedas locais da Argentina e da Venezuela. Abreviaturas utilizadas: • TJLP – Taxa de Juros a Longo Prazo • LIBOR – “London Interbank Offered Rate” • ICMS – Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 60 Relatório Anual AmBev 2002 Longo prazo Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 8 Empréstimos e financiamentos – consolidado continuação (a) Garantias Os empréstimos e financiamentos tomados para ampliação, construção de fábricas e aquisição de equipamentos estão garantidos por hipoteca dos imóveis das fábricas e alienação fiduciária de equipamentos. Os empréstimos para compra de matéria-prima, substancialmente malte, empréstimo sindicalizado e emissão de dívida no mercado internacional, estão garantidos por avais das empresas do grupo AmBev. (b) Vencimentos Em 31 de dezembro de 2002, os financiamentos a longo prazo vencem como segue: 2004 2005 2006 2007 2008 Anos subseqüentes. 2009 a 2011 1.459.955 239.223 172.100 131.033 61.714 1.815.254 3.879.279 (c) Incentivos fiscais de ICMS Descrição Saldo de curto e longo prazos Financiamentos Diferimento de impostos sobre vendas 2002 2001 342.013 460.986 260.339 486.469 802.999 746.808 Os financiamentos referem-se a programas oferecidos por determinados Estados, pelos quais o pagamento de uma porcentagem do ICMS devido é financiado pelo agente financeiro do Estado, geralmente por cinco anos a partir da data do vencimento. O montante de R$ 460.986 de “Diferimento de impostos sobre vendas” contém parcela circulante de R$ 154.095 classificada na rubrica de “Demais tributos e contribuições a recolher”. Os valores restantes referem-se a diferimento financiado do ICMS devido, por prazos de até dez anos, como parte de programas de incentivo à indústria. As porcentagens diferidas podem ser fixas ao longo do programa ou variar progressivamente, desde 75% no primeiro ano a 40% no último ano, sendo os valores diferidos indexados parcialmente por 60% até 80% de um índice geral de preços. (d) Empréstimo sindicalizado O empréstimo sindicalizado em ienes é garantido por avais da AmBev e controladas. Em 31 de dezembro de 2002, pela operação de “swap” de LIBOR, esse financiamento está indexado a juros prefixados de 5,95% ao ano. (e) Emissão de dívida no mercado internacional Em dezembro de 2001, com garantia oferecida pela AmBev, a CBB efetuou emissão de títulos de dívida externa (“Bonds”) no montante equivalente a US$ 500 milhões. Sobre esses “Bonds” incidem juros de 10,7% ao ano, amortizados semestralmente a partir de junho de 2002, e com vencimento final em dezembro de 2011. A Companhia registrou esses “Bonds” em 4 de outubro de 2002 na “Securities and Exchange Commission – SEC”. Tal registro eliminou o acréscimo de 0,5% ao ano na taxa de juros inicial conforme previsto em contrato. (f) Cláusulas contratuais A Companhia encontra-se adimplente quanto aos índices de endividamento e liquidez compromissados em decorrência da obtenção dos empréstimos em (d) e (e) acima. 61 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 9 Passivos associados a questionamentos fiscais e provisões para contingências Consolidado Programa de Integração Social – PIS e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS ICMS e Imposto sobre Produto Industrializado – IPI Imposto de renda e contribuição social Processos trabalhistas Processos de distribuidores Outros 2002 2001 260.304 458.071 66.693 131.465 18.720 79.695 119.700 472.917 40.769 108.298 30.012 43.791 1.014.948 815.487 A Companhia e suas controladas possuem ainda em andamento outros processos da mesma natureza cuja materialização, na avaliação dos consultores jurídicos, é possível, mas não provável, no valor aproximado de R$ 976.000. Natureza dos principais passivos associados a questionamentos ficais e provisões para contingências: (a) ICMS e IPI Provisão relacionada principalmente a questionamentos fiscais sobre créditos presumidos do IPI à alíquota zero e à tomada de créditos extemporâneos de ICMS sobre aquisições de bens para o imobilizado realizadas anteriormente a 1996. (b) PIS e COFINS A Companhia possui liminar, obtida no primeiro trimestre de 1999, que lhe garantiu até dezembro de 2002 o direito de recolher o PIS e a COFINS sobre o faturamento, desonerando-a do recolhimento desses tributos sobre outras receitas. Em 31 de dezembro de 2002 a provisão refere-se principalmente aos valores que deixaram de ser recolhidos sob a proteção dessa liminar. No entanto, com o advento da Lei no. 10.637 de 31 de dezembro de 2002, a qual estabeleceu novas regras para a apuração do PIS, com efeitos a partir de 1o. de dezembro de 2002, a Companhia passou a proceder ao recolhimento dessa contribuição, inclusive sobre outras receitas. (c) Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido A provisão decorre substancialmente da tomada de dedutibilidade dos juros sobre capital próprio na base da contribuição social sobre o lucro líquido no ano de 1996. (d) Processos trabalhistas Provisão relacionada a reclamações de ex-empregados. Em 31 de dezembro de 2002, os depósitos judiciais vinculados aos processos trabalhistas efetuados pela Companhia, atualizados conforme índices oficiais, totalizam R$ 74.733 (2001 – R$ 53.567). (e) Processos de distribuidores São decorrentes, principalmente, de rescisões de contratos entre controladas da Companhia e certos distribuidores, em virtude da reestruturação efetuada em sua rede de distribuição, assim como em alguns casos, do não-cumprimento, por parte dos distribuidores, das diretrizes da Companhia. (f) Outras provisões Decorrem de processos relacionados, substancialmente, a questões ligadas ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, a produtos e a fornecedores. 62 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 10 Outros passivos Controladora Passivo circulante Dividendos a pagar Participações a empregados e administradores Demais contas a pagar Contas a pagar a sociedades ligadas Exigível a longo prazo Provisão para benefícios de assistência médica e outros Imposto de renda e contribuição social diferidos Demais contas a pagar Fornecedores Provisão para perda referente ao passivo a descoberto de sociedade controlada Aporte à Fundação Zerrenner Consolidado 2002 2001 2002 2001 345.003 15.590 41 329.555 177.392 182.593 76.570 46.382 770.390 345.709 134.582 126.595 76.762 690.189 947.782 683.648 305.545 53.428 25.693 29.403 29.381 55.558 31.579 7.884 633 147.570 56.987 147.570 137.905 152.641 11 Programas sociais (a) Instituto AmBev de Previdência Privada – Instituto AmBev A CBB e suas controladas possuem dois planos de benefícios previdenciários: um no modelo de contribuição definida (aberto a nova adesões) e outro no modelo de benefício definido (fechado para novas adesões desde maio de 1998), existindo a possibilidade de migração do plano de beneficio definido para o plano de contribuição definida. Esses planos são custeados pelos participantes e patrocinadora e administrados pelo Instituto AmBev, objetivando, principalmente, complementar os benefícios de aposentadoria de seus empregados e administradores. No exercício findo em 31 de dezembro de 2002, a Companhia e suas controladas contribuíram com R$ 4.181 (2001 – R$ 805) ao Instituto AmBev. Com base no relatório do atuário independente, a posição dos planos do Instituto AmBev em 31 de dezembro é a seguinte: 2002 2001 Valor justo dos ativos Valor presente da obrigação atuarial 458.718 (325.557) 417.545 (272.787) Excesso de ativos – Instituto AmBev 133.161 144.758 Tal ativo foi reconhecido contabilmente pela Companhia, no limite da realização considerada provável nas circunstâncias atuais, no montante de R$ 21.574 (2001 – R$ 20.792) na conta “Excesso de ativos – Instituto AmBev”. 63 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 11 Programas sociais continuação (b) Benefícios de assistência médica e outros providos diretamente pela CBB A CBB provê diretamente benefícios de assistência médica, reembolso de gastos com medicamentos e outros para aposentados. A respectiva provisão em 31 de dezembro de 2002, no montante de R$ 53.428 (2001 – R$ 55.558), conforme apurado por atuário independente, foi reconhecida integralmente nas demonstrações financeiras da Companhia na conta “Provisão para benefícios a empregados”. Movimentação da provisão de benefícios a empregados: Saldo em 31 de dezembro de 2001 Contribuição da patrocinadora Atualização do cálculo atuarial 55.558 (5.510) 3.380 Saldo em 31 de dezembro de 2002 53.428 (c) Fundação Antônio e Helena Zerrenner Instituição Nacional de Beneficência – Fundação Zerrenner A Fundação Zerrenner tem entre as suas principais finalidades proporcionar a funcionários e administradores das patrocinadoras assistência médico-hospitalar e dentária, auxiliar em cursos profissionalizantes ou superiores, manter estabelecimentos para auxílio e assistência a idosos, entre outros, por meio de ações diretas ou mediante convênios de auxílios financeiros a quaisquer entidades. O passivo atuarial referente aos benefícios providos pela Fundação Zerrenner no montante de R$ 76.762 em 31 de dezembro de 2002 (2001 – R$ 61.487), conforme cálculo apurado por atuário independente, foi integralmente compensado por mesmo montante de ativos existentes na Fundação Zerrenner na mesma data, sendo que o excesso de saldo de ativos não foi reconhecido pela Companhia em suas demonstrações financeiras, conforme previsto pela NPC 26. A movimentação do passivo atuarial da Fundação Zerrenner foi como segue: Saldo em 31 de dezembro de 2001 Participação estatutária Atualização do cálculo atuarial 61.487 12.775 2.500 Saldo em 31 de dezembro de 2002 76.762 (d) Premissas atuariais As premissas adotadas pelo atuário independente nos cálculos de obrigação atuarial foram as seguintes: Percentual anual Taxa de desconto Taxa de retorno esperado dos ativos Crescimento do componente de remuneração Crescimento dos custos dos serviços médicos 64 Relatório Anual AmBev 2002 2002 2001 14,48 18,00 11,24 11,24 8,12 8,12 5,10 7,10 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 12 Patrimônio líquido (a) Capital social subscrito e integralizado Em 31 de dezembro de 2002, o capital social da Companhia, no montante de R$ 3.046.244 (2001 – R$ 2.944.288), é representado por 38.620.730 mil ações (2001 – 39.741.398 mil), sendo 15.795.903 mil ações ordinárias (2001 – 16.073.049 mil) e 22.824.827 mil ações preferenciais (2001 – 23.668.349 mil), todas nominativas e sem valor nominal. Em abril de 2002, a Companhia deliberou pelo cancelamento de 1.504.743 ações de sua emissão sendo 277.146 ordinárias e 1.227.597 preferenciais sem diminuição do capital social. Adicionalmente, a Companhia deliberou aumentar o capital social em R$ 101.956, mediante subscrição privada de 384.075 mil ações preferenciais, sem valor nominal, já integralizadas, exclusivamente para atender ao disposto no Plano de Opção de Compra de Ações. (b) Bônus de subscrição de ações A Companhia possui em circulação 404.930 mil bônus de subscrição de ações, sendo 142.039 mil para subscrição de ações ordinárias e 262.891 mil para ações preferenciais, que darão direito à subscrição de ações da AmBev, na proporção de cinco ações para cada bônus, respeitada a espécie de ações. O exercício do direito à subscrição ocorrerá em abril de 2003. Segundo o entendimento da Companhia, o preço de subscrição das ações deverá ser apurado com base no preço original de subscrição de R$ 200 por lote de mil ações, ajustado na forma estabelecida no edital de emissão, com atualização de acordo com a variação do IGP-M, acrescido de juros de 12% ao ano, calculado “pro rata temporis”, reduzido pelo montante de dividendos pagos. Na hipótese de haverem subscrições públicas ou privadas a preços inferiores ao preço (teórico) de subscrição do bônus, o mesmo seria ajustado para igualar-se a tal preço de subscrição e todas as correções e ajustes subseqüentes partiriam desse novo patamar. Essa determinação, teve por objetivo fazer com que eventuais emissões de novas ações, em patamares de preço inferiores ao preço de subscrição do bônus, beneficiassem também os titulares dos mesmos, como é usual no caso das emissões de debêntures conversíveis. Através de ofício recebido ao final do dia 1o. de novembro próximo passado, a AmBev foi informada pela CVM que a Procuradoria Jurídica da autarquia entendia diversamente a matéria, considerando aplicável, na determinação do preço de emissão dos bônus de subscrição, o preço das subscrições realizadas, de 1996 a 2003, no âmbito restrito do Plano de Opção de Compra de Ações da Companhia. A AmBev entende, respeitosamente, que essa interpretação da Procuradoria Jurídica da CVM é equivocada, e pretende continuar a questioná-la das formas legalmente admissíveis, com base no entendimento de seus consultores jurídicos, sempre com vistas – acima de tudo – ao tratamento equilibrado dos interesses antagônicos dos titulares de bônus de subscrição e dos acionistas em geral, que não cabe à própria Companhia arbitrar de forma vinculativa, mas pelos quais deve e tem permanentemente zelado. (c) Destinações do lucro do exercício O estatuto social da Companhia prevê a seguinte destinação do lucro líquido do exercício, após as deduções previstas em lei: • 27,5% para pagamento de dividendos obrigatórios a todos os seus acionistas. Consoante determinação legal, as ações preferenciais fazem jus a um dividendo 10% superior ao das ações ordinárias. • Importância não inferior a 5% e não superior a 68,8% do lucro líquido, para a constituição de reserva de investimentos, com a finalidade de financiar a expansão das atividades da Companhia e de suas empresas controladas, inclusive pela subscrição de aumentos de capital ou criação de novos empreendimentos. Essa reserva está consubstanciada em orçamento de capital aprovado pelo Conselho de Administração. • Constituição de reserva para futuro aumento de capital com o saldo remanescente do lucro líquido do exercício. • Distribuição aos funcionários de até 10% do lucro líquido do exercício, com base em critérios predeterminados. Aos diretores é atribuída uma participação de 5% do lucro líquido, limitada ao montante equivalente a sua remuneração anual, prevalecendo sempre o menor desses dois valores. A participação nos lucros está condicionada a que sejam atingidas metas coletivas e individuais previamente fixadas pelo Conselho de Administração no início do exercício. 65 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 12 Patrimônio líquido continuação (d) Dividendos propostos Cálculo do percentual dos dividendos aprovados pelo Conselho de Administração sobre o lucro líquido do exercícios findos em 31 de dezembro: 2002 2001 Lucro líquido do exercício Constituição da reserva legal (5%) 1.510.313 (75.516) 784.568 (39.228) Base de cálculo dos dividendos 1.434.797 745.340 Dividendos antecipados Dividendos complementares IRRF incidente sobre os dividendos sob a forma de juros sobre o capital próprio 160.883 (i) 341.446 284.609 52.000 (42.691) Total dos dividendos propostos. líquido de IRRF 502.329 293.918 35,01 39,43 Ordinárias 12,40 7,17 Preferenciais 13,64 7,89 Percentual dos dividendos sobre a base de cálculo – % Dividendos propostos e aprovados por lote de mil ações em circulação (excluídas as ações em tesouraria) no fim do exercício – R$ (i) Em setembro de 2002, o Conselho de Administração da Companhia aprovou a distribuição antecipada de dividendos, à razão de R$ 3,97 por lote de mil ações ordinárias e R$ 4,36 por lote de mil ações preferenciais, sem retenção do imposto de renda na fonte, na forma da legislação em vigor, cujo início dos pagamentos ocorreu em 25 de novembro de 2002, com base na posição acionária de 25 de outubro de 2002. (e) Conciliação entre o patrimônio líquido da Companhia e o patrimônio líquido consolidado em 31 de dezembro de 2002 Patrimônio líquido da controladora Ações em tesouraria adquiridas pela controlada CBB 4.232.166 (102.519) Total do patrimônio líquido consolidado 4.129.647 66 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 12 Patrimônio líquido continuação (f) Ações em tesouraria O Conselho de Administração da Companhia tem sucessivamente aprovado a aplicação de recursos na aquisição de ações de sua própria emissão, ficando a Companhia autorizada, durante prazos renováveis de até 90 dias, a adquirir ações dentro de limites estabelecidos. Em 31 de dezembro de 2002, a Companhia mantém ações em tesouraria no montante total de R$ 78.027 (2001 – R$ 397.888). Movimentação das ações em tesouraria: Descrição Quantidade Ordinárias Saldo em 31 de dezembro de 2001 Aquisições/recompras Cancelamentos 227.961 89.585 (277.146) Saldo em 31 de dezembro de 2002 40.400 Preferenciais Saldo em 31 de dezembro de 2001 Aquisições/recompras Cancelamentos 701.826 701.285 (1.281.323) Saldo em 31 de dezembro de 2002 121.788 Em janeiro de 2003, a Companhia lançou novo programa de aquisição de ações ordinárias e preferenciais de sua emissão, no montante de R$ 200.000, em conformidade com a Instrução no. 10/80 da CVM. Durante os próximos 90 dias a Companhia poderá recomprar até 7,21% das ações ordinárias e 8,71% das ações preferenciais em circulação em cada classe. Em 31 de dezembro de 2002, a CBB possui 50.005 mil ações ordinárias e 150.791 mil ações preferenciais (2001 – 50.005 mil ações ordinárias e 150.470 mil ações preferenciais) de emissão da Companhia no montante de R$ 102.519 (2001 – R$ 101.553). 67 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 13 Plano de opção de compra de ações (a) Plano de opção de compra de ações – Plano A AmBev tem um plano de aquisição de ações por parte dos funcionários qualificados, visando alinhar os interesses dos acionistas e executivos. Conforme definido no estatuto, o Plano é administrado por um comitê composto de membros não executivos da Companhia. Esse comitê cria, periodicamente, programas de opção de compra de ações, ordinárias ou preferenciais, definindo os termos e as categorias dos funcionários a serem beneficiados, e estabelece o preço pelo qual as opções serão exercidas. Esse preço não poderá ser menor do que 90% do preço médio das ações negociadas na BOVESPA nos três dias úteis anteriores à data da concessão das opções, indexado pela inflação até o exercício destas. O número de opções concedidas em cada exercício não pode exceder 5% do número total de ações de cada espécie naquela data (0,03% e 1,30% em 2002 e 2001, respectivamente). Quando do exercício das opções, a Companhia tem a faculdade de emitir novas ações, ou utilizar eventuais saldos de ações existentes em tesouraria. As opções de ações concedidas não possuem data final para exercício. Na hipótese de término da relação de emprego, as opções se extinguem; quanto às ações adquiridas pelo empregado, a Companhia tem o direito de recomprá-las por preço igual: • ao preço pago pelo funcionário, corrigido pela inflação, na hipótese da venda das ações, se este vender as ações durante os primeiros trinta meses após o exercício da opção; • a 50% do lote ao preço pago, corrigido pela inflação e os demais 50% do lote a preço de mercado, caso o funcionário venha a vender as ações depois dos primeiros trinta meses, mas antes do sexagésimo mês após o exercício da opção; • ao preço de mercado, caso a venda venha ocorrer sessenta meses após o exercício da opção. O beneficiário da opção que não utilizar pelo menos 70% do valor da participação nos lucros – PL anual a ele atribuída, líquido do imposto de renda e outros encargos incidentes, na subscrição de ações, terá a quantidade de ações, objeto da opção, reduzida pelo mesmo número de ações que poderia ter subscrito, com o valor correspondente à diferença entre tal percentual do PL e o valor efetivamente subscrito, salvo se já houver subscrito com recursos próprios anteriormente. A Companhia pode financiar as compras de ações de acordo com as normas estabelecidas no Plano. Os financiamentos normalmente não ultrapassam quatro anos e consideram juros anuais de 8% acima de um índice geral de preços designado. Os financiamentos são garantidos pela ação emitida por ocasião do exercício da opção. Em 31 de dezembro de 2002, o saldo em aberto desses financiamentos totaliza R$ 324.784 (2001 – R$ 215.248). O resumo da movimentação das opções de compra de ações para os exercícios findos em 31 de dezembro é o seguinte: Opções de compra de ações – em milhares 2002 2001 Saldo de opções de compra de ações exercíveis no início do exercício 1.031.221 1.241.355 Movimentação ocorrida durante o exercício Exercidas Canceladas Concedidas (384.074) (16.847) 10.500 (569.108) (140.776) 499.750 Saldo de opções de compra de ações exercíveis ao final do exercício 640.800 1.031.221 (b) Prêmio na colocação de opções para recompra de ações próprias No inicio de 2002, a Companhia efetuou a recompra das ações emitidas em dezembro de 2001 em decorrência do exercício das opções para compra de ações de emissão própria, pelo valor total de R$ 89.099, ao preço médio por lote de mil ações de R$ 472.98. O prêmio líquido recebido em 2001 na colocação dessas opções foi de R$ 4.866, reconhecido como reserva de capital no patrimônio líquido. 68 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 14 Tesouraria (a) Considerações gerais Parte substancial dos financiamentos da Companhia é denominada em moeda estrangeira, assim como exigíveis com fornecedores. Adicionalmente, a Companhia mantém ativos no Mercado Comum do Cone Sul – Mercosul, na Venezuela e na América Central, que representam em 31 de dezembro de 2002 aproximadamente 27% e 5% dos ativos e das vendas consolidadas, respectivamente. A Companhia e suas controladas mantêm determinados valores de caixa e equivalentes em moedas estrangeira, assim como realizam operações de “swap” de moedas, juros e “commodities” e operações de “forward” de moeda, com o objetivo de proteger-se dos efeitos de variações das taxas de câmbio sobre a exposição consolidada em moedas estrangeiras, de flutuações em taxas de juros e das oscilações dos preços de matérias-primas, principalmente o alumínio. (b) Instrumentos derivativos Montante nominal em aberto dos derivativos em 31 de dezembro de 2002: Descrição Montante nominal em aberto “Hedge” de moedas Yen/R$ US$/R$ 1.059.723 2.300.012 “Hedge” de juros LIBOR flutuante/LIBOR fixa CDI x Pré 1.277.366 (42.144) “Hedge” de “commodities” (custo variável e moedas) Açúcar Alumínio Total 181 166.364 4.761.502 • Ganhos e perdas não realizados Ganhos e perdas não realizados representam o valor atual a receber (pagar) caso todas as operações fossem liquidadas em 31 de dezembro com base no valor provável de mercado. Em 31 de dezembro de 2002, o saldo de ganhos (perdas) não realizados em operações de derivativos, reconhecido na conta de “Aplicações financeiras” com contrapartida em conta de “Receitas (despesas) financeiras” totaliza R$ 240.329 (2001 – perda de R$ 35.795). • “Hedge” de moedas e taxa de juros Os valores contábeis desses instrumentos financeiros estão atualizados conforme estabelecido na cotação praticada nos correspondentes mercados em 31 de dezembro de 2002. • “Hedge” de “commodities” e moedas Os valores contábeis desses instrumentos financeiros estão atualizados a valor de mercado, sendo que durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2002 o montante de R$ 4.916, decorrente dos resultados líquidos positivos dessas operações com o propósito específico de minimizar a exposição da Companhia a flutuação de moeda estrangeira e preços de matérias-primas a serem adquiridas, foi diferido, sendo que será reconhecido no resultado quando houver a venda do produto acabado correspondente. Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2002, o montante de R$ 345.649, referente ao resultado líquido positivo dessas operações, foi reconhecido a credito do resultado, na linha de custos dos produtos vendidos. Adicionalmente, foram reconhecidos a crédito nas despesas administrativas e comerciais os montantes de R$ 11.847 e R$ 14.153, respectivamente, como contrapartida do impacto cambial sobre as despesas indexadas a moeda estrangeira. 69 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 14 Tesouraria continuação (c) Concentração de risco de crédito Parte substancial das vendas da Companhia é feita a distribuidores dentro de uma ampla rede de distribuição. O risco de crédito é reduzido em virtude da grande carteira de clientes e dos procedimentos de controle que monitoram esse risco. Historicamente, as controladas não registram perdas significativas nas contas a receber de clientes. A fim de minimizar o risco de crédito de seus investimentos, a Companhia adotou políticas de alocação de caixa e investimentos, levando em consideração limites e avaliações de créditos de instituições financeiras, não permitindo concentração. (d) Receitas e despesas financeiras Consolidado Receitas financeiras Resultado dos instrumentos financeiros (*) Variação da taxa de câmbio sobre aplicações Receitas financeiras sobre equivalentes a caixa Juros sobre impostos e contribuições e depósitos judiciais Outras Despesas financeiras Variação da taxa de câmbio sobre financiamentos Resultado dos instrumentos financeiros (*) Juros sobre dívidas em moeda estrangeira Juros sobre dívidas em reais Impostos sobre transações financeiras Juros sobre contingências e outros Outras 2002 2001 1.202.400 1.007.183 120.502 34.165 166.007 100.182 156.418 47.282 54.494 2.530.257 358.376 1.738.770 883.569 332.435 109.395 94.994 95.660 22.520 188.508 193.965 151.484 112.258 99.485 69.595 46.196 3.277.343 861.491 (*) Inclui os efeitos da marcação ao valor de mercado dos ativos financeiros da Companhia. Os valores contábeis das aplicações financeiras, bem como dos instrumentos derivativos mantidos pela Companhia estão atualizados com base nas cotações praticadas nos respectivos mercados. Em contrapartida, os passivos financeiros da Companhia, representados principalmente pelas operações de emissão de “Bonds”, Empréstimo Sindicalizado e financiamentos à importação estão contabilizados a valor de custo, atualizados às taxas iniciais de juros contratadas, acrescidos de variações monetárias e cambiais, conforme índices de fechamento de cada período. 70 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 14 Tesouraria continuação Os ativos financeiros valorizados a mercado foram contratados com finalidade de “hedge” dos passivos financeiros, o que não impede que seus resgates ocorram a qualquer momento, embora seja real a intenção da Companhia levá-los à resgate quando de seus respectivos vencimentos. Sendo assim, caso esses instrumentos venham a ser liquidados apenas nas datas de seus respectivos vencimentos, o efeito negativo entre o valor de mercado e o cálculo pela “curva” dos papéis seria totalmente eliminado. Caso a Companhia pudesse ter adotado o mesmo critério de reconhecimento de seus passivos financeiros também a valor de mercado, teria sido apurado um ganho não realizado, antes do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, de aproximadamente R$ 461.634 em 31 de dezembro de 2002, conforme tabela abaixo: Passivos financeiros “Bonds” Empréstimo Sindicalizado Financiamentos à importação Contábil Mercado Ganho não realizado 1.775.890 1.157.823 105.619 1.377.413 1.103.525 96.719 398.477 54.257 8.900 3.039.332 2.577.698 461.634 Os critérios utilizados para apuração destes ganhos foram: • “Bonds”: valor de mercado secundário das notas com base na última cotação existente na data-base de 31 de dezembro de 2002 (aproximadamente 77,53% do valor de face). • Empréstimo Sindicalizado: valor estimado com base na cotação de mercado secundário de papéis com risco semelhante (em média 6,90% ao ano). • Financiamentos à importação: valor estimado de contratação de novas operações na data-base de 31 de dezembro de 2002, junto a instituições financeiras, para prazos semelhantes aos vencimentos das operações em aberto (em média 11,50% ao ano). 71 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 15 Imposto de renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (a) Reconciliação do benefício (despesa) consolidado do imposto de renda e da CSLL com seus valores nominais Lucro líquido consolidado antes do imposto de renda e da CSLL Participações estatutárias e contribuições Lucro líquido consolidado, antes do imposto de renda, da CSLL e da participação dos acionistas minoritários Despesa com imposto de renda e CSLL a alíquotas nominais Ajustes para obtenção da alíquota efetiva Benefício da dedutibilidade dos juros sobre capital próprio Ganhos de participações decorrentes de reestruturações societárias Resultado de controladas no exterior não sujeitas a tributação Ganhos patrimoniais sobre reserva de subvenção para incentivos fiscais em sociedades controladas Adições e exclusões permanentes e outros Benefício (despesa) de imposto de renda e CSLL 2002 2001 1.307.359 993.325 (125.039) (157.075) 1.182.320 836.250 (401.989) (284.325) 621.481 96.767 (41.053) 151.472 51.657 9.491 32.634 (7.469) 280.640 (51.974) (b) Composição da despesa (benefício) com imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido Controladora 2002 2001 Consolidado 2002 2001 Corrente Diferido 20.441 (6.226) 22.172 (123.320) 403.960 (197.988) 146.014 Total 20.441 15.946 280.640 (51.974) (c) Composição dos impostos diferidos Controladora No realizável a longo prazo Prejuízos fiscais a compensar Diferenças temporárias Provisões não dedutíveis Participações de empregados nos lucros Outros No exigível a longo prazo Diferenças temporárias Depreciação acelerada Outros 72 Relatório Anual AmBev 2002 Consolidado 2002 2001 2002 2001 95.054 72.078 1.080.581 765.065 42.563 44.803 2.157 2.453 350.764 31.050 95.953 302.729 16.625 75.855 139.774 119.334 1.558.348 1.160.274 17.861 7.832 28.833 2.746 25.693 31.579 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 15 Imposto de renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL continuação Com base nas projeções de geração de resultados tributáveis futuros da controladora e controladas localizadas no Brasil e no exterior, a estimativa de recuperação do saldo ativo consolidado de imposto de renda e contribuição social diferidos sobre prejuízos fiscais, encontra-se demonstrada a seguir: Em valores nominais (em milhões de Reais) 2003 2004 2005 2006 2007 2008 89 160 203 258 308 62 1.080 O ativo registrado limita-se aos valores cuja compensação é suportada por projeções de lucros tributáveis, descontados ao seu valor presente, realizados pela Companhia até os próximos dez anos, conforme as disposições das deliberações CVM no. 273/98 e 271/02, considerando-se, inclusive, que a compensação dos prejuízos fiscais é limitada a 30% do lucro do exercício antes do imposto de renda, determinado de acordo com a legislação fiscal brasileira. O imposto de renda diferido ativo inclui o efeito dos prejuízos fiscais de controladas brasileiras, que são imprescritíveis, compensáveis com lucros tributáveis futuros, restando reconhecer o montante de R$ 143.732; todavia, a Companhia está estudando a utilização desse crédito. Adicionalmente, o benefício fiscal correspondente aos prejuízos fiscais de sociedades no exterior, no montante de R$ 132.615, não foi contabilizado como ativo, uma vez que a administração não tem segurança de que sua realização seja provável. Estima-se que o saldo referente aos impostos diferidos decorrentes das diferenças temporárias em 31 de dezembro de 2002 será realizado até o exercício de 2008, contudo não é possível estimar com razoável precisão os anos em que estas diferenças temporárias serão realizadas, pois grande parte dessas diferenças estão sujeitas a decisões judiciais sob as quais a Companhia não possui qualquer controle ou meios de prever quando haverá a decisão em última instância. As projeções de geração de resultados tributáveis futuros incluem várias estimativas referentes a performance da economia brasileira e mundial, seleção de taxas de câmbio, volume de vendas, preços de vendas, alíquotas de impostos e outros que podem apresentar variações em relação aos dados e valores reais. Como o resultado do imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido decorrem não só do lucro tributável, mas também da estrutura tributária e societária da Companhia, da existência de receitas não tributáveis, despesas não dedutíveis, isenções e incentivos fiscais e diversas outras variáveis, não existe uma correlação relevante entre o lucro líquido da Companhia e o resultado de imposto de renda e contribuição social. Portanto, recomendamos que não seja tomada a evolução da utilização dos prejuízos fiscais como indicativo de lucros futuros da Companhia. 73 Relatório Anual AmBev 2002 Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2002 e de 2001 Em milhares de Reais 16 Receitas (despesas) operacionais, líquidas Controladora 2002 Receitas operacionais Ganhos e acréscimos patrimoniais de controladas Variação cambial de investimentos no exterior Outras receitas operacionais Recuperação de impostos e contribuições Baixa de deságio na alienação de investimento Estorno de provisão para perdas sobre passivo a descoberto Despesas operacionais Provisão para perda sobre passivo a descoberto Amortização de ágio Outras despesas operacionais Receitas (despesas) operacionais, líquidas 2001 3.543 1.073 14.843 190.016 204.859 4.616 (42.466) (84.738) (3.761) (28.196) (84.737) (130.965) 73.894 Consolidado 2002 2001 151.932 128.829 45.959 26.644 14.843 95.984 49.596 105.006 368.207 250.586 (105.306) (63.470) (94.151) (4.204) (112.933) (168.776) (98.355) (108.317) 199.431 152.231 17 Receitas (despesas) não operacionais, líquidas Controladora 2002 Receitas não operacionais Ganho de participação em investimentos Outras receitas não operacionais 2001 2002 2001 18.269 10.567 31.806 4.020 16.153 5.065 28.836 35.826 21.218 (69.877) (12.432) (25.665) (3.568) (15.324) (107.974) (18.892) (72.148) 2.326 Despesas não operacionais Provisão para perda sobre outros investimentos Perda na alienação de bens do imobilizado Outras despesas não operacionais Receitas (despesas) não operacionais, líquidas Consolidado 28.836 18 Seguros Em 31 de dezembro de 2002, os principais ativos da Companhia e de suas controladas, como bens do imobilizado e do estoque, estão segurados contra riscos de incêndio e diversos, com base nos respectivos valores de reposição. O valor de cobertura das apólices é superior aos valores registrados contabilmente. 74 Relatório Anual AmBev 2002 Informações ao Investidor Administração Central Ratings Agencia Fitch Moody’s S&P Rating Perspectiva BBBBaa3 BBB- estável estável negativo Dr. Renato Paes de Barros, 1017 4o andar CEP 04530-000 São Paulo-SP, Brasil Tel 55 11 2122-1200 Fax 55 11 2122-1526 Informações aos acionistas Para encaminhar mudanças de endereço, cheques de dividendos, consolidações de contas, depósitos diretos de dividendos, mudanças de registros, certificados perdidos de ações, por favor, entre em contato com: Nilson Casemiro Tel 55 11 2122-1402 Email: [email protected] Banco depositário no Brasil Banco Itaú Claúdio Ribeiro Tel 55 11 3247-1908 Email: clá[email protected] Banco depositário e agente de transferência nos EUA Bank of New York 101 Barclay Street, 22 West New York, NY 10286 Tel 1800 BNY ADRs (1 888) 269 2377 Email: [email protected] Auditores Independentes PricewaterhouseCoopers Av. Francisco Matarazzo, 1700 – Torre Torino Ivan M. Clark 76 Relatório Anual AmBev 2002 Informações Adicionais Todas as solicitações de informação devem ser encaminhadas para: AmBev Departamento de Relações com Investidores Dr. Renato Paes de Barros, 1017 4o andar CEP 04530-000 São Paulo-SP- Brasil Tel 55 11 2122-1415/1414/1408 Email: [email protected] Site para investidores O nosso site de relações com investidores (www.ambev.com.br) tem informações adicionais sobre as operações da Companhia e suas demonstrações financeiras, bem com como transcrições de conferências telefônicas. Os investidores podem também se cadastrar para receber automaticamente por e-mail press releases e notificações de apresentações e eventos da Companhia. Publicações O Relatório Anual da Companhia, e outras publicações estão disponíveis gratuitamente no Departamento de Relações com Investidores. Se você está recebendo cópias duplicadas do nosso Relatório Anual, por favor, entre em contato com o Departamento de Relações com Investidores. Envie-nos seus comentários Consideramos valiosas suas opiniões sobre este Relatório Anual. O Relatório Anual ajudou-o a compreender melhor a AmBev? Por favor, envie seus comentários a [email protected] Este documento é um design de Williams e Phoa, Londres. Este relatório foi impresso com papel 100% reciclado e sem ácido. 77 Relatório Anual AmBev 2002