Rayane Rodrigues Martins

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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Biomedicina
Trabalho de Conclusão de Curso
ALTERAÇÃO DE MARCADORES INFLAMATÓRIOS COM
TÉCNICA DE ACUPUNTURA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Autor: Rayane Rodrigues Martins
Orientador: Dr. Misael Rabelo de Martins Custódio
Brasília - DF
2015
RAYANE RODRIGUES MARTINS
ALTERAÇÃO DE MARCADORES INFLAMATÓRIOS COM TÉCNICA DE
ACUPUNTURA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Monografia apresentado ao curso de
graduação em Biomedicina da Universidade
Católica de Brasília, como requisito parcial
para a disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso II.
Orientador: Dr. Misael Rabelo de Martins
Custódio
Brasília
2015
FOLHA DE APROVAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso, de autoria de Rayane Rodrigues Martins, intitulado
“ALTERAÇÃO
DE
MARCADORES
INFLAMATÓRIOS
COM
TÉCNICA
DE
ACUPUNTURA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA”, apresentado como requisito parcial para a
obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina da Universidade Católica de Brasília, em
28/05/2015, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
____________________________________________________________
Prof. Dr. Misael Rabelo de Martins Custódio - Orientador
Curso de Biomedicina - UCB
___________________________________________________________
Prof. Me. Patrícia de Souza Kanno
Curso de Nutrição – UNIPLAN
__________________________________________________________
Esp. Luís Gustavo de Oliveira
Biomédico
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho, primeiramente, ao meu
orientador Dr. Misael Rabelo de Martins
Custódio, aos meus pais e ao meu futuro
marido.
AGRADECIMENTO
“A gratidão é a memória do coração”.
Antístenes
Primeiramente a Deus, por ter me dado forças e saúde para superar todas as
dificuldades ao longo de todo o curso.
Aos meus pais, Ramiro e Renilda, por sempre terem me fornecido amor, educação,
sabedoria e discernimento.
Ao meu futuro marido Rudnei, pela paciência, amor, carinho, dedicação e todo apoio
do mundo.
E ao meu orientador e mestre Dr. Misael Rabelo de Martins Custódio, pelos
ensinamentos, oportunidades, paciência e o bom humor.
As minhas amigas Camilah, Luciana e Belkiss e aos amigos do Projeto de Acupuntura,
por toda a ajuda e conhecimento adquirido ao longo desses anos e que, principalmente, me
fizeram amar o que exerço.
Ao meu amigo Luiz Henrique, que sempre me apoiou.
Aos meus amigos, de longa data, por compreenderem esses momentos de ausência,
pela paciência e por terem me dado força para continuar.
A todos os meus familiares, por toda a confiança e pelos pensamentos positivos ao
longo de toda minha caminhada.
EPÍGRAFE
“Escolha um trabalho de que gostes, e não
terás que trabalhar nenhum dia na tua vida”.
Confúcio
RESUMO
Referência: MARTINS, Rayane R. Alteração de Marcadores Inflamatórios com técnica
de Acupuntura: Revisão Bibliográfica. 2015. 34p. Biomedicina – Universidade Católica de
Brasília – UCB, Brasília, 2015.
Introdução: A inflamação é uma resposta imunológica causada pela invasão de algum agente
nocivo ao organismo. Existem dois tipos de inflamação, aguda e crônica, e as mesmas se
apresentam em uma sintomatologia clássica de cinco sinais cardeais: dor, calor, rubor, edema
e perda de função. O diagnóstico das inflamações pode ser dado de maneira clínica e por
exames laboratoriais. A febre é a elevação da temperatura corporal, é uma das respostas mais
comuns ocorridas nas inflamações, chegando a aparecer em cerca de 80% dos casos. Ocorre
principalmente quando a causa da inflamação é advinda de uma infecção. O diagnóstico
laboratorial da inflamação é estabelecido pela presença de marcadores inflamatórios como a
velocidade de hemossedimentação e a Proteína C Reativa, sendo as terapias medicamentosas,
os antiinflamatórios, escolhidas dependentemente da patologia. A acupuntura é uma técnica
da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que surgiu na China a cerca de 4.500 anos atrás, que
visa o tratamento de patologias através da inserção de agulhas, sempre considerando deixar o
organismo em homeostasia. A inflamação para a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é
considerada um excesso de calor local ou geral causado por um meridiano de energia muito
potente ou por uma barreira do meridiano que causa o calor. Objetivo: Realizar revisão
bibliográfica sobre alterações dos valores inflamatórios sanguíneos com Acupuntura.
Palavras-chave: Inflamação. Acupuntura. Marcadores Inflamatórios.
ABSTRACT
Introduction: Inflammation is an immunological response caused by invasion of a harmful
agent to organism. There are two types of inflammation, acute and chronic, both are present in
a classic symptomatology of five cardinal signs: pain, heat, blush, edema and loss of function.
Diagnosis of inflammation can be given through clinical way and laboratory tests. Fever is an
elevation of body temperature, it is one of most common responses that occur of
inflammation, present in about 80% of cases. It mostly occurs when the cause of
inflammation is arising from an infection. Laboratory diagnosis of inflammation is established
by presence of inflammatory markers such as hem sedimentation and C-reactive protein, antiinflammatories are the medicinal therapies chosen relatively to pathology. Acupuncture is a
technique of traditional Chinese medicine (TCM) that emerged in China about 4500 years
ago, it aims pathologies treatment by inserting needles, always taking into consideration to let
organism in homeostasis. Inflammation for traditional Chinese medicine (TCM) is considered
an excess of local or general heat caused by a meridian of powerful energy or by a barrier of
meridian that causes heat. Objective: Accomplish a literature review about changes in blood
inflammatory values with Acupuncture.
.
Keyword: Inflammation. Acupuncture. Inflammatory Markers.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9
2
OBJETIVO .............................................................................................................................. 10
2.1
GERAL ........................................................................................................................... 10
2.2
ESPECÍFICOS ................................................................................................................ 10
3
MÉTODO................................................................................................................................. 11
4
DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 13
4.1
CAPÍTULO I – INFLAMAÇÃO .................................................................................... 13
4.1.1 Conceito .................................................................................................................................... 13
4.1.2 Fisiopatologia .......................................................................................................................... 13
4.1.3 Tipos .......................................................................................................................................... 15
4.1.4 Diagnóstico ............................................................................................................................... 16
4.1.5 Tratamento .............................................................................................................................. 18
4.2
CAPITULO II – ACUPUNTURA .................................................................................. 20
4.2.1 Conceito .................................................................................................................................... 20
4.2.2 Histórico ................................................................................................................................... 20
4.2.3 Funcionamento ....................................................................................................................... 21
4.2.4 Inflamação e Acupuntura..................................................................................................... 26
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 29
6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 30
9
1
INTRODUÇÃO
A inflamação é uma resposta imunológica causada pela invasão de algum agente
nocivo ao organismo. Existem dois tipos de inflamação, aguda e crônica, e as mesmas se
apresentam em uma sintomatologia clássica de cinco sinais cardeais: dor, calor, rubor,
edema e perda de função (SILVA, F. O. C. D.; MACEDO, 2011).
Logo após a invasão do agente nocivo ao organismo, começa uma resposta
inflamatória onde há uma produção de citocinas inflamatórias que sinalizam para as
células sanguíneas e as mesmas são carreadas para o local da lesão para o neutrófilo, à
primeira linha de defesa que irá contribuir para o início da inflamação. Os monócitos
carreados vão se transformar em macrófagos teciduais para a fagocitose do agente nocivo
(MACHADO et al., 2004).
A acupuntura é uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que surgiu
na China a cerca de 4.500 anos atrás, que visa o tratamento de patologias através da
inserção de agulhas, sempre considerando deixar o organismo em homeostasia
(GERVÁSIO; BECHARAII, 2010).
O diagnóstico das inflamações pode ser dado de maneira clínica e por exames
laboratoriais. A febre é a elevação da temperatura corporal, é uma das respostas mais
comuns nas inflamações, chegando a aparecer em cerca de 80% dos casos. Ocorre
principalmente quando a causa da inflamação é advinda de uma infecção. O diagnóstico
laboratorial da inflamação é estabelecido pela presença de marcadores inflamatórios como
a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a Proteína C Reativa (PCR), sendo as
terapias medicamentosas, os antiinflamatórios, escolhidas dependentemente da patologia
(OLIVEIRA et al., 2007; ROSA NETO; CARVALHO, 2009; SOARES; SANTOS,
2009).
A inflamação para a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é considerada um
excesso de calor local ou geral causado por um meridiano de energia muito potente ou por
uma barreira do meridiano que causa o calor (MACIOCIA, 2007; TORRES, 2011).
10
2
OBJETIVO
2.1
GERAL
Realizar revisão bibliográfica sobre alterações dos valores inflamatórios sanguíneos
com Acupuntura.
2.2
ESPECÍFICOS

Realizar pesquisa bibliográfica sobre Inflamação;

Realizar pesquisa bibliográfica sobre testes inflamatórios;

Realizar pesquisa bibliográfica sobre Acupuntura;

Realizar Fichamento de todos os trabalhos achados;

Selecionar os trabalhos que tenham relação direta com a temática do trabalho.
11
3
MÉTODO
Como metodologia de pesquisa, foi realizada busca utilizando-se as bases científicas
eletrônicas Scielo, Pubmed, banco de dados da Universidade Católica de Brasília e outros
bancos de dados de Universidades. Também como pesquisa, foram utilizados livros didáticos
presentes no acervo da Biblioteca da Universidade Católica de Brasília. Foi utilizado como
palavras chaves de pesquisa: Inflamação, inflammation, Acupuntura, Acupuncture e a
associação de Acupuntura e Inflamação.
Através das palavras chaves foram selecionados artigos que possuíam em sua linha de
pesquisa temas semelhantes. Em inflamação os artigos deveriam embasar em seu conteúdo
temas como fisiopatologia da inflamação, os marcadores inflamatórios e os antiinflamatórios.
Com a acupuntura todos os artigos selecionados abrangiam sobre os fundamentos da
Medicina Tradicional Chinesa (MTC).
Observe nos esquemas abaixo, a quantificação de artigos encontrados e utilizados no
estudo, para o melhor entendimento da pesquisa bibliográfica:
Figura 1: Esquema de pesquisa no banco de dados da Scielo.
Fonte: Martins (2015).
12
Figura 2: Esquema de pesquisa no banco de dados da Pubmed.
Fonte: Martins (2015).
Foram utilizados 6 livros baseados nas Teorias Tradicionais Chinesas e 3 livros de
patologia retirados do acervo da Biblioteca da Universidade Católica de Brasília.
Em pesquisa a teses e dissertações, foram utilizados 1 Dissertação de Mestrado da
Universidade Federal de Uberlândia, 1 Tese de Doutorado da Universidade de São Paulo, 1
Dissertação de Mestrado da Universidade da Beira Interior e 1 Dissertação de Mestrado da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, todos voltados com pesquisas com o tema de
Acupuntura. Do acervo eletrônico de outra Universidade e foi utilizado 1 artigo científico da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e 1 artigo científico da Revista Brasileira de Terapia
Intensiva.
13
4
DESENVOLVIMENTO
4.1
CAPÍTULO I – INFLAMAÇÃO
4.1.1 Conceito
O organismo tem função de eliminar componentes estranhos que causam risco à nossa
saúde, esse mecanismo de eliminação é desencadeado por uma resposta imunológica
denominada de inflamação. Este último é um processo de proteção ao organismo com
objetivo de eliminação do agente causador da lesão, com ação destrutiva ou neutralizadora
sobre o mesmo (KUMAR, 2013; SILVA, F. O. C. D.; MACEDO, 2011).
Independentemente do tipo de inflamação, ambas apresentam sinais e sintomas
semelhantes como resposta fisiológica de forma defensiva. Cornelius Celsus na Roma antiga
(42 a 37 A.C) descreveu os 4 sinais cardeais da inflamação: a) Rubor: causado pela hiperemia
local – aumento do fluxo sanguíneo local; b) Tumor: ocasionado pela exsudação dos fluídos
corporais; c) Calor: aumento da temperatura local; d) Dor: provocada pela liberação de
algumas substâncias químicas. Porém, mesmo tendo função protetora, a reação inflamatória
pode causar danos maiores ao tecido lesado: seus componentes podem lesar tecidos normais
de forma indesejada, caracterizando as doenças autoimunes. Desta forma tem-se a descrição
da Perda de função: alterações funcionais do tecido como mais uma das alterações fisiológicas
do sistema inflamatório (KUMAR, 2013; VANE; BOTTING, 1996).
Todos os processos fisiológicos intrínsecos e extrínsecos para a alteração do sistema
inflamatório é dependente de várias alterações fisiológicas que se influenciam por fatores
ambientais, tratados no próximo subcapítulo como Fisiopatologia.
4.1.2 Fisiopatologia
O processo Inflamatório inicia-se logo após o contato com o agente causador da lesão,
onde o primeiro resultado da ação fisiológica da inflamação é gerar o chamado
“emparedamento”, no qual ocorre o isolamento da área de lesão. Os espaços teciduais, ao
redor do tecido lesado, sofre uma obstrução causada por coágulos de fibrinogênio e depois de
alguns minutos não ocorra quase nenhuma passagem de líquidos nos espaços. Esse
mecanismo funciona para inibir a disseminação dos agentes contaminantes. Durante este
processo, é observada uma grande quantidade de macrófagos presentes no tecido, ativados
pelos produtos de inflamação, exercendo sua função fagocítica. Os macrófagos rapidamente
aumentam de tamanho e os que estão ligados começam a se soltar e passam a ser móveis,
sendo a primeira linha de ataque contra a infecção (GUYTON, 2011; MACHADO et al.,
2004; SILVA, F. O. C. D.; MACEDO, 2011).
14
Ao mesmo tempo em que o sistema fagocitário age, são liberadas citocinas, que são
moléculas proteicas que enviam sinais de estimulo e inibição as células do sistema
imunológico, são as interleucinas, sendo elas as interleucinas 4, 5, 6, 10, 12, 13, 18, 19, 20 e
entre outros, cada uma possuindo uma função no processo inflamatório (VARELLAL, 2001).
As citocinas inflamatórias produzidas pelo tecido lesado que fazem com que grande
quantidade de neutrófilos sejam carreadas pela corrente sanguínea até o local da lesão no
tecido. As mesmas vão causar um aumento na expressão de seletinas e ICAM, moléculas de
aderência extra e intracelular, as quais promoverão três mecanismos para que os neutrófilos
migrem para o tecido lesado: a) Marginação: interação das moléculas de aderência e
integrinas complementares dos neutrófilos fazendo com que essas células grudam na parede
dos capilares da área lesada; sendo assim, o endotélio se torna ativado, passando a expressar
moléculas de superfície que favorecem a aderência de leucócitos e sua eventual passagem
para o tecido, chamada de: b) Diapedese: a passagem dos neutrófilos do sangue para o local
da inflamação, que ocorre pelo afrouxamento entre as células endoteliais. E c) a quimiotaxia:
que é o processo que permite que a célula migre para o tecido lesado (CRUVINEL et al.,
2010; GUYTON, 2011; MACHADO et al., 2004; SILVA, F. O. C. D.; MACEDO, 2011).
Pelo mesmo mecanismo ocorre a migração dos monócitos para o tecido lesado que ao
chegarem ao tecido aumentam de tamanho e viram macrófagos. Esse processo é mais lento do
que quando ocorre com os neutrófilos, que é o processo inflamatório que causa neutrófilia
acentuada em pouco tempo após seu inicio, ocorre pelos produtos da inflamação que caem na
corrente sanguínea e são carreados até a medula óssea. Irão atuar nos neutrófilos presentes na
medula mobilizando-as para corrente sanguínea. Após o aumento da quantidade dos mesmos
na corrente sanguínea, aumenta-se também o tamanho e desenvolvimento de grande
quantidade de lisossomas dos monócitos dura cerca de oito horas para adquirirem a
capacidade fagocitíca (CRUVINEL et al., 2010; GUYTON, 2011; SALLES et al., 1999;
SILVA, F. O. C. D.; MACEDO, 2011).
Estes processos são diferenciados por determinados tipos de diferentes de acionadores
fisiológicos. Desta forma, existem os tipos de inflamações que agem diretamente ao estímulo
ideal para cada inflamação para que seja resolvida a intercorrência de forma correta no
contexto biocelular. Sendo assim, a inflamação pode ser apresentada de forma aguda ou
crônica, A primeira tem uma curta duração e se apresenta em forma inicial, caracterizada pela
exsudação de líquido e proteínas plasmáticas e uma grande quantidade de leucócitos presente
no local, especificamente os neutrófilos. Já a crônica se apresenta de maneira silenciosa e tem
15
duração longa, e é caraterizada pelo influxo linfocitário e de macrófagos com proliferação
vascular. Ambos serão explicitados de forma mais detalhada no próximo capítulo.
4.1.3 Tipos
As inflamações podem ser separadas em 2 tipos de respostas fisiológicas, sendo
definidas como Aguda e crônica. Na inflamação aguda é de processo inicial e rápido e de
curta duração, é caracterizada pela exsudação de líquido e de proteínas plasmáticas e um
acúmulo exacerbado de neutrófilos. Na crônica tem uma longa duração e tem característica de
proliferação de macrófagos e linfócitos associados à fibrose (GERALDO; ALFENAS, 2008;
KUMAR, 2013).
Entretanto, se faz necessário explanar os passos fisiológicos para cada tipo:
4.1.3.1 Inflamação Aguda
A inflamação aguda é caracterizada por ter um processo rápido à lesão com
característica de grande quantidade de neutrófilos e as proteínas plasmáticas para o local da
lesão e o edema. As reações inflamatórias podem ser iniciadas através de estímulos
infeccioso, traumáticos, necróticos, na presença de corpos estranhos e reações imunológicas.
Cada um desses estímulos pode gerar uma inflamação diferente, mas toda inflamação, tem
pelo menos, as mesmas características e fisiopatologias, tem predominância de elementos da
resposta inata e as principais células envolvidas são os macrófagos e neutrófilos (CRUVINEL
et al., 2010; KUMAR, 2013; ROSA NETO; CARVALHO, 2009).
Esta possui dois componentes principais, alterações vasculares e alguns eventos
celulares. A primeira são modificações no calibre do vaso sanguíneo resultando no aumento
do fluxo, com a vasodilatação, e o aumento da permeabilidade vascular. Os eventos celulares,
como a alteração no fluxo e no calibre do vaso, ocorrem quando os leucócitos saem da
microcirculação e seu recrutamento e acúmulo no local da lesão (KUMAR, 2013; ROSA
NETO; CARVALHO, 2009).
4.1.3.2 Inflamação Crônica
A inflamação crônica é a progressão de uma inflamação aguda, onde o agente nocivo
tem uma permanência mantendo o processo inflamatório, levando a cronificação deste
processo. Tem um período mais longo, onde as fases da inflamação ativa, a destruição
tecidual e a interações das células recrutadas para o lugar da lesão, sendo elas as células
mononucleadas (macrófagos, monócitos e linfócitos). Os macrófagos são as células
16
encontradas nesse processo, encontrados, geralmente em tecidos conjuntivos e outros tecidos.
Tem como principal função atuar em um sistema de fagócitos mononucleares, como filtros de
agentes causadores da inflamação e como sinalizadores de linfócitos T e B para estímulos
nocivos (CRUVINEL et al., 2010; GERALDO; ALFENAS, 2008).
A inflamação granulomatosa é um tipo de inflamação crônica, caracterizada por
agregados de macrófagos ativados, estes desenvolvem uma aparência epitelióide. Pode ser
encontrada em patologias específicas e de importância por causar sérios danos ao paciente, é
considerada uma resposta a antígenos que permanecem no organismo sem a inativação. Tem
uma resposta persistente em células T e bactérias ou fungos, que onde as citocinas derivadas
dos linfócitos T irão ser responsáveis pela via de ativação dos macrófagos. (INOUE; SUGA,
2008).
4.1.4 Diagnóstico
4.1.4.1 Clínico:
A fase aguda da inflamação consiste em uma resposta clínica bem característica, a
febre. É uma das respostas mais comuns ocorridas nas inflamações, chegando a aparecer em
cerca de 80% dos casos. Esta é caracterizada pela elevação da temperatura corporal do
paciente, principalmente quando a inflamação causada é advinda de uma infecção. Estudos
mostram que não há relação entre a febre e a gravidade da doença (BARBOSA et al., 2004;
VOLTARELLI, 1994).
A febre é uma resposta aos pirogênios que atuam na estimulação das sínteses de
prostaglandinas. Esses pirógenos irão estimular os leucócitos a liberarem citocinas que atuam
na via de ciclooxigenases, que ao final da cascata vai ser converte em prostaglandinas. As
mesmas, no hipotálamo, tem a função de regular a temperatura corpórea. A febre, como
mostra em estudos, tem funções de resposta imunológicas no organismo: a) aceleração do
processo de quimiotaxia dos neutrófilos; b) diminuem a disponibilidade do ferro, para quais
as bactérias necessitam para a proliferação; c) aumenta a sensibilidade da resposta
imunológica e d) aumentam a produção e a ação antiviral, aceleram as secreções
antibacterianas e antitumoral dos interferons (BARBOSA et al., 2004; KUMAR, 2013).
4.1.4.2 Sanguíneo:
Além do diagnóstico clínico as inflamações podem ser caracterizadas através
de alguns marcadores biológicos ou chamadas de marcadores inflamatórios. São eles dosados
através do sangue. Tais como: Os níveis plasmáticos elevados de proteínas da fase aguda da
17
inflamação (Proteína C Reativa), Velocidade de Hemossedimentação, e uma contagem de
leucócitos (BARBOSA et al., 2004; ROSA NETO; CARVALHO, 2009).
4.1.4.3 Proteína C Reativa
A proteína C reativa (PCR), descoberta em 1930 através da reação com os
polissacarídeos C presentes nos pneumococos na fase aguda da pneumonia pneumocócica.
Eleva ou diminui suas concentrações cerca de 25% em uma atividade inflamatória (AGUIAR
et al., 2013; CARVALHO JÚNIOR et al., 2006). A PCR também sofre alterações em
inflamações crônicas, sendo marcador de risco em futuras ocorrências de doenças
cardiovasculares. (AGUIAR et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2007).
Como descrito por Oliveira et al. a PCR desenvolve diretamente a indução das
moléculas de adesão, interleucinas e fatores tumorais (todos componentes inflamatórios). Tem
grande importância para o desenvolvimento inflamatório (OLIVEIRA et al., 2007). Promove
a ação anti-inflamatória pela inibição de adesão de neutrófilos e células endoteliais. Ocorre
porque a PCR impede a expressão de L-selectina pelos neutrófilos e estimula o adverso do
receptor de interleucina -1 pelos monócitos, ou seja, liga-se ao patógeno e a célula lesada e
ativa a sua eliminação através do sistema complemento. (ROSA NETO; CARVALHO, 2009;
SANTOS, W. B. et al., 2003).
A PCR é sintetizada nos hepatócitos, após o estimulo são produzidos e de 4 a 6 horas
já são presentes na corrente sanguínea. Por Silva et al. a PCR tem um pico de elevação de 24
a 48 horas após a infecção (CARVALHO JÚNIOR et al., 2006) e no estudo realizado por
Duarte et al. pode ser entre 36 e 48 horas. Tem uma meia vida de 19 horas consideravelmente
curta. Para o monitoramento da infecção/inflamação é cabíveis a dosagem sérica em dias
alternados do que em dias isolados pela sua meia vida que pode permanecer em altos níveis
durante a fase de recuperação (AGUIAR et al., 2013; CARVALHO JÚNIOR et al., 2006;
SANTOS, W. B. et al., 2003).
4.1.4.4 Velocidade de Sedimentação das Hemácias (VHS)
A Velocidade de Sedimentação das Hemácias é o tempo em que as hemácias levam
para sedimentar-se (MARTINS; CARDOSO; MARCONDES, 2007). As primeiras
observações sobre o VHS na Grécia Antiga, os gregos utilizavam as informações presentes na
hemossedimentação para constatar as doenças. Até o inicio do século XXI era bastante
utilizado como diagnóstico de gravidez e posteriormente passou-se a ser usado como um
18
marcador de inflamação (SANTOS, V. M. D.; CUNHA; CUNHA, 2000;
SOARES;
SANTOS, 2009).
Atualmente tem sido o VHS tem sido realizada para determinar uma grande
quantidade de condições clínicas em processos infecciosos e processos inflamatórios, como:
tuberculose, doenças reumáticas e autoimunes, linfomas e alguns tipos de câncer, avaliação da
gravidade da doença e eficácia do tratamento. Porém, por Santos et al. a Velocidade de
Sedimentação das Hemácias pode sofrer interferências, tais relacionados à presença de
anemias, policitemia, esferocitose, macrocitose, insuficiência cardíaca congestiva ou
hipergamaglobulinemia (CARVALHO JÚNIOR et al., 2006; MARQUES FILHO, 2004;
SOARES; SANTOS, 2009).
Apesar de ser um teste inespecífico é um elemento indispensável na investigação e
acompanhamento de pacientes. Sua normalização pode ser evidência de uma boa resposta ao
tratamento de doenças subagudas e crônicas citadas anteriormente. Os valores anormais que
propiciam o seu aumento conforme dito por Santos et al. são: Alcoolismo, anemias graves,
arterite temporal, artrite gotosa, artrite reumatóide, câncer, doenças inflamatórias pélvicas,
esclerose sistêmica progressiva, hipertiroidismo, hipotireeoidismo, infarto agudo do
miocárdio, insuficiência renal crônica, leucemias, linfomas, lúpus eritematoso sistêmico,
mieloma múltiplo, queimaduras graves, sífilis e entre outros.
Seus valores são comumente elevados a partir de 48 horas do inicio do quadro
infeccioso/inflamatório, cerca de 3 a 5 dias após ocorre seu pico de elevação e
aproximadamente cerca de 3 semanas após o inicio do tratamento, seus níveis voltam ao
normal (CARVALHO JÚNIOR et al., 2006).
A leucocitose é uma característica comum nas ações inflamatórias, principalmente se
forem causadas por infecção bacteriana. Porém não é um dado especifico para o diagnostico
de inflamação, podendo alterar-se em diversos processos. Seus valores costumam ser por
cerca de 15.000 a 20.000 células/µL, mas podem atingir valores extremamente altos com
cerca 40.000 a 50.000 células/µL (BARBOSA et al., 2004; KUMAR, 2013).
4.1.5 Tratamento
Para o tratamento medicamentoso das inflamações são utilizados fármacos antiinflamatórios. Destes existem classes de anti-inflamatórios: Os esteróides, incluindo os
corticoides, e os Não- Esteróides (AINES).
Os AINES são os anti-inflamatórios mais prescritos em todo o mundo, apresenta
amplo aspecto de indicação terapêutica, como: analgesia, anti-inflamação, antipirese e em
19
profilaxia em doenças cardiovasculares. É uma classe medicamentosa que faz inibição de
ciclo-oxigenase (COX) sendo seletivos ou não. Os AINES não seletivos são os mais comuns a
serem utilizados, os mesmos inibem produção de prostaglandinas e a produção plaquetária
(BATLOUNI, 2010; KUMMER; COELHO, 2002).
Dentre as técnicas utilizadas como tratamento da inflamação, que podem ser
consideradas terapêuticas complementares utilizam-se tratamentos complementares, o exposto
no trabalho é a acupuntura.
20
4.2
CAPITULO II – ACUPUNTURA
4.2.1
Conceito
A acupuntura, do latim acus e punctura, significa a técnica de puncionar agulhas,
advinda da Medicina Tradicional Chinesa que visa o tratamento e a cura de patologias através
da inserção de agulha em pontos nervosos específicos. Teve surgimento cerca de 4.500 mil
anos atrás. A Acupuntura tem como fundamento o equilíbrio corporal juntamente com o meio
externo, assim, o equilíbrio é diretamente influenciado pela qualidade de vida, hábitos,
costumes,
e
alimentação
(MACHADOI;
DE
OLIVEIRAI;
FECHINEI,
2012;
SCOGNAMILLO-SZABÓ; BECHARA, 2001). Mesmo sendo uma técnica milenar vem se
destacando no século XXI. Tem o potencial de diagnosticar e tratar as doenças atuais. Para
um tratamento com eficácia é utilizada a combinação de pontos, mesclando os pontos de
maneira isolada em seus meridianos e trabalhar também com pontos de acordo com suas
funções nos meridianos (MACIOCIA, 2007; TAFFAREI; FREITAS, 2009).
As recentes pesquisas cientificam vem contribuído cada vez mais para um maior
desenvolvimento e compreensão da acupuntura. Antigamente os conceitos de acupuntura
eram transmitidos de geração em geração (WEN, 2009).
A acupuntura objetiva restabelecer o equilíbrio corporal como o principal tratamento,
assim a mesma é vista como se todas as estruturas do organismo encontram, em seu estado
original, em estado de equilíbrio pela atuação de Energias, essas como: Teoria de Yin e Yang,
Teoria dos 5 elementos, Teoria Zang Fu, Teoria dos Meridianos e o TAO.
4.2.2 Histórico
Acupuntura surgiu na China a cerca de 4.500 anos atrás. Já era utilizada a inserção de
pedras polidas e afiadas, bambu, osso e metais para a estimulação dos pontos. A técnica vem
se aperfeiçoando desde as décadas antes de Cristo, e se baseia no Taoísmo, se conceituando
que a saúde do individuo está diretamente relacionado aos seus hábitos e excluindo a idéia
que as doenças teriam origens demoníacas (GERVÁSIO; BECHARAII, 2010; LIU et al.,
2014).
Todas as técnicas utilizadas até hoje tem grande embasamento na literatura de Ney
Jing ou “Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo” que foi quem relatou em forma
literária as técnicas da Medicina Chinesa que eram passadas pelos ancestrais (GERVÁSIO;
BECHARAII, 2010; SCOGNAMILLO-SZABÓ; BECHARA, 2001).
21
Até hoje não há documentação que diz o surgimento real da acupuntura, mas sabe-se
que desde antes de Cristo é uma terapia bastante difundida entre chineses. E a evolução da
humanidade foi trazendo o aperfeiçoamento dessas técnicas (WEN, 2009).
No Brasil, a técnica de acupuntura já vem sendo incorporada nas terapias alternativas
juntamente com a medicina ocidental, ocorre desde a década de 80 em hospitais universitários
pelo Brasil. A partir de 1980 a homeopatia foi reconhecida pelo Conselho Federal de
Medicina e foi designada uma opção terapêutica na Previdência Social em 1986. Houve a
implementação da acupuntura no serviço público depois de apresentação de propostas no
Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, porém a sua prática já era precedida em consultórios
privados (ALVES, 2012).
4.2.3 Funcionamento
4.2.3.1 Taoismo
O taoísmo significa “caminho”, é uma teoria chinesa, sendo a filosofia mais antiga, é
uma prática de energias que governam o universo e o organismo. (CINTRA; PEREIRA,
2012; CUNHA; REGO, 2007).
4.2.3.2 Yin e Yang
O Yin e o Yang são conceitos da Medicina Tradicional Chinesa seus princípios
fundamentais são o oposto e complemento, um sempre complementando o outro. Caso um
esteja mais aparente que o outro ou menos aparente há um desiquilíbrio. Os chineses
caracterizavam a teoria de Yin e Yang a forma em que a colina se apresentava. O lado escuro
representa o Yin e o ensolarado representa o Yang. Observada pelos camponeses pela
alteração entre dia e noite, o Yang representando o dia e a noite representada por Yin. O lado
“esquerdo” e “direito”, como esquerdo o lado que se trabalha, representando o yang e
“direito” o lado que se alimenta, representando o yin. Apesar de ser oposto o yin-yang são
dependentes um do outro, um não vive sem o outro. Com por exemplo o dia e a noite, um é o
oposto do outro, mas o dia só acaba quando a noite começa (LUCA, 2008; MACIOCIA,
2007).
Na teoria do Yin e Yang existem quatro maneiras dos mesmos se relacionarem, sendo:
a oposição, a interdependência, o consumo mútuo e o inter-relacionamento. O primeiro
aspecto citado condiz na contradição entre Yin e Yang, um sempre é o oposto do outro.
Subsequente à interdependência condiz em que mesmo sendo um o oposto do outro, são um
dependente do outro. O Consumo mútuo é dado como o constante equilíbrio entre os dois,
22
entretanto existem quatro possibilidades da presença de desequilíbrio: deficiência de Yang,
deficiência de Yin, excesso de Yang e excesso de Yin. E por fim o inter-relacionamento
abordado como que não há imobilidade, ao tempo em que um acaba o outro começa (DORIA;
LIPP; SILVA, 2012; VECTORE, 2005).
Figura 3: Símbolo do Yin e Yang e seus relacionamentos.
Fonte: Kono (2011)
4.2.3.3 Cinto Elementos
A teoria dos cinco elementos foi criada pelos filósofos chineses para explicar o
comportamento da natureza e seus animais. SHANG SHU relata:
Os cinco elementos são Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra. A Água
umedece em descendência, o Fogo chameja em ascendência, a
Madeira pode ser dobrada e estucada, o Metal pode ser moldado e
endurecido, a Terra permite a disseminação, o crescimento e a
colheita. Aquilo que absorve a descendência (Água) é salgada, o que
chameja em ascendência (fogo) é amargo, o que pode se dobrado é
esticado (Madeira) é azedo, o que pode ser moldado é enrijecido
(Metal) é picante e o que permite disseminar, crescer e colher (Terra)
é doce (MACIOCIA, 2007; VECTORE, 2005)
Os cinco elementos são separados e posicionados diretamente ligados a sequencias de
produção ou geração: quando um elemento gera o outro, e ao mesmo tempo ele esta sendo
gerado (Fogo gera Terra, Terra gera Metal, Metal gera Água gera Madeira e Madeira gera
Fogo). Sequencia de controle: quando um elemento controla o outro porem ao mesmo tempo
esta sendo controlado (Madeira controla a Terra, a Terra controla a Água, a Água controla o
Fogo, o Fogo controla o Metal e o Metal controla a Madeira). Sequencia da lesão: ocorre
quando o equilíbrio é afetado (SILVA, D. F. D., 2007; VECTORE, 2005).
23
Figura 4: Os cinco Elementos em sistemas de produção, dominação e contra dominação.
Fonte: Yang (2014)
4.2.3.4 Teoria das Substâncias Vitais
Existem na teoria chinesa que há energias fluindo pelo corpo, essas energias são
chamadas de “Qi” (energia) e “Xue” (sangue) que fluem em rotas energéticas, denominadas
de meridianos, que se concentram em ramos nervosos neuromusculares sensitivos (BREVES,
2001). Seu tratamento baseia-se em teorias de Yin e Yang, teoria dos Cinco a órgão e víscera.
As patologias são dadas como uma desordem, podendo ser um fluxo excessivo ou uma
obstrução do fluxo de “Qi” (BREVES, 2001; ZANETTE, 2005).
4.2.3.4.1 Sangue - Xue
Para a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) o Xue tem significado representativo de
“sangue” tem função de nutrir o organismo e dá suporte à mente. É controlado pelo Qi,
portanto vai depender das suas ações controladoras. O sangue pode se apresentar de três
formas em patologias: 1) Deficiência de Sangue: ocorre quando há uma deficiência de Qi do
baço. 2) Calor de sangue: quando o calor do fígado começa a deixar o sangue fuir quente. E 3)
Estase de sangue: Ocorre quando há uma deficiência na movimentação do sangue pode ser
ocasionada pelo calor ou pelo frio do fígado (MACIOCIA, 2007; SILVA, A. L. P. D., 2010).
24
4.2.3.4.2
Fluidos Corporais (Jin Ye)
Os fluidos corpóreos (Jin Ye) são oriundos dos alimentos e líquidos ingeridos, sofrem
transformação e sua separação pelo baço. O processo de obtenção dos fluídos corporais é uma
serie de processos de purificação, separando os fluidos em substâncias impuras e puras,
sequentemente são transportadas para a parte descendente e para a parte ascendente
(TORRES, 2011).
Os fluídos puros são levados para o pulmão que fará a distribuição pelo organismo. Já
os fluidos impuros irão ao intestino delgado e para a bexiga e serão excretados pelas fezes e a
bexiga irá realizar a transformação do Qi pelo Yang do Rim. Podem ser afetados de maneira
em que sofra uma deficiência ou um excesso de fluído, sendo em forma de edema ou fleuma
(MACIOCIA, 2007).
4.2.3.4.3
Zang Fu
O termo empregado de Zang-Fu é utilizado para denominar órgãos e vísceras. São
observados três aspectos: energético, funcional e orgânico. Tem funcionalidade de formação.
Crescimento, desenvolvimento e manutenção do corpo. Cara respectivo órgão representa um
elemento dos citados á cima com funções clássicas de comando sobre o tecido, formação,
sobre suas energias (LIVRAMENTO, 2010; LUCA, 2008).
Cada órgão e víscera, que estão ligados em formas de pares de diferentes polaridades,
estão acoplados a um dos cinco elementos, sendo: Coração sendo de natureza Yang e Intestino
Delgado de natureza Yin está acoplado ao elemento Fogo, Baço/Pâncreas sendo de natureza
Yang e Estômago de natureza Yin está acoplado ao elemento Terra, Pulmão sendo de natureza
Yang e Intestino Grosso de natureza Yin está acoplado ao elemento Metal, Rim sendo de
natureza Yang e Bexiga de natureza Yin está acoplada ao elemento Água e o Fígado sendo de
natureza Yang e Vesícula Biliar de natureza Yin está acoplada ao elemento Madeira (GÓIS,
2007; LIVRAMENTO et al., 2010; TAFFAREI; FREITAS, 2009; TORRES, 2011).
25
Tabela 1. Correlação do Zang Fu com os cinco elementos.
Cinco
elementos
Madeira
Fogo
Terra
Metal
Água
Órgão
(Zang)
Fígado
Coração
BaçoPâncreas
Pulmão
Rins
Víscera (Fu)
Vesícula
Biliar
Intestino
delgado
Estômago
Intestino
grosso
Bexiga
Manifestação
externa
Olho
Língua
Boca
Nariz
Orelha
Manifestação
energética
Unha
Tez do rosto
Lábios
Pele/pelos
Cabelo
Energia
Vento
Calor
Umidade
Secura
Frio
Cor
Verde
Vermelho
Amarelo
Branco
Preto
Emoções
Raiva
Alegria
Preocupação
Tristeza
Medo
Fonte: Adaptação de Doria (2012)
4.2.3.4.4
Meridianos
Os meridianos de energia, também chamados de canais de energia, são dados como
uns traçados energéticos com a presença de circulação de Qi e Sangue fazendo com que haja a
ligação do meio externo para o interno e do meio interno para o externo. São distinguidos em
três categorias: os canais principais, curiosos e distintos. Os canais principais são os canais
que vem direto dos órgãos e vísceras, apresenta uma parte profunda na caixa torácica fazendo
a ligação entre os órgãos e vísceras acoplados. São eles:

Canal de Energia Principal do Pulmão (Tai Yin da Mão):
Possui 11pontos - P1 ao P11.

Canal de Energia Principal do Intestino Grosso (Yang Ming da Mão):
Possui 20 pontos - IG1 ao IG20.

Canal de Energia Principal do Baço/Pâncreas (Tai Yin do Pé):
Possui 21 pontos - BP1 ao BP21.

Canal de Energia Principal do Estômago (Yang Ming do Pé):
Possui 45 pontos – E1 ao E45.

Canal de Energia Principal do Coração (Shao Yin da Mão):
Possui 9 pontos – C1 ao C9.
26

Canal de Energia Principal do Intestino Delgado (Tai Yang da Mão):
Possui 19 pontos – ID1 ao ID19

Canal de Energia Principal da Bexiga (Tai Yang do Pé):
Possui 67 pontos – B1 ao B67.

Canal de Energia Principal dos Rins (Shao Yin do Pé):
Possui 27 pontos – R1 ao R27.

Canal de Energia Principal da Circulação - Sexo (Jue Yin da Mão):
Possui 9 pontos – CS1 ao CS9.

Canal de Energia Principal do Triplo Aquecedor (Shao Yang da Mão):
Possui 23 pontos – TA1 ao TA 23.

Canal de Energia Principal do Fígado (Jue Yin do Pé):
Possui 14 pontos - F1 ao F14.

Canal de Energia Principal da Vesícula Biliar (Shao Yang do Pé):
Possui 44 pontos – VB1 ao VB44 (MACIOCIA, 2007; TORRES, 2011).
4.2.4 Inflamação e Acupuntura
Para a filosofia da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) a inflamação é considerada
um excesso de calor local ou geral causado por um meridiano de energia muito potente ou por
uma barreira do meridiano que causa o calor. Desta forma, o primeiro aspecto, local, pode ser
causado por uso excessivo do órgão, víscera, articulação, músculo ou qualquer outro aspecto
funcional. Já no aspecto geral são considerados 2 ou mais locais com o mesmo acesso de
calor. Ambos podem ser adquiridos por meio de uma série de fatores levando em
consideração a causa principal da inflamação. Neste sentido, atribui-se o calor como o
verdadeiro sinal e sintoma da inflamação corporal, que serão citados com maior riqueza de
detalhamento abaixo.
Existem, pela Medicina Tradicional Chinesa (MTC), teorias de síndromes de calor,
designadas por calor interno cheio e calor interno vazio, vento-calor (condição externa)
(ROSSETTO, 2012).
O calor-cheio ocorre pelo excesso de Yang Qi, exigindo um consumo excessivo de
Yin. Pode ser causado por consumo exorbitante de alimentos quentes ou alteração emocional
de longa duração, que possam causar uma estagnação de Qi. Pode desenvolver-se também a
partir de fatores externos que se transformam em calor dentro do organismo. Têm
manifestações clínicas de febre, sede, hiperemia da conjuntiva, rubor facial, constipação,
27
urina escassa e escura, com presença de pulso rápido e cheio e língua vermelha ou
avermelhada e a presença de saburra amarelada (MACIOCIA, 2007; ROSSETTO, 2012).
O calor- vazio é uma desordem ou deficiência de Yin, onde há um consumo de Yin
pelo Yang que permanentemente está em excesso. Ocasionado por uma deficiência de Yin do
Rim que por sua vez regula o Yin Qi do organismo. Quando este estiver deficiente pode afetar
fígado com manifestações de irritações e cefaléia, do coração com manifestações de insônia e
agitação mental, e Pulmão com tosse seca e rubor malar. No geral, suas manifestações são
febres vespertinas ou calor no período da tarde, boca seca, garganta seca à noite, sudorese
noturna, sensação de calor no tórax, pés e mãos. (DUMITRESCU, 1996; MACIOCIA, 2007;
REBELATTO; BOTOMÉ, 1999).
Foi feito um esquemograma abaixo para melhor ilustrar o relato a cima.
Figura 5: Esquemograma ilustrativo de ligação entre as Medicina Ocidental com a Medicina Oriental.
Fonte: Martins (2015).
28
Figura 6: Comparação entre calor-cheio e calor vazio.
Fonte: Maciocia (2007)
Dos sinais de vento-calor são febre e aversão ao frio, dores ao longo de todo corpo,
calafrios, leve sudorese, sede, e pulso flutuante e rápido, a língua com saburra fina e
amarelada (DUMITRESCU, 1996; REBELATTO; BOTOMÉ, 1999).
Tabela 2: Comparação de calor e frio em vento.
Fonte: Adaptação: de Maciocia (2007)
29
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A acupuntura influenciará de fato nos marcadores inflamatórios apresentados no
estudo, sendo a Proteína C Reativa (PCR) e a Velocidade de hemossedimentação (VHS),
porém são estudos não conclusivos.
Houve uma carência em trabalhos científicos sobre o embasavam dos efeitos da
acupuntura diante os marcadores inflamatórios em bancos de dados. Demonstra que a
literatura é falha mediante estudos e trabalhos experimentais que comprovam a alteração dos
marcadores.
Sugerem-se estudos que comparem, em estudos experimentais, o efeito da Acupuntura
nos marcadores inflamatórios com intuito de verificar sua eficácia como tratamento
coadjuvante ou até mesmo principal para inflamações.
30
6
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