Estudo da contribuição do esporte: orientação na saúde mental de pessoas maduras Ana Maria de Oliveira Cintra – UFSJ Doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Medicina da UFMG E-mail: [email protected] Fone: (32)8867-7929 Débora Tolentino Grossi Graduanda de Psicologia UFSJ. E-mail: [email protected] Fone: (32)9137-8584 Jéssica Cristiane Moreira Graduanda de Psicologia UFSJ E-mail: [email protected] Fone: (31)8768-6531 Daniela Santos Graduanda de Psicologia UFSJ E-mail: [email protected] Fone: (32) 88561503 Aracelly Alvarenga Graduanda de Psicologia UFSJ E-mail: [email protected] Fone: Wantila Daraiany dos Santos Souza Bolsista Pibic Junior Fapemig, Ensino Médio – FAPEMIG Fone: (32)3373-0857 Vanessa Conrado Montalvão Torres Mestranda, UFSJ E-mail: [email protected] Fone: Data de recepção: 30/06/10 Data de aprovação: 5/7/2010 RESUMO: Apresenta-se os resultados do estudo da saúde mental dos participantes do projeto de extensão da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) “Orientação: o esporte da melhor idade”, realizado de março de 2009 a março de 2010 na Conferência de São Sebastião e no “Cobertor”, no bairro Tejuco, pelo bolsista do ensino médio por meio do Programa de Iniciação Científica Junior, estagiários do curso de Psicologia e mestrandos da Pós-graduação em Psicologia. Foram acessadas 33 pessoas maduras do projeto Exercitar para tratar e prevenir coordenado pelo Prof. Alessandro de Oliveira, Professor do curso de Educação Física. A saúde mental foi avaliada antes e depois das intervenções pela Escala TOV (Teste de Orientação da Vida), Escala WHOQOL-Bref (Teste de Qualidade de Vida, versão abreviada), Escala de Resiliência e Escala de Bem-Estar psicológico. Na fase de intervenção, desenvolveram-se atividades lúdicas e recreativas, seguidas de atividades psicomotoras e da apresentação do esporte orientação através de vídeos, fotos, mapas e materiais usados em competições. Finalizando, realizou-se um circuito de orientação ao alcance dos participantes no entorno da Conferência São Sebastião no Bairro Tejuco. Houve mudança nos resultados do pós-teste em todos os instrumentos indicando uma melhora significativa na saúde mental após a intervenção, com aumento do otimismo, do bom humor e do bem estar geral. 1 PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de vida – Resiliência – Bem-estar psicológico – Esporte orientação – Psicomotricidade 2 Introdução Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados do estudo da saúde mental de pessoas na maturidade que participaram do projeto de extensão da Universidade Federal de São João del-Rei “Orientação: o esporte da melhor idade”, quanto a qualidade de vida, bem-estar psicológico, percepção de vida e resiliência. O referido projeto fez parte do Programa de Iniciação Científica Junior financiado pela FAPEMIG com uma bolsa de iniciação científica para aluno do ensino médio. O tema do estudo relaciona-se com o envelhecimento humano abordado na disciplina Psicologia do Desenvolvimento Humano sob a responsabilidade da proponente do projeto Profa. Ana Maria de Oliveira Cintra. O envelhecimento da população é um fenômeno global, o que faz com que às questões relativas à Terceira Idade tenham grande importância nos últimos tempos. O mundo está envelhecendo e estima-se que no ano de 2050 haja cerca de dois bilhões de pessoas com sessenta anos a mais no mundo, a maioria delas vivendo em países em desenvolvimento (SONATI, 2007). Envelhecer é um fenômeno irreversível que faz parte da trajetória do ser humano. Apresenta-se como um conjunto de inúmeras e variadas deteriorações progressivas que tornam esta fase da existência alvo de importantes e recentes preocupações interdisciplinares (FONSECA, 2001). Alguns estudos destacaram o impacto positivo da atividade física regular em aspectos cognitivos, na saúde mental e no bem-estar geral do individuo durante o processo de envelhecimento (RAVAGLIA, FORTI e LUCICESARE, 2008). Por outro lado, com o avanço da idade, costuma-se haver uma diminuição gradual de atividades físicas e abandono de esportes. O esporte de orientação, entretanto, pode ser praticado em qualquer idade e envolve aspectos físicos, mentais, emocionais e sociais. É um esporte que envolve concentração, percepção de detalhes, orientação espacial e equilíbrio dinâmico. Esses, são fatores da psicomotricidade, uma área fundamental para a realização de qualquer atividade neuromotora (PASINI, 2004, 2007). É justamente a área psicomotora que fica mais prejudicada durante o processo de envelhecimento. São escassos os estudos que verificam o impacto da atividade física na saúde mental de idosos e não foram encontrados estudos que verifiquem o efeito do esporte, particularmente, o esporte de orientação na saúde mental de idosos. 3 2. Revisão bibliográfica 2.1- Processo de envelhecimento O envelhecimento vem aumentando de maneira visível, o que se atribui a um aumento da expectativa de vida, a diminuição da taxa de natalidade. No entanto, o maior desafio na atenção à pessoa na maturidade é conseguir contribuir para que, apesar das progressivas limitações que possam ocorrer, elas possam redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade possível. Essa possibilidade aumenta na medida em que a sociedade considera o contexto familiar e social e consegue reconhecer as potencialidades e o valor das pessoas maduras. Portanto, parte das dificuldades das pessoas que amadurecem está mais relacionada a uma cultura que as desvaloriza e limita. O processo de envelhecimento é irreversível, porém, o mesmo pode ser acelerado ou desacelerado por fatores ambientais e comportamentais, exercendo grande influência sobre ele as doenças e a inatividade (NAHAS, apud PASCOAL, SANTOS e BROEK, 2006). As doenças crônicas não-transmissíveis podem afetar a funcionalidade das pessoas idosas. Estudos mostram que a dependência para o desempenho das atividades de vida diária tende a aumentar cerca de 5% na faixa etária de 60 anos para cerca de 50% entre os com 90 ou mais anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para as doenças crônicas, associadas à dieta inadequada e uso do fumo. É bastante prevalente a inatividade física entre os idosos. O estilo de vida moderno propicia o gasto da maior parte do tempo livre em atividades sedentárias, como por exemplo, assistir televisão. É preciso lembrar que saúde não é apenas uma questão de assistência médica e de acesso a medicamentos. A Organização Mundial da Saúde – OMS (1948) definiu saúde como “estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”. Nesse processo, alguns aspectos são facilitadores para a incorporação da prática corporal/atividade física, como o incentivo de amigos e familiares, a procura por companhia ou ocupação, alguns programas específicos de atividade física e, principalmente, a orientação do profissional de saúde estimulando a população idosa 4 a incorporar um estilo de vida mais saudável e ativo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). 2.2- Resiliência, qualidade de vida, bem-estar psicológico e percepção da vida. O conceito de resiliência pode ser compreendido como essa capacidade para o desenvolvimento de estratégias que auxiliem no enfrentamento de situações adversas, isto é, a partir desses meios o indivíduo pode encontrar maneiras de se adaptar às situações estressoras (LARANJEIRA, 2007). Conner (1995) propõe que pessoas resilientes possuem habilidades de assimilar mudanças e demonstram cinco características de forma equilibrada, tais como: São positivas, conseguindo ver oportunidades no perigo; são focadas, pois se concentram em suas metas; são flexíveis, considerando alternativas diferentes que as levam ao mesmo fim; são organizadas, pois conseguem definir e priorizar uma estrutura diante do caos e por fim são proativas, pois possuem iniciativa. Por essas razões, a resiliência é um tema que tem despertado bastante interesse de estudiosos nas últimas três décadas, o que tem ajudado a elucidar como uma pessoa pode se desenvolver normalmente, mesmo em contextos de grande adversidade; ou, o que se pode fazer, em termos de políticas públicas de saúde, adoção de medidas preventivas na atenção a pessoas, famílias em situação de vulnerabilidade social ou ambiental, alem da promoção da qualidade de vida do indivíduo (LUTHAR, 2003). O tema qualidade de vida é atualmente um importante conceito aplicado nas mais diversas situações e condições pessoais e populacionais. É estruturado por aspectos subjetivos do indivíduo, como ele se sente, vive e se relaciona com a sociedade e consigo próprio (SONATI, 2007). É um estado de satisfação geral do indivíduo que determina sua qualidade de vida, a qual é relacionada às condições materiais e não-materiais dentre elas a segurança, felicidade, lazer, saúde, condição financeira estável, família, amor e trabalho. Percepções que podem variar com as expectativas de cada faixa etária. Qualidade de Vida tem sido estudada de varias maneiras e dentro de uma visão internacional levando em conta os vários domínios que a compõem como: as realidades sociais, ambientais e a própria percepção física e psicológica do indivíduo. 5 A saúde mental é mais do que a mera ausência de transtornos mentais. Conceitos de saúde mental incluem o bem estar subjetivo, a percepção de autoeficácia, autonomia e competência, a dependência inter-geracional e o reconhecimento da habilidade de realizar o seu potencial intelectual e emocional (OMS, 2005). Sem dúvida é correto afirmar que saúde mental é um componente essencial para a qualidade de vida, um conceito subjetivo que engloba aspectos multidimensionais, incluindo a psicologia, a saúde física, o nível de independência, as relações sociais e o meio ambiente. Avaliar a qualidade de vida na terceira idade implica na adoção de uma série de critérios de natureza biológica, psicológica e sócio-estrutural. Assim, de acordo com Neri (1993) existem vários elementos que podem ser apontados como determinantes ou indicadores do bem-estar na terceira idade: longevidade, saúde física e mental, satisfação, controle cognitivo, competência social, produtividade, atividade, eficácia cognitiva, status social, renda, continuidade de papeis sociais, familiares e ocupacionais. De acordo com Victor et al. (2000) um envelhecimento bem sucedido é acompanhado de qualidade de vida e bem-estar e deve ser fomentado ao longo dos estados anteriores de desenvolvimento, os modelos de qualidade de vida vão desde a satisfação com a vida ou bem-estar social a modelos baseados em conceitos de independência, controle, competências sociais e cognitivas. Dentre as condições subjetivas, Diener e Suh (1997) destacam que essas se relacionam ao bem-estar psicológico, ou seja, às experiências pessoais, estados internos que podem ser manifestados por meio de sentimentos, reações afetivas e construtos psicológicos como felicidade, satisfação, saúde mental, senso de controle, competência social, estresse e saúde percebida. Quanto às condições objetivas, Diogo (2003) afirma que nem sempre esses indicadores apontam como os indivíduos percebem e experienciam suas vidas. Portanto, os indicadores subjetivos que incluem, por exemplo, a satisfação com a vida e a felicidade, define com maior precisão a experiência de vida em relação às várias condições de vida do indivíduo. Nesse sentido, avaliar os aspectos subjetivos do idoso reveste-se de grande importância científica e social por permitir a implementação de alternativas válidas de intervenção, tanto em programas de atividade física, centros de convivência e demais programas gerontogeriátricos, quanto em políticas sociais gerais, no intuito de promover o bem-estar das pessoas idosas. 6 Pesquisas têm relacionado a orientação otimista da vida com o bem-estar psicológico e físico das pessoas, com a presença de comportamentos de manutenção da saúde e com a capacidade das pessoas de enfrentamento (coping) em situações estressantes (SCHEIER e CARVER, 1992; SCHEIER e CARVER, 1987). Uma orientação otimista está relacionada com saúde física e mental, enquanto que uma orientação pessimista da vida se relaciona com depressão, ansiedade e prática de comportamentos de risco. O construto percepção de vida refere-se à maneira como as pessoas percebem suas vidas, de uma forma mais otimista ou menos otimista e é definido em termos das expectativas que as pessoas possuem sobre os eventos que ocorrerão no futuro em suas vidas. Esse conceito está inserido na teoria de auto-regulação do comportamento, desenvolvida pelos mesmos autores, segundo a qual as pessoas lutam para alcançar objetivos quando elas acreditam que estes objetivos sejam possíveis e que suas ações produzirão os efeitos desejados nessa direção (HJELLE, BELONGIA e NESSER, 1996). 2.3- Atividade Física e Desporto Orientação. Para a manutenção da saúde e da qualidade de vida está comprovada a importância da prática frequente de atividade física. Nas últimas décadas, segundo estudos epidemiológicos, tem havido um decréscimo dessas atividades, principalmente com o aumento da idade, provocando o sedentarismo que é um fator de risco de morbidade e mortalidade (MATSUDO et al., 2001). O sedentarismo passou a ser considerado pela OMS como fator de risco para a saúde e encarado como um problema de saúde pública (LIMA, 2003). A atividade física, por seus efeitos no tratamento e na prevenção de várias patologias, é um importante instrumento de saúde pública, sendo útil, inclusive, no tratamento de doenças psiquiátricas como transtorno depressivo e ansioso (LIMA, 2003). A prática regular de atividade física orientada é de fundamental importância para a melhoria, manutenção e aumento da saúde e qualidade de vida. As práticas esportivas, de forma geral, proporcionam ao indivíduo, convívio social heterogêneo, melhoria das condições fisiológicas, liberação de endorfinas e catecolaminas entre outros (MATSUDO et al., 2001). 7 Segundo Costa (2000) os esportes praticados em ambientes abertos são frutos de uma cultura pós-moderna que vão de encontro à busca de um estilo de vida saudável atreladas ao meio natural, interferindo diretamente na qualidade de vida, bem-estar e autonomia para solucionar problemas. O esporte de orientação pedestre se enquadra dentro desses esportes, gerando nos indivíduos que se iniciam na modalidade, os fenômenos descritos pelo autor acima. É um esporte ecológico por natureza, praticado em ambientes naturais, tais como, parques, reservas, florestas, e até mesmo em ambientes urbanos (PASINI, 2004, 2007). O esporte de orientação pode ser definido com um esporte individual que tem como objetivo percorrer caminhando, trotando ou correndo uma determinada distância em terreno variado e desconhecido, com o auxílio de uma bússola. O indivíduo é obrigado a passar por determinados pontos nos terrenos, que se denominam pontos de controle, descritos em um mapa distribuído a cada participante (PASINI, 2004, 2007). A orientação é um esporte justo, onde seus competidores competem em pé de igualdade, divididos por sexo, idade e nível técnico. Não há limite de idade para começar a praticar, sendo um dos únicos, senão o único esporte, em que pessoas idosas podem competir em igualdade de condições. É um esporte que, além de não discriminar sexo e idade, não discrimina classe social e/ou escolaridade. É um esporte praticado por toda a família em todas as regiões do mundo. Acrescido a estas vantagens, o esporte de orientação é uma atividade de lazer ao ar livre e uma ferramenta multidisciplinar que integra vários aspectos do desenvolvimento humano, possibilitando a integração do físico, do mental, do emocional e do social, trazendo bem-estar e harmonia da personalidade. O esporte de orientação tem sido, há alguns anos, principalmente na Europa, utilizado como ferramenta educacional multidisciplinar, facilitando a aprendizagem, além de contribuir para a interação social e melhoria da qualidade de vida, propiciando a diminuição de sintomas depressivos e de ansiedade, preenchendo integralmente o conceito de Saúde Mental segundo a Organização Mundial da Saúde (PASINI, 2004, 2007). 2.4- Psicomotricidade 8 O termo Psicomotricidade é empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é o que resulta de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização (ALVES, 2007). É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. São unânimes as afirmações de que o exercício físico é necessário para o desenvolvimento mental, corporal e emocional do ser humano, pois, estimula a respiração, a circulação, o aparelho excretor, além de fortalecer os ossos, músculos e aumentar a capacidade física geral, dando ao corpo pleno desenvolvimento (MUTSCHELE, 1996). Segundo Alves (2007) existem 11 funções psicomotoras, a saber: - Imagem corporal: O ser humano é o único ser que consegue diferenciar-se e numa imagem especular, diferenciar o real do especular. - Esquema corporal: Essas percepções permitem uma noção de modelo, um esquema de seu próprio corpo e das posições que ele adquire. - Tônus/tonicidade: “É uma tensão dos músculos, pela qual as posições relativas das diversas partes do corpo são corretamente mantidas e se opõem as modificações passivas dessas posições” “A função tônica está ligada à totalidade da personalidade do indivíduo” e pode ser caracterizada pela Hipotonia, Hipertonia, Catatonia, Paratonia. - Equilíbrio: “É a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de sustentação do corpo, através de uma combinação adequada de ações musculares e sob influência de forças externas”. - Lateralidade: “É a capacidade de se vivenciar as noções de direita e esquerda sobre o mundo exterior, independente da sua própria situação física”. - Organização espacial e temporal: A Psicomotricidade solicita a associação de espaço e tempo conjuntamente, no desenvolvimento de ações num determinado espaço físico e numa sequência temporal. - Dissociação de movimentos: “É a capacidade de individualizar os segmentos corporais que tomam parte na execução de um gesto intencional”. - Praxia global: “É a colocação em ação simultânea de grupos musculares diferentes, com vistas à execução de movimentos amplos e voluntários, envolvendo principalmente o trabalho de membros inferiores, superiores e do tronco”. 9 - Praxia fina: “É o trabalho de forma ordenada dos pequenos músculos. Englobam principalmente a atividade manual e digital, ocular, labial e lingual”. - Ritmo: “Tratando-se de movimento, o ritmo é a organização específica, característica e temporal de um ato motor”. - Relaxamento: “É o fenômeno neuromuscular resultante de uma redução de tensão da musculatura esquelética” (MELLO, RADEMARKER, apud COSTA, FONSECA, MEINEL e SCHABEL, apud ALVES, 2007). Durante a infância e adolescência essas áreas vão se desenvolvendo gradativamente. As integrações de todas estas áreas psicomotoras permitem que o jovem adulto realize todas suas atividades diárias. A medida que a pessoa envelhece vai tendo perdas psicomotoras em graus variados que afetam seu desempenho cotidiano e repercutem em sua qualidade de vida. 3. Metodologia - Participantes: participaram do estudo 33 pessoas maduras que participaram do projeto de extensão do Departamento de educação física da UFSJ Exercitar para tratar e prevenir coordenado pelo Prof. Alessandro de Oliveira que é realizado todos os anos na Conferência São Sebastião e no “Cobertor” no Bairro Tejuco, em São João del-Rei, Minas Gerais. - Instrumentos: foram aplicados em todos os participantes instrumentos com o objetivo de fazer uma avaliação da saúde mental. Foi preenchida uma ficha sóciodemográfica para coletar dados sócio-demográficos e informações sobre doenças, remédios utilizados e atividades físicas praticadas. Os instrumentos que avaliaram a saúde mental dos participantes no inicio e final das atividades psicomotoras preparatórias ao esporte orientação foram as Escalas do TOV (Teste de Orientação da Vida), WHOQOL-Bref (Teste de Qualidade de Vida, versão abreviada), Escala de Resiliência e de Bem-Estar Psicológico. - Procedimentos: o estudo foi realizado ao longo do ano letivo de 2009 e primeiro semestre de 2010. Primeiramente foram estabelecidos contatos com o professor do projeto de extensão da educação física “Exercitar para tratar e prevenir” para firmar a parceria, já que as atividades de coleta de dados e de realização dos exercícios psicomotores aconteceriam após a realização das atividades físicas do projeto referido. 10 A equipe do Projeto de Extensão Orientação: o esporte da melhor idade passou por uma etapa intensiva de treinamento para aplicação de todos os instrumentos de coleta de dados. Posteriormente foi feita reunião com os participantes do programa “Exercitar para tratar e prevenir”, quando foram apresentados os objetivos e procedimentos do estudo. Após receber todas as explicações referentes ao estudo e concordar em participar, os participantes tiveram garantido o anonimato e assinaram Termo de consentimento livre e esclarecido. O estudo foi dividido em fases. A primeira fase constou da aplicação dos instrumentos para traçar o perfil da amostra e aplicar os instrumentos do pré-teste. No primeiro momento da coleta de dados foi efetuada entrevista para aplicação de questionário Sociodemográfico, pelos estagiários do projeto, pelo Mestrando em Psicologia e pelo bolsista de Iniciação Científica Júnior (PIBIC-Junior). As escalas de avaliação da saúde mental, TOV (Teste de Orientação da Vida), WHOQOL-Bref (Teste de Qualidade de Vida, versão abreviada), Escala de Resiliência e de BemEstar psicológico foram aplicadas pelos estagiários do curso de Psicologia, previamente treinados para a função. Na segunda fase do estudo foram desenvolvidas atividades lúdicas e recreativas com objetivo de promover uma integração maior entre os participantes. Logo após foram realizados atividades psicomotoras a fim de aprimorar as habilidades físicas, cognitivas e emocionais básicas para o esporte de orientação. Na terceira fase do estudo foi realizada a apresentação do esporte de orientação através de vídeos, fotos, mapas, materiais usados em competições, tais como, bússola, prisma, mapa, cartão de controle, grampeador, dentre outros. Essa fase foi realizada pela mestranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia, auxiliada pela bolsista do PIBIC-Junior e estagiários do curso de Psicologia. Na quarta etapa do estudo os idosos realizaram um circuito de orientação previamente preparado dentro dos limites e capacidades dos mesmos. O circuito foi realizado no entorno da Conferência de São Sebastião no Bairro Tejuco, em área devidamente mapeada para o estudo, onde foram dispostos os prismas de orientação conforme alocados no mapa. Cada participante teve um mapa do terreno com os pontos de controle locados e acompanhados por um dos estagiários, procedeu a leitura do mapa e orientando-se dirigia-se aos prismas na sequência solicitada e registrava seu achado grampeando o cartão de controle. Essa fase foi 11 realizada pela professora orientadora do projeto, com a colaboração de dois Mestrandos da Pós-graduação em Psicologia e pela equipe de estagiários. Contou também com a participação do bolsista do Programa de Iniciação Científica Júnior e a colaboração do Clube Serra do Lenheiro (COSELE) da cidade de São João delRei. Na quinta e última fase do estudo os instrumentos de avaliação da saúde mental foram replicados pelos mesmos estagiários do curso de psicologia para verificar mudanças na saúde mental dos idosos. 4. Resultados A amostra foi composta prioritariamente por mulheres, pessoas casadas, com nível de escolaridade baixo, uma vez que a maioria não concluiu o ensino fundamental, reside em habitação própria, com renda familiar média de 2 salários mínimos. Além disso, cerca de 50% da amostra não exerce outra atividade física que não seja o de desporto de orientação e o projeto de parceria “Exercitar, para tratar e prevenir” do curso de educação física da UFSJ, enquanto que os demais fazem outra atividade física, como a caminhada. Abaixo se encontra uma tabela com a composição da amostra detalhada. Tabela 1 - COMPOSIÇÃO DA AMOSTRA Sexo Feminino 86% Masculino 14% Estado Civil Solteiro 13% Casado 65% Viúvo 16% Divorciado 6% Atividade Profissional Não Exercem Atividade Remunerada 43% Exercem Atividade Remunerada 40% Aposentados 17% Escolaridade Ensino Fundamental Incompleto 70% 12 Ensino Fundamental Completo 11% Ensino Médio Incompleto 60% Ensino Médio Completo 13% Moradia Própria 84% Alugada 16% Renda Até 2 Salários Mínimos 32% De 2 a 3 Salários Mínimos 46% De 3 a 4 Salários Mínimos 22% Atividade Física Projeto 51% Outras Atividades 49% Fonte: Banco de dados do estudo da saúde mental de idosos por meio do esporte orientação Houve mudança nos resultados do pré-teste e do pós-teste em todos os instrumentos de medida analisados nesta pesquisa. A análise dos questionários Whoqol, Bem-estar Psicológico, Teste de Orientação da Vida (TOV) e a Escala de Resiliência, demonstrou uma melhora significativa em muitos aspectos psicossociais dos sujeitos. É importante ressaltar aqui, que foi aplicado um sexto questionário, o SF36, na primeira fase de coleta de dados. Entretanto, como os participantes da pesquisa demonstraram dificuldade de respondê-lo, o que poderia caracterizar um viés aos resultados por ele obtidos, este não foi reaplicado na segunda fase, de forma que não se obteve dados para comparação. Nos resultados do teste e reteste de resiliência, observou que na maioria dos aspectos analisados houve uma melhora significativa no reteste. Tal como demonstra a tabela 1, dos sujeitos analisados, 80% tiveram uma melhora com relação aos seguintes aspectos: perseverança, lidar com problemas, independência, orgulho pessoal, realizações pessoais, ser amigo de si mesmo, atenção, determinação, paciência, enfrentamento das dificuldades, autodisciplina, humor, confiança para atravessar tempos difíceis, confiança perante as pessoas, interpretação das situações, cumprimento das obrigações, valorização da vida, aceitar as situações da vida, se livrar de situações difíceis e disposição em realizar tarefas. No entanto 20% dos aspectos analisados tiveram uma mudança negativa, sendo eles: aceitar a opinião das pessoas a respeito deles próprios, importância dos interesses pessoais, autoconfiança, pensar nas consequências futuras e em 13 interesses pessoais. Na Tabela 2 a seguir, temos as médias das variáveis analisadas no teste e reteste do instrumento de medida que avaliou a resiliência do idoso. Tabela 2 - RESILIENCIA – Σ TESTE - Σ RETESTE - Σ 1- Quando eu faço planos, eu levo eles até a fim 5, 43 5, 92 2- eu costumo lidar com problem as de uma forma ou de outra. 5, 49 6, 16 3- Eu sou capaz de depender de mim mais do que qualquer outra pessoa. 5, 69 6, 12 4- Manter interesse nas coisas é importante para mim. 6, 23 6, 12 5- Eu posso estar por minha conta se eu precisar. 5, 33 5, 28 6- Eu sinto orgulho de ter realizado coisas em minha vida. 6, 31 6, 6 7- Eu costumo aceitar as coisas sem muita preocupação. 3, 87 3, 88 8- Eu sou amigo de mim mesmo 6, 15 6, 28 9- Eu sinto que posso lidar com várias coisas ao mesmo tempo. 4, 79 5, 12 10- Eu sou determinado. 5, 85 6, 36 11- Eu raramente penso sobre o objetivo das coisas. 3, 08 3 12- Eu faço as coisas um dia de cada vez. 4, 24 4, 36 13- Eu posso enfrentar tempos difíceis porque já experimentei dificuldades. 5, 90 6, 44 14- Eu sou disciplinado. 5, 27 6, 48 6 5, 92 16- Eu normalmente posso achar motivo para rir. 5, 39 5, 44 17- Minha crença em mim mesmo me leva a atravessar tempos difíceis. 5, 59 5, 88 18- Em uma emergência eu sou uma pessoa em quem as pessoas podem contar. 6, 41 6, 56 19- Eu posso geralmente olhar uma situação de diversas maneiras. 5, 43 5, 72 20- As vezes eu me obrigo a fazer coisas querendo ou não. 4, 77 5, 2 21- Minha vida tem sentido. 6, 10 6, 36 22- Eu não insisto em coisas as quais eu não posso fazer nada sobre elas. 4, 76 4, 92 23- Quando eu estou numa situação difícil eu normalmente acho uma saída. 5, 77 5, 96 24- Eu tenho energia suficiente para fazer o que eu tenho que fazer. 5, 64 6, 12 25- Tudo bem se as pessoas não gostam de mim. 5, 94 5, 72 15- Eu mantenho interesse nas coisas. Fonte: Banco de dados do estudo da saúde mental de idosos por meio do esporte orientação Nos resultados do teste TOV, observa-se que em todos os aspectos avaliados na tabela 2 a respeito da percepção da vida houve mudança no teste e reteste. De todos os sujeitos analisados, 70% tiveram mudanças positivas nos resultados do reteste, particularmente quanto ao ser otimista (1, 3, 4, 7, 9 e 10), estar mais relaxados (2), manter-se em atividade (6) e ter bom humor (8). No entanto a relação de amizade (5) teve uma pequena mudança negativa no resultado do reteste. Na Tabela 3 a seguir, temos as médias das variáveis analisadas no teste e reteste do instrumento de medida que avaliou da percepção da vida do idoso (TOV). Tabela 3 - TOV – Σ TESTE - Σ RETESTE - Σ 14 1- Nos momentos de incerteza, geralmente eu espero que aconteça o melhor. 3, 49 3, 5 2- É fácil para mim relaxar. 1, 86 2, 23 3- Se alguma coisa ruim pode acontecer comigo, vai acontecer. 1, 86 1, 61 4- Sou sempre otimista com relação ao meu futuro 3, 11 3, 42 5- Eu gosto muito da companhia de meus amigos e amigas. 3, 67 3, 5 6- É importante para mim manter-me em atividade. 3, 84 3, 85 7- Quase nunca eu espero que as coisas funcionem como eu desejaria. 1, 51 1, 42 8- Eu não me zango facilmente. 1, 65 2, 19 9- Raramente eu espero que coisas boas aconteçam comigo. 1, 08 1, 35 10- De maneira geral, eu espero que me aconteçam mais coisas boas do que coisas ruins. 3, 78 3, 92 Fonte: Banco de dados do estudo da saúde mental por meio do esporte orientação A análise dos dados referente à Escala de bem estar psicológico "versão reduzida", mostra a eficácia das intervenções psicomotoras e da prática do Desporto de Orientação em vários aspectos. Nota-se que os sujeitos se sentiam de certa forma desiludidos com respeito ao passado. No reteste demonstraram aceitação do passado e uma maior organização com as tarefas diárias. Indicaram também que os participantes passaram a ter voz ativa e dar suas opiniões e acreditar que ainda há tempo de fazer modificações em suas vidas. Na Tabela 4, temos as médias das questões analisadas no teste e no reteste do instrumento de medida que Bem-Estar. Tabela 4 - ESCALAS DE BEM ESTAR PSICOLÓGICO TEST RETESTE E-Σ -Σ 4, 71 5, 04 4, 37 4 5, 34 5, 43 4-Para mim, manter relacionamento sincero com os outros tem sido difícil e frustrante. 3, 46 2, 69 5-Não tenho a noção do que pretendo alcançar na vida. 3, 31 3, 61 6-Quando revejo a minha vida, fico contente da forma com o as coisas aconteceram. 4, 46 5, 17 7-Tenho tendência de me preocupar com o que as outras pessoas pensam de mim. 2, 66 2, 65 8- Sou capaz de utilizar bem o meu tempo para conseguir fazer tudo que preciso fazer. 4, 88 5, 13 9-Sinto que no decorrer do tempo, consegui me desenvolver bastante como pessoa. 5, 37 5, 52 10-Sinto que aproveito muito as minhas amizades. 5, 14 5, 04 11-Sinto prazer em fazer planos para o futuro e trabalhar para os tornar realidade. 5, 08 5, 35 12- Gosto da maioria dos aspectos da minha personalidade. 4, 97 4, 96 13-Tenho tendência a ser influenciado (a) por pessoas com opiniões firmes. 3, 66 3, 26 14-Tenho dificuldade em organizar a minha vida de forma que me satisfaça. 3, 66 3, 56 15-A muito tempo que desisti de fazer grandes modificações ou melhorias na minha vida. 2, 6 2, 35 16- Não tive a experiência de ter muitas relações calorosas e baseadas na confiança. 3, 97 3, 44 17-Em ultima análise, olhando para trás, não tenho bem certeza de que a minha vida tenha valido muito. 2, 68 2, 17 1-Não tenho medo de expressar as minhas opiniões mesmo quando elas são contrárias as opiniões da maioria das pessoas. 2- Freqüentemente, me sinto "esmagado (a)" pelo peso das responsabilidades. 3- Penso que é importante ter novas experiências que questionem a forma como pensamos acerca de nós mesmo e do mundo. 15 18- Em muitos aspectos me sinto desiludido (a) com o que alcancei na vida. 2, 91 2, 04 Fonte: Banco de dados do estudo da saúde mental de idosos por meio do esporte orientação No que se refere ao questionário Whoqol, algumas questões tiveram redução significativa nas médias, quando comparados o pré-teste com o pós-teste. As análises mostraram que nenhuma das variáveis sociodemográficas interferiu significativamente no domínio global da qualidade de vida, e, entre os quatro domínios físico, social, psicológico e ambiental. O que mais explicou a qualidade de vida global foi o domínio ambiental. Em uma análise mais específica a tabela abaixo (Tabela 5) mostra que de todos os sujeitos analisados 50% apresentaram mudanças positivas nos resultados do reteste nos itens: diminuição das dores e desconfortos, diminuição da dependência de medicação ou de tratamento, aumento nos desempenhos das atividades cotidianas, aumento na capacidade para o trabalho, sentimentos positivos, auto-estima, relações pessoais, segurança física e proteção, ambiente do lar, recursos financeiros, ambiente físico, cuidados com a saúde e transporte. Tabela 5 - WOQOL – BREF – Σ TESTE - Σ RETESTE – Σ 2, 59 2, 08 4- O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária? 2, 73 2, 71 10- Você tem energia suficiente para o seu dia-a-dia? 3, 94 3, 92 15- Quão bem você é capaz de se locomover? 4, 09 3, 96 16- Quão satisfeito você está com o seu sono? 3, 73 3, 58 3, 79 4, 17 18- Quão satisfeito você está com sua capacidade para o trabalho? 3, 94 4, 08 5- O quanto você aproveita a vida? 3, 26 3, 42 6- Em que medida você acha que sua vida tem sentido? 4, 06 3, 79 7- O quanto você consegue se concentrar? 3, 15 3, 04 11- Você é capaz de aceitar sua aparência física? 3, 97 3, 42 19- Quão satisfeito você está consigo mesmo? 4, 06 4, 17 2, 53 2, 58 20- Quão satisfeito você está com suas relações pessoais? 3, 94 3, 96 21- Quão satisfeito você está com sua vida sexual? 3, 15 3, 12 4 3, 62 3-Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você precisa? Domínio I Físico 17- Quão satisfeito você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do seu dia-a-dia? Domínio II Psicológi co 26- Com que frequência você tem sentimentos negativos, tais como, mal humor, desespero, ansiedade, depressão? Domínio III Relações Sociais 22- Quão satisfeito você está com o apoio que você recebe de seus amigos? Domínio 8- Quão seguro você se sente em sua vida diária? 3, 32 3, 62 IV Meio 9- Quão saudável é o seu ambiente físico? (clima, barulho, poluição, atrativos) 2, 76 3, 46 16 Ambiente Qualidad 12- Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades/ 2, 85 2, 87 13- Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-dia? 3, 23 3, 08 14- Em que medida você tem oportunidades de atividade de lazer? 3, 09 2, 83 23- Quão satisfeito você está com as condições do local onde você mora? 3, 53 3, 62 24- Quão satisfeito você está com o seu acesso aos serviços de saúde? 2, 97 3, 17 25- Quão satisfeito você está com seu meio de transporte? 3, 59 3, 87 1-Com o você avaliaria sua qualidade de vida? 3, 94 3, 92 2- Quão satisfeito você está com a sua saúde? 3, 73 3, 5 e de Vida Geral Fonte: Banco de dados do estudo da saúde mental de idosos por meio do esporte de orientação Considerações finais O objetivo desse trabalho foi oferecer aos idosos que freqüentam a Conferência e o Cobertor no bairro Tejuco, em São João Del-Rei e participantes do projeto “Exercitar para tratar e prevenir” do curso de Educação Física da UFSJ, uma oportunidade para conhecer, adquirir habilidade e praticar o esporte de orientação, como instrumento para incluir e melhorar a saúde mental dos mesmos. Este objetivo foi plenamente alcançado. Foi possível observar uma melhora significativa na saúde mental dos idosos após a introdução do esporte orientação. Referêcias ALVES, Ricardo C. S. (2007). Psicomotricidade I. Rio de Janeiro. Disponível: http://www.scribd.com/doc/25938008/Psicomotricidade-Ed-Fis [Acesso 08 de abril 2008] . CONNER, Daryl R. Gerenciando na velocidade da mudança. Rio de Janeiro: Infobook, 1995. COSTA, V. L. M. Esportes de Aventura e Risco na Montanha – Um mergulho no imaginário. São Paulo: Manole, 2000. DIENER E, SUH E (a). (1997). Measuring quality of life: economic, social and subjective indicators. Soc. Ind. Res; 40: 189-216. DIOGO MJD'E. (2003). Satisfação global com a vida e determinados domínios entre idosos com amputação de membros inferiores. Rev. Panam Salud Publica/Pan. Am. J. Public Health;13(6) FRANCHI, Kristiane Mesquita Barros; JUNIOR, Renan Magalhães Montenegro. (2005) Atividade física: uma necessidade para a boa saúde na terceira idade. 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Geronto;10:407-17. 18 STUDY OF THE CONTRIBUTION OF THE SPORT ORIENTEERING IN THE MATURE PEOPLE MENTAL HEALTH Abstract: Here are the results of the study about mental health of the participants of the extension project of the São João del-Rei Federal University (UFSJ) "Orienteering: the sport of the golden age", accomplished of March of 2009 to March of 2010 in São Sebastião's Conference and in the "conference", in the Tejuco neighborhood, by the high school scholar taught through the Junior Program of Scientific Initiation, trainees of the course of Psychology and mentors of the Masters degree in Psychology. 33 mature people of the project Exercise to treat and prevent coordinated by Prof. Alessandro Oliveira of the physical education course. The mental health was evaluated before and after the interventions by the test TOV (Test of Orienteering for Life), scale WHOQOL-Brief (Test of Quality of Life, short version), Scale of Resilience and Scale of psychological well-being. In the intervention phase, ludic and recreational activities, followed by psychomotor activities and of the presentation of the orienteering sport through videos, pictures, maps and materials used in competitions. Concluding, an orienteering circuit was set for the participants reach in the surroundings of the Conference in São Sebastião at the neighborhood of Tejuco. There was a change in the results the post-test with all the instruments indicating a significant improvement in the mental health after the intervention, with increased optimism, good humor and of the major well-being. Keywords: Quality of life – Resilience – Wellness – Sport orientation – Psychomotility 19