51º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005 Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4 [email protected] Palavras-chave: pênfigo, polimorfismo genético, autoimunidade, susceptibilidade genética Malheiros, D; Augusto, DG; Petzl-Erler, ML Laboratório de Genética Molecular Humana, Departamento de Genética, Universidade Federal do Paraná. Co-estimulação de linfócitos B e auto-imunidade. Análise de associação entre o pênfigo foliáceo endêmico E variantes dos genes BLYS, CD40 e CD19 O pênfigo foliáceo endêmico (PFE) é uma doença autoimune complexa, caracterizada por bolhas intraepidérmicas e pela presença de anticorpos contra a desmogleína 1. A auto-imunidade resulta em perda de adesão entre os queratinócitos (acantólise). As interações das moléculas CD40, BLYS e CD19 com seus receptores desencadeiam sinais intracelulares co-estimuladores de células B, tendo papel fundamental na regulação e manutenção da tolerância central e periférica. Níveis alterados dessas moléculas já foram correlacionados com vários distúrbios autoimunes. Para algumas dessas doenças, verificou-se que a variabilidade desses níveis na concentração sérica estão associados com variantes polimorfas dos genes que codificam estas moléculas. Esse trabalho teve como objetivo investigar, por meio de um estudo de associação caso-controle, se o polimorfismo genético de CD40, BLYS e CD19 influencia o grau de susceptibilidade ou resistência ao PFE. As variantes polimorfas foram analisadas individualmente e em diferentes combinações, com o intuito de verificar a possível ocorrência de interação gênica para a susceptibilidade/resistência à doença. Na análise de interação, foram consideradas combinações de alelos e genótipos de CD40, BLYS e CD19 e desses com genes previamente analisados, para os quais haviam sido identificadas associações com o PFE (IL4, IL6 e HLA-DRB1). Foram analisados 147 pacientes e 290 indivíduos-controle. Não foram encontradas associações de variantes alélicas ou genotípicas de CD40, BLYS e CD19 com o PFE. Também não foram identificadas interações entre os genes IL4, IL6 e HLA-DRB1 e os genes em estudo. Associações negativas foram encontradas para genótipos compostos de BLYS –871 e CD40 –1: indivíduos portadores do alelo C em BLYS e T em CD40 (OR = 0,52 e 0,56), portadores de T em BLYS e T em CD40 (OR = 0,47 e 0,45) e portadores do genótipo C/T em BLYS e do alelo T em CD40 (OR = 0,33), são mais resistentes à doença. Analisando-se os genótipos compostos de CD40 –1 e CD19 –30, foram encontradas associações positivas: indivíduos portadores do alelo C em CD40 e T em CD19 (OR = 3,85 e 3,0) e indivíduos portadores do genótipo C/C em CD40 e do alelo T em CD19 (OR = 2,07), são mais susceptíveis à doença. Os resultados desse estudo levam-nos a concluir que a variabilidade analisada não influencia, de forma expressiva, o desenvolvimento do pênfigo foliáceo. Sugere-se que o possível efeito dos genótipos compostos de CD40 e BLYS, assim como de CD40 e CD19, sobre a susceptibilidade/resistência ao PFE sejam investigadas de forma mais detalhada em estudos posteriores, utilizando-se amostras maiores de pacientes e controles. Apoio financeiro: Fundação Araucária, CNPq, CAPES. 792