15 – 19 DE Novembro 2016 Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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ANAIS
15 – 19 DE Novembro 2016
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Apoio:
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DIRETORIA BIÊNIO 2014-2016
Teresa Cristina Cardoso Fonseca
Joaquim Caetano de Aguirre Neto
Sima Esther Ferman
Alayde Vieira Wanderlei
Carla Renata Donato Macedo
Gustavo Ribeiro Neves
Claudia Lacman Epelman
Presidente
1º Vice-presidente
2º Vice-presidente
1º Secretário
2º Secretário
1º Tesoureiro
2º Tesoureiro
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PRESIDENTE DO CONGRESSO
Sima Esther Ferman
COMISSÃO CIENTÍFICA
Adriana Seber
Alexandre Ferreira Oliveira
Aluízio Augusto Semblano
Ana Beatriz Rocha Bernat
Ana Lygia Pires Melaragno
Annemeri Livinalli
Antonio Sergio Petrilli
Arli Melo Pedrosa
Beatriz de Camargo
Carla Renata Pacheco Donato Macedo
Claudia Lancman Epelman
Cláudio Galvão de Castro Jr.
Elisangela da Costa Lima Dellamora
Eric Kunizaki
Erica Fontes
Evandro Lucena
Fernando de Almeida Werneck
Fernando Regla Vargas
Joana Paula P. da Silva
Jorge Leandro do Souto Monteiro
Juliana Pepe Marinho
Karina Viani
Marcelo Gerardin Poirot Land
Maria do Socorro Pombo de Oliveira
Mario Jorge Sobreira
Mauricio Macedo
Nina Gomes Costa
Nivaldo Barroso de Pinho
Priscila dos Santos Maia Lemos
Regina Aparecida Garcia de Lima
Ricardo Vianna de Carvalho
Robson Freitas de Moura
Sidnei Epelman
Simone de Campos Vieira Abib
Simone de Oliveira Coelho
Tatilla Rangel Lobo Braga
Teresa Cristina Cardoso Fonseca
Waldir Veiga Pereira
Wanélia Vieira Afonso
COMISSÃO ORGANIZADORA LOCAL
Arissa Ikeda Suzuki
Daniela Leite
Debora de Wylson Gomes de Mattos
Fernanda Ferreira da Silva Lima
Sima Esther Ferman
Soraia Rouxinol
COMISSÃO AVALIADORA
Adriana Seber
Ana Lygia Pires Melaragno
Annemeri Livinalli
Arli Melo Pedrosa
Carlos Alberto Scrideli
Claudia Lancman Epelman
Cláudio Galvão de Castro Jr.
Fernanda Ferreira da Silva Lima
Luiz Fernando Bouzas
Karina Viani
Luiz Fernando Lopes
Luiz Gonzaga Tone
Maria Lucia de Martino Lee
Mariana Emerrenciano
Marília Fornaciari Grabois
Mauricio Macedo
Nina Gomes Costa
Nivaldo Barroso de Pinho
Tattila Rangel
Priscila dos Santos Maia Lemos
Regina Aparecida Garcia de Lima
Renato Melaragno
Silvia Regina Caminada de Toledo
Simone de Campos Vieira Abib
Simone de Oliveira Coelho
Simone dos Santos Aguiar
Vicente Odone Filho
COMISSÃO PREMIO NÚBIA MENDONÇA
Cláudio Galvão de Castro Jr.
José Carlos Martins Córdoba
Mara Albonei Dudeque Pianovski
COMISSÃO PREMIO RHOMES AUR
Cláudio Galvão de Castro Jr.
José Carlos Martins Córdoba
Mara Albonei Dudeque Pianovski
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
MENSAGEM DA PRESIDENTE
É com grande alegria que convidamos a todos para participarem do XV Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica, que ocorrerá
no Rio de Janeiro, no período de 15 a 19 de novembro de 2016.
Este é um evento com grande tradição e de periodicidade bienal, organizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica
(SOBOPE). De acordo com as últimas edições, contamos com a participação de mais de 1000 congressistas.
Nos últimos anos tem havido uma diminuição importante da mortalidade por câncer em crianças e adolescentes nos países de alta
renda. Entretanto, no nosso continente ainda enfrentamos muitos desafios para atingir estes resultados. O tema central do nosso
congresso é o controle do câncer pediátrico.
Nosso objetivo é abordar estratégias de intervenção nos diversos níveis de prevenção dos tumores que ocorrem em crianças e
adolescentes, para reduzir o impacto do câncer na comunidade, detectar precocemente, aprimorar o tratamento, aumentar os
índices de cura e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes. Pretendemos estimular a participação e a integração dos
profissionais de saúde: profissionais da atenção básica, médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas,
farmacêuticos, nutricionistas, dentistas, biólogos, pesquisadores assim como pais e pacientes, professores, sociedade civil e
governo.
Desenvolvemos cuidadosamente uma programação científica com temas de interesse de modo geral, assim como as
particularidades do enfrentamento da doença em nosso meio. Somente através de um esforço conjunto e coordenado das ações,
será possível avançar no controle do câncer pediátrico.
Em 2016 a SOBOPE sedia o ASPHO Essentials (American Society of Pediatric Hematology and Oncology), na América Latina, em
que serão abordados temas de oncohematologia, oncologia e patologias hematológicas benignas. E o também o Encontro anual
do grupo latino americano em oncologia pediátrica GALOP.
O Rio de Janeiro, cidade sede das Olimpíadas de 2016, possui muitos atrativos como belas praias e muito verde, além do Pão de
Açúcar, Morro do Corcovado, Cristo Redentor, Jardim Botânico, e muito mais.
Esperamos recebe-los na nossa cidade maravilhosa com muito carinho, com programação científica e social planejadas com muito
cuidado, para que possamos estimular discussões, trocar experiências e desenvolver redes de cooperação para juntos
construirmos melhores práticas no controle do câncer pediátrico.
Dra. Sima Ferman
Presidente do XV Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica – SOBOPE
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ORAIS .............................................................................................................................................................................................. 17
CIRURGIA ........................................................................................................................................................................................... 17
ESPECTRO DA LAPAROSCOPIA EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA ....................................................................................................... 17
REPARO DE AORTA ABDOMINAL POR BYPASS COM VEIA JUGULAR INTERNA EM GANGLIONEUROBLASTOMA .......................... 17
TUMOR DE WILMS COM INVASÃO DE VEIA CAVA INFERIOR: CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO CIRÚRGICO ................................ 18
DIAGNÓSTICO PRECOCE..................................................................................................................................................................... 18
CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO CÂNCER INFANTOJUVENIL .. 18
ENFERMAGEM ................................................................................................................................................................................... 19
O ATRASO NO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER PEDIÁTRICO E SEUS FATORES INFLUENCIADORES NO ÂMBITO DO ITINERÁRIO
TERAPÊUTICO ............................................................................................................................................................................... 19
A COMUNICAÇÃO NOS CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO: A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO
ESTRATÉGIA E INSTRUMENTO FACILITADOR DO CUIDADO DOMICILIAR...................................................................................... 19
A UTILIZAÇÃO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA ........................................ 20
AVALIAÇÃO DA FADIGA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES HOSPITALIZADOS COM CÂNCER ......................................................... 20
COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS: EXPERIÊNCIAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO CUIDADO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM CÂNCER ............................................................................................................................................................................... 21
COMUNICAÇÃO: PERCEPÇÃO DE MÃES DE CRIANÇAS COM CÂNCER .......................................................................................... 21
CONHECIMENTO FAMILIAR SOBRE OS DIREITOS LEGAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE COM CÂNCER.................................. 22
CUIDAR BRINCANDO: O USO DO BRINQUEDO TERAPÊUTICO NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA 22
EXPERIÊNCIA FINANCEIRA DE FAMILIARES COM OS CUIDADOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER ......................... 23
FATORES QUE PODEM AFETAR A FADIGA E A QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM CÂNCER HOSPITALIZADOS ................................................................................................................................................... 23
NARRATIVAS DE FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA NO ITINERÁRIO DO CUIDADO DE SAÚDE .............. 24
NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO DOS PAIS DE CRIANÇAS EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO ........................................................ 24
O IMPACTO DO BRINQUEDO TERAPÊUTICO NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM JUNTO AO PACIENTE ONCOLÓGICO
PEDIÁTRICO: MUDANÇAS DE PARADIGMA ................................................................................................................................... 25
PERDA DE CATETER VENOSO CENTRAL DE CURTA PERMANÊNCIA POR CATETER/DIA COMO INDICADOR DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM EM HOSPITAL ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO ............................................................................................................ 25
PERFIL DE PACIENTES COM RADIODERMITE GRAUS III E IV DE UM SERVIÇO DE RADIOTERAPIA PEDIÁTRICA ............................. 26
EPIDEMIOLOGIA................................................................................................................................................................................. 26
ALCANÇANDO SOBREVIDA DE PRIMEIRO MUNDO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA. COMO A ORGANIZAÇÃO
DE UM REGISTRO HOSPITALAR DE CÂNCER PERMITIU A ANÁLISE DE MAIS DE 6000 ................................................................... 26
FARMÁCIA.......................................................................................................................................................................................... 27
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE COLO DE ÚTERO EM ADOLESCENTES E ADULTAS JOVENS (15 A 29 ANOS) NO BRASIL .................... 27
SEGURANÇA DO PACIENTE ONCOLÓGICO: PREVENÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS A MEDICAMENTOS EM UM HOSPITAL
PEDIÁTRICO DE ALTA COMPLEXIDADE ......................................................................................................................................... 27
LEUCEMIAS/ SMD/ SMP ..................................................................................................................................................................... 28
ACOMPANHAMENTO DA RESPOSTA CITOGENÉTICA E MOLECULAR EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA MIELOIDE
CRÔNICA PH+ EM USO DE IMATINIBE: 12 ANOS DE USO EM UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO ............................................................. 28
MULTIDISCIPLINAR - PSICOLOGIA, TO, EDUCAÇÃO............................................................................................................................ 28
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DO USO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NA PROFILAXIA E TRATAMENTO DE MUCOSITE ORAL EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS ..................................................................................................................................... 28
AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DO NÍVEL DE ESTRESSE EM CRIANÇAS, ADOLESCENTES E SEUS PAIS, DURANTE OS PRIMEIROS SEIS
MESES DE TRATAMENTO ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO .................................................................................................................. 29
CONSTRUÇÃO DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIDISCIPLINAR EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA .............................................. 29
CRIANDO PROJETOS COM ADOLESCENTES EM UMA ENFERMARIA ONCOLÓGICA - UMA AÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL (TO)
..................................................................................................................................................................................................... 30
DEFICIÊNCIA VISUAL: A NECESSIDADE DA (RE) ORGANIZAÇÃO FAMILIAR PARA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM RETINOBLASTOMA
..................................................................................................................................................................................................... 30
HOSPICE : UM ESPAÇO PARA DIGNIFICAR A VIDA COM A ARTE ................................................................................................... 31
IMPASSES NO REINGRESSO ESCOLAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TRATAMENTO ONCO-HEMATOLÓGICO: IMPASSES E
DESAFIOS INTRA E EXTRA MUROS HOSPITALARES ....................................................................................................................... 31
O IMPACTO DOS TUMORES PEDIÁTRICOS E SEU TRATAMENTO NA QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES:
ESTUDO DE UMA COORTE HOSPITALAR ....................................................................................................................................... 32
PERFIL DA ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA AMBULATORIAL EM CRIANÇAS PORTADORAS DE TUMOR DE FOSSA POSTERIOR .. 32
RASTREIO DE RISCO PSICOSSOCIAL NO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER INFANTOJUVENIL, POR MEIO DO INSTRUMENTO
PSYCHOSOCIAL ASSESSMENT TOOL (PAT 2.0) .............................................................................................................................. 33
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO EM SOBREVIVENTES DE CÂNCER INFANTIL E FAMILIARES................................. 33
NUTRIÇÃO .......................................................................................................................................................................................... 34
AVALIAÇÃO DO TEMPO DE JEJUM, PERDA PONDERAL E ESTADO NUTRICIONAL EM PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS
SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA SOB SEDAÇÃO ............................................................................................................................ 34
COMPARAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA E COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DA DIETA PEDIÁTRICA PADRÃO COM DIETA
PARA NEUTROPÊNICOS EM UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA ................................................................................... 34
SCAN: APLICAÇÃO DE UMA NOVA FERRAMENTA DE TRIAGEM NUTRICIONAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER
HOSPITALIZADOS .......................................................................................................................................................................... 35
ONCOGENÉTICA ................................................................................................................................................................................. 35
DETECÇÃO DE DELEÇÕES DO GENE IKZF1 POR TÉCNICA SIMPLIFICADA E DE BAIXO CUSTO DE RT-PCR E SEU IMPACTO NO
PROGNÓSTICO NA LLA DA INFÂNCIA............................................................................................................................................ 35
ESTUDO DE MECANISMOS EPIGENÉTICOS EM TUMORES DE FÍGADO: ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE GENES REGULADORES DA
MAQUINARIA EPIGENÉTICA EM HEPATOBLASTOMA. .................................................................................................................. 36
POLIMORFISMO MTHFR C677T E RISCO PARA LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA PEDIÁTRICA ................................................. 36
RETINOBLASTOMA ............................................................................................................................................................................. 37
QUIMIOTERAPIA INTRA-ARTERIAL COMO UMA ALTERNATIVA À ENUCLEAÇÃO EM PACIENTES COM RETINOBLASTOMA
INTRAOCULAR .............................................................................................................................................................................. 37
PÔSTER ........................................................................................................................................................................................... 38
CIRURGIA ........................................................................................................................................................................................... 38
ABDOME AGUDO EM PRÉ ESCOLAR: SUSPEITA DE APENDICITE QUE ERA LINFOMA DE BURKITT. ............................................... 38
CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE INTRAÓSSEO DE MANDÍBULA EM ADOLESCENTE: ABORDAGEM CIRÚRGICA ....................... 38
HEPATECTOMIA LAPAROSCÓPICA EM CRIANÇA DE 1 ANO. QUAIS DISPOSITIVOS PODEM SER USADOS? ................................... 39
INVAGINAÇÃO DE INTESTINO DELGADO SECUNDÁRIA A LINFOMA DE BURKITT NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO ...................... 39
PERICARDIOSTOMIA VIDEO ASSISTIDA COM ANFOTERICINA INTRAPERICÁRDICA PARA ASPERGILOSE INVASIVA EM PACIENTE DE
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA ............................................................................................................................................... 40
SÍNDROME DE ZOLLINGER-ELLISON NA FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA. RELATO DE CASO. ............................................................... 40
TUMOR GÁSTRICO EM PEDIATRIA: RELATO CIRÚRGICO DE UM CASO DE RABDOMIOSSARCOMA EM CRIANÇA DE 9 ANOS ...... 41
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TUMOR SÓLIDO-CÍSTICO PSEUDOPAPILAR DO PÂNCREAS (TUMOR DE GRUBER-FRANTZ) NA FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA – SÉRIE
DE CASOS...................................................................................................................................................................................... 41
CUIDADOS PALIATIVOS ...................................................................................................................................................................... 42
AÇÕES DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DE CRIANÇAS COM CÂNCER EM TRATAMENTO PALIATIVO ............................................ 42
CARACTERIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER EM CUIDADOS PALIATIVOS: SUBSÍDIOS PARA O CUIDADO DE
ENFERMAGEM .............................................................................................................................................................................. 42
CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS NA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR: PERFIL DEMOGRÁFICO SÓCIO-CULTURAL E
CLÍNICO ........................................................................................................................................................................................ 43
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA EM CUIDADOS PALIATIVOS NO FIM DA VIDA...................................................... 43
DO AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA À ENFERMARIA ONCOLÓGICA E À CASA DE APOIO - O CAMINHO DA EQUIPE
MULTIDISCIPLINAR EM CUIDADOS PALIATIVOS. .......................................................................................................................... 44
RELATO DE EXPERIÊNCIA: HUMANIZAÇÃO, DIVERSIDADE E ESPIRITUALIDADE EM CUIDADOS PALIATIVOS ................................ 44
TERAPIA COM 131I-MIBG EM PACIENTES PORTADORES DE NEUROBLASTOMA ALTO RISCO EM CUIDADOS PALIATIVOS. ......... 45
ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY EM UMA CRIANÇA COM NEUROBLASTOMA REFRATÁRIO ....................................................... 45
USO DE CICLOFOSFAMIDA E TOPOTECANO ORAL COMO QUIMIOTERAPIA PALIATIVA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UM
ESTUDO RETROSPECTIVO DE 10 ANOS ......................................................................................................................................... 46
DIAGNÓSTICO PRECOCE..................................................................................................................................................................... 46
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER INFANTIL: RELATO DE CASO ............................................................. 46
ANALISE DE ESTADIAMENTO EM CRIANÇA E ADOLESCENTES EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA...................................................... 47
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E A CAPACITAÇÃO SOBRE CÂNCER INFANTOJUVENIL: UM CAMINHO DE POSSIBILIDADES ......... 47
PROGRAMA DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL ......................................................................................... 48
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER INFANTOJUVENIL ....................... 48
EFEITOS TARDIOS ............................................................................................................................................................................... 49
CÂNCER DE BOCA APÓS TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS EM PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASO ..... 49
CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE DE GLÂNDULA PARÓTIDA APÓS TRATAMENTO DE LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA: RELATO DE
CASO............................................................................................................................................................................................. 49
EFEITOS ADVERSOS TARDIOS RELACIONADOS AO TRATAMENTO DO CÂNCER NA INFÂNCIA: ESTUDO DE CASO CONTROLE ...... 50
HIPERPLASIA NODULAR FOCAL EM PACIENTE PÓS TRATAMENTO DE RABDOMISSARCOMA DE BEXIGA ..................................... 50
INCIDÊNCIA E PERFIL DE EFEITOS ADVERSOS TARDIOS DECORRENTES DO TRATAMENTO ONCOLOGICO EM SETOR DE
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA NO PERÍODO DE 2000 A 2016 .............................................................................................................. 51
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA APÓS TRATAMENTO PARA LINFOMA NÃO- HODGKIN ................................................................... 51
LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA VARIANTE HIPOGRANULAR SECUNDÁRIA A NEUROBLASTOMA IV PALIATIVO TRATADO
COM ETOPOSIDE ORAL ................................................................................................................................................................. 52
OSTEOPETROSE MALÍGNA: UMA DÉCADA APÓS TRANSPLANTE DE MEDULA .............................................................................. 52
PREOCUPAÇÕES E INCERTEZAS DE SOBREVIVENTES AO CÂNCER NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA RELATIVAS À FERTILIDADE
..................................................................................................................................................................................................... 53
PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES CURADOS DE CÂNCER PEDIÁTRICO ................................................. 53
RELATO DE CASO DE LLA DE CÉLULAS T COM HISTÓRICO DE ASTROCITOMA PILOCITICO ........................................................... 54
ENFERMAGEM ................................................................................................................................................................................... 54
ACOMPANHAMENTO DE EXTRAVASAMENTOS DE DROGAS ANTINEOPLÁSICAS NOS PACIENTES EM TRATAMENTO EM UMA
UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIATRICA......................................................................................................................................... 54
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO: O CUIDADO CENTRADO NO ENFERMEIRO ............................................ 55
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM EXTRAVASAMENTO DE MEIO DE CONTRASTE EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA ...................... 55
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO MANEJO DO CATETER HICKMAN EM AMBULATÓRIO APÓS TCH ............................................... 56
AUDITORIA DE ENFERMAGEM DAS NÃO CONFORMIDADES NA ENFERMARIA DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA .............................. 56
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES HOSPITALIZADOS COM CÂNCER
..................................................................................................................................................................................................... 57
BUNDLE DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA RELACIONADA AO CATETER: MEDIDAS RELACIONADAS À
MANUTENÇÃO DE CATETER VENOSO CENTRAL NA UTI ONCOLÓGICA PEDIÁTRICA. .................................................................... 57
CONSULTA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO: PROPOSTA DE UM INSTRUMENTO PARA APLICAÇÃO
DO PROCESSO DE ENFERMAGEM ................................................................................................................................................. 58
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PEDIÁTRICO SUBMETIDO À QUIMIOTERAPIA INTRAPERITONEAL HIPERTÉRMICA . 58
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUBMETIDO À ANESTESIA GERAL PARA RADIOTERAPIA ......................................... 59
ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DE ORIENTAÇÕES SOBRE QUIMIOTERÁPICOS PARA A EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM
SERVIÇO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA .......................................................................................................................................... 59
EMERGÊNCIA CARDIOLÓGICA EM UM AMBULATÓRIO DE QUIMIOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA ...................................... 60
EMERGÊNCIA RESPIRATÓRIA EM UM AMBULATÓRIO DE QUIMIOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA........................................ 60
HISTÓRICO E ANAMNESE EM PEDIATRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA...................................................................................... 61
IMPLANTAÇÃO DA CARTILHA MULTIPROFISSIONAL INFANTIL PARA OTIMIZAR A ASSISTÊNCIA EM UMA UNIDADE DE
ONCOLOGIA PEDIATRICA .............................................................................................................................................................. 61
IMPLANTAÇÃO DE CHECK LIST PARA A SEGURANÇA DE DISPENSAÇÃO E A ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS ANTINEOPLASICAS EM
UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA................................................................................................................................ 62
IMPLANTAÇÃO DO PROJETO “CUIDANDO MAIS DE VOCÊ” EM SERVIÇO DE ONCOLOGIA AMBULATORIAL ................................. 62
INDICADOR IDENTIFICAÇÃO SEGURA DE PACIENTES EM QUIMIOTERAPIA INFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA ......................... 63
O APOIO NA PERPECTIVA DO ADOLESCENTE AMPUTADO PORTADOR DE OSTEOSSARCOMA: IMPLICAÇÕES PARA A
ENFERMAGEM .............................................................................................................................................................................. 63
O DESAFIO DA IMPLANTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO
INFANTO-JUVENIL......................................................................................................................................................................... 64
O IMPACTO DAS ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM NO CONHECIMENTO DOS PACIENTES SOBREVIVENTES DO CÂNCER INFANTOJUVENIL SOBRE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E A PREVENÇÃO PRIMARIA............................................................. 64
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA EM UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA PARA CRIANÇA QUE REALIZA MEDICAÇÃO DOMICILIAR ............... 65
PERCEPÇÃO DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM NO ESPAÇO DA BRINQUEDOTECA HOSPITALAR COM PACIENTES
ONCOLÓGICOS ............................................................................................................................................................................. 65
PREVENÇÃO DE FLEBITE RELACIONADA À QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA UTILIZANDO HIDROCORTISONA ENDOVENOSA:
UM RELATO DE CASO ................................................................................................................................................................... 66
PROCESSO DE PASSAGEM E RETIRADA DE CATETER VENOSO CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA –PICC DE UM HOSPITAL
ESPECIALIZADO EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: PERFIL DE ATENDIMENTO ................................................................................... 66
PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA DE UM HOSPITAL ESPECIALIZADO EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA. ........................................ 67
REFLEXÕES DA ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA À LUZ DA TEORIA DE ENFERMAGEM HUMANÍSTICA
DE PATERSON E ZDERAD .............................................................................................................................................................. 67
SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM NO EXTRAVASAMENTO DE DROGAS VESICANTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA .................... 68
USO DO COLCHÃO PNEUMÁTICO NA REDUÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO EM PACIENTE ONCOLÓGICO EM HOSPITAL INFANTIL
DE ADMINISTRAÇÃO DIRETA DO ESTADO DE SÃO PAULO: ESTUDO DE CASO .............................................................................. 68
EPIDEMIOLOGIA................................................................................................................................................................................. 69
CÂNCER ABAIXO DE 60 DIAS DE VIDA: RELATO DE 16 CASOS ....................................................................................................... 69
CÂNCER EM ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS: RELATO DE 340 CASOS................................................................................... 69
CÂNCER EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: CARACTERIZAÇÃO DO REGISTRO DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA. .......................... 70
CÂNCER INFANTO-JUVENIL: CARACTERISTICAS CLÍNICAS DE PACIENTES DE HOSPITAL DO CÂNCER............................................ 70
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE ONCOHEMATOLOGIA PEDIATRICA – RELAÇÃO
ÓBITO/PATOLOGIA ....................................................................................................................................................................... 71
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL EM CENTRO DE REFERÊNCIA ESTADUAL DE 2010 A 2015 ................................ 71
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL EM HOSPITAL REFERÊNCIA EM CÂNCER .......................................................... 72
INCIDÊNCIA DE DISTÚRBIO DE DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS COM DIAGNÓSTICO DE TUMOR DO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) DURANTE INTERNAÇÃO HOSPITALAR. ................................................................................. 72
INCIDÊNCIA, MORTALIDADE E SOBREVIDA DAS LEUCEMIAS MIELÓIDES EM CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS NO
BRASIL: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL ................................................................................................................................... 73
MAPEAMENTO DO TRATAMENTO DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL .............................................................................................. 73
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: MAPA DE UMA REGIÃO ...................................................................................................................... 74
PERFIL CLÍNICO E DEMOGRÁFICO DE CRIANÇAS COM CÂNCER E CANDIDEMIA EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA ............................ 74
PERFIL CLINICO-EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM LINFOMA DE HODGKIN ACOMPANHADOS EM HOSPITAL DE REFERENCIA
EM ONCOPEDIATRIA..................................................................................................................................................................... 75
PERFIL DE PACIENTES ACOMPANHADOS PELO AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA...................................................... 75
PERFIL DOS ACOMPANHANTES DE PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA ......................................... 76
PERFIL DOS PACIENTES INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: A EXPERIÊNCIA DE UMA INSTITUIÇÃO
ONCOLÓGICA................................................................................................................................................................................ 76
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SERVIÇO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA ............................................................................................ 77
PERFIL MICROBIOLÓGICO DE INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA EM UMA PEDIATRIA ONCOLÓGICA .................................. 77
PREVALÊNCIA DE TOXOPLASMOSE EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA ......................................... 78
TUMORES ÓSSEOS EM CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS NO BRASIL: TENDÊNCIAS DE INCIDÊNCIA E
MORTALIDADE.............................................................................................................................................................................. 78
FARMÁCIA.......................................................................................................................................................................................... 79
AVALIAÇÃO DOS LOCAIS DE AQUISIÇÃO DOS MEDICAMENTOS PRESCRITOS PARA ALTA HOSPITALAR EM UM SERVIÇO
TERCIÁRIO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA....................................................................................................................................... 79
IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE FARMÁCIA CLÍNICA EM HOSPITAL ESPECIALIZADO EM ONCOLOGIA INFANTO-JUVENIL ........... 79
ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS REALIZADAS PARA ALTA HOSPITALAR EM UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA.......... 80
PERFIL DE INTERVENÇÕES FARMACÊUTICAS EM PRESCRIÇÕES DE PACIENTES PEDIÁTRICOS ONCOLÓGICOS INTERNADOS ....... 80
PERFIL DE INTERVENÇÕES FARMACÊUTICAS EM PRESCRIÇÕES DE QUIMIOTERAPIA DE PACIENTES PEDIÁTRICOS ONCOLÓGICOS
AMBULATORIAIS........................................................................................................................................................................... 81
HISTIOCITOSES ................................................................................................................................................................................... 81
HISTIOCITOSE: APRESENTAÇÃO RARA ASSOCIADA A MASSA MEDIASTINAL ................................................................................ 81
LINFOHISTIOCITOSE HEMOFAGOCITÍCA (HLH) ASSOCIADA A IMUNODEFICIÊNCIA GRAVE: RELATO DE CASO. ............................ 82
RELATO DE CASO DE LINFOHISTIOCITOSE HEMATOFAGOCÍTICA NA INFÂNCIA............................................................................ 82
RELATO DE CASO: LESÕES EXPANSIVAS EM VÉRTEBRAS TORÁCICAS, HISTIOCITOSE?.................................................................. 83
XANTOGRANULOMA JUVENIL DISSEMINADO (XJD) ..................................................................................................................... 83
LEUCEMIAS/ SMD/ SMP ..................................................................................................................................................................... 84
BAIXOS NÍVEIS DE FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO ESTÃO ASSOCIADOS COM DOENÇA ATIVA E PIOR
PROGNÓSTICO EM LEUCEMIAS AGUDAS PEDIÁTRICAS ................................................................................................................ 84
EVOLUÇÃO LEUCÊMICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS PORTADORES DE SÍNDROME MIELODISPLÁSICA ..................................... 84
EXPERIÊNCIA DE TRATAMENTO DE LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA EM CRIANCAS E ADOLESCENTES, DE UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO
PÚBLICA, COM PROTOCOLO DO GRUPO BRASILEIRO DE TRATAMENTO DA LEUCEMIA NA INFÂNCIA - GBTLI-99. ...................... 85
HIPEREOSINOFILIA SECUNDÁRIA GRAVE EM LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO .............................. 85
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
HIPERTENSÃO PORTAL ASSOCIADA AO TRATAMENTO DE LLA: EFEITO ADVERSO DAS TIOPURINAS, ESTAMOS ATENTOS ?
RELATO DE CASO .......................................................................................................................................................................... 86
LEUCEMIA BIFENOTÍPICA: UM RELATO DE CASO.......................................................................................................................... 86
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA TIPO B COM RECAÍDA ATÍPICA – RELATO DE CASO ........................................................................ 87
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA: ANÁLISE EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA PEDIÁTRICO ESTADUAL.............................................. 87
LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA EM PRÉ-ESCOLAR - RELATO DE CASO ............................................................................................ 88
LEUCEMIA MIELOMONOCÍTICA JUVENIL (LMMJ): UM DESAFIO TERAPÊUTICO ........................................................................... 88
NÓDULOS DE MAMA COMO APRESENTAÇÃO INICIAL DE LEUCEMIA LINFOBLASTICA DE CÉLULAS T .......................................... 89
OBESIDADE COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE RECAÍDA SISTEMA NERVOSO CENTRAL DE LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA 89
PACIENTE PEDIÁTRICO COM DIAGNÓSTICO RECENTE DE LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA: RELATO DE EXPERIÊNCIA ..................... 90
PERFIL CLÍNICO GENÉTICO DA SÍNDROME MIELODISPLÁSICA NA INFÂNCIA- EXPERIÊNCIA DE UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO .......... 90
PERFIL CLÍNICO, LABORATORIAL E DESFECHO DAS LEUCEMIAS AGUDAS ATENDIDAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PÚBLICO
NO PERÍODO 2010 A 2014 ............................................................................................................................................................ 91
PERFIL DE SOBREVIDA DOS PACIENTES COM LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA RECIDIVADA ADMITIDOS EM SERVIÇO DE
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA, NO PERÍODO DE 10 ANOS. .................................................................................................................. 91
PROPTOSE SECUNDÁRIA À MASSA RETRO ORBITÁRIA EM LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA NA INFÂNCIA: RELATO DE SÉRIE DE
CASOS ........................................................................................................................................................................................... 92
RELATO DE CASO: LLA ASSOCIADA A SÍNDROME DO X FRÁGIL .................................................................................................... 92
RESPOSTA EXTREMAMENTE RÁPIDA À TERAPIA ANTILEUCÊMICA REPRESENTARIA UM FATOR DE PROGNÓSTICO FAVORÁVEL?
..................................................................................................................................................................................................... 93
SARCOMA GRANULOCÍTICO TEMPORAL COMO APRESENTAÇÃO INICIAL DE LEUCEMIA MEGACARIOCÍTICA .............................. 93
SÍNDROME MIELODISPLÁSICA NA PREMATURIDADE ................................................................................................................... 94
LINFOMAS .......................................................................................................................................................................................... 94
ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE LINFOMAS PEDIÁTRICOS EM HOSPITAL REFERÊNCIA EM CÂNCER ......................... 94
DIAGNÓSTICO TARDIO DE LINFOMA ANAPLÁSICO DE GRANDES CÉLULAS: RELATO DE CASO ..................................................... 95
LEUCEMIA BURKITT: EXPERIÊNCIA DE 12 CASOS EM UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO .......................................................................... 95
LINFOMA DE GRANDES CÉLULAS B ASSOCIADO À DOENÇA DE CROHN: RELATO DE DOIS CASOS................................................ 96
LNH COM MANIFESTAÇÃO ATÍPICA - RELATO DE CASO ............................................................................................................... 96
MULTIDISCIPLINAR - PSICOLOGIA, TO, EDUCAÇÃO............................................................................................................................ 97
A BRINQUEDOTECA COMO UM ESPAÇO DE EXERCÍCIO DE AUTONOMIA DURANTE A HOSPITALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM CÂNCER ...................................................................................................................................................... 97
A CONTINUIDADE DA ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA NOS DIFERENTES CONTEXTOS DE CUIDADO À CRIANÇA SUBMETIDA AO
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA ............................................................................................................................................... 97
A DOR SOB UM OLHAR INTERDISCIPLINAR EM UMA ENFERMARIA PEDIÁTRICA ......................................................................... 98
A FUNÇÃO DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PSICANALÍTICO EM UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR: UM POTENTE INSTRUMENTO
NO TRABALHO MULTIDISCIPLINAR. .............................................................................................................................................. 98
A IMPORTÃNCIA DO AFETO NO PROCESSO DE APRENDIZADO DE ALUNO EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO .............................. 99
A PSICOPEDAGOGIA JUNTO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS ....................................................................................................... 99
A TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS NA ABORDAGEM DA MEDICINA INTEGRATIVA NA UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA DE
UM HOSPITAL PEDIÁTRICO PÚBLICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA................................................................................................. 100
ABORDAGEM ODONTOLÓGICA EM PACIENTE COM TUMOR CÉLULAS GERMINATIVAS ............................................................. 100
AÇÕES ARTICULADAS PARA GESTÃO DO CUIDADO INTEGRAL: POSSIBILIDADES DA ATENÇÃO CLÍNICA-ODONTOLÓGICA ........ 101
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AS MÚLTIPLAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NO CAMPO DA ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: REFLEXÃO SOBRE A ATUAÇÃO PARA
O CUIDADO AMPLIADO .............................................................................................................................................................. 101
ATIVIDADES LÚDICAS PARA CRIANÇAS COM CÂNCER: CONTRIBUIÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS ....................................... 102
ATUAÇÃO DOS PRECEPTORES EM RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL COM ÊNFASE EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA:
CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ........................................ 102
ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA ATENÇÃO AO CÂNCER INFANTIL: UM RELATO DE CASO ..................................................... 103
AVALIAÇÃO DO PADRÃO DE CRESCIMENTO CRANIOFACIAL EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRATAMENTO ORTODÔNTICO APÓS
TERAPIA ANTINEOPLASICA EM UMA INSTITUIÇÃO DE APOIO AO CÂNCER INFANTO JUVENIL ................................................... 103
AVALIAÇÃO PROSPECTIVA DA MUCOSITE BUCAL EM PACIENTES ONCOPEDIÁTRICOS SUBMETIDOS A DIFERENTES PROTOCOLOS
QUIMIOTERÁPICOS E SUA RELAÇÃO COM TOXICIDADES HEMATOLÓGICA, HEPÁTICA E RENAL ................................................ 104
CASOS DIFÍCEIS E IMPASSES NA ADESÃO AO TRATAMENTO ONCOLÓGICO INFANTO-JUVENIL – OS PAIS DE G E A NECESSIDADE
DA EQUIPE DE PEDIATRIA DE REINVENTAR SEU CUIDADO ......................................................................................................... 104
DESMISTIFICAÇÃO DO CÂNCER E ENGAJAMENTO DOS PACIENTES ATRAVÉS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .................... 105
ESTRATÉGIAS PARA EVITAR O ABANDONO DO TRATAMENTO DO CÂNCER NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA EM UM PAÍS EM
DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................................................................... 105
INTERAÇÕES ENTRE PROFESSOR E ALUNO NA CLASSE HOSPITALAR: EXPERIÊNCIA EM UM AMBULATÓRIO ONCOLÓGICO
PEDIÁTRICO ................................................................................................................................................................................ 106
O CUIDADO AMPLIADO AO PACIENTE PEDIÁTRICO NO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA A PARTIR DA INTEGRAÇÃO DOS
SABERES PSICOLÓGICO E PSICOPEDAGÓGICO............................................................................................................................ 106
O LIMIAR ENTRE A VIDA E A MORTE: CONVERSANDO SOBRE CUIDADOS PALIATIVOS NO ADOLESCENTE COM CÂNCER .......... 107
O PAPEL DESEMPENHADO PELA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA REABILITAÇÃO DE UM PACIENTE PEDIÁTRICO COM
CRANIOFARINGIOMA – RELATO DE UM CASO............................................................................................................................ 107
O USO DO BRINQUEDO DURANTE O TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM CÂNCER: A VISÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ..... 108
PACIENTE COM ALTERAÇÕES DENTO FACIAIS EM DECORRÊNCIA DE RADIOTERAPIA NA INFÂNCIA: RELATO DE 11 ANOS DE
ACOMPANHAMENTO ODONTOLÓGICO PÓS TERAPIA ANTINEOPLÁSICA. .................................................................................. 108
PACIENTES PEDIÁTRICOS PORTADORES DE LEUCEMIA: IMPACTOS DO ADOECIMENTO ONCOLÓGICO NA DINÂMICA FAMILIAR
................................................................................................................................................................................................... 109
PAPEL DA FISIOTERAPIA EM TRATAMENTO DA CRIANÇA COM CÂNCER .................................................................................... 109
PERFIL CLÍNICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM REABILITAÇÃO FUNCIONAL APÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO PARA
TUMORES ÓSSEOS DE MEMBROS INFERIORES ........................................................................................................................... 110
PRÁTICAS DE HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR NA ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: RESGATANDO O APRENDER A PARTIR DE PROJETOS
PSICOPEDAGÓGICOS. ................................................................................................................................................................. 110
RELATO DE EXPERIÊNCIA: CONGRESSO MIRIM EM ONCOLOGIA, UMA APRENDIZAGEM CHEIA DE CUIDADOS. ........................ 111
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL A UM ADOLESCENTE COM OSTEOSSARCOMA: RELATO DE CASO .... 111
PÔSTER COMENTADO - MULTIDISCIPLINAR - PSICOLOGIA, TO, EDUCAÇÃO .................................................................................... 112
USO DA TERAPIA DE CATÉTER NASAL DE ALTO FLUXO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA ONCO-HEMATOLÓGICA
................................................................................................................................................................................................... 112
A RELEVÂNCIA DA ATENÇÃO PARA OS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DE PACIENTES E ACOMPANHANTES NA REALIDADE DOS
ATENDIMENTOS DE TMO PEDIÁTRICO. ...................................................................................................................................... 112
EXPERIÊNCIA DA EQUIPE DE MEDICINA INTEGRATIVA EM UM CENTRO PRIVADO DE ONCO-HEMATOLOGIA E TRANSPLANTE DE
MEDULA ÓSSEA NO CUIDADO AO PACIENTE PEDIÁTRICO E SEUS FAMILIARES.......................................................................... 113
PERCEPÇÃO DA CRIANÇA COM CÂNCER SOBRE A EXPERIÊNCIA DA CLASSE HOSPITALAR EM UM AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA ................................................................................................................................................................................ 113
REPERCUSSÕES DO CÂNCER INFANTIL: A AUTOPERCEPÇÃO DA CRIANÇA ................................................................................. 114
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
NEUROBLASTOMA ........................................................................................................................................................................... 114
AVALIAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA EM PACIENTES COM NEUROBLASTOMA EM UMA UNIDADE DE ONCOPEDIATRIA ... 114
GANGLIONEUROBLASTOMA ASSOCIADO A SÍNDROME DE KINSBOURNE. RELATO DE CASO. .................................................... 115
NEUROBLASTOMA EM GEMELARES UNIVITELINAS .................................................................................................................... 115
NEUROBLASTOMA TORÁCICO - RELATO DE CASO ...................................................................................................................... 116
RELATO DE CASO: DIARREIA REFRATÁRIA RELACIONADA AO NEUROBLASTOMA. ..................................................................... 116
USO DE IRINOTECANO E TEMOZOLAMIDA EM NEUROBLASTOMA RECAÍDO OU REFRATÁRIO .................................................. 117
NUTRIÇÃO ........................................................................................................................................................................................ 117
A ANOREXIA PARA ALÉM DE UM EFEITO COLATERAL NA ONCOLOGIA PEDIÁTRICA .................................................................. 117
A OBESIDADE E A LEUCEMIA PEDIÁTRICA .................................................................................................................................. 118
ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL EM PACIENTES COM CÂNCER INFANTOJUVENIL EM UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA –
RELATO DE EXPERIÊNCIA ............................................................................................................................................................ 118
AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM MEDULOBLASTOMA DURANTE O
TRATAMENTO ANTINEOPLASICO................................................................................................................................................ 119
CARACTERIZAÇÃO DE PACIENTES ACOMPANHADOS NO AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DE ONCO-HEMATOLOGIA ................. 119
CB E PCT COMO MARCADORES PRECOCES DA DESNUTRIÇÃO EM PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS HOSPITALIZADOS 120
CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA: UM BOM INDICADOR DE DEPLEÇÃO DE MASSA MUSCULAR EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM NEOPLASIAS MALIGNAS? ......................................................................................................................... 120
CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO: UM INDICADOR PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM NEOPLASIAS MALIGNAS NO DIAGNÓSTICO? ..................................................................................................................... 121
COMPARAÇÃO DE PERDA DE PESO EM CRIANÇAS INTERNADAS NA UTI PEDIÁTRICA POR CAUSAS ONCOLÓGICAS E NÃO
ONCOLÓGICAS. ........................................................................................................................................................................... 121
CORRELAÇÃO ENTRE A CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO E A ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
NEOPLASIAS MALIGNAS ............................................................................................................................................................. 122
ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL SOCIOECONÔMICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE NEOPLASIA MALIGNA EM
DOIS CENTROS HOSPITALARES PÚBLICOS DA CAPITAL DE UM ESTADO ..................................................................................... 122
EVOLUÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES PEDIÁTRICOS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO DE
REFERÊNCIA NO BRASIL .............................................................................................................................................................. 123
IMPACTO NO GANHO PONDERAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA PH+ EM USO DE
IMATINIBE: ACOMPANHAMENTO EM 12 ANOS DE USO. ........................................................................................................... 123
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, PROTEÍNA C REATIVA E ALBUMINA NA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM CÂNCER EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA DE UM CENTRO DE TRATAMENTO
ONCOLÓGICO ............................................................................................................................................................................. 124
INTERVENÇÃO ALIMENTAR EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA .......................................................................................................... 124
PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICO .................................... 125
PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES ACOMPANHADOS NO AMBULATÓRIO DE ONCOHEMATOLOGIA PEDIÁTRICA. ................ 125
PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES PEDIÁTRICOS PORTADORES DE LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA, TRATADOS EM UMA ÚNICA
INSTITUIÇÃO, UTILIZANDO PROTOCOLO GBTLI 2009 ................................................................................................................. 126
PERFIL NUTRICIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER – RESULTADOS
PRELIMINARES ............................................................................................................................................................................ 126
PREVALÊNCIA DE SINTOMATOLOGIA GASTROINTESTINAL NA ADMISSÃO DE PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS
HOSPITALIZADOS ........................................................................................................................................................................ 127
PRINCIPAIS INDICAÇÕES DE TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ONCOLÓGICA
PEDIÁTRICA ................................................................................................................................................................................ 127
RELATO DE CASO – DIETOTERAPIA DE UM TUMOR DE FRANTZ ................................................................................................. 128
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ONCOGENÉTICA ............................................................................................................................................................................... 128
A FUSÃO PAX5-AUTS2 ESTÁ ASSOCIADA COM DELEÇÃO COMPLETA DE IKZF1 NA LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS
PRECURSORAS B: DESCOBERTA A PARTIR DE RELATO DE CASO ................................................................................................. 128
A HETEROGENEIDADE MOLECULAR DE PACIENTES COM ETV6-RUNX1 E SEU IMPACTO NO DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DE
RISCO DA LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS PRECURSORAS B ............................................................................. 129
A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA EGF/EGFR NA MANUTENÇÃO DO STATUS TUMORAL EM SARCOMA DE EWING. ...................... 129
A INIBIÇÃO DE TRKS REDUZ A PROLIFERAÇÃO CELULAR E POTENCIALIZA O EFEITO DE AGENTES QUIMIOTERÁPICOS EM
SARCOMA DE EWING ................................................................................................................................................................. 130
AÇÃO CITOTÓXICA DO TRIÓXIDO DE ARSÊNICO EM LINHAGENS CELULARES DE MEDULOBLASTOMA PEDIÁTRICO DO SUBGRUPO
SHH ............................................................................................................................................................................................. 130
ANÁLISE DA PRESENÇA DO REARRANJO NO GENE FOXO1 ATRAVÉS DA HIBRIDIZAÇÃO “IN SITU” POR FLUORESCÊNCIA EM
PACIENTES PEDIÁTRICOS COM RABDOMIOSSARCOMA ............................................................................................................. 131
ANORMALIDADES GENÉTICAS E EPIGENÉTICAS EM UMA COORTE DE LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA PEDIÁTRICA COM
DESORDENS NO CROMOSSOMO 21 ........................................................................................................................................... 131
ASSOCIAÇÃO DOS MICRORNAS -483-3P E -149-3P COM PARÂMETROS CLÍNICOS DE PIOR PROGNÓSTICO EM TUMORES
ADRENOCORTICAIS PEDIÁTRICOS ............................................................................................................................................... 132
AUMENTO NA EXPRESSÃO DO MIR10B REDUZ A CAPACIDADE CLONOGÊNICA E INVASIVA EM OSTEOSSARCOMA IN VITRO. . 132
AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE TOLL-LIKE RECEPTORS NA LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA ........................................................... 133
AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA DE CSNK2A1 E CSNK2B EM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS PRECURSORAS
B ................................................................................................................................................................................................. 133
AVALIAÇÃO DO EFEITO SINÉRGICO DE BUTIRATO DE SODIO E TYRPHOSTIN AG1478 NA PROLIFERAÇÃO DE LINHAGENS DE
GLIOBLASTOMA MULTIFORME................................................................................................................................................... 134
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE EXPRESSÃO GÊNICA EM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS PRECURSORAS B (LLA-CPB)
COM ANORMALIDADES NO CROMOSSOMO 21 ......................................................................................................................... 134
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE CICLINA E EM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA INFANTIL COM KMT2A-R .................................. 135
BAIXOS NÍVEIS NA EXPRESSÃO DE MIR10B* EM OSTEOSSARCOMA CORRELACIONADOS COM AUMENTO NA EXPRESSÃO DE
PROTEÍNAS REGULADORAS DO CICLO CELULAR ......................................................................................................................... 135
BLOQUEIO DA SINALIZAÇÃO BDNF/TRKB: INDUÇÃO DE APOPTOSE EM CÉLULAS DE MEDULOBLASTOMA HUMANO............... 136
CARACTERIZAÇÃO DA VIA DE RB EM LEUCEMIAS LINFOBLÁSTICAS PEDIÁTRICAS COM A FUSÃO TCF3-PBX1............................ 136
CARACTERIZAÇÃO DAS ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS EM SÍNDROME MIELODISPLÁSICA PRIMÁRIA NA INFÂNCIA .............. 137
CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE METILAÇÃO GLOBAL EM CRIANÇAS PORTADORAS DE TUMOR DE WILMS ............................ 137
CARACTERIZAÇÃO IN VITRO DE RESISTÊNCIA TUMORAL A FÁRMACOS ANTINEOPLÁSICOS ...................................................... 138
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DAS LEUCEMIAS MIELOIDES AGUDAS PEDIÁTRICAS: RESULTADOS DE UM ESTUDO BRASILEIRO
MULTICÊNTRICO ......................................................................................................................................................................... 138
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DOS GENES PARCEIROS DE FUSÃO DO KMT2A EM 6 CASOS DE LEUCEMIA AGUDA DO LACTENTE
> 12 MESES DE IDADE COM CARÍTIPOS COMPLEXOS OU CRÍPTICOS .......................................................................................... 139
CITOMETRIA DE FLUXO MULTIPARAMÉTRICA NA PREDIÇÃO DA ALTA EXPRESSÃO CELULAR E MOLECULAR DE CRLF2 NA
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS PRECURSORAS B ............................................................................................. 139
COMBINAÇÃO DE MODULADORES EPIGENÉTICOS COM ATIVAÇÃO DE RECEPTOR RETINOIDE EM NEUROBLASTOMA: EFEITOS
SOBRE A PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR................................................................................................................ 140
COMPARAÇÃO DOS PERFIS TRANSCRICIONAIS ENTRE AMOSTRAS DE OSTEOSSARCOMA E SARCOMA DE EWING ................... 140
DANO E REPARO DE DNA EM LEUCEMIA LINFÓCITICA AGUDA PEDIÁTRICA DURANTE INDUÇÃO ............................................. 141
DETECÇÃO DE VARIANTES PATOGÊNICAS EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE RETINOBLASTOMA EM UM SERVIÇO PÚBLICO
BRASILEIRO ................................................................................................................................................................................. 141
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DISTRIBUIÇÃO DAS VARIANTES DE SPLICING ALTERNATIVO DO GENE TERT EM TUMORES DE CÉREBRO EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES........................................................................................................................................................................... 142
EFEITO ANTINEOPLÁSICO DO IMUNOSSUPRESSOR FINGOLIMOD EM CULTURAS DE CÉLULAS DE MEDULOBLASTOMA HUMANO
................................................................................................................................................................................................... 142
EFEITO DO BLOQUEIO SELETIVO DE EGFR EM GLIOBLASTOMA MULTIFORME .......................................................................... 143
EFEITOS DO INIBIDOR DA ANIDRASE CARBÔNICA 9 E7070 EM LINHAGEM CELULAR DE GLIOBLASTOMA PEDIÁTRICO ............. 143
ESTUDO CITOGENÉTICO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM SÍNDROME MIELODISPLÁSICA TRATADOS COM TRANSPLANTE DE
CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS ALOGÊNICO .................................................................................................................... 144
ESTUDO CLINICO E GENÉTICO MULTICÊNTRICO DA LEUCEMIA LINFOBLASTICA AGUDAS DAS CÉLULAS T PEDIÁTRICA............. 144
ESTUDO DE MUTAÇÕES SOMÁTICAS IDENTIFICADAS EM SEQUENCIAMENTO DE EXOMA DE HEPATOBLASTOMAS ................. 145
EXPRESSÃO CELULAR DO RECEPTOR CD44 E A ISOFORMA CD44V6 E SUA ASSOCIAÇÃO A MUTAÇÕES DO GENE RAS EM LLA/LLBT PEDIÁTRICAS ............................................................................................................................................................................ 145
EXPRESSÃO GÊNICA DE ROCK1 E ROCK2 EM SARCOMA DE EWING E EFEITOS DA INIBIÇÃO PROTEICA ..................................... 146
FREQUÊNCIA DAS MUTAÇÕES EM MZF1 E O POSSÍVEL IMPACTO PROGNÓSTICO DESTAS ALTERAÇÕES NA LEUCEMIA
LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULA-T (LLA-T)............................................................................................................................. 146
GENES CYP EM OSTEOSSARCOMA: IMPORTÂNCIA NA TUMORIGÊNESE, NO MICROAMBIENTE PULMONAR METASTÁTICO E NA
RESPOSTA AO TRATAMENTO...................................................................................................................................................... 147
HIPERDIPLOIDIA, UM CASO RARO DE LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA PEDIÁTRICA ENVOLVENDO A DUPLICAÇÃO DA FUSÃO
REVERSA MLLT3-KMT2A E DO GENE GAS6, REVELADO POR ABORDAGENS CITOGENÉTICAS MOLECULARES MODERNAS ........ 147
IDENTIFICAÇÃO DA FUSÃO GÊNICA NUP214-ABL1 E DE DELEÇÕES EM PTPN2 EM CRIANÇAS COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA
AGUDA DE CÉLULAS-T ................................................................................................................................................................ 148
IDENTIFICAÇÃO DE FUSÕES GÊNICAS EM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA PEDIÁTRICA ATRAVÉS DE TÉCNICAS MOLECULARES .. 148
IMPACTO DOS TIPOS DE DELEÇÃO NO GENE SUPRESSOR TUMORAL IKZF1 SOBRE A EXPRESSÃO DE SEUS GENES-ALVO NAS
LEUCEMIAS LINFOBLÁSTICAS DE CÉLULAS PRECURSORAS B ...................................................................................................... 149
INIBIÇÃO FARMACOLÓGICA DA ATIVIDADE DE HDAC COMO UMA ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA POTENCIAL DE REPROGRAMAÇÃO
DE CÉLULAS DE SARCOMA DE EWING PARA UM ESTADO DIFERENCIADO ................................................................................. 149
INFLUÊNCIA DO PEPTÍDEO LIBERADOR DE GASTRINA NA FORMAÇÃO DE MEDULOESFERAS .................................................... 150
INVESTIGAÇÃO DE ALTERAÇÕES MOLECULARES NO GENE PTPN11 EM LEUCEMIAS MIELOIDES AGUDAS PEDIÁTRICAS .......... 150
MEDULOBLASTOMA APRESENTA NÍVEIS REDUZIDOS DE HIDROXIMETILAÇÃO, ENQUANTO QUE OS SUBGRUPOS MOLECULARES
EXIBEM EXPRESSÃO DIFERENCIAL DOS GENES IDHS E TETS. ...................................................................................................... 151
MICRODISSECÇÃO DE NOVAS VARIANTES DA T(12;21), UMA NOVA FASE DE UM ESTUDO CITOGENÉTICO MOLECULAR: RELATO
DE CASO ..................................................................................................................................................................................... 151
MODULAÇÃO DA EXPRESSÃO DOS GENES AKT, CTNNB1, GLI1, KDM6A, KDM6B, NOTCH2, PTCH1 E TERT EM LINHAGENS
CELULARES DE MEDULOBLASTOMA EXPOSTAS AO TRATAMENTO COM DROGAS ..................................................................... 152
MODULAÇÃO DO GENE CTNNB1 (Β-CATENINA) PELO INIBIDOR DE AURORA-QUINASES AMG 900 EM LINHAGENS CELULARES DE
MEDULOBLASTOMA ................................................................................................................................................................... 152
MUDANÇA DE LINHAGEM CELULAR EM UMA LACTENTE COM LEUCEMIA AGUDA: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
................................................................................................................................................................................................... 153
NEFROBLASTOMA E CARDIOPATIA CONGÊNITA: POSSÍVEL ASSOCIAÇÃO? ................................................................................ 153
PERFIL CITOGENÉTICO E MUTACIONAL DO GENE FLT3 EM 70 CASOS DE LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA DA INFÂNCIA ............. 154
PERFIL IMUNOFENOTÍPICO E MOLECULAR DAS LEUCEMIAS AGUDAS DE CÉLULAS-T PEDIÁTRICAS E IMPACTO NO
PROGNÓSTICO. ........................................................................................................................................................................... 154
PERFIL MOLECULAR DO LINFOMA DE BURKITT COM UM ISOCROMOSSOMO I(8)(Q10) COMO ÚNICA ANORMALIDADE
CITOGENÉTICA EM UM PACIENTE PEDIÁTRICO COM ATAXIA-TELANGIECTASIA ........................................................................ 155
POLIMORFISMOS EM EPHX1, NQO1, GSTM1 E GSTT1 E RISCO PARA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA PEDIÁTRICA ...................... 155
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PREVALÊNCIA DE CARIÓTIPOS COMPLEXOS EM UM ESTUDO CONSECUTIVO DE 146 CRIANÇAS BRASILEIRAS COM LEUCEMIA
LINFOBLÁSTICA AGUDA: UM ESTUDO CONVENCIONAL E MOLECULAR ..................................................................................... 156
SEQUENCIAMENTO DE NOVA GERAÇÃO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM HISTÓRIA DE CÂNCER SUGESTIVA DA SÍNDROME DE
LI-FRAUMENI .............................................................................................................................................................................. 156
SMD/LMA COM CARIÓTIPO COMPLEXO EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM NEUROFIBROMATOSE TRATADO COM AZACITIDINA E
TRANSPLANTE HAPLOIDÊNTICO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS ............................................................................... 157
TUMORES ADRENOCORTICAIS NA INFÂNCIA ASSOCIADOS A MUTAÇÃO HEREDITÁRIA DE PREDISPOSIÇÃO FAMILIAR AO CÂNCER
................................................................................................................................................................................................... 157
VALOR PROGNÓSTICO DA DOSAGEM QUANTITATIVA DO P53 NO MEDULOBLASTOMA DESMOPLÁSICO/ NODULAR .............. 158
VIABILIDADE DE CÉLULAS DE MEDULOBLASTOMA D283 TRATADAS COM INIBIDOR DE HISTONA DEACETILASES COMBINADO
COM ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DE BOMBESINA .......................................................................................................... 158
OUTROS ........................................................................................................................................................................................... 159
ANÁLISE DAS TRANSFUSÕES REALIZADAS NO ANO DE 2014 EM PACIENTES PEDIÁTRICOS DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO ......... 159
ANEMIA EM CRIANÇAS ENTRE UM E SEIS MESES DE VIDA: PENSAR EM CITOMEGALOVÍRUS .................................................... 159
ASSOCIAÇÃO DE DOENÇA DE MOYAMOYA E APLASIA DE MEDULA ÓSSEA - RELATO DE CASO.................................................. 160
DOENÇA DE KIKUCHI-FUJIMOTO NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO ............................................................................................. 160
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA (NET) SECUNDÁRIA À DOXORRUBICINA: RELATO DE CASO .................................................... 161
PAPEL DO ESTRESSE OXIDATIVO NA CARDIOTOXICIDADE AGUDA E CRÔNICA INDUZIDA POR DOXORRUBICINA ...................... 161
PET-CT: UM RECURSO ABSOLUTO DE DISCRIMINAÇÃO DE MASSAS EM PEDIATRIA? ................................................................ 162
QUERUBISMO: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM NEOPLASIA DE OSSO .................................................................................... 162
POLÍTICAS PÚBLICAS ........................................................................................................................................................................ 163
SÍNDROME DE PROTEUS: UM RARO RELATO DE CASO............................................................................................................... 163
CUSTO DIRETO DO TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO AMBULATORIAL DE PRIMEIRA LINHA PARA LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA –
PROTOCOLO GBTLI LLA-2009 NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE .................................................................................................... 163
O SERVIÇO SOCIAL E ONCOLOGIA INFANTO JUVENIL: UMA QUESTÃO DE DIREITOS ................................................................. 164
PERFIL SÓCIO ECONÔMICO DE USUÁRIOS EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO INFANTO JUVENIL ............................................... 164
PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS PACIENTES ATENDIDOS EM UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO ........................................................... 165
TRATAMENTO FORA DO DOMICÍLIO: UM DIREITO EM CONSTRUÇÃO ....................................................................................... 165
RETINOBLASTOMA ........................................................................................................................................................................... 166
A RELEVÂNCIA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) DE ALTA RESOLUÇÃO NO DIAGNÓSTICO DO RETINOBLASTOMA ............ 166
EVOLUÇÃO NO CUIDADO DO RETINOBLASTOMA EM UM CENTRO TERCIÁRIO ONCOLÓGICO................................................... 166
TRATAMENTO DE RETINOBLASTOMA METASTÁTICO COM TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS
– IMPACTO NO TEMPO DE INTERNAÇÃO E EVOLUÇÃO PÓS-TRANSPLANTE CONFORME A DOSE CELULAR............................... 167
SARCOMAS DE PARTES MOLES ........................................................................................................................................................ 167
RABDOMIOSSARCOMA DE ÓRBITA EM PEDIATRIA: ANÁLISE DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA ... 167
SARCOMA DE EWING EM LACTENTE COM 35 DIAS DE VIDA: RELATO DE CASO ......................................................................... 168
SARCOMA DE EWING EXTRA-ESQUELÉTICO, ANÁLISE DE PACIENTES SUBMETIDOS A UM MESMO PROTOCOLO DE
TRATAMENTO............................................................................................................................................................................. 168
SARCOMA GRANULOCÍTICO PRIMÁRIO DE MAMA EM ADOLESCENTE: DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM TERAPÊUTICA .............. 169
SARCOMA SINOVIAL INTRA-ATRIAL – ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 169
TUMOR NEUROECTODÉRMICO PRIMITIVO PRIMÁRIO DE PÂNCREAS: RELATO DE CASO .......................................................... 170
TRATAMENTO DE SUPORTE ............................................................................................................................................................. 170
CARDIOTOXICIDADE RELACIONADA AO 5-FLUORACIL: RELATO DE CASO .................................................................................. 170
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ESTUDO DOS CASOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TUMOR MEDIASTINAL INTERNADOS NO CENTRO DE TRATAMENTO
INTENSIVO .................................................................................................................................................................................. 171
INFECÇÃO DISSEMINADA POR PAECILOMYCES VARIOTTI EM PACIENTE ONCOLÓGICO ............................................................. 171
INFECÇÃO POR CANDIDA TROPICALIS EM PACIENTE COM LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA .......................................................... 172
INFECÇÃO POR CUNNINGHAMELLA BERTHOLLETIAE DURANTE INDUÇÃO NA LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA ............................ 172
O USO DE DEXTROMETORFANO NO TRATAMENTO DE MUCOSITE INDUZIDA POR METOTREXATO EM ALTAS DOSES EM
PACIENTES ONCOLOGICOS PEDIÁTRICOS. .................................................................................................................................. 173
TUMORES CÉL GERMINATIVAS ........................................................................................................................................................ 173
EPIGNATHUS: RELATO DE UM TERATOMA NEONATAL .............................................................................................................. 173
TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL .................................................................................................................................... 174
ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM EPENDIMOMA ATENDIDOS EM UM HOSPITAL INFANTIL
DE REFERÊNCIA ESTADUAL ......................................................................................................................................................... 174
ASTROBLASTOMA MALIGNO - CASO CLÍNICO ............................................................................................................................ 174
CIÊNCIA ABERTA: CADERNO DE PESQUISA CLÍNICA ABERTO DE NEURO-ONCOLOGIA ............................................................... 175
INTERVALO SINTOMÁTICO PRÉ-DIAGNÓSTICO DE TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL EM UM CENTRO PEDIÁTRICO DE
REFERÊNCIA ESTADUAL .............................................................................................................................................................. 175
O USO DO EVEROLIMO NO ASTROCITOMA SUBEPENDIMÁRIO DE CÉLULAS GIGANTES EM PACIENTES COM ESCLEROSE
TUBEROSA: EXPERIÊNCIA DE UMA INSTITUIÇÃO ........................................................................................................................ 176
RESULTADOS PRELIMINARES DO CONSORTIUM DE TUMOR DE CÉLULAS GERMINATIVAS DE SISTEMA NERVOSO CENTRAL .... 176
ROTINAS DE TRATAMENTO CLÍNICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL –
AVALIAÇÃO PARA UM BENCHMARK ........................................................................................................................................... 177
SÍNDROME DE CUSHING INFANTIL SECUNDÁRIA À ADENOMA HIPOFISÁRIO ............................................................................ 177
SÍNDROME DE TURCOT E MEDULOBLASTOMA: RELATO DE 3 CASOS ........................................................................................ 178
TUMORES DE PLEXO COROIDE E SUA ASSOCIAÇÃO COM A SÍNDROME DE LI-FRAUMENI: RELATO DE UMA INSTITUIÇÃO ....... 178
UM BANCO DE DADOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL BASEADO NA WEB.179
TUMORES HEPÁTICOS...................................................................................................................................................................... 179
CASO RARO DE ADOLESCENTE COM COLANGIOCARCINOMA .................................................................................................... 179
HEPATOBLASTOMA : ANÁLISE DE 23 CASOS DE UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO ............................................................................... 180
RABDOMIOSSARCOMA DO TRATO BILIAR: RELATO DE CASO..................................................................................................... 180
RELATO DE CASO DE CASO DE HEPATOBLASTOMA EM CRIANÇA SINDRÔMICA COM DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG ................. 181
TUMORES ÓSSEOS ........................................................................................................................................................................... 181
ABLAÇÃO POR RADIOFREQUÊNCIA EM METÁSTASES PULMONARES DE OSTEOSSARCOMA – RELATO DE CASO ...................... 181
METASTASE BUCAL DE OSTEOSARCOMA - RELATO DE UMA LESÃO RARA ................................................................................. 182
OSTEOSSARCOMA EM COLUNA CERVICAL - RELATO DE CASO ................................................................................................... 182
SARCOMA DE EWING COM METÁSTASE EM SNC: ANÁLISE DE CASOS E REVISÃO DE LITERATURA............................................ 183
TUMORES RAROS ............................................................................................................................................................................. 183
ANÁLISE DE TUMORES DO CÓRTEX ADRENAL EM HOSPITAL REFERÊNCIA EM CÂNCER ............................................................. 183
CARCINOMA ADRENOCORTICAL COM EXTENSÃO ATÉ ÁTRIO DIREITO AO DIAGNÓSTICO E RECIDIVA CEREBRAL ISOLADA EM
PACIENTE PORTADORA DA MUTAÇÃO TP53 R337H: RELATO DE CASO...................................................................................... 184
CARCINOMA DE LINHA MÉDIA TIPO NUT EM PACIENTE PEDIÁTRICO ........................................................................................ 184
CARCINOMA EPIDERMÓIDE/SARCOMATÓIDE CUTÂNEO EM PACIENTE COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA DISTRÓFICA RECESSIVA
................................................................................................................................................................................................... 185
DEFICIÊNCIA DA ATIVIDADE DA ENZIMA DIHIDROPIRIMIDINADESIDROGENASE (DPD) EM SALIVA: USO EM PEDIATRIA .......... 185
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DESCRIÇÃO DE UM CASO DE ASTROCITOMA PILOCÍTICO COM TRANSFORMAÇÃO ANAPLÁSICA E DISSEMINAÇÃO
LEPTOMENÍNGEA EM PEDIATRIA ............................................................................................................................................... 186
DESCRIÇÃO DE UM CASO DE TUMOR FIBROSO SOLITÁRIO DE EXTREMIDADES EM UM PACIENTE PEDIÁTRICO ....................... 186
ENVOLVIMENTO RETINIANO EM NEOPLASIA INDIFERENCIADA DE CÉLULAS PEQUENAS E AZUIS EM RECEM NATO ................. 187
ESCLEROSE TUBEROSA ASPECTOS CLÍNICOS E TRATAMENTO .................................................................................................... 187
MEDULOEPITELIOMA INTRAOCULAR ......................................................................................................................................... 188
MELANOMA CONGÊNITO: RELATO DE CASO .............................................................................................................................. 188
MELONOMA DE SNC EM PACIENTE COM MELANOSE NEUROCUTÂNEA: RELATO DE CASO ....................................................... 189
NEOPLASIAS PRIMÁRIAS DA TIREÓIDE EM PACIENTES MENORES DE 16 ANOS DE IDADE.......................................................... 189
PARAGANGLIOMA PÉLVICO MALIGNO EM ADOLESCENTE: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA ................................ 190
RELATO DE CASO: TUMOR TERATÓIDE RABDÓIDE ATÍPICO ....................................................................................................... 191
SARCOMA GRANULOCÍTICO ISOLADO DE PELE: RELATO DE CASO ............................................................................................. 191
SINDROME DE KASSABCH-MERRIT TORACO-ABDOMINAL EM RECÉM-NATO: SUCESSO DE TRATAMENTO COM PROPANOLOL +
PREDNISOLONA .......................................................................................................................................................................... 192
TUMOR CARCINÓIDE DE APÊNDICE EM ADOLESCENTE DE 13 ANOS.......................................................................................... 192
TUMOR FILODES EM CRIANÇA DE 11 ANOS ............................................................................................................................... 193
TUMOR GASTROINTESTINAL NA INFÂNCIA – ESTUDO DE CASO................................................................................................. 193
TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO INFLAMATÓRIO DE ABDÔMEN: RELATO DE DOIS CASOS ............................................................. 194
TUMORES RAROS EM CRIANÇAS: IMPORTÂNCIA E NECESSIDADE DE CONSENSO E COLABORAÇÃO NACIONAL. ...................... 194
TUMORES SÓLIDO PSEUDOPAPILAR PANCREÁTICOS EM CRIANÇAS .......................................................................................... 195
TUMORES RENAIS ............................................................................................................................................................................ 195
15 ANOS DE ANÁLISE CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE NEFROBLASTOMA EM UMA
INSTITUIÇÃO ............................................................................................................................................................................... 195
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES TRATADOS POR TUMOR DE WILMS (TW) EM UM HOSPITAL DE
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA NO PERÍODO ENTRE 1982-2001 ......................................................................................................... 196
NEFROBLASTOMA (TUMOR DE WILMS) EM ADULTO JOVEM-RELATO DE CASO ........................................................................ 196
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE TUMOR DE WILMS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA
EM ONCOPEDIATRIA................................................................................................................................................................... 197
SARCOMA RENAL DE CÉLULAS FUSIFORMES: RELATO DE UM CASO EM PACIENTE PEDIÁTRICO ............................................... 197
TRATAMENTO DO CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS METASTÁTICO COM SUNITINIBE: DESCRIÇÃO EVOLUTIVA DE QUATRO
CASOS ......................................................................................................................................................................................... 198
TUMOR DE WILMS BILATERAL METACRÔNICO: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA .................................................. 198
TUMOR DE WILMS COM METÁSTASE CEREBRAL : RELATO DE CASO ......................................................................................... 199
TUMOR DE WILMS EXTRA-RENAL: RELATO DE UM CASO EM PEDIATRIA ................................................................................... 199
TUMOR DE WILMS METACRÔNICO EM REMISSÃO: RELATO DE CASO ....................................................................................... 200
TUMOR RABDÓIDE EXTRARRENAL: RELATO DE UM CASO PRIMÁRIO DE BOCA ......................................................................... 200
TUMOR RABDOIDE MALIGNO EXTRARRENAL ............................................................................................................................. 201
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ORAIS
CIRURGIA
ESPECTRO DA LAPAROSCOPIA EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Rodrigo Chaves Ribeiro, Vilani Kremer.
HOSPITAL DE CANCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil.
Introdução: A laparoscopia tem se tornado rotina em cirurgia geral e
agora também om oncologia. No entanto, a cirurgia minimamente
invasiva em oncologia pediátrica é incipiente devido aos desafios
técnicos envolvidos. Iniciamos a cirurgia minimamente invasiva em
um hospital oncológico pediátrico há 2 anos. O escopo deste trabalho
é avaliar o espectro de atuação da laparoscopia em oncologia
pediátrica Metodologia: Estudo retrospectivo dos procedimentos
laparoscópicos realizados em um hospital oncológico pediátrico.
Período de estudo: setembro de 2014 a agosto de 2016. Resultados:
Foram realizados 34 procedimentos laparoscópicos. A idade ao
procedimento variou de 2 meses a 21 anos. Destes, 5 foram
laparoscopia para diagnóstico, 3 para estadiamento, 8 foram
procedimentos de intercorrências não oncológicas e 18 para
ressecções tumorais. A média de duração da anestesia foi de 166
minutos e a média da internação foi de 4 dias. Quatro pacientes foram
excluídos do cálculo de tempo de internação por intercorrência não
cirúrgica. Das 5 laparoscopias para diagnóstico, 3 foram para tumores
hepáticos. Nos estadiamento 2 foram em tumores de ovário com
diagnóstico prévio e que necessitavam de informação para
estadiamento correto. Dos 8 procedimentos não oncológicos, foram
três colecistectomias, sendo uma com exploração da via biliar, duas
apendicectomias, uma cirurgia de Palomo laparoscópico e uma janela
pericárdio-peritoneal. Das ressecções cirúrgicos, foram cinco
ooforectomias, quatro ressecções de implantes peritoneais ou massas
residuais, três proctocolectomias, duas colectomias, duas
nefrectomias, uma ressecção de cisto de mesentério e uma
hepatectomia. Houve apenas uma conversão, que ocorreu por
sangramento na cirurgia de ressecção de cisto de mesentério.
Ocorreram complicações somente nos pacientes que realizaram as
proctocolectomias. Dois tiveram infecção de ferida na primeira
internação. Um teve fístula de anastomose com abscesso pélvico
crônico com necessidade de refazer a anastomose. Outro paciente
teve quadro obstrutivo após fechamento de ileostomia por torção da
alça que compunha o “J” na anastomose íleo anal. Conclusões A
laparoscopia pode ser utilizada no diagnóstico, no estadiamento, nas
intercorrências não oncológicas e nas ressecções em oncologia
pediátrica. Um fator limitante é o equipamento adequado. Outro
desafio é manter uma curva de aprendizagem com esta ampla
diversidade de procedimentos.
REPARO DE AORTA ABDOMINAL POR BYPASS COM VEIA JUGULAR
INTERNA EM GANGLIONEUROBLASTOMA
Christian Escobar Prado, Ana Carolina Da Rosa Andrade, Nadhine
Feltrin Ronsoni, Yasmin Da Silva Guimarães, Gabriela Da Costa.
UNESC-UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE E UNACON DO
HOSPITAL SÃO JOSÉ, Santa Catarina, Brasil.
Introdução: A ressecção cirúrgica é fundamental para o tratamento
dos pacientes com ganglioneuroblastoma, porém, devido à exposição
e dissecção de grandes vasos, a mesma não está isenta de
complicações. A abordagem às complicações intraoperatórias
vasculares de grandes vasos são pouco descritas na literatura. Nesse
trabalho é relatada a realização de um bypass com a veia jugular
interna esquerda como reparo da aorta abdominal, comprometida
durante cirurgia para a ressecção de ganglioneuroblastoma. Relato:
Paciente feminina, branca, de 2 anos e 5 meses, com massa palpável
em flanco esquerdo. Submetida a tomografia computadorizada (TC) de
abdômen evidenciando lesão expansiva retroperitonial, paramediana
esquerda, medindo 6,6 x 5,3 x 4,7 cm, deslocando aorta abdominal,
rim, ureter esquerdo e alças intestinais. No procedimento cirúrgico,
houve lesão da aorta abdominal, a qual não foi possível reparar.
Devido a ausência de prótese de PTFE adequada, foi realizado o bypass
com a veia jugular interna esquerda. A paciente teve boa evolução pósoperatória, sem sequelas. Recebeu 4 ciclos de quimioterapia e se
encontra em remissão. Realizou angiorressonância nuclear magnética
(ARNM), 2 anos após o procedimento, que demonstrou o enxerto de
aorta abdominal infrarrenal pérvio, com pequena estenose na porção
proximal do mesmo, com dilatação a juzante até 1,7cm de diâmetro.
Discussão: Frente a lesão vascular significativa, a primeira opção
terapêutica seria a utilização de prótese PTFE, a qual assumiria a
função do vaso danificado. Devido à ausência de prótese adequada, a
realização de um bypass com a veia jugular interna para reparo da
aorta abdominal se fez significativa, foi fundamental para cessar a
hemorragia causada pela ressecção de aorta. Ao observar uma injúria
vascular, sem disponibilidade de prótese, há uma série de opções que
poderiam ser abordadas, por exemplo, a sutura primária da do vaso
lesado ou reanastomose da artéria aorta abdominal. Porém, são
abordagens extremamente vulneráveis, principalmente na paciente
em questão, a qual apresentava intensa friabilidade vascular. O
método utilizado, não se faz padrão, entretanto, não havendo acesso à
prótese de PTFE, ou possibilidade de outras alternativas, sem o
autotransplante vascular a paciente iria à óbito. O desafio imposto ao
realizar o método escolhido, possibilitou a quimioterapia adjuvante
e estabilidade da paciente. No futuro, conforme a dilatação evolua,
será possível a colocação de uma endoprótese.
17
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DIAGNÓSTICO PRECOCE
TUMOR DE WILMS COM INVASÃO DE VEIA CAVA INFERIOR:
CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO CIRÚRGICO
Bruno Da Costa Rocha, Alef De Carvalho Vieira, Braulio Xavier Da Silva
Pereira Neto, Carlos Emanuel Rocha De Melo, Breno Soares De
Andrade Wanderley, Alexinaldo Silva Dos Santos, Nayara Krysley
Nascimento Limas Caracas, Flavia Machado Nogueira, Ives Maciel
Duarte, Fabio Henrique Araujo Contelli, Dirley Barreto Cerqueira,
Bruno Marcelo Rocha Freire, Flavia Ladeia Meira, Luciana Nunes Silva,
Ana Karina Silveira Souza Da Cunha, Pablo Mauricio Amado Dos
Santos.
HOSPITAL DA CRIANÇA- MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil.
Introdução: O Tumor de Wilms acomete o sistema vascular por
invasão venosa que ocorre de 4 a 10%, o trombo tumoral expande-se
até o átrio direito menos frequentemente. A cirurgia exige equipe
multidisciplinar e poucos centros de cirurgia cardiovascular pediátrica
no mundo têm experiência com este tipo de abordagem. Os relatos de
serie publicados descrevem tempo prolongado médio de Circulação
Extracorpórea-CEC >120min associado a hipotermia profunda (<17°C).
Objetivo: Descrever a abordagem cirúrgica com ressecção tumoral
intravascular em pacientes portadores de Tumor de Wilms com
invasão de veia cava inferior e as modificação adaptadas de manejo
de CEC e tática operatória. Metodologia: No período de 8 anos, oito
pacientes portadores de Tumor de Wilms com invasão de cava inferior
foram referenciados para uma única equipe de cirurgia cardiovascular,
sendo submetidos a nefrectomia total ampliada com ressecção
tumoral intravascular. As variáveis descritas foram categorizadas
quanto a distribuição e frequência, apresentadas pela média e desviopadrão. Resultado: Entre 2008 e 2016, 8 pacientes com idade de 5,9
±2anos, sexo feminino 5/8(62,5%), peso de 21 ±7Kg foram submetidos
a nefrectomia direita 7/8(87,5%). O tempo de cirurgia foi de 258,7
±84min, tempo de CEC de 35 ±16min(15 a 50), pinçamento aórtico em
1/8(12,5%) com tempo de 5min, temperatura inferior em CEC de 35,1
±0,9°C, abertura de diafragma em 4/8(50%), acesso via esternotomia
5/8(62,5%), retalho para reconstrução de veia cava com pericárdio
autólogo 4/5(50%), manobra para retirada do trombo tumoral: A. via
atrial e cava inferior sem instrumentação 2/8(25%); B. via atrial e cava
inferior com instrumentação 4/8(50%); e C. via cava inferior 2/8(25%).
A classificação de invasão da cava foi distribuída: tipo I- invasão de
veia renal 0/8, tipo II - trombo em cava inferior infra-hepático
2/8(25%), tipo III - trombo retro-hepático 1/8(12,5%), tipo IV- trombo
até átrio direito 4/8(50%), tempo de acompanhamento de 19
±20meses (3 a 62), sem óbito intra-hospitalar, recidiva tumoral 0/7(0)
e um óbito 1/8(12,5%) no sétimo mês de pós-operatório. Conclusão: A
despeito da alta complexidade no tratamento cirúrgico de Tumor de
Wilms com invasão de veia cava inferior, pode haver otimização da
abordagem com diminuição significativa do tempo de CEC utilizandose normotermia. Quanto aos resultados ainda recentes apontam
ausência de mortalidade intra-hospitalar e recidiva local com um
tempo de acompanhamento em médio prazo.
CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE AS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO CÂNCER INFANTOJUVENIL
Katiane De Souza Gomes Dias, Fernanda Luiza Andrade De Azevedo,
Fabia Idalina Rodrigues Neves, Amanda Silva Rodrigues.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, Bahia, Brasil.
Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde, o câncer
representa atualmente a segunda causa de óbito na maioria dos
países, sendo que, na pediatria é a primeira causa, se tratando de
mortes por doenças, tornando-o um grave problema de saúde
pública. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam-se
que para os anos de 2016-2017 no Brasil, ocorram cerca de 600mil
casos novos de câncer. Esse estudo objetivou analisar a percepção
dos estudantes de Enfermagem a respeito da oncologia pediátrica,
seu conhecimento sobre detecção precoce e seu entendimento
relacionado à conduta do profissional enfermeiro diante da
sintomatologia clínica sugestiva de câncer infanto-juvenil.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória com
abordagem
qualitativa,
foi
aplicado
um
questionário
semiestruturado a 35 acadêmicos matriculados no último ano do
curso de Enfermagem de uma Universidade Estadual. Resultado: Os
resultados da pesquisa apontaram que 77% reconhecem
parcialmente características que compõem o conceito do câncer,
20% relacionaram integralmente os elementos que definem essa
patologia e 3% não saber definir. A respeito dos cânceres mais
incidentes na população infanto-juvenil, 91% citaram a leucemia, 9%
não souberam informar. Dentre os 91% que citaram a leucemia,
22% incluíram linfoma, 13% o retinoblastoma, 13% tumores ósseos,
e 9% os tumores do Sistema Nervoso Central e 3% neuroblastoma.
Quanto a sintomatologia sugestiva do câncer infantil, 11% não
souberem informar, 89% identificaram pelo menos dois sintomas
sugestivos. Quando questionados sobre de qual forma o enfermeiro
pode contribuir para o diagnóstico precoce, 17% informaram não
saber, 11% disseram que é através da educação em saúde,
anamnese, exames físico, laboratoriais, de imagens e encaminhando
para consulta médica, e 72% abordaram pelo menos um ponto das
possíveis medidas diagnósticas citadas anteriormente. Conclusão:
Conclui-se que os resultados apontados corroboram com outras
pesquisas, quando dizem que o tema abordado deve ser melhor
incorporado a matriz curricular dos acadêmicos de Enfermagem, as
Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem consideram que os
cursos de ensino superior devem se propor a formar um profissional
generalista, capaz de reconhecer e atuar sobre as diversas
problemáticas e situações de saúde doença que mais prevalecem no
perfil epidemiológico do país.
18
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ENFERMAGEM
O ATRASO NO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER PEDIÁTRICO E SEUS
FATORES INFLUENCIADORES NO ÂMBITO DO ITINERÁRIO
TERAPÊUTICO
a
a
Larissa Maria De Vito , Bárbara Garcia São José , Beatriz Mariane
a
a
a
Brighenti , Gabriela Oliveira Dos Santos , Jaqueline Nogaroto ,
a
b
b
Manuela Prieto , Débora Rebollo De Campos , Luiz Fernando Lopes .
a FACULDADE DE CIENCIAS DA SAÚDE DE BARRETOS DR. PAULO
PRATA – FACISB, São Paulo, Brasil.
b HOSPITAL DO CÂNCER INFANTOJUVENIL DE BARRETOS, São Paulo,
Brasil.
Introdução: Segundo o INCA, em 2011 o câncer ocupou a 2ª posição
dentre os óbitos de crianças e adolescentes, sendo considerada a
doença com maior índice de óbitos nessa fixa etária em nosso país.
Quanto mais tardiamente é feito o diagnóstico, parece haver menor
chance de cura e aumento do risco de óbito. Portanto, são necessárias
ações visando alcançar o diagnóstico precoce. Objetivo: Verificar o
tempo decorrido entre o surgimento do 1º sintoma até a chegada dos
pacientes ao centro oncológico, bem como identificar os fatores que
podem influenciar no atraso diagnóstico. Metodologia: Foi feita uma
coleta de dados prospectiva, através da aplicação de questionário aos
responsáveis dos pacientes com entrada na instituição entre fevereiro
de 2014 e janeiro de 2015. Resultados e conclusão: Foram
entrevistados 162 pacientes, 102 deles tinham tumores sólidos e 60
apresentavam neoplasias hematológicas. A média de tempo que os
responsáveis levaram para perceber algo diferente com a criança foi
de 75,24 dias (DP: 154,274) e a mediana foi de 21 dias (0-1080). O
tempo médio desde o surgimento do 1º sintoma até a 1ª consulta foi
de 44,1 dias (DP: 118,008) e a mediana foi de 7 dias (0-1095). O tempo
médio desde 1ª consulta até a chegada ao centro oncológico foi de
311,13 dias (DP: 532,143) e a mediana foi de 90 dias (0-4015). Quanto
maior a faixa etária dos pacientes, mais tempo a família levou para
perceber algo diferente com a criança (p=0.018); levaram também
mais tempo desde o surgimento do 1º sintoma até a 1ª consulta
médica (p=0.041); e maior foi o atraso desde a 1ª consulta até chegar
ao centro oncológico (p=0.007), sendo verificada aqui uma mediana
de 68 dias (2-910) para os menores de 5 anos e de 150 dias (0-4015)
para aqueles com 10 anos ou mais. Os pais com maior escolaridade
levaram menos tempo para perceber algo diferente com a criança
(p=0.024). Os responsáveis que utilizaram recursos financeiros
públicos para chegar ao centro oncológico levaram cerca de 4 vezes
mais tempo para perceber algo diferente com a criança que aqueles
que utilizaram apenas recursos privados (p=0.035). Essas informações
podem contribuir para uma melhor compreensão de como podemos
ajudar as crianças e adolescentes a serem diagnosticados
precocemente, bem como nos auxiliar a identificar fatores sociais que
podem impactar no atraso do diagnóstico e tratamento do câncer
infantil.
A COMUNICAÇÃO NOS CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICO
PEDIÁTRICO: A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO ESTRATÉGIA E
INSTRUMENTO FACILITADOR DO CUIDADO DOMICILIAR
Roberta Dantas Breia De Noronha, Sabrina Ayd Pereira José, Sandra
Alves Do Carmo, Monique Abreu Silvino.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA), Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: Uma comunicação adequada é considerada um método
fundamental para o cuidado integral e humanizado, pois é possível
reconhecer e acolher as necessidades da criança e de seus
familiares. A partir da evolução tecnológica científica, dispositivos
tecnológicos de comunicação foram incorporados aos serviços de
atenção domiciliar, fortalecendo as relações entre os profissionais, a
criança e a família. Quando o enfermeiro utiliza esses recursos
tecnológicos, permite que o paciente possa participar nas decisões e
cuidados específicos relacionados a sua doença e obter um
tratamento digno. Objetivo: Relatar a experiência da utilização do
dispositivo tecnológico de comunicação entre os pais, cuidadores e
o profissional na atenção domiciliar em cuidados paliativos
oncológico pediátrico. Método: trata-se de um estudo descritivo do
tipo relato de experiência realizado na Unidade de Cuidados
Paliativos Oncológico Pediátrico de um hospital público federal no
período de janeiro de 2013 a maio de 2015. Foi desenvolvido
orientações educativas e clínicas para os pais e cuidadores na
melhoria das condições de vida da criança com câncer avançado,
mantendo-a em seu ambiente domiciliar. Resultado: O cuidado
domiciliar pediátrico na atenção paliativa oncológica apresenta
como instrumentos facilitador da comunicação os dispositivos
móveis denominados como aplicativo assistencial de web
mensagens. Administração de medicamentos, técnicas de
procedimentos no domicílio, curativos, dieta nutricional, estado
clínico do paciente foram identificados como questionamentos
frequentes ao profissional com a finalidade de solucionar dúvidas e
auxiliar os pais e cuidadores no domicílio na resolução de
problemas. Conclusão: O relacionamento interpessoal com o
paciente pediátrico e os seus familiares é uma ferramenta
imprescindível para o Enfermeiro na promoção dos cuidados
paliativos na assistência domiciliar, visto que lhes permite esclarecer
dúvidas, através do uso de aplicativo assistencial de web mensagens
que seja simples e acessível, de forma que os pacientes e seus
familiares exteriorizem suas angústias e seus medos. A presença e a
difusão das tecnologias da informação são componentes-chave dos
cuidados de saúde de qualidade, baseadas nas relações
interpessoais desenvolvidas a partir da confiança entre os pais,
cuidadores e profissional, fortalecidas através da escuta ativa e no
manejo dos sinais e sintomas mediante a abordagem profissional da
assistência paliativa.
19
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
A UTILIZAÇÃO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC)
EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AVALIAÇÃO DA FADIGA EM
HOSPITALIZADOS COM CÂNCER
Patrícia Luciana Moreira Dias, Fabriciana Gonçalves Santana.
Izabela Maria Lopes Nogueira , Ana Carolina Andrade Biaggi Leite ,
b
a
Michelle Darezzo Rodrigues Nunes , Lucila Castanheira Nascimento .
UNIVERSIDADE PAULISTA, São Paulo, Brasil
Introdução: A obtenção de um acesso venoso em crianças e
adolescentes com câncer é um importante desafio para os
enfermeiros, por ser extremamente limitado e difícil. O Cateter
Central de Inserção Periférica (PICC) tem sido utilizado como uma
alternativa para obtenção de um acesso venoso duradouro, confiável
e seguro na Oncologia Pediátrica. Os objetivos do estudo foram
identificar o perfil das crianças e adolescentes com indicação do uso
de PICC durante o tratamento oncológico e identificar os motivos de
remoção do PICC no grupo estudado. Método: Trata-se de um estudo
descritivo e retrospectivo, de abordagem quantitativa, que utilizou
como técnica de pesquisa a análise documental, através de
prontuários e registros institucionais. Os dados foram coletados em
uma instituição filantrópica que presta atendimento especializado em
Oncologia Pediátrica. A pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Paulista, sob parecer número 1.583.491.
Todos os aspectos éticos presentes na Resolução 466/2012 do
Conselho Nacional de Saúde foram respeitados. A amostra foi
constituída por 39 registros de cateteres tipo PICC inseridos na
instituição no período de 2012 a 2016, realizados em 32 crianças e
adolescentes. Os dados foram coletados a partir de um instrumento
contendo informações sobre os pacientes e dados sobre inserção,
manutenção e remoção do PICC, sendo posteriormente submetidos a
análise estatística descritiva. Resultado: Os resultados apontam que a
maioria das inserções de PICC foram realizadas em pacientes do sexo
masculino (65,6%), com idade entre 4 e 9 anos (34,4%). Os
diagnósticos mais frequentes foram de Leucemia Linfoide Aguda e
Linfoma de Hodgkin (28,1% em ambos), com tempo de diagnóstico no
momento da inserção do PICC menor que 1 mês (53,9%) na maior
parte dos casos. Os motivos de remoção do PICC foram o término do
tratamento (43,6%), infecções (20,5%), tração do acidental do cateter
(15,4%), óbito do paciente (7,7%), obstrução (7,7%) e ruptura do
cateter (5,1%). Conclusão: Os dados revelam que a maior parte das
remoções do PICC dentre os participantes deste estudo foram motivos
eletivos (51,3%), ou seja, decorrentes do término da terapêutica
intravenosa. Conclui-se, desta forma, que o PICC é uma opção segura
para obtenção de um acesso venoso durante o tratamento
oncológico, contribuindo para a redução das punções venosas
periféricas e consequentemente, diminuição do sofrimento e melhor
qualidade de vida das crianças e adolescentes com câncer.
a
CRIANÇAS
E
ADOLESCENTES
a
a ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO, São Paulo, Brasil
b FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO, Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: A fadiga é o sintoma mais prevalente em quem
apresenta câncer avançado. Ela tem sido avaliada por meio de
instrumentos específicos que demonstram grande associação entre
ela e a qualidade de vida do paciente, visto que, em função da
doença e do tratamento, apresentam pouca energia para realizar
atividades diárias e tornam-se dependentes dos cuidados de outras
pessoas. Objetivo: Avaliar a fadiga de crianças e adolescentes com
câncer hospitalizados. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo
e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos da instituição proponente e coparticipante e desenvolvido
no setor de onco-hematologia de um hospital público. Foram
incluídas crianças e adolescentes entre oito e dezoito anos
incompletos, de ambos os sexos, com diagnóstico de câncer, em
qualquer fase de tratamento no setor de onco-hematologia do
hospital selecionado para a pesquisa, que apresentassem condições
cognitivas para participar da entrevista, e excluídas as que estavam
recebendo radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempo, em
tratamento paliativo e no pós-operatório imediato. Os participantes
responderam ao PedsQLTM Escala Multidimensional do Cansaço
para mensuração da fadiga, que é um instrumento validado para o
contexto brasileiro, com escala tipo likert (escore de 0 a 100), possui
versões específicas para crianças e adolescentes e avalia a fadiga de
maneira multidimensional (fadiga geral, relacionada ao
sono/repouso e mental). Resultado: Dos 57 participantes, a maioria
era criança (29-50,9%), do sexo masculino (38-66,7%), com
diagnóstico de sarcoma (18-31,6%), leucemia e linfoma (18-31,6%) e
internados para quimioterapia (28-49,1%). No geral, a média dos
escores de fadiga total foi de 60,8±16,7; 61,4% dos participantes
apresentaram escores de fadiga maiores que 70, indicando que a
fadiga foi “muitas vezes ou quase sempre um problema”. O menor
escore de fadiga total pontuado pelas crianças foi de 20,4.
Conclusão: Os resultados sugerem que as crianças e adolescentes
participantes do estudo apresentaram notáveis problemas de
fadiga. Este é um achado que coloca em evidência este sintoma e
sensibiliza enfermeiros e outros profissionais de saúde sobre a
importância de se avaliar a fadiga precocemente e gerenciá-la
adequadamente.
20
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS: EXPERIÊNCIAS DA EQUIPE DE
ENFERMAGEM NO CUIDADO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
CÂNCER
Alesson Martins Gomes, Bárbara Machado Barbosa Da Silva, Lucila
Castanheira Nascimento, Regina Aparecida Garcia De Lima.
ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO, São Paulo, Brasil.
Introdução: a comunicação é uma habilidade humana que torna
possível a manifestação e exteriorização de processos internos. No
âmbito do trabalho, a comunicação é fundamental para o
desenvolvimento das práticas, particularmente, dos profissionais de
enfermagem, na sua relação com a equipe de saúde, bem como com
pacientes e familiares, caracterizando-se como um processo de
compreensão e compartilhamento de mensagens enviadas e
recebidas. No contexto da prática clínica, os profissionais de
enfermagem assumem papel de destaque, pois, é com eles que,
muitas vezes, o paciente e a família expõem as suas dúvidas e
inquietações, no entanto, transmitir más notícias é uma tarefa difícil.
Objetivo: conhecer a experiência da equipe de enfermagem no
cuidado de crianças e adolescentes com câncer diante da
comunicação de más notícias referentes ao diagnóstico,
tratamento, procedimentos invasivos e cuidados paliativos.
Método: estudo com análise de dados qualitativa, do tipo descritivo e
exploratório. Participou do estudo a equipe de enfermagem
constituída por enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem da
Clínica Pediátrica de um hospital escola, com total de 30 participantes.
Como instrumento de coleta de dados utilizamos a entrevista. A
análise do material empírico foi desenvolvida segundo análise de
conteúdo do tipo temática indutiva. Resultados: apontam para a
comunicação de uma notícia difícil associada à situações que
modificaram radicalmente a vida das crianças, dos adolescentes e de
suas famílias, envolvendo a revelação do diagnóstico, prognóstico,
riscos do tratamento, além das possibilidades de progressão da
doença e morte; em geral são os médicos os informantes, pois, são
eles que além de planejarem e gerirem estes momentos têm também
de enfrentar os questionamentos da família. Conclusão: A
compreensão da experiência da equipe de enfermagem no cuidado de
crianças e adolescentes com câncer pode contribuir para o
planejamento de cuidados de saúde que atendam às reais
necessidades dessa população diante da comunicação de más
notícias. Assim, a busca pelo conhecimento sobre a comunicação de
más notícias se faz necessária para que se possa refletir sobre ações
que auxiliem a equipe de enfermagem durante o processo de
comunicação e hospitalização da criança e do adolescente com
câncer, bem como de sua família.
COMUNICAÇÃO: PERCEPÇÃO DE MÃES DE CRIANÇAS COM CÂNCER
Amanda Aparecida Borges, Giselle Dupas, Regina Aparecida Garcia
De Lima.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, São Paulo, Brasil.
Introdução: A comunicação do diagnóstico do câncer infantil é um
momento delicado para os familiares, pois está relacionado às
mudanças existenciais que permeiam o mundo da criança, da família
e daqueles que cuidam. Objetivo: compreender o sentimento
materno imbuído na comunicação durante o tratamento do câncer
infantil. Metodologia: Foi utilizado o Interacionismo Simbólico como
referencial teórico e a Análise de Conteúdo Temática proposta por
Bardin como método. Os participantes foram integrantes de seis
famílias de crianças com câncer infantil. Foram realizadas
entrevistas semidirigidas no domicílio das mesmas ou em uma sala
reservada na instituição de saúde onde as crianças eram submetidas
ao tratamento. Por meio de questões norteadoras, a mãe foi
convidada a compartilhar sua experiência. Resultados: O processo
de coleta e análise dos dados permitiu identificar quatro grandes
temas junto às famílias participantes da pesquisa. Neste estudo,
fizemos uma releitura dos textos focando as interações
estabelecidas apreendendo o processo de comunicação existente
nessa trama de relações. Palavras que marcam: O surgimento de
sintomas na criança gera ansiedade e medo, tornando evidente que
alguma coisa não vai bem. É um momento estressante, coberto de
incertezas acerca do futuro e o medo da morte. Ser presente na vida
do filho: Receber o diagnóstico do câncer infantil desestrutura todo
o contexto familiar. A necessidade de estar do lado do filho,
transmitindo-lhe segurança e otimismo é o alicerce para
enfrentamento do tratamento. A mãe procura estar próxima; isso
significa proporcionar ao filho momentos de esperança na luta
contra a doença. A mãe prioriza a relação com o filho e não faz por
obrigação, mas amor. Fé e esperança: A vivência da mãe oscila
entre períodos de temor à morte e a esperança de cura. Para isso
ela busca forças para lutar na fé em Deus e na esperança de um
futuro promissor para a criança. Conclusão: Os resultados desse
estudo apontam que apesar de ser uma trajetória sacrificante, a
mãe de reorganiza para ofertar apoio incondicional ao seu filho.
Com mensagens positivas e na busca pela fé enfrentam a árdua
caminhada e o medo do novo, no desejo de um futuro promissor. A
comunicação estabelecida com a criança é pautada em mensagens
de esperança e otimismo, como forma de apoio. Nessa trama de
relações, o profissional de saúde é o elemento que fortalece a
família na relação com a criança, visto ser um instrumento de
cuidado.
21
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CONHECIMENTO FAMILIAR SOBRE OS DIREITOS LEGAIS DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE COM CÂNCER
a
a
Bruna Domingos Dos Santos , Amanda Rossi Marques-Camargo ,
a
a
a,b
Raquel Pan , Susana M. Garcia Reis , Rosyan Carvalho Andrade ,
a
Lucila Castanheira Nascimento
a ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO, São Paulo, Brasil.
b HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO, São Paulo, Brasil.
Introdução: Embora o câncer na infância tenha alcançado elevadas
taxas de sobrevida, ainda está associado à representação de perda,
sofrimento, dor e desestruturação familiar. Além do impacto
psicológico e emocional, existe também o impacto socioeconômico,
visto que o tratamento oncológico demanda recursos onerosos.
Apesar de existir uma gama de direitos garantidos à essa clientela,
grande parte dos familiares os desconhece, visto que as informações e
o acesso a eles nem sempre são facilitados. Objetivo: Levantar e
analisar o conhecimento de familiares de crianças e adolescentes com
câncer em relação aos seus direitos legais e às dificuldades e
facilidades associadas às solicitações desses direitos. Método: Estudo
com abordagem quantitativa, do tipo survey, realizado em um
hospital universitário, após a aprovação dos Comitês de Ética em
Pesquisa com Seres Humanos das instituições proponente e
coparticipante (Processo nº138/2014), entre os anos 2014 e 2015,
através da aplicação de um questionário. Participaram 61 familiares
de crianças e adolescentes com câncer. Resultados: Os direitos mais
conhecidos pelos familiares foram: direito de os filhos permanecerem
com um acompanhante durante consultas, exames e períodos de
internação (95,1%) e direito ao auxílio financeiro, através do Benefício
de Prestação Continuada (BPC) (83,6%). Os direitos menos conhecidos
foram: direito a um cuidador e/ou mediador junto à criança na sala de
aula da escola em que estuda (26,2%) e o direito a andamento
prioritário nos processos judiciais (23%). Em 83,6% dos casos, o
principal motivo para solicitarem ou manifestarem o desejo de
requererem os direitos dos filhos foi o aumento significativo dos
custos financeiros após o diagnóstico oncológico. A dificuldade em
obter tempo disponível para realizar os procedimentos necessários
para requisitar os direitos foi referida por 36,1% dos solicitantes e
outros 54,1% tiveram facilidade para conseguir todos os documentos
necessários para procederem à solicitação. Conclusão: Os familiares
de crianças em tratamento oncológico ainda carecem de informações
e orientações a respeito dos direitos garantidos a essa clientela. O
desenvolvimento de ações que facilitem o acesso desses familiares a
esses direitos previstos pela legislação, pode proporcionar melhores
condições de vida às essas crianças e minimizar as repercussões
enfrentadas em decorrência do tratamento oncológico.
CUIDAR BRINCANDO: O USO DO BRINQUEDO TERAPÊUTICO NA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Ylana Karine Fonseca De Medeiros, Maria Telma De Araújo, Ellen Do
Socorro Costa Rodrigues De Araújo, Elione Albuquerque.
LIGA NORTE RIOGRANDENSE CONTRA O CÂNCER, Rio Grande do
Norte, Brasil.
Introdução: A hospitalização da criança acontece de forma dolorosa
e assustadora, na medida em que enfrenta sofrimentos físicos e
psíquicos relacionados à dor, aos procedimentos invasivos, ao
medo, bem como à privação do convívio familiar e das atividades
rotineiras. Nesse sentido, faz-se mister a promoção de um cuidado
atraumático, buscando implementar intervenções que minimizem o
estresse sofrido pelas crianças e familiares durante a internação.
Além disso, a Resolução nº 295 do Conselho Federal de Enfermagem
estabelece, em seu artigo 1º, que é competência do enfermeiro
atuante na área de pediatria a utilização da técnica do brinquedo
terapêutico na assistência à criança e à família. Objetivo Relatar a
experiência da utilização do brinquedo com finalidade terapêutica
como estratégia facilitadora do enfrentamento do tratamento
oncológico na infância. Metodologia Trata-se de um relato de
experiência da assistência de enfermagem a crianças com câncer
envolvendo o uso da técnica do brinquedo terapêutico na
enfermaria pediátrica de um hospital especializado em oncologia, na
cidade de Natal/RN, no período de agosto a setembro de 2016.
Resultados e Conclusão No referido período foram desenvolvidas
atividades através da utilização de brinquedos pessoais ou do
próprio setor com a finalidade de esclarecer, de forma lúdica, alguns
procedimentos médicos e de enfermagem às crianças em
tratamento, aproximando-as da prática e amenizando o estresse e o
medo. As estratégias utilizadas contemplaram o entendimento
sobre o Cateter Totalmente Implantado (CTI) e o processo sobre
como se dá a punção do mesmo. Foi utilizada uma boneca com um
CTI para que elas entendessem a sua finalidade através da
visualização e do toque. Para a punção, antes do procedimento ser
realizado, cada criança que trouxe o seu brinquedo recebeu a
explicação da enfermeira reproduzindo o passo a passo através do
brinquedo e permitindo a participação ativa das crianças durante
este processo. Na prática, é perceptível a melhora no
comportamento antes, durante e após procedimentos, na aceitação
do tratamento e na diminuição do medo. Nesse contexto, deve-se
conhecer a importância do brincar para a criança, garantindo-lhe
esse direito, conforme preconizado pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), assim como reconhecer os benefícios do
brinquedo terapêutico tanto para a criança e sua família como para
a equipe de enfermagem, promovendo o vínculo e um cuidado
menos traumático e mais humanescente.
22
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EXPERIÊNCIA FINANCEIRA DE FAMILIARES COM OS CUIDADOS DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER
a
b
Amanda Rossi Marques-Camargo , Raquel Pan , Bruna Domingos Dos
b
b
Santos , Lucila Castanheira Nascimento .
a HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO (HCFMRP-USP), São
Paulo, Brasil.
b ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO/USP, São Paulo,
Brasil
Introdução: O câncer infanto-juvenil traz repercussões cotidianas
diversas, representando um longo caminho a ser percorrido pelo
paciente e sua família. Objetivo: Analisar a experiência financeira de
famílias no cuidado de crianças e adolescentes com câncer. Método:
Estudo descritivo e de método misto. Após aprovação ética, a coleta
de dados foi realizada com o cuidador principal ou pais de crianças e
adolescentes com câncer, em seguimento em um hospital público do
interior paulista; e ocorreu entre junho de 2013 e fevereiro de 2014,
com aplicação do questionário “Custos do Cuidado da Criança com
Câncer” concomitantemente à realização de entrevistas
semiestruturadas audiogravadas. O estudo integrou 62 participantes,
destes 17 participaram da entrevista semiestruturada. Dados do
questionário foram analisados e reportados por estatística descritiva;
as entrevistas foram submetidas aos procedimentos para análise
temática dedutiva e indutiva. Resultados: A maioria (88%) dos
participantes era mães que acompanhavam o filho durante o
tratamento. Apresentamos os resultados a partir das unidades de
sentido: 1) Repercussão do câncer infanto-juvenil na situação
financeira familiar; 2) Custos diretos e indiretos do câncer infantojuvenil às famílias; e 3) Redes de apoio e apoio social às famílias de
crianças e adolescentes com câncer. A partir delas, elencamos os
temas para explicar a experiência financeira das famílias: “Custe o que
custar, nosso filho adoecido em primeiro lugar” e “Toda ajuda é bemvinda”. Após o câncer, o déficit econômico foi inevitável às famílias e
foi ainda mais agravado naquelas em que o cuidador era o principal
provedor da renda familiar. Os custos diretos corresponderam aos
gastos com alimentação, transporte, reformas da casa, artefatos para
o cuidado e para presentes e doces para o filho doente e os irmãos
saudáveis. O custo indireto correspondeu à perda da atividade laboral
do principal cuidador, devido à impossibilidade de conciliar sua
carreira com os cuidados do filho adoecido. Conclusão: O câncer
infanto-juvenil impõe às famílias uma situação de vulnerabilidade
social, sendo indispensável o suporte social. Apesar das dificuldades,
as famílias se esforçam para atender às necessidades do filho
adoecido, que se torna prioridade no sistema familiar. Estes dados
podem subsidiar intervenções de equipes de saúde para planejar
políticas públicas e ações para minimizar as repercussões do
diagnóstico do câncer infanto-juvenil no sistema familiar.
FATORES QUE PODEM AFETAR A FADIGA E A QUALIDADE DE VIDA
RELACIONADA À SAÚDE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
CÂNCER HOSPITALIZADOS
a
b
Michelle Darezzo Rodrigues Nunes , Emiliana De Omena Bomfim ,
c
c
Luis Carlos Lopes-Junior , Milena Floria-Santos , Regina Aparecida
c
c
Garcia De Lima , Lucila Castanheira Nascimento .
a FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO, Rio de Janeiro, Brasil.
b UNIVERSITY OF SASKATCHEWAN, COLLEGE OF MEDICINE, Canada.
c ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE
DE SAO PAULO, São Paulo, Brasil
Introdução: Crianças e adolescentes com câncer apresentam
sintomas múltiplos que incluem a fadiga. Esses sintomas
relacionam-se a diminuição da qualidade de vida relacionada a
saúde (QVRS). Objetivo: Analisar fatores explicativos (idade, sexo,
diagnósticos de câncer, o tempo de tratamento, motivos de
internação) que possam ter efeitos significativos sobre a fadiga e a
QVRS. Metodologia: Estudo quantitativo, do tipo descritivo e
transversal. O projeto recebeu aprovação dos comitês de ética em
pesquisa com seres humanos das instituições proponente e
coparticipante (Processo nº 340/2012). Participaram 38 crianças e
adolescentes com câncer hospitalizados, entre 8 a 17 anos. Utilizouse a PedsQL™ Escala Multidimensional do Cansaço, para
mensuração da fadiga e o PedsQL™ Inventário Pediátrico de
Qualidade de Vida, Modulo Genérico e Módulo Câncer, para
avaliação da QVRS. Dados demográficos e clínicos que podem
explicar a fadiga e a QVRS (idade, sexo, diagnóstico, motivo da
internação, tempo em quimioterapia) foram coletados. Para análise
de dados utilizou-se o SPSS® (v.22.0). A estatística descritiva foi
utilizada para examinar as diferentes dimensões da fadiga e QVRS.
T-testes ou Mann-Whitney foram utilizados para examinar as
diferenças na fadiga e QVRS por idade e sexo enquanto análises de
variância (ANOVA) ou Kruskal-Wallis foram utilizados para examinar
as diferenças de etnia, diagnósticos, motivo da internação e tempo
em quimioterapia. Resultados: A idade média dos participantes foi
12,1±2,9 anos. A maioria era criança (20–52,6%), do sexo masculino
(25–65,8%), branco (23–60,5%), diagnosticados com sarcoma (13 –
34,2%) e estavam internados para realização de quimioterapia (21 –
55,3%). No momento da coleta de dados, quase todas as
crianças/adolescentes haviam realizado tratamento quimioterápico
(34-89,5%). A grande maioria dos participantes (26-68,4%) havia
iniciado o tratamento quimioterápico há menos de quatro meses. O
único fator relacionado à fadiga foi o motivo de internação. Com
relação à QVRS relacionaram-se com alguma das suas dimensões a
idade (crianças), a etnia (que não eram brancas nem mulatas), o
diagnóstico de sarcoma, a internação para quimioterapia, e o tempo
em quimioterapia (mais de 30 dias). Conclusão: Os resultados
expressam a necessidade de ampliar o conhecimento sobre a fadiga
e QVRS nessa população, no contexto brasileiro, conduzindo
pesquisas com maior número de participantes.
23
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
NARRATIVAS DE FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM LEUCEMIA LINFOIDE
AGUDA NO ITINERÁRIO DO CUIDADO DE SAÚDE
NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO DOS PAIS DE CRIANÇAS EM
TRATAMENTO ONCOLÓGICO
Camille Xavier De Mattos, Ivone Evangelista Cabral.
Fernanda Machado Silva-Rodrigues
,Karoline Dos Santos
a
c
Rodrigues Moraes , Adriana Maria Duarte , Marcele Pescuma
b
b
Capeletti Padula , Naiara Barros Polita , Lucila Castanheira
b
Nascimento .
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: A leucemia linfoide aguda (LLA) é um câncer comum
entre crianças menores de 5 anos de idade, tem uma sobrevida de
cinco anos superior a 70%, quando o acesso ao serviço de saúde para
diagnóstico e tratamento é realizado no tempo oportuno. Portanto, a
escuta ativa das famílias de crianças que adoecem nos primeiros cinco
anos de vida é uma iniciativa fundamental na detecção inicial pelos
sistemas formal e informal de cuidados em saúde, sendo este o objeto
de estudo. Objetivo: Descrever esse itinerário, a partir da narrativa de
seus familiares cuidadores, e os sinais de adoecimento em crianças
nos primeiros cinco anos de vida que foram tratadas para LLA.
Metodologia: Estudo qualitativo, com método da narrativa,
desenvolvido com 7 familiares de crianças com LLA, no ano de 2016.
Foi realizada uma entrevista narrativa individual mediada por duas
técnicas de criatividade e sensibilidade (TCS) “mapa falante” e “corposaber”. Os participantes foram selecionados e captados em ambiente
virtual de blogs e redes sociais, e teve a comunidade como cenário de
pesquisa, em espaços do domicílio, laboratório de pesquisa ou outro
de livre escolha dos participantes. O relatório de dados das entrevistas
gravadas em áudio foram submetidos a análise de discurso. Aspectos
éticos: O projeto atendeu à Resolução nº 466, de 12 de dezembro de
2012, do Conselho Nacional de Saúde. A coleta de dados iniciou-se em
junho de 2016, após a aprovação do CEP. Resultados: No processo do
adoecimento, as pessoas escolhem quem devem consultar nos
subsistemas familiar, popular e profissional, dependendo das
interações intrafamiliares ou do acesso a atenção a saúde privada ou
pública. Os primeiros sinais percebidos pelos familiares do
adoecimento da criança foram febre baixa e recorrente, dor na perna
e dificuldade de mobilidade, por um período de até 20 dias. No
entanto, seus projetos de vida (festa de natal, ano novo, viagem de
férias em família, promoção na empresa) não são interrompidos e são
usados para explicar o adiamento da busca ao profissional/serviço de
saúde. Conclusão parcial: A partir das narrativas, as famílias contam
histórias sobre acontecimentos da vida relacionados ao evento do
adoecimento, narram os caminhos percorridos em busca do
diagnóstico da doença da criança. O enfermeiro pode estar atento e
sensível a essas narrativas e identificar os sistemas de cuidados
utilizados pela família.
a,b
a FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO
PAULO - FCMSC-SP, São Paulo, Brasil.
b ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO - EERP-USP, São Paulo, Brasil.
c FACULDADE DE CEILÂNDIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB,
Distrito Federal, Brasil.
Introdução: As repercussões do câncer infantil alcançam a família.
Pais e mães lidam com situações desafiadoras ao longo da trajetória
da doença de seus filhos, as quais envolvem tomar decisões sobre
procedimentos, terapias e condutas a serem realizadas no
tratamento. Informações acerca da doença, exames, procedimento
e terapêutica a ser empregada são essenciais para que os pais
compreendam a que a criança será submetida e se envolvam nos
cuidados e decisões. Objetivo: Explorar as experiências dos pais de
crianças com câncer, ao buscarem por informações em diferentes
fases do tratamento oncológico. Método: Estudo exploratório, com
análise qualitativa dos dados mediante análise de conteúdo
indutiva. Foram entrevistados vinte mães e dois pais de crianças
com câncer, por meio de entrevista semiestruturada, em dois
hospitais. Resultados: As principais fontes de informação
identificadas pelos pais foram a internet, outros pais, médicos e
demais profissionais de saúde. Os enfermeiros foram citados por
apenas quatro participantes. As informações consideradas
importantes pelos pais no início do tratamento foram:
comportamento das neoplasias; duração do tratamento; possíveis
sequelas e reações adversas das medicações; cuidados da criança no
domicílio; resultados de exames para o controle da doença e
possibilidade de cura. No período em que foram entrevistados,
durante a terapêutica, os pais buscavam informações sobre a
resposta da doença ao tratamento, o estadiamento, a possibilidade
de cura e recidiva, os cuidados com a criança, o seguimento após o
fim do tratamento e as novas intervenções terapêuticas. Os pais
destacaram que as orientações devem ser comunicadas pelos
profissionais com clareza, franqueza e calma para facilitar a
compreensão. Além disso, estes devem estar dispostos a ouvir e
repetir o conteúdo transmitido. Materiais como cartilhas, folhetos
informativos e palestras foram considerados importantes para o
esclarecimento de dúvidas. Alguns pais desenvolveram recursos
próprios para a busca e retenção das informações recebidas, como a
elaboração de questionário e anotações. Conclusão: As
necessidades de informação dos pais diferem nas fases do
tratamento. Conhecer essa demanda e os recursos facilitadores para
a compreensão das orientações possibilita desenvolver uma
assistência individualizada, que atenda às necessidades particulares
dessas famílias, além de subsidiar o desenvolvimento de recursos
instrucionais para melhor capacitá-los para o cuidado.
24
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
O IMPACTO DO BRINQUEDO TERAPÊUTICO NA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM JUNTO AO PACIENTE ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO:
MUDANÇAS DE PARADIGMA
PERDA DE CATETER VENOSO CENTRAL DE CURTA PERMANÊNCIA
POR CATETER/DIA COMO INDICADOR DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM EM HOSPITAL ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO
Valeria Da Silva Lopes, Rodrigo Rocha Dos Santos, Ana Fernanda
Yamazaki Centrone, Maria Lucia De Martino Lee.
Fabiana Favoretto Gonçalves Barbosa, Rodrigo Chaves Ribeiro,
Luciana De Souza Lima, Vilani Kremer, Ana Lucia Leite Chaves
Ribeiro, Daiane Ferreira Da Silva, Paloma De Mello Peres Vidoti.
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, São Paulo, Brasil.
Introdução: O câncer afeta todas as faixas etárias, entre elas as
crianças, as quais necessitam de cuidados especializados, pois
apresentam limitações em sua capacidade de compreender, quando a
criança está em tratamento perde uma fase importante da vida que é
o ato de brincar. O brinquedo terapêutico possui grande valor ao
promover uma interação mais efetiva do adulto com a criança e torna
os procedimentos menos assustadores, melhora aceitação dos
procedimentos, reduz o stress da criança, é uma maneira eficaz de
estabelecer vínculo e fortalecer relação mãe-filho-equipe. O COFEN
confere ao enfermeiro a utilização do brinquedo terapêutico como
instrumento da assistência de enfermagem juntamente com a equipe
multiprofissional, a utilização desta técnica e primordial para o
tratamento. Método: Estudo observacional, que evidencia a
importância da utilização do brinquedo terapêutico no atendimento à
criança oncológica pediátrica.
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS - UNIDADE INFANTOJUVENIL,
São Paulo, Brasil.
Introdução: O cateter venoso central (CVC) de curta permanência é
utilizado em oncologia pediátrica em diversas situações. A
manutenção do cateter é atribuição da enfermagem. A perda não
infecciosa do cateter por tração ou obstrução pode refletir os
cuidados de enfermagem, sendo considerado um evento sentinela.
Este indicador já foi descrito para unidades de terapia intensiva, mas
não foi utilizado como indicador de qualidade em hospital
oncológico pediátrico. Abordaremos neste estudo os eventos
relacionados a perda de CVC como indicador de qualidade em um
hospital oncológico pediátrico. Objetivo: Análise de dados
referentes a perda de CVC e incorporação deste indicador gerencial.
Metodologia: Foram analisados os eventos relacionados a perda de
CVC. Os dados foram gerados a partir de planilhas de controle do
Sistema de Notificação de Eventos Adversos (SAS Interact ®),
durante o período de fevereiro a agosto de 2016. Os dados foram
expressos como o número de perdas de cateter venoso central e o
número de pacientes com cateter venoso central/dia, multiplicado
por 100 e categorizados segundo a unidade de internação onde o
paciente estava. Resultados: O hospital possui 30 leitos sendo 21 de
internação, 06 leitos de UTI e 3 leitos de transplante de medula
óssea. A faixa etária dos pacientes atendidos dentro do período de
análise deste estudo foi 2% das internações eram menores que 1
ano; 33% entre 1 e 5 anos; 19% entre 5 e 10 anos; 19% entre 10 e 15
anos; 23% entre 15 e 18 anos e 4% maiores que 18 anos. Quanto aos
eventos relacionados à perda do cateter, a internação possuiu
média de paciente cateter venoso central dia de 143 no mês,
representando em média 19% da sua população total dia. A
incidência de perda de cateter foi de 0,85 perdas de cateter venoso
central a cada 100 pacientes cateter /mês. Na unidade de
transplante a média de 59 pacientes dia mês cateter venoso central,
a incidência de perda de cateter venoso central foi de 1,07. A UTI
possui em média 118 paciente dia no mês com cateter venoso
central, porém representando 60% da sua população total de
pacientes dia. Nessa unidade, a incidência de perda de cateter
central dia foi de 0,11. No Hospital como um todo a incidência foi de
0,41. Conclusão: O Indicador traz um panorama muito claro da
vivência assistencial do hospital e um direcionamento assertivo
quanto a propostas de melhorias, na busca da redução efetiva do
índice de perda de cateter venoso central.
25
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EPIDEMIOLOGIA
PERFIL DE PACIENTES COM RADIODERMITE GRAUS III E IV DE UM
SERVIÇO DE RADIOTERAPIA PEDIÁTRICA
Juliana Pepe Marinho, Ana Paula Passareli, Cristiane Rodrigues
Sampaio, Rafael Pereira Dantas, Gisele Peres Marques.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Mesmo com o desenvolvimento de tecnologias que visam
minimizar os efeitos colaterais da radioterapia, a radiodermite ainda é
o mais prevalente. Classificada em graus que variam de 1 a 5, através
dos Critérios Comuns de Toxicidade, publicado pelo Nacional Cancer
Institute, pode ser a principal responsável pela interrupção das
sessões de radioterapia. Após vasta pesquisa bibliográfica,
observamos que a taxa de radiodermite esperada para pacientes
pediátricos tratados não está publicada na literatura mundial, o que
instigou a equipe de enfermagem do Setor de Radioterapia de um
Hospital especializado em oncologia pediátrica a fazer um estudo da
população tratada. Metodologia: Estudo retrospectivo realizado entre
01 de janeiro de 2015 e 30 de setembro de 2016, do público abaixo
de 21 anos, tratados com doses acima de 2000 cGy e que
apresentaram radiodermite Graus III e IV. Resultados: Foram tratados
305 pacientes com dose acima de 2000 cGys, sendo que todos foram
submetidos ao protocolo de prevenção de radiodermite da Instituição.
10 pacientes apresentaram radiodermite Graus III ou IV, necessitando
de interrupção do tratamento por esse motivo. 6 pacientes eram do
sexo feminino, com média de idade de 14 anos e 2 meses, sendo 70%
portadores de Sarcoma de Ewing e todos localizados em região pélvica
e membros. Conclusão: Definir nossa população de risco para
desenvolvimento de radiodermite graus III ou IV foi de grande
importância para que possamos propor cuidados específicos à esses
pacientes, na tentativa de evitar a interrupção do tratamento,
melhorando a qualidade da assistência prestada.
ALCANÇANDO SOBREVIDA DE PRIMEIRO MUNDO EM UMA
INSTITUIÇÃO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA. COMO A ORGANIZAÇÃO
DE UM REGISTRO HOSPITALAR DE CÂNCER PERMITIU A ANÁLISE DE
MAIS DE 6000
Arnaldo Luiz Pires, Mônica Cypriano, Marta Maria Da Silva, Eliana
Maria Monteiro Caran, Maria Lucia De Martino Lee, Ana Virginia
Lopes De Sousa, Nasjla Saba Da Silva, Andrea Maria Capellano,
Flavio Augusto Vercillo Luisi, Carla Renata Pacheco Donato Macedo,
Carlota Vitória Blassioli, Antonio Sérgio Petrilli.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: aproximadamente 80% das crianças e adolescentes
diagnosticadas com câncer vivem em países de baixa renda onde as
chances de cura são muito menores do que os 80% alcançados nos
países desenvolvidos. Dados do registro populacional de câncer do
estado de São Paulo (1993 e 1997/98) mostraram uma sobrevida em
5 anos de apenas 41% para crianças entre 0-14 anos de idade.
Objetivo: avaliar o perfil dos pacientes atendidos e a sobrevida
global em 5 anos em uma instituição de oncologia pediátrica e
comparar esses resultados com a literatura nacional e internacional.
Metodologia: o perfil dos pacientes será avaliado por meio de dados
do registro hospitalar de câncer (RHC). A coleta dos dados utilizou
como modelo a ficha de cadastro fornecida pela Fundação
Oncocentro de São Paulo. Os dados de seguimento foram extraídos
do prontuário físico (1991-2004) e eletrônico (2005-2015). Para os
pacientes sem seguimento há mais de 5 anos foi realizada a busca
ativa, tendo como base os dados cadastrais, a situação junto à
Receita Federal, ao Tribunal Regional Eleitoral e demais fontes
disponíveis em cartórios, processos públicos e redes sociais. Foram
excluídos da análise de sobrevida os pacientes que realizaram
apenas uma modalidade terapêutica e que retornaram,
posteriormente, ao serviço de origem. Resultados: dos 6126
pacientes registrados entre 1991-2015, 56% eram do sexo
masculino. A distribuição etária na admissão foi a seguinte: 0-9 anos
58%, 10-19 anos 37% e acima de 19 anos 5%. O tipo mais comum de
câncer foi o tumor de sistema nervoso central (18%), seguido de
leucemia (17%) e tumores ósseos (13%). Houve uma mudança do
perfil dos pacientes refletindo o crescimento institucional. Na
primeira década (1991-2000) as neoplasias de tratamento
predominantemente ambulatorial eram mais comuns (tumores
ósseos, leucemias e linfomas), já na segunda década (2001–2010)
houve aumento dos casos de alta complexidade (tumores cerebrais
e retinoblastoma). A sobrevida global em 5 anos (<19 anos) foi de
71% com mediana de seguimento de 50,3 meses (0-303m). A
sobrevida alcançou níveis internacionais para linfoma de Hodgkin
(95%), tumor de Wilms (87%) e leucemia linfoide aguda B-derivada
(80%). Conclusão: a organização do RHC permitiu conhecermos o
perfil epidemiológico dos nossos pacientes. Através destes dados
constatamos que a sobrevida institucional encontra-se acima da
reportada para o estado de São Paulo, alcançando níveis
internacionais para algumas patologias.
26
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
FARMÁCIA
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE COLO DE ÚTERO EM ADOLESCENTES E
ADULTAS JOVENS (15 A 29 ANOS) NO BRASIL
a
a
Lucian Da Silva Viana , Nathalie Vieira Balmant , Rejane De Souza
b
a
a
Reis , Marceli De Oliveira Santos , Beatriz De Camargo .
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
b FUNDAÇÃO DO CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: No Brasil uma análise de dados populacional detectou
uma taxa mediana de incidência de 35 casos por milhão de câncer
invasor de colo do útero em adolescentes e adultas jovens (15 a 29
anos), sendo o câncer mais incidente em relação ao grupo de
carcinomas em quatro das cinco regiões brasileiras (Norte, Nordeste,
Centro-Oeste e Sul). Analisar as taxas e tendências da incidência por
câncer de colo de útero in situ e invasor em adolescentes e adultas
jovens (15-29 anos) no Brasil. Metodologia: Os dados relativos a
incidência do câncer in situ (D06) e invasor (C53) de colo de útero
foram obtidos a partir de 23 Registros de Câncer de Base Populacional
(RCBP), de acordo com diferentes períodos disponíveis. E a tendência
a partir de 11 RCBP, com pelo menos oito anos disponíveis. Para
identificar mudanças significativas nas tendências foi realizada a
análise de regressão joinpoint, onde os valores da Variação Percentual
Média Anual (AAPC %) foram estimados. Resultados: A mediana da
taxa de incidência do câncer invasor de colo de útero foi de 33 por
milhão, com maior taxa em Recife (88 por milhão). A mediana da taxa
de incidência do câncer in situ de colo de útero foi de 153 por milhão,
com maior taxa em Curitiba (539 por milhão). Ao analisar as taxas por
faixa etária é possível observar valores crescentes de acordo com a
ascensão da idade. Em relação à tendência da incidência do câncer
invasor, observou-se um aumento significativo em Belo Horizonte
(AAPC %: +6,4 e IC 95%: -1,1; +14,5) e João Pessoa (AAPC %: +14,0 e IC
95%: -4,0;+35,4), bem como um declínio em Aracaju (AAPC %: -11,4 e
IC 95%: -24,8;-4,2), Fortaleza (AAPC %: -7,1 e IC 95%: -12,4;-1,3) e
Goiânia (AAPC %: -11,9 e IC 95%: -18,6;-4,7). Em relação tendência da
incidência do câncer in situ observou-se um aumento significativo em
7 RCBP: Aracaju (AAPC %: +8,3 e IC 95%: -1,4;+19,1), Curitiba (AAPC %:
+16,5 e IC 95%: +8,8;+24,7), Goiânia (AAPC %: +16,0 e IC 95%:
+8,8;+23,7), Porto Alegre (AAPC %: +23,9 e IC 95%: +2,6;+49,6), Recife
(AAPC %: +33,7 e IC 95%: +20,2;+48,6), Salvador (AAPC %: +35,4 e IC
95%: +22,2;+50,0) e Belo Horizonte (AAPC %: +10,7 e IC 95%: 0,8;+23,5), com declínio em São Paulo (AAPC %: -7,2 e IC 95%:
+15,6;+2,1) e Belém (AAPC %: -25,2 e IC 95%: -35,4;-13,3). Conclusão:
Os resultados encontradas nessa pesquisa trazem informações
referentes as taxas e tendências e apontam a incidência do câncer de
colo de útero no Brasil como uma das maiores do mundo para a faixa
etária de 15 a 29 anos.
SEGURANÇA DO PACIENTE ONCOLÓGICO: PREVENÇÃO DE EVENTOS
ADVERSOS A MEDICAMENTOS EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE
ALTA COMPLEXIDADE
a
a
Amanda Cabral Dos Santos , Camile Valle Medawar , Carolina
a
a
Rodrigues Brito Da Costa , Thais De Barros Fernandes , Bárbara Dias
a
a
Camarinha , Juliana Esther De Araujo Maia , Elisangela Da Costa
b
Lima-Dellamora .
a IPPMG/ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, Rio de
Janeiro, Brasil.
b FF/UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, Rio de Janeiro,
Brasil.
Introdução: A cultura de segurança do paciente é um aspecto
essencial na qualidade do cuidado em saúde, sobretudo na terapia
antineoplásica, que possui alto potencial de produção de danos,
devido aos medicamentos utilizados e ao contexto da própria
doença a ser tratada (Carrington et al, 2010; Wami et al, 2016). Em
pediatria, os riscos são ainda maiores, pois os eventos adversos
relacionados a erros de medicação são mais frequentes nesta
população (Crowley et al, 2001). Os erros de medicação são falhas
no processo de tratamento que tem o potencial de causar danos ao
paciente (OMS, 2014). Objetivo: Conhecer a frequência e
caracterizar erros de medicação identificados no processo de
revisão da farmacoterapia antineoplásica em pacientes pediátricos.
Metodologia: Todas as prescrições do Serviço de Oncohematologia
(SO), no período de fevereiro a setembro 2016, foram revisadas
considerando-se os seguintes parâmetros: peso, altura e superfície
corpórea do paciente, dose, intervalo entre os quimioterápicos,
presença de medicamentos inapropriados, inconsistências nas
prescrições, estabilidade físico-químicas da solução, adaptação de
forma farmacêutica e avaliação dos cronogramas previstos nos
protocolos quimioterápicos. Resultados: Durante o estudo foram
acompanhados 50 pacientes. Foram identificados 37 erros em
prescrições de 35 pacientes ao longo do período avaliado, o que
corresponde a 70% do total dos pacientes sob risco de eventos
adversos evitáveis. Os erros de prescrição (EP) foram classificados
em: dose/ diluição de medicamento (20), prescrição fora do dia
previsto em protocolo (13). medicamento contraindicado (1), troca
de medicamentos (2), medicamentos não prescritos previstos em
protocolo e sem contraindicação de uso (1). Os EP foram discutidos
junto à equipe e corrigidos antes da manipulação dos
medicamentos. Logo, nenhum desses erros atingiu ao paciente.
Além disso, foram propostos e implementados modelos de
prescrição atualizados, para reduzir os erros. Conclusão: A descrição
e quantificação dos EP permitiu o conhecimento sobre os pontos
mais vulneráveis do processo de prescrição, indicando as
prioridades para a análise e comunicação da equipe na promoção da
segurança do paciente. Estudos adicionais sobre os processos de
preparo e administração elucidarão os pontos críticos de toda a
cadeia de uso da terapia antineoplásica.
27
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
LEUCEMIAS/ SMD/ SMP
MULTIDISCIPLINAR - PSICOLOGIA, TO, EDUCAÇÃO
ACOMPANHAMENTO DA RESPOSTA CITOGENÉTICA E MOLECULAR EM
PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA PH+ EM
USO DE IMATINIBE: 12 ANOS DE USO EM UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO
AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DO USO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA
NA PROFILAXIA E TRATAMENTO DE MUCOSITE ORAL EM PACIENTES
ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS
Ana Virginia Lopes De Sousa, Luciana Dos Santos Domingues, Michele
Gaboardi, Indhira Dias Oliveira, Silvia Regina Caminada De Toledo,
Maria Lucia De Martino Lee.
Talita Rolim Felicio Da Costa , Gerlídia Araújo Rodrigues , Keyse
a
Loyanne Batista Da Silva .
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Em pediatria, a monitorização da resposta ao imatinibe
(IM) ainda segue os critérios definidos para o grupo de adultos. Até o
momento, o controle rigoroso com a avaliação criteriosa dos
momentos de obtenção dessas respostas, constitui um dos critérios
para discussão do transplante de células progenitoras
hematopoiéticas. Além disso, o processo de avaliação da adesão ainda
constitui um ponto crítico nessa faixa etária, influenciando
diretamente na aquisição ou perda de respostas. Objetivo: Descrever
a resposta hematológica, citogenética e molecular em um grupo de
pacientes pediátricos com LMC-Ph+ tratados com imatinibe em uma
única instituição. Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo de 12
pacientes menores de 21 anos, em uso de imatinibe, na dose de 260 a
340 mg/m2/dia. Resultados: A mediana da idade de início do IM foi de
11,5 anos (5,8-16,2 anos), 4/12 com idade inferior a 12 anos, sem
predominância de sexo. A resposta hematológica ocorreu em média
aos 1,9 meses (1-3); resposta citogenética completa (RCgC) foi obtida
em 11/12 (92%), no tempo médio de 5,4 meses (3-12). Resposta
molecular maior (RMM) ocorreu em 9/11 (82%), no tempo médio de
10 meses (3-21), e 8/11 (73%) alcançaram resposta molecular
completa (RMC) na mediana de tempo de 22 meses (9-35). Perda de
aderência foi identificada em 6/12 pacientes, com média de idade de
15,9 anos (10-19,5). Perda de resposta molecular/citogenética ocorreu
em 83% (5/6) nesse grupo de pacientes, após tempo médio de
tratamento de 52 meses (42-78). Em nenhum paciente foi identificada
a presença da mutação T315I. Em apenas 2/5 pacientes a RMM foi
resgatada apenas com medidas educacionais. Resistência primária foi
observada em 2/12 pacientes de acordo com os padrões definidos
pelo Leukemia.Net., e esses não apresentavam mutações associadas.
Com mediana de seguimento de 9,5 anos (0,9-12,6), apenas 6
pacientes do grupo inicial estudado, se mantêm em uso de IM em
RMC. A sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 100% no grupo de
pacientes
que
não
apresentou
perda
de
resposta
citogenética/molecular. Conclusão: No acompanhamento médio de
9,5 anos, apesar dos resultados inicialmente satisfatórios, apenas 6/12
pacientes mantiveram RMM. Nossos achados ressaltam uma das
principais questões que envolvem o uso de inibidores de
tirosinoquinase no grupo pediátrico, que é a persistência da aderência
no uso de uma medicação em longo prazo e de forma contínua.
a
b
a HOSPITAL DA CRIANÇA DE BRASÍLIA JOSÉ ALENCAR, Distrito
Federal, Brasil
b SES DF, Distrito Federal, Brasil
Introdução: A mucosite oral (MO) se manifesta em mais de 60% dos
pacientes submetidos à quimioterapia, causando impacto na
qualidade de vida, aumentando o grau de morbidade e mortalidade.
Diante do fato, é importante estabelecer um protocolo adequado
para o tratamento e prevenção da MO. O Laser de Baixa Potência
(LBP) tem eficácia na prevenção, porém, não há consenso na
literatura sobre a dosimetria adequada, forma e tempo de aplicação
em se tratando de pacientes pediátricos. Objetivo: O objetivo da
pesquisa foi verificar a efetividade do laser preventivo em crianças
submetidas a tratamento para Leucemia Linfóide Aguda (LLA).
Pacientes que fazem uso de Metotrexato (>1g/m2), receberam
aplicação do LBP no leito para prevenção de MO, com início no dia
seguinte ao começo do ciclo (D+1), com três aplicações consecutivas
na mesma semana. Foram selecionados 22 pacientes e distribuídos
em dois grupos. O grupo G1: Usou a energia de 2J/ponto com
distância aproximada de 1 cm entre os pontos, tocando o tecido,
durante 2s. Enquanto o grupo G2: Usou a mesma energia e tempo
de aplicação com o dobro da distância (2 cm) entre os pontos,
tocando o tecido. Os pacientes retornaram no 8º dia para avaliação
da cavidade bucal. A análise estatística foi realizada por meio da
utilização do programa SSPS Statistics. Resultados: Em análise
retrospectiva, dos anos de 2012 a 2014, foi observado que, 37,68%
dos pacientes apresentaram manifestação de MO de variados graus
durante o tratamento quimioterápico. De 2015 a 2016 dos pacientes
alocados no G1, 88,5% não apresentaram manifestações de MO,
enquanto no G2 foram 92,9%. Conclusão: Concluiu-se que o uso
preventivo do LBP tem sido benéfico e que os pacientes irradiados
em menos pontos (G2) tiveram melhor resposta. E aqueles que
mostraram pré-disposição a MO, a tiveram de forma branda. A
existência de um protocolo adequado do uso preventivo do LBP,
além de motivação da higienização oral e busca precoce do
tratamento odontológico levou a um quadro de inexistência de
manifestações de MO mais severas, trazendo conforto e qualidade
de vida aos pacientes pediátricos.
28
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DO NÍVEL DE ESTRESSE EM CRIANÇAS,
ADOLESCENTES E SEUS PAIS, DURANTE OS PRIMEIROS SEIS MESES DE
TRATAMENTO ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO
Aline Antunes Pereira, Maria Teresa Duarte Pereira Da Cruz Lourenço,
Christina Haas Tarabay, Cecilia Lima Da Costa, Viviane Sonaglio,
Carolina Marçal Cunha.
A.C.CAMARGO CANCER CENTER, São Paulo, Brasil.
Introdução: O câncer infanto-juvenil (0 a 19 anos) têm baixa
incidência mundial, sendo entre 1% e 3% de todos os diagnósticos
oncológicos. Ainda que pouco incidente seja causador de grandes
transtornos biopsicossociais. Após o diagnóstico, os pacientes e
familiares, frequentemente são submetidos à situações estressoras
que podem acarretar em importantes alterações psíquicas e físicas
aos mesmos. Nesta faixa etária adoecer é algo inusitado, fazendo com
que a rotina de todos os envolvidos seja bruscamente alterada,
potencialmente estressando-os e levando-os a um distanciamento dos
hábitos comuns. Objetivo Identificar se há sintomas de estresse nos
pacientes e pais nos primeiros seis meses de tratamento
quimioterápico e em caso positivo, em qual fase há maior prevalência
dos sintomas. Metodologia: Estudo não experimental, prospectivo,
longitudinal e correlacional com término previsto para Dezembro de
2016. Participam do estudo 24 indivíduos, sendo 12 pacientes recém
diagnosticados com câncer e em início de tratamento quimioterápico,
estes com idade entre 6 anos e 18 anos e 12 pais. A 1ª avaliação
ocorre nas 72hs subsequentes à primeira sessão de quimioterapia, as
demais são realizadas bimestralmente por um período de 6 meses,
totalizando 4 avaliações. Os testes utilizados para a mensuração dos
sintomas de estresse são: Escala de Stress Infantil, Escala de Stress
para Adolescentes e Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de
Lipp. Resultados: parciais Participam do estudo 5 pacientes do sexo
feminino e 7 do sexo masculino, sendo a idade média destes 10,6
anos. Em se tratando dos pais, 11 são do sexo feminino e 1 do sexo
masculino, sendo a idade média destes 36,3 anos. Até o momento
58% dos pacientes apresentaram sintomas de estresse, tendo a maior
prevalência dos sintomas, no primeiro bimestre de tratamento,
período em que 33% destes vivenciaram a fase de alerta do estresse.
Da mesma forma, até o momento 58% dos pais apresentam sintomas
de estresse, porém em uma fase mais avançada que os pacientes,
sendo que 50% destes vivenciaram a fase de resistência do estresse.
Conclusão: Conclui-se até o momento, que os dois grupos apresentam
sintomas de estresse, prevalecendo o primeiro bimestre de
tratamento quimioterápico, porém os pacientes tem maior
prevalência na fase de alerta, considerada a fase positiva do estresse,
a que impulsiona. Já os pais têm maior prevalência de estresse na fase
de resistência, o que representa risco iminente à saúde física e
psíquica dos mesmos.
CONSTRUÇÃO DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIDISCIPLINAR
EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Mario José Aguiar De Paula, Natália Franciele Duran Leite, Mariana
Dos Santos Murra, Gabriela Rodrigues De Assis, Deiseane Bonatelli,
Leticia Paixão Cardoso, Fernanda Jabur, Marcela Cerutti Trevisoli,
Thamires Monteiro Do Carmo, Mariana Arré Gavioli, Patrícia Borges
De Almeida, Erica Fernanda Marques Souza Santos, Micheli Bruna
Dos Santos Schenten, Karina Silva Moreira Macari, Lívia Cristina
Ferreira Oliveira, Débora Rebollo De Campos, Maria Lucia Pedroso
Cesari Lourenço, Robson De Castro Coelho, Luiz Fernando Lopes.
HOSPITAL DE CANCER INFANTOJUVENIL DE BARRETOS, São Paulo, SP
Introdução: A qualidade dos serviços de oncologia pediátrica exige a
formação de recursos humanos com conhecimento e domínio das
técnicas para atenção integral ao paciente e sua família. Tornando
imprescindível o comprometimento do ensino com o modelo
assistencial. A Resolução CNRMS nº 2, de 13 de abril de 2012 (SES)
dispõe sobre os Programas de Residência Multiprofissional e
Profissional de Saúde norteou a montagem deste programa.
Objetivo: Formar profissionais para a área da oncologia pediátrica,
utilizando a modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu
(caracterizado por ensino em serviço), a partir da inserção dos
mesmos nas diversas áreas de trabalho em pediatria oncológica,
realizando práticas de saúde que integrem o ensino, a pesquisa e a
atenção ao paciente (na visão biopsicossocial e religiosa).
Metodologia: Foi realizado processo seletivo aos profissionais das
áreas de enfermagem, odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia,
psicologia, nutrição, serviço social e terapia ocupacional, acesso por
prova objetiva, entrevista e prova oral. Foi estabelecido eixo
integrador transversal, comum a todas as profissões envolvidas,
como base para a consolidação do processo de formação em equipe
multiprofissional e interdisciplinar, as atividades programadas
(incluindo toda equipe médica) são: apresentação de todos os casos
novos que são admitidos no serviço (após avaliação de toda a
equipe); reunião de caso “problema”, onde todos os profissionais
expõem suas angustias e dificuldades frente ao paciente;
apresentações e discussões de temas pertinentes de cada área para
todos os residentes; visita á todos os pacientes internados ou em
observação na unidade hospitalar; apresentações de cada
modalidade terapêutica e diagnóstica (anatomia patológica, biologia
molecular, radioterapia, quimioterapia etc). O eixo integrador
horizontal foi centrado nas áreas específicas e organizado por cada
tutor, incluindo a elaboração de TCC (com auxilio do CEP e NAP
local). A COREMU organizou os cursos obrigatórios (incluindo curso
horizontal em projetos de educação em saúde) e se responsabilizou
pela regularização das avaliações formativas e somatórias trimestral.
Conclusão: Como já definido que esta modalidade de ensino em
serviço é o padrão ouro para a formação médica, ampliamos o
conceito para a atenção multidisciplinar, visando formar
profissionais capacitados e multiplicadores de conhecimento teórico
e prático para com isso melhore a sobrevida em oncologia
pediátrica.
29
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CRIANDO PROJETOS COM ADOLESCENTES EM UMA ENFERMARIA
ONCOLÓGICA - UMA AÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL (TO)
DEFICIÊNCIA VISUAL: A NECESSIDADE DA (RE) ORGANIZAÇÃO
FAMILIAR PARA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM RETINOBLASTOMA
Mariana Oliveira Leite Silva, Maria Lucia Pedroso Cesari Lourenço,
Gisele Eiras Martins.
Leila Leontina , Isabel Cristina Dos Santos Oliveira , Tânia Vignuda
b
c
De Souza , Ana Claudia Mateus Barreto , Nathalia Grigorosvkia,
a
a
Anna Claudia Evangelista , Ana Maria Rodrigues , Tamara Mitchel
a
Ribeiro Da Silva .
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil.
Introdução: O tratamento de câncer é prolongado, com períodos
consideráveis de internação, expondo o paciente a procedimentos
invasivos e dolorosos, física e emocionalmente. O adolescente com
câncer, além das mudanças típicas, apresenta outras alterações que
implicam em rupturas no cotidiano, pois a doença e o tratamento
passam a ocupar lugar central. Objetivo: O objetivo deste estudo é
descrever os atendimentos de TO realizados junto a adolescentes com
câncer hospitalizados, através da realização de atividades
significativas. Metodologia: Estudo descritivo e retrospectivo;
incluídos atendimentos na modalidade Realização de Projetos, na
enfermaria pediátrica de um hospital oncológico, no período de março
a junho de 2016. Dados coletados por levantamento dos
atendimentos no registro específico do setor e informações nos
prontuários – idade, procedência e diagnóstico –, com descrição das
atividades realizadas. Resultados: Foram atendidos 15 adolescentes;
11 do gênero feminino e 4 do gênero masculino, com idades variando
de 13 a 21 anos, a maioria procedente da região sudeste do Brasil e
com diagnósticos de leucemia e sarcoma. O total de atendimentos
incluindo avaliação inicial, realização de atividades significativas,
orientações e visita ao leito, correspondeu a 100, sendo que os
atendimentos prestados a cada adolescente variaram de 2 a 16, a
depender do tempo de internação e reinternações. Considerou-se
este total de atendimentos, pois as orientações e visitas ao leito
fizeram parte de um processo que envolveu, em especial, construção
de vínculo. Do total, 62 corresponderam a atendimentos com
desenvolvimento de atividades, assim classificadas e descritas:
atividades estruturadas – com um passo a passo minimamente
determinado, como atividades artesanais (27% dos atendimentos);
expressivas – mais livres e não-direcionadas, como pintura (papel,
tela) e desenho (29%); e/ou lúdicas/de lazer – destinadas ao
relaxamento e diversão (6%). Em alguns casos, os adolescentes
optaram por resgatar atividades que já faziam parte de seu repertório
e em outros, pelo aprendizado de novas atividades, ou ambos, sendo
que na maioria dos casos, os adolescentes permaneceram com um
tipo de atividade (estruturada, expressiva ou lúdica/de lazer).
Conclusão: A relação do perfil do adolescente com as atividades
desenvolvidas ficou evidente na maioria dos casos, representando
seus gostos e interesses e adquirindo significados particulares para
cada um, reforçando os benefícios deste tipo de intervenção.
a
b
a INSTITUTO NACIONAL DO CANCER INCA, Rio de Janeiro, Brasil.
b EEAN- UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, Rio de
Janeiro, Brasil.
c UFF- RIO DAS OSTRAS, Rio de Janeiro.
Introdução: Para o diagnóstico precoce para o câncer infantil, a
população brasileira convive com situações desafiadoras. Nos casos
de retinoblastoma, a deficiência visual na criança é apontada como
um efeito colateral do adoecimento, este evento pode ocorrer
desde o surgimento do tumor na região ocular da criança. Devido à
pouca idade das crianças, os familiares poderão perceber (ou não)
alguns sinais de deficiência visual, tais como quedas frequentes,
tropeços nos brinquedos ou até dificuldade em alcançar objetos,
além dos sinais de leucocoria, estrabismo ou hiperemia. Objetivo:
Analisar a (re) organização familiar para inclusão da criança com
deficiência visual causada pelo retinoblastoma. Metodologia:
Metodologia: Pesquisa qualitativa, tipo estudo de caso,
desenvolvida no ambulatório de aconselhamento genético em
pediatria de um hospital especializado em Oncologia. Participantes:
8 famílias de 11 crianças com retinoblastoma. Os procedimentos
metodológicos foram: consulta aos prontuários das crianças,
construção do genograma familiar e ecomapa e a entrevista nãodiretiva em grupo. Para a análise dos dados, após a transcrição na
íntegra das entrevistas, foi feita a aplicação das três etapas da
análise temática: pré-análise com seleção dos documentos;
exploração do material, quando as unidades temáticas são
evidenciadas e agrupadas; tratamento dos resultados e a respectiva
interpretação. Resultados: Identificou-se o adoecimento por
retinoblastoma e suas consequências para a criança e a família, as
dificuldades do enfrentamento de sequelas como a deficiência
visual, e as estratégias das famílias para a inclusão social da criança.
Foi identificado que a família tem um papel fundamental no
aprendizado das crianças, principalmente para crianças com
deficiência visual por retinoblastoma, pois ao longo da vida ela deve
fornecer estímulo e condições favoráveis para o aprendizado e a
motivação, além de e auxiliar no desenvolvimento cognitivo e na
integração social. Conclusão: A deficiência visual surgiu como
resultado do retinoblastoma. As famílias se (re) organizaram
buscando ajuste às adversidades e adaptação à nova condição das
crianças, gerando sentimentos de esperança e superação, com
ênfase nas características positivas de cada uma, incentivando-as no
sentido de destaque e valorização. Para o entendimento dessa
problemática, é primordial reconhecer que ela existe dentro da
instituição e da sociedade.
30
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
HOSPICE : UM ESPAÇO PARA DIGNIFICAR A VIDA COM A ARTE
Eduardo Valarelli, Claudia Lancman Epelman, Leandro A. Ramalho De
Souza.
TUCCA, São Paulo, Brasil.
Introdução: A arte é uma linguagem poderosa de transformação
quando a dignidade de vida estiver comprometida. A inserção das
artes visuais (A.V) e seus meios expressivos é matéria prima para
potencializar a percepção da capacidade do fazer, produtividade e
protagonismo de pacientes oncológicos e familiares em suas rotinas e
cuidados no espaço do hospice. Neste momento de fragilidades e
perdas a arte, reverte suas passividades em atividades, promove
transformações e crescimento, mesmo na dor. Objetivo: Estimular,
restaurar e dignificar a vida de crianças, adolescentes e familiares
durante a estadia no hospice promovendo o acesso ao processo de
criação individualizado com as A.V, de modo que se perceba sua
capacidade e talento. Metodologia: A medida que a equipe
multidisciplinar solicita o atendimento aos pacientes e familiares do
hospice, estes são abordados e convidados a iniciar a vivência plástica.
As propostas são oferecidas e elaboradas (paciente /artista plástico),
de modo que seja respeitada suas necessidades e interesses, com
meios expressivos adequados para o desenvolvimento das atividades.
No final da atividade, é registrado no prontuário de cada um.
Resultados: Dentre alguns pacientes participantes dos encontros
ressalta-se dois deles: M.V.L, 16 anos, sexo feminino,
diagnóstico tumor SNC e D.J, 21 anos, sexo masculino, diagnóstico
osteossarcoma. Ambos de forma distinta, nos faz constatar os
seguintes resultados : percepção de si próprio além da sua doença
através da atitude para a vivência do trabalho plástico, descoberta da
possibilidade do construir, produzir se tornando protagonista e agente
transformador revertendo estados de passividade em atividade,
potenciais despertados e revelados, tendo a arte como aliada no
processo dos cuidados paliativos.
Conclusão: As A.V é uma valiosa
linguagem de comunicação, que permite um leque de
recursos estimulando, despertando a função criadora, promovendo a
descoberta de sensibilidades e habilidades mediante o processo
criativo.
Neste processo, pacientes e familiares, sentem-se acolhidos,
envolvidos e percebidos além de suas “doenças”, o que promove a
restauração da auto estima, reversão da passividade em atividade e o
reconhecimento que estão vivos. Assim, a arte reforça o seu mérito
de tornar concreto, o que muitas vezes a fala não diz, transformando
dores em conquistas preciosas de manifestação a vida, legado e
valorização da história de um ser.
IMPASSES NO REINGRESSO ESCOLAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
EM TRATAMENTO ONCO-HEMATOLÓGICO: IMPASSES E DESAFIOS
INTRA E EXTRA MUROS HOSPITALARES
a
b
Ana Beatriz Rocha Bernat , Izabel Christina Machado De Oliveira ,
b
c
Rosane Martins Dos Santos , Bárbara Braga Wepler , Livia Daniela
a
a
a
Cooper , Mariana Pereira Simonato , Paula Braga Braga , Marina
a
a
a
Leorne Mesquita , Nina Costa , Sima Esther Ferman , Tátilla Rangel
a
a
Braga , Daniela Khalil Ghazi .
a INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER – INCA, Rio de Janeiro, Brasil.
b SME-RJ, Rio de Janeiro, Brasil.
c INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: O Câncer infanto-juvenil vem crescendo e o tratamento
especializado origina uma população de cerca de 70% de
sobreviventes. O tratamento produz importante impacto na vida
escolar das crianças e adolescentes sobreviventes e na comunidade
escolar de referência. Diante desse cenário, profissionais de
psicologia, pedagogia, terapia ocupacional, medicina e enfermagem
de um Instituto de referência para tratamento criaram um grupo de
pesquisa a fim de discutir os impasses no reingresso escolar desta
população. Objetivo: descrever e discutir os impasses no reingresso
escolar desta clientela; elaborar estratégias intersetorias saúdeeducação a fim de minimizar o impacto destes. Metodologia: relato
de experiência de um grupo de pesquisa interdisciplinar de um
serviço de referência em Oncologia Pediátrica. Resultados e
Conclusão: O grupo de pesquisa iniciou-se a partir de Agosto de
2014 com a constatação clínica da relevância do vínculo com a
escola de referência para uma travessia mais qualificada do
tratamento oncológico de crianças e adolescentes assistidos pela
equipe. A partir dos atendimentos em psicologia foram identificados
alguns impasses do reingresso escolar, dentre elas: bulliyng por
parte dos pares, comorbidades decorrentes do tratamento,
dificuldades de adaptação à rotina escolar após longo afastamento,
dentre outros. Tais impasses em sua grande maioria são inerentes
ao tratamento oncológico infanto-juvenil. Assim, a partir de
discussões de casos foram criados três dispositivos de intervenção:
acompanhamento longitudinal de casos de reinclusão escolar;
interlocução com as escolas de referência, visitação as escolas de
referência após discussão em equipe de pesquisa. Através das
intervenções evidenciou-se a relevância de uma mediação simbólica
construída intersetorialmente entre saúde e educação que minimize
a estranheza causada pelo reingresso às atividades discentes e
possa, na medida do possível, qualificar, porque singulariza esse
reingresso de acordo com as peculiaridades de cada caso. Em parte
considerável dos casos, a escola significava uma aposta no amanhã,
um para-além do tratamento oncológico. No encontro entre a Saúde
e a Educação foi possível construir estratégias singularizadas de
retorno à escola que puderam minimizar os impasses inicialmente
experimentados.
31
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
O IMPACTO DOS TUMORES PEDIÁTRICOS E SEU TRATAMENTO NA
QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ESTUDO DE
UMA COORTE HOSPITALAR
a
a
a
Kaliani Lima Coça , Anke Bergmann , Sima Esther Ferman , Elisabete
b
c
Carrara-De Angelis , Márcia Gonçalves Ribeiro .
a INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER – INCA, Rio de Janeiro, Brasil.
b A.C.CAMARGO CANCER CENTER, São Paulo, Brasil.
c UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: Os tumores pediátricos correspondem a um grupo de
várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de
células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo.
As repercussões relacionadas aos tumores pediátricos vão além dos
danos físicos causados pela doença e seu tratamento, com impactos
na qualidade de vida (QV) dos pacientes. O progresso no tratamento
dos tumores pediátricos nos últimos anos e as maiores taxas de cura
geram um aumento no interesse em monitorar a QV. A avaliação da
QV na prática clínica representa uma tendência em considerar a saúde
dos pacientes em sua totalidade. Objetivo: O presente estudo tem
como objetivo avaliar o impacto das neoplasias malignas e benignas e
seu tratamento na qualidade de vida de crianças e adolescentes
acompanhados numa instituição de referência em Oncologia.
Metodologia: Foi realizado um estudo de coorte prospectivo. A
avaliação da qualidade de vida ocorreu através da utilização das
versões brasileiras dos protocolos PedsQLTM 4.0 Generic Core e
PedsQLTM 3.0 Cancer Module, em três momentos: na matrícula
hospitalar (T1), 6 meses após a matrícula (T2) e 1 ano após (T3).
Resultados: Foram avaliados 132 pacientes, 59 do sexo masculino e
73 do sexo feminino, com idades entre 2 e 18 anos. No PedsQl 4.0, o
domínio emocional foi aquele com os piores escores, tanto no relato
das crianças/adolescentes como no relato dos pais, nos momentos T1,
T2 e T3, enquanto o domínio social foi o com melhores resultados. No
PedsQL3.0, no relato dos pacientes, os piores domínios nos três
momentos avaliados foram ansiedade frente aos procedimentos,
preocupações e comunicação. Os pacientes com tumores malignos
ósseos e do sistema nervoso central tiveram os piores índices de
qualidade de vida. Foi observado aumento dos escores em todos os
domínios avaliados, ao longo de um ano, com exceção do domínio
náusea, que foi pior em T2, voltando a melhorar em T3. Foi observada
melhora estatisticamente significante entre os escores totais do
PedsQL4.0 e PedsQL3.0, no relato das crianças e dos pais, entre os
momentos T1 e T3. Conclusão: O presente estudo demonstrou que,
apesar dos impactos dos tumores pediátricos e efeitos do tratamento,
houve uma melhora na qualidade de vida dos pacientes ao longo do
tempo. O uso de medidas de QV como resultado em saúde em
pacientes com tumores pediátricos é relevante e visa permitir o
aprimoramento das estratégias de cuidado direcionadas a essa
população.
PERFIL DA ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA AMBULATORIAL EM
CRIANÇAS PORTADORAS DE TUMOR DE FOSSA POSTERIOR
Anna Paula Bastos Marques Costa, Vicente Odone Filho, Regina Celia
Turola Passos Juliani, Glazia Andre Landy.
INSTITUTO DA CRIANÇA – ITACI - FMUSP, São Paulo, SP
Introdução: Os tumores de Sistema Nervoso Central correspondem
à terceira neoplasia mais comum encontrada na infância. Destes, os
de tumores de fossa posterior, são os que mais apresentam
sequelas ao paciente, como hemiparesia, ataxia, dismetria e
distúrbios de equilíbrio, tendo em alguns casos o prognóstico
fechado e não favorável. A fisioterapia atua em todas as fases do
tratamento deste paciente principalmente na fase de reabilitação
devido às sequelas e sintomas relacionados ao local de crescimento
tumoral e também após ressecção cirúrgica. Objetivos: Traçar o
perfil do paciente com Tumor de fossa posterior que realiza
acompanhamento no ambulatório de fisioterapia num hospital
terciário. Metodologia: Realizado levantamento dos dados dos
pacientes através de prontuário, no período de janeiro de 2015 a
julho de 2016, no ambulatório de fisioterapia do serviço de oncohematologia de um hospital terciário. Foram colhidos dados como:
idade, sexo, tipo de tumor de fossa posterior, se realizaram
fisioterapia respiratória ou neuromotora, se apresentavam marcha
independente, dependente ou necessitavam de cadeira de rodas,
tipo de seguimento oncológico e fisioterapêutico. Resultados:
Durante o período 38 pacientes foram acompanhados, sendo 53%
do sexo feminino, com média de idade de 9,89 anos e o tipo de
tumor mais prevalente foi o Meduloblastoma (37%), seguido do
Astrocitoma (31%) e Glioma de Tronco Encefálico (24%). Durante o
acompanhamento ambulatorial, 100% realizaram fisioterapia
neuromotora, sendo que 45% necessitaram do uso de cadeira de
rodas para locomoção, 15% apresentavam marcha dependente e
40% marcha independente. Destes 21% realizaram fisioterapia
respiratória, sendo que 21% fizeram uso de traqueostomia e 5% uso
de oxigênio domiciliar. Dos 38 pacientes acompanhados 31,5%
permanecem em seguimento, desses 13% encontram-se fora de
terapia, 31,5% receberam alta da fisioterapia, 26% evoluíram para
óbito e 11% não aderentes ao acompanhamento fisioterapêutico,
mesmo apresentando sequelas motoras. Conclusão: o atendimento
fisioterapêutico ao paciente com diagnóstico de Tumor de fossa
posterior ocorre durante todo seu tratamento, sendo de extrema
importância visando reduzir sequelas, reabilitar e promover
independência funcional, independente do seu prognóstico.
32
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
RASTREIO DE RISCO PSICOSSOCIAL NO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER
INFANTOJUVENIL, POR MEIO DO INSTRUMENTO PSYCHOSOCIAL
ASSESSMENT TOOL (PAT 2.0)
a
b
Alessandra Brunoro Motta , Tania Mara Lopes Bitti Bortolini , Karoline
a
Carneiro Ferreira Da Silva .
a UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – UFES, Espirito Santo,
Brasil.
b HOSPITAL INFANTIL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA Espirito Santo,
Brasil.
Introdução: O risco psicossocial familiar associado ao diagnóstico do
câncer infanto-juvenil tem se associado a prejuízos no ajustamento da
criança e do adolescente à doença e ao tratamento. A literatura
internacional indica a necessidade da avaliação de risco psicossocial
no período do diagnóstico e ao longo do tratamento, destacando a
eficiência da ferramenta Psychosocial Assessment Tool (PAT). No
Brasil, estudos com o PAT ainda são escassos, constituindo importante
campo de investigação. Objetivos: O objetivo desse estudo foi
investigar o risco psicossocial familiar no diagnóstico do câncer
infantil, por meio do instrumento de rastreio Psychosocial Assessment
Tool (PAT 2.0). Metodologia: Participaram da pesquisa, 69 crianças, de
ambos os sexos, com média de idade igual a 8,53 (DP = 5,16) e seus
cuidadores familiares, em um hospital infantil da rede pública. Os
dados clínicos e sociodemográficos das crianças foram obtidos a partir
da consulta em prontuário médico. Os cuidadores responderam a
versão em português brasileiro do Psychosocial Assessment Tool (PAT
2.0), para a verificação da presença de risco psicossocial. Os dados
foram analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: Cerca
da metade das crianças era procedente da região metropolitana
(50,7%), e estava acompanhada de suas mães (95,6%). Em relação ao
diagnóstico, a maioria havia sido diagnosticada com Leucemia (56,5%)
e Linfoma (11,6%). A análise do PAT indicou a classificação de risco
psicossocial nos níveis: Alvo (49,3%) e Clínico (43,5%), indicando um
risco moderado e elevado, respectivamente. A categoria de risco
Universal, que representa baixo risco obteve a menor proporção
(7,2%). A análise das subescalas de risco psicossocial mostrou que
Estrutura familiar e recursos (M = 0,41 , DP = 0,20), Problemas da
Criança (M = 0,41, DP = 0,17) e Reações de stress dos pais (M = 0,41 ,
DP = 0,26) se destacaram como fontes de risco psicossocial familiar
para as crianças recém-diagnosticadas. Conclusão: Os resultados
mostram que as famílias estão vivenciando múltiplos estressores e
fatores de risco, indicando a necessidade de intervenção psicossocial.
Avaliações subsequentes são necessárias, de modo a verificar a
eficácia das estratégias de cuidado empregadas e realizar os ajustes
necessários para promover desfechos adaptativos durante o curso do
tratamento. Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa e
Inovação do Espírito Santo (FAPES)
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO EM SOBREVIVENTES
DE CÂNCER INFANTIL E FAMILIARES
a
a
Elisa Kern De Castro , Maria Júlia Armiliato , Alejandro Mauricio
b
c
Arancibia , Lauro José Gregianin .
a UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS, Rio Grande do Sul,
Brasil.
b INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL DO RS, Rio Grande do Sul, Brasil.
c HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul,
Brasil.
Introdução: Acompanhar o adoecimento e o tratamento de câncer
infantil pode ser uma experiência permeada por estresse para a
criança e para as mães. Respostas emocionais negativas podem
ocorrer durante o tratamento e também após a remissão clínica,
incluindo o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).
Objetivos: Objetivou-se examinar e comparar a sintomatologia de
TEPT de sobreviventes de câncer infantil e familiares. Metodologia:
estudo ex-post-facto, em que participaram 27 sobreviventes de
câncer infantil (idade média atual = 23,11 anos, DP=4,61) e 73
familiares – 49 mães, oito pais, dez irmãs e cinco avós e uma tia
(idade média atual = 43,23, DP=12,09). Os participantes
responderam à pesquisa através de um link com um formulário
eletrônico contendo a ficha de dados sociodemográficos e clínicos e
o instrumento PCL-C que avalia TEPT. O convite para participar da
pesquisa se deu a partir de ligações telefônicas para famílias
convidando-os a responder os instrumentos, convites por e-mail e
divulgação em redes sociais. Resultados: Os resultados mostraram
que 29,6% dos sobreviventes e 34,6% dos familiares fecharam
critérios para TEPT. O sintoma mais frequente nos participantes foi o
de revivência, presente em 59,3% dos sobreviventes e 74% dos
familiares. Não foram encontradas associações significativas entre
sintomas de TEPT e variáveis da doença e tratamento. Conclusão:
Esses resultados apontam que os prejuízos tardios da experiência do
câncer infantil para a saúde mental de sobreviventes e familiares
pode ser intenso, e não estão associados a indicadores objetivos da
doença. É importante que os profissionais da saúde estejam atentos
para a presença de sofrimento psíquico dessas pessoas após o
término do tratamento para a viabilização de atendimento
necessário. Além disso, esses resultados mostram que é preciso
identificar quais são os eventos mais estressantes para o paciente e
seus familiares durante o tratamento, a fim de prevenir o
surgimento de TEPT.
33
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
NUTRIÇÃO
AVALIAÇÃO DO TEMPO DE JEJUM, PERDA PONDERAL E ESTADO
NUTRICIONAL EM PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS
SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA SOB SEDAÇÃO
COMPARAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA E COMPOSIÇÃO
NUTRICIONAL DA DIETA PEDIÁTRICA PADRÃO COM DIETA PARA
NEUTROPÊNICOS EM UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Karen Jaloretto Teixeira Guedes, Priscila Dos Santos Maia Lemos,
Roberta Lucena Ferretti.
Luciane Beitler Da Cruz, Juliana Elert Maia, Lauro José Gregianin.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: A perda de peso e desnutrição, causadas pelo tratamento
e a doença em si, são frequentes em pacientes oncológicos, e estão
relacionadas com aumento no risco de complicações (1,2). Na
radioterapia (RxT) pacientes que não conseguem colaborar com a
imobilidade, são submetidos a sedação. Muitas vezes, esses realizam
jejum prolongado, o que pode favorecer o desenvolvimento da
desnutrição. Objetivos: Identificar o tempo de jejum realizado pelos
pacientes submetidos a RxT sob sedação e verificar o estado
nutricional (EN) em três momentos, analisando, em qual grupo, em
relação a tempo de jejum, houve maior diminuição do Índice de
Massa Corporal (IMC). Métodos: Delineamento longitudinal que
avaliou crianças com câncer, entre 2 a 8 anos, em um Instituto
Especializado em Oncologia Pediátrica, durante o período de julho de
2015 a setembro de 2016. Os dados foram coletados em três
momentos, pré-RxT - 1º momento; durante RxT- 2º momento; pós RxT
– 3º momento. As variáveis analisadas foram peso,
estatura/comprimento e IMC. Para identificação do EN, foi utilizado o
z-escore de IMC. Foi verificado o tempo médio de jejum dos pacientes
e, a partir deste valor, os mesmos foram divididos em dois grupos, A
(até 14 horas incompletas) e B (acima de 14 horas). Resultados:
Foram avaliados 19 pacientes, sendo 57,8% do sexo masculino. No
primeiro momento, no grupo A (n=11), verificou-se a presença de 9%
magreza, 82% eutrofia e 9% obesidade. No segundo momento, 9%
magreza acentuada, 82% eutrofia e 9% em obesidade. No terceiro
momento, 9% magreza acentuada, 91% eutrofia. No grupo B (n=8), no
primeiro momento, 100% eutrofia. No segundo momento, 87,5%
eutrofia e 12,5% magreza. No terceiro momento, 87,5% eutrofia e
12,5% magreza. Analisando a amostra total, a perda ponderal foi
presente em 47,5%, 73,5% e 52,6% no primeiro, segundo e terceiro
momento respectivamente. Foi calculado o ∆ IMC, ou seja, a variação
deste índice em relação à evolução do mesmo entre o primeiro e
terceiro momento, para cada grupo. Verificou-se que houve maior
variação para piora do IMC, em valores absolutos, para o grupo B,
sendo no Grupo A ∆ IMC=0,6, e ∆ IMC=0,8 no grupo B. Conclusão:
Conclui-se que o tempo médio de jejum foi de 14 horas. O EN foi,
predominantemente de eutrofia, contudo, verificou-se que houve
perda ponderal em grande parte da amostra nos três momentos,
refletindo em maior diminuição de IMC, sendo este desfecho maior no
grupo dos pacientes submetidos a jejum mais prolongado.
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil.
Introdução: A dieta para neutropênicos foi desenvolvida para
prevenir infecções por patógenos transmitidos por alimentos em
pacientes com a imunidade comprometida pelo tratamento
antineoplásico. Baseia-se no conceito hipotético que alguns
alimentos possuem maior carga microbiana e seriam
potencialmente danosos a estes indivíduos. As restrições impostas
pela dieta podem ocasionar deficiências de micronutrientes.
Objetivo: Comparar a qualidade microbiológica e composição
nutricional da dieta padrão livre com a dieta oferecida para
pacientes neutropênicos em um centro de oncologia pediátrica.
Metodologia: Para a análise microbiológica amostras da dieta
padrão hospitalar (n=18) e da dieta para neutropênicos (n=18)
foram coletadas no momento da entrega aos pacientes. As amostras
foram testadas quanto à contaminação para E. coli, Salmonella sp.,
Bacillus cereus e Staphylococcus coagulase positiva. Para a análise
da qualidade nutricional foram calculadas a composição nutricional
da alimentação referente a 6 dias de ambas as dietas. Foi realizada
análise descritiva de média, desvio padrão e frequência. Para
comparação entre variáveis categóricas independentes foi aplicado
o teste exato de Fisher. A análise de comparação da composição
nutricional das dietas foi realizada através da aplicação do teste t de
Student. Realizou-se o cálculo de razão de chances para
contaminação microbiológica entre as dietas com intervalo de
confiança de 95%. Resultados e Conclusão: Das 36 amostras de
alimentos analisadas quanto à contaminação por patógenos, 5
(13,89%) apresentaram grau de contaminação microbiana acima do
permitido, sendo 4 por Bacillus cereus e 1 por Staphylococcus
coagulase positiva. Nenhuma amostra apresentou contaminação
por Salmonella sp e E. Coli. Não houve diferença de contaminação
microbiológica entre as dietas analisadas (p=1.00). A razão de
chances para contaminação microbiológica entre as dietas também
não apresentou diferença (OR=0,62; IC95%= 0,05 – 6,35; p=0,63). A
dieta para neutropênicos apresentou menor quantidade de vitamina
C quando comparada à dieta padrão (p=0,01). A dieta para
neutropênicos apresentou-se similar em relação à carga microbiana
e com menor conteúdo de vitamina C quando comparada à dieta
padrão produzida no hospital em que foi realizado o estudo.
34
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ONCOGENÉTICA
SCAN: APLICAÇÃO DE UMA NOVA FERRAMENTA DE TRIAGEM
NUTRICIONAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER
HOSPITALIZADOS
a
a
Jullyana Flávia Rocha Alves , Thatyane Monick Castro Macena ,
b
b
Rosalya Melo Santos , Vitória Felício Souto , Amanda Veloso Melo
b
b
a
Cordeiro , Vanessa Tavares Ameida , Erika Furtado Azevedo .
a INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO
FIGUEIRA, Pernambuco, Brasil.
b FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE, Pernambuco, Brasil.
Introdução: Atualmente não há um consenso sobre o método ideal de
triagem para risco de desnutrição na admissão e durante o período de
hospitalização em pacientes pediátricos (Joosten KF; Hulst JM, 2011).
Nessa perspectiva, o SCAN (Nutrition Screening Tool For Childhood
Cancer), foi desenvolvido objetivando a identificação simples e rápida
de pacientes oncológicos pediátricos, visto que esses representam um
grupo suscetível à desnutrição (Alexia J, et al., 2015). Objetivo: Aplicar
o SCAN para avaliação do risco de desnutrição em crianças e
adolescentes com câncer hospitalizados. Metodologia: Estudo
transversal realizado em um serviço de Oncologia Pediátrica entre
maio e setembro de 2016. Coletaram-se dados antropométricos de
100 pacientes no momento da admissão. Os critérios de inclusão
foram pacientes com idade entre 2 a 19 anos admitidos nas primeiras
72h de internamento. Calculou-se escore Z de IMC-para-idade (IMC/I),
segundo a Organização Mundial da Saúde (2006/2007). Aplicou-se o
instrumento de triagem nutricional SCAN, sendo considerados com
risco de desnutrição aqueles pacientes com pontuação superior a 3
pontos, das 6 perguntas quem compõem a ferramenta. As análises
estatísticas foram feitas no programa SPSS, versão 13.0, com nível de
significância de 5%, sendo aplicados os testes de Fisher e quiquadrado. Resultados e Conclusão: Dentre os 100 pacientes, a
maioria foi do sexo masculino (54%), com idade superior a 5 anos
(61%) e com tumor hematológico (78%). Verificou-se que os 4
pacientes diagnosticados com desnutrição de acordo com o IMC/I
foram classificados previamente com risco de desnutrição, segundo
SCAN. Além disso, 68% dos pacientes que se apresentaram como
eutróficos ou com excesso de peso através do IMC/I foram
classificados como em risco de desnutrição pelo SCAN. Os resultados
demonstram que, embora não tenha sido observada diferença
estatisticamente significante, o SCAN mostrou-se eficaz em detectar
tanto os pacientes classificados como desnutridos como aqueles com
eutrofia e/ou excesso de peso, segundo o IMC/I. Demonstrando
assim, a importância da identificação precoce do risco nutricional em
pacientes oncológicos pediátricos para o início de uma intervenção
nutricional adequada tanto para os pacientes desnutridos quanto para
àqueles com estado nutricional preservado.
DETECÇÃO DE DELEÇÕES DO GENE IKZF1 POR TÉCNICA
SIMPLIFICADA E DE BAIXO CUSTO DE RT-PCR E SEU IMPACTO NO
PROGNÓSTICO NA LLA DA INFÂNCIA.
Larissa Bueno Polis Moreira, Rosane Queiroz, Elizabeth Perna,
Veridiana Kiill Suazo, Luiz Gonzaga Tone, Carlos Alberto Scrideli.
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO
PRETO – USP, São Paulo, Brasil
Introdução: Tem sido descrito um grupo de leucemia linfoide aguda
(LLA) infantil de linhagem B denominado "BCR-ABL1-like", que exibe
perfil de expressão gênica semelhante aos pacientes com LLA BCRABL1+. Este subtipo representa até 15% de todos os casos e é
frequentemente associado à presença de deleção total ou parcial do
gene IKZF1, o que parece aumentar a chance de falha de resposta ao
tratamento e tem sido associada com pior prognóstico. Objetivo:
Analisar a presença de deleções do gene IKZF1 em amostras de
medula óssea (MO) ao diagnóstico de crianças com LLA por técnica
simplificada e de baixo custo de RT-PCR (reverse transcription
polymerase chain reaction) e associar esta alteração com fatores
clínicos, biológicos, sobrevida. Metodologia: Foram analisadas 48
amostras de MO colhidas ao diagnóstico de crianças com LLA,
classificadas e tratadas com os protocolos GBTLI-93/99, sendo 41
amostras de LLA-B e 7 de LLA-T, com tempo mediano de seguimento
de 120 meses. O RNA foi extraído com reagente Trizol e cDNA
sintetizado com primers oligo (dT) com kit Superescript III. As
sequências de cDNA do IKZF1 dos éxons 1 a 8 foram amplificadas
por RT-PCR utilizando-se as sequências de primers: sense 5′AAAGCGCGACGCACAAATCC-3′
e
antisense
5′ATGGCGTTGTTGATGGCTTGGTC-3′. Após, submetido à eletroforese
em gel de agarose 2%. Associação entre deleção do IKZF1 e as
variáveis idade, número de glóbulos brancos (GB), grupo de risco e
evento (recidiva ou óbito) foi analisada pelo teste exato de Fisher.
Sobrevida livre de eventos (SLE) foi avaliada por curvas de Kaplan
Meier e teste log-rank e risco relativo pela análise de Cox.
Resultados e conclusão: Deleção no gene IKZF1 foi observada em
6/41 (14,6%) amostras de LLA-B e em nenhuma amostra de LLA-T.
Presença de deleção de IKZF1 foi associada com maior risco de
evento desfavorável (P=0,017). SLE em 10 anos foi de 70,1±7,3%
versus 16,7±15,2 (P=0,017), para os grupos sem e com deleção de
IKZF1 respectivamente, com risco relativo de evento desfavorável de
3,27 (95% IC: 1,15-9,32) para a presença da deleção. Análise
multivariada por modelo de regressão de Cox mostrou que deleção
de IKZF1 foi fator prognóstico independente (P=0,028) quando
analisada em associação com idade (P=0,142) e GB ao diagnóstico
(P=0,508). Nossos dados sugerem que o uso de técnica simplificada
e de baixo custo para análise de deleções do gene IKZF1 é capaz de
detectar pacientes com maior risco de recidiva, podendo ser útil na
estratificação de risco desses pacientes.
35
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ESTUDO DE MECANISMOS EPIGENÉTICOS EM TUMORES DE FÍGADO:
ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE GENES REGULADORES DA MAQUINARIA
EPIGENÉTICA EM HEPATOBLASTOMA.
a
a
b
Maria Prates Rivas , Ana Cristina Krepischi , Mariana Maschietto ,
c
a
Dirce Maria Carraro , Carla Rosenberg , Silvia Regina Caminada De
d
c
c
Toledo , Isabela Werneck , Cecilia Lima Da Costa .
a UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo, Brasil
b CENTRO NACIONAL DE PESQUISAS EM ENERGIA E MATERIAIS, São
Paulo, Brasil
c A.C. CAMARGO CANCER CENTER, São Paulo, Brasil
d GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Tumores hepáticos em crianças são raros e representam
apenas 1 - 4% de todos os tumores sólidos pediátricos. Enquanto em
adultos o carcinoma hepatocelular é predominante, o câncer hepático
mais comum em crianças é o hepatoblastoma. Em decorrência de sua
raridade,
os
mecanismos
moleculares
subjacentes
ao
desenvolvimento deste tipo tumoral ainda são pouco explorados, de
modo que o prognóstico dos pacientes com metástase e estágios
tumorais avançados continua baixo e as crianças que sobrevivem
muitas vezes enfrentam graves efeitos posteriores a quimioterapia
agressiva. Atualmente sabe-se que mecanismos epigenétivos são
também o cerne de processos normais da embriogênese e
desenvolvimento, como diferenciação celular e organogênese.
Objetivo: Portanto, o principal objeto de estudo foi explorar o papel
da metilação na origem de tumores hepáticos em geral e de
hepatoblastomas em particular. Metodologia: Através da técnica de
qPCR analisamos a expressão de sete genes da maquinaria epigenética
(DNMT1, DNMT3A, DNMT3L, UHRF1, TET1, TET2 e TET3), assim como
um gene candidato derivado de trabalho prévio do nosso grupo (gene
NNMT). Para esta análise utilizamos 29 amostras de RNA provenientes
de hepatoblastomas (21) e de tecido hepático não-tumoral (8).
Resultados: Como resultado foi observado aumento significativo da
expressão dos genes TET1 e TET2, cujas proteínas são responsáveis
pela desmetilação ativa de 5-metilcitosina (5mC) e consequente
produção de 5-hidroximetilcitosina (5hmC), e uma redução
significativa do gene NNMT nas amostras de hepatoblastomas quando
comparadas a amostras hepáticas não-tumorais. A nicotinamida Nmetiltransferasa
(NNMT)
é
uma
enzima
encontrada
predominantemente no fígado e está envolvida com metabolismo de
drogas e biotransformação. Deste modo, a diminuição significativa de
NNMT observada nas amostras de hepatoblastoma pode evidenciar
um redução na capacidade de detoxificação e biotransformação de
drogas pelo tumor. Realizamos o ensaio de quantificação de 5hmC
(MethylFlash Hydroxymetylated DNA kit) para avaliar a consequência
do aumento de TET1 e TET2 e, como esperado, observamos o
aumento significativo nos níveis de 5hmC nas amostras tumorais em
relação ao tecido adjacente não-tumoral. Conclusão: A partir da
análise do aumento significativo dos níveis de expressão das enzimas
TET1 e TET2, e da consequente elevação observada do nível de 5hmC
nos tumores, pode ser sugerido que o hepatoblastoma apresenta um
caráter de maior plutipotência quando comparado ao tecido nãotumoral.
POLIMORFISMO MTHFR C677T E
LINFOBLÁSTICA AGUDA PEDIÁTRICA
RISCO
PARA
LEUCEMIA
Alython Araujo Chung Filho, Gisele Dallapicola Brisson, Tállita
Meciany Farias Vieira, Maria Do Socorro Pombo-De-Oliveira.
PROGRAMA DE PESQUISA EM HEMATOLOGIA-ONCOLOGIA
PEDIÁTRICO – INCA, Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é a neoplasia
maligna mais comum na faixa etária pediátrica, sendo importante
causa de mortes entre crianças e adolescentes. A etiologia desta
doença permanece desconhecida para a maior parte dos casos.
Diversos estudos têm associado variantes constitutivas em genes do
metabolismo dos folatos ao risco para LLA pediátrica. Dentre elas, o
polimorfismo MTHFR C677T tem sido amplamente investigado,
embora os estudos anteriores tenham apresentado resultados
conflitantes. Objetivo: Investigar a associação do polimorfismo
MTHFR C677T com risco para LLA em crianças e adolescentes
brasileiros. Metodologia: Este foi um estudo caso-controle que
incluiu 1084 pacientes com idade inferior a 21 anos, diagnosticados
com LLA entre 2002 e 2015, provenientes de diversas regiões
brasileiras, além de 387 controles sem histórico de leucemias. Foi
extraído DNA de sangue periférico ou medula óssea e realizada a
genotipagem para MTHFR C677T através de PCR-RFLP. As
frequências genotípicas foram comparadas entre os grupos por
teste qui-quadrado e foram calculadas razões de chances (OR), com
intervalos de confiança de 95% (95%IC). Foi considerado significativo
p-valor <0,05. Resultados e conclusão: A média de idade dos casos
foi de 63,3 meses, enquanto que a dos controles foi de 57,4 meses.
Em relação aos controles, os casos tiveram menor proporção de
brancos (43,4% vs 50,1%) e maior proporção de crianças
provenientes das regiões Norte e Nordeste (46,3% vs 29,9%). Entre
os subtipos imunofenotípicos, 20,4% dos casos apresentaram LLA
pró-B (CD10-), 73% LLA-c ou LLA pré-B (CD10+), e 6,3%, LLA T. Em
análise caso-controle, MTHFR C677T não teve associação
significativa com risco para LLA (CC vs. CT, OR 1,08 95%IC 0,84–1,39;
CC vs. TT, OR 0,73 95%IC 0,47–1,10). Quando realizada análise
estratificada por sexo, cor de pele e subtipos de leucemia, observouse associação de proteção próxima da significância, entre a presença
do genótipo homozigoto variante e o risco para LLA pediátrica em
pacientes com cor de pele branca (OR 0,56 95%IC 0,30–1,02) e sexo
feminino (OR 0,54 95%IC 0,28–1,01). Entre meninas brancas, o
genótipo TT conferiu proteção (OR 0,30 95%IC 0,13–0,70 p=0,006).
A presença do genótipo MTHFR 677-TT foi inversamente associado
ao risco para LLA entre meninas de cor de pele branca. Este
resultado contribui para a compreensão da etiologia da LLA
pediátrica e de suas especificidades na população brasileira.
36
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
RETINOBLASTOMA
QUIMIOTERAPIA INTRA-ARTERIAL COMO UMA ALTERNATIVA À
ENUCLEAÇÃO EM PACIENTES COM RETINOBLASTOMA INTRAOCULAR
Marina Pinto Vilas Boas, Luiz Fernando Teixeira, Tatiana Tavares De
Oliveira, Filipe Mota Bernei, Renato Melaragno, Sidnei Epelman.
SERVIÇO DE ONCOLOGIA DO HOSPITAL SANTA MARCELINA/TUCCA,
São Paulo, Brasil
Introdução: Retinoblastoma é a neoplasia intraocular mais comum na
criança, com uma incidência de 1 caso para cada 20.000 nascidos
vivos. A quimioterapia intra-arterial é uma modalidade terapêutica
para retinoblastoma que envolve a administração de quimioterapia
pela artéria oftálmica resultando em uma melhor penetração ocular
com menor toxicidade sistêmica. Objetivo: Apresentar nossa
experiência com a quimioterapia intra-arterial nos pacientes com
retinoblastoma intraocular ao diagnóstico ou após recidiva.
Metodologia: Trata-se de um estudo observacional prospectivo de
pacientes com retinoblastoma intraocular estadiados de acordo com a
classificação internacional de retinoblastoma(CI) tratados com
quimioterapia intra-arterial (QIA) um a dez ciclos a cada 21 dias com
uma (melfalano) a três drogas (melfalano, carboplatina e topotecano)
admitidos em um serviço de oncologia pediátrica no período de
janeiro de 2012 a junho 2016. Resultados e conclusão: Foram
incluídos 78 olhos de 64 pacientes (33 do sexo masculino e 31 sexo
feminino), a média de idade ao diagnóstico foi de 14,9 meses, 59%
olhos realizaram quimioterapia como tratamento de resgate e 41%
como primeiro tratamento. Estadiamento inicial(CI): 3% grupo A,
10%grupo B, 19%grupo C, 53%grupo D, 15% grupo E. 33 pacientes
apresentavam doença bilateral dos quais 14 realizaram QIA em ambos
os olhos, 15 haviam sido submetidos a enucleação e 4 apresentavam
resposta completa no outro olho. Foram realizados total 264 ciclos
sendo a média 3,5 ciclo por olho e o máximo 10 ciclos. 74% (51 olhos)
apresentaram resposta clinica completa após terapia intra-arterial, 9
ainda estão em tratamento e 18 foram enucleados dos quais 8 eram
estadio D, 8 estadio E e 2 estadio B em tratamento de resgate pós
quimioterapia sistêmica. 15 % apresentaram evento adverso
moderado ou grave. A quimioterapia intra-arterial mostrou-se como
uma alternativa à enucleaçao em 74% dos olhos com retinoblastoma
intraocular, sendo uma modalidade terapêutica segura para primeiro
tratamento e para resgate nos pacientes com retinoblastoma
intraocular e deve ser incluída no arsenal de tratamento do
retinoblastoma.
37
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PÔSTER
CIRURGIA
ABDOME AGUDO EM PRÉ ESCOLAR: SUSPEITA DE APENDICITE QUE
ERA LINFOMA DE BURKITT.
CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE INTRAÓSSEO DE MANDÍBULA EM
ADOLESCENTE: ABORDAGEM CIRÚRGICA
Tatiana Macedo Vilela.
Elvercio Pereira De Oliveira Junior, Elson Yassunaga Teshirogi,
Fabíola Leonelli Diz, Marco Aurélio Ciriaco Padilha, Gustavo Ribeiro
Neves, Ana Paula Pinto Baptista.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, Minas Gerais, Brasil
Introdução O Linfoma de Burkitt (LB) corresponde a 5% dos casos de
Linfoma não Hodgkin (LNH). Segundo Classificação da Organização
Mundial de Saúde, LB é uma neoplasia de células B maduras,
altamente agressiva, podendo ser ainda classificado dentre três
subtipos, endêmico, esporádico e associado a imunodeficiência.
Apesar de serem histologicamente idênticos com comportamento
clinico similar, têm diferenças epidemiológicas, clínicas e genéticas. Os
pacientes com LB se apresentam com massa tumoral de rápido
crescimento e frequentemente tem evidências de lise tumoral
espontânea, com DHL, ácido úrico e potássio aumentados. A forma
esporádica normalmente tem localização abdominal, frequentemente
com grande massa, envolvendo íleo distal, ceco e/ou mesentério. Os
sintomas de apresentação podem ser relacionados à obstrução
intestinal, simular apendicite aguda ou intussuscepção intestinal. A
linfadenopatia, quando presente é generalizada. A invasão de medula
óssea ocorre em 30% dos casos na apresentação inicial, sendo mais
comum na recidiva. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi
descrever o caso de uma criança com Linfoma de Burkitt subtipo
esporádico, levada pelos pais a emergência, submetida a laparotomia,
por suspeita de apendicite aguda. Relato De Caso Trata-se de uma
criança de 4 anos de idade, do gênero masculino, com suspeita de
abdome agudo, submetida a laparotomia exploradora (LE). Na cirurgia
observou-se massa em mesentério que foi biopsiada. Após complicar
com pneumonia na cidade de origem, no 5° PO foi encaminhado para
a UTI de um hospital terciário. Admitido com linfonodomegalia
generalizada, emagrecimento e anemia. Requereu antimicrobianos e
nutrição parenteral. Quando a biopsia confirmou se tratar de LB, foi
iniciada quimioterapia. A síndrome de lise tumoral que havia se
iniciado espontaneamente, se intensificou com o inicio do tratamento.
A criança apresentou toxicidade ao metotrexate na indução,
necessitando redução de dose da droga em fase subsequente do
tratamento. Após a indução, apresentou remissão clínica, porém a
doença progrediu, e culminou com evolução para óbito quatro meses
após o diagnóstico. Conclusão: O presente relato de caso pretende
alertar para uma das diversas formas de apresentação do LB,
simulando abdome agudo inflamatório num cenário de emergência. É
fundamental que o câncer seja lembrado como diagnostico
diferencial. em todos os níveis de atendimento médico, a fim de
contribuir para o diagnóstico precoce, evitando intervenções
desnecessárias, que aumentem morbidade.
HOSPITAL GPACI-SOROCABA, São Paulo, Brasil.
Introdução: Carcinomas mucoepidermóides intraósseos são
tumores raros, sendo 2 a 3% de todos os carcinomas
mucoepidermóides
relatados.
Eles
são
considerados
histologicamente de baixo grau, e geralmente afetando a mandíbula
como lesões radiográficas uni ou multiloculares. Relato: Paciente
masculino, 16 anos, apresentou expansão do osso cortical bucal e
lingual da região anterior da mandíbula, coberta por mucosa
ulcerada, com quatro meses de evolução. Foi realizada biópsia
incisional, mostrando achados histopatológicos que confirmam
carcinoma mucoepidermóide de baixo grau. O paciente foi tratado
com mandibulectomia, incluindo segmento da arcada gengival e
linfadenectomia cervical supraomóide. Uma placa de titânio foi
usada na reconstrução. Não houve evidências de recidiva local,
regional ou metástases a distância, e o paciente estava vivo e sem a
doença após seguimento por três anos. Considerações Finais:
Carcinoma mucoepidermóide intraósseo da mandíbula é geralmente
tumor de baixo grau, e o tratamento cirúrgico efetivo envolvendo
ampla excisão local ou ressecção em bloco permite que o paciente
tenha um prognóstico favorável a longo prazo.
38
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
HEPATECTOMIA LAPAROSCÓPICA EM CRIANÇA DE 1 ANO. QUAIS
DISPOSITIVOS PODEM SER USADOS?
INVAGINAÇÃO DE INTESTINO DELGADO SECUNDÁRIA A LINFOMA DE
BURKITT NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO
Rodrigo Chaves Ribeiro, Vilani Kremer, Miriam De Melo Melquíades,
Ana Glenda Santarosa Vieira, Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Juliana
Lanza Neves, Efrain Hernando Torres Pinto, Rafael Balceiro, Luiz
Fernando Lopes.
Karimy Hamad Mehanna , Ana Maria Welp , Danielle Priscila
a
b
a
Mauro , Leniza Costa Lima Lichtvan , José Ederaldo Queiroz Teles ,
b
Thais Takamura
HOSPITAL DO CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil.
Introdução: Ressecção hepática laparoscópica pode ser um desafio
em crianças, embora se tenha tornado um procedimento mais comum
em adultos. Além disso, há um grande arsenal de dispositivos para
utilização em cirurgia laparoscópica hepática, a escolha do
equipamento pode ser essencial para o processo. Materiais E
Métodos: Descrevemos uma segmentectomia lateral esquerda total
laparoscópica em uma criança com hiperplasia nodular focal. Relato
De Caso: Uma menina de 1 ano de idade, com diagnóstico de massa
hepática. A tomografia computadorizada revelou um tumor hepático
no segmento II e III medindo 5 × 4 × 4 cm. Os estudos de laboratório,
incluindo os testes de função hepática e alfafetoproteina, foram
normais. A abordagem laparoscópica foi proposta. O procedimento
cirúrgico foi realizado com quatro trocartes, três de 5 mm e um de 12
mm. A origem do tumor foi identificada a partir da secção lateral
esquerda do fígado, e assim uma segmentectomia lateral esquerda
total laparoscópica foi realizada. Depois de dividir o ligamento
redondo, o ligamento falciforme e o ligamento triangular esquerdo
foram fortemente dissecadas até que a veia hepática esquerda foi
exposta. Superficialmente foi dissecado o parênquima hepático lateral
ao ligamento falciforme na direção cefálica com um dispositivo de
selamento (Enseal, Ethicon). Depois disso, seccionado pedículos a
segmentos II e III, juntamente com o parênquima hepático utilizando
um dispositivo de grampeamento endoscópico (Echelon flexionar 45,
Ethicon). Uma carga adicional foi usada para a divisão da veia
hepática esquerda e o parênquima hepático remanescente. A amostra
foi extraída através de uma pequena incisão Pfannestiel. A
histopatologia confirmou a hiperplasia nodular focal do fígado com
uma margem de ressecção livre de doença. Não houve complicações
no pós-operatório e a paciente recebeu alta no quinto dia pósoperatório. Ela está indo muito bem, sem recidiva do tumor 3 meses
após a operação. Conclusão: Hepatectomia laparoscópica é viável e
segura na criança.
a
b
a HOSPITAL MUNICIPAL E MATERNIDADE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS,
Curitiba, Brasil.
b HOSPITAL ERASTO GAERTNER, Curitiba, Brasil.
Introdução: O Linfoma de Burkitt consiste em uma neoplasia de
células B com grande potencial de malignidade e rápido
crescimento. Sua apresentação inicial através de invaginação
intestinal é rara. Relato De Caso: Descrevemos neste trabalho o
caso de um garoto de 7 anos de idade que apresentou invaginação
jejuno-jejunal devido a Linfoma de Burkitt. A laparotomia de
emergência revelou intussuscepção jejuno jejunal como causa de
obstrução intestinal. O paciente foi submetido à ressecção do
segmento intestinal acometido e teve o transito intestinal
reestabelecido por enteroanastomose. O estudo anatomopatológico
diagnosticou Linfoma de Burkitt. Um mês após a
intervenção cirúrgica, o paciente encontra-se bem, realizando
quimioterapia.
39
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERICARDIOSTOMIA VIDEO ASSISTIDA COM ANFOTERICINA
INTRAPERICÁRDICA PARA ASPERGILOSE INVASIVA EM PACIENTE DE
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA
Rodrigo Chaves Ribeiro, Miriam De Melo Melquíades, Vilani Kremer,
Neysimelia Costa Villela, Patricia Shimoda Ikeuti, Ana Glenda
Santarosa Vieira, Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Juliana Lanza Neves,
Efrain Hernando Torres Pinto, Rafael Balceiro, Luiz Fernando Lopes.
HOSPITAL DO CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil.
Introdução Infecções fúngicas invasivas tornaram-se um problema
importante em pacientes submetidos a transplante de medula óssea.
A aspergilose pericárdica é uma condição rara e letal. Métodos
Descrevemos um caso de um paciente com aspergilose invasiva que
teve uma avaliação com pericardiostomia vídeo-assistida e
anfotericina intrapericárdica Relato De Caso Um menino de 13 anos
de idade, com diagnóstico de síndrome mielodisplásica (RAEB tipo 2)
associado à linfedema de perna esquerda (agenesia dos vasos
linfáticos). Começou tratamento com azacitidina (5 ciclos) enquanto
aguardava por um doador não aparentado para o transplante de
medula óssea. Foi submetido a transplante de medula óssea alogênico
não aparentado. O regime de condicionamento mieloablativo foi feito
com bussulfano, ciclofosfamida, melfalano e timoglobulina. A
profilaxia da doença do enxerto versus hospedeiro foi realizada com
ciclosporina e metotrexato. Ele apresentou enxerto de leucócitos no D
+ 17, mas evoluiu com disfunção do enxerto a partir de D + 41,
apresentando períodos de neutropenia desde aquela época. Evoluiu
com aspergilose pulmonar, tratada com voriconazol oral, com a
estabilização dos sinais clínicos, mas mantendo níveis elevados de
galactomanana, exigindo várias mudanças no esquema antifúngico
(anfotericina lipossomal, voriconazol por via intravenosa, voriconazol
associado com micafungina). Apresentou derrame pericárdico
importante ao ecocardiograma com sinais indiretos de
tamponamento cardíaco. Submetido a pericardiocentese, com
exsudato com níveis de galactomanana bastante elevados.
Pericardioscopia vídeo-assistida foi realizada, permitindo a visibilidade
do saco pericárdico, realização de biópsia e inserção de cateter
intrapericárdico. Ele recebeu a infusão intrapericárdica de anfotericina
B por 5 dias, mantendo o tratamento sistêmico com
voriconazol. Aspergillus fumigatus foi isolado na cultura de fluido
pericárdico. Evoluiu com melhora do quadro, negativação da
galactomana e foi a óbito dez meses após o episódio de infecção
fúngica, por doença do enxerto versus hospedeiro do trato
gastrointestinal. Conclusões Pericardioscopia vídeo-assistida é uma
técnica minimamente invasiva que permite a avaliação do prognóstico
da pericardite, fazer uma biópsia do pericárdio e inserir cateter
pericárdico. Anfotericina intrapericárdica é uma opção para a
aspergilose invasiva pericárdio.
SÍNDROME DE ZOLLINGER-ELLISON NA FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA.
RELATO DE CASO.
a
a
Franciolly Roberto Pires , Gondor Elias Ferreira Neto , Davi Silva Dos
a
b
b
Santos , Fabio Augusto Albanez Souza , Acimar Gonçalves Cunha Jr .
a FACIPLAC, Distrito Federal, Brasil.
b HMIB, Distrito Federal, Brasil.
Introdução A Síndrome de Zollinger-Ellison, hipergastrinemia e
doença ulcerosa péptica, está relacionada a carcinomas
neuroendócrinos conhecidos como gastrinomas. Constituem lesões
muito raras na infância. Podem ser tumores esporádicos ou
associados a neoplasia endócrina múltipla (NEM) tipo I. A maioria
das lesões é encontrada no duodeno, seguido do pâncreas e de
outros locais intra-abdominais. O tratamento cirúrgico constitui
possibilidade de controle da doença quando da ressecção completa
da lesão. Objetivo Descrever e discutir o caso de um paciente
pediátrico portador de Síndrome de Zollinger Ellison Metodologia
Revisão da literatura e análise do prontuário eletrônico do paciente.
Resultados E Conclusão A.C.V. masculino, 13 anos, com queixa de
dor abdominal súbita e difusa, associada a vômitos. Exame físico
compatível com abdome agudo inflamatório. Submetido à
laparotomia exploradora por diagnóstico clínico de apendicite
aguda, não confirmado. Havia relato de dor abdominal intermitente
associada a náuseas e vômitos há aproximadamente 1 ano
associados a episódios intercalados de diarreia. Endoscopia digestiva
alta revelou pangastrite enantematosa e úlceras aftosas no
duodeno. Enterotomografia revelou pequena lesão nodular
hipervascular aparentemente submucosa na parede da quarta
porção duodenal. Gastrina sérica de 1000 pg/ml. Octreoscan com
lesão única focal de comportamento neuroendócrino na porção
distal do duodeno. Submetido a enterectomia da quarta porção do
duodeno com linfadenectomia para-aórtica. Diagnóstico
histopatológico e imunohistoquímico de gastrinoma. Segue em
acompanhamento ambulatorial, assintomático, com níveis séricos
de gastrina dentro dos valores normais. O gastrinoma é um tumor
raro em crianças e tem sintomatologia inespecífica. A dor e a
diarreia são os sintomas mais comuns e menos de 3% dos pacientes
apresentam manifestações antes dos 20 anos. Seu diagnóstico é
suspeitado com nível de gastrina acima do valor de referência. A
localização do tumor e possíveis metástases é facilmente
determinada pela cintilografia com análogo de somatostatina que é
o exame mais sensível e específico. Por se tratar de um tumor
indolente, associado a altas taxas de recidiva, o tratamento
preferencial é a excisão cirúrgica.
40
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TUMOR GÁSTRICO EM PEDIATRIA: RELATO CIRÚRGICO DE UM CASO
DE RABDOMIOSSARCOMA EM CRIANÇA DE 9 ANOS
a
b
c
Flavia Watusi De Faria , Paula Arruda Tacla , Franciolly Roberto Pires ,
a
a
Acimar Gonçalves Cunha Jr , Raquel Souza Passos , Estefânia
a
a
Rodrigues Biojone , Paula Allemand Lopes .
a HOSPITAL DA CRIANÇA DE BRASÍLIA, Distrito Federal, Brasil.
b HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL, Distrito Federal, Brasil.
c FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO
CENTRAL, Distrito Federal, Brasil.
Introdução: Neoplasias primárias do trato gastrointestinal são raras
em crianças, correspondem a menos de 5% das malignidades em
pediatria. A maioria dos diagnósticos é feita durante abordagens
urgentes para crises abdominais agudas. As histologias mais
frequentemente associadas são linfomas, teratomas e tumores
estromais gastrointestinais (GIST). Os rabdomiossarcomas gástricos
são neoplasias agressivas, que contam por poucos relatos de caso em
literatura. Por causa da raridade destes tumores na população
pediátrica, há poucos estudos sobre a melhor terapia e os resultados a
longo prazo. Relato do Caso: Paciente feminina, 12 anos, iniciou com
quadro progressivo de astenia, episódios de febre e vômitos,
associado a perda ponderal de aproximadamente 5kg em um mês.
Encaminhada para investigação do quadro anêmico progressivo
inclusive com necessidade transfusional . Constatado anemia
microcítica hipocrômica, documentado ferropenia sem reposta a ferro
terapêutico foi encaminhada para investigação endoscópica gástrica.
Na endoscopia digestiva foi evidenciada volumosa tumoração gástrica
pedunculada, classificada como yamada III, ocupando mais de 70% da
luz do fundo gástrico. Durante laparotomia, foi encontrado tumor
infiltrativo, acometendo parede posterior de estômago e terço inferior
de esôfago, sendo submetida a ressecção da lesão. A análise
histopatológica e imunohistoquímica foram compatíveis com o
diagnóstico de rabdomiossarcoma embrionário. Após estadiamento
clínico, iniciou terapia adjuvante de acordo com o protocolo específico
para rabdomiossarcoma. Comentários: A falta de sintomas iniciais
específicos tornam difícil o diagnóstico precoce do rabdomiossarcoma
gástrico, muitas vezes feito através de metástases pulmonares e
linfonodais, de mais fácil investigação por imagem. Devido a raridade
do diagnóstico, não há protocolos estabelecidos para seu tratamento
tampouco protocolo prospectivos, tornando o manejo destes
pacientes um desafio clínico e cirúrgico.
TUMOR SÓLIDO-CÍSTICO PSEUDOPAPILAR DO PÂNCREAS (TUMOR
DE GRUBER-FRANTZ) NA FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA – SÉRIE DE
CASOS.
a
a
Franciolly Roberto Pires , Rafaela Assis Ramos Lima , Fabio Augusto
b
b
Albanez Souza , Acimar Gonçalves Cunha Jr .
a FACIPLAC, Distrito Federal, Brasil.
b HMIB, Distrito Federal, Brasil.
Introdução O Tumor Sólido-Cístico Pseudopapilar do Pâncreas
(TSCPP), também chamado de Gruber-Frantz, é um tumor epitelial
raro, de etiologia desconhecida, de baixo potencial maligno e bom
prognóstico. Encontrado principalmente em mulheres jovens, com
manifestações clínicas de dor abdominal e/ou tumor palpável.
Raramente encontrado na faixa etária pediátrica. Localiza-se em
qualquer porção do pâncreas, sendo mais frequente em sua cauda,
raramente invadindo estruturas adjacentes. Em sua maioria, tem
evolução benigna. O tratamento indicado é a abordagem cirúrgica
sendo
indicadas
pan¬createctomia
distal
ou
duodenopancreatectomia, entretanto há relatos sugerindo somente
a ressecção local e/ou enucleação do tumor. Objetivo Relatar uma
série de casos de tumor de Frantz em crianças tratadas de forma
mais conservadora apenas com a enucleação/ressecção tumoral e
que apresentaram boa evolução com sobrevida livre de doença em
5 anos de acompanhamento ambulatorial. Metodologia Foram
realizados revisão de artigos sobre o tema e coleta de dados dos
pacientes por meio do prontuário eletrônico. Resultados E
Conclusão Os autores apresentam o relato de três pacientes do
gênero feminino com diagnóstico clínico e imageológico de tumor
pancreático, sendo dois de localização na cabeça do pâncreas e um
na cauda. Todas as pacientes apresentavam queixa de dor
abdominal e tumor palpável ao exame físico. Após
enucleação/tumorectomia, em todas as pacientes foi confirmado o
diagnóstico de TSCPP. Após seguimento de 5 anos, as pacientes
encontram-se assintomáticas e livres da doença. A ocorrência de
TSCPP em crianças é extremamente rara e predomina em mulheres
jovens. Geralmente a paciente não apresenta sintomas até que o
tumor esteja grande (> 5 cm), podendo cursar com massa
abdominal palpável. Apenas o exame anatomopatológico estabelece
o diagnóstico. Esses tumores têm baixo grau de malignidade, são
passíveis de cura através da remoção cirúrgica conservadora
(enucleação/tumorectomia), a qual oferece excelente chance para a
sobrevida a longo prazo, com preservação de função endócrina e
exócrina pancreática.
41
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CUIDADOS PALIATIVOS
AÇÕES DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DE CRIANÇAS COM CÂNCER EM
TRATAMENTO PALIATIVO
a
b
Diego Silveira Silveira Siqueira , Aline Aparecida Da Silva Pierotto ,
b
b
Natália Moura Kafski , Luciana Pinto Marta .
a HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS, Rio Grande do Sul, Brasil.
b UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS- UNISINOS, Rio Grande
do Sul, Brasil.
Introdução: Crianças com câncer avançado, sem possibilidade de cura,
necessitam de cuidados paliativos, que se caracterizam pelo cuidado
integral à criança e sua família. No decorrer da terapia oncológica
determinados pacientes podem não mais responder ao tratamento, e
quando extintas as possibilidades de cura é indicado o cuidado
paliativo, que consiste em oferecer uma melhor qualidade de vida
através de ações que reduzam a sintomatologia da doença. Neste
processo, a qualificação do cuidado é destacada pela da equipe
multiprofissional¹ e o enfermeiro, como membro ferramenta essencial
nas fases da prestação do cuidado, tendo destaque no apoio à
família², que sofre grandes impactos com o revelar-se do diagnóstico
da terminalidade. Metodologia: trata-se de uma pesquisa qualitativa,
descritiva e exploratória, o estudo será realizado com a equipe de
enfermagem de uma unidade oncológica infantil de um hospital
escola, visto que este constitui modelo no atendimento a crianças
com câncer. O modelo de entrevistas foi sujeito à pré-teste na
instituição, visando adequar o instrumento aos objetivos da pesquisa.
Com isso, apresenta-se os primeiros resultados das entrevistas
realizadas como pré-testes. Será utilizado pseudônimo de “flores”
para identificar os entrevistados. Objetivo: O presente estudo tem por
objetivo investigar as ações realizadas pelos enfermeiros com crianças
em tratamento paliativo. Resultados e Discussões: A enfermagem é
uma das profissões em que ocorre um grande desgaste emocional do
trabalhador devido à constante interação com crianças enfermas,
muitas vezes acompanhando o sofrimento tanto da criança quanto da
família, como a dor, a doença e a morte do ser humano. Alguns
recortes: “muito tem a se fazer pelas crianças em cuidados paliativos,
elas precisam de carinho e amor, e nós profissionais da enfermagem
podemos também além de aliviar a dor, dar isso a elas” [...]. (Jasmim);
A criança em cuidados paliativos já está fora de possibilidade de cura
então é muito estressante, temos primeiro que cuidar das emoções
[...] (Hortência). [...] o atendimento tem que ser igual até o último
momento [...] eu cuido igual as outras [...] (Lírio). Após estes pequenos
recortes realizados, conseguimos observar que é extremamente
importante que o profissional da saúde desenvolva habilidades e
competências com as questões de gerenciamento, aprimoramento
tecnológico, questões essencialmente de semiotécnicas para o cuidar
entre outras.
CARACTERIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER EM
CUIDADOS PALIATIVOS: SUBSÍDIOS PARA O CUIDADO DE
ENFERMAGEM
Renner Henrique De Barros E Souza, Maria Carolina Gonçalves Dos
Santos, Regina Aparecida Garcia De Lima.
ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO , São Paulo, Brasil.
Introdução: em oncologia pediátrica as taxas de cura e de
sobrevivência têm melhorado significativamente nas últimas
décadas, no entanto, mesmo com melhores taxas de cura, uma
parte das crianças e adolescentes não se curam e morrem. Objetivo:
caracterizar as crianças e os adolescentes com câncer que morreram
entre 2005 e 2015 em um hospital público do interior paulista.
Metodologia: estudo retrospectivo, descritivo e exploratório. Os
dados foram obtidos de fonte secundária. Dos 193 óbitos de
crianças e adolescentes com câncer, menores de 18 anos, cuja
morte tenha ocorrido no período acima citado, foram analisados 29
prontuários. Resultados: observou-se que os participantes eram,
majoritariamente, do sexo masculino; de cor branca; com idade
entre 1 a 17 anos; com situação econômica baixa, segundo
classificação da assistente social; primogênitos e acompanhados
pela mãe em seu período de internação. O tipo de câncer mais
frequente foi a leucemia linfoblástica aguda e a principal terapêutica
quimioterapia e o atendimento desses pacientes foi realizado por
médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas
ocupacionais. Dentre os clusters destacaram-se a sonolência,
cefaleia, vômito, náusea e dor. A morte destes paciente se deu, em
sua maioria, após recidiva, e por parada cardiorrespiratória, onde 11
estavam com diagnóstico de cuidados paliativos. O período de vida
entre o diagnóstico e a morte variou de 3 dias até 156 meses.
Conclusão: os achados do presente estudo poderão contribuir para
subsidiar o planejamento do cuidado de enfermagem a esta
população, a partir de necessidades reais.
42
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS NA ASSISTÊNCIA
DOMICILIAR: PERFIL DEMOGRÁFICO SÓCIO-CULTURAL E CLÍNICO
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA EM CUIDADOS
PALIATIVOS NO FIM DA VIDA
a
Isabelle Cristine Tavares Silva Fialho , Sandra Alves Do Carmo ,
b
a
Jakcilane Rosendo De Gois , Larissa Di Leo Nogueira Costa , Isabel
c
a
Cristina Dos Santos Oliveira , Mayra Sharlenne Moraes Araujo
a
Roberta Dantas Breia De Noronha , Sandra Alves Do Carmo , Sabrina
b
a
Ayd Pereira José , Monique Abreu Silvino .
a INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil.
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ, Rio de Janeiro,
Brasil
Introdução: O câncer infanto-juvenil, de acordo com o Instituto
Nacional do Câncer (INCA / Brasil), é considerado raro, se comparado
com o total de casos em adultos. Além disso, o câncer infanto-juvenil
ainda tem alta taxa de incidência e mortalidade, tornando-se a
principal causa de morte em crianças com menos de 15 anos de idade,
atingindo 10 em cada 1.000.000 de crianças por ano em todo o
mundo. Ao longo deste caminho, ele inseriu outro desafio na
implementação de cuidados paliativos na oncologia pediátrica, o
atendimento domiciliar, escolhido para garantir o atendimento ao
paciente no ambiente familiar, com amigos e próximo aos pertences
pessoais. Uma boa estratégia relatada na literatura científica é o
cuidado domiciliar. Objetivo: Descrever o perfil demográfico
sociocultural e clínico de crianças e adolescentes com câncer em
cuidados paliativos domiciliar. Método: Estudo quantitativo,
retrospectivo e descritivo, realizado por meio de análise documental,
entre maio de 2011 a maio de 2015. Resultados: Foram encontrados
44 prontuários de pacientes pediátricos em cuidados paliativos
domiciliar. O período de cuidados paliativos domiciliar variou de dois a
quatro anos. Osteossarcoma foi o diagnóstico mais encontrado e
nenhum tumor hematológico foi observado na amostra. A idade dos
pacientes variou de 03 a 19 anos, com uma média de 11 anos. Os
pacientes residiam inteiramente em subúrbios do município. O
rendimento domiciliar per capita era inferior a dois salários mínimos.
Desta amostra, eles emergiram os seguintes sintomas: fadiga; dor;
ansiedade; tristeza. A fadiga foi o sintoma mais controlado na
assistência domiciliar, sendo os demais sintomas solucionados,
inclusive a tristeza. Conclusão: O resultado observado confronta a
literatura científica, pois as crianças e adolescentes sentiram-se
acolhidos nos cuidados domiciliares e confortáveis e felizes por
estarem próximas aos seus pertences pessoais, amigos e familiares.
a
b
a HOSPITAL DO CÂNCER ALDENORA BELLO
b INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil.
c UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ, Rio de
Janeiro, Brasil
Introdução: Os cuidados paliativos são indicados no início do
diagnóstico de uma doença crônica potencialmente incurável ou
debilitante. É um cuidado que não está baseado em protocolos, mas
em princípios, pois respeita a individualidade de cada criança. A
formação profissional voltada para o tratamento curativo em
detrimento da abordagem paliativa formam profissionais que
necessitam de capacitação para assistir os pacientes no momento
de fim da vida. Observa-se, muitas vezes, que a equipe de
enfermagem tem dificuldades em lidar com a morte e o morrer
como fechamento do ciclo da vida. Objetivos: Identificar os
principais Diagnósticos de Enfermagem levantados por enfermeiros
à crianças oncológicas em cuidados paliativos no final da vida.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e qualitativo, realizado
com 13 enfermeiros que trabalhavam na pediatria de um hospital
oncológico de referência. A presente pesquisa foi realizada no
período de Agosto a Novembro de 2014. A análise dos dados foram
realizadas em quatro etapas: pré-análise, exploração do conteúdo e
tratamento dos resultados obtidos, interpretação e por último o
levantamento dos diagnósticos de enfermagem seguindo a
taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association
(NANDA) 2015-2017. Resultados: Os Diagnósticos de Enfermagem
mais frequentes: Fadiga, definido por aumento da necessidade de
descanso e capacidade prejudicada para manter o nível habitual de
atividade física, relacionado a condição fisiológica; Dor
aguda/crônica definida por autorrelato, comportamento expressivo
e expressão facial de dor, relacionado à condição fisiológica; Padrão
respiratório ineficaz definido por dispneia e padrão respiratório
anormal, relacionado a fadiga da musculatura respiratória; Nutrição
desequilibrada: menor que as necessidades corporais, definido por
incapacidade percebida de ingestão de alimentos, relacionada a
incapacidade de ingerir alimentos e absorver nutrientes. Conclusão:
Através dos diagnósticos de Enfermagem é possível se realizar um
cuidado de enfermagem assertivo e embasado que contemple um
plano de cuidados capaz de atender as reais necessidades da criança
nesse momento delicado que é o final da vida. Proporcionar o
conforto e qualidade de vida até os seus últimos momentos é
fundamental para que alcance um cuidado digno.
43
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DO AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA À ENFERMARIA
ONCOLÓGICA E À CASA DE APOIO - O CAMINHO DA EQUIPE
MULTIDISCIPLINAR EM CUIDADOS PALIATIVOS.
a
a
Graziella De Moura E Silva , Teresa Cristina Cardoso Fonseca , Fabia
a
a
Idalina Rodrigues Neves , Thais Barreto Santos , Valeria Falcao
b
Brandao
a SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE ITABUNA SCMI, Bahia, Brasil
b GACC, Bahia, Brasil
Introdução: Sendo o objetivo do tratamento qualidade de vida, a
aplicação prática dos cuidados paliativos, pressupõe a ação de uma
equipe multiprofissional, já que a proposta consiste em cuidar do
indivíduo em todos os aspectos: físico, mental, espiritual e
psicossocial. Requer complementação de saberes, partilha de
responsabilidades, onde demandas diferenciadas se resolvem em
conjunto. Objetivo: Com base nisso o estudo objetiva apresentar um
relato de experiência de como um grupo de estudo de caso e
discussões clínicas, formado por uma equipe multiprofissional onde a
atuação era voltada exclusivamente ao desenvolvimento das práticas
em oncologia pediátrica a nível ambulatorial, se ampliou para equipe
multi de cuidados paliativos. O grupo objetivava discussão de casos
clínicos, das demandas diárias, dos encaminhamentos e foi
gradativamente se transformando, devido a necessidade emergencial
de humanizar o processo hospitalar no cuidar integral e no facilitar a
vida do paciente e da família, e devido as solicitações destes em obter
apoio de uma equipe na qual já está familiarizada e confiante na
atuação. As ações nessa nova vertente, contaram também com o
voluntariado dando apoio social. Metodologia: Encontros semanais
estudou-se o novo papel de cada profissional com base em nossas
vivências e necessidades dos pacientes e criou-se o protocolo de
acompanhamento/óbito. Paralelamente o atendimento teve atenção
diferenciada no momento e no pós-óbito. Percebeu-se a emergência
no conhecimento das diferentes religiões para apoio completo ao
paciente e familiares, sendo importante um representante de cada
vertente religiosa para maiores esclarecimentos do significado,
simbolismo, ritos da morte, norteando a forma de apoio da equipe.
Etapa muito enriquecedora pois modificou o pensar, o reconhecer, o
construir e o fazer na conduta dos profissionais médicos, psicólogos,
dentistas, enfermeiros, nutricionistas, educadores, assistente social e
voluntariados, e conseguiu-se uma parceria de apoio com os
representantes religiosos. Conclusão: Houve ampliação de integração
e de assistência mais humanizada nos três ambientes de atuação- na
enfermaria oncológica, Ambulatório e Casa de Apoio- proporcionando
ao paciente e família prioridade de particularidades, tornando-os
sujeitos mais ativo de sua produção, mais acessíveis nas condutas e
intervenções, mais acolhidos em dores e temores, como consequência
mais perceptivos e com certeza de que foram assistidos da melhor
forma possível dentro dos cuidados paliativos.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: HUMANIZAÇÃO,
ESPIRITUALIDADE EM CUIDADOS PALIATIVOS
DIVERSIDADE
E
Teresa Cristina Cardoso Fonseca, Maria Guadalupe Dantas, Maria
Rita Prudente, Fabiola Mafia Meira, Danielle Leite Silva.
UNIVERSIDADE ESTADUAL SANTA CRUZ, Bahia, Brasil.
Introdução/Objetivo: Espiritualidade e a religiosidade são
fundamentais no cuidado paliativo dispensado aos pacientes e
familiares atendidos por uma instituição que atende crianças e
adolescentes em tratamento de doenças oncohematológicas. A
equipe multiprofissional realizou entrevistas e rodas de conversas
com líderes religiosos e pesquisadores, objetivando aprofundar o
conhecimento sobre a forma como cada religião encara a morte e
receber deles orientação sobre como lidar nessa situação. A
espiritualidade e a religiosidade têm recebido uma atenção especial
da área de saúde, uma vez que o envolvimento religioso ajuda os
pacientes e familiares a entenderem e enfrentarem o sofrimento.
Devem ser oferecidos cuidados humanizados, facilitando o
relacionamento com pessoas queridas e focando nas questões
existenciais que necessitam ser finalizadas. Metodologia: Os
Cuidados Paliativos ampliam a visão para o tratamento de pacientes
sem possibilidade de cura, amenizando os sintomas e aumentando a
qualidade de vida. Faz-se necessário uma equipe multiprofissional
apta a compreender todas as prioridades físicas, psicológicas e
espirituais, por isso foi realizada em 2014 uma abrangente escuta à
diversidade religiosa, através de entrevistas e rodas de conversas
com líderes religiosos e estudiosos sobre a temática religiosidade e
espiritualidade em cuidados paliativos. Ocorreram debates e
reflexões sobre os novos conhecimentos e foram acordados alguns
encaminhamentos e sugestões para a construção do “passo a passo”
a ser realizado no período em que os pacientes estiverem sem
possibilidade de cura. Resultados/Conclusão: Atendemos cerca de
60 famílias de pacientes que estiveram em cuidados paliativos,
adequando-nos aos aspectos éticos e religiosos no tratamento,
mantendo a comunicação com as demais crenças e religiões,
cultivando o conforto da paz de lidar com o momento do óbito.
Devido ao benefício da inserção da espiritualidade nos Cuidados
Paliativos, é necessário difundir a discussão de temas relacionados à
fé, humanização e morte. Mesmo com a construção do “passo a
passo”, dos procedimentos e organizações de cronogramas para
cada área, é perceptível que ainda são necessárias ações
continuadas de sensibilização à equipe para assim criarem
estratégias que aliviem o sofrimento espiritual dos envolvidos,
mantendo o diálogo estabelecido com os líderes religiosos que
foram fundamentais para que se pudesse construir novas
experiências e ações.
44
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TERAPIA COM 131I-MIBG EM PACIENTES PORTADORES
NEUROBLASTOMA ALTO RISCO EM CUIDADOS PALIATIVOS.
DE
ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY EM UMA CRIANÇA COM
NEUROBLASTOMA REFRATÁRIO
Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Erica Boldrini, Efrain Hernando Torres
Pinto, Juliana Lanza Neves, Miriam De Melo Melquíades, Ana Glenda
Santarosa Vieira, Rafael Balceiro, Luiz Fernando Lopes
Luciana Nascimento Costa, Rodolfo Batista De Souza Silva, Silvia
Menezes Costa, Edith Pimentel Cordeiro De Almeida, Luciana Nunes
Silva, Edilson Eduardo Celes Bispo.
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil.
HOSPITAL MARTGÃO GESTERIA, Bahia, Brasil.
Introdução: Neuroblastoma é o tumor sólido extracraniano mais
comum na infância. Mais da metade dos casos apresentam-se
metastático ao diagnóstico e apesar da intensificação da terapia
aproximadamente 60% destes iram recair e morrer da doença.
Metaiodobenzilguanidina (MIBG) é uma substância que tem afinidade
pelo tecido da crista neural. Quando marcado com 131 Iodo mostra
atividade contra neuroblastoma. A literatura mostra uma taxa de
resposta entre 10 e 50%, sem consenso quanto às indicações.
Objetivo: Descrever as características dos pacientes portadores de
neuroblastoma em cuidados paliativos que receberam terapia com
MIBG. Metodologia: No período de 2005 a 2015 todos os pacientes
pediátricos portadores de Neuroblastoma alto risco refratários ou em
progressão foram elegíveis para terapia com ¹³¹I-MIBG. Resultados:
Nos 10 anos avaliados 23 pacientes receberam terapia paliativa com
MIBG. A idade variou entre 1 e 11 anos, 13 eram do sexo feminino, 19
estadioIV e em 16 não há referência do nmyc. Seis pacientes
mostraram-se refratários ao primeiro esquema de quimioterapia e os
demais apresentaram progressão de doença, sendo que 14 pacientes
receberam mais de 3 esquemas quimioterápicos. Dezenove pacientes
tinham envolvimento de ossos e medula óssea no momento da
terapia. Oito pacientes receberam mais de 1 infusão de MIBG, até o
máximo de 4, com intervalo mínimo de 3 meses entre elas. A dose de
MIBG/kg não foi padronizada. Dois pacientes apresentaram vômitos
CTC grau 1, 4 pacientes apresentaram mielotoxicidade grau 3-4, sendo
que 1 necessitou internação devido quadro de neutropenia febril.
Nenhum apresentou hipertensão. Atualmente três desses pacientes
estão em remissão clínica completa (média de 7,8 anos de
seguimento), em uso contínuo de hormônio tireoidiano, 11 com
resposta parcial/doença estável (média de 13,6 anos de seguimento)
com melhora dos sintomas e da funcionalidade. Nove pacientes (39%)
evoluíram a óbito por progressão de doença (média de 193 dias após
a terapia). Chama atenção que 7 dos 9 pacientes que foram a óbito
tinham uma escala de funcionalidade de Lansky menor ou igual 70%
no momento da terapia. Conclusão: Com essa casuística não foi
possível definir um consenso quanto ao uso ótimo da terapia com
MIBG, porém as taxas de respostas e a baixa toxicidade sugerem que
essa terapia deve ser incorporada no cuidado paliativo do paciente
portador de Neuroblastoma alto risco.
Introdução: A úlcera terminal de Kennedy (UTK) é um achado pouco
descrito do processo de finitude de vida. De inicio repentino, a
deterioração do tecido acontece rapidamente, mesmo no decorrer
de um único dia. Tem um formato característico de pera, borboleta
ou ferradura com bordas irregulares com variação de cores que
incluem amarelo, vermelho, roxo ou preto conforme sua
progressão. Mais frequentemente acomete a região sacrococcígea.
Diferente da úlcera por pressão, a UTK não ocorre por fatores
extrínsecos, mas sim associada à hipoperfusão e isquemia da pele.
São alterações fisiológicas que acometem os mecanismos
homeostáticos do organismo e resultam do processo de morrer.
Objetivo: relatar o surgimento da UTK em um paciente com
diagnóstico de neuroblastoma refratário em cuidados paliativos e
revisão de literatura. Métodos: Trata-se de um relato de caso,
realizado através da revisão de prontuário e registro fotográfico.
Resultados: L.A.G.S, 12 anos, com diagnóstico de Neuroblastoma IV
refratário após múltiplos esquemas quimioterápicos, transplante de
medula óssea e radioterapia. Admitida na unidade, em cuidados
paliativos, com quadro de dispneia secundário à metástases
pulmonares e pneumonia, sendo necessário suporte de oxigênio e
antibioticoterapia. Evidenciado, durante a internação, uma lesão em
formato de borboleta amarelada em região sacra, que evoluiu
rapidamente com perda da integridade da pele, com coloração
predominantemente avermelhada, sendo realizado curativo
oclusivo com ácidos graxos essenciais (AGE). Após tratamento do
quadro infeccioso, recebeu alta com suporte de oxigênio em
domicílio, mantendo acompanhamento ambulatorial semanal.
Evoluiu com perda de status progressivo, com incapacidade para o
autocuidado, redução da ingesta e sonolência progressiva.
Apresentou progressão do tamanho da ferida, evoluindo com
tonalidade enegrecida, com secreção sero-sanguinolenta.
Introduzido Hidrogel com alginato para desbridamento
autolítico. Realizado registro fotográfico das lesões. Conclusões: A
UTK é uma lesão de aparecimento rápido, que ocorre como parte do
processo de morrer, sendo um sinal de falência da pele. É um
desafio para toda equipe multiprofissional que precisa dar suporte
ao paciente e sua família num momento tão delicado. Apesar de
todo arsenal terapêutico atual, trata-se de uma úlcera com pouca
perspectiva de melhora, porém a equipe pode minimizar o
sofrimento gerado por ela.
45
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DIAGNÓSTICO PRECOCE
USO DE CICLOFOSFAMIDA E TOPOTECANO ORAL COMO
QUIMIOTERAPIA PALIATIVA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UM
ESTUDO RETROSPECTIVO DE 10 ANOS
Marcela Dias Dias Lopes Martins, Sima Esther Ferman, Fernanda
Ferreira Da Silva Lima, Lícia Portela, Arissa Ikeda Suzuki, Debora De
Wylson F. Gomes De Mattos.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: Apesar dos avanços no tratamento do câncer infantojuvenil, uma porcentagem dos pacientes ainda evolui com tumores
refratários, cursando com doença fora de possibilidade de cura. Há
uma preocupação crescente em melhorar a qualidade de vida e
minimizar o sofrimento desses pacientes (pts). A quimioterapia oral
paliativa tem por objetivo auxiliar no controle de sintomas. Objetivo:
Avaliar a tolerância e toxicidade da quimioterapia paliativa com
Ciclofosfamida e Topotecano oral, em pacientes pediátricos com
tumores sólidos recorrentes ou refratários ao tratamento curativo de
primeira e segunda linha. Metodologia: A análise retrospectiva de 56
pts com idade de 1 a 18 anos, que apresentavam tumores sólidos
recorrentes ou refratários ao tratamento curativo de primeira e
segunda linha, no período de janeiro/2006 a julho/2016. O esquema
de quimioterapia oral constituiu de Ciclofosfamida 50mg/m2/dia e
Topotecano 0,8mg/m2/dia por via oral, por 14 dias, com intervalo de
14 dias. As toxicidades foram classificadas conforme o Common
terminology Criterea for Adverse Events (CTC AE Versão 3.0)
Resultados: A distribuição por sexo M:F= 34:22, os tumores mais
frequentes foram, osteossarcoma n=20 (34,5%), neuroblastoma n=10
(17,2%) e rabdomiossarcoma n=6 (10,3%) pts. A mediana de ciclos
realizados foram 4, variando de 1 a !6 ciclos. O tempo médio do
tratamento foi de 6 meses. Não foi relatado recusa a ingestão da
medicação ou abandono por nenhum paciente. As maiores queixas
gastrointestinais foram náuseas e diarreia, com graus baixos de
toxicidade sendo visto em um paciente grau 4, levando a retirada do
estudo. A principal toxicidade observada foi hematológica, sendo a
anemia n=14 26% pts apresentaram grau 4 de toxicidade, com
necessidade de hemotransfusão. Seguido por plaquetopenia com
n=13 23% grau 3 e 4. Conclusão: O esquema de quimioterapia
paliativa com Ciclofosfamida e Topotecano oral, teve boa aceitação e
tolerância, permitiu tratamento domiciliar proporcionando idas
menos frequentes ao hospital e maior convívio com seus familiares.
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER INFANTIL:
RELATO DE CASO
a
b,c
Viviane Junqueira , Alayde Vieira Wanderley , Laudreisa Costa
c
Pantoja
a INSTITUTO RONALD MCDONALD, Rio de Janeiro, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA, Pará, Brasil
c SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE PÚBLICA DO PARÁ, Pará, Brasil
Introdução: Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o
câncer já representa a primeira causa de morte (7% do total) por
doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Considerando
que a forma mais efetiva de vencer o câncer infanto-juvenil é a
detecção da doença em estágios iniciais, uma organização sem fins
lucrativos desenvolveu o Programa Diagnóstico Precoce. Objetivo:
Capacitar profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) e
pediatras do Sistema Único de Saúde (SUS), para que possam
suspeitar de sinais e sintomas do câncer e realizar o
encaminhamento mais ágil aos serviços especializados, reduzindo o
tempo entre o aparecimento dos sintomas e o diagnóstico,
aumentando assim, sensivelmente, a expectativa de cura dos
pacientes. Metodologia: A capacitação é presencial e inclui temas
como Sinais e Sintomas de Suspeição, a ESF e os cuidados
necessários para a atenção à saúde da criança com câncer, dentre
outros. Além das aulas, os profissionais recebem o livro “Diagnóstico
Precoce do Câncer em Crianças e Adolescentes” para consulta dos
temas abordados na capacitação. A publicação foi elaborada em
parceria com a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica
(SOBOPE) e o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Resultados E
Conclusão: Os projetos aprovados são executados através de
parcerias com instituições de apoio. Um deles foi realizado na
cidade de Santarém, localizada a aproximadamente 800 km da
capital. Um dos resultados do projeto foi evidenciado pela adesão
dos profissionais de saúde da região e o conhecimento adquirido
por eles. Durante os 10 meses de realização do projeto, foram
capacitados 462 profissionais e todos eles realizaram pré e póstestes sobre conhecimento de sinais e sintomas de câncer em
crianças e adolescentes. Na experiência do município de Santarém,
um dos indicadores de sucesso foi a média de acertos dos Agentes
Comunitários de Saúde, que passou de 54% (pré-teste) para 81%
(pós-teste). Além da adesão e desempenho dos participantes, os
resultados práticos do Programa demonstraram que houve um
aumento significativo do número de casos confirmados no
ambulatório de oncologia pediátrica do Hospital de referência da
região. Antes da capacitação, em março de 2013, 4 casos novos
foram registrados. Em agosto de 2013, no início da implantação do
Programa, foram identificados 10 casos novos; já em agosto de 2014
foram registrados 40 casos novos, ou seja, de março de 2013 a
agosto de 2014 houve um aumento de 900% no número de casos
novos.
46
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ANALISE DE ESTADIAMENTO EM CRIANÇA E ADOLESCENTES EM
HOSPITAL DE REFERÊNCIA
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E A CAPACITAÇÃO SOBRE CÂNCER
INFANTOJUVENIL: UM CAMINHO DE POSSIBILIDADES
Carmem Mendonça Fiori, Aline Carla Rosa.
Jocastra Bispo De Santana , Vera Lucia Lins De Morais , Mariana
b
a
Boulitreau Siqueira Campos Barros , Magaly Bushatsky , Raul
a
a
Antonio Morais Melo , Magdala De Araújo Novaes , Deise
a
b
Francemoraes Araújo Ferreira , Kayse Mariano Santos Silva , Mirella
a
a
De Souza Barbosa , Paula Rejane Beserra Diniz , Leidiane Francis De
a
a
Araújo Costa , Jabiael Carneiro Da Silva Filho , Débora Rafaelly Da
b
Silva Vicente .
HOSPITAL DO CANCER DE CASCAVEL –UOPECCAN, Paraná, Brasil.
Introdução: O câncer infanto-juvenil é uma doença rara, mas
representa a 2ª causa de morte na faixa de 05 a 19 anos. Por outro
lado, o índice de cura chega a 70% se diagnosticado precocemente. A
detecção do câncer em estádios mais localizados reduz
consideravelmente as complicações agudas e tardias do tratamento,
além de contribuir para maior percentagem de cura. Este estudo foi
realizado com o objetivo de conhecer o grau de comprometimento
tumoral em que chegam as crianças e adolescentes com câncer ao
centro de referência no diagnóstico e tratamento do câncer infanto
juvenil. Objetivo: Avaliar o grau de comprometimento tumoral em
crianças e adolescentes com câncer. Metodologia: Foram avaliados
retrospectivamente prontuários médicos em menores de 19 anos de
idade atendidos no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2015,
em um hospital de referência no diagnóstico e tratamento do câncer
infanto-juvenil. Foram considerados critérios de Baixo Risco(BR) (
estadio I e II ) e Alto Risco(AR) (estadio III e IV) para os tumores
sólidos. As leucemias seguiram os critérios de Baixo Risco e Alto Risco,
de acordo com a idade e leucometria ao diagnóstico, sendo AR < 12
meses e > 10 anos, e leucometria >50.000/mm3. Resultados: Foram
atendidos 416 pacientes no período de 2007 a 2015, desses 230 (
55%) foram considerados de Alto Risco e 186( 45%) de Baixo Risco.
Houve um predomínio do Alto Risco sobre o Baixo Risco por ano, de
2009 a 2013, e em 2014 e 2015, um predomínio do Baixo Risco sobre
o Alto Risco. Comentários: A análise preliminar dos dados nos permite
observar , que crianças e adolescentes com câncer apresentavam
doença considerada de Alto Risco, chegando ao centro de referência
com doença avançada ao diagnóstico. A partir de 2014, houve
mudança onde crianças e adolescentes com doença localizada
passou a predominar nessa população. A partir de 2008, o Hospital
de referência, em parceria com instituições não governamental, vem
capacitando profissionais de Saúde da Família e Pediatras dos
municípios para suspeição do câncer em crianças e adolescentes. É
possível que essa mudança dos parâmetros entre doença de Baixo
Risco maior do que doença de Alto Risco a partir de 2014, possa estar
relacionada as atividades de capacitação em decorrência do programa
Diagnóstico Precoce desenvolvido na região desde 2008.
a
a
a UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE, Pernambuco,
Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE /CAV,
Pernambuco, Brasil
Introdução: Para o biênio 2016/2017 o INCA estima que ocorrerão
cerca de 12.600 novos casos de câncer no grupo infanto-juvenil por
ano. O câncer representa a primeira causa de óbito por doença na
população de 1 a 19 anos, configurando-se como importante em
impacto epidemiológico. Sendo atenção primária a principal porta
de entrada do sistema de saúde é relevante que os profissionais
estejam aptos a reconhecer e atender as demandas desse grupo.
Objetivo: Descrever o conhecimento dos profissionais da atenção
primária à saúde sobre os sinais e sintomas para suspeição precoce
do câncer infanto-juvenil. Metodologia: Trata-se de uma
intervenção comunitária, longitudinal, de abordagem quantitativa,
realizada a partir da análise dos resultados de pré-testes de curso
que foi realizado em 2015 e transmitido por web conferência com a
temática do câncer infanto-juvenil. O projeto foi cadastrado na
Plataforma Brasil sendo aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa
sob o número do CAAE 47801115.0.0000.5208. Resultados:
Participaram da pesquisa 402 (100%) profissionais, 82,79% (332) do
sexo feminino e a média de anos atuando na atenção primária foi de
11,3 anos e 45,27% (182) são agentes comunitários de saúde.
Quando questionados sobre a epidemiologia do câncer infantojuvenil no quadro de mortalidade 17,16% (69) responderam
corretamente sobre a incidência, referente aos sinais e sintomas
sugestivos de neoplasias 10,18% (40,9) dos profissionais não
conseguiram associar corretamente. Sobre o calendário vacinal do
grupo infanto-juvenil 24,88% (100) dos profissionais responderam
que crianças e adolescentes em tratamento oncológico podem ser
imunizadas com vacinas de vírus vivos. Conclusão: Diante deste
cenário, a capacitação de profissionais da atenção primária à
saúde através da web conferencia pode ser importante ferramenta
para o diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil como também
para assistência em todos os níveis de atenção à saúde.
47
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PROGRAMA DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL
Carmem Mendonça Fiori, Aline Carla Rosa, Cleide G Santos, Simone C
Buettner, Maria Ines Aa Melo, Francine D Neves.
HOSPITAL DO CANCER DE CASCAVEL –UOPECCAN, Paraná, Brasil.
Introdução: O câncer infanto-juvenil é uma doença rara, mas
representa a 2ª causa de morte na faixa de 05 a 19 anos. Por outro
lado, o índice de cura chega a 70% se diagnosticado precocemente. O
Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infanto-Juvenil, esta
capacitando profissionais de Saúde da Família e Pediatras dos
municípios para suspeição do câncer em crianças e adolescentes
desde 2008. Objetivo: Capacitar profissionais do Programa de Saúde
da Família e Pediatras para reconhecer os principais sinais e sintomas
do câncer infanto-juvenil, e encaminhar precocemente um caso
suspeito, reduzindo o tempo entre o aparecimento dos sinais e o
diagnóstico da doença. Metodologia: Foram capacitados os
profissionais de 22 municípios: no período de abril/2008 a
junho/2016. Estes profissionais receberam informações básicas
relacionadas a vários temas (Política Nacional de Atenção Oncológica;
Epidemiologia do Câncer Infanto-Juvenil; Os sinais e sintomas de
suspeição; A importância do Saúde da Família no contexto do câncer
infanto-juvenil; Os cuidados necessários para a atenção à criança e ao
adolescente com câncer; A organização do sistema de referência e
contra referência). As turmas eram compostas de 40 profissionais das
diversas áreas. Carga horária de 16 horas/curso/turma. Resultados:
Foram capacitados 1663 profissionais: 115 Médicos, 176
Enfermeiros, 274 Técnicos / Auxiliares de Enfermagem, 767 Agentes
Comunitários de Saúde (ACS), 154 profissionais de nível superior, 177
profissionais de nível técnico ou auxiliar. Comentários: A formação
desses profissionais no reconhecimento dos sinais e sintomas do
câncer em crianças e adolescentes, ajudará em reduzir o tempo entre
a suspeita de câncer, o diagnóstico e início do tratamento e isso
certamente vai contribuir para o aumento das expectativas de cura
dessa doença em nossa região.
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER INFANTOJUVENIL
a
NO
b
Jocastra Bispo De Santana , Vera Lucia Lins De Morais , Mariana
a
b
Boulitreau Siqueira Campos Barros , Magaly Bushatsky , Raul
b
a
Antonio Morais Melo , Magdala De Araújo Novaes , Deise
a
c
Francemoraes Araújo Ferreira , Kayse Mariano Santos Silva , Mirella
b
a
De Souza Barbosa , Paula Rejane Beserra Diniz , Leidiane Francis De
a
b
Araújo Costa , Jabiael Carneiro Da Silva Filho , Débora Rafaelly Da
c
Silva Vicente .
a UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE, Pernambuco,
Brasil
b UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE, Pernambuco, Brasil
c
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE /CAV
Pernambuco, Brasil
Introdução: O câncer infanto-juvenil, apesar de raro, é a primeira
causa de morte por doença na faixa etária de 1 a 19 anos. A grande
dificuldade na detecção precoce é devido aos sinais e sintomas
inespecíficos que se assemelham às de doenças comuns na infância.
Dessa forma, a telessaúde, tem sido aplicada como Tecnologia de
Informação e Comunicação para oferecer serviços e subsídios para
cuidados em saúde à distância, e poder contribuir de forma
significativa na capacitação dos profissionais da atenção primária
para a suspeição dessas neoplasias. Objetivo: Avaliar o impacto do
curso “Fique Atento: Pode ser Câncer! A Telessaúde como
Ferramenta da Suspeição Precoce do Câncer Infanto-juvenil” para os
profissionais da atenção primária à saúde. Metodologia: Trata-se de
uma intervenção comunitária, longitudinal, de abordagem
quantitativa, realizada a partir da análise dos resultados de pré e
pós-testes do curso intitulado “Fique atento: Pode ser câncer!”
realizado em 2015 e transmitido por web conferência. O projeto foi
cadastrado na Plataforma Brasil sendo aprovado por Comitê de Ética
em Pesquisa sob o número do CAAE 47801115.0.0000.5208.
Resultados: Participaram da pesquisa 309 profissionais da Atenção
Primária à Saúde, com média de trabalho nesta área de 11,3 anos,
com desvio padrão de 4,8 anos. Desses, 79,6% (246)
não participaram de capacitação nessa temática. Após o curso foi
possível identificar que os profissionais foram capazes de responder
corretamente as questões sobre incidência (p < 0,001), sinais e
sintomas (p < 0,001), fatores associados (p < 0,001) e rede de
referência e contra referência das neoplasias na infância e
adolescência (p < 0,001). Sendo verificado que o curso oferecido
teve impacto positivo no conhecimento dos profissionais da Atenção
Primária à Saúde sobre o câncer infanto-juvenil. Conclusão: A
telessaúde mostra-se uma mola propulsora na capacitação dos
profissionais, contribuindo, assim para uma qualificação nos
encaminhamentos na perspectiva de diagnósticos mais breves,
melhores prognósticos, e consequentemente no aumento de
chances de cura e sobrevida de crianças e adolescentes.
48
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EFEITOS TARDIOS
CÂNCER DE BOCA APÓS TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO
HEMATOPOIÉTICAS EM PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASO
CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE DE GLÂNDULA PARÓTIDA APÓS
TRATAMENTO DE LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA: RELATO DE CASO
Camila Carrillo, Juliana Castilho Chavez Rojz, Victor Gottardello
Zecchin.
Luciana Dos Santos Domingues, Ana Virginia Lopes De Sousa, Vivian
Siqueira Tostes, Flavio Augusto Vercillo Luisi, Thamires Blois, Maria
Lucia De Martino Lee, Maria Teresa De Seixas Alves.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Indivíduos submetidos ao transplante de células tronco
hematopoiéticas (TCTH) apresentam risco significante para tumores
sólidos secundários inclusive na cavidade oral. Doença do enxerto
versus hospedeiro (DECH) e imunossupressão prolongada são
considerados fatores de risco significantes. Objetivo: Descrever um
caso clínico de uma paciente jovem que apresentou neoplasia maligna
em cavidade oral nove anos após TCTH. Relato De Caso: Paciente de
12 anos de idade compareceu ao consultório odontológico com queixa
de trauma recorrente há 1 mês em língua com aparecimento de uma
“bolinha”. Foi diagnosticada com Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)
há 12 anos (2004), em que foi submetida a quimioterapia (Protocolo
GBTLI 99). Apresentou recidiva medular isolada (2007) com posterior
realização de TCTH alogênico aparentado (condicionamento com
bussolfano e ciclofosfamida). Nova recidiva foi constatada
(ganglionar/2011) e tratada com nova quimioterapia (Protocolo St.
Jude’s). Realizou o segundo TCTH alogênico aparentado em abril/2012
(total body irridiation e ciclofosfamida). Desenvolveu DECH em olho e
cavidade oral diagnosticadas em agosto/2013. Ao exame clínico
odontológico, constatou-se lesão exofítica de aproximadamente 1cm
em borda lateral de língua do lado direito. Foi realizado
arredondamento de bordas constantes dos dentes para minimizar
trauma local, programação de biópsia para remoção de lesão e análise
anatomopatológica. As hipóteses diagnósticas foram: granulona
piogênico e carcinoma espinocelular. Em poucos dias pelo contínuo
trauma local houve crescimento significante da lesão
(aproximadamente 2cm). Foi realizado biópsia excisional sem
intercorrências. A peça foi enviada para análise anatomopatológica. O
resultado foi carcinoma espinocelular bem diferenciado. Paciente foi
submetida à pelveglossectomia a direita com esvaziamento ganglionar
cervical com ausência de neoplasias em margens cirúrgicas e em
linfonodos. Não foi necessário a realização de radioterapia e/ou
quimioterapia. Conclusão: Esse caso ressalta a susceptibilidade dos
pacientes submetidos ao TCTH ao desenvolvimento de neoplasias
malignas secundárias em cavidade oral, principalmente aqueles com
DECH. Desta forma, recomendamos cuidadoso acompanhamento
odontológico a longo prazo para essa população.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: A incidência de segundas neoplasias é provavelmente
um dos eventos tardios mais devastadores em uma criança curada
de leucemia linfoide aguda (LLA). Sua incidência diminuiu com os
protocolos terapêuticos contemporâneos, sobretudo pela redução
na indicação da radioterapia (RXT) em sistema nervoso central.
Entretanto, a ocorrência de carcinoma mucoepidermóide de
glândulas salivares, apesar de raro, ainda pode ocorrer como
neoplasia secundária, principalmente nos esquemas que ainda
incluem a RXT craniana. Esse tumor apresenta bom prognóstico com
tratamento cirúrgico, sendo a radioterapia controversa, indicada
somente em lesões de alto grau com metástases ou resseções
incompletas. Objetivo: Relato de caso de paciente de 12 anos de
idade, com carcinoma mucoepidermóide de parótida após 22 meses
do término de tratamento de LLA B derivada. Relato de caso:
Masculino, 12 anos, portador de LLA de precursor B, classificado e
tratado como alto risco respondedor lento, de acordo com
protocolo GBTLI LLA 2009. Recebeu radioterapia craniana
profilática, na dose de 12 cGy. Após 1 ano e 10 meses fora de
tratamento, paciente evoluiu com quadro de adenomegalia,
volumosa, no ângulo mandibular à esquerda, indolor, pétrea, com
aumento progressivo e indolente. Realizou ressonância nuclear
magnética de crânio e pescoço com formação solido cística, junto à
face lateral da parótida esquerda com alto sinal de STIR e realce
periférico após a injeção de contraste medindo 3x1,4x2,1cm.
Realizada biópsia da lesão com achado de carcinoma
mucoepidermóide de parótida de baixo grau. Ausência de
metástases à distância no estadiamento oncológico complementar.
Realizada parotidectomia total sem lesão do nervo facial, com
linfadenectomia cervical nível IIA esquerda, sem infiltração
linfonodal. Mantem-se em remissão clínica completa após 10 meses
da segunda neoplasia. Conclusão: O aumento da SG de crianças
tratadas de LLA reforça a importância do acompanhamento dos
possíveis efeitos adversos tardios associados à terapêutica, em
especial, segundas neoplasias com impacto na qualidade de vida e
risco de óbito.
49
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EFEITOS ADVERSOS TARDIOS RELACIONADOS AO TRATAMENTO DO
CÂNCER NA INFÂNCIA: ESTUDO DE CASO CONTROLE
HIPERPLASIA NODULAR FOCAL EM PACIENTE PÓS TRATAMENTO DE
RABDOMISSARCOMA DE BEXIGA
Annemeri Livinalli, Marcus Tolentino Silva, Luciane Cruz Lopes.
Angela Maria De Sousa Rocha, Patrick Rezende Godinho, Ticiana
Ester Meira, Kaline Maria Maciel Oliveira, Eduardo Just Costa E Silva.
UNIVERSIDADE DE SOROCABA, São Paulo, Brasil.
Introdução:
Crianças
e
adolescentes
sobreviventes
de
câncer apresentam efeitos adversos tardios relacionados ao
tratamento. Estudos que possam produzir dados de seguimento em
longo prazo, de populações de elevado risco, são essenciais para a
construção de evidência de recomendação. Objetivo: Identificar e
caracterizar efeitos adversos tardios em sobreviventes de câncer na
infância e adolescência submetidos a terapia antineoplásica
(quimioterapia e/ou radioterapia) e determinar os fatores preditivos
associados. Método: estudo caso-controle com pacientes recrutados
no período de 2010 a 2014. Os casos foram definidos como sendo
aqueles em que foi detectado o efeito adverso tardio na consulta ou
nos resultados de exames solicitados. Controles, foram pacientes
consecutivos que aderiram ao seguimento anual, recrutados pelo
mesmo método, da mesma população onde se identificaram os casos.
Todos os possíveis efeitos adversos tardios identificados foram
classificados em diferentes graus utilizando o Common Terminology
Criteria for Adverse Events versão 4.0. Para análise estatística utilizouse como medida de associação a razão de prevalência ajustada por
sexo e idade no início do seguimento por regressão logística e nível de
significância de p<0,05. Resultados: De 111 participantes
potencialmente elegíveis, 62 sobreviventes atenderam os critérios de
inclusão, sendo 17 (27,4%) deles com alterações em exames que
podem representar algum efeito tardio adverso. Destes casos, oito
(47%) apresentaram alteração no sistema endocrinometabólico, sete
(41,2%) no sistema cardiovascular, cinco (29,4%) no sistema
musculoesquelético, um (5,9%) nos sistemas auditivo e renal,
concomitantemente. Alteração em dois sistemas foi observado em
quatro (23,5%) participantes. A gravidade variou entre o grau 1 e 2. A
razão de prevalência para os fatores preditivos testados (sexo, idade,
etnia e terapia empregada) não foi significativa. Conclusão: Nesta
amostra, a frequência e gravidade dos efeitos adversos não são
diferentes entre os tratamentos empregados e nenhum fator
preditivo esteve associado ao risco de aparecimento de efeitos
adverso. Tal estudo contribui no que diz respeito à implantação do
serviço, efetividade da detecção precoce dos efeitos adversos tardios
e avaliação de gravidade. No Brasil não há relato publicado de
instituição que ofereça atendimento sistematizado nestes mesmos
moldes, a experiência de implantação da instituição pode servir de
modelo para outros.
INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO
FIGUEIRA-IMIP, Pernambuco, Brasil.
Introdução: O risco cumulativo de desenvolver uma segunda
neoplasia secundaria ao primeiro tratamento de câncer é de 1,7%
em 10 anos. Os efeitos citotóxicos da radioterapia e da
quimioterapia associados à predisposição genética pode estar
relacionada com a tumorigênese. A hiperplasia nodular focal é um
diagnóstico incomum em crianças, sendo frequentemente
encontrada por acaso. A etiologia destas lesões não está clara,
podendo estar relacionada a lesões vasculares induzidas por fatores
ambientais e a alguns quimioterápicos. Objetivo: Relatar caso de
paciente em controle de cura de Rabdomiossarcoma com nódulos
em fígado, evidenciados em tomografia de abdome realizada 6 anos
após tratamento. Método: Relato de caso com informações obtidas
por revisão do prontuário, assim como registro fotográfico dos
métodos
diagnósticos
realizados.
Resultados
e
Conclusão: Apresenta-se o caso de um paciente, 12 anos de idade,
assintomático, em acompanhamento de cura de Rabdomiosarcoma
(RMS) de bexiga tratado com protocolo POG 9151, radioterapia local
(dose 4500cGy) e cistectomia parcial + cistoplastia. Ultrassonografia
abdominal realizada 6 anos após final do tratamento evidenciando 3
formações nodulares, arredondadas no segmento IV do fígado com
hipótese diagnóstica de recaída do RMS ou 2ª neoplasia.
Prosseguida investigação com Ressonância nuclear de abdome
apresentando 5 formações nodulares com realce hipervascular nos
segmentos IV (1,7cm), VI (1,0cm), II (0,5Ccm), III (1,0cm)e VIII
(0,7cm). Submetido a biopsia das lesões hepáticas guiada por
ultrassonografia que evidenciou parênquima hepático bem
preservado incluindo espaços porta sem particularidades e ausência
de neoplasia. Diante do histórico clínico, da imagem e do
histopatológico, concluímos trata-se de hiperplasia nodular focal,
tendo em vista que quimioterápicos, especialmente agentes
alquilantes, doença venoclusiva e radioterapia podem ser
responsáveis pela injúria vascular. A conduta diante do caso é
expectante, com controle a longo prazo através de exame de
imagem.
50
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
INCIDÊNCIA E PERFIL DE EFEITOS ADVERSOS TARDIOS DECORRENTES
DO TRATAMENTO ONCOLOGICO EM SETOR DE ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA NO PERÍODO DE 2000 A 2016
Ramon Nunes Santos, Yassmin Fayad Khodr, Sonia Rossi Vianna, Jose
Roberto Niceto Rezende.
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - HSPE, São Paulo, Brasil
Introdução: Os avanços no tratamento do câncer na infância tem
resultado em um aumento de crianças curadas aumentando o numero
de adultos sobreviventes de câncer pediátrico. Sabe-se que o
diagnóstico e tratamento do câncer na faixa etária pediátrica trazem
implicações para a saúde e bem estar dos pacientes e a terapia do
câncer administrada durante períodos críticos de crescimento e
desenvolvimento torna o sobrevivente de câncer na infância
vulnerável a alterações físicas e emocionais, referidas como efeitos
tardios. Objetivo: Identificar a incidência e o perfil de efeitos adversos
tardios como consequência de tratamento oncológico em pacientes
pediátricos entre os anos de 2000 e 2016. Método: Levantamento dos
prontuários dos pacientes que iniciaram o tratamento a partir dos
anos 2000 com identificação da doença de base, protocolo de
tratamento e efeitos adversos tardios percebidos e relatados durante
o acompanhamento longitudinal destes pacientes no ambulatório de
oncologia pediátrica. Resultados: Foram levantados 115 pacientes,
com idades entre 7 meses e 18 anos, com predomínio para o sexo
masculino em uma relação de 1.8:1, que receberam tratamento
oncológico (quimioterapia, radioterapia ou cirurgia) a partir do ano
2000. Identificados e classificados os efeitos adversos tardios em
relação ao tipo de tratamento e respectivas evoluções.
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA APÓS TRATAMENTO PARA LINFOMA
NÃO- HODGKIN
Ana Paula De Oliveira Silva De Queiroz, Mara Albonei Dudeque
Pianovski, Leniza Costa Lima Lichtvan, Debora Silva Carmo, Tiago
Hessel Tormen, Mariana Parizotto Moraes, Mariane Farherr Caleffi.
HOSPITAL DE CÍNICAS – UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ UFPR, Paraná, Brasil
Introdução: O Linfoma Não Hodgkin (LNH) é um grupo heterogêneo
de doenças, com incidência estimada em 10 casos por milhão,
correspondendo a 7% dos tumores pediátricos. Embora nos últimos
30 anos a sobrevida livre de eventos em 5 anos tenha aumentado de
45% para 87% com o desenvolvimento da poliquimioterapia e
radioterapia, sabe-se que há um risco aumentado de
desenvolvimento de efeitos tardios secundários ao tratamento.
Entre eles, destacam-se as malignidades secundárias, tanto pelas
drogas utilizadas quanto pela exposição radioterápica. Objetivo:
Descrever um caso de Leucemia Linfoide Aguda desenvolvida após
tratamento para LNH atendido em um serviço de Oncologia
Pediátrica.
Metodologia:
revisão
de
prontuário
da
paciente. Resultados: Paciente feminina, branca, 6 anos de idade,
há 15 dias referia surgimento de massa supraclavicular esquerda,
endurecida. Ao exame apresentava massa supraclavicular esquerda,
de 4x4 cm, endurecida, aderida a planos profundos. Tomografia
também evidenciava lesões em rins e mastóides. Realizada biópsia
do linfonodo supraclavicular, com diagnóstico de Linfoma de Células
B de Alto Grau. Recebeu tratamento com o Protocolo do Grupo
Cooperativo Brasileiro para Tratamento do Linfoma Não Hodgkin da
Infância, células B, alto risco, e radioterapia em campos localizados.
Término do tratamento em março de 2014. Em fevereiro de 2015,
apresentou recidiva do LNH em pleura, recebendo terapia com o
protocolo R-ICE até junho de 2015. Em dezembro de 2015,
apresentou hiperleucocitose no sangue periférico com aspirado de
medula óssea compatível com leucemia linfoide aguda pré B
precoce. Citogenética evidenciou translocação (4;11) e trissomia do
cromossomo 21. Iniciado protocolo de tratamento do Grupo
Brasileiro de Tratamento das Leucemias da Infância - GBTLI LLA
2009, grupo de alto risco respondedor lento. Atualmente encontrase na Interfase. Conclusão: Os LNH de alto grau apresentam
evolução rápida e o tratamento precoce melhora a sobrevida global
destes pacientes. As desvantagens a longo prazo do uso de
quimioterapia são os riscos aumentados de infertilidade,
cardiotoxicidade, nefrotoxicidade e leucemogênese. Além disso,
nesse caso, soma-se o risco da radiação. As crianças pós-tratamento
para LNH, particularmente aquelas tratadas com radioterapia
torácica, devem ser cuidadosamente monitoradas quanto aos
efeitos tardios da quimioterapia, incluindo a possibilidade de
segunda neoplasia.
51
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA VARIANTE HIPOGRANULAR
SECUNDÁRIA A NEUROBLASTOMA IV PALIATIVO TRATADO COM
ETOPOSIDE ORAL
Rafael Balceiro, Miriam De Melo Melquíades, Ana Glenda Santarosa
Vieira, Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Efrain Hernando Torres Pinto,
Juliana Lanza Neves, Erica Boldrini, Luiz Fernando Lopes.
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
Introdução: O tratamento para Neuroblastoma avançado consiste de
altas doses de quimioterapia com ou sem terapia de resgate com
células-tronco. Uma opção para casos refratários é a administração de
etoposide oral. O desenvolvimento das leucemias relacionadas ao
tratamento, secundárias à exposição prévia a quimioterápicos, é um
evento raro mas bem descrito na literatura. Objetivos: Descrever um
caso de leucemia promielocítica aguda relacionada ao tratamento
(tLMA) em um paciente com Neuroblastoma estádio 4, que recebeu
Etoposide oral com intuito paliativo. Metodologia: Paciente de 11
anos, sexo feminino, portadora de Neuroblastoma estádio 4, tratada
segundo o protocolo CCG 3891, evoluindo com progressão de doença
após 5º ciclo. Trocado esquema terapêutico para Ciclofosfamida e
Topotecan, com nova progressão após 7 ciclos. Iniciado tratamento
com Etoposide oral 30mg/m² em dias alternados. Um ano após o uso
apresentava doença estável. Optado por suspender tratamento. Dois
meses após, procurou atendimento devido febre, sangramento
vaginal e tontura. Hemograma com anemia, plaquetopenia e
leucócitos de 108700, que posteriormente subiram para 170500.
Realizada investigação diagnóstica. Mielograma compatível com
Leucemia Mielóide Aguda FAB M3 variante hipogranular.
Imunofenótipo com blastos positivos para MPO, CD13, CD33, CD117,
CD2. Presença de t(15;17)(PML-RARa). Iniciado tratamento com ATRA.
Evoluiu para óbito durante a indução devido sangramento difuso de
SNC Resultados E Conclusão: A leucemia promielocítica aguda “de
novo” corresponde a cerca de 5 a 10% das LMA da infância.
Crescentes trabalhos vêm mostrando o desenvolvimento de leucemia
promielocítica aguda relacionada a tratamento de neoplasia prévia,
sobretudo tumores mamários e linfomas não-Hodgkin. Há também
relatos de casos pediátricos secundários ao uso de Etoposide para
neuroblastoma. A dose cumulativa de Etoposide utilizada era alta
(6.400 mg/m²) e o esquema prolongado. Embora a t-AML tenha se
desenvolvido após a terapia com Etoposídeo oral, a paciente tinha
recebido anteriormente altas doses de poliquimioterapia. A etiologia
de t-AML e mecanismo de leucemogênese são multifatoriais. Assim,
são necessários mais estudos sobre a associação precisa com
diferentes terapias. Etoposídeo oral continua a ser um agente
paliativo eficaz.
OSTEOPETROSE MALÍGNA: UMA DÉCADA APÓS TRANSPLANTE DE
MEDULA
Maria Luisa Borsato, Fabiola Saucedo Velarde, Izabella Campos
Oliveira, Maria Pizza, Paula Bruniera, Helena Marcelino Reis, Silvia
Luporini.
IRMANDADE SANTA CASA DE SÃO PAULO, São Paulo, Brasil
Introdução: A osteopetrose maligna é uma doença autossômica
recessiva que se caracteriza pela deficiência na reabsorção óssea
devido à disfunção dos osteoclastos. Com isto ocorre depósito de
material osteóide mineralizado, tornando os ossos opacos, densos e
escleróticos, obliterando os forames dos nervos cranianos e canal
medular, levando a cegueira e surdez, deformidades esqueléticas,
pancitopenia e consequente hematopoese extra medular. Objetivo:
Relatar a evolução de 2 pacientes portadores de osteopetrose
submetidos a TMO há mais de 10 anos. Material e Métodos: Caso 1:
HLDM, masculino, filho de pais não consanguíneos. Diagnóstico de
osteopetrose aos 6 meses na investigação de aumento de perímetro
cefálico, . Submetido TMO alogênico de irmão HLA compatível aos
11 meses de vida. Caso 2: SSC, feminino, diagnóstico de
osteopetrose ao nascimento, investigada por ter um irmão falecido
com a mesma doença e história de consanguinidade na família. Foi
submetida a TMO alogênico da mãe HLA compatível aos 7 meses de
idade. O condicionamento de ambos os transplantes foi realizado
com bussulfan (20 mg/kg) e ciclofosfamida (200 mg/kg) e a
profilaxia para DECH com ciclosporina e metotrexato. Resultados:
Uma década após, os pacientes evoluem bem, com adequado
desenvolvimento pondero-estatural, e neuropsicomotor. Ambos
apresentam redução de acuidade visual, porém compatível para
atividades da vida diária. Não apresentam déficits auditivos
aparentes. Apresentam melhora radiológica evidente, com
diminuição da densidade e da esclerose óssea. Discussão: O
transplante de medula óssea de doador HLA idêntico em pacientes
portadores de osteopetrose maligna tem sido usado com sucesso e
ainda é a melhor opção terapêutica pois restabelece a
hematopoese e a função monócito macrófago e promove a
reabsorção e remodelação óssea. O transplante deve ser indicado o
mais precocemente possível, antes do estabelecimento das lesões
neurológicas que uma vez instaladas são irreversíveis.
52
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PREOCUPAÇÕES E INCERTEZAS DE SOBREVIVENTES AO CÂNCER NA
INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA RELATIVAS À FERTILIDADE
PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES CURADOS
DE CÂNCER PEDIÁTRICO
Fabrine Aguilar Jardim, Luis Carlos Lopes-Junior, Eliane Tathch Neves,
Lucila Castanheira Nascimento, Regina Aparecida Garcia De Lima.
Gustavo Ribeiro Neves , Thiago Cardona Felipe , Marina Mayumi
b
b
a
Murazawa , Barbara Saragiotto , Ana Paula Pinto Baptista , Marcelo
b
Gil Cliquet .
ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO - EERP-USP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Após a conclusão do tratamento, os sobreviventes ao
câncer estão suscetíveis a diversos sintomas, referidos muitas vezes
como efeitos a longo prazo e/ou tardios. Dentre os efeitos tardios,
encontra-se a infertilidade, que, nos sobreviventes mais jovens,
poderá afetar a sua qualidade de vida. Objetivo: Conhecer as
preocupações e incertezas de adolescentes e adultos jovens
sobreviventes ao câncer infanto-juvenil no que diz respeito à
fertilidade. Metodologia: Estudo de natureza descritiva e exploratória,
com análise qualitativa de dados. Participaram 24 adolescentes e
adultos jovens, com idade entre 18 e 24 anos, sobreviventes ao câncer
na infância e adolescência, em acompanhamento em ambulatório de
um hospital-escola do interior paulista. Foi utilizada a entrevista como
técnica de coleta de dados, e a sua análise ocorreu de acordo com os
pressupostos da análise de conteúdo do tipo temática indutiva.
Resultados e Conclusão: Os dados empíricos embasaram a construção
de duas unidades de sentido: “Sobrevivendo ao câncer”, relacionada
aos aspectos biológicos, sociais, subjetivos e afetivos, representativos
para os participantes que sobreviveram ao câncer infanto-juvenil e
vivenciaram o processo de transferência para o Ambulatório de
Curados, bem como a convivência com possíveis efeitos tardios do
tratamento. Já a segunda, “Falando da condição reprodutiva”, ilustra
os aspectos dos dados empíricos relacionados com a condição
reprodutiva dos participantes. Observamos que os sobreviventes
convivem com a incerteza de poderem ou não ter filhos. Para os
sobreviventes, os riscos de infertilidade são, muitas vezes, deixados à
deriva, em comparação ao urgente desejo de sobreviver ao câncer,
enfatizando a autopercepção de que o mais importante é estar vivo. A
partir dos resultados desta pesquisa, esperamos fornecer subsídios
para a produção de cuidados em saúde que atendam às reais
necessidades
desta
clientela,
que
tem
demandas
de
acompanhamento de longo prazo.
a
b
a HOSPITAL GPACI-SOROCABA, São Paulo, Brasil
b PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SÃO PAULO, São Paulo,
Brasil
Introdução: O Câncer atinge cerca de doze mil crianças por ano no
Brasil. Crianças e adolescentes tratadas submetidas ao tratamento
oncológico tendem a desenvolver a síndrome metabólica devido a
alterações que os radioterápicos e quimioterápicos propiciam. Essas
disfunções acometem os tecidos: adiposo, osteomuscular,
endotelial; o trato gastrointestinal e o fígado. Objetivos: Analisar a
prevalência de síndrome metabólica em crianças curadas de câncer
e comparar as variáveis estudadas. Materiais e Métodos: Avaliamos
trinta e oito pacientes, fora de terapia há cinco anos. Foram
investigadas variáveis como: glicemia, pressão arterial,
circunferência abdominal, HDL, triglicerídeos, tipo de câncer, tipo de
tratamento e histórico familiar. Como grupo controle, foram
utilizados 20 irmãos dos pacientes analisados sob os mesmos
parâmetros. Resultados: Sobreviventes tiveram maior chance de
desenvolver síndrome metabólica (RR 2,1 Mid-p 0,27). Tanto no
grupo controle quanto no grupo de curados, o HDL foi o índice que
teve mais alterações, estando abaixo ou igual a 45mg/dL em 46%
dos voluntários. Comparando o grupo estudado com o grupo
controle, a circunferência abdominal foi o fator de maior relevância
(RR 5,2 Mid-p 0,02). Discussão: Contrastamos a prevalência de
síndrome metabólica encontrada nos curados de câncer tanto com
seus irmãos quanto com crianças e adolescentes dos Estados Unidos
da América. Em ambas as comparações, a prevalência no grupo
estudado foi maior, o que é semelhante a outras pesquisas
realizadas. Conclusão: A circunferência abdominal foi o fator que
apresentou significância estatística e maior risco de acometer os
sobreviventes de câncer infantil. Diferentemente de outros estudos,
os outros índices não tiveram significância estatística,
provavelmente pelo tamanho da amostra. Palavras-Chave: Câncer
infantil, Síndrome metabólica, Glicemia, HDL, Quimioterapia,
Radioterapia.
53
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ENFERMAGEM
RELATO DE CASO DE LLA DE CÉLULAS T COM HISTÓRICO DE
ASTROCITOMA PILOCITICO
a
b
Laudreisa Costa Pantoja , Iris De Barros Vaz Teixeira , Iracildo Alves
b
b
b
Lopes , Felipe Budelon Albuquerque , Mateus De Sá Rêgo , Diego
b
Garcia Viana .
a UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA, Pará, Brasil
b UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - UEPA, Pará, Brasil
Introdução: Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência
são as leucemias, os do sistema nervoso central (SNC) e linfomas. O
acometimento de duas dessas neoplasias em um mesmo paciente,
desperta interesse para melhor investigação quanto as primeiras
manifestações, evolução, tratamento, bem como uma possível
correlação entre suas etiologias, uma vez que podem cursar desde
fatores ambientais a genéticos. Objetivo: Relatar caso de Leucemia
Linfoide Aguda (LLA) com histórico de Astrocitoma Pilocítico grau I e
possível relação entre ambos os tumores. Metodologia: Pesquisa de
campo de cunho qualitativo-descritivo por meio de um relato de caso,
com abordagem retrospectiva e transversal. Descrição: Criança parda
de oito anos do sexo masculino, em acompanhamento ambulatorial
devido histórico de tumor retro orbitário ressecado parcialmente, face
diagnóstico de astrocitoma pinocítico grau 1. apresentou lesão
expansiva sólida na região retro orbitária, intraconal a esquerda, com
espessamento mucoso do seio maxilar esquerdo e linfadenopatia na
região supraclavicular, paratraqueal e mediastinal ocasionando
deslocamento de traqueia achado possivelmente relacionado a
linfoma. Após diagnóstico de LLA de células T, passou ao tratamento
quimioterápico estando até o momento no terceiro ciclo, com
remissão morfológica da leucemia aguda. Resultados e Conclusão: As
Leucemias as mais prevalentes em crianças são as LLA. Distúrbios
neoplásicos de linfoblastos imaturos comprometido com a linhagem B
ou T. Apesar da origem pouco esclarecida, a maioria dos pacientes
apresenta um cariótipo anormal ou no número ou na estrutura
cromossômica. A respeito do SNC, os gliomas são as neoplasias mais
frequentes, perfazendo mais da metade desses tumores. São
originados de mutações no cromossomo 2 no gene IDH1
correlacionado com mutações da TP53. No referido caso o diagnóstico
de LLA de células T foi estabelecido, que posteriormente apresentou
remissão morfológica, o que traz a luz pra discussão de maior
profundidade uma vez que existe relação de leucometria com massa
mediastínica e possível envolvimento do SNC anteriormente.
ACOMPANHAMENTO DE EXTRAVASAMENTOS DE DROGAS
ANTINEOPLÁSICAS NOS PACIENTES EM TRATAMENTO EM UMA
UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIATRICA
Taciana Maria Monteiro Aguiar, Mayra Renata De Lima Canuto,
Alessandra Lamenha Feitosa Sampaio, Emilia Manuelapinheiro Lima,
Emerson Cunha De Oliveira, Luana Novais Bomfim, Amanda Katielly
Firmino Da Silva Aguiar.
UNIMED-MACEIÓ, Alagoas, Brasil
Introdução: Com o advento de infusão de drogas antineoplásicas na
infância, a possibilidade de eventos adversos como extravasamentos
de drogas torna relevante este segmento. Objetivo: Descrever a
implantação do acompanhamento dos pacientes acometidos por
extravasamento de droga antineoplásica e evidenciar como este
ferramenta possibilitar uma sistemática do cuidado de forma segura
e humanizada. Metodologia: Foi criado em abril/ 2015 um
formulário de acompanhamento dos casos de extravasamento de
drogas antineoplásicas para os pacientes adultos e pediátricos em
tratamento quimioterápico, devido ao alto risco de
extravasamento, por constatar que 95% dos pacientes realizam
quimioterapia por via endovenosa, e por ser detectado a
possibilidade do risco é percebida a importância de prevenir este
dano. Ao realizar o preenchimento do formulário é prestado
acompanhamento criterioso de avaliação desta lesão, bem como e
fornecidos dados para o acompanhamento dos indicadores
assistenciais. Resultados: Nestes períodos 50 pacientes adultos e
pediátricos média/mês foram submetidos ao tratamento com
drogas antineoplásicas por via endovenosa, destes uma criança,
sofreu extravasamento por via periférica e foi assistido e
acompanhado sistematicamente pela equipe multidisciplinar de
forma efetiva. Este acompanhamento foi realizado através de
agendamento de consulta e ligações telefônicas, tendo o paciente
evoluído favoravelmente. Conclusão: Após a sistemática implantada
foram evitadas complicações e sequelas, assegurando segurança e
humanização no cuidado, qualificando a assistência prestada.
54
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO: O CUIDADO
CENTRADO NO ENFERMEIRO
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM EXTRAVASAMENTO DE MEIO DE
CONTRASTE EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Marli Possebon, Jeniffer Lorenzi, Flavia Laroque, Juliana Feijó, Rosa
Rolim.
Ana Paula Passareli, Juliana Pepe Marinho, Gisele Peres Marques,
Karina Cássia Wohlers, Marinalva De S. Santana.
HOSPITAL MOINHOS DE VENTO, Rio Grande do Sul, Brasil
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O câncer é conhecido como uma doença crônica
degenerativa cujo crescimento desordenado de células invade tecidos
e órgãos que se dividem rapidamente. Estas tendem a ser agressivas e
incontroláveis determinando a formação de tumores malignos com
potencial para desenvolver metástases em diferentes órgãos do
corpo. O câncer infantil representa entre 1% a 3% de todos os
tumores malignos na maioria da população5. Na oncologia pediátrica
existem desafios no que diz respeito ao enfrentamento do problema
de forma integral. É necessário um gerenciamento flexível e criativo
do cuidado para minimizar o sofrimento e dificuldades que permeiam
o tratamento da criança com câncer. É importante que o enfermeiro
articule saberes e práticas, busque aperfeiçoamento em oncologia e
tenha habilidades para gerenciar o cuidado de enfermagem. Diante
deste contexto identificamos a necessidade de desenvolver uma nova
modalidade de ensino e aprendizagem da tradicionalmente utilizada,
buscando a interação entre o conhecimento teórico e a prática
assistencial. Desenvolvemos um treinamento realístico com estações
de ensino para simulação de técnicas e conhecimento no tratamento
da criança oncológica, abordando enfermeiros que atuam em unidade
de internação e unidade de tratamento intensivo pediátrico.
Metodologia: O cenário desta capacitação realística ocorreu em uma
instituição de saúde privada de grande porte na cidade de Porto
Alegre, RS. Foram 11 enfermeiros, divididos em quatro grupos e cada
participante teve a oportunidade de passar pelas três estações onde
foram desenvolvidas técnicas e rotinas assistências pertinentes aos
cuidados com pacientes oncológicos pediátricos. Resultados E
Conclusão: Foram estruturadas três estações que faziam parte do
cenário realístico, observou-se que os enfermeiros demonstraram
maior dificuldade nas seguintes técnicas: punção e manutenção do
cateter port-cath; condutas em caso de obstrução, extravasamento de
quimioterápico, reação anafilática, e transfusão de hemoderivados em
cateter PICC. Neste ciclo de treinamentos, foi possível identificar a
eficácia desta proposta de simulação realística, onde o participante
era abordado no momento em que estava cometendo alguma
inconformidade. A satisfação dos enfermeiros participantes foi
surpreendente, pois relataram estar envolvidos no cenário do
cotidiano, sendo uma excelente forma de aprendizado, pois os
mesmos serão os facilitadores visando a excelência no atendimento à
criança oncológica.
Introdução: O extravasamento de meios de contraste é uma das
complicações que podem ocorrer durante os exames por imagem
onde há a necessidade da administração do contraste via
intravenosa. É imprescindível que a equipe de enfermagem garanta
a segurança do paciente durante a realização de exames por
imagem com infusão de contraste. Objetivo: O objetivo deste
trabalho é descrever o protocolo institucional utilizado pelo Centro
de Diagnóstico por Imagem de um hospital especializado em
oncologia pediátrica. Metodologia: Trate-se de um trabalho
descritivo. Resultados e Conclusão: A primeira fase do protocolo é
realizada durante a admissão do paciente para a realização do
exame com contraste. Onde devem ser avaliados os fatores de risco
apresentados para o possível extravasamento, sendo eles: presença
de acesso venoso periférico com hiperemia, dor ou calor em local de
inserção e ou trajeto; presença de flebite; calibre do jelco não
compatível com a velocidade de infusão e viscosidade do meio de
contraste que será utilizado; tratamento crônico com o uso de
antibióticos e/ou medicamentos irritantes ou vesicantes; longo
período de internação; obesidade e edema; múltiplas punções;
paciente hipoativo, com rebaixamento de nível de consciência ou
inconsciente e paciente confuso, agitado ou não colaborativo. A
seguir, a segunda fase do protocolo ocorre durante a realização do
exame, onde cabe a equipe de enfermagem avaliar a
permeabilidade do acesso venoso em que será administrado o meio
de contraste com teste de fluxo e refluxo, e a compatibilidade do
calibre do jelco com a viscosidade do meio de contraste com a
velocidade de infusão necessária para a realização do exame. Em
casos de extravasamento, a conduta a ser realizada deve ser
interromper a administração do contraste, avaliar a lesão em
relação a volume extravasado, presença de dor, ardência, edema,
hiperemia, lesão bolhosa e calor local, perfusão e sensibilidade
distal. Após deve-se realizar compressa gelada no local por 20
minutos, com intervalo de 10 minutos entre as compressas na 1ª
hora do extravasamento e comunicar o radiologista responsável
pelo setor. É imprescindível realizar o acompanhamento da lesão
até a ausência de todos os sinais e sintomas. Portanto, por meio dos
Protocolos Institucionais é possível estabelecer condutas de
diagnóstico, avaliação e tratamento do extravasamento de meio de
contraste, garantindo a realização do exame com qualidade,
segurança e evitando múltiplas punções.
55
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO MANEJO DO CATETER HICKMAN EM
AMBULATÓRIO APÓS TCH
AUDITORIA DE ENFERMAGEM DAS NÃO CONFORMIDADES NA
ENFERMARIA DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Marli Possebon, Ana Paula Zanon Bampi, Daisy Da Silva Matos.
Melissa Ferreira De Macedo, Julieta Maria Ferreira Chacon,
Rosangela Maria Venuto Nunes, Marta Marina Teixeira Da Silva.
HOSPITAL MOINHOS DE VENTO, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: O cateter Hickman vem sendo a aposta mais segura para
acesso venoso central em pacientes submetidos ao transplante de
células-tronco hematopoiéticas (TCTH). O TCTH tem como finalidade
corrigir um defeito quantitativo ou qualitativo da medula óssea, sendo
utilizado no tratamento de doenças hematológicas malignas e não
malignas, imunodeficiência, erros inatos de metabolismo e tumores
sólidos. A literatura mostra que as complicações que levam à
necessidade de retirada do cateter de Hickman são de
aproximadamente 30%, sendo que as mais frequentes são: infecção,
migração do cateter e trombose. Objetivo: Relatar a experiência
vivenciada no Ambulatório de quimioterapia pediátrica de um grande
centro hospitalar, onde é realizado procedimentos em cateter
Hickman relacionado a curativo, heparinização das vias; coleta de
exames laboratoriais e quimioterapia dos pacientes submetidos pré e
pós TCTH. Método: Trata-se de um relato de experiência dos
procedimentos relacionados a manipulação de cateter Hickman, no
período englobado foi de 01/01/2015 a 30/09/2016. Resultado: No
período citado atendemos 03 pacientes pediátricos oriundos pré ou
pós TCTH, realizando 63 procedimentos relacionados à manipulação
direta de cateter Hickman. Conforme critérios padronizados pelo
hospital, a manutenção é realizada a cada 7 dias, a assepsia da pele
feita com gaze estéril umedecida com Clorexidine Alcoólica 0,5% e,
após a pele secar ao natural, usada cobertura transparente estéril,
marca OpSite IV 3000. Nas vias do cateter, após a desinfecção do hub,
são retirados 3ml de sangue e instilado, em turbilhonamento, 10ml de
Cloreto de Sódio 0,9%. Após é administrada solução de Heparina
100ui conforme prime do lúmen. Os pais e familiares são orientados
quanto à identificação e comunicação de possíveis sinais flogísticos.
Conclusão: Ao término desde período, não houve nenhum registro de
contaminação de cateter, ou mesmo sinal de colonização bacteriana
no sítio de inserção e entornos. Entre os achados nas evoluções dos
enfermeiros estão citados a hiperemia de inserção relacionada a
trauma mecânico da pele e hiperemia de ponto de fixação, sem
presença de secreção ou outras alterações relatadas. Conclui-se que o
enfermeiro desempenha papel fundamental no manejo das melhores
práticas assistências prestando assistência integralizada ao paciente
pediátrico submetido ao TCTH que possui este tipo de acesso venoso.
HOSPITAL DARCY VARGAS, São Paulo, Brasil
Introdução: A auditoria de enfermagem representa a função de
controle da avaliação sistemática da qualidade da assistência de
enfermagem prestada ao cliente pela análise das anotações dos
prontuários, garantindo justa cobrança e pagamento adequado.
Objetivo: Identificar as não conformidades (NC) e fornecer dados
para melhoria da qualidade do cuidado de enfermagem na
enfermaria de Oncologia do hospital Infantil de Administração
Direta no período de abril de 2015 a abril de 2016. Método:
Identificado às não conformidades da Sistematização da Assistência
de Enfermagem (SAE), plano piloto no período de janeiro/ março de
2015 por levantamento de problemas dos registros nos prontuários
após a alta ou óbito do paciente. Realizada no período de abril/2015
aula tutorial coletiva pela enfermeira auditora em parceria com a
educação permanente, confeccionados impressos específicos de
auditoria e fornecidas às orientações orais e escritas aos
profissionais de enfermagem com a implantação dos novos
impressos da SAE, e orientações das NC. Resultados: Foram
avaliados 316 prontuários. Realizado a frequência e média das não
conformidades por profissional do nível superior (NCPNS) e não
conformidades por profissional do nível médio (NCPNM). As NCPNM
da SAE mais frequentes foram: alta na anotação (310, 47%),
checagem da prescrição médica e de enfermagem (171, 26%),
anotação de enfermagem e controles (167, 25%), checagem e
anotações de procedimentos (13, 2%); e as NCPNS mais frequentes
foram: registro de evolução de enfermagem diária (311, 15%),
prescrição de enfermagem diária (307, 15%), evolução de
enfermagem/ condições clínicas do paciente e diagnóstico de
enfermagem (315, 15%), alta na evolução (308, 15%); exame físico
(274, 13%) e avaliação inicial (258, 12%). Conclusão: A média das
NCPNM durante 12 meses de estudo variou de 1% a 24% e NCPNS
variou de 20% a 24%. Necessita de aperfeiçoamento da qualidade
das estratégias de modo individualizado principalmente do nível
superior, para empoderamento do seu papel e consequentemente
melhorar a SAE e expandir para outras unidades da instituição.
56
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES HOSPITALIZADOS COM CÂNCER
a
a
Ana Carolina Andrade Biaggi Leite , Izabela Maria Lopes Nogueira ,
b
a
Michelle Darezzo Rodrigues Nunes , Lucila Castanheira Nascimento .
a ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO, São Paulo, Brasil
b FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: O tratamento do câncer gera um conjunto de sintomas e
mudanças de hábitos que estão associados à diminuição da qualidade
de vida. A qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) é um
indicador cujo principal objetivo é avaliar o quanto a doença e seus
sintomas interferem na vida diária do adoecido. Objetivo: Avaliar a
QVRS de crianças e adolescentes hospitalizados com diagnóstico de
câncer. Método: Estudo quantitativo, do tipo descritivo e transversal.
Realizado no setor de onco-hematologia de um hospital público do
interior de um estado. Aprovado pelo comitê de ética em pesquisa
com seres humanos da instituição proponente e coparticipante.
Foram incluídos crianças e adolescentes entre oito e dezoito anos
incompletos, de ambos os sexos, com diagnóstico de câncer, em
qualquer fase de tratamento no setor de onco-hematologia da
instituição; e excluídos os que estavam recebendo quimioterapia e
radioterapia concomitantemente e no pós-operatório imediato.
Foram utilizados os instrumentos, PedsQLTM Inventário Pediátrico de
qualidade de vida, módulos genérico e de câncer para avaliação da
QVRS, ambos com versões específicas para faixa etária da criança e do
adolescente. A pontuação é calculada através de uma escala do tipo
likert, transformada em escores de 0 a 100, sendo que o maior valor
significa melhor QVRS Resultados: Dos 57 participantes, 50,9% eram
crianças, 66,7% do sexo masculino; 31,6% com diagnóstico de
sarcoma e 31,6% linfomas e leucemias; 52,6% internados para
quimioterapia. No geral, a média dos escores de qualidade de vida
módulo genérico foi de 59,9±16,9. A média dos escores das dimensões
foi: 55,5±24,5 para funcionamento físico, 59,5±21,6 para
funcionamento emocional, 76,0±21,3 para funcionamento social e
57,9±22,6 para funcionamento escolar. A média dos escores de
qualidade de vida módulo câncer foi 60,8±16,7 para diferentes
dimensões: 71,0±27,0 para dores e machucados; 55,5±23,4; para
náusea; 63,6±30,5 para ansiedade a procedimentos; 68,0±29,0 para
ansiedade ao tratamento; 44,0±32,4 para preocupações; 64,6±23,4
para dificuldades cognitivas; 69,4±26,6 para aparência física;
64,8±26,1 para comunicação. Conclusões: Crianças e adolescentes
hospitalizados com câncer experienciaram baixa QVRS, com destaque
para os piores escores nas dimensões funcionamento físico e náusea.
Futuros estudos são necessários para investigar estratégias de
gerenciamento eficazes que podem aumentar a QVRS em crianças e
adolescentes hospitalizados com câncer.
BUNDLE DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA
RELACIONADA AO CATETER: MEDIDAS RELACIONADAS À
MANUTENÇÃO DE CATETER VENOSO CENTRAL NA UTI ONCOLÓGICA
PEDIÁTRICA.
Mônica Taminato, Karina Rodrigues Peron, Camila De Almeida Silva,
Vivian Cristina Vidal Tremondi, Juliana Regina Campana Mumme,
Vania Bastos Pereira Godinho, Graziela De Araujo Costa Zanata,
Alessandra Milani Prandini De Azambuja, Katia Regina De Oliveira,
Vicente Odone Filho.
INSTITUTO DA CRIANÇA – ITACI - FMUSP, São Paulo, SP
Introdução: O uso de acessos venosos centrais trouxe um grande
avanço na administração medicamentosa nos Centros de Terapia
Intensiva, possibilitando a infusão segura de fármacos irritantes
e/ou vesicantes. Em contrapartida as infecções de corrente
sanguínea (ICS) relacionadas ao uso de cateteres venosos centrais
(CVC) tornaram-se um desafio para os profissionais de saúde. Os
riscos de agravos aumentam quando esses dispositivos são
utilizados na população pediátrica oncológica, tendo em vista a
fragilidade da rede venosa, consequente do uso de terapia
antineoplásica e imunossupressora prolongada. Objetivos: Garantir
uniformidade nos processos envolvendo os cuidados na
manipulação do cateter venoso central; Prevenir as complicações
infecciosas; Reduzir as taxas de infecção de corrente sanguíneas
associadas ao CVC na UTI pediátrica oncológica. Metodologia:
Coorte prospectivo realizado na UTI de um hospital especializado
em oncologia pediátrica. Resultados: Durante os meses de janeiro a
junho de 2016 foram avaliadas as taxas adesão ao Bundle de
prevenção de infecção relacionadas à manutenção dos cateteres e
observamos uma média de 98% de curativos realizados
adequadamente e 96% dos cateteres venosos centrais com uso
justificado pelo uso de drogas vasoativas, nutrição parenteral,
antibioticoterapia, sedação contínua e/ou quimioterapia. A taxa de
infecção de corrente sanguínea, neste setor, em 2015 foi de 5,5
ICS/1000 cateteres-dia. No período de janeiro a junho observamos
uma diminuição de infecção para 3,78 ICS /1000 cateteres-dia.
Discussão: Os cuidados com a implantação e manutenção do CVC
devem ser prioridade no planejamento estratégico das instituições
comprometidas com a segurança do paciente. Os bundles são
instrumentos para garantia da qualidade da assistência e da
manutenção adequada dos cateteres. Os resultados apontados
neste estudo demonstram que a taxa de manutenção de CVC está
adequada, porém a taxa de ICS podem ser melhoradas. Para isso,
será implantada como medida adicional uma avaliação do manuseio
adequado das conexões dos CVC’s, pela equipe de enfermeiros e
médicos do setor. Conclusão: A implantação do bundle de
prevenção de ICS se mostrou eficaz na redução da taxa de ICS
relacionada a CVC, porém melhorias podem ser associadas para
redução dos índices de infecção da UTI oncológica pediátrica.
57
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CONSULTA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE ONCOLÓGICO
PEDIÁTRICO: PROPOSTA DE UM INSTRUMENTO PARA APLICAÇÃO DO
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Daniela Barbosa, Adriane Da Silva Santos Ibanez, Bruna Fernanda Silva
Cardoso, Camila Maida De Pontes, Carolina Paula Jesus Kasa, Cintia
Monteiro, Nancy Da Silva Santos.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: A consulta de enfermagem é uma ferramenta que pode
beneficiar todos os envolvidos no processo do cuidar; visto que, para
o paciente e sua família, possibilita construir vínculo, segurança e
proporcionar ensino e educação. Para a equipe multidisciplinar auxilia
compreender o paciente no seu contexto biopsicossocial e espiritual e
para o enfermeiro traduz uma assistência baseada na excelência do
cuidar. Objetivo: Relatar a experiência da construção do instrumento
de consulta de enfermagem ao paciente oncológico pediátrico.
Metodologia: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência do
grupo de enfermeiras clínicas especialistas. Realizado levantamento
bibliográfico sobre as Teorias de Enfermagem para escolha da que
melhor se adequa às características de pacientes diagnosticados
recentemente com neoplasias e/ou doenças hematológicas, em
serviço especializado. Após a avaliação do compilado existente em
literatura – Teorias de Enfermagem de Orem, Wanda Horta, Teoria da
Adaptação, Teoria Holística, Teoria Conceitual e Peplau - optado por
construir um instrumento baseado na Teoria de Enfermagem de
Wanda Horta a fim de conhecer e suprir as necessidades humanas do
binômio paciente e família, bem como auxiliá-los a atravessar esta
experiência como elementos ativos do processo. Resultados: Foram
realizados pré-testes até a consolidação do instrumento utilizado
atualmente em nossa instituição. O mesmo é composto por anamnese
detalhada, história pregressa da doença atual, exame físico,
diagnósticos e intervenções de enfermagem. Além de orientações
relacionadas ao tratamento e cuidados aos quais o paciente será
submetido durante o regime terapêutico. Tal instrumento visa
planejar a terapia de forma adequada e individualizada para o
paciente e família. Conclusão: O instrumento mostrou-se adequado
para a coleta de dados de informações relevantes, possibilitando o
conhecimento mais profundo do paciente e sua família do ponto de
vista de suas necessidades, capacidades, limitações e dificuldades.
Ademais, esta prática proporciona o estabelecimento de vinculo e
confiança, oferece subsídios para aplicação mais efetiva da assistência
e, consequentemente, favorece a melhor aderência ao tratamento,
tornando o grupo de enfermeiras clínicas especialistas facilitadoras do
cuidado.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PEDIÁTRICO
SUBMETIDO À QUIMIOTERAPIA INTRAPERITONEAL HIPERTÉRMICA
a
a
Rebeca Almeida Ferrarese , Flávia Regina De Moraes , Juliana Pepe
b
b
Marinho , Alessandra De Castro Alencar Bacili .
a UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – GRAACC, São Paulo,
Brasil
b GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: A cirurgia citorredutora seguida pela quimioterapia
intraperitoneal hipertérmica foi descrita pela primeira vez em 1982,
pelo médico Paul Sugarbaker, que demonstrou um aumento
significativo na sobrevida de pacientes com diferentes tipos de
tumores com comprometimento peritoneal. Atualmente, é uma
modalidade terapêutica que pode ser considerada no manejo do
tumor desmoplásico de pequenas células redondas, que é uma
neoplasia rara e altamente agressiva, que acomete principalmente
crianças e adolescentes e apresenta mau prognóstico devido à falta
de uma adequada padronização para o seu tratamento. Objetivo:
Descrever os principais cuidados de enfermagem prestados no pré,
intra e pós operatório de uma paciente submetida à quimioterapia
intraperitoneal hipertérmica, em um hospital especializado em
oncologia pediátrica. Material e Métodos: Relato de caso de uma
paciente do sexo feminino, 10 anos de idade que procurou auxílio
médico por aumento do volume abdominal associado à perda de
peso. Após a verificação de exames de imagem e biópsia, foi
diagnosticado tumor desmoplásico de pequenas células redondas,
sendo iniciado tratamento com quimioterapia convencional, sem
resposta adequada. Em junho de 2016, foi indicada realização de
cirurgia citorredutora associada à quimioterapia intraperitoneal
hipertérmica, que aconteceu em julho de 2016. Resultados: Após
emissão do aviso cirúrgico pela equipe médica, a equipe de
enfermagem iniciou suas atividades que envolveram os cuidados pré
operatórios, tais como prover o centro cirúrgico de recursos
materiais, medicamentosos, equipamentos e de pessoal para
viabilizar a cirurgia; os cuidados intra operatórios relacionados ao
paciente, como monitorização com equipamento específico,
esquematização dos tempos de coleta de exames laboratoriais e
controle da baixa temperatura da sala cirúrgica; e por fim, os
cuidados pós operatórios que foram realizados durante sua
permanência na UTI, incluindo seguimento do esquema de coleta de
exames
laboratoriais
e
manutenção
da
antibioticoterapia. Conclusão: Concluímos que o enfermeiro foi um
membro da equipe fundamental para viabilizar a realização do
procedimento proposto de quimioterapia intraperitoneal
hipertérmica pois coube à esse profissional prover todos os recursos
necessários. Acreditamos que seja importante definir um protocolo
de cuidados de enfermagem à esses pacientes, para melhorar a
qualidade da assistência prestada.
58
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUBMETIDO À ANESTESIA
GERAL PARA RADIOTERAPIA
Ana Paula Passareli, Juliana Pepe Marinho, Gisele Peres Marques,
Cristiane Rodrigues Sampaio, Rafael Pereira Dantas.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Atualmente o tratamento radioterápico em pacientes
oncológicos é realizado em diversas fases do tratamento. A
radioterapia pode ser indicada em caráter de urgência nos casos de
pacientes com compressão medular ou sangramentos, concomitante
com a radioterapia ou paliativos. É considerado um tratamento
altamente eficaz; portanto a fim de evitar doses de radiação em órgão
nobres é imprescindível a precisão total da área de irradiação. Para
isso os pacientes colaborativos são imobilizados através de acessórios
como máscara e vac-fix. Contudo em um hospital pediátrico com foco
em atendimento de pacientes de 0 a 18 anos muitos não possuem a
habilidade de colaboração para a realização do tratamento. Logo, no
serviço de radioterapia a realização de anestesia geral é optada para
garantir a total eficiência e segurança do tratamento. Objetivo:
Descrever os critérios de inclusão de pacientes para a realização do
tratamento radioterápico com anestesia geral, e os cuidados de
enfermagem prestados ao paciente durante as 03 fases do
procedimento: cuidados pré-anestésicos, cuidados durante a
anestesia geral, cuidados na recuperação pós – anestésica (RPA).
Metodologia: Trata-se de um trabalho descritivo. Resultados e
Conclusão: Como critérios de inclusão estão os pacientes não
colaborativos, sendo eles em sua maioria os menores de 5 anos,
pacientes com nível de consciência alterados ou movimentos
involuntários. Os cuidados prestados pela enfermagem na fase préanestésica são avaliação dos sinais vitais como pressão arterial,
temperatura, frequência respiratória, frequência cardíaca, saturação e
dor. Do mesmo modo é avaliado se o paciente está com exatamente 8
horas de jejum e se apresenta demais queixas ou alterações recentes.
Também compete à equipe esclarecer dúvidas pertinentes a
enfermagem e estabelecer o vinculo entre a família e os demais
profissionais. Os cuidados que deverão ser realizados durante a
anestesia são monitorização não invasiva do paciente como pressão
arterial, frequência cardíaca, saturação, capnografia e cardioscopia.
Além de garantir o posicionamento correto do paciente e segurança
durante o tratamento. Após a realização do tratamento o paciente é
encaminhado para a RPA, mantendo monitorização não invasiva
durante toda a recuperação até a alta do paciente. Os cuidados
prestados pela equipe de enfermagem é fundamental para que o
tratamento seja realizado com segurança e qualidade.
ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DE ORIENTAÇÕES SOBRE
QUIMIOTERÁPICOS PARA A EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM
SERVIÇO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Daniela Barbosa, Adriane Da Silva Santos Ibanez, Bruna Fernanda
Silva Cardoso, Camila Maida De Pontes, Carolina Paula Jesus Kasa,
Cintia Monteiro, Nancy Da Silva Santos.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O enfermeiro exerce um papel fundamental em todas
as etapas do processo de quimioterapia sendo, então, necessária à
sua qualificação e habilitação para que possa atuar com excelência e
qualidade neste processo, visto que os erros em uma ou mais etapas
desta atuação podem ter consequências graves ao paciente, desde
toxicidades até o óbito. Neste contexto, nota-se a importância de
adotar estratégias educacionais que possam nortear a prática
baseada em evidências. Objetivo: Elaborar um material educativo
com informações relevantes sobre os principais quimioterápicos
utilizados na instituição, a fim de garantir assistência de
enfermagem qualificada e segura ao paciente e família.
Metodologia: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência do
grupo de enfermeiras clínicas especialistas (ECE). Diante da
necessidade de uniformizar o saber dos profissionais de
enfermagem nesta temática optou-se por elaborar um instrumento
que proporcionasse subsídios de maneira clara e concisa, visando as
boas práticas de enfermagem, concomitantemente ao curso de
quimioterapia fornecido pela instituição. Resultados: Durante as
reuniões semanais do grupo de ECE foi realizado revisão
bibliográfica sobre as principais quimioterapias utilizadas nos
protocolos de tratamento. O manual abrange cuidados gerais
relacionados à administração de quimioterapia. Posteriormente, foi
considerado para cada droga, classificação do quimioterápico,
mecanismo de ação, farmacocinética, toxicidades e cuidados de
enfermagem. O manual foi disponibilizado para equipe de
enfermagem dos setores que concentram o maior número de
administração de quimioterapia e realizado treinamento in loco com
a equipe. Esta ação foi avaliada com a aplicação de pré-testes –
antes da distribuição do manual – e pós-testes, sendo utilizado o
mesmo questionário em ambos os momentos. A próxima etapa
desta atividade será mensurar o impacto da mesma no
conhecimento teórico e prático adquiridos pelos profissionais de
enfermagem envolvidos em todas as etapas de administração de
quimioterapia. Conclusão: O impacto desta ação na assistência ao
paciente ainda não foi avaliado quantitativamente, contudo pode-se
identificar o conhecimento pré-existente e as temáticas que
necessitaram de maior atuação. Ademais, o acesso ao manual
facilitou o esclarecimento de dúvidas que permeiam a assistência
diária, garantindo uma assistência de enfermagem qualificada e
segura ao paciente e família.
59
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EMERGÊNCIA CARDIOLÓGICA EM UM
QUIMIOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
a
AMBULATÓRIO
DE
a
EMERGÊNCIA RESPIRATÓRIA EM UM
QUIMIOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
a
AMBULATÓRIO
DE
a
Diego Silveira Silveira Siqueira , Amanda Do Nascimento Virginio ,
b
Maria Aparecida Andreza Leopoldino .
Diego Silveira Silveira Siqueira , Amanda Do Nascimento Virginio ,
b
Maria Aparecida Andreza Leopoldino .
a HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS, Rio Grande do Sul, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE,
Rio Grande do Sul, Brasil
a HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS, Rio Grande do Sul, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO
ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: a toxicidade cardíaca ocorre durante ou nas primeiras
horas após a aplicação em push de drogas cardiológicas, os
antracíclicos. Manifesta-se através de alterações eletrocardiográficas
transitórias como: taquicardia sinusal, contração ventricular
prematura e alterações na onda T e ST. Objetivos: relatar os principais
cuidados de enfermagem que devem ser dados ao paciente com
toxicidade cardiológica em um ambulatório de quimioterapia.
Metodologia: trata-se de um relato de experiência referente à
vivência de um dos autores, obtida durante sua graduação, em um
ambulatório de quimioterapia. Resultados: o emprego de alguns
quimioterápicos, como é o caso dos antracíclicos, ou de sua
associação com a radioterapia, frequentemente utilizados como
instrumentos terapêuticos podem deixar sequelas cardiovasculares de
diversas grandezas, muitas vezes irreversíveis. As complicações
cardiovasculares são as principais causas de morbidade e mortalidade
entre sobreviventes ao câncer, depois da recidiva da doença,
malignidades secundárias e infecções. As principais intervenções de
enfermagem que devem ser feitas são: controlar sinais e sintomas;
administrar oxigênio, para aliviar o desconforto; monitorizar balanço
hídrico; manter o paciente em posição de Folwer, para diminuir
trabalho cardíaco. Conclusão: a detecção precoce da cardiotoxicidade
é fundamental, pois pode reduzir em até 60% o índice de mortalidade
entre os pacientes que fazem uso de quimioterápicos. Por este
motivo, acreditamos que este trabalho poderá contribuir para
discussões e reflexões acerca do processo de sistematização do
atendimento as urgências/emergências que podem acontecer em um
ambulatório de quimioterapia.
Introdução: a toxicidade pulmonar é relativamente incomum,
porém potencialmente fatal. A Bleomicina (BLM) é um
quimioterápico que pode ocasionar dispnéia em 10% a 23% dos
pacientes. Isto pode ocorrer nas primeiras horas após a aplicação. A
BLM possui alguns efeitos colaterais, sendo o mais grave deles a
fibrose pulmonar, causada principalmente em pacientes que
tenham um histórico de doenças pulmonares e associados a fatores
como doses acumulativas, idade, função renal e exposição a
oxigênio durante o tratamento. Objetivos: relatar alguns cuidados
de enfermagem que devem ser dados ao paciente que apresenta
toxicidade pulmonar relacionado à Bleomicina em um ambulatório
de quimioterapia. Metodologia: trata-se de um relato de
experiência referente à vivência de uma das autoras na disciplina de
Internato do 8° semestre. Resultado/Discussão: a toxicidade
pulmonar é um de seus efeitos colaterais mais sérios relacionados à
BLM, ela manifesta-se através de: dispnéia, tosse, estretores finos,
pneumonite, alterações de prova de função pulmonar, diminuição
de volume pulmonar total e da capacidade. Logo, existe a
necessidade de uma intervenção de enfermagem rápida do
enfermeiro, baseada no julgamento e no conhecimento clínico, de
modo que a implementação de cuidados adequados a cada
indivíduo busca o alcance de melhores resultados pós-toxicidade
pulmonar. Conclusão: antes da aplicação da BLM deve-se sempre
checar os materiais de emergência. Evitar fazer a administração de
oxigênio em altas doses para assim, evitar o risco de toxicidade
pulmonar. Acreditamos que este trabalho pode contribuir para as
reflexões acerca da toxicidade pulmonar que pode ser causada pela
BLM. O conhecimento dos efeitos colaterais dos quimioterápicos é
de fundamental importância para uma pratica correta dos futuros
profissionais da enfermagem oncológica.
60
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
HISTÓRICO E ANAMNESE EM PEDIATRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
a
b
Diego Silveira Silveira Siqueira , Débora Zampiva Barreiro , Douglas
b
b
b
Antunes Josefino , Gabriela Oxley , Jonas Madalena Boeira , Kelly
b
Cristina Fernandes .
a HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS, Rio Grande do Sul, Brasil
b FACULDADE DE DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO SUL, Rio
Grande do Sul, Brasil
Introdução: tendo em vista a necessidade de elaboração de modelos
assistências que objetivam o cuidado, construíram-se os modelos
instrumentados de anamnese e exame-físico da enfermagem.
Objetivo: relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem
relacionada com a avaliação do histórico e anamnese na área de
pediatria. Metodologia: trata-se de um relato de experiência
desenvolvido a partir da vivência de acadêmicos de enfermagem
durante o estágio curricular supervisionado em uma unidade de
internação pediátrica, onde foi realizada aplicação do histórico e
anamnese, nos meses de agosto a setembro de 2015. Resultados:
identificaram-se as seguintes lacunas: déficit no domínio das técnicas
propedêuticas como focos de ausculta cardíaca, identificação dos
ruídos adventícios á ausculta pulmonar, características dos sons na
percussão torácica, além de referência dos valores normais de sinais
vitais, dificuldade na abordagem familiar e restrição na avaliação do
períneo. Conclusão: evidenciamos na abordagem em pediatria que
não há domínio completo do exame físico nos estudantes de
enfermagem, sugerindo ruptura dos conhecimentos teóricos.
IMPLANTAÇÃO DA CARTILHA MULTIPROFISSIONAL INFANTIL PARA
OTIMIZAR A ASSISTÊNCIA EM UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA
PEDIATRICA
Taciana Maria Monteiro Aguiar, Mayra Renata De Lima Canuto,
Alessandra Lamenha Feitosa Sampaio, Emilia Manuela Pinheiro
Lima, Emerson Cunha De Oliveira, Luana Novais Bomfim, Amanda
Katielly Firmino Da Silva Aguiar.
UNIMED-MACEIÓ, Alagoas, Brasil
Introdução: Frente a necessidade de otimizar e unificar as
orientações foi elaborada uma cartilha multiprofissional para
realizar uma assistência padronizado a criança que realiza
tratamento nesta unidade de oncologia pediátrica. Objetivo:
Fornecer uma cartilha multiprofissional, onde serão registradas
informações importantes sobre as condições de saúde da criança e o
adolescente, o acompanhamento vacinal, entre outras observações
que irão auxiliar os profissionais de saúde sobre quais as ações
necessárias para um suporte adequado no tratamento.
Metodologia: Esta cartilha foi elaborada, frente a necessidade de
um cuidado humanizado contínuo. Criança e o adolescente com
câncer, com o objetivo de orientar a família e otimizar a assistência
desse paciente, fortalecendo o elo instituição de saúde e paciente,
proporcionando um jeito de cuidar sistemático, multidisciplinar e
único. Nela estarão contidas informações como: identificação
pessoal, problemas atuais de saúde, medicamentos em uso,
posologia, intolerâncias; alergias, procedimentos cirúrgicos
recentes, informações sobre vacina a serem aplicadas, agenda de
consultas,
agenda
de
procedimentos,
marcação
de
acompanhamentos multidisciplinares e orientações gerais.
Resultados: Com a implantação desta cartilha foi evidenciada uma
facilidade de transmissão e elucidações de informações inerentes ao
tratamento além de toda interação e registro da equipe
multidisciplinar em um único local. Conclusão: A Cartilha
multiprofissional infantil se mostrou como um instrumento
fundamental para uma assistência multidisciplinar integrada,
visando melhoria nos processos de trabalho e qualificando a
assistência de maneira descentralizada, porém com um único foco:
qualidade de informação ao paciente.
61
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
IMPLANTAÇÃO DE CHECK LIST PARA A SEGURANÇA DE DISPENSAÇÃO
E A ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS ANTINEOPLASICAS EM UMA
UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Taciana Maria Monteiro Aguiar, Mayra Renata De Lima Canuto,
Alessandra Lamenha Feitosa Sampaio, Emilia Manuela Pinheiro Lima,
Emerson Cunha De Oliveira, Luana Novais Bomfim, Amanda Katielly
Firmino Da Silva Aguiar.
UNIMED-MACEIÓ, Alagoas, Brasil
Introdução: Frente a necessidade de alinhar processos seguros e
estabelecer liberação e administração de drogas antineoplásicas na
criança foi elaborado e aplicado um check list como ferramenta de
segurança em uma unidade de oncologia pediátrica. Objetivo: Realizar
o check list com a tripla checagem no momento da dispensação e
administração das drogas antineoplásicas, envolvendo, farmácia,
enfermagem e paciente, evitando possíveis riscos devido a barreira de
três envolventes neste processo, o qual certifica a segurança dos
profissionais e do paciente mantendo os processos seguros e efetivos,
associados a eficiência, exatidão, foco e humanização. Metodologia: O
check list implantado tem como barreira perguntas praticas com
formas de respostas sim ou não ou método de marcar x, para
aprimorar os processos de trabalho, sem demanda de tempo
excessivo. Tais perguntas são medicação certa, dose certa, protocolo
certo, via de administração certa, droga fotossensível, Risco de
derramamento, estabilidade conforme o protocolo, hora da
manipulação e assinatura do farmacêutico, enfermeiro e paciente.
Resultados: Com a implantação deste check list foram evidenciados
processo de dispensação e administração, seguros de forma clara
estabelecendo condutas para a manutenção de segurança em todas
as etapas, facilitado desta maneira o trabalho dos profissionais
envolvidos, favorecendo para que haja a diminuição de falhas entre as
etapas integrantes do processo de dispensação e administração de
quimioterápicos, podendo ser consideradas estratégias eficazes para
serem utilizadas como forma preventiva. Conclusão: A utilização de
boas práticas não é suficiente para evitar que falhas ou erros nos
processos de dispensação e administração de drogas antineoplasicas
ocorram. Torna-se indispensável a criação de uma cultura de
segurança voltada para o compartilhamento da responsabilidade, a
fim de melhorar a segurança bilateral dos envolvidos e qualificar a
assistência prestada. Com este check list foi observado uma barreira a
mais para garantir segurança aos nossos pacientes.
IMPLANTAÇÃO DO PROJETO “CUIDANDO MAIS DE VOCÊ” EM
SERVIÇO DE ONCOLOGIA AMBULATORIAL
Taciana Maria Monteiro Aguiar, Mayra Renata De Lima Canuto,
Alessandra Lamenha Feitosa Sampaio, Emilia Manuela Pinheiro
Lima, Emerson Cunha De Oliveira, Luana Novais Bomfim, Amanda
Katielly Firmino Da Silva Aguiar.
UNIMED-MACEIÓ, Alagoas, Brasil
Introdução: Os cuidados de enfermagem acriança com câncer
devem ser individualizados, pois cada fase da vida apresenta
transformações fisiológicas e psíquicas. O enfermeiro deve
promover uma maior aproximação com esse paciente, alcançado
por meio da comunicação, para identificar suas necessidades e
garantir a continuidade do cuidado. Objetivo: Implantar a busca
ativa de eventos relacionados ao tratamento como responsável
legal, garantir a adesão ao tratamento, fidelização do paciente,
diminuir impacto na morbimortalidade por razões evitáveis, reduzir
o tempo e custos envolvidos com o internamento, encaminhar em
tempo hábil ao profissional especializado da equipe e prover uma
assistência continua de humanização e segurança. Metodologia: O
projeto “Cuidando Mais de Você” foi iniciado em Novembro/2014,
frente à necessidade de uma assistência humanizada contínua ao
paciente oncológico pediátrico, prevenindo e detectando
intercorrências relacionadas ao tratamento, fortalecendo o elo
instituição de saúde e paciente, proporcionando uma maneira de
cuidar que vai muito além da preocupação com a doença.
Resultados: A melhoria dos resultados e dos processos foi
evidenciada em pouco tempo após a implantação do projeto, no
qual foi realizada a busca ativa de 15 pacientes no período de
novembro/2014 a julho/2016. Atualmente as enfermeiras do serviço
de oncologia adotam a busca ativa dos pacientes de 24h a 48h úteis
da identificação do critério de inclusão através de ligações
telefônicas, com auxílio de uma planilha dinâmica. Os critérios
foram definidos de acordo com a série histórica de reações adversas
do serviço, sendo esses: Pacientes que apresentaram reações
anafiláticas durante a infusão de drogas citotóxicas, faltosos ao
agendamento de tratamento proposto sem justificativa prévia,
acometidos por extravasamento de drogas citotóxicas durante a
infusão, em uso de drogas com alto poder vesicante por via
periférica, após primeira punção em pacientes que têm e foram
puncionados pela primeira vez e os que realizaram pela1ª vez o
tratamento de quimioterápico. Conclusão: O Projeto “Cuidando
Mais de Você” mostrou-se como uma ferramenta importante e
eficaz para a melhoria da prática assistencial do serviço, evidenciado
pela identificação precoce e intervenções a reações adversas
evitáveis e pela satisfação explícita dos pacientes em que é visível
em seus relatos como “um gesto de cuidado e carinho”.
62
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
INDICADOR IDENTIFICAÇÃO SEGURA DE PACIENTES
QUIMIOTERAPIA INFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
EM
Rubislene Assis Santos De Brito, Cristiane De Sousa Lourenço, Rafaela
Silveira Lobo Lage, Ronan Dos Santos.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: Os quimioterápicos antineoplásicos são considerados
medicações de alta vigilância pelo fato de haver uma linha tênue
entre os efeitos terapêuticos e os tóxicos. Eventos adversos que
envolvam esses medicamentos podem constituir-se em eventos
sentinelas. Neste sentido o Centro de Quimioterapia Infantil de uma
Unidade Pública Hospitalar, em consonância com a RDC 36 de 25 de
julho de 2013, que institui as ações para Segurança do paciente em
serviços de saúde, vêm adotando medidas para prevenção de eventos
adversos, a exemplo a criação e monitoração do indicador
Identificação
Segura
dos
pacientes
infantis
em
tratamento quimioterápico. Objetivo: apresentar o Indicador
Identificação Segura do Paciente e discutir os fatores intervenientes
para o seu uso. Metodologia: Relato de Experiência. O período de
mensuração foi de janeiro á dezembro de 2015 e elaborado a partir
da seguinte equação: N° de pacientes identificados / N° de pacientes
atendidos no período x 100%. Resultados e Discussão: Em 2015
foram atendidos 5670 pacientes, dos quais 60% foram identificados. a
identificação é realizada com pulseira pela recepcionista do setor em
dias úteis de 7 ás 16:48h. A inexistência de identificação após ás 16:48
h, fins de semana e feriados foi fator relevante para que não
alcançássemos a meta de identificarmos 100% dos pacientes, já que o
serviço atende pacientes todos os dias. Conclusão: a introdução deste
indicador no serviço reduziu significantemente a ocorrência de
eventos adversos do tipo erro de medicação, entretanto não
conseguimos alcançar a meta proposta de identificar 100% dos
pacientes atendidos. Estamos trabalhando ativamente para
ampliarmos os horários das recepcionistas incluindo os finais de
semana. A inclusão dos enfermeiros assistenciais no processo de
identificação dos pacientes está sendo avaliado.
O APOIO NA PERPECTIVA DO ADOLESCENTE AMPUTADO PORTADOR
DE OSTEOSSARCOMA: IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM
a
b
Tamara Mitchel Ribeiro Da Silva , Sonia Regina De Souza .
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil.
b UNIVERSIDADE FEDERAL DE ESTADO DO RIO DE JANEIRO –UNIRI,
Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: Adolescentes acometidos por osteossarcoma, vítimas
de amputação de um membro, podem apresentar histórias de luta,
superação, paciência e coragem na busca da cura, ou de uma
qualidade de vida durante o tratamento, utilizando estratégias de
enfrentamento durante o estresse. No entanto a presença de
amigos, família, namorado, médicos e enfermeiros podem ser as
fontes de apoio que eles necessitam durante o tratamento. Diante
do exposto o presente estudo tem como objeto de investigação o
apoio na perspectiva do adolescente com osteossarcoma .O perfil
sócio- demográfico da amostra foram adolescentes amputados ou
desarticulados portadores de osteossarcoma, metastáticos ou não
ao diagnóstico. Objetivos: Identificar as fontes de apoio para
adolescentes
com
de
osteossarcoma
que
sofreram
amputação. Participantes e Método: Foram participantes
adolescentes entre 12 e 18 anos portadores de osteossarcoma que
sofreram amputação. O cenário do estudo foi o ambulatório de um
hospital público especializado em câncer. Os dados foram coletados
através de uma entrevista semi estruturada com seis itens, a qual
foi gravada em mídia digital e transcrita após para que seus dados
fossem analisados. A entrevista foi realizada em ambiente próprio e
garantido o anonimato de suas informações e características do
entrevistado. Resultados: A identificação das principais fontes de
apoio foram: mãe, família, escola, amigos, namorados, A presença
da família apoiando durante o tratamento foi de 100%,foram
analisadas 11 entrevistas, sendo 3 masculinos e 8 femininos, 2
adolescentes eram metastáticos ao diagnóstico,, 3 sofreram
amputação de membro direito e 8 em membro inferior esquerdo ,
dentre estes houve uma desarticulação. Conclusões: As implicações
para a enfermagem foi identificar as fontes de apoio para a
promoção e manutenção de vinculo e melhora da adesão para o
tratamento. Entretanto, quando os pacientes recebem o apoio de
seus familiares e dos trabalhadores da saúde conseguem melhor
superar essas limitações e se readaptar à nova rotina de vida,
reconhecendo o tratamento como decisivo para a sua qualidade de
vida . Cabe a enfermagem também dar apoio a família, visando
ações para superar ou minimizar os conflitos alcançando a
superação do estresse da amputação, renovando a esperança e a
possibilidade do retorno as atividades normais, tendo qualidade de
vida no seu dia a dia.
63
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
O DESAFIO DA IMPLANTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
DE ENFERMAGEM (SAE) EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO INFANTOJUVENIL.
Adriléia Crislene Araujo Brito, Maria Do Carmo Da Silva Freitas, Renata
Ferreira Gomes De Oliveira, Alayde Vieira Wanderley.
HOSPITAL ONCOLÓGICO INFANTIL OCTÁVIO LOBO, Pará, Brasil
Introdução: A sistematização da assistência de enfermagem (SAE)
compreende a forma como o trabalho da enfermagem é organizado,
de acordo com o método científico e o referencial teórico, de modo
que seja possível o melhor atendimento das necessidades de cuidado
do indivíduo, família e comunidade pela aplicação das fases que
compõem o processo de enfermagem. A aplicação das fases exige do
enfermeiro, além de conhecimento científico, habilidades e
capacidades cognitivas, psicomotoras e afetivas. Objetivo: Descrever
o processo de implantação da sistematização da assistência de
enfermagem (SAE) em sistema informatizado de prontuário eletrônico
em um hospital de usuários com câncer infanto-juvenil. Metodologia:
O método é descritivo com abordagem quantitativa. Este estudo
aborda a utilização de um sistema de documentação eletrônica. O
sistema foi desenvolvido em 6 fases (diagnóstico, características
definidoras, fatores relacionados, fatores de risco, resultados
esperados e intervenções), segundo a estrutura unificada das
classificações NANDA-I, NIC e NOC. Os sistemas de classificação como
o da NANDA-International (NANDA- l), a Nursing Interventions
Classification (NIC) e a Nursing Outcomes Classification(NOC) são
instrumentos para melhorar a confiabilidade, validade e usabilidade
da documentação de enfermagem. Durante o levantamento e busca
dos diagnósticos a serem cadastrados no sistema enfrentamos
diversos questionamentos de quais se enquadrariam no perfil de
nossos usuários. Dentre eles destacaram-se 117 diagnósticos dos
quais 44 são de risco com 632 fatores de risco vinculados a eles, 1009
características definidoras, 803 fatores relacionados, 445 resultados
esperados e 110 intervenções de enfermagem com definições de
executores para cada tarefa. Resultados: O resultado foi o
desenvolvimento no sistema de prontuário eletrônico que permite a
documentação clínica e a geração de relatórios do processo de
enfermagem, além de fornecer apoio às decisões sobre diagnósticos,
resultados esperados e intervenções de enfermagem. Conclusão: Os
fatores de êxito desse projeto de produção tecnológica
compreenderam a articulação de diferentes áreas de conhecimento,
bem como a valorização do contínuo aprimoramento teórico-prático
do processo de enfermagem da instituição.
O IMPACTO DAS ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM NO
CONHECIMENTO DOS PACIENTES SOBREVIVENTES DO CÂNCER
INFANTO-JUVENIL SOBRE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
E A PREVENÇÃO PRIMARIA
Nancy Da Silva Santos, Camila Maida De Pontes, Mônica Cypriano,
Nádia Hidemi Ikehara, Thalita Lodos Da Ressurreição.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Com o avanço das terapias nas últimas décadas, os
pacientes com câncer pediátrico alcançaram maior sobrevida,
aumentando as ocorrências de efeitos tardios. Esses efeitos podem
manifestar-se meses ou anos após o tratamento. O cuidado e
acompanhamento do paciente após o término do tratamento é
essencial e deve ser desenvolvido por uma equipe multiprofissional.
Objetivo: Avaliar o impacto das orientações realizadas pela
enfermagem no conhecimento dos pacientes sobreviventes do
câncer infanto- juvenil sobre prevenção primária de segundas
neoplasias e as doenças sexualmente transmissíveis (DST). Material
e Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo comparativo e
quantitativo. Os dados foram coletados através da análise dos
instrumentos aplicados em pacientes atendidos durante a consulta
de enfermagem na Clínica Multiprofissional de Atendimento aos
Pacientes Fora de Tratamento (CForT) em hospital filantrópico de
oncologia pediátrica. Resultados: Os resultados foram obtidos
através da comparação entre o score da 1ª e da 2ª consulta de
enfermagem, com intervalo de 1 ano entre elas, no período de
09/06/05 a 31/08/16. Resultados: Dos 519 pacientes que passaram
na 1ª consulta do CForT, 116 foram excluídos, devido falta de
classificação e 113 foram excluídos por não retornarem. Portanto, a
amostra final foi de 290 pacientes, sendo 145 de cada sexo. Os
diagnósticos mais comuns foram: leucemia (19,6%), tumor de
sistema nervoso central (17,6%), tumor de Wilms (13,1%), linfomas
(10,3%), osteossarcoma (10,0%), neuroblastoma (7,9%), tumores de
partes moles (8,9%) e outros (12,4%). Os pacientes foram
classificados de acordo com o conhecimento sobre prevenção
primária de segundas neoplasias e DST; 74,1% apresentaram score 0
(sem conhecimento), 17,5% score 1 (parcial) e 8,3% score 2 (pleno).
Na 2ª consulta, dos pacientes que apresentavam score 0 na primeira
avaliação, 26,5% permaneceram com score 0, 40,0% evoluíram para
o score 1 e 33,4% com score 2. Dos pacientes que apresentaram
score 1 na 1ª consulta, 11,8% pacientes regrediram para score 0,
35,3% mantiveram score 1 e 52,9% progrediram para score 2. Os
pacientes com score 2, 25% regrediram para score 1 e 75%
mantiveram o score, não foi observado regressão para score 0.
Conclusão: Verificamos que as práticas de promoção à saúde
realizadas no CforT, tiveram um resultado efetivo, pois 82,8% dos
pacientes da amostra apresentaram evolução do score, ou seja,
aquisição de conhecimento sobre prevenção primária e DST.
64
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA EM UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA PARA
CRIANÇA QUE REALIZA MEDICAÇÃO DOMICILIAR
PERCEPÇÃO DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM NO ESPAÇO DA
BRINQUEDOTECA HOSPITALAR COM PACIENTES ONCOLÓGICOS
Taciana Maria Monteiro Aguiar, Mayra Renata De Lima Canuto,
Alessandra Lamenha Feitosa Sampaio, Emilia Manuela Pinheiro Lima,
Emerson Cunha De Oliveira, Luana Novais Bomfim, Amanda Katielly
Firmino Da Silva Aguiar.
Diego Silveira Silveira Siqueira , Aline Aparecida Da Silva Pierotto ,
b
b
Isadora Bressaneli , Rosimeri De Matos .
UNIMED-MACEIÓ, Alagoas, Brasil
Introdução: A orientação didática para uso de medicação domiciliar é
um método explicativo para facilitar a adesão da medicação, partindo
da necessidade de estabelecer um correto consumo destes
medicamentos em âmbito domiciliar, minimizando erros e
contribuindo para um tratamento adequado. Objetivo: Realizar um
formulário de entrega e orientação de medicação oral de suporte para
tratamento oncológico de forma objetiva. Quando o paciente faz uso
de medicamentos em seu domicílio, ele se torna responsável pelo uso
correto e adequado condicionamento dos mesmos, contribuindo para
a eficácia do processo terapêutico. Partindo deste conceito é
importante que o profissional ao dispensar um medicamento, e
informar a posologia do mesmo, oriente o paciente quanto a forma de
administração e armazenamento de maneira didática conforme o uso
racional do medicamento. Metodologia: O formulário implantado tem
como barreira, orientações claras sobre o tipo de medicação, a
dosagem, os horários a serem administrados de maneira ilustrativa, a
responsabilidade de quem entrega e o quantitativo de medicação
liberada. Resultados: Com a implantação deste formulário, foram
evidenciados processos seguros onde o paciente e o familiar recebem
as informações sobre as medicações de forma clara ficando
perceptível que o aconselhamento ao paciente é uma importante
medida de prevenção de erros. Foi observada também uma enorme
satisfação dos mesmos na utilização deste formulário. Conclusão: Faz
se necessário tal formulário no sentido de orientar os pacientes sobre
o horário de administração dos medicamentos e a melhor forma de
utilizá-los, onde foram minimizadas dúvidas recorrentes e observado
uma boa adesão da terapêutica pelos pacientes.
a
b
a HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS, Rio Grande do Sul, Brasil
b UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS- UNISINOS, Rio
Grande do Sul, Brasil
Introdução: a hospitalização infantil oncológica vivencia o
sentimento de proximidade do contato com a morte. Além dos
efeitos fisiológicos do tratamento, a criança passa por um
sofrimento físico e emocional por constantes manipulações
invasivas e dolorosas em um ambiente nada familiar, cumprindo
regras e horários. A internação pediátrica oncológica pode
prejudicar o desenvolvimento infantil. Desta forma, a recreação no
ambiente hospitalar deve ser considerada uma atividade que auxilia
no restabelecimento integral da saúde da criança. A Lei Nº 11.104
de 2005, ressalta essa importância do brincar em relação à saúde,
instituído a obrigatoriedade de se instalar brinquedotecas em todas
as unidades que ofereçam atendimento pediátrico com regime de
internação. A recreação tem o propósito de tornar a internação
hospitalar infantil menos traumatizante, possibilitando melhores
condições para a permanência, recuperação e preparação para as
novas situações vivenciadas no hospital. Metodologia: Trata-se de
um estudo descritivo através do relato de duas acadêmicas do
oitavo semestre do curso de Enfermagem, que descrevem suas
percepções em relação à convivência em um serviço de recreação
em um Hospital Infantil de referência, durante atividade acadêmica
teórico-prática obrigatória, Saúde da Criança e do Adolescente, de
uma Universidade. Resultados e Discussão: a vivência no ambiente
da recreação durante a atividade curricular nos possibilitou
compreender de uma maneira ampla à finalidade do serviço da
recreação que vai além da visão biologicista. A interação que há
entre os profissionais da saúde com a criança hospitalizada durante
a brincadeira nos permitiu ter uma visão concreta sobre o conceito
de saúde ampliada, quando nesse espaço são abordados aspectos
emocionais e psicossociais como fatores determinantes no processo
de cura. Conclusão: apesar dos benefícios percebidos e do empenho
dos profissionais em tornar a atividade efetiva, é notória a limitação
dos mesmos, devido ao quadro clínico de muitos pacientes que por
vezes não podem utilizar a estrutura da recreação. Ao se pensar nos
benefícios evidenciados por estudos, acreditamos que a
disponibilização de recursos para a recreação como, o aumento no
número de espaços para essa finalidade e o quadro funcional para
desenvolver os atendimentos nos demais espaços da instituição,
poderá proporcionar uma cobertura maior das crianças internadas.
65
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PREVENÇÃO DE FLEBITE RELACIONADA À QUIMIOTERAPIA
ANTINEOPLÁSICA UTILIZANDO HIDROCORTISONA ENDOVENOSA: UM
RELATO DE CASO
a
a
Paula Saud De Bortoli , Maria José Menossi , Amanda Rossi Marquesa
a
b
Camargo , Rosyan Carvalho Andrade , Lucila Castanheira Nascimento .
a HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO/EERP – BRAZIL
b ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO - EERP-USP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Com o objetivo de tratar as neoplasias malignas, a
quimioterapia antineoplásica consiste no emprego de substâncias
químicas capazes de diminuir o metabolismo das células neoplásicas
ou de destruí-las completamente. Para que o paciente possa ser
beneficiado desse tratamento, a principal via de administração é a
endovenosa. No entanto, observa-se que a maioria dos pacientes é
portadora de rede venosa de pouca visibilidade, devido a múltiplas
punções, trombocitopenias frequentes, fragilidade capilar e ação
irritante e esclerosante das drogas. Nesse sentido, para que se evite o
processo de formação de flebite no vaso de escolha para a
administração do agente antineoplásico, o profissional de saúde deve
ser capaz de reconhecer as características inerentes ao paciente e as
propriedades físico-químicas dos medicamentos. Além disso, a equipe
de saúde deve estar preparada para intervir e minimizar o dano
quando evento o adverso já ocorreu. Objetivo: Relatar caso de
paciente que teve o processo de formação de flebite relacionada à
quimioterapia antineoplásica com potencial irritante interrompido,
através da aplicação de protocolo para extravasamento de
quimioterápico instituído na unidade de tratamento oncológico de
seguimento do adoecido. Resultados: Paciente, feminina, 16 anos,
portadora de osteossarcoma metastático em membro inferior direito,
em tratamento oncológico, enquanto recebia o quimioterápico
doxorrubicina em acesso venoso periférico, apresentou formação de
flebite, grau 2, com dor e hiperemia em trajeto venoso, por duas
ocasiões. Na primeira situação, foi apenas interrompida infusão da
droga e retirado acesso venoso. Na segunda, foi interrompida infusão
da droga, aspirado 3 ml de sangue e administrado 25 mg de
hidrocortisona pelo acesso e, após, retirado o mesmo, conforme
protocolo da unidade. No primeiro caso, paciente apresentou
endurecimento do vaso e trajeto venoso escurecido por vários meses
após evento e, no segundo, no dia seguinte, não se observou mais a
presença de qualquer sinal indicativo de flebite. Conclusão: Os
resultados desse estudo sugerem que, por se tratar de um antiinflamatório esteroidal, a hidrocortisona teria efeito benéfico no
processo de interrupção do desenvolvimento de flebite. Além disso,
reforça-se a importância de protocolos institucionais, de forma que
toda a equipe esteja apta a realizar um cuidado qualificado ao
paciente, nesse caso, atuando na interrupção do processo de
desenvolvimento de flebite.
PROCESSO DE PASSAGEM E RETIRADA DE CATETER VENOSO
CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA –PICC DE UM HOSPITAL
ESPECIALIZADO EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: PERFIL DE
ATENDIMENTO
Ana Paula Passareli, Karina Cássia Wohlers, Juliana Pepe Marinho.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Segundo o Instituto Nacional de Câncer no ano de 2016
está previsto um total de 12.600 casos novos de crianças e
adolescentes com diagnóstico de câncer. Visto que o tratamento
oncológico é em sua maioria longo e traumático foi desenvolvido
em um hospital especializado em oncologia pediátrica o Grupo de
Passagem e Retirada de Cateter Venoso Central de Inserção
Periférica – PICC. Que visa garantir a qualidade de vida e tratamento
dos pacientes através da prática especializada de passagem e
acompanhamento do PICC durante todo o período de tratamento.
Objetivo: O principal objetivo deste trabalho é descrever o perfil de
pacientes atendidos pelo grupo de PICC no período de janeiro de
2016 a setembro de 2016. Metodologia: Trata-se de um estudo
retrospectivo com abordagem quantitativa. Foram avaliados os
prontuários dos pacientes submetidos à passagem de PICC no
período proposto para o estudo. Resultados e Conclusão: Durante o
período do estudo foram passados 48 PICC. Dentre os clientes
atendidos, foram predominantes as faixas etárias de 11 a 18 anos. O
diagnóstico médico dos pacientes foi agrupado de acordo com os
principais grupos de neoplasias, de forma que as crianças com
osteossarcoma foram os pacientes com maior incidência
representando 31%. De toda população atendida 70% foram do
sexo feminino e 30% do sexo masculino. Em relação ao uso de
sedação para a passagem do PICC, foi visto que apenas 7 pacientes
necessitaram de sedativos como propofol e midazolam. O principal
motivo de retirada foi caracterizado pelo término de tratamento,
representando 56% dos cateteres retirados. Esse trabalho delineia o
perfil da população atendida. Logo, a partir do conhecimento da
demanda do nosso serviço podemos estabelecer prioridades,
dimensionar recursos pessoais especializados, comprar materiais,
justificar treinamentos e aplicar normas e rotinas que visam a
qualidade de vida dos pacientes.
66
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA DE UM HOSPITAL ESPECIALIZADO
EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA.
Juliana Pepe Marinho, Keila Martins Da Conceição, Caroline Felipe
Fernandes, Maria Aparecida Aguiar Da Silva, Daniela Bonfietti
Rodrigues.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu um
programa para garantir a segurança de pacientes submetidos à
cirurgia, que consiste na verificação de itens fundamentais do
processo cirúrgico. Para garantir que o procedimento correto seja
realizado no paciente correto e no local de intervenção desejado,
estabeleceu-se o Protocolo de Cirurgia Segura que envolve medidas
para reduzir o risco de eventos adversos que podem acontecer antes,
durante e depois das cirurgias, resultando em danos para o paciente.
Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar o
Protocolo de Cirurgia Segura desenvolvido e utilizado em um Hospital
especializado em Oncologia Pediátrica localizado na Cidade de São
Paulo, que realiza cirurgias de pequeno, médio e grande porte.
Materiais e Método: Trata-se de um relato de experiência que expõe
o protocolo de cirurgia segura e sua aplicabilidade, bem como as
principais dificuldades encontradas durante processo de
implementação do mesmo. Discussão: Serão apresentados os itens
verificados durante o Sing In, Time Out e Sing Out, bem como as
práticas estabelecidas na Instituição para verificação de materiais e
equipamentos, aplicação de termos de consentimento, demarcação
de lateralidade e contagem de pinças, compressas, agulhas e
instrumentais. A maior dificuldade encontrada foi conseguir a adesão
de todos os membros da equipe assistencial envolvida no
procedimento cirúrgico nos momentos corretos de realização
estabelecidos pelo protocolo, pois trata-se de uma mudança cultural
que envolve esses profissionais, já que essa prática não existia
anteriormente. Conclusão: Concluímos que a elaboração e
implantação do protocolo de Cirurgia Segura é importante pois reduz
os riscos de eventos inesperados para os pacientes, melhorando a
qualidade e segurança da assistência prestada, além de assegurar os
profissionais envolvidos em todo o processo de atendimento dos
pacientes cirúrgicos.
REFLEXÕES DA ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO EM ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA À LUZ DA TEORIA DE ENFERMAGEM HUMANÍSTICA DE
PATERSON E ZDERAD
a
b
Luciana Souza De Castro , Clara Rennó Cypriano , Tátilla Rangel
a
a
a
Braga , Monique Abreu Silvino , Juliana Cristina Medeiros , Gracieli
b
Braga Moreira .
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
b UNIABEU, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: A criança e o adolescente com câncer no Brasil
encontram se em condições de vulnerabilidade no momento do
tratamento da doença, as modificações do adoecer necessitam de
um olhar mais humano, com asserções diretamente ligadas ao
acolhimento, à comunicação e ao diálogo, por isso prestar uma
assistência humanizada tem grande valor na percepção do
enfermeiro, da criança, do adolescente e seus familiares. Objetivo:
Promover reflexões dos aspectos relacionados à prática da
assistência do enfermeiro em oncologia pediátrica à Luz da Teoria
Humanística de Paterson e Zderad (1976). Metodologia: Trata-se de
um estudo reflexivo onde foram discutidas questões ligadas à
Política Nacional de Humanização, Política Nacional de Atenção
Oncológica e as concepções que interligam a assistência do
enfermeiro atuante em oncologia pediátrica com a Teoria de
Enfermagem Humanística. Resultados: Pensar em assistência
humanizada significa pensar em acolher, tratar, ouvir, tocar,
enfatizar o diálogo, construir o vínculo, incentivar as práticas
sensibilizadas, atender os usuários em sua linguagem social e
cultural são estratégias para fortaleceras políticas públicas de saúde
paltadas nos moldes da humanização. A teoria da ciência da
enfermagem humanística resulta das vivências do enfermeiro com o
Ser cuidado, assim é possível proporcionar ao Ser cuidado bem estar
e o desejo de estar melhor. Para que isto aconteça
satisfatoriamente é necessário que o cuidador se desprenda de
conceitos, valores e prejulgamentos para que a autenticidade
humana seja compreendida. O diálogo vivido é a ferramenta de
apoio desta teoria, parte integrante da assistência prestada pelo
enfermeiro atuante em oncologia pediátrica. Por ser uma doença
agressiva que atinge crianças e adolescentes de uma forma tão
feroz, este modelo de estudo traz características associativas entre a
assistência do enfermeiro e o modelo de enfermagem humanística.
CONCLUSÃO: Cuidar em oncologia pediátrica envolve o diálogo
vivido na assistência do enfermeiro, que esta em consonância com a
teoria, pois destaca a interação do Ser humano que cuida, com o Ser
humano que é cuidado. Os princípios humanísticos atravessa, as
políticas públicas de saúde tornando esta prática factível no
ambiente da oncologia pediátrica, transformando assim situações
de dor e angústia em momentos de zelo, cuidado, afeto e
acolhimento a fim de minimizar no que for possível este momento
de conflito e dor.
67
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM NO EXTRAVASAMENTO DE
DROGAS VESICANTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Diego Silveira Silveira Siqueira, Maria Aparecida Andreza Leopoldino.
a HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS, Rio Grande do Sul, Brasil.
b UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, Rio Grande do Sul,
Brasil
Introdução: o extravasamento é o escape da droga vesicante do vaso
sanguíneo; e, sua penetração nos tecidos adjacentes, com presença de
sinais e sintomas como: dor, prurido, eritema, edema, sensação de
queimação, hiperpigmentação, flebite, desconforto local, inflamação,
formação de vesículas, úlceras e necrose tissular. Objetivos: relatar
como devem-se dar os cuidados de enfermagem quando ocorre o
extravasamento de um quimioterápico vesicante no ambulatório de
quimioterapia. Metodologia: trata-se de um relato de experiência
referente à vivência de um enfermeiro em um ambulatório de
quimioterapia. Resultado/Discussão: embora não seja uma ocorrência
comum, as lesões decorrentes do extravasamento podem causar um
considerável transtorno na vida do paciente. Por este motivo, a
prevenção e a manutenção do extravasamento é uma importante
função do enfermeiro. Sendo assim, a administração de uma
quimioterapia vesicante, deve ser feita em um acesso venoso seguro,
e quando percebidos os sinais e sintomas de extravasamento medidas
tem que ser tomadas para minimizar os danos. Os quimioterápicos
vesicantes devem ser administrados primeiro; e, durante sua infusão,
o enfermeiro deve monitorizar a permeabilidade do acesso venoso e o
local da punção venosa em relação a: edema, ardência, eritema.
Conclusão: este trabalho poderá contribuir para discussões e
reflexões acerca da sistematização do processo de enfermagem em
ambulatório de quimioterapia. Embora esta ocorrência não seja muito
comum, ela pode ter uma extensão da necrose que pode chegar a
atingir o periósteo, causando, assim, uma dor severa ao paciente.
USO DO COLCHÃO PNEUMÁTICO NA REDUÇÃO DE LESÕES POR
PRESSÃO EM PACIENTE ONCOLÓGICO EM HOSPITAL INFANTIL DE
ADMINISTRAÇÃO DIRETA DO ESTADO DE SÃO PAULO: ESTUDO DE
CASO
Melissa Ferreira De Macedo, Paula Jordão Ferrari, Luciana De Aguiar
Pacheco, Julieta Maria Ferreira Chacon.
HOSPITAL DARCY VARGAS, São Paulo, Brasil
Introdução: Uma das medidas profiláticas importantes para o
desenvolvimento da lesão por pressão é o posicionamento
adequado do paciente no leito, o uso de dispositivos redutores de
pressão, suportes de alívio, colchão piramidal e equipamentos de
alívio de pressão para pacientes restritos ao leito, como o colchão
pneumático com pressão alternante entre o corpo e o colchão pela
insuflação e desinsuflação de ar comprimido em bolsões
pneumáticos. Objetivo: avaliar a eficácia do uso do colchão
pneumático em paciente oncológico com alto risco de lesão por
pressão (LP) no período de março/agosto de 2016. Metodologia:
estudo de relato de caso realizado na enfermaria de oncologia em
paciente de 16 anos em tratamento quimioterápico para Sarcoma
indiferenciado retroperitonial paravertebral com compressão
medular, em anasarca, plégico, parestesia de MMII, magreza
acentuada (IMC 17,9) e alto risco para desenvolver LP. A pele do
paciente foi inspecionada pelo enfermeiro oncologista e avaliado
pela Escala de Braden (EB) diariamente e as LPs foram fotografadas
semanalmente. Os curativos eram realizados pelos enfermeiros do
grupo de pele e enfermeiros da unidade previamente treinados.
Foram registrados todos os dados clínicos e demográficos. O
paciente trocou o colchão piramidal pelo colchão pneumático após
avaliação da equipe. Realizado debridamento instrumental, e
curativo de tecnologia avançada de acordo com a fase de
cicatrização das lesões. Resultados: Apresentou suspeita de lesão
tissular profunda em região sacral e torácica, uma LP II em calcâneos
E e D (1,5 cm² e 2cm²) após 48h de internação na Unidade de
terapia intensiva, com escore 7 da EB, sendo altíssimo risco. Foi
transferido após 8 dias de internação para enfermaria de oncologia.
Apresentou 2 LPII em região torácica, 6cm² e 2cm², uma LP sacral
em estágio indeterminado, debridada e estadiada em UPIII (10 cm²);
e apresentou escore 10 da EB . Após 58 dias com o colchão
pneumático, apresentou escore 12 da EB (alto risco). Recebeu 4
ciclos de quimioterapia durante os 4 meses de internação.
Conclusão: Houve redução do tamanho das LPs e reepitelização da
LP de calcâneo D. Não houve surgimento de LPS e nem piora dos
estadiamentos das LPs na vigência do colchão pneumático. O
colchão pneumático mostrou-se uma alternativa viável para a
profilaxia de LP.
68
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EPIDEMIOLOGIA
CÂNCER ABAIXO DE 60 DIAS DE VIDA: RELATO DE 16 CASOS
Camila Maria Prado Alonso, Tatiana Tavares De Oliveira, Josiane
Millani Sakis, Renato De Paula Guedes Oliveira, Filipe Mota Bernei,
Ethel Fernandes Gorender, Sidnei Epelman.
SERVIÇO DE ONCOLOGIA DO HOSPITAL SANTA MARCELINA/TUCCA,
São Paulo, Brasil
Introdução: O câncer no período neonatal é raro e compreende um
grupo diverso de neoplasias. A apresentação, comportamento,
diagnóstico e tratamento muitas vezes divergem do observado em
crianças mais velhas. Alguns tumores sólidos podem ser
diagnosticados intra-útero por métodos de imagem possibilitando a
terapia mais precoce. Objetivo: Descrever os tipos de câncer
encontrados em pacientes abaixo de 60 dias de vida em um centro de
oncologia pediátrica. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo, de
43 casos de crianças até 60 dias de vida com suspeita de câncer,
admitidos em um centro de oncologia pediátrica em um período de 15
anos. Resultados: Em 27 das 43 crianças (63%) o diagnóstico foi de
outras doenças tais como hemorragia supra-renal 5 casos(12%),
infecção 4 casos(9%) e tumores benignos 3 casos(7%).Em 16 crianças
(37%) a neoplasia maligna foi confirmada. Nos pacientes com câncer a
idade variou de 2 dias à 58 dias, média e mediana de 32 dias, relação
masculino/feminino
6/10(37/63%).
As
neoplasias
foram
retinoblastoma em 4 pacientes (25%); neuroblastoma em 3(18%);
tumores de células germinativas em 3 (18%), sendo 2 sacrococcígeo e
1 abdominal; tumores de sistema nervoso central em 2(13%) sendo 1
teratoma imaturo e 1 glioma de baixo grau; leucemia em 2(13%)
sendo 1 leucemia linfóide aguda e 1 leucemia mielóide aguda;
sarcoma de células claras em 1(6%) e fibrossarcoma congênito de coxa
em 1 (6%). Os dois únicos casos com diagnóstico pré-natal foram o
tumor de células germinativas sacrococcígeo e o fibrossarcoma.
Atualmente 10 pacientes estão fora de terapia, 1 paciente em
tratamento (leucemia linfóide aguda) e 5 pacientes evoluíram à óbito,
sendo 2 por progressão de doença ( leucemia mieloide aguda e
neuroblastoma ) e 3 por infecção ( teratoma de Sistema nervosa
central, sarcoma de células claras renal e 1 teratoma imaturo
abdominal). Conclusão: O câncer nesta faixa etária apresenta
dificuldades particulares na abordagem terapêutica, sendo que cada
criança deve receber um tratamento individualizado, baseado em um
diagnóstico preciso, com mais possibilidades de sucesso em um centro
de oncologia pediátrica. O diagnóstico por métodos de imagem dos
tumores sólidos que se apresentam no período pré-natal permite
muitas vezes um melhor preparo da equipe médica para intervenção
mais precoce e melhora da sobrevida.
CÂNCER EM ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS: RELATO DE 340
CASOS
Josiane Millani Sakis, Camila Da Silva Marques, Camila Maria Prado
Alonso, Filipe Mota Bernei, Ethel Fernandes Gorender, Sidnei
Epelman.
SERVIÇO DE ONCOLOGIA DO HOSPITAL SANTA MARCELINA/TUCCA,
São Paulo, Brasil
Introdução: Os adolescentes e adultos jovens compreendem uma
faixa etária intermediária entre a oncologia pediátrica e a oncologia
clínica, com uma diversidade dos tipos de cânceres. As diferenças
histológicas, biológicas e características clínicas muitas vezes
ocorrem em consequência de mudanças na transição da infância
para a idade adulta. As neoplasias malignas em adolescentes e
adultos jovens representam aproximadamente 6% de todos os
cânceres, e ainda não há serviços de oncologia específicos para esta
população. De acordo com a literatura os tumores malignos mais
comuns nestes pacientes são Linfomas, Leucemias, Tumores de
Sistema Nervoso Central (SNC) e Tumores Ósseos. Objetivo:
Descrever o perfil epidemiológico de adolescentes e adultos jovens
com diagnóstico de doença neoplásica, referenciados a um Serviço
de Oncologia Pediátrica em um período de 15 anos. Métodos:
Estudo descritivo, retrospectivo das principais características de
pacientes com idade maior ou igual a 14 anos de uma única
instituição. Resultados: No total, 439 pacientes foram admitidos
para investigação diagnóstica, sendo confirmado câncer em 340
(77%). Em relação a esses pacientes a idade variou de 14 a 39 anos,
média de 17.2 anos e mediana de 16 anos. Relação
masculino/feminino: 207 / 133 (61% / 39%). As neoplasias
apresentadas foram: Osteossarcoma 64 (18,8%); Tumores de SNC 61
(17,9%); Leucemias 54 (15,9%), sendo Leucemia Linfoide Aguda
52%, Leucemia Mieloide Aguda 35% e Leucemia Mieloide Crônica
13%; Linfomas 50 (14,7%), sendo Linfoma de Hodgkin 54% e Linfoma
Não Hodgkin 46%; Sarcomas de partes moles 33 (9,7%); Carcinomas
19 (5,6%); Tumores da Família Ewing 18 (5,3%); Tumores de Células
Germinativas 15 (4,4%); Neoplasia Trofoblástica Gestacional(NTG) 6
(1,8%); Tumores Hepáticos 6 (1,8%); Neuroblastoma(NB) 5 (1,5%);
Tumores Renais 5 (1,5%); Outros Tumores 3 (0,9%) e Histiocitose 1
(0,3%). Conclusão: Os principais tumores observados no estudo
refletem o demonstrado pela literatura. Este grupo também
apresenta alguns tumores típicos da infância como NB e tumores
típicos da idade adulta como carcinomas e NTG. Essa população se
beneficia de outro olhar e formação específica da equipe de
oncologia que administra seu tratamento.
69
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CÂNCER EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: CARACTERIZAÇÃO DO
REGISTRO DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA.
a
b
Natália Rosa Santos , Gildene Alves Da Costa , Luana Almeida Fonseca
a
a
b
Franco , Emmyle Cristyne Alves Soares , Iracema Nunes De Castro ,
b
Monica Fortes Napoleão Do Rego .
a UFPI, Piauí, Brasil
b HOSPITAL SÃO MARCOS, Piauí, Brasil
Introdução: O câncer em crianças e adolescentes corresponde a 2 a
3% de todos os tumores malignos e estima-se que seja responsável
por 90.000 óbitos anuais. Estudos demonstram que a frequência do
câncer na infância é geralmente maior na população masculina e na
faixa etária de 0 a 4 anos, sendo as leucemias, os linfomas e os
tumores do sistema nervoso central os tipos mais comuns. No Brasil, o
número de crianças que chega aos serviços especializados com doença
avançada é alto o que reflete o atraso diagnóstico. Objetivos: Analisar
um registro hospitalar de câncer pediátrico num centro de referência,
no que concerne ao registro de casos novos, sexo, idade, extensão
clínica da doença e a evolução para óbito. Método: estudo
transversal, com pacientes de 0 a 19 anos de idade diagnosticados
com câncer entre 1º de janeiro de 2005 e 31 de dezembro de 2014,
em centro de referência em oncologia pediátrica, realizado através da
coleta de informações em planilhas geradas por sistema eletrônico
próprio da instituição. Utilizou-se o teste qui-quadrado para
associação entre variáveis qualitativas e o odds ratio para o cálculo da
razão de chances. Resultados: Dos 1187 pacientes participantes da
pesquisa, 671 (56,6%) eram do sexo masculino. Quanto à procedência,
257 (21,7%) eram da capital, 563 (47,4%) do interior do estado e 367
(30,9%) de outros estados. Os menores de 5 anos representaram
32,4% (385 pacientes) da amostra. O grupo de câncer mais frequente
foi o das leucemias (35,3%), seguido pelos linfomas, tumores ósseos
malignos e tumores renais, com 17,2, 9,1 e 7,7% dos casos,
respectivamente. Dos 751 tumores sólidos, 35% eram doença
localizada e 65% não localizada, sendo metastáticos em 269 casos,
35,8% das neoplasias sólidas. Dos 1187 pacientes, 295 tiveram óbitos
hospital de estudo, 24,9% do total. Os pacientes não residentes na
capital apresentaram 1,4 vezes mais chance de morte que os
residentes (p = 0,01); aqueles com doença não localizada
apresentaram 2,4 vezes mais chance de morrer que os pacientes com
doença localizada enquanto que o grupo de pacientes com metástase
apresentou 2,1 vezes mais chances de óbito que o grupo sem ela
(p<0,01). CONCLUSÃO: O câncer na pediatria é mais comum no sexo
masculino e nos pacientes menores que 5 anos, sendo as leucemias e
os linfomas os mais frequentes. O diagnóstico da doença em estadio
avançado é alto, sendo o risco de morrer maior em pacientes com
doença não localizada e naqueles que residem fora da capital do
estado.
CÂNCER INFANTO-JUVENIL: CARACTERISTICAS
PACIENTES DE HOSPITAL DO CÂNCER
a
CLÍNICAS
DE
a
Emanuelle Bianchi Da Silva , Robertta Miranda Zandoná , Carmem
b
c
Mendonça Fiori , Aline Carla Rosa .
a UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ,
Paraná, Brasil
b UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ E
UOPECCAN - HOSPITAL DO CÂNCER DE CASCAVEL, Paraná, Brasil
c UOPECCAN - HOSPITAL DO CÂNCER DE CASCAVEL, Paraná, Brasil
Introdução: O câncer infanto-juvenil (abaixo de 19 anos) é uma
doença rara que constitui cerca de 1% a 3% de todos os tumores
malignos. No Brasil, são diagnosticados cerca de 12.000 casos novos
de câncer infanto-juvenil por ano. Neoplasias nesta faixa etária
apresentam particularidades quando comparadas ao câncer em
adultos, especialmente no que se refere aos sinais e sintomas, os
quais são inespecíficos e diferentes daqueles apresentados por
indivíduos com mais de 19 anos. Objetivo: descrever as principais
características clínicas encontradas em crianças e adolescentes
atendidos em hospital referência no combate ao câncer.
Metodologia: estudo transversal, retrospectivo feito mediante
análise de prontuários médicos de crianças e adolescentes que
foram atendidos em hospital do câncer no período compreendido
entre 01/01/2007 e 31/12/2015. Resultados: Foram registrados no
total 404 casos, sendo a maioria do sexo masculino (59,8%) e 40,2%
do sexo feminino. Em relação à idade, 148 (36,6%) pacientes tinham
5 anos ou menos, 104 (25,7%) tinham entre 6 e 10 anos, 64 (15,8%)
entre 10 a 14 anos e 88 (21,7%) entre 15 e 19 anos. A média entre o
início dos sintomas e a procura por atendimento médico foi de 62,2
dias. Os sinais e sintomas mais prevalentes foram: febre (21,2%),
palidez cutânea (16,6%), linfonodomegalia (15,6%), perda de peso
(10,1%) e dor abdominal (9,4%). As neoplasias mais frequentes
foram leucemia (35,4%), neoplasias intracranianas e de sistema
nervoso central (13,1%) e linfomas e outras neoplasias reticuloendoteliais (12,3%). Conclusão: As características clínicas
encontradas foram semelhantes a dados disponíveis na literatura
nacional e internacional. Porém, considerando que as manifestações
clínicas de neoplasias em crianças e adolescentes ainda são pouco
conhecidas por profissionais da saúde, melhor ênfase deve ser dada
ao diagnóstico precoce, visto que o tratamento adequado
proporciona chances de até 80% de cura.
70
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO
DE ONCOHEMATOLOGIA PEDIATRICA – RELAÇÃO ÓBITO/PATOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL EM CENTRO DE
REFERÊNCIA ESTADUAL DE 2010 A 2015
Katiane De Souza Gomes Dias, Fabia Idalina Rodrigues Neves.
Joana Figueiredo Bortolini , Livia Dos Santos Borgo Peter , Bianca
b
b
Pereira Martins Dos Santos , Daniella Ramiro Vittorazzi , Genevieve
b
b
Lougon Moulin , Maria Eugenia Ferreira Faria , Priscila Da Paz
b
b
b
Neves , Roberta Sant’ana Alves , Victória Machado De Faria .
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, Bahia, Brasil
Introdução: O câncer infanto-juvenil é caracterizado como uma
neoplasia maligna que acomete as pessoas na faixa etária entre 0 a 19
anos, representando a principal causa de morte na maioria dos países,
superado apenas pelas mortes de causas externas, tornando-se assim
um grave problema de saúde pública. Metodologia: Este trabalho
trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, com objetivo de
identificar o tipo de câncer responsável pelo maior número de óbitos
em pacientes atendidos em um centro de oncohematologia
pediátrica, onde foram coletados os dados. Foram avaliados 407
prontuários no período de janeiro a dezembro de 2013
correspondente a todos os pacientes atendidos na Unidade no
período – não apenas casos confirmados como oncológicos.
Resultados: Os resultados da pesquisa apontaram que a leucemia
mielóide aguda foi a principal causa de óbito, apresentando 41,7% de
mortalidade correspondendo a 22,7% do total de óbitos, seguida por
osteossarcoma, com mortalidade de 36,4% equivalente a 18% dos
óbitos e neuroblastoma com 20% de mortalidade, mas responsável
por apenas 9% das mortes. Nota-se que a mortalidade corresponde à
literatura mundial em relação às leucemias, entretanto para os
tumores sólidos seria esperado ainda uma mortalidade elevada
também para tumores de SNC que foi baixa (8,3%), provavelmente
por haver transferência precoce destes pacientes para serviços com
capacidade de diagnóstico e tratamento adequados e se vê uma
mortalidade elevada para sarcoma de Ewing (100% neste estudo),
porém equivalendo a 9% em relação aos demais tumores por baixa
prevalência nessa população estudada (apenas 2 casos – 0,5%). Como
não foram avaliados índices de mortalidade precoce ou tardia não se
pode inferir se as causas dos óbitos correspondem às encontradas na
literatura por não resposta ao tratamento ou agressividade da doença
(principalmente nos tumores sólidos) ou se decorrentes de ausência
de suporte intensivo e hemoterápico adequado – fatores muito
relacionados à alta mortalidade precoce nos cânceres hematológicos.
Conclusão: Conclui-se que a mortalidade é equivalente ao descrito na
literatura em relação aos canceres hematológicos não
correspondendo em relação aos tumores sólidos. Deve-se seguir o
estudo para identificar se as causas do óbito foi precoce ou tardia e
definir quais fatores contribuíram para o desfecho negativo do
tratamento visando melhorias a fim de reduzir a taxa de mortalidade
para o equivalente a outros centros.
a
b
a HEINSG, Espirito Santo, Brasil
b MULTIVIX, Espirito Santo, Brasil
Introdução: Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o
câncer já representa a primeira causa de morte (7% do total) por
doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, para todas as
regiões. Segundo a Classificação Internacional do Câncer na Infância,
no Brasil, há predomínio das leucemias, em 34%, dos tumores
cerebrais, em 23%, e dos linfomas, em 12%. Os resultados obtidos
nesse tipo de estudo contribuem para o conhecimento científico,
epidemiológico e social da doença, o que possibilita a prática de
políticas públicas para diagnóstico e tratamento precoces. Objetivo:
Mapear a epidemiologia do câncer infanto-juvenil em centro de
referência estadual. Metodologia: A coleta de dados dos
prontuários foi realizada utilizando um formulário com as seguintes
variáveis de interesse: idade, gênero, tipo de câncer, raça/cor,
procedência, data de admissão do paciente, data de início do
tratamento nesta instituição. Foram incluídos todos os casos com
diagnóstico novo de neoplasia maligna em pacientes com idade
igual ou inferior 19 anos, admitidos entre janeiro de 2010 a
dezembro de 2015. Resultados: A população do estudo constituiuse de 499 pacientes com casos novos de câncer. A neoplasia mais
frequente foi leucemia, com 29% dos casos, seguida de tumores do
SNC (19%), outros tipos (18%), linfomas (11%), sarcomas ósseos e
extra ósseos (10%), tumores renais (6%), neuroblastomas (6%) e
retinoblastoma (1%). O sexo masculino sobressaiu com 269 casos. A
faixa etária mais acometida é de 1-4 anos (31%). Observou-se que os
não brancos prevaleceram em todos os tipos de câncer, com um
total de 301 casos (60%). Quanto à procedência, 451 (90,4%) eram
do Espírito Santo, 34 (6,8%) da Bahia, 12 (2,4%) de Minas Gerais e 2
(0,4%) de outros estados (Roraima e Rondônia). 479 pacientes
realizaram tratamento no centro de referência estadual. A média do
intervalo de tempo entre a data de admissão do paciente e o início
do tratamento foi de aproximadamente 28 dias, com prevalência de
55% de pacientes tratados em 10 dias ou menos após a admissão.
Conclusão: O estudo em questão se assemelha com os padrões
epidemiológicos de estudos realizados no estado, no Brasil e no
mundo, corroborando para o estabelecimento desses padrões.
Estudos de mesmo cunho são escassos no estado e em todo o Brasil,
sendo importante a realização desta análise para melhoria de
políticas públicas, informação para população em geral e melhorias
no funcionamento da instituição.
71
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL EM HOSPITAL
REFERÊNCIA EM CÂNCER
a
a
Emanuelle Bianchi Da Silva , Robertta Miranda Zandoná , Carmem
a,b
b
Mendonça Fiori , Aline Carla Rosa .
a UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ,
Paraná, Brasil
b UOPECCAN - HOSPITAL DO CÂNCER DE CASCAVEL, Paraná, Brasil
Introdução: o câncer infanto-juvenil, apesar de pouco frequente
(corresponde a 2% a 3% de todos os tumores no Brasil) é considerado
importante, visto que consiste na segunda principal causa de morte de
crianças e adolescentes, seguindo apenas a morte por causas
externas. Os tipos de cânceres que ocorrem em crianças são
diferentes dos adultos, de forma que, estudos específicos para essa
faixa etária são necessários. Objetivo: analisar a distribuição do câncer
infanto-juvenil (menores de 19 anos) de pacientes atendidos de
janeiro de 2007 a dezembro de 2015 em hospital do câncer.
Metodologia: trata-se de estudo retrospectivo realizado por meio de
avaliação de prontuários médicos. Os dados foram analisados segundo
a Classificação Internacional do Câncer na Infância. Resultados: Foram
registrados 404 casos de câncer infanto-juvenil entre 01/01/2007 e
31/12/2015. 59,8% eram do gênero masculino e 40,2% do gênero
feminino. Em oito dos nove anos analisados houve predomínio de
meninos em comparação com meninas. A média de idade foi de 8,26
anos, sendo que indivíduos com menos de cinco anos foram os mais
acometidos (n=148, 36,6%). Os pacientes foram distribuídos nos
seguintes grupos: Grupo I – Leucemias (n=143; 35,4%), grupo II –
Linfomas e outras neoplasias reticulo-endoteliais (n=50;12,3%); III –
Tumores de Sistema Nervoso Central (n=53; 13,1%), IV – Tumores de
Sistema Nervoso Simpático (n=15; 3,7%); V – retinoblastoma (n=3;
0,74%); VI – Tumores renais (n=24; 5,9%); VII – Tumores hepáticos
(n=6;1,5%); VIII – Tumores ósseos malignos (n=17; 4,2%), IX – Sarcoma
de partes moles (n=38; 9,4%), X – Neoplasias de células germinativas
(n=22, 5,5%); XI – Carcinoma e outras neoplasias malignas epiteliais
(n=11; 2,7%) e grupo XII – Outros tumores malignos não especificados
(n=22, 5,4%). Os anos relacionados com maior e menor número de
atendimentos foram 2011 (68 casos) e 2007 (30 casos),
respectivamente; havendo uma média de 44,8 atendimentos de casos
novos por ano. Conclusão: os cânceres infanto-juvenis mais
prevalentes foram leucemias, tumores de Sistema Nervoso Central e
linfomas, estando de acordo com dados disponíveis na literatura, no
entanto, encontramos aumento na frequência no grupo XI,
representado provavelmente pelo aumento dos casos de carcinoma
de suprarrenal em nossa região.
INCIDÊNCIA DE DISTÚRBIO DE DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES
ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS COM DIAGNÓSTICO DE TUMOR DO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) DURANTE INTERNAÇÃO
HOSPITALAR.
a
a
b
Laura Fuchs Nunes , Camila Lucia Etges , Lisiane De Rosa Barbosa ,
c
a
Cláudio Galvao De Castro Junior , Roberta Alves Da Silva .
a UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO
ALEGRE/ISCMPA, Rio Grande do Sul, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO
ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
c HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTÔNIO HCSA, Rio Grande do Sul,
Brasil
Introdução: De acordo com os dados do Instituto Nacional do
Câncer (INCA), estima-se que, no Brasil, ocorrerão cerca de 12.600
novos casos de câncer em crianças e adolescentes por ano em 2016
e 2017. Os tumores do SNC ocorrem principalmente em crianças
menores de 15 anos, com um pico na idade de 10 anos. Estima-se
que cerca de 8% a 15% das neoplasias pediátricas são representadas
por esse grupo, sendo mais frequente o tumor sólido. Esta
população pode apresentar tanto distúrbios de deglutição e/ou
alimentação quanto desordens de comunicação. Crianças com
tumores de sistema nervoso central, principalmente, requerem
atendimento fonoaudiológico devido à elevada incidência de
disfagia (entre 39% a 83%). Objetivo: Verificar a incidência de
distúrbio de deglutição em pacientes oncológicos pediátricos com
diagnóstico de tumor do SNC durante internação hospitalar.
Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo, realizado em
hospital pediátrico de referência, aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa, sob número do parecer 467.673. A coleta se deu de julho
de 2015 à agosto de 2016. Foram incluídos no estudo todos os
pacientes diagnosticados com tumor do SNC encaminhados para
avaliação fonoaudiológica. Para avaliação clínica da deglutição
utilizou-se o Protocolo PAD-PED. Resultados e Conclusão: Foram
atendidos 8 pacientes pediátricos com tumores de SNC. Destes, 5
possuíam tumores localizados em fossa posterior e 3 em tronco
cerebral. No sexo masculino, a presença da doença foi mais
prevalente (62,5%), sendo a média de idade entre os participantes
de 7 anos. Quanto à presença de distúrbio da deglutição, 87,5%
apresentaram algum grau de Disfagia Orofaríngea (de leve a grave).
Destes, 42,8% apresentaram grau de disfagia moderado a grave,
28,5% grau leve, 14,2% moderado e 14,2% de grau grave. Dos 8
pacientes atendidos, apenas para 3 (37,5%) não foi indicada via
alternativa para alimentação. Sendo assim, a incidência de distúrbio
de deglutição presente nesta população foi elevada - apenas um
paciente não apresentou alteração na deglutição, porém neste, foi
observado distúrbio de linguagem após ressecção tumoral.
Identificou-se a importância da avaliação e terapia fonoaudiológica
destes pacientes, pois a Disfagia Orofaríngea não identificada nestes
pacientes pode comprometer o quadro geral do paciente, como
piora respiratória, desnutrição e desidratação, interferindo na
qualidade de vida destes pacientes.
72
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
INCIDÊNCIA, MORTALIDADE E SOBREVIDA DAS LEUCEMIAS MIELÓIDES
EM CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS NO BRASIL:
ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
a
b
Suellen Valadares Moura , Rejane De Souza Reis , Julio Fernando Pinto
b
a
Oliveira , Marceli De Oliveira Santos , Maria Do Socorro Pombo-Dea
Oliveira .
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER Rio de Janeiro, Brasil
b FUNDAÇÃO DO CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: A leucemia mieloide (LM) é uma doença rara,
heterogênea e com aspectos biológicos variados. Possui incidência de
7 casos por milhão em crianças menores de 15 anos. Apresenta
características citogenéticas e moleculares diferentes de acordo com a
idade com implicações de prognóstico. Estudos recentes têm
observado aumento na sobrevida ao longo das últimas 3 décadas,
entretanto, os regimes de tratamento são intensivos e com
significativa morbidade e mortalidade. Esta pesquisa se faz necessária
pela pequena quantidade de estudos de incidência, mortalidade e
sobrevida da LM na população brasileira. Além disso, representa a
primeira análise de mortalidade e sobrevida em diferentes regiões
geográficas baseados nos Registros de Câncer de Base Populacional
(RCBP) do Brasil. Objetivo principal: Analisar a incidência, mortalidade
e sobrevida por LM em crianças, adolescentes e adultos jovens em
diferentes regiões geográficas no Brasil. Material e Método: Estudo
retrospectivo de base populacional para análise de tendência da
incidência, mortalidade e sobrevida em crianças, adolescentes e
adultos jovens, com idade ≤29 anos, de ambos os sexos, com
diagnóstico de LM, caracterizadas por análises morfológicas,
imunofenotípicas e moleculares. As informações para a análise de
incidência serão obtidas a partir das informações compiladas nos
RCBP de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Grande
Vitória, Goiânia, João Pessoa e Recife no período de 2000 a 2010, e
para a análise de mortalidade do Sistema de Informação de
Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM) através dos óbitos
ocorridos no período de janeiro de 1979 a dezembro de 2014.
Resultados e considerações: Na análise preliminar dos RCBP
observou-se que durante o período de 2000 a 2010 foram cadastrados
950 casos diagnosticados, destes 570 (mediana=60,1%) com idade
entre 00-19 anos e 380 (mediana=39,9%) com 20-29 anos. Ressalta-se
que a distribuição destes casos varia por RCBP e por ano de
atualização dos mesmos. O registro Aracaju possui 32 casos
cadastrados, Belém 156, Belo Horizonte 148, Cuiabá 49, Curitiba 143,
Grande Vitória 96, Goiânia 125, João Pessoa 77 e Recife 124 casos. O
sexo masculino foi discretamente observado com maior mediana
(55,6%). Ressalta-se que as maiorias das notificações foram feitas por
verificação microscópica 793 (mediana=84,4%), e que 54,7% dos casos
evoluíram a óbito. As análises de sobrevida e mortalidade estão em
fase de processamento e coleta das informações.
MAPEAMENTO DO TRATAMENTO DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL
a
a
Alejandro Mauricio Arancibia , Caroline Brunetto De Farias , André
a
b
c
Tesainer Brunetto , Lauro José Gregianin , Rafael Roesler , Algemir
a
Lunardi Brunetto .
a INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
b HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul,
Brasil
c UNIVERSIDAD FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, Rio Grande do
Sul, Brasil
Introdução: A incidência de câncer em crianças e adolescentes é
rara quando comparada ao câncer em adultos. Cerca de 1% a 3%
(2,5%) de todos os tipos de cânceres no mundo ocorrem na faixa
etária pediátrica. Nos países em desenvolvimento, a incidência de
câncer, especialmente os pediátricos, não é bem documentada
principalmente devido a problemas de descontinuidade e
infraestrutura. A sobrevida no câncer pediátrico está relacionada
com diversos fatores, entre eles, aqueles relacionados ao paciente,
como sexo e idade, assim como a localização, extensão e tipo de
tumor. Entretanto, as questões inerentes ao local onde é realizado o
tratamento e se ele é realizado dentro de protocolos sólidos e bem
estabelecidos, também são fatores bem documentados. Sendo
assim, este trabalho objetiva identificar o local de tratamento das
crianças, adolescentes e adultos jovens (0-19 anos) com câncer
tratado pelo SUS num estado do Brasil. Método: Para tal fim
realizou-se um levantamento no TabWin – Datasus, nos últimos 5
anos, utilizando para a pesquisa os códigos das Autorizações de
Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade com os códigos
de quimioterapia de câncer na infância e adolescência - 1ª, 2ª, 3ª e
4ª linha e quimioterapia de alta dose de osteossarcoma na infância e
adolescência. Resultados e considerações: Foram geradas 16.275
APACs de quimioterapia de primeira linha de câncer na infância e
adolescência e altas doses de quimioterapia para osteossarcoma
desde 1º de janeiro de 2010 a 31 de julho de 2015. Destas, 93%
(15.234) em algum dos sete centros de referência para Oncologia
Pediátrica. Os restantes 7% aconteceram em centros não habilitados
para oncologia pediátrica, sendo que 26 hospitais no resto do
estado geraram APACs com os códigos mencionados acima. Este
trabalho terá continuidade para conhecer a sobrevida global das
crianças, adolescentes e adultos jovens (0-19 anos) com câncer
tratados pelo SUS neste estado bem como identificar as dificuldades
que fazem com que esses pacientes não sejam encaminhados a
centros habilitados para oncologia pediátrica. Além disso, pretendese criar nos centros habilitados para Oncologia Pediátrica do estado,
um canal de comunicação que facilite a discussão de casos e
eventual melhora do sistema de referência e contra referência
sugerida pela secretaria da saúde do estado. Este projeto está
registrado e aprovado na Plataforma Brasil - CAAE:
55958516.0.3002.5338
73
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: MAPA DE UMA REGIÃO
Annick Beaugrand, Elione Albuquerque, Edvis Serafim, Yanna Mendes,
Cassandra Teixeira Valle.
LIGA NORTE RIO GRANDENSE, Rio Grande do Norte, Brasil
Introdução: A incidência de câncer tem crescido no Brasil, assim como
em todo mundo. O crescimento populacional contínuo e o
envelhecimento da população mundial potencializam o impacto da
doença no mundo. No Brasil representa a principal causa de óbitos
causados por doença na faixa etária infantil e juvenil, entre as idade
de 1 a 19 anos. Os dados do Sistema de informação de Mortalidade
(SIM) revelam que no nordeste as neoplasias estão em 4o lugar nas
causas de óbito infanto-juvenil por doença. Porém em 1o lugar estão
as causas mal definidas. Objetivo: Traçar um perfil geográfico da
procedência regional dos pacientes tratados em um serviço da capital
do estado. Materiais E Métodos: Uma revisão sistemática e
retrospectiva foi realizada por um único investigador no hospital do
câncer, no serviço de oncologia pediátrica desde a abertura do setor.
Os
prontuários
médicos,
relatórios,
encaminhamentos,
anatomopatológico, imunofenotipagem e resultados laboratoriais e
de imagem foram tabulados. Resultados: No Período de agosto de
2001 a maio de 2015, 667 pacientes foram atendidos no serviço de
oncologia pediátrica. Das crianças e adolescentes consultados, 390
tiveram o diagnóstico de câncer confirmado. A neoplasia mais
predominante foi a Leucemia, com 111 casos, sendo 81% classificados
como LLA. Linfomas e tumores do sistema nervoso central foram os
outros tumores mais prevalentes. A partir do ano de 2010 a incidência
de casos neoplásicos foi mais proeminente. A procedência dos
pacientes foi avaliada, sendo a região metropolitana com maior
número de registro, seguida pela região sul e sudeste. A região do
Sertão e do Potengi teve 5 casos cada, nos 15 anos de serviço. A
região ao noroeste do estado registrou 10 casos nesse mesmo
período. Discussão: O Estado tem uma população de 3.474.998
habitantes, dividido em 07 regionais de saúde e 167 municípios. A
região noroeste com 288.162 habitantes, tem desproporcional
número de pacientes encaminhados para tratamento no hospital de
referência, oriundos da 2a mais populosa região do estado. Fica o
questionamento acerca do baixo índice de referência para oncologia
pediátrica, já que número considerável de pacientes ainda é
encaminhado com doença em estágio avançado. Estudos
epidemiológicos se fazem necessários, a fim de corroborar com
registro de câncer no Brasil.
PERFIL CLÍNICO E DEMOGRÁFICO DE CRIANÇAS COM CÂNCER E
CANDIDEMIA EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA
Ana Maria Marinho Da Silva, Luciana Nunes Silva, Gabriela Aguiar
Santos Faria, Bruna Silva Cordeiro.
HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil
Introdução: Em pacientes portadores de neoplasias malignas, as
infecções fúngicas, por cândidas são cada vez mais frequentes
devido ao comprometimento do sistema imunológico, tratamento
quimioterápico, uso de antibióticos de amplo espectro e cateteres
centrais, além da frequente necessidade de cirurgias abdominais
para controle local da doença. Objetivos: Descrever as
características demográficas e clínicas em crianças e adolescentes
portadores de neoplasias malignas com infecções de corrente
sanguínea por cândida em hospital de referencia em Oncopediatria.
Metodologia: Estudo de corte transversal, de caráter descritivo,
realizado por meio da análise de prontuário clínico de pacientes
pediátricos portadores de neoplasias com infecção por cândida no
ano de 2015. Resultados: Dentre as culturas avaliadas, 14
apresentaram positividade para cândida. A incidência de infecção
por cândida na amostra estudada foi de 7%. O agente etiológico
mais frequente foi a C. parapsilosis isolada em 5 amostras, C.
albicans e C. tropicalis em 3 amostras cada,C. guilliennondii em
duas, e C. haemulonii em uma. O diagnóstico desses pacientes:,
4(28,57%) tinham Leucemia (sendo 3 com LLA, e 1 com LMA), 3
(21,43%) pacientes com hepatoblastoma e 2 (14,29%) com Linfoma
não Hodgkin. Das culturas avaliadas 11 (78,57%) foram do sexo
masculino. A mediana de idade foi de 4,5 anos, sendo a faixa etária
de 1-5 anos (42,86%) mais predominante. Os principais fatores de
risco encontrados foram: uso de cateter central (92,86%), seguido
de uso de antibiótico de largo espectro por mais de 7 dias (71,43%)
e quebra de barreira gastrointestinal (42,86%). Febre se destacou
como sinal mais predominante (78,57%). Quanto ao internamento,
o intervalo de 15-30 dias (50%) foi o mais frequente. O principal
motivo de internação foi para tratamento quimioterápico com
8 (57,4%) casos. O antifúngico mais utilizado para o tratamentos
das infecções por cândida foi Fluconazol em 10(71,43%), seguido de
Anfotericina em 4(28,57%), sendo o intervalo de tempo
predominante do uso de antifúngico >21 dias em 5(35,71%). Quanto
ao desfecho, 11(78,57%) continuam em acompanhamento
ambulatorial e 3(21,42%) foram a óbito. Conclusão: As candidemias
em crianças portadoras de neoplasias malignas contribuem
negativamente para o prognóstico, sendo necessário o diagnóstico
etiológico precoce, assim como, a terapéutica direcionada.
74
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL CLINICO-EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM LINFOMA DE
HODGKIN ACOMPANHADOS EM HOSPITAL DE REFERENCIA EM
ONCOPEDIATRIA
a
b
Annita Martins Rocha Torres , Bruna Silva Cordeiro , Daniel Estaveam
b
c
d
Aguiar , Yuri Saho Sakamoto , Juliana Teixeira Costa , Luciana Nunes
d
Silva .
a UNIFACS - UNIVERSIDADE SALVADOR, Bahia, Brasil
b FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS, Bahia, Brasil
c ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA, Bahia, Brasil
d HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil
Introdução: O Linfoma de Hodgkin (LH) corresponde a
aproximadamente 5% dos tumores malignos diagnosticados em
pacientes até 15 anos de idade, e 40% dos linfomas pediátricos. Com o
tratamento multimodal, a sobrevida livre de eventos pode alcançar
até 90% em pacientes com doença localizada. Os protocolos de
tratamento atuais visam reduzir toxicidade a curto e longo prazo,
mantendo as chances de cura. Objetivo: Analisar o perfil clínico e
epidemiológico dos pacientes com diagnóstico de LH acompanhados
em um centro de referência em Oncologia Pediátrica. Métodos: Tratase de um estudo descritivo, retrospectivo, de corte transversal, no
qual foram avaliados pacientes com diagnóstico de LH admitidos neste
serviço no período de setembro de 2009 a dezembro de 2015.
Resultados: Quinze pacientes foram incluídos no estudo. A idade ao
diagnóstico variou de 4 a 16 anos, com média de 10,27 ± 4, mediana
de 12 anos e com predomínio da faixa etária entre 11 e 16 anos
(53,3%). A relação masculino: feminino foi de 1,0:0,87. O tempo entre
o início dos sintomas e o diagnóstico variou entre 2 e 27 meses, com
média de 10,1 ± 8,2 e mediana de 6 meses. Os sintomas mais
prevalentes foram: adenomegalia (86,6%), febre (53,3%) e perda
ponderal (53,3%). O sítio primário mais acometido foi a região cervical
(53,3%). Dez pacientes apresentaram sintomas B (66,6%). A maioria
das crianças apresentava estadiamento avançado ao diagnóstico
(estadios III 46,7% e IV: 26,6%). O tipo histológico predominante foi
esclerose nodular (53,3%), seguido por celularidade mista (26,7%).
Três pacientes (20%) apresentaram recidiva da doença e apenas 1
(6,7%) foi a óbito. Conclusões: Foi encontrado um grande número de
pacientes com tempo prolongado entre o início dos sintomas e o
diagnóstico, associado ao estadiamento avançado da maioria dos
pacientes. É importante alertarmos para o diagnóstico precoce, com o
objetivo de minimizarmos a toxicidade aguda e tardia de tratamentos
agressivos do LH de alto risco.
PERFIL DE PACIENTES ACOMPANHADOS PELO AMBULATÓRIO DE
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Fernanda Shindler, Yara Cardoso Colleto, Beatriz Maria Rosin,
Caroline Rocha Paes Landim Silva, Gabrielle Miranda Borducchi,
Jairo Cartum, Julia Mergulhão Epíscopo, Fernando Luiz Afonso
Fonseca.
FACULDADE DE MEDICINA DO ABC, São Paulo, Brasil
Introdução: O câncer infantil é a principal causa de morte entre as
doenças pediátricas, sendo considerado um importante problema
de saúde pública. O diagnóstico precoce é fundamental pois permite
que o tratamento seja feito em tempo adequado determinando
melhor prognóstico, aumentando as chances de cura e diminuindo
complicações e sequelas tardias. Objetivo: Estabelecer o perfil de
crianças e adolescentes acompanhadas no Ambulatório, bem como
o processo de diagnóstico, tratamento e como ocorre sua evolução.
Metodologia: O estudo teve como amostra 60 prontuários de
pacientes que tiveram diagnóstico de câncer e que foram atendidos
no ano de 2010 em tratamento ou acompanhamento. Os dados
foram coletados e registrados em uma ficha preparada
especificamente para esse fim, sendo digitados utilizando-se o
programa Excel® (Microsoft). Resultados: 61,7% dos pacientes eram
do sexo masculino e a média de idade ao diagnóstico foi de 6 anos.
Os principais sinais e sintomas clínicos que motivaram a procura
pelo serviços de saúde foram dor (30%), febre inexplicável (28,3%) e
emagrecimento (16,7%). A maioria dos pacientes (80%) foi
encaminhada ao ambulatório pelo setor terciário. O tempo médio
decorrido entre o surgimento dos primeiros sintomas e o
diagnóstico foi de 2,8 meses, sendo que em 18,2% dos casos o
diagnóstico foi realizado após 6 meses. O tipo de tumor mais
prevalente correspondeu às leucemias (40%) e o tratamento eleito
com maior frequência (50%) foi a quimioterapia. As principais
complicações ocorridas no decorrer do tratamento foram
neutropenia febril, infecções diversas e dores. Do total de pacientes,
28,3% foram a óbito. Conclusão: A partir das informações obtidas,
verifica-se a importância do acompanhamento e evolução dos casos,
definindo um perfil dos pacientes atendidos, contribuindo para
melhoria constante do serviço de saúde, além de enfatizar a
necessidade do diagnóstico precoce nos diversos níveis de atenção à
saúde
75
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL DOS ACOMPANHANTES DE PACIENTES SUBMETIDOS AO
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA
Janaína Casaes Lamenha Lins, Ana Luiza De Melo Rodrigues Fabro,
Andrea Lomando Cañete, Cinthia Aparecida Ezidro Batista, Ivonete
Caetano Do Nascimento.
HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE, Paraná, Brasil
Introdução: Em 2011 a Unidade de transplante de medula óssea desta
instituição começou a funcionar realizando transplantes autólogos,
posteriormente alogênicos aparentados. Desde sua implementação
tem uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros,
técnicos de enfermagem, assistente social, dentista e psicólogo. Até
abril de 2016 foram realizados 68 transplantes sendo 52 alogênicos e
16 autólogos em crianças e adolescentes de diferentes faixas etárias,
desde 1 ano até 16 anos. O transplante de medula óssea é
considerado um procedimento de alta complexidade, acarreta
mudanças significativas nos hábitos de vida do paciente e impõe
mudanças físicas advindas dos efeitos colaterais do tratamento. Estas
mudanças têm impacto não só na vida do paciente , mas na vida e
rotina de toda a família. Método: A presente pesquisa realizou o
levantamento de dados por meio dos registros existentes no hospital
e traçou o perfil dos acompanhantes de pacientes submetidos ao
transplante de medula óssea no período de maio de 2011 a maio de
2016, dentre os dados levantados estão sexo, idade, faixa etária, grau
de parentesco com o paciente, tempo de permanência no hospital e
procedência . Resultados e Conclusão: Deste levantamento conclui-se
que na maior parte dos casos o acompanhante provinha de outros
estados, eram mulheres e mantinham com o paciente um grau de
parentesco de maternidade. Tendo em vista que durante o período
pré, peri e pós transplante o paciente vivencia conflitos que
despertam reações e sentimentos de medo, angústia, insegurança
entre outros e que todo o processo de doença e tratamento exige
diferentes e constantes adaptações que levam o sujeito a um estado
de fragilidade psíquica. O acompanhante frente intensas demandas
emocionais e físicas da criança ou do adolescente possui um duplo
desafio: dar suporte ao paciente e também, lidar com os próprios
conflitos gerados pela situação. Tendo como base o perfil encontrado
nos acompanhantes foi realizada uma revisão de literatura com o
objetivo de identificar e elencar as possíveis dificuldades, reações
esperadas e prováveis impactos psíquicos que a vivência de
acompanhar uma criança ou adolescente nas fases do transplante
gera no acompanhante. Como resultado conclui-se que o trabalho de
criação de vínculo e suporte emocional ao acompanhante deve ter seu
início no período pré- transplante.
PERFIL DOS PACIENTES INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA PEDIÁTRICA: A EXPERIÊNCIA DE UMA INSTITUIÇÃO
ONCOLÓGICA
Sandra Helena Dos Santos Victal, Bruno Araújo, Fernanda Capella,
Fernanda Rascão, Bruna Mozer, Sima Esther Ferman, Fernanda
Ferreira Da Silva Lima.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: Os tratamentos atuais em oncologia pediátrica são
intensivos e levam a altas taxas de cura. Complicações graves e
potencialmente fatais relacionadas à doença e ao tratamento
podem comprometer os resultados. A admissão na Unidade de
Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) é fundamental na terapia de
suporte para estes pacientes. Os estudos analisando os resultados
ainda são escassos, especialmente nos países em desenvolvimento.
Objetivo: Avaliar o perfil dos pacientes admitidos na Unidade de
Terapia Intensiva Pediátrica. Método: Estudo de coorte
retrospectivo observacional de pacientes pediátricos com câncer e
idade até 18 anos, admitidos na UTIP de uma instituição oncológica,
no período de jan.2014 a dez.2015. Resultados: No período
estudado, a instituição teve como perfil de matrícula, 85,7% de pts
com tumor sólido e 14,3% de neoplasias hematológicas. Destes, 265
crianças e adolescentes tiveram 364 admissões na UTIP, sendo
57,7% do sexo masculino e a maioria (38,3%) na faixa etária de
adolescentes. A maioria dos pacientes com tumor sólido (64,6%)
seguido por neoplasias hematológicas (13,5%). Quanto ao motivo da
admissão na UTIP, 46,7% foi devido a cuidados pós-operatórios,
seguida por insuficiência respiratória (14,0%), complicações
neurológicas (13,7%) e choque séptico (12,6%). As internações
cirúrgicas respondem por 49% e as por motivos clínicos por 51%. A
média do tempo de permanência do paciente clínico foi de 13 dias
sendo o cirúrgico de 7,4 dias, neste último, o pós-operatório de
neurocirurgia teve o maior tempo de permanência de 10,1 dias. Os
pacientes admitidos por choque séptico tiveram uma maior taxa de
mortalidade (17,4%), ressalta-se o fato do choque séptico, nestes
pacientes, responder por uma taxa elevada de mortalidade, maior
do que o relatado na literatura em pacientes não oncológicos.
Progressão de doença foi o principal motivo de óbito (36,4%),
seguida por choque séptico (31,8%). A taxa de mortalidade global foi
de 6%. Incluindo apenas pacientes clínicos, a taxa de mortalidade foi
de 10,3%. É notável verificar que os pacientes desta coorte tinham
principalmente como doença de base, tumor sólido, o que poderá
talvez explicar a menor taxa de mortalidade, comparada a literatura.
Conclusão: O suporte da medicina intensiva é imprescindível para
que os pacientes oncológicos possam superar as complicações
inerentes à doença e ao tratamento.
76
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SERVIÇO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Manuella Pacifico De Freitas Segredo, Maristela Sacchi Facholi, Debora
Garcia Gasperini, Lied Pereira Mendes, Geisa Graziela Perez, Cinara
Dos Anjos Marcondes, Daniela Alves Nemer.
PERFIL MICROBIOLÓGICO DE INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA
EM UMA PEDIATRIA ONCOLÓGICA
Isabelle Cristine Tavares Silva Fialho, Larissa Di Leo Nogueira Costa,
Mayra Sharlenne Moraes Araujo.
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE BOTUCATU, São Paulo, Brasil
HOSPITAL DO CÂNCER ALDENORA BELLO, Maranhão, Brasil
Introdução: Os tumores pediátricos são considerados uma doença
rara, pois correspondem a cerca de 1 a 3% do total de neoplasias
malignas. Estima-se que em 2016 ocorrerão aproximadamente 12.600
casos novos de câncer em crianças e adolescentes até os 19 anos
(INCA, 2015). No Brasil, em 2013, ocorreram cerca de 2.800 óbitos por
câncer infanto-juvenil. As neoplasias ocupam a segunda posição de
óbitos ocorridos em 2013 para crianças e adolescentes, configurandose como a doença de maior letalidade. Entre os tipos de câncer
infanto-juvenil, a leucemia é o mais comum na maioria das
populações, seguido dos tumores de Sistema Nervoso Central e
Linfoma. (INCA, 2015) Métodos: Estudo retrospectivo e transversal
dos pacientes matriculados em um serviço de oncologia pediátrica,
entre janeiro de 2012 e agosto de 2016. Foram 177 pacientes
analisados segundo idade, cidade de origem e situação atual. Destes,
127 continuam em acompanhamento e foram avaliados sob os
seguintes aspectos: tipo de tumor, presença de recidiva, ocorrência de
metástase e tratamento realizado. Este trabalho teve como objetivo
uma análise epidemiológica dos casos de câncer em criança e
adolescentes matriculados nesse serviço, para um melhor
direcionamento da assistência multiprofissional. Resultado: Nestes 5
anos, 177 pacientes foram atendidas, sendo 118 casos novos. As
Leucemias foram os tumores mais frequentes, seguidas das neoplasias
malignas do Sistema Nervoso Central e Linfomas. Atualmente 28% dos
pacientes em acompanhamento no serviço estão em quimioterapia,
10,7% receberam alta, 16,9% foram transferidos e os óbitos
compreenderam 11,3%. Dos pacientes em tratamento 8%
apresentaram recidivas e 13% metástase. Conclusão: Embora seja
uma doença rara, o câncer infanto-juvenil tem alta morbidade e causa
sofrimento intenso ao paciente e aos que com ele convivem. Além do
tratamento da doença, é fundamental a atenção aos aspectos sociais.
A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas
também no bem-estar do paciente. A identificação precoce da
neoplasia melhora o prognóstico e a qualidade de vida do indivíduo,
sendo fundamental o conhecimento epidemiológico para formular
políticas e ações de saúde específicas para diagnóstico e
acompanhamento da criança e adolescente com câncer.
Introdução: As Infecções da Corrente Sanguínea (ICS), tanto
primária como secundária, constituem ocorrências graves e
potencialmente letais, avaliadas como a 3ª causa de Infecção
relacionada à Assistência à Saúde (IrAS) em hospitais gerais.
Representam importante causa de mortalidade e aumento
significativo nos custos hospitalares. Na pediatria, as IrAS são
complicadores no tratamento da criança hospitalizada,
especialmente as oncológicas, que passam por longos tratamentos
imunossupressores, esquemas de antibioticoterapias, longas
internações e necessitam de acessos vasculares especiais. A ICS
aumenta a morbidade e mortalidade, tempo de internação, custos e
sofrimento para a criança e sua família. Objetivos: Identificar a
incidência de bactérias em Infecções de Corrente Sanguínea e seu
perfil de sensibilidade e resistência em uma clínica pediátrica
oncológica. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo,
retrospectivo, realizado com todas as hemoculturas positivas de Jan
a Dez de 2015. O método de análise do laboratório foi SemiAutomatizado por VITEK. Resultados: Foram diagnosticadas 23
crianças com Infecção de Corrente Sanguínea Laboratorial nesse
período. Dentre essas, 15 (65%) com crescimento de bactérias
Gram-positivas e 8 (35%) Gram-negativas. Os microorganismos
Gram-positivos mais incidente foram o Staphylococcus epidermidis
(27%), Staphylococcus haemolyticus (27%) e Staphylococcus hominis
(20%). Os maiores perfis de sensibilidade foram para Vancomicina
(100%), Teicoplamida (90%) e Tigeciclina (92%), as maiores
resistências foram para Oxacilina (73%), Penicilina (66%) e
Eritromicina (57%). Dentre as hemoculturas com crescimento de
patógenos Gram-negativos, a maior incidência foi de Escherichia coli
4 (50%), seguida de Klebisiella pneumoniae e Sphingomonas
paucimobilis (13%). O perfil de sensibilidade e resistência das
bactérias gram-negativas foi de 100% de sensibilidade para
Amicacina, Meropenem, Imipenem, Piperacilina+Tazobactam,
Tigeciclina e Colistina, quanto a resistência, os antimicrobianos que
mais apresentaram foram Sufazotrim (100%), Cefoxitine (85%) e
Ceftriaxone (62%). Conclusão: Através do conhecimento do perfil
microbiológico das ICS e principais agentes causadores é possível o
estabelecimento de protocolos individualizados, minimizando dessa
forma, os impactos provocados e garantindo tratamento rápido e
adequado aos pacientes pediátricos
77
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PREVALÊNCIA DE TOXOPLASMOSE EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA
a
a
TUMORES ÓSSEOS EM CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS
JOVENS NO BRASIL: TENDÊNCIAS DE INCIDÊNCIA E MORTALIDADE
Leticia Tamyrys Sousa , Gabrielle Lumy Quiziri Gojima , Ethel
b
b
Fernandes Gorender , Sidnei Epelman .
Nathalie Vieira Balmant, Lucian Da Silva Viana, Rejane De Souza
Reis, Marceli De Oliveira Santos, Beatriz De Camargo.
a FACULDADE DE MEDICIDA DA UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES,
São Paulo, Brasil
b SERVIÇO DE ONCOLOGIA DO HOSPITAL SANTA MARCELINA/TUCCA,
São Paulo, Brasil
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: A toxoplasmose é uma doença universal, altamente
prevalente. Estima-se que cerca de 60% da população brasileira
apresente sorologia positiva para esta infecção. A leucemia linfóide
aguda (LLA) é a principal neoplasia maligna da infância,
correspondendo a 40% do total de todos os tipos de câncer nesta faixa
etária. Objetivo: Descrever a incidência da sorologia positiva para
Toxoplasma gondii em pacientes de 0 a 15 anos com diagnóstico de
LLA, tratados em uma única instituição. Material E Métodos: Estudo
descritivo, retrospectivo, por análise de 84 prontuários de um centro
de oncologia pediátrica. Resultados: Foram analisados crianças com
LLA em um período de 5 anos. A faixa etária variou de 1,2 a 14,7 anos
(média: 7 anos; desvio padrão (DP) 3,95). A relação
masculino/feminino foi 46 (55%) / 38 (45%) . Os pacientes eram
procedentes de São Paulo (SP) 59 (70%), do Amapá (AP) 21 (25%) e de
outros locais (Bahia, Tocantins, Paraná e Peru), 1 caso cada. Todos os
prontuários continham o exame laboratorial de sorologia para
Toxoplasma gondii, realizado no momento do diagnóstico. O dado
usado foi o resultado do teste de avidez para IgG e IgM anti
Toxoplasmose, sendo que o valor de referência dado foi de reagente
para achados acima de 1,5 UI/mL. A sorologia para toxoplasmose foi
positiva em 49 casos (58,3%) e negativa em 35 casos (41,6%). A
relação entre procedência e anticorpos IgG anti- toxoplasmose
mostrou que nos pacientes de SP a positividade foi de 49% (29 casos)
sendo 51% negativos (30 casos). Os pacientes procedentes do AP
apresentavam sorologia positiva em 76% (16 casos) e negativa em
24% (5 casos). Os valores de reatividade do IgG-anti- Toxoplasmose
encontrados em 37 prontuários, sendo 25 de pacientes de SP e 12 do
AP, variaram de 4,8 à >650 no primeiro grupo, enquanto que no
segundo grupo a variação ficou entre 3,8 a >650, sendo que a média
foi, respectivamente, de 230,7 (DP de 280,8) e 246,4 (DP de
246,4).Apenas um paciente, procedente do Amapá, apresentou
anticorpos IgM anti-Toxoplasmose positivo. Conclusões: A prevalência
de toxoplasmose nesta amostra foi semelhante a esperada para o
Brasil, sendo maior nos pacientes procedentes do AP. Uma vez que
quanto mais alto o título mais retrógrada a doença, os diversos
valores de reatividade encontrados permitem a afirmação de que
nesta população há pacientes em variadas localizações temporais no
quesito tempo de infecção.
Introdução: Os tumores ósseos correspondem a 3-5% de todos os
tumores na infância e menos que 1% dos tumores em adultos. Os
tipos histológicos osteossarcoma (OS) e o sarcoma de Ewing (SE) são
os mais incidentes nas crianças e adolescentes; adultos jovens (AAJ).
A faixa etária de 15 a 24 anos e o sexo masculino correspondem a
maior incidência. Estudos que descrevam o perfil epidemiológico de
tumores ósseos são importantes para melhorar e atualizar as
informações com relação ao comportamento dessa neoplasia em
crianças e adolescentes e adultos jovens (AAJ). Objetivos: Analisar
as taxas e tendências de incidência e mortalidade de tumores ósseos
em crianças e AAJ (0-29 anos) no Brasil; Metodologia: Foram
obtidas informações das crianças e dos AAJ com diagnóstico de
tumor ósseo provenientes de 25 Registros de Câncer de Base
Populacional (RCBP). As informações sobre mortalidade foram
extraídas do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e a
análise foi separada por região. As taxas de incidência e mortalidade
foram ajustadas por idade. Para análise de tendência, foi utilizado o
modelo de regressão por Joinpoint. Resultados: A mediana das
taxas de incidência de tumores ósseos em crianças foi de 6,18 por
milhão para o sexo masculino e 7,21 por milhão para o sexo
feminino. Na população de 15-29 anos, a mediana foi de 12,24 por
milhão no sexo masculino e 7,61 por milhão no sexo feminino. A
faixa etária de 15 a 19 anos foi a que apresentou o maior pico de
incidência. O OS foi o tipo morfológico mais incidente em ambos os
grupos (crianças e AAJ). A taxa ajustada de mortalidade por tumores
ósseos foi de 1,22 casos por milhão em crianças e 5,07 casos por
milhão em AAJ. Quando analisada nas diferentes regiões, a
mortalidade em crianças foi maior no Norte e em AAJ na região
Centro-Oeste. Os RCBP de São Paulo, Salvador e Recife
apresentaram diminuição significativa na tendência de incidência de
tumores ósseos em AAJ. Com relação à tendência de mortalidade, o
Brasil apresentou uma tendência de aumento de casos de morte por
tumores ósseos, nessa população. Conclusões: As taxas de
incidência de tumores ósseos em crianças, adolescentes e adultos
jovens são semelhantes a populações internacionais. Na população
de AAJ, os tumores de morfologia inespecífica ficaram em segundo
lugar como os mais incidentes dentro do grupo de tumores ósseos.
Há uma tendência de aumento de casos de morte por tumores
ósseos de crianças, adolescentes e adultos jovens no Brasil.
78
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
FARMÁCIA
AVALIAÇÃO DOS LOCAIS DE AQUISIÇÃO DOS MEDICAMENTOS
PRESCRITOS PARA ALTA HOSPITALAR EM UM SERVIÇO TERCIÁRIO DE
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Marise De Cássia Pires Gonçalves, Maitê Telles Dos Santos, Gabriela
Fumegalli, Bruno Simas Da Rocha, Jacqueline Kohut Martinbiancho,
Lauro José Gregianin, Mariana D'Avila da Cunha.
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: A adesão ao tratamento farmacológico após a alta
hospitalar depende de fatores como educação adequada do paciente
e/ou cuidador pelo farmacêutico e equipe multiprofissional,
complexidade dos esquemas terapêuticos e quantidade de
medicamentos prescritos, potenciais reações adversas e custo dos
medicamentos. O alto custo dos medicamentos está relacionado com
a subutilização, que ocorre quando se demora a iniciar o tratamento,
quando se reduz a frequência ou doses, ou ainda quando se utiliza
parcialmente os medicamentos prescritos. Assim, é importante
orientar o usuário quanto aos locais de aquisição dos medicamentos
prescritos para alta hospitalar a fim de minimizar a não adesão à
farmacoterapia. Objetivo: Avaliar as orientações de altas hospitalares
dos farmacêuticos clínicos em um serviço terciário de oncologia
pediátrica do sul do país. Metodologia: Foi realizada análise descritiva,
retrospectiva das orientações de alta realizadas no período de julho
de 2014 a setembro de 2016 pelos farmacêuticos clínicos. Avaliou-se o
total de altas realizadas com orientação farmacêutica, medicamentos
prescritos e as classes medicamentosas. Os locais de aquisição dos
medicamentos foram avaliados a partir da relação municipal de
medicamentos essenciais (REMUME) e componente especializado da
Secretaria Estadual da Saúde do Estado. Resultados E Conclusão:
Foram analisados os registros de 132 orientações farmacêuticas para
alta hospitalar, totalizando 973 medicamentos prescritos. Os
medicamentos mais prescritos foram: sulfametoxazol + trimetoprim
(10,5%), difenidramina (6,1%), paracetamol (5,9%) e dipirona (5,5%).
As classes de medicamentos prescritas com maior frequência foram:
medicamentos para o sistema digestivo e metabólico (21%), antiinfecciosos de uso sistêmico (19,7%), antibacterianos de uso sistêmico
(13,6%), analgésicos e antipiréticos (11,5%). Das altas realizadas,
91,7% continham medicamentos da unidade básica de saúde (média
de 3,3 medicamentos por alta, DP = 1,8), 46,2% da Farmácia Distrital
(0,6 ± 0,7), 47% da Farmácia de Programas Especiais (0,63 ± 0,73),
33,3% da Secretaria do Estado (0,56 ± 1,1) e 84,8% de outras formas
de aquisição como compra, farmácia popular ou organização não
governamental (2,3 ± 1,8). Este serviço demonstra preocupação e
comprometimento em oferecer opções terapêuticas acessíveis a seus
pacientes, visando à adesão ao tratamento para obter melhores
resultados.
IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE FARMÁCIA CLÍNICA EM HOSPITAL
ESPECIALIZADO EM ONCOLOGIA INFANTO-JUVENIL
Bruno César Brito Alves, Alayde Vieira Wanderley, Daisy Esther
Batista Nascimento, Brunno Gomes Pinho, Saulo De Tarso Araújo
Ponte, David Lambert De Faria, Bruna Helena Silva, Tainah Brasil.
HOSPITAL ONCOLÓGICO INFANTIL OCTÁVIO LOBO - BRAZIL
Introdução: O câncer é considerado a primeira causa de óbito por
doença no Brasil na população entre 5 a 19 anos (INCA, 2014). O
Hospital objeto do estudo iniciou suas atividades de assistência no
final do ano de 2015, já ofertando o serviço de Farmácia Clínica, que
no decorrer dos meses foi se adaptando à demanda de atendimento
e organização do serviço de Farmácia. A atuação profissional do
farmacêutico inclui uma somatória de atitudes com o objetivo de
alcançar resultados terapêuticos eficientes e seguros, privilegiando a
saúde e a qualidade de vida do paciente (Martinez, 1996). Objetivo:
Descrever as atividades da Farmácia Hospitalar, particularmente as
desenvolvidas no âmbito da Farmácia Clínica, tipificando e
quantificando as atividades de farmacovigilância (buscas ativas), as
intervenções
farmacêuticas
e
as
possíveis
interações
medicamentosas detectadas, apresentando também a taxa de
aceite das intervenções farmacêuticas pela equipe multidisciplinar.
Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo, com abordagem
quantitativa, a partir dos dados coletados da avaliação diária de
100% das prescrições médicas pela equipe de farmacêuticos
atuantes na Farmácia Central do Hospital. Resultados e Conclusão:
Um total de 7.943 prescrições foram analisadas. As atividades da
busca ativa de Farmacovigilância totalizaram 171 investigações. As
intervenções farmacêuticas totalizaram 786 registros, sendo destas,
309 possíveis interações medicamentosas moderadas (86,4%) e
graves (13,6%). Os medicamentos que obtiveram maior registro de
interação medicamentosa foram: Furosemida, com taxa de 39,80%,
seguido de Omeprazol, com 20%, e Cefepime, com 9% de registros
das interações totais. A taxa de aceite das intervenções
farmacêuticas para Interações medicamentosas, apresentou média
de aceitação de 94,6%. As atividades desenvolvidas pelos
farmacêuticos clínicos desempenham um papel fundamental na
promoção do uso racional de medicamentos, garantindo ao
paciente uma farmacoterapia adequada, além de diminuir custos
gera benefícios diretos para a segurança do paciente.
79
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS REALIZADAS PARA ALTA HOSPITALAR
EM UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL DE INTERVENÇÕES FARMACÊUTICAS EM PRESCRIÇÕES DE
PACIENTES PEDIÁTRICOS ONCOLÓGICOS INTERNADOS
Maitê Telles Dos Santos, Marise De Cássia Pires Gonçalves, Gabriela
Fumegalli, Bruno Simas Da Rocha, Mariana D’avila Da Cunha,
Jacqueline Kohut Martinbiancho, Lauro José Gregianin.
Fabíola Do Socorro Barros Mendes, Bruna Helena Silva, Daisy Esther
Batista Nascimento, Graciane Do Socorro Sousa Leão, Bruno César
Brito Alves, Brunno Gomes Pinho, Saulo De Tarso Araújo Ponte,
Tainah Brasil Melgaço, Maíra Tocantins Silva, Nathalia Santos Da
Penha, David Lambert De Faria, Alayde Vieira Wanderley, Carla
Regina Camargo Guerreiro, Andre Silva Da Costa.
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: Após a alta hospitalar, os pacientes podem ficar
vulneráveis a riscos uma vez que frequentemente desconhecem os
cuidados a serem adotados em sua terapia medicamentosa domiciliar.
A adequada orientação ao paciente em alta hospitalar é necessária
para evitar e minimizar eventos adversos, contribuindo para o sucesso
na continuidade e efetividade do tratamento no domicílio. Objetivo:
Avaliar as orientações farmacêuticas aos pacientes e familiares no
momento da alta hospitalar em uma unidade de oncologia pediátrica
de um hospital universitário. Metodologia: Estudo descritivo,
retrospectivo das orientações de alta realizadas no período de julho
de 2014 a setembro de 2016 pelos farmacêuticos clínicos. Foram
avaliadas as características gerais dos pacientes (idade, sexo e tempo
de permanência), além do número de horários de administração,
número de medicamentos fixos e sintomáticos, número de
medicamentos prescritos em forma farmacêutica líquida e
necessidade de orientação para preparo de derivações farmacêuticas.
Estas informações foram obtidas através das tabelas confeccionadas
para cada paciente onde foram registrados os nomes e horários de
administração dos medicamentos, forma de preparo e cuidados
necessários. Resultados e conclusão: Foram realizadas 132
orientações farmacêuticas no período. A média de idade dos
pacientes foi de 6,8 anos (dp = 4,4), sendo 52,3% do sexo masculino. A
média de tempo de internação foi de 30 dias (dp= 30,2). A média do
número de horários de administração foi de 4,3 (dp=1,8 com o
máximo de 11 horários de administração). Em 100% das orientações
realizadas constavam medicamentos fixos (média de 5,6
medicamentos por alta e dp=3,2) e 59,9% de medicamentos
sintomáticos prescritos (média de 1,7 e dp=1,8). Em 90,9% das
orientações haviam medicamentos com forma farmacêutica líquida
(média de 3,2 e dp=2,2) o que facilita a administração para crianças,
porém em 35,6% houve a necessidade de orientação de preparo de
derivação farmacêutica, ou seja, a dose prescrita era menor que um
comprimido inteiro. Desta forma, o cuidador foi orientado sobre a
diluição e administração do volume correspondente para a dose
prescrita. A complexidade e número de medicamentos prescritos para
alta hospitalar demonstra a necessidade de orientação oral e escrita
pela equipe multiprofissional aos pacientes e cuidadores. O
farmacêutico tem papel importante neste processo, contribuindo para
a segurança dos pacientes pediátricos.
HOSPITAL ONCOLÓGICO INFANTIL OCTÁVIO LOBO, Pará, Brasil
Introdução: O câncer infanto-juvenil (≤ 19 anos) tem uma estimativa
rara (2% a 3%) em relação aos cânceres em adultos (INCA, 2008),
sendo o tratamento baseado na utilização de medicamentos
antineoplásicos em diversas vias de administração, onde estes são
classificados como potencialmente perigosos (MPP), por
apresentarem uma janela terapêutica estreita (ISMP, 2015).
Considerando que a categoria pediátrica apresenta diversas
particularidades fisiológicas, dentre elas farmacocinéticas e
farmacodinâmicas (KIML, 2012) e que uma interação
medicamentosa consiste em uma ação ou efeito de um
medicamento modificado pela administração simultânea de outro
(OGA, 2008), é evidente que cabe ao profissional farmacêutico
assegurar uma terapia segura e eficaz ao paciente, por meio da
farmácia clínica, onde inclui-se a análise de prescrição (BERNANDI,
2014). Objetivo: Descrever e identificar as principais intervenções
farmacêuticas em prescrições de pacientes oncológicos pediátricos
internados. Metodologia: Estudo transversal, descritivo das análises
de prescrições, no período de julho a setembro de 2016 em um
hospital de referência em oncologia pediátrica. Estabeleceu-se como
critério de inclusão prescrições de pacientes internados em que
estivesse prescrito no mínimo um quimioterápico intravenoso e/ou
via oral. Resultados e Conclusão: Do resultado das prescrições
analisadas (N=283), 137 (48,40%) dos medicamentos correspondiam
a duplicidade de pré quimioterapia, 22 (7,77%) duplicidade de
hidratação, 7 (2,47%) interação entre fluconazol e etoposídeo,
sendo as demais interações equivalentes a 1 (0,35%). As interações
mais prevalentes foram de grau moderado, sendo que diversas
sofreram intervenção farmacêutica junto a equipe médica e/ou
equipe de enfermagem. O mês de setembro apresentou a maior
prevalência de interações do tipo duplicidade, registrados 52 (65%)
proporcional ao número de prescrições analisadas (n=80),
demonstrando o crescimento e importância da atuação
farmacêutica mediante a análise das prescrições. Diante disso,
torna-se evidente a importância da análise comparativa das
prescrições de Terapia Antineoplásica e das prescrições diárias de
internação pelo farmacêutico, garantindo uma maior segurança e
eficácia no tratamento dos pacientes pediátricos, evitando
duplicidade terapêutica e/ou desnecessárias que possam agravar o
estado clinico do paciente ou prolongar sua internação.
80
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
HISTIOCITOSES
PERFIL DE INTERVENÇÕES FARMACÊUTICAS EM PRESCRIÇÕES DE
QUIMIOTERAPIA DE PACIENTES PEDIÁTRICOS ONCOLÓGICOS
AMBULATORIAIS
Tainah Brasil Melgaço, Daisy Esther Batista Nascimento, Maíra
Tocantins Silva, Nathalia Santos Da Penha, Fabíola Do Socorro Barros
Mendes, Graciane Do Socorro Sousa Leão, Bruno César Brito Alves,
Saulo De Tarso Araújo Ponte, Brunno Gomes Pinho, Carla Regina
Camargo Guerreiro, Bruna Helena Silva, David Lambert De Faria,
Alayde Vieira Wanderley.
HOSPITAL ONCOLÓGICO INFANTIL OCTÁVIO LOBO, Pará, Brasil
Introdução: O profissional farmacêutico é um dos principais
responsáveis por assegurar a terapia segura ao paciente. É através da
farmácia clínica que este profissional ganha amplitude em suas ações.
A análise de prescrição é uma das principais atividades clínicas e esta
prática permite a identificação de possíveis problemas relacionados a
medicamentos (PRM) e monitoração de medicamentos
potencialmente perigosos (MPP) (Bernardi, 2014). Os fármacos
antineoplásicos intravenosos, segundo o Instituto para Práticas
Seguras no uso de Medicamentos, são considerados MPP (ISMP,
2015). Sendo assim, o monitoramento destas prescrições deve ser
criteriosamente realizado, principalmente levando em consideração o
comprometimento clinico de cada paciente e em especial pacientes
pediátricos,
que
apresentam
maior
vulnerabilidade
a
agravos. Objetivo: Tipificar os principais tipos de intervenções
farmacêuticas realizadas e o grau de aceitação pela
equipe. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e descritivo
das intervenções farmacêuticas realizadas em prescrições no período
de 01 de março a 31 de agosto de 2016 em hospital referência em
oncologia pediátrica. Estabeleceu-se como critério de exclusão,
prescrições que não continham quimioterápicos prescritos e de
inclusão prescrições que possuíam protocolos de quimioterapia.
Resultados e Conclusão: Das prescrições analisadas (n=783), 101
intervenções foram realizadas. As intervenções mais prevalentes
representaram um total de 88, que correspondem a 87% do total de
intervenções. As quatro mais prevalentes, foram: adequação do tipo
de solução parenteral de grande volume (SPGV) (44,3%), adequação
de concentração do medicamento na SPGV (23,9%) inclusão de
medicamentos de suporte (19,3%) e adequação da prescrição quanto
a posologia (12,5%). O mês de julho representou maior prevalência de
intervenções (n=29); após a intensificação desta atividade houve
decréscimo na necessidade da ação, demonstrado pela diminuição em
agosto (n=7), isso significa menor risco de ocorrências de PRM’s que
poderiam atingir o paciente, bem como uma melhor interação da
equipe multiprofissional. A taxa de aceitação média das intervenções
realizadas foi de 96,6%. Sendo assim, evidencia-se a importância da
análise farmacêutica da prescrição e das intervenções a fim de
garantir maior segurança e eficácia na terapia, além da boa aceitação
por parte da equipe e o resultado satisfatório pós-intervenções,
resultando na diminuição da necessidade desta ação.
HISTIOCITOSE: APRESENTAÇÃO
MEDIASTINAL
RARA ASSOCIADA
A MASSA
a
Polliany Roberta Dorini Pelegrina , Roberta Leite De Castro De
a
a
a
Souza , Soraia Rouxinol , Cristina Wiggers De Almeida , Simone Maia
a
a
Manzano , Ludmila Coutinho Aguiar , Ana Letícia Shalders
a
a
a
Fernandes , Amanda Suhett Fonte , Mainá Rouxinol Da Silva , Rinara
a
b
Grossi Rocha , Bianca E L Balassiano , Sima Esther Ferman.
a HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA , Rio de Janeiro, Brasil
b HOSPITAL FEDERAL DE BONSUCESSO, Rio de Janeiro, Brasil
c INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução Histiocitose de células de Langerhans (HCL) é
caracterizada por um distúrbio do sistema reticuloendotelial com
proliferação de um tipo de célula apresentadora de antígenos.
Células dendríticas, associadas ou não à reação inflamatória de
eosinófilos, neutrófilos e células mononucleares, que envolvem
tegumento, ossos e vísceras. Objetivo Descrever caso de lactente
com diagnóstico de HCL com uma apresentação rara associada à
massa de mediastino. Metodologia, Relato de caso, Resultados e
Conclusão. Paciente de 4 meses apresentou ao nascimento lesões
pápulo-vesiculares e crostosas disseminadas. Tratado inicialmente
como infecção bacteriana por 10 dias e depois por herpes por mais
14 dias, sem sucesso. Mantendo o quadro, mãe procurou outra
unidade hospitalar sendo tratada com antibióticos para impetigo.
No terceiro mês de vida evoluiu com desconforto respiratório sendo
novamente hospitalizado. Durante esta internação foi avaliado pela
dermatologia realizando biopsia de pele. O resultado
histopatológico foi sugestivo de HCL. Realizadas tomografias de
tórax evidenciando massa em mediastino anterior, cistos
pulmonares e lesões líticas em escápula, corpos vertebrais; e crânio
observadas lesões líticas em calota craniana e linfonodomegalia
cervical. Transferido para serviço de hematologia pediátrica sendo
realizado biópsia de medula óssea e nova biópsia de pele para
pesquisa de CD1a. Os resultados confirmaram o diagnóstico de HCL,
sendo paciente classificado com apresentação multissistêmica.
Tratamento foi iniciado imediatamente conforme o Protocolo HLH
2009 com Prednisona e Vimblastina. Porém, paciente evoluiu com
sepse, instabilidade hemodinâmica e óbito. A presença de lesões de
pele é comum no quadro de HCL, as mais comuns são erupções
papulosas ou papulovesiculosas, petequiais, hemorrágicas ou
dermatite seborreica-símile, acometendo couro cabeludo e tronco
predominantemente. Nódulos ulcerados, sobretudo em áreas
intertriginosas e periorificiais, também podem ocorrer. Por outro
lado, massa de mediastino é um achado raro nestes pacientes.
Desta forma é importante que seja feito o diagnóstico diferencial
com outras patologias que cursam com massa de mediastino como
timoma, teratoma, linfomas entre outros. O caso descrito é
relevante pela forma rara de apresentação e ao ilustrar a evolução
desfavorável do paciente, nos remetendo à importância do
diagnóstico precoce.
81
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
LINFOHISTIOCITOSE HEMOFAGOCITÍCA (HLH)
IMUNODEFICIÊNCIA GRAVE: RELATO DE CASO.
ASSOCIADA
A
RELATO DE CASO DE LINFOHISTIOCITOSE HEMATOFAGOCÍTICA NA
INFÂNCIA
Yassmin Fayad Khodr, Sonia Rossi Vianna, Jose Roberto Niceto
Rezende, Sonia Sawaya Hirschheimer, Ramon Nunes Santos.
Natália Santos Santos E Souza, Simone Carrijo Santos, Fernando De
Almeida Werneck, Renata Pereira De Sousa Barros, Vanessa Maira
Lima Campos, Roberta Abreu De Figueiredo, Tatiana Soria
Fernandes Pinto, Renata Sarkis Alves Avila, Arissa Ikeda Suzuki.
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL, São Paulo, Brasil
Relato de Caso: Jovem de16 anos, sexo masculino, previamente
hígido, deu entrada no serviço de emergência em Outubro de 2015,
com queixa de lesões de pele em membros superiores há 1 mês, que
iniciaram como pápulas e evoluíram para lesões ulceradas, já tratadas
previamente como impetigo, sem sucesso. Há 1 semana evoluía com
febre, odinofagia, perda ponderal, tremores e evolução das lesões de
pele para necrose em extremidades distais de mãos e pés. Ao exame
físico de entrada foi evidenciada esplenomegalia, além das lesões de
pele. Iniciada antibioticoterapia e exames laboratoriais para
investigação, que evidenciaram: anemia (10,6 g/dl), leucopenia (2,02
mil/mm³), neutropenia( 500 mil/mm³), plaquetopenia (67 x10³/mm³),
ferritina
(14575,0
ng/ml)
e
triglicérides(235
mg/dl).
Imunofenotipagem com CD3: 43,9%, CD4: 26,2%; CD8:27,9%;
CD19:0% e CD56-NK: 0,5%. Discussão: Com resultado de mielograma
com raros histiócitos em hemofagocitose, conclui-se tratar de
Linfohistiocitose Hemofagocítica associada à imunodeficiência grave.
Foi iniciada pulsoterapia com Metilprednisolona. Durante a internação
apresentou crises convulsivas tônico clônicas generalizadas, com
rebaixamento de nível de consciência, necessitando de intubação
orotraqueal por 03 dias, com necessidade de drogas vasoativas em
suporte intensivo. Realizadas TC, RNM e LCR sem alterações. Após
extubação evoluiu com melhora do nível de consciência, iniciado
esquema terapêutico com Ciclosporina, Etoposide, Dexametasona,
Imunoglobulinas (Protocolo HLH 2004) e profilaxia de infecções, com
boa resposta clínica. Hoje apresenta doença com critérios de
remissão. Realizado estudo de HLA, evidenciando irmã com HLA
idêntico. Objetivo: Relato de caso de paciente com HLH associada a
imunodeficiência grave, avaliação de critérios diagnósticos e
tratamento. Metodologia: Relato de caso. Resultados e Conclusão:
Evidenciar a importância do diagnóstico precoce e intervenção
imediata nos paciente com suspeita de HLH, em especial, no caso
relatado, que apresenta imunodeficiência grave associada, com
influência importante no prognóstico e sobrevida nos pacientes
pediátricos.
HOSPITAL FEDERAL SERVIDORES DO ESTADO, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: A Linfohistiocitose Hematofagocítica (HLH), também
conhecida por Síndrome Hematofagocítica ou Síndrome de Ativação
Macrofágica, compreende um grupo de desordens caracterizado
pela ativação sistêmica de macrófagos benignos (sendo o histiócito a
célula central) que fagocitam células hematopoiéticas e se
manifestam clinicamente com febre, hepatoesplenomegalia,
citopenias e hiperferritinemia. É uma complicação rara decorrente
de muitas condições clínicas como infecções e neoplasias. Objetivo:
Este estudo visa alertar à possibilidade diagnóstica desta patologia
que é incomum e, portanto, pouco lembrada. Metodologia Relato
de caso: de criança do sexo feminino de 3 anos de idade que
preenche os critérios diagnósticos para HLH. Resultados Pré-escolar
chega ao Serviço de Oncohematologia Pediátrica com queixa de
plaquetopenia e leucopenia associadas a picos febris isolados além
de importante hepatoesplenomegalia. No início de seu
acompanhamento apresentou episódio de convulsão, momento
quando foi iniciada investigação clínica com exames laboratoriais,
sorologias, mielograma, biópsia de medula óssea, punção lombar e
TC de crânio. Desses resultados, notaram-se altos níveis de IgG para
Rubéola, EBV e CMV, além de importante elevação das
transaminases quando logo foi descartada a hipótese de Hepatite
autoimune e foi pensado na possibilidade de HLH, tendo sido
solicitado Triglicerídeos e Ferritina, que também vieram elevados.
Ao verificar-se a presença de 5 dos 8 critérios para a HLH, iniciou-se
tratamento de acordo com o Protocolo HLH-2004 tendo sido
observado importante melhora clínica e laboratorial da paciente.
Conclusão Afasta-se a possibilidade de se tratar de HLH hereditária
devido à idade da paciente (nota-se a condição familiar em crianças
menores de 1 ano) e ao fato de a mesma possuir uma irmã mais
velha saudável. Como diagnósticos diferenciais foram pesquisados
causas infecciosas como infecções virais, bacterianas e parasitárias
além de condições malignas, tendo sido todas descartadas. Vale
ressaltar que a evolução da doença em geral é ruim, com alta
mortalidade, tornando-se fundamental o diagnóstico precoce para
pronta instituição do tratamento que deve ser baseado na causa
subjacente ou em tratamento imunossupressor quando esta não é
evidenciada.
82
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
RELATO DE CASO: LESÕES EXPANSIVAS EM VÉRTEBRAS TORÁCICAS,
HISTIOCITOSE?
Vanessa Carvalho Lima, Melina De Paula Ribeiro, Fernanda Aguiar
Nunes, Fabiane Scalabrini Pinto.
INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DE MINAS
GERAIS – IPSEMG, Minas Gerais, Brasil
Introdução: A Histiocitose de Células de Langerhans (HCL) é uma
doença rara, de etiologia ainda desconhecida, podendo ser
diagnosticada em qualquer faixa etária, acometendo principalmente
crianças. Os sítios mais comuns são ossos, pele e linfonodos. O
diagnóstico definitivo é através do marcador específico: CD1a, e o
tratamento é realizado com quimioterapia. OBJETIVO: Reforçar a
importância do diagnóstico diferencial de patologias raras e a
necessidade do tratamento empírico para HCL, pelo Pediatra e
Oncohematologista. Metodologia: Revisão de prontuário do paciente,
admitido em Hospital terciário e pesquisa bibliográfica na base de
dados da Biblioteca Virtual em Saúde. Relato De Caso: Trata-se de
criança de 05 anos, sexo feminino, admitida com história de
paraplegia e perda de controle do esfíncter urinário. Apresentou, no
início do quadro, duas quedas da própria altura, dor lombar e perda
ponderal, em intervalo de 08 meses. Realizado tomografia
contrastada, que evidenciou vertebra plana de Calvé, tumoração
óssea com deformação de corpos vertebrais em altura de T7 a T9,
além de acometimento de arcos costais, ossos da bacia e fêmur.
Submetida a microcirurgia descompressiva e artrodese da coluna, com
realização de biópsia da lesão, que mostrou tecido fibroósseo,
apresentando denso e difuso infiltrado inflamatório com granulomas e
células gigantes multinucleadas. Imuno-histoquímica S100 e CD1a
foram negativas. Realizado propedêutica para mielite por tuberculose,
blastomicose, histoplasmose e esquistossomose, todos negativos.
Paciente foi submetida a TC para rastreio de lesões metastáticas
inicialmente, que evidenciou presença de múltiplos nódulos
periaortocavais. Após procedimento cirúrgico e início do tratamento
presuntivo para HCL, criança evoluiu bem, apresentando estabilização
das lesões osteolíticas, melhora da paraplegia e da dor lombar.
RESULTADO E CONCLUSÃO: Realizando revisão na literatura, vimos
que HCL vertebral é rara, podendo apresentar CD1a negativo. Onde a
presença de vértebra plana de Calvé na RNM, é característico da
doença, podendo não requerer biópsia. Nesta situação o uso de
vimblastina é controverso. Levantamos também como diagnósticos
diferenciais: Mal de Pott, outra neoplasias e mielite infecciosa, porém
todos os rastreios foram negativos. Mesmo com a ausência de uma
biópsia confirmatória de HCL, a clínica associada aos exames de
imagem devem autorizar o início do tratamento, devido ao grande
benefício do mesmo.
XANTOGRANULOMA JUVENIL DISSEMINADO (XJD)
Fernando De Almeida Werneck, Patrícia Gomes Moura, Roberta
Abreu Figueiredo, Vanessa Maira Lima Campos, Ludmila Parente De
Azevedo Da Costa, Ana Letícia Shalders Fernandes, Jéssica Da Silva
Pinha.
HOSPITAL ESTADUAL DA CRIANÇA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: XJD é uma rara histiocitose de células não-Langerhans,
com uma predominância no sexo masculino e média de idade de
apresentação na infância. Objetivo: Descrever o caso de uma
adolescente com doença extensa no momento do diagnóstico.
Relato De Caso: Menina, 13 anos de idade, parda, referida para
investigar pancitopenia, adinamia iniciada três meses antes da
admissão (fevereiro de 2015). Ao exame, apresentava infiltração
cutânea em face, braços, pernas e edema nos membros inferiores.
Leucometria 3800 /mm3 (0-0/0-0-5-37/56-2) ; Hemoglobina 8,1 g%;
Hematócrito 24%; Plaquetas: 71.000/mm3 ; Proteínas totais: 4,3 g%;
Albumina: 1,9 g%; Globulina:2,4 g%. Biópsia de medula óssea
mostrou infiltração histiocítica. Histiócitos com citoplasma
espumoso e células "tipo Touton". A biópsia de pele mostrou
também infiltração histiocítica. Imuno-histoquímica: Positividade
para S-PTN, CD68 e FXIII ; Negativo para CD1a. Ultrassonografia
mostrou aumento homogêneo do fígado. Testes de anticorpos de
doenças autoimunes (ATAD) foram negativos. O diagnóstico de DJX
com o envolvimento do fígado e medula óssea, além da pele foi
estabelecido. Protocolo LCH III foi iniciado. A contagem sanguínea
elevou-se, bem como albumina sérica, e as lesões de pele
regrediram ou desapareceram. Após a quarta dose de vimblastina,
queixou-se de parestesias e a droga foi interrompida. Poliartrite
(joelhos, cotovelos, tornozelos, dedos) seguiram-se. Após a
avaliação reumatológica, ibuprofeno foi iniciado com o
desaparecimento dos sintomas. Ela ficou 3 semanas sem
quimioterapia. Enquanto isso, sua albumina sérica caiu e lesões
cutâneas aumentaram. Não houve resposta depois de reiniciar o
tratamento e iniciou-se terapia de resgate com 2CDA + HD ara-c (2
ciclos), seguidos por 2 ciclos de 2CDA. As plaquetas mantiveram-se
baixas durante cerca de 4 meses, atribuído à utilização de cladribina.
Atualmente ela apresenta hemoglobina de 11 g%, plaquetas
133.000 / mm3, 2900 leucócitos / mm3, 3,2 g% de albumina. Nova
biópsia de medula óssea realizada em agosto de 2016 ainda
mostrou 5% de histiócitos. Ela ainda possui 3 pequenos nódulos na
pele(<0,5cm)e encontra-se em manutenção com metotrexato e
mercaptopurina. Resultado e conclusão: XJD em adolescente, com
esse envolvimento extenso ao diagnóstico é raro. Sua resposta à
terapia de resgate também foi notável.
83
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
LEUCEMIAS/ SMD/ SMP
BAIXOS NÍVEIS DE FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO
ESTÃO ASSOCIADOS COM DOENÇA ATIVA E PIOR PROGNÓSTICO EM
LEUCEMIAS AGUDAS PEDIÁTRICAS
a
a
a
Mirela Severo Gil , Júlia Plentz Portich , Nathalia Kersting Dos Santos ,
a
a
Livia Fratini Dutra , Rafael Pereira Dos Santos , Maria Beatriz Cardoso
b
c
c
Ferreira , Rebeca Ferreira Marques , Jiseh Fagundes Loss , Lauro José
c
a
a
Gregianin , Algemir Lunardi Brunetto , André Tesainer Brunetto ,
b
a
Rafael Roesler , Caroline Brunetto De Farias .
a INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
c HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: As leucemias correspondem a 30% dos tumores
pediátricos, e constituem as neoplasias mais frequentes em indivíduos
com menos de 15 anos. Apesar da elevada taxa de cura,
frequentemente ocorre resistência à quimioterapia e efeitos
colaterais tardios. Por isso, novas estratégias de tratamento,
diagnóstico e prognóstico são necessárias. Fator Neurotrófico
Derivado do Cérebro (BDNF) e seus receptores, receptores de quinase
relacionados a tropomiosina (tropomyosinrelatedkinase, ou Trk) estão
envolvidos na maturação de linfócitos B na medula óssea (MO),
promovem diferenciação celular de células B em doenças malignas, e
estão associadas a um pior diagnóstico em adultos com leucemia
aguda (LA). Entretanto, o papel do BDNF em LA pediátricas ainda não
é bem conhecido. Objetivo e Metodologia: O objetivo desse estudo
foi analisar os níveis de BDNF em amostras de MO ou sangue
periférico (SP) de crianças com LA, através de um estudo
observacional de coorte. As amostras de MO ou SP foram coletadas de
57 crianças e adolescentes com leucemia linfóide aguda (LLA), 14
crianças e adolescentes com leucemia mielóide aguda (LMA), e 44
indivíduos saudáveis (IS) da mesma faixa etária. Utilizou-se o kit de
imuno-ensaio enzimático tipo sanduíche (ChemiconInternational,
ChemiKine, USA) para análise dos níveis séricos de BDNF. Resultados:
Os níveis de BDNF ao diagnóstico de pacientes com LA foram
significativamente menores quando comparados aos níveis de IS.
Resultados similares foram observados em relação aos níveis de BDNF
de pacientes com LA em comparação aos indivíduos saudáveis ao
diagnóstico, durante a indução, consolidação, diagnóstico e
tratamento de recidiva. Os níveis de BDNF de pacientes que
receberam transfusão de plaquetas até 48 horas antes da coleta da
amostra foram inferiores aos níveis de pacientes não
transfundidos. Além disso, os níveis de BDNF ao diagnóstico em
pacientes que foram a óbito eram significativamente menores aos
níveis dos pacientes que sobreviveram. As análises estatísticas foram
realizadas por média ± erro padrão, com análise de ANOVA ou GEE
seguida por testes post-hoc adequados quando P<0,05. Conclusão:
Esses achados são a primeira evidência do possível papel do BDNF
como marcador de doença ativa e de pior prognóstico em LA
pediátrica.
EVOLUÇÃO LEUCÊMICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS PORTADORES
DE SÍNDROME MIELODISPLÁSICA
a
b,c,
Maria Luiza Rocha Da Rosa Borges , Terezinha J Marques-Salles
b
c
Eliane Maria Soares-Ventura , Luiz Henrique Soares , Maria Teresa
d
Marquim Nogueira Cornélio .
a FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS-UNIVERSIDADE DE
PERNAMBUCO, Pernambuco, Brasil
b HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ, Pernambuco, Brasil
c INSTITUTO DO CÂNCER DO AGRESTE, Pernambuco, Brasil
d INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS-UNIVERSIDADE DE
PERNAMBUCO, Pernambuco, Brasil
Introdução: Síndrome Mielodisplásica (SMD) inclui um grupo
heterogêneo de doenças hematológicas, caracterizadas por
alteração clonal da célula progenitora com disfunção da
hematopoese. As consequências da hematopoese ineficaz são ,
citopenias no sangue periférico, que pode envolver uma ou todas as
linhagens
hematopoéticas
(eritróide,
granulocítica
e
megacariocítica). A SMD é uma doença heterogênea e pode ser
idiopática ou secundária a outros síndromes. Alterações genéticas
clonais são encontradas em até 80% das SMDinfantis e a alteração
citogenética numérica mais encontrada é a monossomia do 7. Esta
anormalidade pode representar um marcador de evolução
leucêmica. Objetivo: Descrever os casos de SMD que evoluíram para
leucemia entre os anos de 2004-2016. Metodologia: Este é um
relato de casos com um braço descritivo, com busca secundária e,
um braço analítico, para os estudos citogenéticos. Resultados:
Foram identificados 5/30 pacientes pediátricos com SMD que
evoluíram para leucemia, dos quais 4 (Caso 1, 2 ,3 e 5) evoluíram
para LMA e um para LLA (Caso 4). Os resultados clínicos e
citogenéticos mostraram: Caso 1: Paciente do sexo masculino, com
esplenomegalia, apresentava monócitos, promonocitos e 2% de
blastos no SP, foi diagnosticado com LMMJ, o cariótipo
revelava:45,XY,-7. Evoluiu para LMA. Caso 2: Paciente do sexo
masculino, portador de anemia de Fanconi (AF) e AREB, sem
visceromegalia, tinha 5% de blastos em SP, o cariótipo
mostrava:46,XY,der(11)t(11;21)(q25;q21),del(11)(q14q23). Evoluiu
para LMA.. Caso 3: Paciente do sexo masculino, com
hepatoesplenomegalia, apresentando monocitos, promonocitos e
blastos no SP, diagnosticado como LMMJ, o cariótipo mostrava:
45,XY,-7. Caso 4: Paciente do sexo masculino, diagnosticado
com LMMJ, tinha esplenomegalia, monócitos, promonocitos e 4%
de blastos em SP, o cariótipo era: 46,XY,del11(q23), evoluiu para
LLA. Caso 5: Paciente do sexo masculino, portador de NF1, com
esplenomegalia, promonocitos e monocitos no SP, o cariótipo era:
46,XY.Evoluiu para LMA Conclusão: Os estudos citogenéticos nos
pacientes com SMD são essenciais para diagnóstico, prognóstico e
decisão terapêutica. A presença de esplenomegalia é um sinal de
gravidade da doença, podendo estar associado a evolução
leucêmica. As principais anormalidades cromossômicas encontradas
nos pacientes que evoluíram para leucemia foram a monossomia do
7 e anormalidades do cromossomo 11.
84
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EXPERIÊNCIA DE TRATAMENTO DE LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA EM
CRIANCAS E ADOLESCENTES, DE UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO PÚBLICA,
COM PROTOCOLO DO GRUPO BRASILEIRO DE TRATAMENTO DA
LEUCEMIA NA INFÂNCIA - GBTLI-99.
a
Marcelo Dos Santos Souza , Carmen Silvia Martimbianco De
b
c
Figueiredo , Eliana Miranda .
a CETOHI, Mato Grosso do Sul, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL - UFMS, Mato
Grosso do Sul, Brasil
c UNICAMP, São Paulo, Brasil
Introdução: A Leucemia Linfóide Aguda é o câncer mais comum
diagnosticado
em
crianças
e
adolescentes.
Representa
aproximadamente 25% de todos os canceres diagnosticados em
crianças menores de 15 anos . NO Brasil, em instituições
especializadas, nas décadas de 90 e 2000, a sobrevida global em 5
anos melhorou sensivelmente, variando entre 55% a 63%. OBJETIVOS:
Analisar o tratamento de Leucemia Linfoide Aguda de crianças e
adolescentes de 0 a 18 anos de uma única instituição pública, no
período de outubro de 2000 a novembro de 2012, utilizando o
protocolo GBTLI-LLA 99. Metodologia: Foram analisados,
retrospectivamente, a sobrevida global, sobrevida livre de eventos e
sobrevida livre de doença de 148 pacientes de 0 a 18 anos portadores
de LLA , comparando o sexo, , raça , grupo de risco, contagem de
leucócitos e idade ao diagnóstico. Resultados : Dos 148 pacientes,
90(60,8%) eram sexo masc. e 58 (39,2%)fem., razão F:M 1:1,55. 42,1%
raça branca e 57,9% raça não branca ; 44 (29,7%) ≥ 10 anos, mediana
6,5 anos ( 0,4-18), 21(14,2%) com leucócitos > de 100.000x103 /μL,
mediana 12,3 ( 0,5-858.0). Imunofenotipagem B comum 66(44,6%),
pré-B 21(14,2%), T 16(10,8%), não classificada 45(30,4%). Grupo de
risco – Baixo Risco 58(39,2%) e Alto Risco 90(60,8%);Resposta
completa 130/148( 87,8%); Recidivas 35/130 ( 26,9%), medula óssea
19(54,3%), SNC 6(17,1%), Testículos (isolado, com MO, com SNC)
3(8,6%), MO+ SNC 7(20%), pacientes vivos 94/148 (63,5%), mediana
de seguimento 5 anos( 0-14) , mediana de seguimento dos vivos 6,5(114). Causas de morte: infecção/sepse 26(48,1%), recaída ou
progressão 24(44,4%), hemorragia 3(5,6%), falência múltiplos órgãos
1( 1,9%). As análises de sobrevida em 10 anos foram: Sobrevida Global
em < 10 anos 67% , ≥ 10 anos 48% ( p- 0,01); Baixo Risco 72% ; Alto
Risco 54% ( p-0,01); Leuc < 100.000 - 65% ; > 100.000 -38% (p-0,005);
SLE < 10 anos 59%, ≥10 anos 48%; Baixo Risco 63%, Alto Risco 51%(p0,07); Leuc. <100.000 59%, >100.000 33%(0.004). Sobrevida Global
61%; Sobrevida livre de doença 64%; Sobrevida Livre de Eventos 56%.
Conclusão: Os dados de sobrevida em 10 anos de crianças de 0 a 18
anos, com LLA tratadas com protocolo brasileiro (GBTLI-99) equiparase a outros serviços do Brasil tratados com protocolos internacionais.
HIPEREOSINOFILIA SECUNDÁRIA GRAVE EM LEUCEMIA LINFOIDE
AGUDA NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO
Isabella Aparecida De Araujo, Marcella Baggiani Antonelli Jacob, Ana
Virginia Lopes De Sousa, Elizabete Delbuono, Indhira Dias Oliveira,
Michele Gaboardi, Silvia Regina Caminada De Toledo, Maria Lucia De
Martino Lee.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Hipereosinofilia é definida como contagem de
eosinófilos no sangue periférico superior a 500/mm³, sendo
considerada grave, quando superior a 5.000/mm³. Sintomas
respiratórios graves, insuficiência cardíaca congestiva e alterações
neurológicas podem estar associadas a hipereosinofilia grave.
Hipereosinofilias podem ser primárias ou clonais, secundárias ou
reacionais e idiopáticas. Entre as causas de hipereosinofilias
secundárias, destacamos as doenças neoplásicas, entre as quais a
Leucemia Linfoide Aguda (LLA), embora seja uma apresentação rara
na infância. Objetivo: Descrever hipereosinofilia grave ao
diagnóstico de LLA em paciente pediátrico. Relato de Caso: Criança,
sexo masculino, 8 anos, previamente hígido, com história de febre,
dor musculoesquelética em quadril e membros inferiores e
dificuldade de deambulação. Negava viagens recentes ou uso de
novos medicamentos. O exame físico inicial revelava artralgia
coxofemural bilateral, sem sinais flogísticos e/ou acometimento
extra medular, sintomas respiratórios e/ou cutâneos. O hemograma
inicial apresentava leucocitose 35.400/mm³, com eosinofilia
24.000/mm³ e ausência de blastos. Radiografia de tórax e
ecocardiograma normais. Iniciou empiricamente tiabendazol e após
15 dias, coletado novo hemograma com persistência de
hipereosinofilia grave de 6.900/mm³. Realizado mielograma com
40% de linfoblastos e hiperplasia eosinofílica; diagnóstico
imunofenotípico de LLA pré-B, cariótipo 46, XY [20], biologia
molecular não avaliável, SNC 1. Segundo o Protocolo GBTLI LLA
2009, classificado como LLA Baixo Risco Intermediário. No 18º dia da
indução já apresentava normalização da eosinofilia periférica.
Atualmente encontra-se fora de terapia há 2 anos, em 1ª remissão
clínica completa. Conclusão: A LLA associada à hipereosinofilia não
clonal é uma entidade rara decorrente da hiperexpressão do gene
da IL-3 pelos blastos e pode preceder o diagnóstico da LLA de 1 a 9
meses e reaparecer na recaída. A alteração citogenética, mais
comumente associada a LLA B derivada com hipereosinofilia, é a
t(5,14)(q31.1;q32.3). Na população pediátrica, embora menos
incidente, os rearranjos com genes PDGFR e FGFR também devem
ser investigados. A hipereosinofilia pode resultar em aumento da
morbimortalidade associada à indução decorrente das complicações
secundárias à eosinofilia grave, sendo endocardiomiofibrose
eosinofílica a principal causa de óbito.
85
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
HIPERTENSÃO PORTAL ASSOCIADA AO TRATAMENTO DE LLA: EFEITO
ADVERSO DAS TIOPURINAS, ESTAMOS ATENTOS ? RELATO DE CASO
Maria Gabriela Alves Dias Matos, Ana Virginia Lopes De Sousa, Ramiro
Anthero De Azevedo, Flavio Augusto Vercillo Luisi, Maria Lucia De
Martino Lee.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: As tiopurinas tem papel fundamental no tratamento da
Leucemia Linfoide Aguda (LLA). A principal toxicidade relacionada ao
uso dessas drogas é a mielossupressão, no entanto, a doença
venooclusiva hepática (DVO) como complicação, em especial a
tioguanina, é uma grave complicação descrita na literatura, porém
com poucos relatos em oncologia pediátrica. Os critérios mais bem
definidos para o diagnóstico de DVO são hepatomegalia dolorosa,
ascite e hiperbilirrubinemia, porém, a plaquetopenia isolada e
persistente (inferior a 75.000/mm³) durante o tratamento é um sinal
de alerta. Esplenomegalia ocorre em até 50% dos casos e o tempo
médio de exposição à tioguanina para o diagnóstico de DVO foi de 12
meses. Objetivo: Descrever a ocorrência de hipertensão portal
decorrente de doença venooclusiva em adolescente tratado para LLA
com uso de tiopurinas em diferentes momentos. Relato de Caso:
Masculino, 13 anos, com LLA B derivada, alto risco pelos critérios do
Nacional Cancer Institute (NCI), cariótipo 46, XY [20], transcritos ETV6RUNX1 e BCR-ABL1 p190 não avaliáveis, SNC 1. Tratado conforme
protocolo GBTLI LLA 2009 como alto risco respondedor rápido. Evoluiu
com plaquetopenia inferior a 75.000/mm³ e leve hiperbilirrubinemia
indireta persistente a partir da semana 64/106 da manutenção do
tratamento, sem hepatoesplenomegalia. Após término da terapia,
persistiu plaquetopênico com surgimento de esplenomegalia e
abaulamento indolor varicoso infraumbilical. No ultrassom doppler de
abdome evidenciado hipertensão portal e velocidade da veia porta no
limite superior da normalidade, recanalização da veia umbilical e
hepatoesplenomegalia. A possibilidade de recidiva da doença e/ou
síndrome mielodisplásica (SMD) foi afastada em tempos distintos,
inclusive com biópsia de medula óssea/cariótipo e FISH SMD.
Posteriormente, realizada endoscopia digestiva alta com a presença
de volumosas varizes de esôfago. Durante o tratamento o paciente
recebeu dose acumulativa total de tioguanina de 4.200mg/m².
Atualmente, em seguimento com a Hepatologia, sem indicação de
esplenectomia até o momento. Conclusão: O desenvolvimento de
DVO secundária ao uso de 6-tioguanina ocorre em 11-12% dos
pacientes pediátricos. Mediante a variabilidade genética individual das
vias de metabolização da tioguanina, é fundamental a necessidade de
vigilância aos riscos de toxidade hepática, para identificação precoce
de graves complicações que podem levar a hipertensão portal.
LEUCEMIA BIFENOTÍPICA: UM RELATO DE CASO
Sergio Augusto Fernandes Perlamagna, Jairo Cartum, Helaine
Cristina Castro, Elisa Couto Peres Ribeiro, Adriana Karin Sappupo,
Tiago Donizeti Bertolacini Silva, Caroline De Freitas Castilho Reche.
FMABC, São Paulo, Brasil
Introdução: A maioria dos casos de leucemia aguda pode ser
classificada como mielóide ou linfóide T/B, de acordo com as
características morfológicas e com o antígeno expresso na
membrana ou no citoplasma celular. Porém, em 5% dos casos não é
possível classificar de acordo com essas técnicas, uma vez que há coexpressão de antígenos mielóide e linfóide na mesma célula. Estes
casos são chamados de bifenotípicas. A incidência deste tipo em
pacientes pediátricos varia de 2% a 4,4%. Os critérios de diagnóstico
para a leucemia bifenotípica na época do caso foram propostos pelo
Grupo Europeu de Classificação das Leucemias Imunológicas (EGIL),
que utilizava o número e o grau de especificidade para blastos
mielóides ou linfóides T/B, porém, atualmente, utiliza-se o Critério
WHO 2007. O diagnóstico foi feito através da imunofenotipagem,
por citometria de fluxo de quatro cores. Os principais marcadores da
leucemia bifenotípica são: CD1a, CD2, CD3, CD4, CD5, CD7,CD8, CD9,
CD10, CD11b, CD11c, CD13, CD14,CD15, CD16, CD19, CD20, CD22,
CD24, CD33,CD34, CD36, CD41a, CD42b, CD45, CD56, CD61,CD64,
CD65, CD66c, CD71, CD117, CD3 citoplasmático, CD79a e MPO. O
tratamento deste tipo de doença ainda é incerto, sendo que na
maioria utiliza-se a terapêutica para Leucemia Mielóide Aguda.
Relato de caso: HDS, masculino, 13 anos, com história prévia de
emagrecimento de 3kg, acompanhado de cansaço excessivo,
inapetência e sonolência por cerca de 2 meses. Procurou o
atendimento, sendo solicitado hemograma, que evidenciou
plaquetopenia e leucopenia. Foi encaminhado para serviço
especializado, onde realizou-se aspirado de medula óssea, cujo
resultado mostrou alta celularidade, compatível com leucemia
aguda. Na imunofenotipagem, foram observados marcadores
positivos para linhagem mielóide e linfoide B. Desta forma, chegouse ao diagnóstico de leucemia bifenotípica. Discussão: A leucemia
aguda bifenotípica é um tipo raro de leucemia, portanto seu estudo
é importante, uma vez que a doença possui um prognóstico ruim.
Com isso, faz-se necessário uma melhor abordagem e tratamento
mais intensivo para que se alcance remissões completas a longo
prazo. Geralmente, esses resultados são obtidos através de doses
elevadas de quimioterapia ou de transplantes que podem erradicar
a doença permanentemente. Entretanto, atualmente os critérios de
diagnóstico mudaram e com base nos critérios positivos, pode-se
indicar o melhor protocolo para tratamento.
86
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA TIPO B COM RECAÍDA ATÍPICA – RELATO
DE CASO
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA: ANÁLISE EM UM SERVIÇO DE
REFERÊNCIA PEDIÁTRICO ESTADUAL
Sergio Augusto Fernandes Perlamagna, Jairo Cartum, Helaine Cristina
Castro, Elisa Couto Peres Ribeiro, Adriana Karin Sappupo, Vivian Costa
E Silva, Ana Luiza Giamelaro Hanania.
Amanda Ibagy , Luiza Correa De Souza Vieira , Denise Bousfield Da
a
a
Silva , Tiago Rodrigues De Lima , Ana Paula Freund Ferreira
a
a
a
Winneschhoffer , Imaruí Costa , Juliana Schmitz Dacoregio , Denise
a
a
a
Lima , Tatiana El Jaick Costa , Mariana Cardoso De Lima , Daniel
a
a
a
Faraco Neto , Luciana Arena Silva , Renata Semann .
FMABC, São Paulo, Brasil
Introdução: As leucemias são as doenças malignas mais prevalentes
em crianças. O quadro clínico é variável. A apresentação clínica mais
comum é astenia, febre, adenomegalia e hepatoesplenomegalia. Fator
prognóstico estabelecido é a anomalia cromossômica. pode
apresentar recidiva em até 54% dos casos. O local preferencial de
recaída é a medula óssea, indica-se TMO alogênico na primeira
recaída. Relato de caso: B.R.A, masculino, 7 anos, apresentou
adenomegalia cervical e bicitopenia; mielograma e imunofenotipagem
evidenciaram leucemia linfóide B comum. SNC negativo. Iniciado
protocolo
BFM
2002.
cariótipo
de
sangue
periférico
46XY,r(21)(p11.2q22). Durante terapia de manutenção, paciente
evoluiu com permanência de pancitopenia nos hemogramas sendo
suspensa quimioterapia por diversas vezes. Realizado mielograma,
imunofenotipagem e biópsia de medula óssea no período
demonstraram ausência de células neoplásicas e aplasia de medula
óssea. Ao término do tratamento, repetida imunofenotipagem que
evidenciava DRM de 0,52%. Biópsia de medula óssea mantinha
celularidade < 20%. Oito meses após término do tratamento, paciente
apresentou mielograma sugestivo de leucemia mielóide aguda.
Imunofenotipagem compatível com leucemia monoblástica aguda. Por
apresentar aplasia medular importante, optamos por terapia com
hipometilante. Após 4 ciclos, houve melhora discreta no número de
monoblastos em M.O. Encaminhado para TMO alogênico não
aparentado. Ao encontrarmos doador e realizarmos exames de
controle para programação de transplante, paciente apresentou piora
importante da pancitopenia e mielograma evidenciando 34% de
blastos. Após término da quimioterapia de resgate, paciente foi
encaminhado para o outro serviço porém evoluiu com febre e piora
de padrão respiratório. Paciente foi então reencaminhado para o
Hospital Estadual Mário Covas, onde evoluiu para óbito dias depois.
Resultados: A conduta de tratamento seguiu um dos principais
protocolos primados pela literatura. O sítio de recidiva foi a medula
óssea. Como o paciente em questão apresentou aplasia medular em
decorrência ao tratamento, foi indicado transplante alogênico.
Conclusão : A leucemia linfóide aguda do tipo B é uma doença
frequente na infância e, apesar de sua clínica ser variável, sua taxa de
cura é alta indicando uma necessidade de diagnóstico precoce e
tratamento. Contudo grande número de mutações genéticas
indicaram um prognóstico reservado, como nesses casos, sendo
sugerida a sua correlação com a recidiva atípica
a
b
HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO, Santa Catarina, Brasil
UNISUL, Santa Catarina, Brasil
Introdução: A leucemia linfoide aguda (LLA) é a doença maligna
mais comum da infância, acometendo principalmente crianças de
dois a cinco anos, e com taxas de sobrevivência em cinco anos, de
aproximadamente 85%. Objetivo: Avaliar o impacto das
características clínicas e laboratoriais da doença, no prognóstico da
LLA em um centro de referência pediátrico estadual. Metodologia:
Estudo observacional transversal que incluiu 147 pacientes
pediátricos acompanhados no Serviço de Oncohematologia de um
centro de referência pediátrico estadual. Após a aprovação pelo
Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos, as
informações foram obtidas no banco de dados do Registro
Hospitalar de Câncer (RHC) e nos prontuários médicos. Participaram
do estudo todos os pacientes, que preencheram os critérios de
inclusão e exclusão, no período de 2009 a 2015. A associação entre
as variáveis quantitativas foi avaliada pelo teste t de student para
amostras independentes. O nível de significância estabelecido foi de
p <0,05. Resultados: Houve predomínio do sexo masculino (57,80%),
da faixa etária de dois aos cinco anos (47,60%), e da raça branca
(97,30%). Foi encontrada significância estatística quando
relacionados, leucócitos totais ao diagnóstico e o status vital do
paciente (p=0,001), estratificação de risco e status vital (p=0,002),
recidiva medular e status vital (p=0,001), leucometria e recidiva
medular (p=0,05), dor óssea e status vital (p=0,04) e presença de
equimoses e status vital (p=0,04). Conclusão: Idade, leucometria,
estratificação de risco, recidiva medular, dor óssea e presença de
equimoses ao diagnóstico apresentaram impacto no prognóstico da
LLA.
87
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA EM PRÉ-ESCOLAR - RELATO DE CASO
a,b
a,b
Clarissa Weiss Luchno , Cassia Vieira Stravalacci , Maira Isis
b,c
a
a
Stangler , Simone Travi Canabarro , Gisele Pereira De Carvalho , Vera
b,c
Regina Serpa Sabarros .
a UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE
- UFCSPA, Rio Grande do Sul, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO
ALEGRE/ISCMPA, Rio Grande do Sul, Brasil
c HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTÔNIO HCSA, Rio Grande do Sul,
Brasil
Introdução: As leucemias representam 30% das neoplasias da
infância, sendo a leucemia mielóide aguda (LMA) responsável por
aproximadamente 20% das mesmas. Objetivo: Descrever um caso de
LMA M5. Método: Relato de caso: L.E.S, 2 anos e 4 meses, sexo
masculino, previamente hígido, procura emergência hospitalar
pediátrica, no dia 17/08/16, por queixa álgica e edema em membro
inferior esquerdo e dificuldade para deambular desde o dia 15 de
julho deste ano. Anteriormente a ser atendido em nosso serviço, o
paciente havia sido levado pela mãe em outros dois serviços no mês
em que iniciaram os sintomas. Em ambos os serviços, o paciente foi
liberado com prescrição de anti-inflamatório não esteroidal. O
paciente foi admito no serviço e realizada a internação hospitalar. Na
chegada, realizou radiografia de membros inferiores que apresentou
infiltração leucêmica; ecografia abdominal, que demonstrou
hepatomegalia e esplenomegalia; exames laboratoriais, sem
alterações; e biopsia de medula óssea para diagnóstico. Durante a
internação, paciente evoluiu para estado grave em menos de 48
horas, necessitou de leito de UTI, por apresentar hipertermia,
distúrbio grave de coagulação e pancitopenia. Na UTI, tentativa de
passagem de PICC sem sucesso, paciente foi para o bloco cirúrgico
para inserção de cateter venoso central para iniciar tratamento
quimioterápico. No dia 20/08, paciente apresentou piora clínica,
sendo necessário ser sedado e intubado. Evoluiu para um quadro de
SARA e sepse empírica, instabilidade hemodinâmica, agitação,
dessaturação, hipotensão, hipoglicemia e oligúria. Em 21/08,
diagnóstico de LMA M5 é fechado, paciente em diálise peritoneal por
insuficiência renal aguda e em choque refratário. No turno da noite do
mesmo dia, paciente bradicárdico, má perfusão, edemaciado. Evolui
com bradicardia e pulso não palpável; apresentou duas paradas
cardiorrespiratórias, em assistolia, sem conseguir retomar frequência
cardíaca. Constatado óbito às 22:07. Resultados e conclusão: O caso
relatado retrata um paciente com queixas musculoesqueléticas, que
são comuns aos sinais e sintomas das leucemias e que devem ser
consideradas como diagnóstico diferencial. O paciente citado, chegou
ao serviço às 11:00 do dia 17/08 e evoluiu para óbito no dai 21/08 ás
22:07, retratando um caso de LMA M5 de rápida evolução.
LEUCEMIA MIELOMONOCÍTICA JUVENIL (LMMJ): UM DESAFIO
TERAPÊUTICO
a
Polliany Roberta Dorini Pelegrina , Roberta Leite De Castro De
a
a
a
Souza , Cristina Wiggers De Almeida , Soraia Rouxinol , Amanda
a
a
Suhett Fonte , Ana Letícia Shalders Fernandes , Simone Maia
a
a
a
Manzano , Danielle Tavares Vianna , Ludmila Coutinho Aguiar ,
a
b
Bianca Da Silveira Abreu E Abreu , Sima Esther Ferman
a HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA, Rio de Janeiro, Brasil
b INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: A LMMJ é uma desordem rara que corresponde a
menos de 2% das malignidades hematológicas pediátricas Objetivo
Salientar a importância do diagnóstico e definir melhor
estratégia de tratamento Metodologia: revisão de casos do setor
de hematopediatria de 2009 a 2016 Resultados e Conclusões: LGC,
feminino, 8 meses, com aumento de volume abdominal e palidez.
Evoluiu com febre, anemia, monocitose, associado a
hepatoesplenomegalia.
Imunofenotipagem
apresentando
monocitose com predomínio de monócitos maduros, exame
compatível com SMD/SMP, feito hibridização in situ (FISH)
compatível com monossomia do cromossomo 7 e biologia
molecular com ausência de cromossomo philadélfia. Feito ensaio
citogenético para unidades formadoras de colônia com taxa de
crescimento de 99,7%. Tratado com 6-Mercaptopurina e Citarabina,
sem resposta. Sendo assim, inscrito no Grupo Brasileiro LMMJ/
Centro Transplantador do Hospital de Barretos e iniciado Azacitidina
(4 ciclos), e encaminhada para transplante de medula óssea. Evoluiu
a óbito após complicações sépticas antes do procedimento. DSVS,
masculino, 4 anos, com linfonodomegalia em múltiplas cadeias,
hepatoesplenomegalia,
leucocitose
e
plaquetopenia
.
Imunofenotipagem identificou monocitose, com maturação
granulocítica sequencial, acúmulo de monócitos inflamatórios,
sendo compatível com síndrome mielodisplásica/mieloproliferativa,
inclusive LMMJ. Realizado FISH compatível com monossomia do
cromossomo 7. Tratado com 6-Mercaptopurina e inscrito no Grupo
Brasileiro LMMJ/ Centro Transplantador do Hospital de Barretos,
em uso de Azacitidina até o TMO. DBM, masculino, 3 anos, com
hepatoesplenomegalia, linfonodomegalia generalizada, leucocitose,
febre, pneumonia que evoluiu com choque séptico necessitando de
CTI. Laudo da imunofenotipagem compatível com SMD/SMP, FISH
compatível com monossomia do cromossomo 7, ausência do
cromossomo philadélfia. Tratado com 6-Mercaptopurina e
Citarabina, sem resposta. Como não havia doador compatível para
realização de transplante, iniciado tratamento baseado no artigo de
2004 realizado na Coréia da Leukemia Research, com tratamento
padrão combinando Citarabina, Etoposide, Vincristina e ácido cisretinóico, e salvamento com citarabina e etoposide. Evoluiu a óbito
por progressão de doença. O tratamento padrão-ouro é o TMO. A
maioria das crianças com LMMJ aguardam por um período até
encontrar doador, enquanto isso podemos realizar algumas
medicações com potencial citorredutor até realização do mesmo.
88
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
NÓDULOS DE MAMA COMO APRESENTAÇÃO INICIAL DE LEUCEMIA
LINFOBLASTICA DE CÉLULAS T
OBESIDADE COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE RECAÍDA SISTEMA
NERVOSO CENTRAL DE LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA
Patrick Rezende Godinho, Kaline Maria Maciel Oliveira, Mecneide
Mendes Lins, Marcia Ferreira Pedrosa, Tereza Cristina Fonseca,
Eduardo Just Costa E Silva, Ticiana Ester Meira, Norma Lucena-Silva.
Roberta Leite De Castro De Souza , Soraia Rouxinol , Polliany
a
a
Roberta Dorini Pelegrina , Mainá Rouxinol Da Silva , Cristina Wiggers
a
a
a
De Almeida , Ludmila Coutinho Aguiar , Simone Maia Manzano ,
a
a
Ana Letícia Shalders Fernandes , Amanda Suhett Fonte , Sima Esther
b
Ferman .
INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRAIMIP, Pernambuco, Brasil
Introdução: As leucemias de células precursoras T constituem
aproximadamente 15% das leucemias linfoblásticas na faixa etária
pediátrica, são mais frequentemente no sexo masculino, acima de 9
anos de idade e estão associadas à leucometrias acima de 50000,
massa de mediastino e a um pior prognóstico, comparadas às
leucemias de células B precursoras. A infiltração do parênquima
mamário é rara, existindo poucos casos descritos na literatura.
Objetivo: Relatar o caso de adolescente com diagnóstico de leucemia
linfoblástica aguda com apresentação inicial de tumorações mamárias.
Método: Relato de caso com informações obtidas por revisão do
prontuário Resultados e Conclusão: Apresenta-se o caso de uma
adolescente de 14 anos de idade com queixa de nódulos e manchas
avermelhadas em mamas há 5 dias. Ao exame físico, apresentava
estado geral regular, hipocorada, afebril, eupneica, ausculta cárdiaca e
respiratória normais, mamas com tumorações endurecidas, indolores,
pouco móveis, medindo cerca de 3x2cm. Avaliada inicialmente pela
mastologia, USG de mama com imagens sólidas de dimensões
variadas, dispersas em todo o parênquima, com fluxo vascular
aumentado. Nesta ocasião realizou core biopsy, cujo Histopatológico:
tecido fibrótico infiltrado por proliferação linfocitária atípica e
Imunohistoquímico positivo para LCA, CD3, CD20 e TdT. Rx de tórax
com alargamento de mediastino anterior e superior. Encaminhada a
Oncologia Pediátrica evidenciado hepatoesplenomegalia de 7 cm
.Hemograma: Hem: 2,98, Hb: 8,4g/dl, Htco 27%, leucócitos:
115.000u/l e plaquetas: 109.000u/l, DHL: 1200 u/l. Prosseguiu
investigação com Mielograma: medula óssea hipercelular, infiltrada
em 90% por linfoblastos - L1, Imunofenotipagem compatível com
leucemia linfoblástica de células T com positividade para CD2:
94,7%, CD5: 90,9%, TDT: 93,3%, Cit CD3: 96% e Biologia Molecular:
negativa para os marcadores: sil-tal, HOX11 e HOX11L2 . Iniciado
protocolo quimioterápico específica para LLA-T. Mielograma no D 19:
MO com resposta completa e no D 49: MO em remissão completa,
exames físico normal. Atualmente, encontra-se em remissão clínicahematológica, em termino do tratamento. Salientamos a raridade da
apresentação inicial de LLA-T com nódulos mamários, cujos exames
radiológicos são inespecíficos, sendo de crucial importância avaliação
do sangue periférico, antes de prosseguir-se investigação com estudo
histológico destas lesões.
a
a
a HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA, Rio de Janeiro, Brasil
b INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: Recaídas em SNC podem cursar com varias formas de
apresentações. Em raros casos, a obesidade pode ser a primeira
manifestação. Objetivo Relato de caso de recaída precoce de SNC
com obesidade como apresentação inicial e exposição etiológica.
Metodologia Relato de caso Resultados e Conclusão M.D.S.V., 4
anos, feminina, nascida em 06122011, LLA baixo risco, 11/08/2014,
tratada com BFM 2009, com recaída precoce em SNC (punções
lombares da manutenção completas). Um mês antes do diagnóstico
de recaída, durante a manutenção, apresentou hiperfagia, ganho
excessivo de peso, prostração, irritabilidade e cefaleia. Ganho
ponderal de 4Kg em 1 mês, IMC de 15 para 18. Exame físico,
incluindo neurológico sem alterações, exceto por obesidade, fígado
a 4cm do rebordo costal direito e aumento de pelos sem
hiperpigmentação, acne ou acantose nigricans. ACTH, cortisol e
função da tireoide normais. PPD negativo. RMN do encéfalo com
lesões compatíveis com uso prévio de metotrexate, sem sinais de
doença. LCR analisado por citometria de fluxo infiltrado com 71% de
blastos linfoides. Medula óssea 0,05% de células com fenótipo
anormal - recaída combinada. Realizada quimioterapia intratecal
uma vez por semana num total de 6 até negativar o liquor. Iniciado
BFM 2009 alto risco, com redução do peso corporal em 3Kg em 1
mês de tratamento. Dois mecanismos diferentes de obesidade por
infiltração de SNC. Um deles está relacionado a disfunção do
hipotálamo por infiltração leucêmica, que é a obesidade
hipotalâmica(condução a apetite excessivo, ganho de peso corporal
anormal e alteração da saciedade), levando a hiperfagia e outro, á
potencialização da secreção de insulina. O segundo mecanismo é
por infiltração do sistema de liberação da corticotropina, alterando
a função pituitária com hipersecreção de ACTH e hipertrofia
adrenocortical (Doença de Cushing). Outras doenças além da
leucemia podem causar danos hipotalâmicos, resultando em
obesidade e alterações emocionais, como tumores cerebrais e
tuberculose, ambas afastadas no caso. Diagnóstico da recaída em
SNC foi feita e confirmada pela resposta ao tratamento. A paciente
tinha obesidade hipotalâmica e não doença de cushing, pois não
havia alteração na secreção de ACTH ou outros sinais relacionados.
Para pacientes com recaídas em SNC atípicas é útil para o
diagnostico a combinação de citomorfologia, citrometira de fluxo do
liquor e RMC.
89
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PACIENTE PEDIÁTRICO COM DIAGNÓSTICO RECENTE DE LEUCEMIA
LINFOIDE AGUDA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
a
b
PERFIL CLÍNICO GENÉTICO DA SÍNDROME MIELODISPLÁSICA NA
INFÂNCIA- EXPERIÊNCIA DE UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO
a
b,C
Diego Silveira Silveira Siqueira , Aline Aparecida Da Silva Pierotto ,
b
b
Julia Machado Silva Degues , Betina Bitencourt , Fernanda Jaime
b
b
Marques , Lucimara De Lima .
Maria Luiza Rocha Da Rosa Borges , Terezinha J Marques-Salles ,
b
d
Eliane Maria Soares-Ventura , Izabelle Aguiar Pereira , Luiz Henrique
b
c
Soares , Maria Teresa Marquim Nogueira Cornélio .
a HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS, Rio Grande do Sul, Brasil
b UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS- UNISINOS, Rio Grande
do Sul, Brasil
a FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS-UNIVERSIDADE DE
PERNAMBUCO, Pernambuco, Brasil
b HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ, Pernambuco, Brasil
c INSTITUTO DO CÂNCER DO AGRESTE, Pernambuco, Brasil
d INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS-UNIVERSIDADE DE
PERNAMBUCO, Pernambuco, Brasil
Introdução: A leucemia é uma doença maligna dos leucócitos, de
origem desconhecida. Sua principal característica é o acúmulo de
células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células
sanguíneas normais. A estimativa para 2016 é de 10.000 novos casos
de leucemia. A leucemia linfoide aguda (LLA) ocorre nas células
linfoides e agrava-se rapidamente, sendo o tipo mais comum em
crianças. O diagnóstico é feito através de alterações no hemograma e
mielograma. Objetivo: relatar a experiência de quatro acadêmicas do
nono semestre do curso de Enfermagem, após a aplicação de um
estudo de caso realizado em uma unidade oncológica pediátrica de
um Hospital Infantil. Metodologia: Trata-se de um relato de
experiência realizado durante atividade teórico prática pertinente à
atividade acadêmica de Saúde da Criança e do Adolescente, do curso
de bacharelado em Enfermagem, no mês de agosto de 2016, realizado
na unidade oncológica pediátrica de um Hospital Infantil. Resultados e
Discussão: Após o desenvolvimento desta atividade acadêmica
pudemos perceber que o diagnóstico de leucemia em crianças afeta a
vida da criança e de sua família, desestruturando a rotina escolar, de
trabalho e lazer. O tratamento quimioterápico, apesar de controlar a
doença, possui como impacto negativo sua alta toxicidade, que
interfere em diversos processos fisiológicos. A criança com leucemia e
sua família necessitam além de cuidados específicos, de apoio
psicológico, pois a doença gera ansiedade e tristeza, podendo levar a
depressão. Sentimo-nos sensibilizadas com o caso estudado,
comprovando a teoria trazida pela literatura, que afirma que a equipe
atuante em oncologia pediátrica necessita de preparo e apoio
psicológico para poder lidar com as demandas emocionais. Esta
vivência nos proporcionou ter uma breve visão de como a leucemia
impacta na vida da criança e sua família, permitindo a construção de
novos saberes dentro do contexto da pediatria. Pensamos que é
fundamental unir os cuidados diários às crianças e sua família, de
modo mais humanizado, sempre com respeito e solidariedade.
Introdução: Síndrome mielodisplásica (SMD) compreende um grupo
heterogêneo de doenças hematológicas caracterizado por disfunção
da hematopoese e clonalidade da célula progenitora
hematopoética. Tem como consequência displasia de um ou mais
setores da MO. Assim, os pacientes podem apresentar tanto
hipoplasia como hiperceluridade medular. As consequências desta
hematopoese ineficaz, são principalmente citopenias no sangue
periférico que, frequentemente, envolvem pelo menos uma das três
linhagens celulares (eritróide, granulocítica e megacariocítica).
Alterações genéticas clonais são frequentes e encontradas em até
80% de crianças com SMD. Dentre estas, a alteração cromosômica
numérica é comumente encontrada, sendo a mais frequente a
monossomia do cromossomo 7 , seguida pela trissomia do 8. A
classificação OMS para SMD pediátrica diverge do adulto e,
atualmente, tem sido usada a classificação OMS/2008 que se baseia
em aspectos clínicos, morfológicos e genéticos. Objetivos: Classificar
segundo a OMS (2008) e definir o perfil clínico e citogenético de
pacientes pediátricos portadores de SMD. Material e Métodos: Foi
um estudo retrospectivo e prospectivo realizado com pacientes
pediátricos no período de 2004 até 2016. As análises citogenéticas
foram realizadas utilizando a técnica de bandeamento G e técnica
de FISH. Resultado: Foram diagnosticados e classificados trinta
pacientes pediátricos com SMD. Houve prevalência do sexo
masculino (80%). A idade média ao diagnóstico foi de 5 anos. Em
relação a classificação, tivemos 13 pacientes portadores de LMMJ, 6
com SMD secundária à falha medular conhecida, 9 com citopenia
refratária e 2 com AREB-T. Destes 44% (14) tinham hipocelularidade
medular, 44% (14) apresentavam hipercelularidade e 13% (2)
celularidade normal. Três pacientes evoluíram para aplasia medular
e três para leucemia aguda. Em relação ao cariótipo 47% (14)
tinham cariótipos normais e 53% (16) alterados. Do total de
pacientes, 16 estão vivos (53%) e 14 foram a óbito (47%).
Conclusão: Os dados clínicos, morfológico aliados aos estudos
citogeneticos são importantes para categorizar os pacientes
pediátricos com SMD. A grande quantidade de cariótipos normais
nos mostra a importância de se realizar estudos moleculares para
identificar os diversos mecanismos genéticos envolvidos na SMD da
infância.
90
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL CLÍNICO, LABORATORIAL E DESFECHO DAS LEUCEMIAS
AGUDAS ATENDIDAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PÚBLICO NO
PERÍODO 2010 A 2014
PERFIL DE SOBREVIDA DOS PACIENTES COM LEUCEMIA LINFOIDE
AGUDA RECIDIVADA ADMITIDOS EM SERVIÇO DE ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA, NO PERÍODO DE 10 ANOS.
Klerize Anecely De Souza Silva, Júlia Plentz Portich, Adriana Vanessa
Santini Deyl, Clarice Franco Meneses, Simone Geiger De Almeida
Selistre, Rebeca Ferreira Marques, Jiseh Fagundes Loss, Tanira
Gatiboni, Caroline Brunetto De Farias, Mário Correa Evangelista
Junior, Mariana Bohns Michalowski, Lauro José Gregianin.
Carolina Sgarioni Camargo Vince, Amalia Maria Do Espirito Santo
Souza, Maria Tereza Ferreira Albuquerque, Maria Tereza Assis De
Almeida, Lilian Maria Cristofani.
HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: As leucemias são as neoplasias mais comuns da infância.
A maioria dos casos (75%) correspondem à Leucemia Linfoide Aguda
(LLA) e cerca de 20% à Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Objetivo:
Descrever o perfil epidemiológico das leucemias agudas atendidas em
um Hospital Universitário Público. Métodos: Estudo transversal,
descritivo, retrospectivo a partir da análise de prontuários de todos os
pacientes com idade entre 0 a 18 anos diagnosticados com LLA ou
LMA no período de 01/01/2010 a 31/12/2014. Análise estatística foi
realizada através do software SPSS versão 18.0. Resultados: Foram
incluídos 64 pacientes (M:F 2:1) sendo 78,2% portadores de LLA e
21,8% de LMA. Entre as LLAs, 82% eram LLA-B e 18% LLA-T. A mediana
da idade entre os pacientes portadores de LLA-B foi de 4,66 anos, LLAT foi de 12,05 anos e LMA foi de 5,75 anos. Os sinais e sintomas mais
comuns foram febre, palidez, prostação, hepatomegalia ou
esplenomegalia, dor e hemorragias desde petéquias a acidente
vascular cerebral hemorrágico. Anemia (Hb<10g/dL) e plaquetopenia
(<100.000/mm3) foram identificadas em 76,5% dos pacientes. Entre
as LLAs, 21,2% apresentaram leucócitos >50.000/mm3, sendo que
55% das LLAs T apresentaram leucócitos >50.000/mm3 (média±DP de
135.350 ± 136.085). Já entre as LMAs, 35,7% apresentaram leucócitos
>100.000/mm3 (média±DP de 99.530 ± 140.683). Envolvimento do
SNC foi diagnosticado em 5% dos pacientes, todos com diagnóstico de
LLA. Com relação ao grupo de risco para recaída, nas LLAs B, 58,5%
foram classificados como Alto Risco, 21,9% Baixo Risco e 19,5% Baixo
Risco Intermediário conforme protocolo GBTLI 2009; entre as LMAs,
42,9% foram Alto Risco, 42,9% Baixo Risco e 14,2% Risco
Intermediário. Recaída ocorreu em 25% dos pacientes e a prevalência
de óbito foi de 23,4%. A sobrevida global estimada nas LLAs foi de 75%
e nas LMAs foi de 55%. Conclusões: Esta é a primeira descrição do
perfil epidemiológico clínico e laboratorial dos pacientes portadores
de leucemias agudas assistidos nesse hospital universitário, assim
como seu desfecho. Verificamos que de maneira geral os dados não
diferenciam dos reportados pela literatura. Projeto aprovado pelo CEP
da instituição (Número CAAE 45028415.8.0000.5327).
INSTITUTO DA CRIANÇA – ITACI - FMUSP, São Paulo, SP
Introdução: A recaída de leucemia linfoblástica aguda (LLA) ocorre
em 15% -20% dos pacientes. A maioria das recaídas se dá durante o
tratamento ou nos primeiros 2 anos após o término, podendo
acometer medula óssea, sistema nervoso central (SNC), de maneira
isolada ou combinada, assim como no testículo ou outros locais
extramedulares. A combinação de quimioterapia com transplante de
células tronco hematopoiéticas (TCTH) leva a uma taxa de cura de
30-50% dos casos. Objetivo: Descrever o perfil de sobrevida das
LLAs recaídas nos últimos 10 anos no nosso serviço, avaliando as
curvas de sobrevida pós recaída e as características dos pacientes.
Metodologia: Estudo retrospectivo, através da análise de
prontuários, dos pacientes atendidos em único serviço de oncologia
pediátrica, na faixa etária pediátrica, com diagnóstico de LLA
recaída, tratados no período entre 2005 e 2015. 47 crianças
preencheram os critérios de inclusão. Resultados: 47 crianças com
LLA recidivada, originárias de nosso serviço ou provenientes de
outros serviços, foram tratadas no período: 10% dos casos com
imunofenótipo T e 90% dos casos com imunofenótipo B; 79% do
sexo masculino e 21% do sexo feminino; 5% menores de 12 meses e
40% maiores de 10 anos. A recidiva caracterizou-se por: 17% doença
extra medular, 71% doença medular e 12% recaída combinada.
Todos os pacientes foram tratados com quimioterapia (incluindo uso
de quimioterapia convencional e TCTH). 37,5% alcançaram nova
remissão completa e 62,5% falharam a todos os esquemas de
resgate. A mediana de sobrevida pós recaída foi de 55,1 meses. A
sobrevida global em 5 anos pós recaída foi de 38,9%±11,6%. A
sobrevida livre de doença pós recaída em 5 anos foi de 22,8%±9,8%.
Conclusão: O tratamento da LLA recidivada é ainda um desafio nos
dias atuais, com perspectiva de cura de cerca de um quarto destes
pacientes com os recursos de quimioterapia e TCTH.
91
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PROPTOSE SECUNDÁRIA À MASSA RETRO ORBITÁRIA EM LEUCEMIA
LINFOIDE AGUDA NA INFÂNCIA: RELATO DE SÉRIE DE CASOS
Roberto Roecker, Maria Lucia De Martino Lee, Ana Virginia Lopes De
Sousa, Elizabete Delbuono, Henrique Manoel Lederman, Vanessa Da
Costa Teixeira De Moraes, Michele Gaboardi, Vivian Siqueira Tostes.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O envolvimento do sistema nervoso central (SNC) incide
em menos de 5% dos casos de Leucemia Linfoide Aguda (LLA) na faixa
etária pediátrica. Massas intracranianas com proptose são mais
comumente descritas em leucemia mieloide aguda, entretanto, na LLA
essa apresentação clínica ocorre raramente. Objetivo: Descrever uma
série de casos de crianças com LLA de precursor B com proptose
ocular secundária à massa retro orbitária ao diagnóstico. Relato de
casos: Caso 1: Feminina, 2 anos, há 1 mês com proptose ocular
bilateral, diminuição da acuidade visual e perda ponderal. Tomografia
computadorizada (TC) de crânio com lesão expansiva de aspecto
infiltrativo, acometendo as células etmoidais e trabeculado ósseo
bilateral com infiltração de nasofaringe. TC de abdome com
nefromegalia nodular bilateral. Hemograma inicial normal.
Mielograma: 89% de blastos, imunofenótipo pré-B, cariótipo: ausência
de metáfases; ETV6-RUNX1, BCR-ABL p190 e PBX 1-E2A negativos,
liquor sem blastos. Tratada conforme protocolo GBTLI LLA 2009, grupo
alto risco respondedora rápida. Mantem-se em remissão clínica
completa há 4 anos, com recuperação parcial da visão. Caso 2:
Masculino, 6 anos, há 2 meses com edema ocular bilateral, evoluindo
com exoftalmia; TC de crânio com formação expansiva centrada no
esfenoide, estendendo-se para a orofaringe. Hemograma com
leucometria de 5.000/mm³, 2% blastos, com uso prévio de corticoide.
Apresentava infiltração bilateral renal e testicular. Realizado
mielograma: 82% blastos; imunofenótipo pré-B; cariótipo:
46,XY,der(8)t(1;8)(q21;p11)[10]/46,XY,dup(1)(q21;q42)[5]/46,XY[5];
material insuficiente para pesquisa de ETV6-RUNX1, BCR-ABL p190,
liquor normal. Paciente tratado com protocolo GBTLI LLA 2009 alto
risco respondedor rápido, com visão preservada, mantido em
remissão por 28 meses. Caso 3: Masculino, 8 meses, com irritabilidade
e proptose ocular esquerda há 7 dias. Ressonância magnética de
crânio com massa estendendo-se para células etmoidais e esfenoidais
até região peri orbitária esquerda. Hemograma e líquor normais.
Tratado com protocolo INTERFANT 99, óbito em 1ª remissão clínica
completa, por sepse. Conclusão: Os três casos relatados tiveram como
apresentação clínica inicial a proptose ocular, com hemogramas sem
alterações relevantes. A proptose ocular deve ser um sinal de alerta
para malignidades na infância, e ressaltamos a importância do
diagnóstico diferencial com LLA, cuja manifestação inicial como massa
retro orbitária é muito rara.
RELATO DE CASO: LLA ASSOCIADA A SÍNDROME DO X FRÁGIL
Thais Martins Severino, Marcelo Dos Santos Souza, Atalla Mnayarji,
Rosania Maria Basegio, Nayana Flavia Fante, Paola Stella Wanderley
De Oliveira, Aline Tomaz Souza, Jessika Rojo Alves.
CETOHI HRMS, Mato Grosso do Sul, Brasil
Introdução: A síndrome do X frágil é a causa mais frequente de
retardo mental hereditário, devido uma expansão de trinucleotídeos
CGG no gene FMR1 (Xq27.3). Os indivíduos possuem características
alongadas, hábito marfanóide, macroorquidismo e deficiência
intelectual. São poucos casos relatados na literatura de associação
com malignidade a partir do (X). Alguns destes incluem carcinoma
testicular, adenocarcinoma do cólon, e ganglioglioma maligno. Há
relato de uma criança que desenvolveu Leucemia Linfóide Aguda T
(LLA-T) avaliado na autópsia. A coexistência de X Frágil e LLA-T pode
representar apenas um epifenômeno. Relato de caso: Adolescente,
16 anos, sexo masculino, portador da síndrome do X Frágil, iniciou
com nodulação cervical súbita e odinofagia. Solicitado hemograma e
introduzido antibiótico; hemoglobina de 8,7, leucócitos 62.130 (92%
blastos) e plaquetas 28.000. Ao exame físico apresentava
características alongadas, hábito marfanóide e deficiência
intelectual, além de adenomegalia cervical com tumoração
evidente; ausência de hepatoesplenomegalia. Realizado diagnostico
de LLA-T (92% blastos com marcadores positivos para CD3c, CD7,
CD1a, CD8, CD5, CD10). Iniciado protocolo GBTLI-09, e no D35 da
indução apresentou doença residual mínima negativa; no momento
encontra-se na fase de consolidação da remissão. História familiar
de mãe portadora de X Frágil que foi a óbito por câncer de esôfago.
Conclusão: A instabilidade cromossômica pode elevar o risco de
malignidade. Acredita-se que as quebras cromossômicas e lacunas
constatadas nas síndromes de instabilidade cromossômica (SNIC)
são responsáveis pelo aumento da frequência de neoplasias
malignas, o que explica o maior risco dessas doenças nos pacientes
com X Frágil. Foi determinado através da utilização de quimeras de
células de roedores partir de (X) que o local de fragilidade Xq27.3
tem uma maior frequência de translocações não aleatórias. O fato
de que os pacientes com X Frágil têm apenas um ponto de
fragilidade Xq27-28 pode ser a razão para a existência relativamente
pouco frequente de malignidade, em comparação com algumas das
entidades que compõem o SNIC. Por outro lado, talvez uma série de
casos de X Frágil não são diagnosticados de modo que, quando uma
malignidade desenvolve em tal paciente, nenhuma correlação é
feita. Contudo, um papel específico para FMRP na regulação da
biologia do tumor continua desconhecido.
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XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
RESPOSTA EXTREMAMENTE RÁPIDA À TERAPIA ANTILEUCÊMICA
REPRESENTARIA UM FATOR DE PROGNÓSTICO FAVORÁVEL?
SARCOMA GRANULOCÍTICO TEMPORAL COMO APRESENTAÇÃO
INICIAL DE LEUCEMIA MEGACARIOCÍTICA
Carolina Sgarioni Camargo Vince, Alessandra Milani Prandini De
Azambuja, Melina Brumatti, Nathalia Da Silva Halley, Priscilla Lubraico
Pereira, Nelson Hamerschlak, Maria Lucia De Martino Lee, Elvira
Deolinda Rodrigues Pereira Velloso, Nydia Strachman Bacal, Vicente
Odone Filho.
Taiane Sirasi Fonseca, Laura Lemos Mendonça E Fontes, Luciana
Nunes Silva.
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, São Paulo, Brasil
Introdução: A resposta rápida à quimioterapia antineoplásica é um
elemento reconhecidamente importante na atuação antileucêmica. O
uso isolado de esteroides durante os primeiros dias de indução,
proposto como um recurso para minimizar a possibilidade de
distúrbios metabólicos, revelou-se importante fator de prognóstico
em função da representatividade das blastemias no 8º dia indutório.
Embora teoricamente pudesse contradizer o conceito de citorredução
rápida e agressiva, trata-se de um elemento incluído em virtualmente
todos os protocolos de tratamento de LLA, especialmente B derivadas.
Objetivo: Avaliar a resposta hiper-rápida (remissão medular alcançada
ao final dos 7 dias de indução com uso isolado de corticoide) como
elemento de prognóstico favorável e buscar uma caracterização
citogenética e bioquímica específica. Metodologia: Estudo
retrospectivo, pela análise de prontuários, dos pacientes atendidos
em único serviço de oncologia, faixa etária pediátrica, com diagnóstico
de leucemia linfoblástica aguda B (LLAB) sem nenhum tratamento
prévio, admitidos entre 2008-2015. 23 crianças preencheram os
critérios de inclusão. Resultados: Nesta série de 23 pacientes, apenas
uma criança apresentou resposta hiper-rápida ao tratamento, cujas
características diagnósticas foram: feminina, 5 anos, cariótipo 46XY,
DNA diploide, MLL positivo. Atualmente está em RCC há 5 anos.
Evolução terapêutica foi extremamente favorável, em consonância
com o ocorrido em praticamente toda a série. Conclusão: Não há
como descortinarmos um possível comportamento biológico mais
favorável em função dessa observação. A caracterização biológica
desta neoplasia mostra elementos iniciais, como o DNA diploide e a
presença de MLL, que poderiam indicar uma maior agressividade.
Assim sendo, podemos especular que embora tentadora a ideia de
uma resposta mais favorável expressa por uma rapidíssima
citorredução não é substanciada de modo conspícuo por esta
observação. Certamente, uma observação de mais longo prazo,
obrigará à inclusão de outros elementos analíticos, como por exemplo
a sensibilidade específica das células leucêmicas a esteroides, para
uma análise verdadeiramente relevante.
HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil
Introdução: A leucemia mielóide aguda (LMA) é responsável por
20% das leucemias na infância. Os primeiros sinais e sintomas da
LMA são inespecíficos, como febre, fadiga, palidez e sangramento
mucocutâneo. Infiltração extra medular em fígado, baço e
linfonodos pode ocorrer em um terço dos pacientes. O sarcoma
granulocítico (SG) é outra forma de apresentação conhecida,
podendo ocorrer em 2 a 8% dos casos, de forma única ou múltipla,
isolado ou concomitante com infiltração medular. Foi encontrado
relação entre SG e t(8;21) e com a morfologia M4 e M5 (FAB) sem
alterações citogenéticas associadas. A LMA M7 é rara,
correspondendo a 7-10% das LMA na faixa etária pediátrica e,
comumente, está relacionada à Síndrome de Down. Apresenta alta
incidência de anormalidades cromossômicas e complexidade
cariotípica em relação aos outros subtipos de LMA. Objetivo:
Descrever apresentação atípica de um caso de leucemia mieloide
aguda M7. Metodologia: Relato de caso através da revisão do
prontuário, registro fotográfico das lesões e resultados dos métodos
diagnósticos. Relato de caso Paciente ACSS, feminino, 1 ano e 9
meses. não sindrômica, com história de aumento do volume da coxa
em local de vacinação a 1 mês da admissão, evoluindo com febre
persistente e irritabilidade. Ao exame, encontrava-se em regular
estado geral, apresentando hepatoesplenomegalia, aumento do
volume de joelho esquerdo e tumoração de consistência óssea em
região periorbital bilateralmente. O hemograma inicial evidenciava
anemia e plaquetopenia intensas. A tomografia mostrava formações
expansivas em região temporal bilateral com destruição óssea
adjacente, além de múltiplas lesões líticas em ilíacos e fêmures.
Feita suspeita inicial de neuroblastoma e realizado mielograma
sugestivo de LMA M7. A imunofenotipagem expressava células
positivas para CD45, CD33, CD13, CD117, CD42b, CD61 e CD41. O
estudo
citogenético
demonstrou
cariótipo
complexo:
53,XX,del(1q),...[2]/46,XX[18]. A paciente foi submetida a
tratamento conforme o protocolo BFM2004 para LMA com boa
resposta, com redução significativa do SG e remissão hematológica.
Conclusão: A apresentação clínica da LMA-M7 com sarcoma
granulocítico é extremamente raro. É importante estar atentos para
a apresentação atípica deste subtipo de leucemia, principalmente
em crianças pequenas, evitando atrasos no início do tratamento e,
assim, garantir melhor sobrevida.
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XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
LINFOMAS
SÍNDROME MIELODISPLÁSICA NA PREMATURIDADE
Paola Stella Wanderley De Oliveira, Marcelo Dos Santos Souza, Atalla
Mnayarji, Thais Martins Severino, Nayana Flavia Fante, Rosania Maria
Basegio, Aline Tomaz Souza.
HRMS, Mato Grosso do Sul, Brasil
Introdução: A Síndrome Mielodisplásica (SMD), é um grupo de
doenças hematopoiéticas de origem clonal da medula óssea, com
frequência observam-se anemia, leucopenia trombocitopenia e
displasia em uma ou mais linhagens mielóides maiores e
hematopoese ineficiente. Há maior prevalência no sexo masculino,
podendo estar associada a alterações genéticas como: Anemia de
Fanconi, Síndrome de Shwachman- Diamond e Síndrome de BlackfanDiamond. Relato de Caso: Paciente prematuro, IG: 32 semanas , mãe
DHEG, peso nascimento: 1.420 g, sem alterações hematológicas
prévias. Aos 5 meses de vida, apresentou gemência, diminuição das
mamadas e febre 38°C. Ex.fisico: gânglios cervicais 1 a 1,2 cm
bilateral e hepatomegalia (7 cm), hemograma Hb:8,2 g/dl;
HT:25,6% leucócitos: 58.960, blastos: 6%, bastões: 4%, segm: 10%, ,
linfócitos: 14%, monócitos: 35% plaquetas: 111.000. mielograma:
medula normocelular,com diferenciação granulocítica, blastos
linfoides ( 8 %) , hemofagocitose, células com inclusões grosseiras,
semelhantes a grandes grânulos azurófilos. Genética molecular:
PTPN11 mutado: MUT c226. Cariótipo : Monossomia do cromossomo
7. Paciente em tratamento para broncopneumonia, desde sua
admissão , evoluiu com sepse, insuficiência respiratória e hepática, ,
evoluindo para óbito. Conclusão: Sepse neonatal é frequente
em
prematuros
com
alterações
hematológicas
(p.e.
trombocitopenia), bem como, outras infecções ( Citomegalovírus e
Toxoplasmose). A investigação para Mielodisplasia em casos de
alterações hematológicas em prematuros deve ser realizada sempre a
fim de que haja o diagnóstico e tratamento precoce .
ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE LINFOMAS PEDIÁTRICOS
EM HOSPITAL REFERÊNCIA EM CÂNCER
a
a
Emanuelle Bianchi Da Silva , Robertta Miranda Zandoná , Carmem
a,B
b
Mendonça Fiori , Aline Carla Rosa .
a UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ,
Paraná, Brasil
b UOPECCAN - HOSPITAL DO CÂNCER DE CASCAVEL, Paraná, Brasil
Introdução: Os linfomas são a terceira neoplasia maligna mais
comum da infância acometendo em torno de 7% dos pacientes
pediátricos e estando atrás apenas da leucemia e dos tumores de
Sistema Nervoso Central, respectivamente. Entre os Linfomas, o tipo
mais incidente na infância é o Linfoma não Hodgkin (LNH), o qual
corresponde a aproximadamente 60% dos linfomas pediátricos.
Objetivo: avaliar e descrever as características clínicas e
laboratoriais dos linfomas em menores de 19 anos atendidos em
hospital do câncer. Metodologia: estudo observacional, transversal
e descritivo feito mediante análise de prontuários médicos de
pacientes atendidos entre janeiro/2007 e dezembro/2015. Foram
avaliados dados referentes ao sexo, idade, manifestações clínicas e
diagnóstico histopatológico. Resultados: Foram registrados 53 casos
no total. Quanto ao sexo, 33 (62,3%) eram do gênero masculino e 20
(37,7%) do gênero feminino. A idade média ao diagnóstico foi de
12,2 anos, sendo que 3 pacientes (5,6%) tinham menos que 5 anos,
13 (24,5%) tinham entre 6 e 10 anos, 16 (30,2%) entre 11 e 14 anos
e 21 (39,6%) entre 15 e 19 anos. As manifestações clínicas iniciais
mais frequentes foram: linfonodomegalia (n=29; 54,7%), perda de
peso (n=16; 30,2%), febre (n=14; 26,4%), dor abdominal (n=7;
13,2%) e dispneia (n=6; 11,3%). A média do tempo decorrido entre o
início dos sintomas e a procura por atendimento foi de 70,6 dias,
sendo que 10 (18,8%) pacientes tiveram o diagnóstico nos primeiros
15 dias a partir do início dos sintomas, enquanto que 7 (13,2%)
permaneceram por mais de 180 dias com sintomas até o
diagnóstico. Em relação ao diagnóstico anatomopatológico, 31
(58,5%) foi Linfoma de Hodgkin (LH) e 22 (41,5%) LNH; o subtipo
celular dos LH de maior prevalência foi esclerose nodular
apresentado por 13 (24,5%) pacientes e nos casos de LNH o subtipo
linfoblástico (n=8; 15,1%) foi o mais comum. Conclusão:
Observamos prevalência maior de linfomas de Hodgkin em
comparação com linfomas não Hodgkin, dado que difere da
literatura. As características clínicas foram semelhantes a dados
publicados na literatura nacional e internacional. E embora o câncer
infanto-juvenil seja difícil de ser reconhecido em estágios inicias, as
manifestações de linfomas devem ser bem conhecidas por
profissionais da saúde para que o retardo no diagnóstico seja
evitado e, consequentemente, ocorra melhora na expectativa de
vida desses pacientes.
94
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DIAGNÓSTICO TARDIO DE LINFOMA ANAPLÁSICO DE GRANDES
CÉLULAS: RELATO DE CASO
a
Ana Luiza Ataide Carneiro De Paula Gonzaga , Cyntia Cristina Lobo
a
b
Baeta , Vanessa Carvalho Lima .
COBRALC, Brasil
HOSPITAL DA BALEIA, Minas Gerais, Brasil
Introdução: O linfoma anaplásico de células grandes (LACG) é um
subtipo de linfoma não Hodgkin de células T periféricas. Apresenta
duas variantes, a forma sistêmica e a cutânea. É caracterizado por
células de aparência pleomórfica e expressam o antígeno CD30.
Pacientes que apresentam à imunohistoquímica positividade para o
gene ALK são geralmente mais jovens e podem ter sintomas
sistêmicos, extraganglionar e doença avançada, entretanto, possuem
melhor prognóstico (sobrevida de 90% em 5 anos) daqueles ALK
negativo. Trata-se de paciente com diagnóstico tardio de LACG,
submetido a procedimentos invasivos, iatrogênicos e de técnica
insatisfatória (primeira biópsia não apontou malignidade), o que
contribui para o pior prognóstico da doença. Objetivos: Alertar
médicos não especialistas sobre a necessidade de maior
conhecimento do diagnóstico precoce no câncer infantil,
possibilitando abordagem correta e contribuindo para maior sucesso
do tratamento. Metodologia: Revisão de prontuário de paciente
acompanhado em hospital da rede pública e pesquisa bibliográfica na
base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde. Resultados E
Conclusão: Paciente de 14 anos, masculino, previamente hígido que
evoluiu com dor em membros inferiores (MMII) e coluna lombar e
astenia desde dezembro de 2015. Inicialmente diagnosticado como
má postura, sendo prescrito fisioterapia. Progrediu com persistência
da dor, febre alta contínua e dispneia; em internação foi identificado
derrame pleural (análise de líquido normal) e tratado com antibióticos
para febre de origem indeterminada. Paciente apresentou melhora,
mas há 5 meses reiniciou dor em MMII e coluna lombar; solicitado
tomografia de coluna que identificou um abscesso e nódulo
paravertebral; os mesmos biopsiados com resultados negativos para
malignidade e inconclusivos. Paciente evoluiu com dor abdominal
difusa, com ressonância de abdome evidenciando envolvimento de
coluna e do espaço paravertebral. Tratado como tuberculose óssea,
evoluiu com hepatite medicamentosa, sendo suspensa a medicação.
Em hospital atual, realizado abordagem de lesão paravertebral,
selando o diagnóstico de linfoma anaplásico de grandes células, com
ALK + e CD30 +. Atualmente em terceiro ciclo de quimioterapia, pelo
protocolo BFM 95. Apesar da raridade - representa só 2% dos linfomas
- e da possível apresentação atípica, a suspeita clínica deve ser
aventada também por médicos não especialistas, permitindo o
diagnóstico precoce, vital para o sucesso do tratamento.
LEUCEMIA BURKITT: EXPERIÊNCIA DE 12 CASOS EM UMA ÚNICA
INSTITUIÇÃO
Mariana Dorea Passo Cunha, Maria Gabriela Alves Dias Matos, Ana
Virginia Lopes De Sousa, Maria Lucia De Martino Lee, Nancy Da Silva
Santos, Elizabete Delbuono, Maria Teresa De Seixas Alves, Silvia
Regina Caminada De Toledo, Flavio Augusto Vercillo Luisi.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O Linfoma de Burkitté uma neoplasia de alto grau de
malignidade, que acomete crianças e adolescentes, com predileção
pelo sexo masculino, cujo diagnóstico é anatomopatológico. O
estadiamento compreende além da avaliação linfonodal o estudo da
medula óssea (MO) e do Sistema Nervoso Central (SNC). O
envolvimento da MO> 25% caracteriza, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde, uma Leucemia Burkitt (LB).
Objetivo: Descrever as características clínicas e laboratoriais, além
da sobrevida de doze pacientes com LB diagnosticados em nossa
instituição durante 14 anos. Métodos: Estudo retrospectivo
descritivo, por meio de análise de prontuários de 12 pacientes com
LB, admitido na instituição no período de Janeiro de 2000 a Março
de 2014. Todos foram estadiados e tratados com o mesmo
protocolo. Avaliamos idade, sexo, local primário, queixa inicial,
citologia oncótica do liquor, nível sérico de desidrogenase láctica
(DHL), hemograma e MO baseado em estudo morfológico,
imunofenotipagem e citogenética quando possível. Resultados:
Quanto aos pacientes, a idade média foi 8,7 anos, com
predominância do sexo masculino, 1,4:1. Mais de 40% tinham a
cabeça e pescoço (CP) como local primário do tumor e um terço
apresentavam manifestações musculoesqueléticos. Três tinham
SNC+. O DHL médio foi de 20 vezes o valor de referencia. Quatro
deles apresentavam leucometria acima de 25000 cels/mm³. A
imunofenotipagem foi compatível com Burkitt em 85,7% dos casos.
A avaliação citogenética, realizada em 8 pacientes, mostrou a
t(8;14)(q24;q32) presente em 75% dos casos. Sete pacientes foram a
óbito, sendo a infecção foi a principal causa (57,1%). Cinco estão
vivos. Um deles realizou transplante de medula óssea após a
recidiva. Discussão: As características clínicas, laboratoriais,
imunofenotípicas e de citogenética estão de acordo com o descrito
em literatura. O DHL é fator prognóstico no LB e estava elevado em
todos os casos. A sobrevida observada de 41%, foi inferior a descrita
na literatura. Conclusão: Quando tratamos de crianças e
adolescentes com LB, o diagnóstico precoce elaborado e a
terapêutica adequada precisam estar associados a terapia de
suporte e uma equipe multiprofissional capacitada. Apenas dessa
maneira seremos capazes de aumentar a chance de cura desses
pacientes, igualando os resultados obtidos em centros de países
desenvolvidos.
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XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
LINFOMA DE GRANDES CÉLULAS B ASSOCIADO À DOENÇA DE CROHN:
RELATO DE DOIS CASOS
LNH COM MANIFESTAÇÃO ATÍPICA - RELATO DE CASO
Manuella Pacifico De Freitas Segredo, Debora Garcia Gasperini, Geisa
Graziela Perez, Lied Pereira Mendes, Cinara Dos Anjos Marcondes,
Bruna Frizzera Daniel, Isabela Coan Brocca.
Sergio Augusto Fernandes Perlamagna, Jairo Cartum, Helaine
Cristina Castro, Elisa Couto Peres Ribeiro, Adriana Karin Sappupo,
Daniel Henrique Gonçalves Zorato, Juliana Jorge Romano, Carolina
De Arruda Garcia.
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE BOTUCATU, São Paulo, Brasil
FMABC, São Paulo, Brasil
Introdução: O risco aumentado de câncer em pacientes com Doença
de Crohn (DC) é bem descrito, porém o linfoma primário do trato
gastrointestinal como complicação da DC é incomum. Objetivo: Os
autores têm por objetivo relatar dois casos de Doença de Crohn que
evoluíram com Linfoma de Grandes Células B. Metodologia: As
informações foram obtidas por meio de revisão de prontuário e
revisão de literatura. Relato: Caso 1: V.L.O, 10 anos, diagnóstico de
Doença de Crohn fistulizante com 1 ano e 2 meses. Iniciou tratamento
em 2007 com Azatioprina; Prednisona. Em março de 2016, iniciou dor
em região anal, associado à dificuldade deambulação e limitação para
extensão do membro inferior esquerdo. Realizou tomografia
computadorizada de pelve que evidenciou massa tumoral sólida junto
ao assoalho pélvico acometendo o espaço pré-sacral e o assoalho da
bexiga e o ureter esquerdo. Realizado biópsia cujo resultado
demonstrou Linfoma Difuso de Grandes Células B. Iniciou em
23/03/16 protocolo de LMB- 89. Evoluiu com remissão da doença.
Caso 2: A.C.O.A, 7 anos, Foi encaminhada ao nosso serviço já com 1
ano e 10 meses e feito diagnóstico de Doença de Chron fistulizante
após quadro de enterocolite com 1 mês de vida. Iniciou então
tratamento com Prednisona, Azatioprina, Sulfassalazina e
Metronidazol. Paciente apresentava doença de difícil controle com
inúmeras recaídas. Em agosto de 2015, iniciado Metotrexato com boa
resposta. Em abril de 2016, foi submetida a colonoscopia, com achado
de DC pancolônica fistulizante e estenosante e Linfoma de Grandes
Células. Iniciado protocolo LMB 89, evoluiu em junho de 2016 com
complicações do quadro de base, apresentando hemorragia
gastrointestinal baixa com pneumoperitônio. Realizada laparotomia
exploradora com ressecção de colectomia total com amputação de
reto e ileostomia. Paciente acabou evoluindo à óbito no pósoperatório. Discussão: A DII por si só não parece aumentar o risco de
linfoma. Porém, estudos prospectivos demonstraram risco aumentado
para linfoma em 4 a 6 vezes em pacientes com DII tratados com
tiopurinas comparados com grupos controles. O não tratamento da
DC de Crohn na faixa etária pediátrica está associado à elevada
morbidade. Porém, devemos sempre ter em mente que nossos
paciente terão uma longa vida de tratamento e nossa
responsabilidade está além do controle da doença, sendo necessário,
portanto, vigilância dos possíveis riscos associados à terapia
imunossupressora.
Introdução: Linfomas são a segunda neoplasia mais frequente em
crianças e adolescentes. São classificados em dois tipos: Hodgkin
(LH) 60% e não-Hodgkin (LNH) 40%. A incidência é maior no sexo
masculino. O tipo mais frequente de LNH é o difuso de grandes
células B (LNH DGCB), cerca de 10-20% dos casos pediátricos, maior
pico entre 10 e 20 anos de idade. Relato do Caso: Paciente
masculino, 12 anos, com queixa álgica em região dorsal desde
out/2015. Realizou RX de coluna vertebral sem alterações
significativas. Em jan/2016, realizou TC de coluna que evidenciou
múltiplas lesões osteolíticas e fraturas patológicas. Realizado biópsia
sugestiva de Histiocitose. Em fev/2016 apresentou dor em região
coxofemoral e perda de 10kg, realizado mielograma e biópsia de
medula óssea com diagnóstico de LNH DGCB. O esquema de
tratamento proposto foi o Protocolo LNH 2010 grupo C (alto risco),
associado à Rituximabe. Discussão: O caso está de acordo com a
literatura quanto a epidemiologia. Entretanto, clinicamente
mostrou-se atípica. A apresentação clínica geralmente consiste em
acometimento localizado com pouca invasão de SNC e da
mandíbula, em geral, acomete uma única área, sendo o mediastino
e abdômen os mais comuns. O linfoma primário do osso (LPO) é
uma condição extremamente rara, confundida com outras lesões
ósseas primárias. É responsável por cerca de 3-5% de todos os
tumores ósseos malignos e 4-7% de todos os LNH extranodais.
Caracteriza-se por envolvimento de um ou vários locais ósseos, com
ou sem comprometimento de linfonodos regionais e vísceras.
Histopatologicamente, o LNH DGCB representa a maioria dos casos
de LPO. Ossos longos são mais frequentemente comprometidos e o
fêmur é o sítio mais acometido. Os pacientes apresentam-se com
dor ou fraturas patológicas. Tipicamente, as lesões líticas do LNH
são, de padrão permeativo ou ’comido de traça’. Frequentemente,
há ruptura da cortical óssea, com extensão aos tecidos moles.
Linfomas primários da coluna vertebral são raros. A manifestação
atípica, sua evolução e a ausência de achados clássicos como febre e
linfonodomegalia pode dificultar a suspeita e diagnóstico, podendo
influenciar no prognóstico da doença. O paciente segue em
tratamento com o protocolo LNH 2010. Conclusão: Este caso
demonstra a importância da imunohistoquímica no diagnóstico
desta patologia, principalmente em manifestações atípicas, para que
o diagnóstico seja feito em tempo hábil, e o prognóstico não se
altere.
96
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
MULTIDISCIPLINAR - PSICOLOGIA, TO, EDUCAÇÃO
A BRINQUEDOTECA COMO UM ESPAÇO DE EXERCÍCIO DE
AUTONOMIA DURANTE A HOSPITALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM CÂNCER
A CONTINUIDADE DA ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA NOS DIFERENTES
CONTEXTOS DE CUIDADO À CRIANÇA SUBMETIDA AO TRANSPLANTE
DE MEDULA ÓSSEA
Mariana Pereira Simonato, Livia Daniela Cooper, Sima Esther Ferman.
Maiara Mattosinho Soares Zukauskas, Marita Iglesias Aquino, Ana
Merzel Kernkraut, Cristina Vogel, Ana Fernanda Yamazaki Centrone,
Vicente Odone Filho.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: O brincar é um direito de toda criança e adolescente.
Além de um direito, o brincar na hospitalização é entendido como
parte do cuidado em saúde e um espaço de exercício de autonomia.
No caso das doenças crônicas, especificamente o câncer infantojuvenil, as hospitalizações são frequentes durante o tratamento e
trazem consigo a marca da ruptura da vida cotidiana e de muitas
perdas. Através do brincar, as crianças e adolescentes continuam
agindo no mundo e têm acesso a uma linguagem própria, que é
fundamental para a elaboração das experiências vividas no processo
de hospitalização. Objetivo: descrever a importância do brincar
durante a hospitalização de crianças e adolescentes com câncer e
discutir o papel da brinquedoteca como um espaço de exercício de
autonomia. Metodologia: relato de experiência dos atendimentos
realizados em uma brinquedoteca de uma enfermaria de
oncopediatria. Resultados e Conclusão: a brinquedoteca é um espaço
disponível em uma enfermaria de oncopediatria de um hospital de
referência para o tratamento de câncer. O espaço e as atividades são
coordenados por duas terapeutas ocupacionais, tendo como principal
foco o desejo e o exercício da autonomia da criança e do adolescente
hospitalizado. Observou-se alguns efeitos desse espaço, como sua
utilização por outros profissionais (psicólogas, professoras e
fisioterapeutas) para atendimento; outros flexibilizam as suas rotinas,
como a administração de medicamentos, para que crianças e
adolescentes possam frequentar ou permanecer na brinquedoteca.
Com o decorrer da hospitalização as crianças e adolescentes se
apropriam desse espaço, sabem a rotina e organização das atividades,
frequentam cada vez mais e por um período maior de tempo, pedem
para ir até a brinquedoteca e para esse espaço também estar
disponível aos finais de semana. Percebeu-se que o brincar, nesse
contexto, tem um papel importante no vínculo da criança e do
adolescente e sua família com a instituição de saúde e com o
tratamento, na construção de algo positivo em um momento de
tantas perdas, na elaboração das experiências vividas durante a
hospitalização e no processo saúde-doença, e na criação de laços
entre crianças e adolescentes, suas famílias e os profissionais de
saúde. A brinquedoteca, assim, surge como um espaço democrático,
onde a criança e o adolescente hospitalizado podem continuar
exercendo sua autonomia, seu desejo e agindo no mundo, transpondo
as limitações impostas pela doença e pela hospitalização.
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, São Paulo, Brasil
Introdução: O transplante de medula óssea (TMO) é um
procedimento agressivo com efeitos colaterais e alterações na
rotina do paciente. Em crianças, as restrições do tratamento como
isolamento social, podem causar impacto psicológico, dificultando a
adaptação durante o transplante. A abordagem psicológica
proporciona um espaço terapêutico para manifestação das
dificuldades e demandas relacionadas à especificidade de cada
estágio do TMO. Após a internação, no acompanhamento
ambulatorial a rotina é permeada de constante monitoramento e os
procedimentos adquirem significado diferente da internação, pois
cada visita implica na realização de exames e na decisão referente
aos possíveis achados (recidiva, perda do quimerismo ou mudança
de tratamento) podendo mobilizar grandes expectativas e
ansiedade na criança e nos pais. Objetivo: Promover o
enfrentamento satisfatório do paciente e família frente à retomada
da rotina pós TMO, levando em consideração as demandas
inerentes a esse período, respeitando a fase de desenvolvimento na
qual a criança se encontra e os recursos psíquicos existentes.
Metodologia: A atuação da psicologia no serviço de transplante de
medula óssea, de um hospital geral, privado, extra porte no
município de São Paulo, inicia-se na avaliação realizada com os pais
e com a criança, anteriormente à submissão ao transplante. Uma
vez identificada demanda para seguimento, família e paciente são
atendidos durante a hospitalização e pós-alta se necessário. Na
transição do paciente da internação para o ambulatório ocorre o
compartilhamento de informações entre as psicólogas de referência
de cada área, visando à compreensão da dinâmica psíquica do
mesmo, favorecendo, assim, a continuidade da qualidade do
cuidado e o respeito à singularidade de cada indivíduo. Resultados E
Conclusão: A assistência psicológica ao longo de todo processo
favorece a possibilidade de a criança adquirir maior compreensão a
respeito das experiências relacionadas ao transplante e à etapa
ambulatorial seguinte. Possibilita-se, assim, ao paciente em
tratamento, um posicionamento mais seguro frente às situações de
vulnerabilidade física e emocional às quais fica exposto. O espaço
para expressão, elaboração dos sentimentos e valorização de
aspectos saudáveis do psiquismo, possibilita a minimização dos
prejuízos emocionais, reduzindo assim a possibilidade deste
momento se constituir numa experiência traumática.
97
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
A DOR SOB UM OLHAR INTERDISCIPLINAR EM UMA ENFERMARIA
PEDIÁTRICA
Diego Silveira Silveira Siqueira, Daniele Castro Viau, Ieda Maria Lima,
Julia Moraes Boeni, Luisa Steiger Pires De Oliveira, Marina Westhelle
Muller, Natalie Faria Valenti, Alessandra Rodrigues Dias.
HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: O diagnóstico do câncer em uma criança representa um
impacto na estrutura familiar, no meio social, na autoimagem e na
estrutura emocional do paciente e da família, entre outros fatores
relacionados aos tratamentos invasivos aos quais as crianças são
submetidas além da dor física em decorrência do tratamento, há
também a dor emocional, que engloba, por exemplo, todo sofrimento
pela perda da saúde, da autonomia e da possibilidade de morte que a
doença aproxima. Os distintos sentimentos decorrentes desse
processo podem intensificar o sofrimento de crianças e adolescentes
com câncer, que vivenciam o processo de tratamento de forma
singular. Tendo em vista a complexidade em dimensionar e trabalhar
com a dor do paciente pediátrico, se torna fundamental o cuidado
interdisciplinar, visando integrar diferentes olhares e saberes que
possibilitem novas estratégias de enfrentamento durante todo o
processo, proporcionando melhor qualidade de vida. Objetivo:
Descrever como a dor do paciente pediátrico em tratamento de
câncer é percebida e tratada pela equipe interdisciplinar no contexto
hospitalar partir de um olhar integral da criança. Metodologia: Relato
de experiência da equipe de Psicologia e Enfermagem de uma
Unidade de Internação Pediátrica, corroborado com a literatura
acerca do tema. Resultados e Conclusão: A equipe interdisciplinar
tem o desafio de trabalhar as diferentes dimensões da dor,
compreendendo o período de ajustamento do paciente e levando em
conta sua subjetividade e individualidade, tendo em vista que a dor é
sentida por cada pessoa de maneiras e intensidades diferentes. O
cuidado interdisciplinar envolve uma efetiva comunicação a fim de
articular saberes, levando em consideração as dimensões
biopsicossociais
do
sujeito.
Compreendendo
fenômenos
multidimensionais através de discussões entre a equipe, o cuidado às
crianças e aos adolescentes com câncer torna-se mais efetivo e
permite o desenvolvimento de novas estratégias que contemplem o
paciente na sua integralidade.
A FUNÇÃO DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PSICANALÍTICO EM UMA
INSTITUIÇÃO HOSPITALAR: UM POTENTE INSTRUMENTO NO
TRABALHO MULTIDISCIPLINAR.
Maria Tereza Piedade Rabelo, Renata Petrilli, Clarissa Nars, Carlota
Vitória Blassioli.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O diagnóstico de câncer na infância e adolescência não
é mais sinônimo de morte, no entanto o tratamento ainda é vivido
frequentemente com muito sofrimento e dor, tanto pelos familiares
como para os pacientes. Diante das invasões no corpo, fruto da
realização de inúmeros procedimentos invasivos, assim como o
afastamento de laços familiares fundamentais e até mesmo o
fracasso terapêutico, o tratamento para alguns sujeitos pode se
configurar como um período propício a desencadeamentos de
surtos psicóticos. Neste contexto a escuta do analista promove a
possibilidade de realização de um diagnóstico diferencial de psicose,
às vezes, anterior ao desencadeamento da crise, que modifica as
condutas profissionais com o paciente e seus familiares. O sujeito de
estrutura psicótica possui uma relação diferente com o simbólico,
que se apresenta desde uma simples “esquisitice”, até uma
passagem ao ato. Essa apresentação demanda trabalho clínico,
mediação com a equipe e família e a elaboração de um Projeto
Terapêutico Singular (PTS), ferramenta importante na área de saúde
que visa através da singularidade do caso o êxito na conduta. O
presente trabalho demonstra como o método psicanalítico operou
no desfecho de casos clínicos e na construção de condutas
multidisciplinares. Objetivo: Apontar a efetividade do trabalho
psicanalítico ao compartilhar o saber sobre o diagnóstico diferencial
de psicose com a equipe multiprofissional. Métodos: Este trabalho
foi realizado em uma instituição de oncologia pediátrica. Foi
realizada a formalização teórico-clínica das intervenções
psicológicas com base na teoria psicanalítica de Freud e Lacan. Três
casos com diagnóstico de psicose foram selecionados e serão
apresentados a partir de vinhetas clínicas. Resultados: Observou-se
que nos três casos, a efetividade do trabalho de equipe e a
elucidação do funcionamento psicótico possibilitou o tratamento
oncológico, com melhor adesão. Conclusão: Nos casos apresentados
concluímos que o diagnóstico diferencial teve um papel
fundamental na construção de condutas específicas aos casos. A
equipe quando informada consente em tratamentos de exceção,
minimizando conflitos entre familiares e equipe, favorecendo o
processo de comunicação, e promovendo o bem-estar do paciente e
seus familiares.
98
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
A IMPORTÃNCIA DO AFETO NO PROCESSO DE APRENDIZADO DE
ALUNO EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO
a
b
Izabel Christina Machado De Oliveira , Bárbara Braga Wepler , Sima
b
Esther Ferman .
SECRATARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO/INCA, Rio de Janeiro, Brasil
INCA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: Os grandes avanços no tratamento de câncer da criança
proporcionaram uma melhora na sobrevida global dos pacientes.
Mesmo assim, receber este diagnóstico muda totalmente a vida da
família e da criança, principalmente quando trata-se de câncer infantil.
Adaptar a vida da criança à rotina hospitalar possibilita minimizar
essas mudanças. A Classe Hospitalar, modalidade de atendimento
educacional destinado a crianças e adolescentes que se encontram em
tratamento hospitalar e/ou impossibilitados de frequentar sua escola
de origem por motivo de doença, é um direito assegurado pela
legislação brasileira. Neste espaço, além da compreensão dos limites
apresentados pelos alunos devido ao tratamento, o vínculo entre
professor e aluno é um fator indispensável no processo de
aprendizagem. Objetivos: Descrever como o trabalho na sala de
aula pautado na afetividade pode ser um auxílio importante na
adaptação a essa nova realidade, ao tratamento e ao despertar para o
aprendizado, além de apontar para um ponto de saída desta realidade
hospitalar. Metodologia: Relato de caso de um paciente
diagnosticado com Leucemia Linfoblástica Aguda e Transtorno do
Espectro Autista, onde o acompanhamento pedagógico longitudinal
com o professor de referência contribuiu para a adesão ao
tratamento. Resultados E Conclusão: B apresentava comportamento
alterado e agressividade com sua mãe. Não aceitava ser manipulado e
nem contrariado. Caso isso ocorresse, utilizava-se de gritos e
xingamentos, inclusive com a equipe do hospital. Ao frequentar as
aulas no hospital, queria repetir o mesmo comportamento. A
professora, sabendo das dificuldades de sua adaptação, buscou
conhecer seus interesses, e a partir daí, trabalhar com o aluno. Além
de identificar suas preferências e singularizar o cuidado dispensado a
ele, o afeto foi importante para criar um vínculo com a professora. B
conseguiu compreender regras, organizar-se ao longo do tratamento e
apresentar significativa melhora. Tal resultado manifestava-se no
modo como B era capaz de escutar de forma diferencial aquilo que lhe
era dito pela professora, que assumia para ele uma função de
autoridade e mediação.
A PSICOPEDAGOGIA JUNTO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS
Maria Cristina Backes, Maria Luiza Mallmann, Mariane Manini,
Mônica Gottardi, Alejandro Mauricio Arancibia.
INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: A necessidade de uma visão psicopedagógica nas
dificuldades em aprendizagem é uma forma de ajudar aos familiares
entenderem o quanto é importante o incentivo e estímulo em
manter as atividades escolares, apesar de estarem passando por um
momento delicado de tratamento da doença. Geralmente, quando o
período de hospitalização termina, as questões relacionadas com a
aprendizagem e a escola são lembradas. Objetivos: O objetivo deste
trabalho é identificar os desvios e os obstáculos no Modelo de
Aprendizagem das crianças e adolescentes com diagnóstico de
câncer numa única instituição. Metodologia: Os dados obtidos são
oriundos das observações das crianças, da família e obtidos
diretamente pelos terapeutas e por outros profissionais utilizandose instrumentos lúdicos e pedagógicos, o que facilita a relação com
a criança e o adolescente. Resultados: Conforme dados analisados
no período de janeiro de 2015 a agosto de 2016 foram efetuados 79
atendimentos
psicopedagógicos,
entre
avaliações
e
acompanhamento psicopedagógico, de crianças em tratamento
oncológico; totalizando 19 pacientes atendidos, dentre estes 16 no
ano corrente, sendo que 11 apresentam dificuldades de
aprendizagem, mas atualmente estão em acompanhamento
psicopedagógico três crianças, ou seja, 42% dos pacientes possuem
dificuldades de aprendizagem e não usufruem do atendimento
psicopedagógico. Diante disto vê-se que o atendimento
psicopedagógico é muito necessário com crianças e adolescentes
em tratamento oncológico para seu desenvolvimento cognitivo.
99
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
A TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS NA ABORDAGEM DA MEDICINA
INTEGRATIVA NA UNIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA DE UM
HOSPITAL PEDIÁTRICO PÚBLICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
a
a
a
Denise Tiemi Noguchi , Marcia Lentino Gallo , Sandra Papesky ,
b
Melissa Ferreira De Macedo .
a HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, São Paulo, Brasil
b HOSPITAL INFANTIL DARCY VARGAS, São Paulo, Brasil
Introdução: A Medicina Integrativa reafirma a importância da relação
entre o paciente e o profissional de saúde, é focada na pessoa em seu
todo, é informada por evidências e faz uso de todas as abordagens
terapêuticas adequadas, profissionais de saúde e disciplinas para
obter o melhor da saúde e cura. A Terapia Assistida por Animais (TAA)
insere-se nesta abordagem pela parceria com profissionais da equipe
multidisciplinar para proporcionar aos pacientes uma experiência que
difere do ambiente hospitalar, possibilitando estimular a atividade
motora, diminuir a ansiedade e o estresse dos pacientes e familiares,
além de estimular a socialização entre todos os envolvidos liberando
as tensões de toda equipe. Objetivo: Relato de experiência da TAA da
unidade de oncopediatria. Método: Estudo qualitativo com
questionário estruturado aplicado a três pacientes de 9 a 14 anos com
seus acompanhantes (mães e irmã) e cinco colaboradores (copeira,
auxiliar de enfermagem, técnica de enfermagem, voluntária e auxiliar
de limpeza). As visitas eram uma vez por semana, durante 1 hora e
normalmente com 5 cachorros, interagindo em torno de 10 minutos
com cada criança. Resultados e Conclusão: Para os pacientes há
unanimidade na apreciação positiva da presença dos animais
observados através de sentimentos de felicidade, amor e alegria.
Sobre os sentimentos despertados nos acompanhantes foram
revelados: estranheza, alegria e felicidade. A estranheza foi em
relação à questão da higiene, mas o esclarecimento do médico sobre
o respeito aos cuidados com os animais satisfez a acompanhante. Foi
unânime a percepção da animação dos pacientes, além de
contentamento e bem-estar ao receberem os animais. Há uma
apreciação positiva pela TAA na visão dos diferentes colaboradores
em relação à melhoria do bem-estar dos pacientes. Destacam que a
presença de animais desencadeia esperança, alegria, melhora do
humor, companhia, amor, felicidade. Questionados a respeito de
alguma experiência observada sobre a interação animais-pacientes
infantis, relatam como algo bom, que desperta sorrisos nas crianças,
que estimula algumas a querer filmar ou fotografar o momento, além
de parecer apaziguar a dor: “Às vezes a criança está triste ou até com
dor, quando os animais chegam ficam tão alegres e feliz que até
esquecem a dor”. A TAA pode representar momentos de alegria,
descontração e bem-estar durante o tratamento oncológico das
crianças, além de auxiliar no manejo de sintomas como dor, ansiedade
e estresse.
ABORDAGEM ODONTOLÓGICA EM PACIENTE COM TUMOR CÉLULAS
GERMINATIVAS
Renata Rodrigues Mergulhão, Renata Rodrigues Mergulhão, Jairo
Cartum, Natalia Liubartas, Fernanda Shindler.
FACULDADE MEDICINA ABC, , São Paulo, Brasil
Introdução: Tumor de Células Germinativas( TCG) é raro na infância,
representam 2% dos tumores sólidos, com incidência de 60% em
crianças menores de três anos. Aproximadamente 75% destes, tem
origem de células germinais, sendo que 2/3 são do seio
endodérmico. Dentre os sinais e sintomas, são observados massa
testicular palpável, com características irregulares e indolores. O
tratamento inclui cirurgia( orquiectomia) e terapia quimioterápica (
QT). Com a QT, podem ocorrer efeitos colaterais bucais agudos e
tardios. Após o esquema terapêutico, a cavidade bucal continua
sendo local de diferentes manifestações secundárias, como
disfunção das glândulas salivares, levando à hipossalivação, lesões
de cárie, doenças gengivais, disfagia, infecções bacterianas, fúngicas
e virais, além de alterações no desenvolvimento craniofacial e das
estruturas dentárias. A
prevenção, o tratamento e
acompanhamento odontológico devem ser alvo do cirurgião
dentista antes, durante e após a terapia oncológica, avaliando
sempre a condição clínica geral, laboratorial para o planejamento
adequado dos procedimentos odontológicos. Relato de Caso:
LCSM,16 meses, gênero masculino, diagnosticado ( fevereiro/ 2016)
com TCG Estádio II Risco Intermediário. Foi submetido à cirurgia no
testículo esquerdo, seguido do protocolo quimioterápico TCG 2008 (
ciclo mensal de 3 dias consecutivos, total 4 ciclos- Cisplatina/
Etoposídeo). Após o terceiro ciclo, no exame clínico intra oral,
apresentou início erupção dos dentes 71, 81 e gengivite eruptiva
leve. Dois meses após QT, a responsável relatou que o bebê estava
com sensibilidade bucal e ela com dificuldade na realização da
higiene oral e alimentação. No exame clínico, foi observado índice
elevado de biofilme dental nos dentes 51,52,61,62,71,72,81,82,
gengivite moderada com presença de sangramento gengival. Feita a
avaliação clínica e laboratorial, foi realizado a prevenção
odontológica, com profilaxia, aplicação solução fluoretada e
orientação de higiene e dieta, com retornos programados
mensalmente em conjunto com a equipe multidisciplinar.
Conclusão: O controle e acompanhamento de possíveis efeitos
colaterais tardios na cavidade bucal da criança, é imprescindível
para a manutenção da saúde bucal e desenvolvimento craniofacial
favorável.
100
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AÇÕES ARTICULADAS PARA GESTÃO DO CUIDADO INTEGRAL:
POSSIBILIDADES DA ATENÇÃO CLÍNICA-ODONTOLÓGICA
Ana Maria Buaes, Alejandro Mauricio Arancibia, Andrea Fontoura
Recchi, Circe Jandrey, Renata Germano Gomes Ferreira, Guilherme
Chwartzmann, Cleonice Vielmo Guidolin.
AS MÚLTIPLAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NO CAMPO DA
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: REFLEXÃO SOBRE A ATUAÇÃO PARA O
CUIDADO AMPLIADO
Larri Padilha Viega, Rebeca Ferreira Marques, Paola Piumato
Mendes Dos Santos.
INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: Doenças bucais constituem importante problema de
saúde pública, não apenas por sua prevalência, mas também pelo seu
impacto, em nível individual e coletivo , no que diz respeito à dor,
desconforto, limitações sociais e funcionais, afetando, desse modo, a
vida em comunidade. A relação entre tratamento oncológico e
manifestações orais está evidenciada pela literatura e o manejo
dessas ocorrências oportuniza ganhos terapêuticos a pacientes com
fragilidades decorrentes de seu adoecimento. Nesse sentido, a
assistência odontológica ofertada por uma instituição filantrópica
propõe-se a adequar e reabilitar as condições bucais de crianças e
jovens que estejam em terapia antineoplásica. Objetivos: O objetivo
do presente estudo é caracterizar o perfil clínico-odontológico da
população atendida por uma instituição filantrópica de apoio ao
câncer infanto-juvenil, bem como avaliar a atenção disponibilizada.
Metodologia: Foram analisados os prontuários dos pacientes
atendidos desde o início dos atendimentos odontológicos na
instituição (2003) até o presente momento. A amostra foi constituída
por 315 prontuários de crianças e jovens que receberam/recebem
atendimento odontológico. Foram analisados os dados quanto aos
seguintes aspectos: idade, sexo e procedimentos odontológicos
realizados. Resultados: 180 pacientes (57,1%) pertenciam ao sexo
masculino e 135 (42,9%) ao sexo feminino. A média de idade foi 16,3
anos (DP=6,70). Até o momento foram realizados 1811 tratamentos
restauradores, 91 tratamentos endodônticos, 243 tratamentos
cirúrgicos. Quanto aos tratamentos ortodônticos, no total 49
pacientes realizaram tratamento, sendo que 34 pacientes já
concluíram e 15 estão em andamento. Conclusão: Os tratamentos
odontológicos realizados na instituição são de grande importância
para a reabilitação, tanto funcional quanto estética, pois elevam a
autoestima do paciente. Portanto, reiteram a importância e
necessidade desse tipo de cobertura assistencial na gestão de seu
cuidado integral.
Introdução: O conceito ampliado de saúde tem desafiado os
profissionais a refletirem sobre os determinantes sociais e as ações
de saúde. Apenas a perspectiva de cuidado tendo como horizonte o
paradigma biomédico não é capaz de enfrentar os desafios que o
tratamento oncológico produz no cotidiano do paciente e de seus
familiares. Pensar e propor o cuidado exige também o
conhecimento da realidade daqueles com quem se pretende
produzir saúde. Objetivo: Refletir sobre a importância de considerar
a realidade social do paciente e da sua família para o trabalho dos
profissionais e o tratamento de doenças. Metodologia: Trata-se de
um estudo descritivo que tem como horizonte o campo de prática
dos autores e parte da experiência vivida no cotidiano de uma
Unidade de Oncologia Pediátrica em um hospital-escola.
Resultados: Na assistência prestada aos pacientes em tratamento
oncológico, busca-se compreender o contexto social desta a família
e quais são as múltiplas expressões da questão social presentes na
sua realidade e na sociedade. De posse deste conhecimento e em
conjunto com os envolvidos no tratamento, procura-se identificar
formas de intervenção que possam modificar esta realidade, já que
interfere diretamente na vida do paciente. Uma prática importante
é a criação de estratégias de articulação com a rede socioassistencial
do território familiar, pois neste momento é de extrema importância
que os serviços também contribuam com o tratamento,
disponibilizando o suporte necessário para o enfrentamento deste
novo contexto produzido pelo tratamento oncológico. A proposta de
intervenção de articulação intersetorial tem por objetivo a co-gestão
e co-responsabilização de sujeitos e de setores sociais,
consubstanciando uma nova forma de promover saúde, e tem como
horizonte o cuidado ampliado, sendo, portanto, essencial para esta
proposta de assistência ao paciente. Conclusão: A área da saúde é
um campo com inúmeras fragilidades e o hodierno tem se
caracterizado como de recrudescimento das políticas públicas e
desmonte dos direitos sociais consolidados na Constituição
Federativa do Brasil, exasperando as múltiplas expressões da
questão social. Compreender este cenário e os reflexos para o
cotidiano dos serviços e, principalmente, para os usuários do
Sistema Único de Saúde, torna-se mister, já que estão diretamente
relacionados aos resultados esperados com o tratamento proposto
e impactam a vida do paciente e de seus familiares.
101
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ATIVIDADES LÚDICAS PARA CRIANÇAS COM CÂNCER: CONTRIBUIÇÕES
TEÓRICO-METODOLÓGICAS
a
b
Brunelly Brito Cândido , Vera Lucia Lins De Moraes , Marcelo Soares
a
a
Tavares De Melo , Marcela Natalia Lima De Figueirêdo .
a UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO, Pernambuco, Brasil
b HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ, Pernambuco, Brasil
Introdução: O estudo do resumo em voga esteve vinculado ao
programa institucional de bolsa extensão de uma Universidade
pública, com objetivo de vivenciar o trato do jogo/brincadeiras com
base no lúdico junto às crianças com câncer do Centro de
Oncohematologia Pediátrica em um Hospital Universitário. A
ludicidade teve um papel relevante neste projeto. Ela origina-se da
palavra “ludus” que significa jogo (HOUAISS, 2009) na qual se incluem
brincadeiras e possibilidades práticas, caracterizadas pela
espontaneidade e prazer de quem a pratica (HUIZINGA, 2000).
Desenvolver estes sentimentos em crianças com câncer que se
deparam com uma realidade de dor e sofrimento é desafiante, porque
as práticas dos jogos propiciam a alegria enquanto jogam, mesmo que
por pouco tempo, mas um tempo que possibilita melhoria na
qualidade da vida. Metodologia: este estudo tomou por base uma
abordagem qualitativa (MINAYO, 1998) que, inicialmente, se subsidiou
de uma pesquisa bibliográfica (MARCONI E LAKATOS, 2008) em que
foram lidas e analisadas as referências do jogo enquanto elemento
Lúdico (BRUNER, 1978; CAILLOIS, 1990; ELKONIN, 2009; HUIZINGA,
2000; KISHIMOTO, 2003; MELO, 2014) e do câncer por meio da
Medicina de caráter Humanizado – promover curar, o alívio e o
consolo da dor (CAMPELLO, 2006). Em seguida, com base nas
referências citadas foi elaborado um programa de ação para dez
meses com aulas planejadas para as crianças com câncer no Centro de
Oncohematologia Pediátrica, com o foco no jogo, as quais vivenciaram
durante uma hora, dois dias na semana, sob a orientação de uma
estagiária, acompanhada por duas observadoras com base no diário
de campo (Descrição das aulas observadas),
e
do
orientador/coordenador do projeto (LUDKE, 1986; BRANDÃO, 1982).
Após coletados os diários de campo foi elaborado um texto de todas
as aulas e realizado uma análise de conteúdo identificando as
categorias conclusivas do estudo (BARDIN, 1998). Conclusão:
Concluímos que as crianças após vivência dos jogos desenvolveram
criatividade,
autoconfiança,
concentração,
melhora
no
relacionamento interpessoal e aprendizagens de habilidades como:
lidar com os resultados dos jogos de forma sensata
independentemente das frustrações e responsabilidades através das
regras. Observou-se ainda que os jogos exerceram influências no
equilíbrio emocional das crianças. Enfim a ludicidade neste estudo foi
um recurso enriquecedor, contribuindo para a melhoria no
tratamento da doença e na vida das crianças.
ATUAÇÃO DOS PRECEPTORES EM RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
COM ÊNFASE EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: CONTRIBUIÇÕES PARA A
FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
(SUS)
Larri Padilha Viega, Maitê Telles Dos Santos, Lauro José Gregianin
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: Os programas de residência multidisciplinar objetivam
qualificar profissionais por meio da formação em serviço e buscam
contribuir na educação e capacitação para a atuação no Sistema
Único de Saúde (SUS). Neste cenário, onde o conhecimento
adquirido no campo e a formação continuada no que se refere aos
saberes do núcleo se tornam relevantes, também o papel do
preceptor se constitui como um importante elemento de
contribuição para esta qualificação, pois este possui a
responsabilidade de orientar os residentes a partir da sua expertise.
Objetivo: Discutir o papel dos preceptores de uma residência
multiprofissional com ênfase em Oncologia Pediátrica e a sua
contribuição para a formação dos residentes. Metodologia: Estudo
descritivo baseado na experiência dos preceptores responsáveis
pelo acompanhamento dos residentes, tendo como horizontes um
trabalho desenvolvido na perspectiva da ação educativa.
Resultados: Durante o período de formação, o preceptor possui o
papel de fomentar no residente a capacidade de integrar-se ao
campo, contribuindo com os saber já adquiridos na graduação e
com aqueles que são obtidos durante o período da residência. A
articulação dos diferentes saberes neste cenário objetiva uma
intervenção que busca a produção de saúde. Para tanto, cabe aos
preceptores acompanharem as atividades dos residentes na
assistência aos pacientes, contribuir com as discussões travadas nas
aulas teóricas, participar ativamente no processo de formação
orientando-os sobre a conduta a ser desenvolvida, clarificando os
motivos e as consequências de determinada ação. Neste cenário, a
supervisão complementa as atividades do cotidiano do campo e se
estabelece como um espaço de construção e de reflexão sobre o
que vem sendo realizado no cenário de prática, sendo primordial
que a perspectiva desenvolvida seja a mais dialética possível, já que
ao mesmo tempo em que os residentes apreendem este contexto, o
preceptor repensa sua prática, e novas propostas de intervenção
são construídas coletivamente. Conclusão: A perspectiva de
construção coletiva de conhecimento torna-se um desafio em um
contexto que muitas vezes não propicia em sua totalidade a
possibilidade de materialização desta proposta e, neste ínterim, a
concepção da residência multiprofissional, que também objetiva o
repensar do cotidiano do campo, contribui para a qualificação do
trabalho desenvolvido no SUS, levando em conta a atenção aos
usuários dos serviços.
102
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA ATENÇÃO AO CÂNCER INFANTIL:
UM RELATO DE CASO
a
a
Elana De Menezes Rossetto , Gabriele Donicht , Alejandro Mauricio
b
Arancibia .
a CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA – IPA, Rio Grande do Sul,
Brasil.
b INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL – ICI, Rio Grande do Sul, Brasil.
Introdução: O tratamento oncológico infantil deve ser administrado
com uma abordagem multidisciplinar, uma vez que as ações conjuntas
são determinantes no processo de recuperação dos indivíduos. No
que diz respeito à atuação fonoaudiológica na atenção ao câncer
infantil, destaca-se a contribuição do profissional fonoaudiólogo para
o desenvolvimento integral destas crianças, por meio de orientações,
estimulações e da consolidação de um processo de reabilitação
efetivo. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, realizado com
uma paciente do sexo feminino, com 2:8, atendida em uma clínica
escola de uma instituição de ensino superior, na disciplina de estágio
clínico em linguagem. Relato do Caso: A paciente realizou
previamente a retirada de tumor de fossa posterior, e, após, foi
encaminhada para atendimento fonoaudiológico por queixas de
engasgos frequentes, sialorreia e linguagem escassa. Para tanto,
foram realizadas entrevista com a mãe e avaliações quanto a aspectos
linguísticos e da deglutição. Iniciou-se a terapia fonoaudiológica
propriamente dita em abril do corrente ano. Atualmente, a paciente
encontra-se em atendimento fonoaudiológico e algumas mudanças já
foram percebidas durante este período. Após a avaliação de
linguagem, utilizando-se o PROC – Protocolo de Observação
Comportamental (Zorzi e Hage, 2004), detectou-se que a paciente
apresentava um quadro de atraso simples de linguagem, o que pode
ser justificado pelo período de privação social durante as internações
hospitalares. Objetivou-se trabalhar em terapia fonoaudiológica
questões referentes a estímulos de linguagem, por meio de interação
com a criança (brincadeiras, desenhos e leituras de estórias, por
exemplo). Notou-se um avanço significativo de vocabulário, bem
como seu uso em sentenças, antes não utilizado. Em relação ao exame
clínico de deglutição, não foram detectados sinais e sintomas de
aspiração/penetração laringotraqueal. Entretanto, a mãe recebeu
orientações quanto à maneira de introdução de uma dieta segura.
Ressalta-se que, no que diz respeito à sialorreia, após orientação da
terapeuta para a troca do bico convencional para o bico ortodôntico,
houve redução significativa. Conclusão: A intervenção fonoaudiológica
mostrou-se eficaz em um período de curto prazo, uma vez que
minimizou os riscos de aspiração/penetração, reduziu a sialorreia e
está possibilitando o desenvolvimento de suas habilidades linguísticas,
destacando a importância da intervenção fonoaudiológica em crianças
acometidas por câncer.
AVALIAÇÃO DO PADRÃO DE CRESCIMENTO CRANIOFACIAL EM
PACIENTES SUBMETIDOS A TRATAMENTO ORTODÔNTICO APÓS
TERAPIA ANTINEOPLASICA EM UMA INSTITUIÇÃO DE APOIO AO
CÂNCER INFANTO JUVENIL
Renata Germano Gomes Ferreira, Andrea Fontoura Recchi, Ana
Maria Buaes, Alejandro Mauricio Arancibia, Marcia Oliveira Silveira,
Cristiane Pfitscher Cavalheiro, Mirella Faccioni Mezzalira.
INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: A tendência de crescimento craniofacial em crianças e
adolescentes pode ser avaliada através do estudo cefalométrico,
realizado a partir da telerradiografia de perfil, que faz parte da
documentação básica para tratamento ortodôntico. Medidas como
o SN.GoGn (crescimento facial predominante) e o FMA (inclinação
do plano mandibular em relação ao terço médio da face) podem ser
usados como referenciais para determinar o padrão de crescimento
do indivíduo e, assim, classificá-lo como dolicofacial (vertical, face
longa), mesofacial (equilibrado, face média) ou braquifacial
(horizontal, face curta). Objetivo: Verificar a prevalência do padrão
de crescimento craniofacial, através das medidas SN.GoGn e FMA,
em análises cefalométricas iniciais em crianças e adolescentes que
foram submetidas a tratamento oncológico e que receberam ou
estão recebendo tratamento ortodôntico. Metodologia: Foi
realizado um estudo retrospectivo, nos prontuários com
documentação ortodôntica, de pacientes com diagnóstico de câncer
infanto-juvenil, assistidos pelo núcleo odontológico de uma única
instituição entre 2007 e 2016. Resultados e Conclusão: Foram
analisados 53 prontuários, sendo 06 excluídos, totalizando 47. A
média de idade do início dos tratamentos ortodônticos foi de 11
anos. Todos os pacientes tratados com aparelhos dentários
encontravam-se em alta do tratamento oncológico. Há
predominância do padrão de crescimento mesocefálico (70,2%) e
para os padrões braquicefálico e dolicocefálico foram obtidos os
mesmos resultados de 14,9%. O tratamento antineoplásico pode
prejudicar o desenvolvimento craniofacial quando realizado em fase
de crescimento. Portanto, o conhecimento do padrão de
crescimento do paciente permite planejar qual sistema de forças é
adequado para proporcionar a correção dentoesquelética e uma
face harmoniosa, o que contribui para a autoestima do paciente pós
tratamento oncológico.
103
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AVALIAÇÃO PROSPECTIVA DA MUCOSITE BUCAL EM PACIENTES
ONCOPEDIÁTRICOS SUBMETIDOS A DIFERENTES PROTOCOLOS
QUIMIOTERÁPICOS E SUA RELAÇÃO COM TOXICIDADES
HEMATOLÓGICA, HEPÁTICA E RENAL
a
b
Marina Curra , Algemir Lunardi Brunetto , Maria Beatriz Cardoso
a
b
c
Ferreira , André Tesainer Brunetto , Mário Correa Evangelista Junior ,
c
a
Marco Antonio Trevizani Martins , Alejandro Mauricio Arancibia ,
a
a
c
Rafael Roesler , Lauro José Gregianin , Manoela Domingues Martins .
a HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
b INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL – ICI, Rio Grande do Sul, Brasil.
c UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil.
Introdução: A mucosite bucal é uma complicação comum no
tratamento do câncer. O desenvolvimento de intervenções efetivas
para o seu tratamento e o conhecimento de fatores preditores de sua
ocorrência são vistos como prioridade nos cuidados de suporte ao
paciente oncológico. Objetivo: Investigar a relação entre incidência de
mucosite bucal em pacientes oncopediátricos submetidos a diferentes
protocolos quimioterápicos e sua relação com toxicidade
hematológica, hepática e renal. Metodologia: Em estudo transversal,
foram incluídos 40 pacientes pediátricos submetidos a tratamento
quimioterápico, totalizando 172 ciclos de quimioterapia. Foram
realizadas análises clínicas do grau de mucosite diariamente, desde a
infusão do quimioterápico (D+1) até o 15º dia de tratamento (D+15).
Foram coletadas, ainda, informações hematológicas (níveis de
plaquetas, leucócitos, neutrófilos e hemoglobina), hepáticas (níveis de
transaminase glutâmica oxalacética (TGO), transaminase glutâmica
pirúvica (TGP) e bilirrubina) e renais (níveis de creatinina e ureia) ao
longo de todos os ciclos de quimioterapia. Quando diagnosticada
mucosite bucal, os pacientes receberam fotobiomodulação como
tratamento. Resultados: Observou-se alta incidência de mucosite
bucal em pacientes submetidos a protocolos que utilizaram
doxorrubicina (91,83%), metotrexato (MTX) em altas (86,66%) ou
baixas doses (80%) e associação de MTX, ciclofosfamida e
doxorrubicina (87,5%). Dentre os protocolos analisados, aquele
contendo MTX, ciclofosfamida e doxorrubicina foi o que determinou
maior frequência de mucosite bucal severa (50%), com diferença
estatisticamente significativa (P<0,01) em relação a todos os outros
protocolos, entre D8 e D12. Na avaliação dos marcadores de
toxicidade hematológica, hepática e renal, observou-se que os
pacientes com mucosite bucal exibiram menores níveis de plaquetas
em D1, D5, D10 e D15; menores valores de leucócitos em D1; menores
níveis de hemoglobina em D10 e D15; maiores valores de bilirrubina
em D5, D10 e D15. Conclusão: A mucosite bucal em pacientes
oncopediátricos está relacionada com o tipo de protocolo
quimioterápico utilizado e ocorre em concomitância com a diminuição
dos níveis de plaquetas, leucócitos e hemoglobina, bem como com o
aumento dos níveis de bilirrubina, expressando as toxicidades
hematológica e hepática associadas ao uso de antineoplásicos. Este
trabalho recebeu financiamento PRONON.
CASOS DIFÍCEIS E IMPASSES NA ADESÃO AO TRATAMENTO
ONCOLÓGICO INFANTO-JUVENIL – OS PAIS DE G E A NECESSIDADE
DA EQUIPE DE PEDIATRIA DE REINVENTAR SEU CUIDADO
Kassia De Oliveira Martins Siqueira, Ana Beatriz Rocha Bernat, Sima
Esther Ferman
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: Este trabalho pretende pensar a importância da
singularidade e do acesso às políticas públicas para a adesão ao
tratamento oncológico de crianças e adolescentes com câncer, a
partir da experiência das autoras em um serviço de oncologia
pediátrica de referência. Objetivo: pensar a importância da atuação
do assistente social e do psicólogo na oncologia pediátrica, a partir
do acompanhamento longitudinal de um caso clínico caracterizado
por situação de pobreza extrema e um quadro de importante
sofrimento psíquico dos pais deste menino de seis anos, portador de
um rabdomiossarcoma. Foram ocasionados uma série de impasses
no seguimento do tratamento prescrito pela equipe assistente,
fazendo-se necessárias ações interdisciplinares conjuntas de acesso
a políticas públicas e de singularização do cuidado, ou seja, de
tensionar os protocolos e procedimentos prescritos com as
peculiaridades presente no caso. Metodologia: Relato de
Experiência de um Caso atendido por equipe interdisciplinar e de
forma singularizada. Resultados e Conclusão: Inicialmente os pais
de G recusaram o tratamento oncológico, na medida em que este
não fazia sentido para eles. Tornou-se fundamental entender a
maneira de cada um expressar o sofrimento diante do adoecimento
daquele menino que estava relacionada a uma produção histórica e
social. Desse modo, tal recusa deixa de ser vista pela equipe
assistente como “culpa” da família, sendo compreendida como
relacionada às maneiras como as famílias estão entendendo o
adoecimento, o hospital, a equipe de saúde e o tratamento
oncológico. Quanto ao acesso da família de G às políticas públicas,
ocorreu com muitas dificuldades, seja por um entrave das políticas,
seja pela vulnerabilidade da família. A família de G. viu-se imersa em
inúmeras negociações e reorganizações, tendo nas funções paterna
e materna seu único lugar de reconhecimento enquanto cidadãos e
meio de prover sua subsistência, não dispondo de outros recursos e
de apoio de outros familiares. Entendemos que o cuidado à criança
ou ao adolescente e sua família deve ser feito de modo
interdisciplinar, considerando a relevância tanto do acesso às
políticas públicas quanto da aceitação das diferenças das famílias.
Somente assim será possível construir as pontes necessárias à
adesão ao tratamento oncológico pediátrico e minimizar o impacto
negativo dos julgamentos morais que nos impedem de entrar em
contato com a dura realidade de certas famílias mais vulneráveis.
104
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DESMISTIFICAÇÃO DO CÂNCER E ENGAJAMENTO DOS PACIENTES
ATRAVÉS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
a
b
Simone Lehwess Mozzilli , Andre Leme Fleury , Rodrigo Franco
b
Gonçalves
a BEABA, São Paulo, Brasil
b UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP, São Paulo, Brasil
Introdução Com a evolução da tecnologia e facilidade à internet, a
Tecnologia da Informação está cada vez mais presente no cotidiano
das pessoas, sobretudo no ambiente oncológico, onde pacientes e
familiares estão ávidos por informação. Porém, o aumento na
quantidade de informação não garante a qualidade e
compreensibilidade da mesma, principalmente a voltada para o
paciente, evidenciando a inadequação e impropriedade da informação
como uma das causas de falta de engajamento ao tratamento. Todos
os recursos de Tecnologia da Informação devem ter como meta
principal auxiliar na compreensão do tratamento, atendendo as
necessidades, proporcionando alívio e melhoria ao paciente e seus
familiares. Objetivo:
Buscou-se informar a atual conjuntura de 10
sites de renomadas instituições hospitalares voltadas ao tratamento
oncológico pediátrico. Métodos:
A metodologia proposta destina-se
a analise em Modelo Descritivo-Normativo, visando caracterizar cada
site e avaliá-lo com base em conceitos da Arquitetura e Design da
Informação, e analisá-los a partir de princípios heurísticos. O Modelo
Descritivo contemplou a existência e especificidade dos seguintes
conteúdos: Conteúdo Lexi-Visual, Busca Orgânica e Busca Avançada. O
Modelo Normativo foi baseado nos princípios e heurísticas propostos
por autores das áreas de Ergonomia, Interação Humano- Computador
e Design da Informação: Estrutura, Simplicidade, Clareza, Usabilidade
e Acessibilidade. Resultados:
20% dos sites avaliados não contém
informações.
25% dos sites que contém informações, não possuem
ferramenta de busca.
35% dos sites não atendem aos princípios de
usabilidade e 100% não atendem aos princípios de acessibilidade.
Nenhum dos sites analisados se enquadram no Modelo Normativo.
Conclusão:
O aumento na busca de informação é tendência natural
do avanço da Tecnologia da Informação. Considerando que pacientes
com câncer são mais propensos a se envolver no tratamento do que
outros grupos de doenças crônicas, há a necessidade de
aprimoramento dos sites de hospitais oncológicos pediátricos. A
produção adequada de informação facilita a aprendizagem,
proporcionando uma maior identificação, compreensão e assegura a
qualidade da mensagem. Todos os recursos de Tecnologia da
Informação deve ter como objetivo principal, auxiliar o entendimento
do tratamento, que se pressupõe ser humanizado e efetivo,
atendendo às necessidades, proporcionando alívio e melhorando a
qualidade de vida do paciente e sua família.
ESTRATÉGIAS PARA EVITAR O ABANDONO DO TRATAMENTO DO
CÂNCER NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA EM UM PAÍS EM
DESENVOLVIMENTO
Carollyne Rodrigues Souza Lage, Fernanda Ferreira Da Silva Lima,
Nina Costa, Bruna Mozer, Ana Maria Rodrigues, Lícia Portela, Sima
Esther Ferman.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: O Abandono do tratamento do câncer infantil tem sido
considerado uma das principais limitações para o aumento das taxas
de cura nos países em desenvolvimento. Objetivo: Descrever o
impacto de estratégias de prevenção do abandono do tratamento
do câncer na infância e adolescência, sem a ajuda de banco de
dados eletrônico. Métodos: O período de pesquisa foi de
08/01/2012 a 29/07/2016. Os pacientes com idade inferior a 18
anos, diagnosticados e tratados com tumores sólidos no hospital
onde foi realizado o estudo, foram monitorados ativamente quanto
à adesão ao tratamento. Diariamente, um gerenciador de dados
identificava e registrava todas as faltas às consultas na Oncologia
Pediátrica. Foram realizados contatos com as famílias que perderam
consultas por telefone e/ou telegrama e o médico assistente foi
informado da falta. Esses pacientes tiveram suas consultas
reagendadas. A equipe multidisciplinar também foi acionada. Como
parte das estratégias de intervenção, todos os pacientes receberam
auxílio transporte, hospedagem e auxilio para alimentação. O
abandono foi definido como 4 semanas de falta às consultas durante
o tratamento ativo. Resultados: Durante este período, 2.362
pacientes tiveram 24.621 consultas agendadas na Oncologia
Pediátrica e 363 (15,4%) pacientes perderam pelo menos uma
consulta. Todos os pacientes foram acompanhados pelo projeto. No
período do estudo, 1059 pacientes foram matriculados na Oncologia
Pediátrica para investigação diagnóstica e iniciar tratamento. O
número de pacientes faltosos durante o período de investigação
diagnóstica ou tratamento foi: 122/ 1059 (11,5%). Os pacientes que
faltaram consulta ou estiveram em risco de abandono/ recusa de
tratamento foram contatados pelo projeto e receberam intervenção
da equipe multidisciplinar. Ainda assim, dos pacientes matriculados,
13 (1,2%) tiveram abandono/ recusa de tratamento, apesar de todos
os esforços. Conclusão: Foi possível monitorar a aderência dos
pacientes ao tratamento sem tecnologia sofisticada e evitar o
abandono do tratamento em um número significativo de casos.
105
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
INTERAÇÕES ENTRE PROFESSOR E ALUNO NA CLASSE HOSPITALAR:
EXPERIÊNCIA EM UM AMBULATÓRIO ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO
a
a
Monica Miranda Pereira Sanchez , Mariana Lucas Da Rocha Cunha ,
a
b
Isabelline Freitas Dantas Paiva De Almeida , Angela Maria Sanchez .
a FACULDADE ISRAELITA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE ALBERT EINSTEIN,
São Paulo, Brasil.
b E.E.QUINTILIANO SITRANGULO, São Paulo, Brasil.
Introdução: O viver com câncer implica em grande impacto na vida e
cotidiano familiar da criança. Uma dessas mudanças é o afastamento
da sociedade e da rotina escolar em decorrência do processo de
tratamento. Os fatores negativos provenientes da doença podem ser
minimizados a partir do desenvolvimento educacional dentro do
hospital. A classe hospitalar surge como estratégia para atender
crianças e adolescentes com necessidades educativas especiais
durante o tratamento. Nesse sentindo surgiu o anseio de conhecer
como se estabelecem às relações entre as crianças com câncer e o
professor na classe hospitalar. Objetivos: Compreender as interações
das crianças com câncer com o professor na classe
hospitalar. Método: Esta é uma pesquisa de campo, com abordagem
qualitativa. A pesquisa foi efetivada em um ambulatório de Oncologia
Pediátrica, que tem como parceria um hospital infantil de médio
porte. Foi realizada com crianças portadoras de câncer, idade entre 6
a 11 anos que frequentam a classe hospitalar. A coleta de dados
realizou-se a partir da observação não participante e não estruturada
das interações da criança com o professor na classe hospitalar. Os
dados desta pesquisa foram obtidos a partir de observações realizadas
antes e durante as atividades pedagógicas com as crianças na classe
hospitalar. Os registros destas observações resultaram em um diário
de campo. Resultados e Conclusões: A análise das observações
registradas evidenciou momentos de alegria, aprendizagem e
entretenimento, a cada reencontro com a professora. Possibilitou
perceber também, a formação do vínculo entre professor e aluno,
sendo o professor um facilitador diante da nova realidade desse
escolar. O professor tem um olhar peculiar e sensível para cada alunopaciente, pois executa suas atividades educacionais a partir das
condições psicológicas e fisiológicas das crianças. Percebeu-se que, as
interações das crianças com o professor na classe hospitalar
caracterizam-se como um momento lúdico, prazeroso, favorável à
socialização com outras crianças, equipe multidisciplinar e para a
construção do conhecimento contínuo. Além disto, as interações
estabelecidas pelas crianças com doença oncológica na classe
hospitalar tornam-se ferramentas que ajudam na experiência vivida
frente à doença e hospitalização.
O CUIDADO AMPLIADO AO PACIENTE PEDIÁTRICO NO TRANSPLANTE
DE MEDULA ÓSSEA A PARTIR DA INTEGRAÇÃO DOS SABERES
PSICOLÓGICO E PSICOPEDAGÓGICO
Ellen Brandalezi, Marita Iglesias Aquino, Cristina Vogel, Ana
Fernanda Yamazaki Centrone, Ana Merzel Kernkraut.
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, São Paulo, Brasil.
Introdução: A privação temporária do convívio social, da rotina
escolar e das atividades cotidianas para a criança que é submetida
ao transplante de medula óssea (TMO) proporciona uma situação
inédita que pode ser sentida como ameaçadora. Estes fatores
podem repercutir em dificuldades de adaptação e comprometer a
elaboração psíquica das vivências relacionadas à hospitalização.
Objetivo: Promover uma assistência integrada entre a psicologia e
psicopedagogia a fim de contribuir no enfrentamento do paciente
pediátrico à situação de adoecimento e tratamento. Busca-se ainda,
favorecer a mobilização de recursos criativos e singulares a cada
paciente, fortalecendo aspectos cognitivos e emocionais de acordo
com cada fase do desenvolvimento infantil. Metodologia: No
serviço de TMO de um hospital geral, privado, as crianças são
avaliadas pelas áreas antes da realização do transplante com intuito
de identificar os recursos de enfrentamento e as demandas de
trabalho proporcionando suporte psicoemocional e continuidade do
desenvolvimento da aprendizagem. O atendimento psicológico
acolhe e trabalha as demandas emocionais mobilizadas frente ao
transplante e às restrições impostas, favorecendo a expressão e
validação dos seus sentimentos e angústias dentro de um contexto
lúdico e seguro. É possibilitada a ampliação de sua compreensão
acerca do tratamento e a elaboração das situações de
vulnerabilidade física e emocional. A psicopedagogia restaura o laço
com o cotidiano escolar e lúdico. É traçado um plano de intervenção
individualizado com atividades que favorecem a construção do
conhecimento, a manutenção do vínculo escolar e a (re)integração
na escola após o término do tratamento. Durante a permanência da
criança na unidade, sua evolução no tratamento é discutida pela
equipe multiprofissional. É possível unir as diferentes propostas com
objetivo de favorecer a expressão da criança. A possibilidade de
concretizar uma situação através de trabalhos, desenhos e
atividades favorece a condição psicoemocional, a motivação para a
aprendizagem, envolvimento no tratamento e expectativas para a
alta. Resultados E Conclusão: A inter-relação dos conhecimentos
específicos possibilita maior eficácia do cuidado, promovendo o
contato da criança com suas potencialidades, ainda que em uma
situação de intensa fragilidade. Assim é promovido o resgate da
autoestima, da qualidade de vida adaptada ao contexto hospitalar e
fomentadas expectativas positivas para a etapa posterior ao
tratamento.
106
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
O LIMIAR ENTRE A VIDA E A MORTE: CONVERSANDO SOBRE
CUIDADOS PALIATIVOS NO ADOLESCENTE COM CÂNCER
Ingrid De Jesus Nunes, Luciana Nunes Silva.
Hospital Martagão Gesteira, Bahia, Brasil.
Introdução: O artigo trata-se de um relato de caso de uma paciente,
de 16 anos, em acompanhamento pela Psicologia de um hospital
pediátrico. Objetivo: Esse estudo tem como objetivo compreender
aspectos psicológicos e a subjetividade de uma adolescente no seu
processo de adoecimento e na possibilidade eminente de morte. A
paciente vem sendo acompanhado no tratamento oncológico há
aproximadamente 6 anos, atualmente sem possibilidades curativas.
Metodologia: Durante os atendimentos foram realizadas intervenções
através de recursos lúdicos visando uma melhor comunicação com a
paciente e clarificações cognitivas e afetivas, bem como a redução de
sintomas decorrentes do tratamento oncológico. Também foram
realizadas intervenções, com foco no luto vivido pelo paciente
relacionado às perdas devido à doença. Os objetivos da psicoterapia
tem sido auxiliar a paciente em suas dificuldades de aceitação e
adaptação aos limites físicos decorrentes do adoecimento, nas
atividades possíveis de rotina e nas relações interpessoais; temor da
morte (luto antecipatório), além de ansiedades relacionadas ao
conjunto de dores físicas e psíquica. Este estudo é de natureza
exploratória e teve como referencial a abordagem qualitativa, a qual
busca compreender o significado que o indivíduo atribui a diversos
aspectos de sua vida. Especificamente no âmbito da saúde, conhecer
esses significados possibilita promover uma maior adesão e
compreensão de certos sentimentos, ideias e comportamentos de
todos implicados nesse processo. O processo de "adolescer"
vivenciado juntamente com o câncer é difícil e complexo para o
adolescente. O diagnóstico aumenta o sentimento de desamparo, de
perda do controle do próprio corpo e da situação em que se encontra.
Quando o tratamento curativo chega ao seu limite, é preciso falar em
cuidados paliativos e isso, em conjunto com as modificações da
própria adolescência, associadas ao desgaste do tratamento, tornamse impactantes para o paciente. É preciso nesse momento
compreender os mecanismos de defesa, como estratégias de
enfrentamento, sem possibilidades curativas e com a finitude
próxima, oferecendo oportunidade para que esse adolescente possa
expressar seus sentimentos. Conclusão: Sendo assim, a partir desse
estudo de caso, tem sido possível pensar e resignificar os nosso olhar
ao adolescente que encontra-se em cuidados paliativos. É preciso dar
voz para esse sujeito e seus familiares. É preciso pensar no bem estar
biopsicossocial, mesmo quando o momento é de grande sofrimento.
O PAPEL DESEMPENHADO PELA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA
REABILITAÇÃO
DE
UM
PACIENTE
PEDIÁTRICO
COM
CRANIOFARINGIOMA – RELATO DE UM CASO.
Juliana Lanza Neves, Bruna Mançano, Stéphanie Christianini
Caetano, Ana Paula Duarte, Mariana Oliveira Leite Silva, Vânia Mara
Da Silva, Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Efrain Hernando Torres
Pinto, Miriam De Melo Melquíades, Rafael Balceiro, Ana Glenda
Santarosa Vieira, Luiz Fernando Lopes.
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil.
Introdução: Craniofaringioma é um tumor primário da região selar,
histologia benigna. Acomete crianças entre 5 e 15 anos, sem
predileção por sexo. Trata-se da mais frequente neoplasia
intracraniana não neuroepitelial em pediatria. Objetivo: Descrever
caso pediátrico de craniofaringioma com sequelas decorrentes do
tumor e do tratamento cirúrgico, mostrando papel da equipe
multidisciplinar no processo de reabilitação. Metodologia: Revisão
de prontuário e relato de caso de paciente de 9 anos, com
craniofaringioma. Ao diagnóstico, apresentava ptose palpebral,
desvio de rima e paresia de membro superior, déficit de
crescimento, hipotireoidismo e hipocortisolismo central. Realizada
ressecção parcial do tumor, evoluiu no pós-operatório com
necessidade de traqueostomia e com diabetes insípidus.
Apresentava dificuldades na comunicação, alterações motoras,
sobrepeso e polifagia. Acompanhado 6 meses por equipe
multidisciplinar
(fisioterapeuta,
terapeuta
ocupacional,
fonoaudióloga, odontologista, nutricionista, psicóloga, assistente
social, enfermeiros e médicos), retomou gradualmente a autonomia
de suas atividades de vida diária. Evoluiu com controle respiratório
adequado e possibilidade de retirada da traqueostomia, permitindo
melhora da fonação e comunicação. Apresentou ganhos em
mobilidade e redução dos déficits motores. Evoluiu para obesidade,
mantendo condição de polifagia, porém com melhor adequação da
dieta. Resultados e Conclusão: Os craniofaringiomas são
classificados pela Organização Mundial da Saúde como tumores de
grau I (com baixo potencial de malignização), mas podem causar
transtornos neurológicos e sintomatologia importante devido à sua
localização. O crescimento do tumor ocorre por expansão, causando
efeito de massa. Disfunção hipotalâmico-hipofisária é frequente,
sendo deficiência de hormônio do crescimento a alteração mais
comum.
Deficiências
de
gonadotrofinas
e
hormônios
adrenocorticotrófico e tireoestimulante ocorrem em 25% dos casos.
Diabetes insípidus ocorre em 17%. Pode ocorrer obesidade,
decorrente de lesão no centro da saciedade (hipotálamo
ventromedial). O tratamento cirúrgico é a primeira opção
terapêutica. Porém, cirurgia também pode gerar sequelas
neurológicas, devido à dificuldade de acesso ao tumor. No caso
relatado, houve melhora evolutiva na condição clínica e social do
paciente com a intervenção da equipe multidisciplinar,
exemplificando a importância do seu papel na reabilitação desses
pacientes, para os quais o acompanhamento deverá ocorrer por
toda a vida.
107
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
O USO DO BRINQUEDO DURANTE O TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM
CÂNCER: A VISÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Patrícia Luciana Moreira Dias, Isabella Partezani Silva.
Universidade Paulista, São Paulo, Brasil.
Introdução: Brincar é uma atividade que permite à criança se
comunicar com o mundo, com os outros e consigo mesma, devendo
ser mantida inclusive nas situações de doença e hospitalização. Neste
contexto, o brinquedo terapêutico é um recurso que tem sido
amplamente utilizado por vários profissionais de saúde na assistência
à criança. Objetivo: O objetivo deste estudo foi elucidar a experiência
da equipe multidisciplinar com o uso do brinquedo/brinquedo
terapêutico durante o tratamento de crianças com câncer. Trata-se de
um estudo qualitativo, guiado pelo referencial metodológico da
Análise de Conteúdo. Metodologia: O estudo foi realizado em uma
instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que presta assistência
especializada a crianças e adolescentes com câncer. A pesquisa tem
aprovação do CEP UNIP, sob parecer número 1.674.441. Participaram
do estudo 10 (dez) membros da equipe multidisciplinar que utilizam o
brinquedo/brinquedo terapêutico junto à criança em tratamento
oncológico, dentre eles enfermeiros, psicólogos, dentista,
fisioterapeuta, nutricionista e pedagoga. A coleta de dados foi
realizada tendo como estratégia a entrevista semiestruturada,
orientada pela questão: “Como é a sua experiência com o uso do
brinquedo na assistência às crianças com câncer?". As narrativas
foram gravadas e transcritas na íntegra e analisadas seguindo os
passos preconizados pelo referencial metodológico. As experiências
compartilhadas entre os membros da equipe revelaram quatro
categorias representativas do uso do brinquedo/brinquedo
terapêutico na assistência às crianças durante o tratamento
oncológico. São elas: I. O brinquedo como uma estratégia para a
compreensão da criança sobre o universo da doença; II. O brinquedo
como um recurso que proporciona segurança para seguir em frente;
III. O brinquedo como uma forma de dar voz às emoções que não
podem ser silenciadas; IV. O brinquedo como uma ponte que
aproxima profissionais, criança e família. Conclusão: Conclui-se que o
brinquedo/brinquedo terapêutico é uma estratégia fundamental de
criação e estreitamento do vínculo com a criança e sua família. Além
de permitir que a criança expresse suas vivências e sentimentos,
estabelece uma comunicação possibilitando a compreensão da criança
sobre a sua doença e tratamento, bem como ao profissional que
compreenda cada criança como um ser singular. O brinquedo tem o
potencial para diminuir o sofrimento frente aos desafios de ser uma
criança com câncer, potencializando recursos para o enfrentamento
da doença.
PACIENTE COM ALTERAÇÕES DENTO FACIAIS EM DECORRÊNCIA DE
RADIOTERAPIA NA INFÂNCIA: RELATO DE 11 ANOS DE
ACOMPANHAMENTO
ODONTOLÓGICO
PÓS
TERAPIA
ANTINEOPLÁSICA.
Andrea Fontoura Recchi, Ana Maria Buaes, Alejandro Mauricio
Arancibia, Renata Germano Gomes Ferreira, Simone Geiger De
Almeida Selistre, Andrea Albuquerque, Miguel Angelo Rodrigues,
Paulo Sérgio Da Silva Santos
a INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
b FACULDADE DE ODONTOLOGIA USP, São Paulo, Brasil
Introdução: O Rabdomiossarcoma é o tumor de tecidos moles mais
comum em crianças, sendo a região da cabeça e pescoço o sítio
primário mais comum. O protocolo para o tratamento tem como
base cirurgia, quimioterapia e radioterapia, dependendo de cada
caso. Pacientes submetidos a tratamento radioterápico em região
de cabeça e pescoço são mais propensos a alterações e sequelas
dento faciais. As sequelas bucais da radioterapia estão diretamente
relacionadas com a idade do paciente no momento da realização do
tratamento. A radioterapia reduz durante o desenvolvimento
dentário, a atividade dos ameloblastos (células que formam o
esmalte do dente). Isto faz com que ocorram alterações no
desenvolvimento tanto da coroa quanto da raiz, e em alguns casos,
são sequelas irreversíveis. Clinicamente podemos observar
hipoplasia de esmalte (má formação), inibição do crescimento do
dente permanente por completo ou só da raiz, erupção prematura
dos dentes permanentes e também fechamento precoce dos ápices
dos dentes. Objetivos: Relatar o caso de paciente, sexo masculino,
19 anos, com diagnóstico de Rabdomiossarcoma embrionário
cervical parameníngeo com metástases pulmonares, diagnosticado
em 2001, aos 4 anos de idade. Metodologia: As informações foram
coletadas através de revisão de prontuário, entrevista com o
paciente, registros fotográficos e radiográficos dos métodos
diagnósticos aos quais o paciente foi submetido, revisão da
literatura e discussões do caso na equipe. Resultados: Foram
identificadas sequelas como fechamento precoce das raízes,
rizogênese incompleta de vários elementos dentários, agenesias,
reabsorções radiculares generalizadas, diminuição da altura do ramo
ascendente da mandíbula. Anualmente são realizados exames
radiográficos de controle, instruções de higiene bucal, dieta e
manutenção dos dentes presentes. Em 2016, o paciente apresentou
perdas dentárias significativas. Atualmente, a equipe estuda a
viabilidade de realizar reabilitação dos elementos dentários
perdidos com implantes dentários. Conclusão: A presença do
Cirurgião Dentista na equipe multiprofissional de Oncologia é
fundamental para identificar as sequelas bucais antes, durante e
após o tratamento antineoplásico, bem como realizar seu manejo e
acompanhamento em longo prazo, além da reabilitação,
contribuindo, assim, para a qualidade de vida, autoestima e inserção
social do paciente.
108
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PACIENTES PEDIÁTRICOS PORTADORES DE LEUCEMIA: IMPACTOS DO
ADOECIMENTO ONCOLÓGICO NA DINÂMICA FAMILIAR
PAPEL DA FISIOTERAPIA EM TRATAMENTO DA CRIANÇA COM
CÂNCER
Carine Alves Lima, Rosenilda Figueiredo Dos Santos, Luciana Nunes
Silva
Luziane Fabiani , Malu Anton Eichelberger , Barbara Zanchet ,
a
a
Caroline Fincatto da Silva , Cassiano Eduardo Goulart , Pablo
a
a
a
Santiago , Marcelo Cunha Lorenzoni , Edineia Carine Pastore
HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil
Introdução: A Leucemia é o câncer mais comum na infância,
representa um terço das neoplasias e traz grandes repercussões na
vida do paciente e da família, acarretando conflitos, mudança nos
papeis, dificuldades financeiras e emocionais, pois, embora seja uma
doença de caráter biológico, causa grandes impactos a nível social e
psicológico ao paciente e a sua família. Objetivo: Analisar as
repercussões sociais enfrentadas pelas famílias de crianças e
adolescentes diagnosticadas com Leucemia, atendidas por um
Hospital pediátrico. Método: O estudo foi fundamentado numa
abordagem qualitativa de natureza descritiva e exploratória e teve
como público-alvo os familiares dos pacientes de 0 a 14 anos com
diagnóstico
de
leucemia.
Foram
aplicadas
entrevistas
semiestruturadas e para a análise dos dados coletados empregou-se a
técnica de análise de conteúdo, explorando o critério de saturação dos
temas. As diretrizes de humanização da assistência e os princípios
bioéticos a respeito dos direitos dos pacientes foram utilizados como
norteadores da análise de dados. Resultados: Foram entrevistadas 20
mães, com idades entre 18 e 42 anos. Percebemos que, com o
surgimento do câncer, é possível que os vínculos familiares sejam
rompidos ou fortalecidos. É evidente que há uma participação efetiva
dos membros da família em 80% dos casos, transmitindo sentimento
de segurança e apoio às crianças/adolescentes e seus cuidadores.
Sobre o aspecto religioso, 17 entrevistados referiram apresentar
alguma crença como estratégia de enfrentamento à doença, porém a
fé não limita as intervenções médicas. Outro fator atingido é a renda
familiar, considerando que as despesas aumentam, conforme
explicitado por todas as entrevistadas. As mães verbalizaram ainda
que, após o diagnóstico, houve uma mudança brusca na rotina, além
da necessidade de afastamento aos ambientes e relações
anteriormente estabelecidas. Conclusão: Conclui-se que a Leucemia
traz consigo diversas repercussões a nível social, financeiro, emocional
e espiritual que podem trazer implicações a longo prazo na vida
dessas famílias, vez que, dedicam-se integralmente a esses pacientes,
adiando ou anulando seus objetivos e desejos pessoais. Dessa forma,
necessitam lidar com o desconhecido e enfrentar desafios e medos
diariamente. Entretanto, essas famílias demonstram que são capazes
de aprender e lidar com diversas situações incomuns a sua anterior
realidade para que o objetivo maior seja alcançado: a cura do
paciente.
a
a
b
a HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO, Rio Grande do Sul, Brasil
b UNOCHAPECÓ, Santa Catarina, Brasil
Introdução: O câncer infantil corresponde a um grupo de várias
doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de
células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do
organismo. Dentre outros tipos de câncer, acometem crianças e
adolescentes o neuroblastoma que é um tumor sólido que pode se
desenvolver no tecido nervoso do pescoço, tórax, abdômen ou
pélvis, mas usualmente origina-se nos tecidos da glândula suprarenal. Cerca de 97% dos neuroblastomas são malignidades
embrionárias do sistema nervoso simpático que ocorrem quase
exclusivamente em recém-nascidos e crianças muito novas.
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com diagnóstico de
neuroblastoma e mostrar a importância da fisioterapia em pacientes
oncológicos em fase de DNPM. Metodologia: Relato de caso de uma
paciente feminino, P. N. B. S. V. com diagnóstico de neuroblastoma
com massa adrenal direita e hepática aos 4 meses e meio. Paciente
ao diagnóstico em novembro de 2013 apresentando abdômen
distendido, não sentava ainda sem apoio, em DNPM normal. Foi
realizado quimioterapia neoadjuvante, 4 ciclos e após cirurgia em
Agosto de 2014 com ressecção de adrenal direita e biopsia de lesões
hepáticas onde o anatomopatológico mostrou fibrose residual, sem
evidência de lesão neoplásica em atividade. Posteriormente
quimioterapia adjuvante com término em novembro de 2014.
Durante as internações eram realizadas sessões de fisioterapia
respiratória e motora, visando prevenção de complicações
respiratórias, e motoras para estimular o DNPM normal, pois a
paciente permanecia dias em isolamento protetor por neutropenia
severa, restrita ao leito, dificultando seu desenvolvimento. Durante
os atendimentos eram disponibilizados brinquedos e equipamentos
de estimulação infantil. Treinos de engatinhar e de marcha eram
realizados sobre o berço e leito auxiliar. Resultados e Conclusão: Ao
fim do tratamento e com o término das internações em novembro
de 2015, a paciente apresentava o DNPM normal, seguiu os ciclos
normais, de sentar, engatinhar e caminhar. Agora a criança faz
consultas no Centro de Oncologia Infanto Juvenil a cada 4 meses,
realizando exames de laboratório e de imagem, permanecendo livre
de doença, com 2 anos e 11 meses, fala, caminha, desenvolveu
normalmente. Conclusão: Conclui-se que cada dia mais a
fisioterapia se faz necessária no âmbito hospitalar para acompanhar
as crianças e adolescentes durante o tratamento do câncer.
109
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL CLÍNICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM REABILITAÇÃO
FUNCIONAL APÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO PARA TUMORES ÓSSEOS
DE MEMBROS INFERIORES
a
Beatriz Silva Menezes Da Cunha Martins , Rachel Silva Menezes Da
a
a
a
Cunha , Mariangela Perini Da Costa , Valmara Dos Santos Pereira ,
a
Cláudia Azevedo Ferreira Guimarães Rabello , Diana Kelly De Melo
a
b
Mesquita Silva , Flavia Cotias Vasconcellos
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ DE ALENCAR GOMES DA
SILVA/MS, Rio de Janeiro, Brasil
b HOSPITAL VITÓRIA/ GRUPO COI, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: Os tumores ósseos da infância, especialmente o
osteossarcoma (OS) e o sarcoma de Ewing (SE), correspondem a 810% dos casos de câncer entre 10 e 19 anos(1). O progresso no
tratamento foi observado com a introdução de regimes
poliquimioterápicos associados à cirurgia(2). A reabilitação após
cirurgia é fundamental para a readaptação social e a independência
funcional(3). Objetivo: Caracterizar o perfil dos pacientes pediátricos
acompanhados no Ambulatório de Fisioterapia Pediátrica do INCA/MS
após tratamento cirúrgico para tumores ósseos de membros inferiores
(MMII). Métodos: Estudo retrospectivo, com coleta de dados em
prontuário, envolvendo pacientes pediátricos com tumores ósseos em
MMII, submetidos a tratamento cirúrgico, e que foram acompanhados
no Ambulatório de Fisioterapia Pediátrica do INCA no período de
fevereiro de 2011 a dezembro de 2013. Resultados: Foram
acompanhados 48 pacientes (61,7% do sexo masculino), com idade ao
diagnóstico de 10,9 ± 3,5 anos (média ± DP). 42 pacientes (87,5%)
foram diagnosticados com OS e 6 (12,5%) com SE. O fêmur foi a
localização primária mais comum (57,1% no OS e 50% no SE). O tempo
decorrido entre o diagnóstico e o tratamento cirúrgico foi de 132 ± 0,7
dias. A colocação de endoprotése foi realizada em 39,5% dos casos,
enquanto a amputação ou desarticulação foi realizada em 56,2%. Dos
27 pacientes submetidos à amputação ou desarticulação, 17 (62,9%)
receberam prótese de MMII durante a reabilitação. DISCUSSÃO E
Conclusão: O OS e o SE são os tipos mais prevalentes de tumores
ósseos pediátricos na faixa etária (4). Na nossa amostra, 87,5% tinham
diagnóstico de OS e 12,5% de SE. Ambos têm localização
predominante nos ossos longos (4). Em nosso estudo, a localização
primária mais comum foi o fêmur. As cirurgias preservadoras dos
membros, como as de colocação de endoprótese, são alternativas às
amputações(5). No estudo, a maioria foi submetida à amputação ou
desarticulação. A indicação de cirurgia conservadora requer a
ausência de envolvimento neurovascular local, evidência de resposta à
QT neoadjuvante, ausência de infecção e capacidade de reconstrução
da área bordada(6). 62,9% dos pacientes amputados ou
desarticulados receberam prótese durante a reabilitação. Fatores pré
e pós-operatórios influenciam a protetização, como a condição clínica
geral do paciente, a adesão ao processo de reabilitação, condições
nutricionais e a qualidade da prótese fornecida (6).
PRÁTICAS DE HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR NA ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA: RESGATANDO O APRENDER A PARTIR DE PROJETOS
PSICOPEDAGÓGICOS.
Ellen Brandalezi, Ana Fernanda Yamazaki Centrone, Cristina Vogel,
Ana Merzel Kernkraut
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, São Paulo, Brasil
Introdução: O diagnóstico e tratamento oncológico do paciente
pediátrico pode ser uma experiência difícil para ele e sua família,
pois pode gerar medo e sofrimento em função do adoecimento e
suas implicações. Crianças e adolescentes ficam vulneráveis a
fatores adversos, sendo afastados dos ambientes nos quais vinham
ocorrendo seu desenvolvimento integral. Mediante a fragilidade
desses aspectos, a Psicopedagogia Hospitalar favorece a abertura de
espaços facilitadores de protagonismo e produção de sentidos no
processo de desenvolvimento e aprendizagem deste paciente.
Objetivo: Oportunizar situações de aprendizagem no ambiente
hospitalar por meio de um projeto psicopedagógico, no qual o
paciente pediátrico oncológico atue na construção e ampliação dos
seus saberes, promovendo novas perspectivas, tanto a favor do
tratamento, quanto para sua reintegração social. Metodologia: Em
uma instituição hospitalar privada, os pacientes oncológicos
pediátricos tiveram a oportunidade de participar do projeto “Meu
Scrapbook” executado por meio de atendimentos psicopedagógicos.
Nestes atendimentos, os pacientes foram convidados a construir
páginas de scrapbook, cada qual com temas elegidos por eles,
compondo como produto final um livro pessoal. Estas páginas foram
confeccionadas por meio de colagens de fotos, adesivos e imagens
que contextualizaram esses temas, bem como com pequenos textos
produzidos por eles. Durante a execução do projeto, os pacientes
puderam entrar em contato com seus sentimentos, desejos,
interesses e expectativas acerca do tratamento oncológico,
construindo páginas com temas como: “Minha família”, “Meus
heróis favoritos”, “Minha cidade”, “Lugares para conhecer”, entre
outros, se beneficiando desse espaço de aprendizagem para
(re)descobrir a sua originalidade e posicionamento, fazendo-se
autores de sua própria história. Conclusão: A partir do projeto
psicopedagógico “Meu Scrapbook” foi possível mediar as relações
de aprendizagem do paciente no enfoque da sua compreensão da
doença e do tratamento, bem como do afastamento das atividades
sociais. Os pacientes tiveram a oportunidade de expressar seus
desejos, interesses e expectativas futuras construindo suas histórias
de vida. Reconhecer que existem outras necessidades na vida de um
paciente oncológico que não sejam apenas clínicas, significa adotar
outros meios de intervenção para também contribuir de forma
significativa para seu bem estar e qualidade de vida. Isto é
humanização.
110
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
RELATO DE EXPERIÊNCIA: CONGRESSO MIRIM EM ONCOLOGIA, UMA
APRENDIZAGEM CHEIA DE CUIDADOS.
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL A UM
ADOLESCENTE COM OSTEOSSARCOMA: RELATO DE CASO
Fabiola Mafia Meira, Teresa Cristina Cardoso Fonseca, Maria Rita
Prudente, Stephanie Dos Anjos Lopes, Danielle Leite Silva, Lorena
Alves Santos, Fabia Idalina Rodrigues Neves
Diego Silveira Silveira Siqueira, Amanda Amaral, Fernanda De
Carvalho Cañete, Maria Eduarda De Gusmão Nunes, Pamela Valli
Oliveira, Roger Foss de Siqueira
UNIVERSIDADE ESTADUAL SANTA CRUZ, Bahia, Brasil
HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução/Objetivo: A Equipe Multiprofissional da oncologia
pediátrica, de forma inovadora, se apropria da ludicidade e apresenta
aos seus pacientes e cuidadores regras e procedimentos necessários
para que ocorra um tratamento monitorado e que durante todo o
processo os desafios possam ser esclarecidos e minimizados. Não
basta tratar o câncer, é necessário cuidados e procedimentos
específicos para enfrentar as alterações físicas, psíquicas e sociais.
Portanto, a informação oferecida por uma equipe multiprofissional é
de extrema relevância, não só aos familiares, mas também aos
próprios pacientes. Assim, o Congresso Mirim traz em si uma
abordagem informativa de maneira lúdica à estes pacientes, assim
como informações aos pais utilizando a metodologia da
problematização. Metodologia. O tema central do Congresso Mirim é
a vida em toda sua plenitude, e de maneira lúdica os pacientes e
cuidadores percorrem as oficinas ministradas pelas áreas da equipe
multiprofissional. Em 2015, o tema “Cuidar e Sentir”. O cuidar da vida
exige práticas de cuidado, por isso utilizamos “Os Cinco Sentidos”
como norteador das oficinas. As crianças foram divididas em grupos:
1-3anos;4-7anos;7-13 anos; e, acima de 13anos. Estes grupos foram
assando em oficinas com 20 minutos de duração: paladar (nutrição e
odontologia); visão (enfermagem e farmácia); audição (psicologia e
pedagogia), Tato (assistente social e voluntários) e olfato (medicina).
Cada oficina de 20 minutos usava a linguagem apropriada para aquela
faixa etária. Enquanto as crianças estavam na oficina os pais estavam
discutindo casos clínicos com toda equipe multiprofissional.
Conclusão. Foram atendidas 50 famílias de pacientes que se
encontram em tratamento oncológico. Este projeto contribuiu para
passar aos pacientes e familiares informações com uma linguagem
mais acessível, a respeito do tratamento do câncer infanto-juvenil,
importância dos cuidados necessários, sobre direitos adquiridos
durante o tratamento, como também tem acrescentado novos
aprendizados à equipe multiprofissional.
Introdução: o osteossarcoma é o câncer ósseo mais frequente em
crianças e adolescentes e, mais comumente, acomete pacientes na
segunda década de vida, durante sua fase de estirão do
crescimento. Os ossos longos dos membros inferiores são as regiões
de maior incidência do tumor, na qual mais da metade acomete a
porção distal do fêmur. Objetivo: descrever a sistematização da
assistência multiprofissional para um adolescente hospitalizado com
diagnóstico de osteossarcoma. Metodologia: estudo descritivo, do
tipo estudo de caso, realizado em março e abril de 2016 com um
adolescente na Internação Pediátrica de um hospital escola privado.
Para a realização da assistência multiprofissional ao adolescente
foram utilizados os seguintes instrumentos de intervenção: North
American Nursing Diagnosis Association (NANDA) e Nursing
Intervention Classification (NIC); técnica de Hora de Jogo com base
na teoria psicanalítica com a finalidade de elucidar questões
emocionais e comportamentais acerca do funcionamento do
paciente; testes de Kendall para estimar o desempenho muscular
seletivo; Perimetria para detecção de edemas ou hipotrofia;
Goniometria para verificar a amplitude de movimento (ADM);
avaliação da sensibilidade de membros inferiores. Resultados:
J.H.A.T., 11 anos, branco, masculino, estudante do Ensino
Fundamental, pais casados, o segundo filho de uma prole de três.
Admitido na Unidade de Internação Pediátrica para realização de
ciclo de quimioterapia e posterior intervenção cirúrgica em seu
membro inferior esquerdo que apresentava um importante edema,
dor e perda de movimento. A descrição dos achados nas fichas
correspondentes ao histórico de enfermagem e Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) descrevia um estado geral de
orientação, verbalização das necessidades humanas básicas,
cooperação do adolescente e sinais vitais estáveis. A partir do uso
da técnica de Hora de Jogo, o paciente expressou seus sentimentos,
angústias e preocupações, acarretando na diminuição da ansiedade
e incentivando a explorar suas fantasias e interpretar a experiência
vivida no hospital, possibilitando algum controle emocional.
Conclusão: Evidenciamos a fundamentalidade da assistência
multiprofissional para o cuidado holístico de pacientes com
osteossarcoma, contribuindo para recuperação, manutenção e
promoção de sua saúde. O processo de amputação altera a
autoimagem do adolescente, que vivencia o luto do próprio corpo
antes mesmo da perda do membro doente.
111
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PÔSTER COMENTADO - MULTIDISCIPLINAR - PSICOLOGIA,
TO, EDUCAÇÃO
USO DA TERAPIA DE CATÉTER NASAL DE ALTO FLUXO EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA ONCO-HEMATOLÓGICA
Maria Leticia Barbero Simalha Forte, Janaina Fukuda, Glazia Andre
Landy, Regina Celia Turola Passos Juliani, Vicente Odone Filho
ICR HCFMUSP, São Paulo, Brasil
Introdução. A terapia de alto fluxo (AF) é uma modalidade de suporte
respiratório que através da mistura do oxigênio e ar comprimido, de
forma aquecida e umidificada, por um cateter nasal escolhido de
acordo com peso e idade do paciente. É utilizada com sucesso em
pacientes pediátricos, com objetivo de melhorar a oxigenação, reduzir
o trabalho respiratório, prevenir atelectasias e facilitar a mobilização e
eliminação de secreções. Estudos mostram que o AF proporciona
maior conforto e tolerância do paciente, permite a comunicação e
alimentação, reduzindo assim a necessidade de sedação, intubação
oro-traqueal (IOT), diminuindo as complicações da ventilação
mecânica invasiva (VMI) e o tempo e custos de uma internação
prolongada. Objetivo: Descrever do uso do AF em uma unidade de
terapia intensiva pediátrica de onco-hematologia (CTIO).
Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo, no período de
fevereiro de 2015 a julho de 2016, em uma CTIO de um hospital
terciário. Foi utilizado o cateter de alto-fluxo da marca Fisher & Paykel
Healthcare. Os dados foram obtidos através dos registros de
prontuários de 29 pacientes, destes 59% do sexo masculino e 41% do
sexo feminino. Foram coletados dados como: indicação do uso,
necessidade de uso associado de ventilação não invasiva (VNI) e
desfecho do uso. Os dados nominais foram descritos em termos de
porcentagens e proporções. Resultados: Neste período 29 pacientes
utilizaram terapia de cateter de AF, com idade média de 7 anos .
Como indicação de uso, 35% foram como suporte pós-extubação, 62%
insuficiência respiratória e 3% com desconforto respiratório na fase
terminal. O tempo médio de uso foi de 8 dias. Dos pacientes
estudados, 31% fizeram uso de terapia de AF intercalado com a VNI e
69% utilizaram apenas AF. Entre os pacientes que fizeram uso de
cateter de AF, apenas 7% não se adaptou bem a interface e foi
mantido em VNI contínua. Em relação a taxa de sucesso, 79% dos
pacientes obtiveram sucesso no uso do AF, sem necessidade de
suporte
complementar
e
17%
evoluíram
para
reintubação. Conclusão: o cateter de AF pode ser utilizado pela
população onco-hematológica pediátrica, como mais uma forma de
suporte ventilatório, trazendo benefícios e conforto ao paciente.
A RELEVÂNCIA DA ATENÇÃO PARA OS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DE
PACIENTES
E
ACOMPANHANTES
NA
REALIDADE
DOS
ATENDIMENTOS DE TMO PEDIÁTRICO.
Janaína Casaes Lamenha Lins, Ana Luiza De Melo Rodrigues Fabro,
Andrea Lomando Cañete, Cinthia Aparecida Ezidro Batista, Ivonete
Caetano Do Nascimento.
HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE, Paraná, Brasil
Introdução: O transplante de células tronco-hematopoeticas é um
dos procedimentos mais promissores das últimas décadas,
entretanto, a terapêutica submete o paciente a quimioterapia e, se
necessário, a irradiação total, induzindo a um estado grave de
imunossupressão, expondo a diversos efeitos colaterais e ao risco
significativo de morte. O internamento é um regime de isolamento
por tempo expressivo. Tais pontos dete procedimento podem
ocasionar repercussões psicossociais no paciente e no seu
acompanhante. Assim como, os aspectos psicossociais destes
podem interferir na evolução do tratamento. Metodologia: Esta
pesquisa descritiva quantitativa e qualitativa analisa e integra os
dados do Serviço de Psicologia e do Serviço Social da Unidade de
transplante de medula óssea de um hospital pediatrico. Para tal
utilizou-se dados de relatos, avaliações sociais, observações
participativas e atendimentos dos Serviços. Objetivo: O objetivo foi
realizar o levantamento do perfil de pacientes e acompanhantes.
Resultados: Foram realizados 69 transplantes até maio de 2016,
sendo que a maioria dos pacientes advém de outras cidades,
necessitando de estadia em Casa de Apoio nas fases do tranplante.
A permanência do paciente pós transplante compreende um
período de cem dias ou conforme sua evolução clínica. No viés da
importância do trabalho de uma equipe multidisciplinar busca-se ter
um olhar integral para o sujeito-pacienete que se estende ao
acompanhante, sua referência de cuidado, responsabilidade, afeto e
vínculo com a equipe de saúde. Considera as particularidades da
fase de desenvolvimento deste paciente e analisa os dados do
levantamento integrado aos aspectos e repercussões psicossociais.
Conclusões: a pesquisa aponta a relevância da avaliação e
identificação dos aspectos psicossociais para condução e
intervenção de cada caso com efetividade. Destaca a importancia da
avaliação pré, o acompanhamento nas fases peri e pós transplante,
as orientações, o trabalho integrado, o levantamento de riscos e o
apoio psicossocial. Identifica o impacto dos aspectos culturais do
paciente na adaptação a cidade, a cultura , a internação,
requerendo acolhimento, apoio e adequação de manejo. Por fim,
este estudo sinaliza para melhorias como ações de intervenção e
aponta para necessidade de divulgar mais resultados para equipe
multidisciplinar. Acredita-se no compartilhar da experiência de
implantação e trabalho destes serviços e espera sensibilizar todos
os membros da equipe.
112
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EXPERIÊNCIA DA EQUIPE DE MEDICINA INTEGRATIVA EM UM CENTRO
PRIVADO DE ONCO-HEMATOLOGIA E TRANSPLANTE DE MEDULA
ÓSSEA NO CUIDADO AO PACIENTE PEDIÁTRICO E SEUS FAMILIARES
PERCEPÇÃO DA CRIANÇA COM CÂNCER SOBRE A EXPERIÊNCIA DA
CLASSE HOSPITALAR EM UM AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA
Denise Tiemi Noguchi, Maria Ester Massola, Maria Isabel Newcomb,
Paulo De Tarso Ricieri Lima, Nelson Hamerschlak.
Monica Miranda Pereira Sanchez , Mariana Lucas Da Rocha Cunha ,
a
b
Isabelline Freitas Dantas Paiva De Almeida , Angela Maria Sanchez .
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, São Paulo, Brasil
FACULDADE ISRAELITA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE ALBERT EINSTEIN,
São Paulo, Brasil
E.E.QUINTILIANO SITRANGULO – D.E LESTE 4, Brasil
Introdução: No Brasil, o câncer representa a primeira causa de morte
por doença entre crianças e adolescentes, sendo que 70% podem ser
curados e terão boa qualidade de vida se diagnosticados
precocemente e tratados em centros especializados. Cuidar destas
crianças traz desafios à família, equipe médica e multidisciplinar.
Atividades lúdicas devem continuar a fazer parte da vida destes
pacientes e outros tipos de tratamentos podem complementar o
tratamento convencional. A Medicina Integrativa (MI) é uma
abordagem que reafirma a importância da relação entre paciente e
profissionais da saúde, é focada na pessoa em seu todo, é informada
por evidências e faz uso de todas as abordagens terapêuticas
adequadas para obter o melhor da saúde e da cura. Objetivo: Relato
de experiência da equipe de MI ao paciente onco-hematológico
pediátrico e seus familiares. Método: Os atendimentos são
executados no leito, por terapeutas corporais especializados que
utilizam técnicas como Yoga e Terapia de Toque, adaptados e
individualizados para cada paciente e visam manejo do estresse e da
ansiedade, além de proporcionar bem-estar e acolhimento. Atividades
lúdicas como deitar uma boneca na barriga da criança para observar o
abdômen subindo e descendo na respiração diafragmática, brincar ou
contar histórias, ajudam as crianças a realizar as atividades, auxiliando
positivamente no enfrentamento e na recuperação. Técnicas de
gestão de estresse, como exercícios com foco na respiração e atenção
ao momento presente, são ensinadas a adolescentes e familiares
cuidadores para estimular o autocuidado e proporcionar momentos
de relaxamento e bem-estar. Resultados e Conclusão: Entre 2015 e
2016, foram realizados mais de 500 atendimentos, 65% com idades
entre 0-9 anos e 35% entre 10-19 anos, sendo 63% do sexo masculino.
Prevaleceram diagnósticos onco-hematológicos em 73% dos
pacientes, sendo os mais relevantes leucemias linfoides agudas (36%)
e linfomas (11%). Pais e pacientes relatam que a presença de
terapeutas corporais, durante a internação, permitiu momentos de
relaxamento e paz, trouxe leveza e auxiliou no estresse e ansiedade.
Portanto, a atuação da equipe de MI junto à equipe multidisciplinar na
onco-hematologia pediátrica, durante a internação hospitalar, pode
contribuir para uma melhor experiência de pacientes e familiares
neste período, auxiliar no manejo de sintomas como ansiedade e
estresse a também possibilitar momentos de relaxamento, bem-estar
e autocuidado.
a
a
Introdução: A criança portadora de câncer sofre intensa e rápida
transformação em sua vida e no seu cotidiano familiar. O
afastamento da sociedade em decorrência do processo de
tratamento causa sentimento de exclusão e pode gerar atraso no
seu desenvolvimento social. Esses fatores podem ser minimizados a
partir do desenvolvimento educacional dentro do hospital. A classe
hospitalar surge como estratégia para atender crianças e
adolescentes internados com necessidades educativas especiais. A
classe hospitalar é um direito da criança com doença oncológica, e
uma realidade em inúmeras instituições que oferecem tratamento
as crianças com câncer, assim questionou-se como as crianças com
doença oncológica se sentem ao participar da classe hospitalar.
Objetivos: Explorar a percepção da criança com doença oncológica
sobre a experiência da classe hospitalar. Método: Trata-se de
pesquisa de campo, com abordagem qualitativa. O estudo foi
realizado em um ambulatório de Oncologia Pediátrica, que tem
como parceria um hospital infantil de médio porte. Foi realizada
com crianças portadores de câncer, idade entre 6 a 11 anos que
frequentam a classe hospitalar. A coleta de dados realizou-se a
partir da observação não participante e não estruturada das
interações da criança no momento das atividades na classe
hospitalar e com o uso do brinquedo terapêutico, na modalidade
dramatização. O corpus desta pesquisa foi constituído pelo material
linguístico coletado em entrevistas com nove crianças durante a
atividade lúdica. A análise dos dados seguiu os preceitos da análise
de discurso. Resultados e Conclusões: A análise dos discursos
evidenciou que as crianças percebem a classe hospitalar como um
instrumento que lhes possibilita conforto frente à situação
vivenciada e melhora o relacionamento interpessoal com familiares,
profissionais e outras crianças. Além disso, a classe hospitalar é para
as crianças uma forma de aproximação da rotina escolar, de
melhora da autoestima, e possibilita conhecimento e segurança no
enfrentamento do processo de saúde e doença. Evidenciou
também, a classe hospitalar como um instrumento de melhoria da
qualidade de vida das crianças com doença oncológica, estratégia de
humanização e integralidade no cuidado, devendo ser incentivada
por toda equipe multiprofissional, sobretudo pelo enfermeiro.
113
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
NEUROBLASTOMA
REPERCUSSÕES DO CÂNCER INFANTIL: A AUTOPERCEPÇÃO DA
CRIANÇA
AVALIAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA EM PACIENTES COM
NEUROBLASTOMA EM UMA UNIDADE DE ONCOPEDIATRIA
Marli Possebon, Fernanda Busnello, Julia Hermel.
Luciana Nunes Silva , Annita Martins Rocha Torres , Bruna Silva
c
b
Cordeiro , Stephanie Vaz Schoucair , Vanessa Patricia Lisboa
d
a
Pereira , Laura Lemos Mendonça E Fontes
HOSPITAL MOINHOS DE VENTORIO GRANDE DO SUL
Introdução: O câncer infantil e seu tratamento podem deixar
consequências físicas e psicológicas, tanto para a criança quanto para
sua família. A equipe de saúde precisa garantir qualidade e
humanização no atendimento, fazendo com que este se torne menos
impessoal, invasivo e agressivo. Outro aspecto fundamental do
tratamento é olhar para a criança como tendo um papel ativo no seu
tratamento, para que ela, juntamente com a família, se sintam
também protagonistas. Objetivo: Compreender a autopercepção que
a criança com diagnóstico de câncer tem de sua doença e de seu
tratamento, conhecendo as características emocionais do diagnóstico
oncológico, bem como, a forma que enfrentam o tratamento.
Metodologia: A pesquisa é de caráter exploratório com delineamento
qualitativo. Os participantes foram três crianças do sexo feminino
vinculadas ao setor de Oncopediatria de um hospital privado da região
sul do Brasil e que atualmente estão em tratamento do diagnóstico
oncológico. As crianças responderam a aplicação do teste CAT – A –
Teste de Apercepção Infantil de autoria de Bellak e Abrams (2010) que
consiste num método projetivo, que investiga a personalidade,
estudando a dinâmica significativa das diferenças individuais nas
percepções de estímulos. O teste é constituído por dez pranchas, em
que estão desenhados animais em diversas situações humanas. Os
pais também participaram da pesquisa sendo entrevistados por meio
de uma ficha de dados biosociodemográficos e entrevista semiestruturada. Resultados e Conclusão: Após a análise das histórias
produzidas pelas crianças observou-se que estes fragmentos de
narrativas representaram experiências significativas. Foi possível
identificar que o tratamento gera diversas emoções e sentimentos,
como ansiedade, raiva, culpa, agressividade, isolamento e
afastamento social. Na projeção das crianças, os pais e familiares
representam vínculos emocionais de proteção para auxiliar no
processo de adoecimento e tratamento. O teste aplicado com as
crianças e as entrevistas com os pais possibilitou uma compreensão
dos sentimentos sobre a qualidade de vida antes e no decorrer da
doença, enfatizando as restrições de atividades e as mudanças de
hábitos diários. Também pode-se analisar as percepções dos medos,
principalmente o de ficar sozinho, e, da morte, entendida pelo
contexto da espiritualidade/religiosidade.
a
b
a H. MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil
b UNIVERSIDADE SALVADOR, Bahia, Brasil.
c FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS, Bahia, Brasil.
d UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, Bahia, Brasil.
Introdução: O neuroblastoma (NB) é o tumor sólido extracraniano
mais comum da infância. É responsável por 15% das mortes por
câncer nessa população, sendo uma das doenças mais temidas da
oncopediatria. O prognóstico pode variar de acordo com
características clínicas, como idade ao diagnóstico e estadiamento, e
biológicas como a amplificação do N-Myc. A terapia multimodal é
utilizada na maioria dos pacientes, a fim de propiciar maior chance
de cura Objetivo: Descrever os aspectos clínicos e epidemiológicos
em crianças portadoras de NB atendidas em uma unidade de
referência em oncologia pediátrica. Métodos: Trata-se de um
estudo descritivo, retrospectivo, de corte transversal, no qual foram
avaliados pacientes com diagnóstico de NB admitidos neste serviço
no período de Setembro de 2009 a Dezembro de 2015. Resultados:
Trinta e dois pacientes foram avaliados, sendo 54,5% do sexo
masculino. A faixa etária ao diagnóstico mais prevalente foi entre 1
a 12 meses (42,4%), com uma média de 31 meses. Vinte e quatro
pacientes (75%) foram diagnosticados como estadio IV, 4(12,5%)
como IV S, 2 (6,3%) estádio II e 2 (6,3%) estadio III. A avaliação do
N-Myc foi realizado em 14 casos, sendo 2(14,3%) amplificados,
9(64,3%) não amplificados e 3 (21,4%) inconclusivos. Dois pacientes
foram tratados apenas com ressecção cirúrgica. Todos os demais
receberam quimioterapia, sendo que quatro (12,5%) receberam
adjuvancia com MIBG terapêutico e 2 (6,3%) foram submetidos a
transplante autólogo de medula. Dezesseis pacientes (50%) foram a
óbito, sendo destes 14 pacientes estadio IV. Conclusão: Foi
observado um número expressivo de casos que apresentaram-se
com doença avançada ao diagnóstico, o que contrasta com o
número de pacientes com acesso a tratamentos adjuvantes
essenciais para o melhor manejo das doenças de alto risco. O
envolvimento da rede pública de saúde, através de seus gestores, é
fundamental para que estas terapias sejam disponibilizadas para
portadores de Neuroblastoma, melhorando assim seu prognóstico.
114
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
GANGLIONEUROBLASTOMA
ASSOCIADO
KINSBOURNE. RELATO DE CASO.
A
SÍNDROME
DE
Cassio Ribeiro Costa, Marcelo Rizzatti, Crsitiane Camargo Omae,
Alexandre Kazantizi
GRENDACC, São Paulo, Brasil
Introdução: O ganglioneuroblastoma, associado ao neuroblastoma e
ganglioneuroma constituem o grupo de neoplasias sólidas
extracranianas mais frequentes na infância, representando
10% entre todas as doenças malignas nesse período da vida. É um
tumor que se origina nos neuroblastos imaturos (células nervosas)
que podem crescer e se espalhar de forma anormal no nosso
organismo. Objetivo: Devido sua elevada prevalência, 500 casos novos
ano e os mais diversos locais de acometimento e manifestações
clínicas e a importância do diagnóstico precoce, faz-se necessário
uma revisão do tema. Relato do caso: Paciente, sexo masculino, 3
anos de idade, referia tosse, coriza, febre há 2 dias evoluindo com
opsoclônus, mioclônia e ataxia. Ao exame físico encontrava-se corado,
glasgow 15, pupilas isocóricas e fotorreagentes, hiperemia e placas
em amigdalas, opsoclônus, mioclônia e marcha ataxica. Iniciado
antibioticoterapia e investigação diagnóstica com exames de sangue e
líquor, cujo resultados foram negativos. Desta forma foi realizado
ressonância de crânio, tomografia de cervical, tórax e abdome,
visualizando-se tumor em região supra renal/ rim direito de 2,5x 3,0
cm.
Realizado
ressecção
de
lesão,
evidenciando
um
ganglioneuroblastoma. Atualmente em acompanhamento clínico e
por imagem, uma vez que foi classificado como estadio II e histologia
favorável. Discussão: O ganglioneuroblastoma acomete crianças a
baixo de 5 anos de idade, sendo 30% deles em menores de 1 ano. Os
locais mais comuns de acometimento são: região cervical, tórax e
abdome e em 2 % dos casos o quadro clínico inicia-se com
manifestações neurológicas, a Síndrome de Kinsbourne ( opsoclonia,
miclonia e ataxia), fazendo com que seja inicialmente, levantando
outras hipóteses diagnósticas como tumor de Wilms,
rabdomiossarcoma, histiocitose e tumores ósseos atrasando o
diagnóstico e seu prognóstico. Conclusão: O avanços do tratamento
tem sido expressivo e reflete o aperfeiçoamento do critérios de
classificação e estadiamento, porém ainda é necessário progredirmos
no diagnóstico precoce. Referências bibliográficas: DECAROLIS B, et al.
Treatment
and
outcome
of
Ganglioneuroma
and
Ganglioneuroblastoma intermixed. BMC Cancer (2016) 16:542; FILHO
V O, et al. Doenças Neoplásicas na Criança e do Adolescente. Barueri;
SP.Editora: Manole,2012.
NEUROBLASTOMA EM GEMELARES UNIVITELINAS
Ana Glenda Santarosa Vieira, Erica Boldrini, Oscar Orlando Inturias
Imaca, Rafael Balceiro, Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Juliana Lanza
Neves, Miriam De Melo Melquíades, Rodrigo Chaves Ribeiro,
Roberta Zeppini Menezes Da Silva, Gisele Eiras Martins, Bruna
Mançano, Vilani Kremer, Nadia Secchieri Rocha, Efrain Hernando
Torres Pinto, Luiz Fernando Lopes
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
Introdução: O neuroblastoma é um dos tumores sólidos mais
comuns neonatais. Foi descrito a concordância deste tumor em
alguns gêmeos monozigóticos. Metástase feto-placentário são
extremamente raros, sendo que até 2010 foram descritos somente
9 casais de gêmeos monozigóticos concordantes para o
neuroblastoma. Método: Relatar um caso de metástase fetoplacentária em gêmeos monozigóticos. Descrição: Os pacientes
eram bebês nascidos após 41 semanas de uma gestação saudável
por parto cesariana. Aos 4 meses de idade o primeiro paciente,
gemelar 2, apresentou distensão abdominal. Foi submetida a
tomografia computadorizada que mostrou massa adrenal e
hepatomegalia heterogênea. O nível de catecolaminas urinárias foi
aumentada. Após foi realizada ressecção completa do tumor. A
descrição do tumor era histologia favorável e N-MYC sem
amplificação. Houve infiltração do neuroblastoma na biópsia
hepática e da medula óssea (menos que 5% da infiltração). O
diagnóstico foi Neuroblastoma 4S e ela não recebeu quimioterapia.
O gemalar 1 foi triado com ultrassom abdominal, que mostrou
vários nódulos hepáticos. Estas descobertas foram confirmadas por
tomografia computadorizada e ressonância magnética, sem outras
massas. Foi submetida a biópsia videolaparoscópia, que revelou ser
metástase de neuroblastoma com as mesmas característica do
tumor da irmã. Biópsia de medula óssea e o nível de catecolaminas
urinárias foram negativas. Ambos mostraram o PCI MIBG I131
negativa. Discussão: De acordo com Internacional Neuroblastoma
Staging System ambas as gêmeas foram classificadas como estadio
4S (tumor primário localizado, com infiltração limitada ao fígado,
pele ou medula óssea). Lewis et al propõe um guia para intervenção
terapêutica baseada na apresentação de toxicidades agudas,
distúrbios de crescimento e coagulação, risco de oncogênese e
alterações gastrointestinais como aumento de desconforto
abdominal pela hepatomegalia ou doença secundária. Piores
prognósticos englobam hepatomegalia com aumento progressivo ao
nascimento (compressão da veia cava inferior); pacientes menores
têm taxas de sobrevida de 73% em crianças com menos de 1 mês e
83% entre 1 e 9 meses; diâmetro abdominal aumentada superior a 1
cm em 48 horas e tumores primários maiores que 10 centímetros.
Assim, revendo o enredo nossos pacientes não tem critérios para
tratamento. No acompanhamento com imagens dos gemelares, eles
apresentam-se com doença estável e com bom desenvolvimento
neuropsicomotor após um ano de observação.
115
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
NEUROBLASTOMA TORÁCICO - RELATO DE CASO
Sergio Augusto Fernandes Perlamagna, Jairo Cartum, Helaine Cristina
Castro, Elisa Couto Peres Rribeiro, Adriana Karin Sappupo, Ana Luiza
Giamelaro Hanania, Carolina De Arruda Garcia, Clarisse Kaori
Fujishige, Gabriela Camilo Teixeira, Juliana Jorge Romano, Olivia Achur
Antonio De Faria Alvim, Tiago Donizeti Bertolacini Silva
RELATO DE CASO: DIARREIA REFRATÁRIA RELACIONADA AO
NEUROBLASTOMA.
Gabriella Sayuri De Alencar, Isabella Aparecida De Araujo, , Marcella
Baggiani Antonelli Jacob, Eliana Maria Monteiro Caran
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
FMABC, São Paulo, Brasil
Introdução: O neuroblastoma, é o mais comum tipo de câncer até o
primeiro ano de vida. Destaca-se pelo caráter heterogêneo, com
variada histopatologia, biologia e localização. Sua sintomatologia,
reflete a localização do tumor primário, extensão da doença e
presença ou não de metástase. Relato De Caso: Paciente do sexo
feminino, 1 ano, iniciou paraplegia de membros inferiores no 12º dia
de infecção por varicela, foi internada para investigação. No 5º dia de
internação foi avaliada pela Neuropediatria, que solicitou, devido a
uma suspeita prévia de neurofibromatose, ressonância magnética,
que evidenciou massa tumoral invadindo o canal medular,
determinando compressão com deslocamento da medula espinal.
Tomografia computadorizada de tórax confirmou volumosa massa
para-mediastinal e para-vertebral, ocupando grande parte do
hemitórax direito, até a porção média e posterior do mediastino
estabelecendo grande contato com a carina e brônquio fonte direito e
seus principais ramos; deslocando anteriormente o coração, tronco da
pulmonar e aorta; com áreas de liquefação e necrose, sobretudo junto
aos corpos vertebrais, com extensão para o interior do canal
vertebral. Devido a massa ser irressecável foi realizada biópsia, para
diagnóstico, estratificação de risco. A imunohistoquímica foi positiva
para os marcadores Enolase Neuro Específica e Sinaptofisina,
compatível com o diagnóstico de Neuroblastoma. Por ser uma lesão
irresecável, iniciado protocolo Neuro-IX 2000. Discussão: O
neuroblastoma pode se desenvolver em qualquer lugar do corpo
através do sistema nervoso simpático. Os sítios mais comuns são
glândula adrenal (40%), abdominal (25%) e tórax (15%). A forma
torácica, embora não a mais comum, pode causar importante
sintomatologia, como desvio e estreitamento de traqueia, síndrome
da veia cava superior e compressão medular (uma emergência
oncológica) presente em 7-15% das crianças, que deve ser resolvida
rapidamente para evitar ou diminuir sequelas neurológicas. Os
tumores considerados irressecáveis passam por citorredução com
quimioterapia intensa, para diminuir foco primário e metastático. Com
posterior avaliação de possibilidade de ressecção cirúrgica e período
de consolidação com altas doses de quimioterapia ou, no caso de
pacientes estágio IV, considera-se transplante de medula óssea.
Apesar do tratamento intenso, cerca de 60% das crianças
consideradas alto risco apresentam recaída com chance maior de
óbito no curso do tratamento.
Introdução: Neuroblastoma é o tumor sólido extracraniano mais
comum na infância e acomete crianças geralmente menores de 5
anos; pode estar associado a síndrome paraneoplásica relacionada
ao aumento da secreção de Peptídeo Vasoativo Intestinal (VIP).
Ocorre secreção excessiva de fluido intestinal, suco pancreático e
biliar, perda importante de água e eletrólitos, provocando quadros
de diarreia secretora, distúrbios hidroeletrolíticos, principalmente
hipocalemia, acloridria e alcalose. Objetivo: Descrição de relato de
caso envolvendo esta rara apresentação de neuroblastoma.
Metodologia: Paciente, masculino, 2 anos, há 1 ano da entrada no
serviço, iniciou diarreia diária, 3 episódios ao dia, fezes sem restos
alimentares, odor forte, sem relação com alimentação, ausência de
sangue, muco ou pus. Associada a dor abdominal tipo cólica. Negava
febre, emagrecimento, prostração e uso de medicamentos. Negava
história familiar de diarreia e alergias. Procurou atendimento
médico diversas vezes em pronto socorro pediátrico, sendo
diagnosticado como gastroenterite viral, até ser encaminhado ao
gastroenterologista pediátrico para investigação de diarreia crônica.
Os testes fecais não apresentavam alterações. O exame de trânsito
intestinal constatou massa paravertebral à direita na altura de T9 a
T12, sendo encaminhado ao serviço de Oncologia Pediátrica para
investigação. Neste setor, após confirmação da tumoração, foi
realizada a ressecção completa do tumor, via toracotomia posterior.
Solicitado exames: VIP=47 (VR: <42), ácido vanil mandélico=8 (VR: 210), cintilografia com MIBG e Biópsia de medula óssea bilateral. O
anatomopatológico (AP) evidenciou Neuroblastoma diferenciado –
MKI baixo (INPC - histologia favorável); doença não metastática.
Após a ressecção da lesão houve resolução completa do quadro de
diarreia e normalização do VIP. Seguiu acompanhamento
oncológico, evoluiu com recidiva tumoral em topografia anterior
dois anos após a cirurgia inicial. Paciente assintomático neste
momento. Realizada nova ressecção cirúrgica, com AP mantendo
resultado de Neuroblastoma. Seguiu com oncologia pediátrica, sem
novos sinais de recidiva atual. Conclusão: A rara Síndrome
Paraneoplásica relacionado ao aumento da secreção de VIP,
representa menos de 1% dos casos de neuroblastoma, é mais
frequente entre um ano e três anos de idade, e deve ser incluída no
diagnóstico diferencial da diarreia crônica em pediatria.
116
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
NUTRIÇÃO
USO DE IRINOTECANO E TEMOZOLAMIDA EM NEUROBLASTOMA
RECAÍDO OU REFRATÁRIO
a
b
A ANOREXIA PARA ALÉM DE UM EFEITO COLATERAL NA ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA
Luciana Nunes Silva , Annita Martins Rocha Torres , Juliana Teixeira
a
a
Costa , Laura Lemos Mendonça e Fontes
Maria Tereza Piedade Rabelo, Renata Petrilli, Priscila Dos Santos
Maia Lemos
H. MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil
UNIVERSIDADE SALVADOR, Bahia, Brasil
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O prognóstico de Neuroblastoma (NB) de alto risco é
sombrio, com sobrevida em 5 anos inferior a 40%, mesmo com
tratamento multimodal. Nos casos de doença refratária ou recaída, o
cenário é ainda pior e seu tratamento ainda não é bem estabelecido.
A combinação de Irinotecano e Temozolamida tem sido utilizada como
opção terapêutica para pacientes com doença detectável pelo MIBG
ou envolvimento de medula óssea. Objetivos: Descrever a resposta
ao tratamento com Irinotecano 10mg/m2 por 10 dias e Temozolamida
100mg/m2 em 5 dias de pacientes com NB recaído ou refratário em
um centro de referência em oncopediatria. Métodos: Trata-se de um
estudo descritivo, retrospectivo, de série de casos, no qual foram
avaliados pacientes com diagnóstico de NB recaído ou refratário no
período de Setembro de 2009 a Junho de 2016. Resultados: Foram
avaliados 8 pacientes com diagnóstico de NB recaído ou refratário.
Sete (87,5%) pacientes foram classificados como alto risco, com
estadiamento IV e um foi estadiado como III. Sete casos
apresentaram infiltração medular (87,5%), 5 (62,5%) possuíam
metástase óssea e 3 (37,5%), infiltração hepática ao diagnóstico. Sete
pacientes foram tratados inicialmente com protocolo NEURO 2000
(87,5%), e apenas um foi tratado com o protocolo SFOP - Study NB-87.
Seis (75%) pacientes foram refratários e dois recaíram 7 a 23 meses
após o tratamento inicial. Todos os casos receberam outros esquemas
quimioterápicos alternativos, antes da combinação proposta no
estudo. Após administração de 3 a 6 ciclos de Irinotecan e
temozolamida, 3 pacientes (37,5%) tiveram resposta parcial, 3 (37,5%)
resposta completa e 2 (25%) apresentaram falha terapêutica, com
progressão da doença. Após resposta parcial ou completa, 4 pacientes
foram submetidos a MIBG terapêutico e 3 ao transplante autólogo de
medula óssea, seguidos de radioterapia e uso de ácido Cis-retinóico.
Entre os casos avaliados, um apresenta doença ativa estável, dois
evoluem com doença progressiva em cuidados paliativos e dois foram
a óbito. Conclusão: Neuroblastoma recaído e refratário ainda é um
desafio para a medicina, com prognóstico reservado, apesar de todos
os esforços terapêuticos. Embora não haja substrato para resultados a
longo prazo, a combinação de Irinotecano e Temozolamida pode ser
eficaz pelo menos na melhora da qualidade de vida.
Introdução: A Anorexia é um efeito colateral inerente ao
tratamento oncológico. No entanto, em alguns casos de difícil
conduta médica e nutricional a avaliação psicológica faz-se
necessária, pois a recusa alimentar pode comprometer o
tratamento e se tornar um sério problema de adesão. Para um
trabalho psicológico efetivo, esses casos demandam uma escuta
clínica que concebe a anorexia para além de um efeito colateral dos
quimioterápicos. De acordo com a psicanálise, o alimento ocupa um
lugar fundamental na constituição subjetiva do sujeito, sendo este o
primeiro objeto introduzido na relação mãe-bebê e, portanto, uma
via pela qual o sujeito se manifestará sintomaticamente. A invasão
do tratamento oncológico e as suas imposições poderão causar uma
redução da demanda à necessidade e a recusa em se alimentar
poderá funcionar como uma manobra subjetiva que, ludibriando a
impotência do sujeito, causará um efeito ilusório de domínio e
sustentação do desejo. Em outros casos, o sintoma anorético
poderá se configurar como uma resposta frente à crise própria da
adolescência, que coloca o sujeito frente a sexualidade, que poderá
se agravar com o adoecimento. Objetivo: O objetivo deste estudo é
demonstrar a intervenção da equipe de psicologia diante de casos
de difícil conduta na esfera alimentar. Metodologia: Este trabalho
foi realizado em uma instituição de oncologia hospitalar. Foi feito a
formalização teórico-clínica das intervenções psicológicas com base
na teoria psicanalítica de Freud e Lacan, e serão apresentados na
forma de vinhetas clínicas. Dois casos foram selecionados por
apresentarem problemas sérios de adesão ao tratamento
nutricional e médico. Resultados: Nos dois casos apresentados
observou-se melhora significativa do quadro nutricional, após o
trabalho de ressignificação, que buscou a articulação do sintoma
com a história do sujeito. Conclusão: Neste trabalho, a partir da
escuta psicanalítica de alguns casos foi possível constatar o
desencadeamento de sintomas alimentares transitórios, e também
a suavização dos mesmos após elaboração subjetiva. O sintoma, ao
ser tomado como uma formação do inconsciente, uma solução de
compromisso entre as exigências pulsionais e o julgamento crítico,
amenizou a angústia e permitiu ao sujeito novas formas de lidar com
o sofrimento. Assim, houve melhora na adesão ao tratamento, e no
bem-estar dos familiares, pacientes e equipe cuidadora.
117
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
A OBESIDADE E A LEUCEMIA PEDIÁTRICA
Mariana dos Santos Murra, Tauane Nishizak, Bianca Faustini Baglioli,
Glaucia Regina Costa Murra, Luiz Fernando Lopes
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
Introdução: Dentre os diferentes tipos de câncer infantil as leucemias
representam o tipo mais comum e o estado nutricional ao diagnóstico,
pode apresentar-se como um fator prognóstico, apesar de agressivo
pode apresentar 70% de cura. Objetivo: Descrever e relacionar o
estado nutricional ao diagnóstico com as taxas de sobrevida em
portadores de LLA (Leucemia linfoide aguda) e LMA (Leucemia
mieloide aguda). Metodologia: Estudo retrospectivo, com coleta de
dados de pacientes de 0 a 19 anos, com diagnóstico de leucemias
agudas de 2000 a 2012. Foram estratificados pela faixa etária em
maiores e menores que 5 anos e classificados em três grupos: baixo
peso/desnutrição, eutrofia e sobrepeso/obesidade. Resultados: Em
geral quando distribuídos por região à prevalência foi da região
sudeste, seguida pelo norte. Foram incluídos 18 pacientes portadores
de LMA, sendo: 16,6% obesos/sobrepeso, 44,4% desnutridos/baixo
peso e 38,8% eutróficos ao diagnóstico, não foi realizada a sobrevida
devido o número de pacientes. Dos pacientes com LLA, 75 foram
incluídos: 25,3% (n=19) estavam acima do peso, 20% (n=15) estavam
abaixo do peso e 54,7% (n=41) eram eutróficos. A sobrevida estimada
em 5 e 10 anos para sobrepeso/obeso foi de 66,3% e 55,3%, para
baixo peso/desnutrição 40% e 26,7% e para os eutróficos 56,7% em 5
e 10 anos. Discussão: Embora o número de pacientes não tenha
permitido mostrar diferença entre os grupos, há uma tendência de
pior prognóstico para os desnutridos/baixo peso e não pudemos
encontrar impacto entre os obesos.
ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL EM PACIENTES COM CÂNCER
INFANTOJUVENIL EM UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA – RELATO
DE EXPERIÊNCIA
Alice Miyuki Imura Schaurich, Alejandro Mauricio Arancibia, Marina
Azambuja Amaral, Renata Dutra de Oliveira
INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: O câncer infantil representa um conjunto de doenças
cuja proliferação descontrolada de células anormais e que podem
ocorrer em qualquer parte do corpo (INCA, 2016). Estima-se que
cerca de 12.600 novos casos sejam diagnosticados por ano no biênio
de 2016-17 (INCA,2016). Dentro desta equipe, a nutrição tem como
objetivos prevenir a desnutrição devido aos tratamentos, e auxiliar
na recuperação do estado nutricional destes pacientes (INCA, 2014).
Uma estratégia utilizada para auxiliar no tratamento destes
pacientes é o aconselhamento nutricional ou educação nutricional
que tem como objetivo fazer uma abordagem de educação
nutricional, efetuada por meio de um diálogo, procurando
solucionar problemas de alimentação, onde o nutricionista
preparado pra analisar o problema em seu contexto biopsicossocial,
auxilia na busca de soluções.(RODRIGUES, 2005). Objetivo: Relatar a
experiência de aconselhamento nutricional em uma instituição
filantrópica que atende crianças e adolescentes com câncer.
Metodologia: estudo descritivo do tipo relato de experiência
realizado na sede da instituição filantrópica localizada em Porto
Alegre no último ano. Os aconselhamentos ocorreram dentro da
unidade de recreação da instituição onde os pacientes aguardavam
para consultas ou utilizavam o espaço para lazer. Durante o período
de espera destes pacientes, a nutricionista realizava o acolhimento e
neste mesmo local realizava os aconselhamentos. Em alguns casos
onde apenas o aconselhamento não era suficiente, os pacientes
foram encaminhados para o agendamento da consulta nutricional.
Resultados E Conclusão: No último ano foram atendidas 457
famílias, destas 89 passaram pelo serviço de nutrição. Dentre as
queixas dos responsáveis estava a preocupação com o fato dos
pacientes não se alimentarem da forma adequada, consumindo
muitos alimentos de baixo valor nutricional. Os responsáveis
aconselhados demonstraram-se mais abertos a receberem
orientações dentro do ambiente lúdico do que no
consultório. Tendo em vista a necessidade de acolher estes
pacientes e seus responsáveis, pode-se concluir que o
aconselhamento nutricional se faz uma ferramenta de suma
importância pra o nutricionista, independente do ambiente este em
que estiver. Pode-se concluir também que o ambiente fora do
consultório deixa os responsáveis mais abertos a discutir à respeito
da alimentação do paciente.
118
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES
DIAGNOSTICADOS
COM
MEDULOBLASTOMA
DURANTE
O
TRATAMENTO ANTINEOPLASICO
Jéssica Marina Rodrigues De Castro, Karen Jaloretto Teixeira Guedes,
Priscila Dos Santos Maia Lemos
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Os tumores de sistema nervoso central são considerados
os mais frequentes tumores sólidos na pediatria. Dentre estes, um dos
mais prevalentes é o meduloblastoma. Meduloblastoma é
considerado um câncer de alto risco nutricional, fato este que se deve
provavelmente a características do próprio tumor, mas também
devido ao seu tratamento antineoplásico, prolongado e multimodal,
sendo no geral cirúrgico, seguido pela radioterapia (crânio e
neuroeixo) e quimioterapia. Objetivo: Analisar a evolução do estado
nutricional durante as fases do tratamento oncológico, de pacientes
de um instituto de oncologia pediátrica de referência em SP, com
diagnóstico de Meduloblastoma. Metodologia: Estudo longitudinal
coorte retrospectivo, no período de 2010 a 2015, de pacientes
diagnosticados com meduloblastoma. Avaliados em 3 fases: início do
tratamento (após ressecção cirúrgica), no período pós quimioterapia
concomitante a radioterapia, e ao término do tratamento. Resultados:
12 indivíduos, 7 (58,3%) do gênero masculino e 5 (41,7%) do feminino.
Em todas as fases do tratamento a maior parte dos pacientes teve
perda de peso. Houve involução dos valores adequados para abaixo
do adequado na medida de área muscular do braço, principalmente
na segunda fase do tratamento. Em relação ao estado nutricional, ao
início do tratamento, nenhum indivíduo apresentava-se em
diagnóstico nutricional de magreza/magreza acentuada, estando a
maior parte em eutrofia (58,3%), eutrofia de risco nutricional (25%) e
outros em sobrepeso (16,7%). Na segunda fase do tratamento, a
maior parte dos pacientes involuiu para eutrofia de risco nutricional
(41,7%), alguns chegando a magreza (25%) e outros permanecendo
em eutrofia (16,7%) e sobrepeso (16,7%). Na última fase do
tratamento, a maior parte dos pacientes se encontrava em estado
nutricional de eutrofia (41,7%), porém nenhum em sobrepeso e
alguns em magreza (16,7%) e magreza acentuada (8,3%), além de
eutrofia de risco nutricional (33,3%). Conclusão: Todos os pacientes
evoluíram para um pior estado nutricional, sendo que alguns
chegaram a desnutrição. O peso ao início do tratamento acaba não
sendo recuperado, mesmo após aproximadamente 1 mês do término.
Sendo assim, é de grande importância a intervenção nutricional
preventiva e o mais breve possível nestes pacientes que passam por
um tratamento multimodal, evitando-se assim que os pacientes
cheguem a um estado nutricional de desnutrição, o qual se torna mais
difícil para recuperação posteriormente.
CARACTERIZAÇÃO
DE
PACIENTES
ACOMPANHADOS
AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DE ONCO-HEMATOLOGIA
NO
Ana Claudia Oliveira Jacintho Da Silva, Bianca Stachissini Manzoli,
Giuliana Bouchabki Miguel, Karina Helena Canton Viani, Marina
Neto Rafael, Vanessa Oliveira
INSTITUTO DA CRIANÇA – ITACI - FMUSP, São Paulo, SP
Introdução: É reconhecido o impacto nutricional causado pelo
tratamento oncológico nos pacientes pediátricos. A desnutrição
apresenta-se como uma das complicações da quimioterapia e dos
requerimentos aumentados causados pelo desenvolvimento da
doença, como também o sobrepeso e obesidade são observados
pelo uso de algumas medicações e como desfecho comum em
pacientes fora de terapia, acompanhados de risco cardio-metabólico
aumentados. Os pacientes com doenças hematológicas podem
apresentar redução de crescimento e desenvolvimento além de uma
aceleração do metabolismo, com aumento das necessidades de
proteína, energia e minerais. Assim, se faz importante o
acompanhamento ambulatorial para permitir o estabelecimento de
rotinas de terapia nutricional, proporcionando-lhes maior qualidade
de vida. Objetivo: Determinar o perfil epidemiológico, nutricional e
a distribuição etária dos pacientes acompanhados no ambulatório
de
nutrição.
Metodologia:
Foram
coletados
dados
retrospectivamente de todos os pacientes atendidos durante o
período de setembro de 2015 a setembro de 2016. Os pacientes
foram agrupados da seguinte forma: oncologia, hematologia e fora
de terapia (5 anos após último tratamento oncológico). Foi
determinado o perfil nutricional, segundo classificação do percentil
de circunferência de braço (pCB) por Frisancho 1990, e distribuição
etária de cada grupo. Resultados e Conclusão: Dos 728
atendimentos realizados no período de 1 ano, 87% destinaram-se a
pacientes oncológicos, 7% à pacientes da hematologia e 6% aos
pacientes fora de terapia. Dos pacientes da oncologia, 35% tinham
idades entre 0 a 5 anos e 48% entre 5 e 15 anos. Em 33% dos
atendimentos foi constatado desnutrição (pCB<5) e 9% obesidade
(pCB>95). Dos pacientes fora de terapia 45% encontravam-se entre
10 e 15 anos de idade e 38% acima de 15 anos. Desnutrição e
obesidade foram observadas em 5% e 21% dos atendimentos,
respectivamente. Nos pacientes hematológicos, 79% apresentavam
entre 5 a 15 anos de idade. Do total desta clínica, foi constatado o
mesmo percentual de desnutrição e obesidade (19%). A
identificação da distribuição etária dos pacientes e os grupos com
maior ocorrência de agravos nutricionais é importante para
estabelecer condutas específicas e protocolos de atendimento
visando atuação do nutricionista desde o início do tratamento, para
evitar deficiências nutricionais e melhor resposta ao tratamento.
119
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CB E PCT COMO MARCADORES PRECOCES DA DESNUTRIÇÃO EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS HOSPITALIZADOS
a
b
Jullyana Flávia Rocha Alves , Rosalya Melo Santos , Vanessa Tavares
a
Ameida, Derberson Jose Nascimento Macedo , Mecneide Mendes
a
a
Lins , Thatyane Monick Castro Macena
a INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO
FIGUEIRA, Pernambuco, Brasil
b FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE, Pernambuco, Brasil
Introdução: O câncer é uma doença crônica e multicausal
caracterizada pelo crescimento descontrolado das células, sendo uma
das principais causas de óbito entre o grupo infanto-juvenil. Estudos
demonstram que a identificação precoce do risco de desnutrição e a
avaliação do estado nutricional nessa população permitem que sejam
estabelecidas metas e a abordagem nutricional adequada prevenindo
complicações da doença. Objetivo: Avaliar o estado nutricional de
pacientes oncológicos pediátricos segundo três parâmetros
antropométricos. Metodologia: Estudo transversal, realizado nos
meses de maio a setembro de 2016, em um serviço de Oncologia
Pediátrica. A população foi composta por 100 pacientes de ambos os
sexos, entre 2 e 19 anos de idade nas primeiras 72h do internamento.
Foram excluídos pacientes em cuidados paliativos; portadores de
síndromes
genéticas,
condições
musculoesqueléticas
que
impossibilitassem a realização da antropometria. Foram coletados:
peso, estatura, circunferência do braço (CB) e prega cutânea tricipital
(PCT). Calculou-se o escore Z de IMC-para-idade (IMC/I), conforme
OMS (2006/2007), e para PCT e CB utilizou-se os critérios de Frisancho
(1990). As análises estatísticas foram feitas no programa SPSS v. 13.0
com nível de significância de 5%. Resultados e conclusão: Dentre os
100 pacientes avaliados, 54% eram do sexo masculino, sendo a faixa
etária mais prevalente de menores de 5 anos (39%). A maioria possuía
neoplasia do tipo hematológica (78%), seguida por tumorações sólidas
(22%). Quanto à avaliação antropométrica, observou-se que 33%, 19%
e 21% da amostra apresentavam excesso de peso, segundo IMC/I, PCT
e CB, respectivamente, enquanto 63% eram eutróficos segundo IMC,
64% PCT e 59% CB. Já a desnutrição pelo IMC/I foi observada em
apenas 4%, 17% pela PCT e 20% CB nos pacientes. Ao analisar a
concordância entre o diagnóstico nutricional pelo IMC/I, CB e PCT,
verificou-se que as medidas de CB e PCT mostraram-se mais sensíveis
na identificação da desnutrição, sendo esse achado estatisticamente
significante (p<0,001). Os resultados evidenciam uma fraca correlação
(Kappa<0,39) entre os métodos antropométricos na avaliação do
estado nutricional de pacientes pediátricos com câncer. Assim, tornase fundamental a avaliação do estado nutricional nessa população por
diferentes métodos antropométricos, uma vez que se utilizados de
forma isolada podem subestimar o déficit nutricional, retardando uma
intervenção nutricional mais especializada.
CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA: UM BOM INDICADOR DE
DEPLEÇÃO DE MASSA MUSCULAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM NEOPLASIAS MALIGNAS?
Roberta Lucena Ferretti, Priscila Dos Santos Maia Lemos, Karen
Jaloretto Teixeira Guedes, Eliana Maria Monteiro Caran
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, São Paulo, Brasil
Introdução: As crianças e os adolescentes com neoplasias malignas
podem apresentar desnutrição precocemente, porém, este achado
pode estar subestimado quando apenas o Índice de Massa Corporal
é considerado, devido às diversas alterações metabólicas, estado de
hidratação, e os próprios efeitos colaterais causados pela terapia
antineoplásica. Medidas antropométricas são capazes detectar
precocemente a desnutrição, especificamente a depleção de massa
muscular, como a circunferência da panturrilha (CP), que é uma
medida simples, de baixo custo e de fácil aplicabilidade na prática
clínica. Objetivo: O principal objetivo deste trabalho é verificar se
existe correlação entre a medida da (CP) com a área muscular do
braço (AMB), Dobra Cutânea do Tríceps (DCT) e Índice de Massa
Corporal (IMC). Metodologia: Estudo com delineamento transversal
que avaliou crianças e adolescentes de 0 a 20 anos incompletos com
neoplasias malignas em um Instituto Especializado em Oncologia
Pediátrica entre outubro de 2015 a junho de 2016. Foram avaliadas
as medidas da CP, e, para cálculo da AMB, foram avaliadas a
circunferência do braço (CB) e DCT. Foram obtidos os valores de
peso (kg) e comprimento/estatura, para o cálculo do IMC. Todas as
medidas foram realizadas por avaliadores treinados, seguindo
técnicas antropométricas padronizadas pela literatura. Foi realizada
a correlação entre CP e as demais variáveis (AMB, IMC e DCT)
através da correlação da Pearson. Resultados E Conclusão: Dentre
os 1232 atendimentos, 56,41% (695) eram do sexo masculino. A
média de idade para o sexo masculino foi igual a 10,0 (±7,19) e para
o sexo feminino, 9,84 (± 7,16). Ao analisar a correlação entre a CP e
as demais variáveis independentes, verificou-que há as correlações
lineares e positivas entre CP e AMB (r=0,87), CP e IMC (r=0,79) e CP
e DCT (r=0,64). Conclui-se que existe forte correlação entre a
Circunferência da Panturrilha e as variáveis independentes
analisadas (AMB, IMC e DCT) sendo maior este desfecho entre CP e
AMB, fortalecendo que a CP, além de ser uma medida fácil e de
baixo custo para ser utilizada na prática clínica, apresenta forte
correlação com, principalmente a AMB, que também reflete os
depósitos de massa muscular, sendo um bom indicador para
acompanhamento do estado nutricional de crianças e adolescentes
com neoplasias malignas.
120
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO: UM INDICADOR PARA AVALIAÇÃO DO
ESTADO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
NEOPLASIAS MALIGNAS NO DIAGNÓSTICO?
COMPARAÇÃO DE PERDA DE PESO EM CRIANÇAS INTERNADAS NA
UTI PEDIÁTRICA POR CAUSAS ONCOLÓGICAS E NÃO ONCOLÓGICAS.
Roberta Lucena Ferretti, Priscila Dos Santos Maia Lemos, Karen
Jaloretto Teixeira Guedes, Eliana Maria Monteiro Caran
Juliana Dos Santos Marques, Fernanda Rodrigues Alves, Katia
Jarandilha Dos Santos, Adriana Seber, Marisa Chiconeli Bailer,
Roseane Vasconcelos Gouveia, Valeria Cortez Ginani, Larissa Lins
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, São Paulo, Brasil
HOSPITAL SAMARITANO DE SÃO PAULO, São Paulo, Brasil
Introdução: As neoplasias malignas em crianças e adolescentes irão
desencadear quadros de desnutrição, a qual pode estar subestimada
no diagnóstico da doença, ao se considerar Índices de Adiposidade
Geral, como o Índice de Massa Corporal (IMC). Indicadores
antropométricos podem ser capazes de detectar precocemente a
desnutrição, principalmente no momento do diagnóstico da doença.
Porém, é necessário que esses indicadores apresentem boa correlação
com aqueles que já são consagrados pela literatura científica por
predizerem a massa muscular do indivíduo, como a Área Muscular do
Braço (AMB) A circunferência do pescoço (CP) é uma medida simples,
de baixo custo e de fácil aplicabilidade na prática clínica. Objetivo: O
principal objetivo deste trabalho foi verificar se existe correlação entre
a medida da CP com a AMB de crianças e adolescentes com neoplasias
malignas no diagnóstico da doença. Metodologia: Estudo com
delineamento transversal que avaliou crianças e adolescentes de 0 a
20 anos incompletos com neoplasias malignas em um Instituto
Especializado em Oncologia Pediátrica entre dezembro de 2015 a
junho de 2016. Foram avaliadas as medidas da CP e, para cálculo da
AMB, foram avaliadas a circunferência do braço e dobra cutânea do
tríceps, todas realizadas por avaliadores treinados, seguindo técnicas
antropométricas padronizadas. A correlação entre CP e AMB foi
realizada através da correlação da Pearson. Resultados: Dentre os 40
atendimentos a pacientes casos novos, 50% (20) eram do sexo
feminino. A mediana de idade foi igual a 13,43 (±6,99) para o sexo
masculino, e 12,03 (±4,75) para o sexo feminino. A correlação entre a
CP e a AMB foi linear positiva e muito forte para ambos os sexos,
feminino (r=0,94) e masculino (r=0,93). Conclusão: Conclui-se que
existe forte correlação entre a CP e a AMB, para meninos e meninas,
podendo ser um indicador promissor na prática clínica, por sua
praticidade na aferição, baixo custo, detectando precocemente
alterações no estado nutricional destes indivíduos, permitindo rápida
intervenção e implementação de terapia nutricional.
Introdução: A identificação precoce da desnutrição e perda de peso
durante a internação é um instrumento importante para
intervenção nutricional precoce, principalmente em crianças
internadas por causas oncológicas. Objetivo: O objetivo foi
comparar a perda de peso de crianças internadas em UTI Pediátrica
por causas oncológicas e não oncológicas. Metodologia: Estudo
retrospectivo, realizado em um hospital privado na cidade de São
Paulo, Brasil. Foram analisadas todas as crianças internadas na UTI
Pediátrica no período de Janeiro a Dezembro de 2015, desde a sua
internação até a alta hospitalar. Os dados referentes à perda de
peso e diagnóstico foram coletados pelo prontuário eletrônico e os
dados analisados através de planilha Excel. Resultados: Foram
avaliadas 457 crianças em 2015 com faixa etária entre 1 mês a 17
anos de idade. Dessas crianças, 417 eram do grupo não oncológico,
sendo que 130 perderam peso, representando 31% dos pacientes,
sendo que 5 crianças internaram Eutróficas e mudaram de Estado
Nutricional para Magreza no momento da alta, as demais crianças
mantiveram o Estado Nutricional de internação. A média de perda
ponderal foi de 3,5%. O período de internação médio foi de 6 dias.
Já o grupo dos pacientes internados por causas oncológicos foi de 40
pacientes, sendo que 14 perderam peso, representando 35% dos
pacientes, sendo que 1 criança internou Sobrepeso e mudou de
Estado Nutricional para Eutrofia no momento da alta, as demais
crianças mantiveram o Estado Nutricional de internação. A média de
perda ponderal foi de 6%. O período de internação médio foi de 23
dias. Conclusão: O estudo mostra que os pacientes internados por
causas oncológicas apresentaram maior perda de peso durante o
período de internação, sendo o período de internação maior.
Portanto a assistência nutricional prestada a esses pacientes deve
ser priorizada e uma intervenção precoce da terapia nutricional
deve ser instituída visando minimizar a perda ponderal desses
pacientes.
121
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CORRELAÇÃO ENTRE A CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO E A ÁREA
MUSCULAR DO BRAÇO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
NEOPLASIAS MALIGNAS
ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL SOCIOECONÔMICO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES PORTADORES DE NEOPLASIA MALIGNA EM DOIS
CENTROS HOSPITALARES PÚBLICOS DA CAPITAL DE UM ESTADO
Roberta Lucena Ferretti, Priscila Dos Santos Maia Lemos, Karen
Jaloretto Teixeira Guedes, Eliana Maria Monteiro Caran
Luciane Beitler Da Cruz, Mariéle Valentini, Laura De Carvalho Bastos
Domingues, Lauro José Gregianin
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, São Paulo, Brasil
HOSPITAL DE CLÍNICAS, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: A desnutrição em crianças e adolescentes com neoplasias
malignas pode estar subestimada no diagnóstico da doença quando se
considera apenas o Índice de Massa Corporal. Medidas
antropométricas são capazes detectar precocemente a desnutrição. A
circunferência do pescoço (CP) é uma medida simples, de baixo custo
e de fácil aplicabilidade na prática clínica. Objetivo: O principal
objetivo deste trabalho é verificar se existe correlação entre a medida
da (CP) com a área muscular do braço (AMB). Metodologia: Estudo
com delineamento transversal que avaliou crianças e adolescentes de
0 a 20 anos incompletos com neoplasias malignas em um Instituto
Especializado em Oncologia Pediátrica entre outubro de 2015 a junho
de 2016. Foram avaliadas as medidas da CP e, para cálculo da AMB,
foram avaliadas a circunferência do braço e dobra cutânea do tríceps,
todas realizadas por avaliadores treinados, seguindo técnicas
antropométricas padronizadas pela literatura. Foi realizado o teste
qui-quadrado para verificar a associação entre a inadequação de AMB
e os sexos, com nível de significância p<0,05. A correlação entre CP e
AMB foi realizada através da correlação da Pearson. Resultados:
Dentre os 647 atendimentos, 57,34% (371) eram do sexo masculino. A
média de idade para o sexo masculino foi igual a 9,07 (±6,08) e para o
sexo feminino, 8,65 (± 5,78). A correlação entre a CP e a AMB foi linear
positiva e forte (r=0,80), sendo observado maior coeficiente de
correlação para o sexo masculino em relação ao feminino (r=0,84 vs
r=0,74). Houve diferença significativa entre os sexos e inadequação da
AMB (p=0,01). Conclusão: Conclui-se que existe forte correlação entre
a CP e a AMB, sendo maior este desfecho para o sexo masculino.
Introdução: As neoplasias malignas podem causar um impacto
sobre o estado nutricional (EN) de crianças e adolescentes,
ressaltando a importância de realizar avaliação nutricional ao
diagnóstico e durante o tratamento. Os fatores socioeconômicos,
além de estarem relacionados com as condições de saúde
comprometendo o EN dos pacientes, também colaboram para a
desigualdade no acesso aos centros especializados, influenciando
nas taxas de morbimortalidade do câncer infantil. Objetivo:
Descrever o EN e o perfil socioeconômico de crianças e adolescentes
com neoplasia maligna em hospitais públicos. Metodologia: Estudo
transversal com pacientes ao diagnóstico de câncer, entre 0 e 19
anos, internados em dois hospitais públicos da capital de um Estado,
entre outubro de 2013 e novembro de 2014. Um único pesquisador
realizou a avaliação do EN através dos critérios preconizados pela
Organização Mundial da Saúde 2006/2007, considerando os
parâmetros: Índice de Massa Corporal/Idade, Circunferência
Braquial/Idade e Dobra Cutânea Triciptal/Idade, e aplicou dois
questionários: um de classificação econômica, da Associação
Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), e um sociodemográfico,
respondidos pelos pais ou responsáveis. Resultados e Conclusão:
Incluídos 102 pacientes com mediana de idade de 6,9 (0 a 18,9)
anos, sendo 53,9% do sexo masculino e 70,6% de cor branca. Os
diagnósticos mais frequentes foram leucemias (42,2%) e linfomas
(15,7%). Em relação ao estado nutricional, 5,9% estavam
desnutridos, 7,8% em risco para baixo peso, 59,8% eutróficos, 10,8%
em riso para sobrepeso, 6,9% estavam com sobrepeso e 8,8%
obesos. Pacientes procedentes da capital e região metropolitana do
estado somavam 64,7%, 33,3% das demais regiões do estado e 2,0%
de cidades de um estado vizinho. Em relação à classe econômica,
3,9% dos pacientes pertenciam à classe A, 24,5% classe B, 52,0%
classe C e 19,6% às classes D e E. O sistema de saúde mais utilizado
mais pela família do paciente era o SUS (91,2%). Não houve
associação significativa entre classe econômica e EN. Os achados
indicam que o câncer é uma doença que atinge a todas as classes
econômicas e que há necessidade de realizar uma abordagem
nutricional precoce e ativa, diante do número considerável de
pacientes, tanto com excesso, como deficiência de peso.
122
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EVOLUÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES PEDIÁTRICOS
ATENDIDOS EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO DE REFERÊNCIA NO
BRASIL
IMPACTO NO GANHO PONDERAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA PH+ EM USO DE IMATINIBE:
ACOMPANHAMENTO EM 12 ANOS DE USO.
Mariana dos Santos Murra, Yara Cristina Paiva Maia, Erica Boldrini,
Bianca Sakamoto Ribeiro Paiva
Luciana Dos Santos Domingues, Ana Virginia Lopes De Sousa,
Adriana Aparecido Siviero Miachon, Maria Lucia De Martino Lee
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O estado nutricional adequado, durante o tratamento
oncológico pediátrico garante melhores desfechos para o tratamento.
Alterações nutricionais neste período vão desde desnutrição até
obesidade, aumentando os riscos e piora na qualidade de vida do
paciente até mesmo após a terapia. Objetivo: Avaliar a evolução do
estado nutricional de pacientes oncológicos pediátricos atendidos em
um hospital de referência no Brasil. Materiais e métodos: Estudo
longitudinal com coleta retrospectiva, nos períodos de 2012 e 2013.
Os pacientes foram estratificados pela faixa etária, pelo diagnóstico
oncológico e em relação ao estado nutricional em 4 momentos
(diagnóstico, 30 dias, 6 meses e 12 meses após o diagnóstico). Foram
coletados dados clínicos e antropométricos (peso e estatura) foi
traçado o Índice de massa corporal (IMC) segundo as curvas da
Organização Mundial da Saúde. Resultados: Incluiu-se até o momento
77 prontuários. O estado nutricional entre 0 e 5 anos, para tumores
sólidos eram eutróficos nos períodos, os hematológicos sobrepeso nos
períodos e 12 meses após o diagnóstico eram obesos e os SNC eram
sobrepeso ou obesos. De 6 a 9 anos, os tumores sólidos ao diagnóstico
e aos 6 meses eram eutróficos e sobrepesos e após 12 meses eram
eutróficos, os hematológicos ao diagnóstico eram eutróficos e
sobrepeso, a partir de 30 dias eutróficos, os SNC eram eutróficos e
obesos ao longo dos 12 meses. De 10 a 13 anos, os sólidos e os de SNC
eram eutróficos aos 12 meses após diagnóstico, diferente dos
hematológicos, eram obesos durante 12 meses. De 14 a 18 anos, os
sólidos e hematológicos eram desnutridos, eutróficos e sobrepesos ao
longo do acompanhamento, e os tumores de SNC foram eutróficos.
Conclusão: Considerar o estado nutricional segundo a idade, patologia
e o tipo de tratamento, torna-se importante para o tratamento
adequado do paciente e objetivando melhorar sua qualidade de vida.
Introdução: A introdução do imatinibe (IM) no tratamento da
leucemia mieloide crônica Ph+ (LMC-Ph+) no grupo pediátrico, assim
como em adultos, resultou em mudanças de paradigmas tanto em
relação a sobrevida livre de progressão, quanto na indicação de
transplante de células tronco hematopoiéticas. Consequentemente,
além do seguimento dos alvos de resposta, o acompanhamento dos
efeitos adversos a longo prazo torna-se cada vez mais importante. O
ganho ponderal ocorre em cerca de 10% dos pacientes adultos, o
quanto isso ocorre no grupo pediátrico não tem sido alvo de maior
atenção. Objetivo: Descrever a incidência e percentual de ganho
ponderal em um grupo de pacientes pediátricos com LMC-Ph+
tratados com IM. Metodologia: Estudo observacional, descritivo,
retrospectivo, não comparativo de 12 pacientes menores de 21
anos, em uso de imatinibe, na dose de 260 a 340 mg/m²/dia. O
peso inicial foi considerado a partir da introdução da droga.
Resultados: A média de idade de início do IM foi de 12,4 anos (518), 4/12 com idade inferior a 12 anos. A média de ganho ponderal
observada no grupo foi de 42% (11,1-72,8%), nos menores de 12
anos foi de 58% (43,7 – 72,8%), com mediana de seguimento 9,5
anos (0,9-12,6 anos). Embora, sem impacto no cálculo do Z score do
peso para idade, dada a consideração de que esse grupo de
pacientes manteve o crescimento estatural, houve evidente
aumento ponderal além do esperado em relação ao diagnóstico.
Conclusão: No nosso grupo de pacientes ocorreu um ganho de peso
ponderal de 42%, sendo observada uma maior tendência (média
58%) no grupo com idade inferior a 12 anos. A incidência de
sobrepeso observada em nossos pacientes pode ser secundária a
uma complexa etiologia, que precisa ser melhor estudada na
população pediátrica e reforça a importância do acompanhamento
com endocrinologista e orientação nutricional nesse grupo de
pacientes.
123
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, PROTEÍNA C REATIVA E ALBUMINA NA
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
CÂNCER EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA DE
UM CENTRO DE TRATAMENTO ONCOLÓGICO
a
a
Wanelia Vieira Afonso , Wilza Arantes Ferreira Peres , Danúbia Da
a
a
Cunha Antunes Saraiva , Nivaldo Barroso De Pinho , Géssica Castor
b
c
b
Fontes De Lima , Gabriella Pinto Belfort , Patricia De Carvalho Padilha
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
b INJC/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil
c IFF, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: Uma abordagem nutricional adequada em pacientes
internados na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) requer
uma avaliação nutricional criteriosa. Porém, não há consenso sobre o
melhor método de avaliação nutricional de pacientes pediátricos em
cuidados intensivos. Objetivo: Verificar a influência do estado
nutricional segundo o indicador antropométrico, concentrações
séricas de Proteína C Reativa (PCR) e albumina na admissão nos
desfechos tempo de internação (TI) e tempo de ventilação mecânica
(TVM) de crianças e adolescentes internados na UTIP de um Centro de
Tratamento Oncológico do Rio de Janeiro. Métodos: Estudo
longitudinal, observacional, retrospectivo, com todas as crianças e
adolescentes admitidos ao longo do ano de 2013. Foram elegíveis
aqueles com diagnóstico de neoplasia maligna, idade entre 1 e 18
anos, TI > 72h e que fizeram uso da TNE durante a internação na UTIP.
Os pontos de corte adotados para classificação do IMC foram: abaixo
do adequado (baixo peso e risco nutricional) < -1 DP escore z;
Adequado > -1 e < +1 DP escore z; e acima do adequado > +1DP
escore z. Foram avaliadas as concentrações séricas de albumina e PCR,
sendo os valores inferiores a 3,2 g/dL para albumina e acima de
2,0mg/dL para PCR considerados inadequados. A comparação de
medianas das variáveis contínuas relacionadas ao TI e TVM foram
avaliadas por meio dos testes não paramétricos Mann-Whitney e
Kruskal Wallis. A curva de Kaplan-Meier avaliou a influência do Índice
Massa Corporal (IMC), PCR e albumina sobre o TI e TVM. O valor de
significância adotado foi de p<0,05. Resultados: Foram selecionados
54 pacientes, mediana de idade de 8,02 (2,35-12,79) anos. A
frequência de IMC abaixo e acima do adequado foi 23,5% (n=12) e
29,4% (n=15), respectivamente. O percentual de crianças com
concentrações séricas de PCR >2 mg/dL e albumina <3,2 g/dL foi de
64,8% (n=35) e 40,7% (n=22). Os critérios utilizados para a avaliação
nutricional na UTIP (IMC, concentrações séricas de PCR e albumina)
não estiveram associados aos desfechos clínicos TI e TVM (p>0,05).
Conclusão: Diante da falta de associação entre IMC, PCR e albumina
com os desfechos clínicos demonstrada nesta casuística, acredita-se
que outros métodos de avaliação nutricional, como a avaliação da
composição corporal, o ângulo de fase e a avaliação subjetiva global,
devam ser estudados em crianças e adolescentes com câncer em
UTIP, a fim de identificar o método mais adequado para ser utilizado
nesta população.
INTERVENÇÃO ALIMENTAR EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
a
a
Mariana Bogarim Ferrerira , Raquel Borges Cunha , Larissa Borges
b
c
a
Buainain , Rosemarly Candil Mendes , Karla De Toledo Muller
a UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO, Mato Grosso do Sul, Brasil
b CENTRO DE ATENDIMENTO ONCO-HEMATOLÓGICO INFANTIL E
ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DAS CRIANÇAS COM CÂNCER, Mato
Grosso do Sul, Brasil
Introdução: O câncer infanto-juvenil deve ser estudado
separadamente do câncer do adulto por apresentar diferenças nos
locais primários, diferentes origens histológicas e diferentes
comportamentos clínicos. É uma doença catabólica, em que o tumor
maligno atua de forma a consumir as reservas nutricionais do
hospedeiro, levando ao prejuízo nutricional. Uma alimentação
equilibrada tem papel significativo na recuperação de enfermos e na
conservação da saúde. A dieta é a única forma de fornecimento de
nutrientes ao paciente, como forma de prezar ou recuperar o seu
estado nutricional, sendo assim, a alimentação não deve ser vista só
no sentido de suprir as necessidades fisiológicas do paciente, e sim
proporcionar um bem estar físico e mental. Objetivo: Esse estudo
teve o objetivo de estimular à adesão e o prazer de consumir as
dietas oferecidas as crianças portadoras de câncer atendidos em
uma única instituição, através das técnicas gastronômicas.
Metodologia: Trata-se de um ensaio clínico não randomizado, foram
coletados dados durante 14 dias consecutivos com duas etapas:
intervenção e verificação levantando-se os índices de resto-ingestão
e de aceitabilidade das amostras obtidas (almoço). A amostra total
foi de 57 pacientes sendo desses 27 nos dias de verificação e 30 nos
dias de intervenção. Resultados: Foi realizado o teste t student
independente, tendo como resultado de resto ingestão (p=0,43,
teste Mann-Whitney), observou-se que não houve diferença
significativa entre as duas etapas analisadas, ou seja, a quantidade
rejeitada de alimentos pelos participantes dos dois grupos foi
equivalente. Já de acordo com Vaz13, obteve-se uma diminuição do
rejeito alimentar de 20%, o que neste contexto já é muito
significativo. No indicador de aceitabilidade obteve-se 2% de
aumento após a intervenção. Conclusão: A partir dos resultados
observou-se a necessidade de se avaliar por mais dias e fazer uma
coleta pareada, analisando o paciente estando em tratamento e
após tratamento quimioterápico.
124
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ATENDIDAS
AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICO
EM
UM
Adneuza De Araujo Santos, Fernanda Orrico Farias, Marilia Santos
Almeida, Luciana Nunes Silva.
HOSPITALL MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil
Introdução: o câncer é uma doença crônica não transmissível,
multicausal, caracterizada pela proliferação descontrolada, rápida e
invasiva de células com alteração no seu material genético. É uma
doença catabólica que consome as reservas nutricionais do paciente,
devido ao aumento do gasto energético pela atividade tumoral
presente. O câncer infantil compreende 0,5% a 3,0% de todas as
neoplasias malignas. Entre os tumores mais comuns da infância estão
às leucemias, com incidência de aproximadamente 30,0% dos casos. A
desnutrição energético-proteica é observada com frequência em
crianças com câncer de alto grau de malignidade. Nas neoplasias
disseminadas, chega a alcançar até 50% dos casos, estando mais
associada a determinadas condições, que dependem do tipo,
localização e malignidade do tumor, estágio da doença e tipo de
terapêutica. Objetivo: avaliar o estado nutricional dos pacientes com
diagnóstico confirmado na primeira consulta da nutrição. Métodos:
trata-se de um estudo transversal, descritivo e retrospectivo. A
amostra foi composta de todas as crianças atendidas de janeiro de
2015 a junho de 2016, em um ambulatório referência em oncologia
pediátrica. Critérios de inclusão: ambos os sexos, idade entre 01 mês e
16 anos, pacientes não recidivados. Critérios de exclusão: dados
incompletos no prontuário e pacientes que a consulta de nutrição foi
após 30 dias da confirmação do diagnóstico clínico. Foram aferidas
medidas de peso e altura na primeira consulta da nutrição. Foram
calculados os escores z dos indicadores antropométricos peso/idade
(P/I), altura/idade (A/I), peso/altura (P/A) e índice de massa
corporal/idade (IMC/I), utilizando os softwares Anthro e Anthro Plus
disponibilizados pela Organização Mundial de Saúde. Resultados e
Resultados e Conclusão: foram avaliadas 47 crianças, sendo vinte e
cinco crianças do sexo masculino (53,2%). Em relação à procedência,
48,9% são da cidade de Salvador e 51,1% de outros municípios do
Estado da Bahia. De acordo com o escore z de P/A, P/I, IMC/I e A/I
para o diagnóstico nutricional na primeira consulta com a nutrição,
observou-se maior prevalência de eutrofia em 70,2% (n = 33) dos
pacientes, seguido de magreza com 12,8% (n = 6), sobrepeso com
8,5% (n = 4) e magreza acentuada e obesidade com 4,3% (n = 2) cada.
Pode-se avaliar que no início do tratamento, a maioria das crianças
apresenta o estado nutricional preservado. Porém, o
acompanhamento nutricional é essencial pelos inúmeros efeitos
colaterais e redução de peso.
PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES ACOMPANHADOS
AMBULATÓRIO DE ONCOHEMATOLOGIA PEDIÁTRICA.
NO
Juliana Moura Nabarrete, Ana Paula Noronha Barrere, Marcia
Tanaka, Bianca Laselva De Sá, Fabiana Lucio, Luana Silva, Silvia Maria
Fraga Piovacari, Juliana Mayumi Iwakura.
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, São Paulo, Brasil
Introdução: A terapia antineoplásica poderá promover eventos
adversos e impactar no estado nutricional. Além disso, sabe-se que
déficits nutricionais poderão contribuir em menor tolerância,
toxidade e aumento de morbimortalidade. O conhecimento do
estado nutricional(EN) traz à equipe que acompanha a criança
ferramentas para realizar uma terapia nutricional mais adequada.
Objetivo: Descrever o perfil nutricional dos pacientes
acompanhados no ambulatório de oncohematologia pediátrica.
Metodologia: Foi realizado estudo retrospectivo, no período de
fevereiro de 2013 a agosto de 2016.Foram coletados dados
antropométricos:
peso(P),estatura(E),índice
de
massa
corpórea(IMC),circunferência de braço(CB) e dobra cutânea
triciptal(DCT).A classificação do estado nutricional foi de acordo com
as recomendações da Organização Mundial de Saúde(OMS,20062007) para z-score P/E para menores de 2 anos e IMC/I para maiores
de 2 anos. No que se refere, CB e DCT foram classificadas de acordo
com as recomendações Frisancho,2008. Resultados e Conclusão:
Inicialmente 86 pacientes foram elegíveis ao estudo, entretanto 23
foram excluídos, pois não eram pacientes oncológicos, o que
resultou em 63 pacientes e 688 avaliações nutricionais realizadas
em momentos diferentes do tratamento.A média de idade foi de
6,63 anos e o desvio padrão 4,24.A maior prevalência foi de sexo
masculino(56%).Foram divididos em 3 grupos tumores
hematológicos(TH),
sólidos(TS)
e
de
sistema
nervoso
central(SNC),correspondente respectivamente a 57,1%, 30,2%,
12,7%.Quanto ao EN na analise do z-score 62,7% apresentam
eutrofia, 13,6% obesidade grave, 13,4% sobrepeso, 11,8% risco de
sobrepeso, 7% obesidade, magreza 1,3% e 0,1% magreza acentuada.
CB e DCT foram realizadas em 37 pacientes, totalizando 154
avaliações(22,4%).Quando avaliado o estado nutricional por estes
parâmetros respectivamente 81,8% e 85,7% estavam dentro do
adequado, ou seja, entre os percentis 5 e 95.Abaixo do adequado
4,5% CB e 2,6% DCT e acima do adequado 13,6% e 11,7%
respectivamente. Os resultados demonstram que a maioria dos
pacientes encontram-se eutróficos, porém 45,8% estão acima do
peso(sobrepeso, obeso ou risco de sobrepeso),dado que poderá ser
justificado pelo diagnóstico(maioria das crianças apresentavam TH e
utilizavam medicações que estimulam o ganho de peso).
125
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES PEDIÁTRICOS PORTADORES DE
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA, TRATADOS EM UMA ÚNICA
INSTITUIÇÃO, UTILIZANDO PROTOCOLO GBTLI 2009
a
b
Larissa Borges Buainain , Mariana Bogarim Ferrerira .
CENTRO DE ATENDIMENTO ONCO-HEMATOLÓGICO INFANTIL E
ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DAS CRIANÇAS COM CÂNCER, Mato Grosso
do Sul, Brasil
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO, Mato Grosso do Sul, Brasil
Introdução: A leucemia é uma doença com causas multifatoriais, além
dos fatores genéticos, os fatores ambientais, as infecções virais e as
imunodeficiências podem predispor crianças à leucemia. A incidência
de câncer em crianças e adolescentes é rara comparado ao câncer em
adultos. O câncer pediátrico mais comum é a leucemia (25% a 35%). A
perda de peso e a desnutrição são observadas, em média, em 60% dos
casos, relacionando-se assim, a um pior prognóstico. Nos pacientes
pediátricos a ocorrência de desnutrição é bem maior, e este fator se
liga diretamente na sobrevida e resposta ao tratamento. Este trabalho
teve o objetivo de avaliar o estado nutricional de crianças portadoras
de leucemia linfóide aguda, tratados em uma única instituição
utilizando o protocolo GBTLI 2009. A amostra contou com 36
pacientes de 2 a 19 anos de idade, durante o período de 2013 a 2016.
Foi avaliado o IMC/I e a partir do resultado, foram classificados
conforme a tabela da OMS de 2006/2007. Foi aferida a circunferência
do braço (CB), a prega cutânea triciptal (PCT) e calculada a
circunferência muscular do braço (CMB). Os resultados foram
comparados com o padrão de Frisancho, 1990. Dos 36 pacientes
avaliados, 14 (38,8%) eram pacientes do sexo feminino e 22 (61,1%)
sexo masculino. De acordo com a avaliação do IMC/I, 01 paciente
(2,77%) apresentou magreza acentuada, 3 pacientes (8,33%) magreza,
28 pacientes (77,77%) eutrofia, 03 pacientes (21,42%) sobrepeso e 1
paciente (2,77%) obesidade. Em relação às dobras, 13 pacientes
(36,11%) apresentaram classificação abaixo do adequado, na
circunferência do braço, 21 pacientes (58,33%) adequado e 2
pacientes (5,55%) abaixo do adequado. De acordo com a PCT, 7
pacientes (19,44%) foram classificados abaixo do adequado, 23
pacientes (63,88%) adequado e 6 pacientes (16,66%) abaixo do
adequado. Em relação a CMB, 6 pacientes (16,66%) apresentaram
classificação abaixo do adequado, 25 pacientes (69,44%) adequado e 4
pacientes (11,11%) acima do adequado. A partir dos resultados
obtidos, observou-se à importância do acompanhamento dos
pacientes com classificação abaixo ou acima do adequado, pois um
quadro com classificação de eutrofia e/ou adequado irá contribuir na
melhora da saúde do individuo, melhor qualidade de vida e resposta
terapêutica, prevenindo e corrigindo déficits nutricionais.
PERFIL NUTRICIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER – RESULTADOS
PRELIMINARES
Luciane Beitler Da Cruz, Juliana Zortéa, Laura De Carvalho Bastos
Domingues, Lauro José Gregianin.
HOSPITAL DE CLÍNICAS, Rio Grande do Sul
Introdução: Crianças em geral necessitam de auxílio para as
atividades de vida diária e, quando acometidas por câncer, essas
necessidades se intensificam de acordo com a agressividade da
doença e do tratamento. Estudos abordando os prejuízos
nutricionais em cuidadores de crianças com câncer são raros ou
superficiais. Portanto, tornam-se necessários estudos abordando a
qualidade de vida no binômio paciente/cuidador, pois, quanto
melhor o cuidador estiver física e psicologicamente melhor será seu
auxílio junto ao paciente, contribuindo para o sucesso do
tratamento. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida e o perfil
nutricional de cuidadores de crianças e adolescentes com câncer
durante o período de tratamento. Metodologia: Trata-se de um
estudo de coorte. Foram incluídos cuidadores, de ambos os sexos,
de crianças e adolescentes portadores de câncer, no início do
tratamento. Cuidadoras gestantes, ou menores de 19 anos e,
cuidadores de pacientes em tratamento paliativo foram excluídos
do estudo. Foram realizadas três entrevistas, sendo a primeira em
até duas semanas do diagnóstico e as outras duas, ao terceiro e
sexto mês após o início do tratamento. Foram aplicados dois
questionários: o demográfico e o questionário SF-36. Além destes,
foi realizado o recordatório alimentar de 24 horas e a avaliação
antropométrica. Dados do diagnóstico, tratamento, dias de
internação e estado nutricional foram coletados do prontuário do
paciente. Resultados e Conclusão: Foram entrevistados 26
cuidadores nos três momentos do estudo. O recordatório alimentar
não mostrou mudanças significativas em relação à ingestão de
macronutrientes, mas nos tipos de gorduras ingeridos (P<0,001).
Quanto aos micronutrientes, notou-se redução no consumo de
cálcio e ferro ao longo do tempo (P<0,01). Os questionários de
qualidade de vida mostraram uma piora em relação a capacidade
funcional, limitações por aspectos físicos e emocionais, dor e saúde
mental na medida em que avançava o tratamento (P<0,001). Não
houve diferença significativa no perfil antropométrico dos
cuidadores nos três momentos de avaliação. Observou-se um
declínio na qualidade alimentar e piora de aspectos relacionados à
qualidade de vida dos cuidadores; desta forma, consideramos
importante investir nos cuidados nutricionais e psicológicos do
cuidador a fim de melhorar a assistência à criança doente.
126
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PREVALÊNCIA DE
ADMISSÃO
DE
HOSPITALIZADOS
SINTOMATOLOGIA GASTROINTESTINAL NA
PACIENTES
ONCOLÓGICOS
PEDIÁTRICOS
a
b
Jullyana Flávia Rocha Alves , Vitória Felício Souto , Amanda Veloso
Melo Cordeirob, Derberson Jose Nascimento Macedoa, Kellyane
a
Correia Cruza, Kaline Maria Maciel Oliveira .
a INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO
FIGUEIRA, Pernambuco, Brasil
b FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE, Pernambuco, Brasil
Introdução: O câncer é uma doença catabólica onde o tumor maligno
atua consumindo as reservas nutricionais do hospedeiro, levando ao
déficit nutricional (Garófolo, 2013). Os sintomas gastrointestinais são
comuns em pacientes oncológicos pediátricos, pois os mesmos
apresentam na neoplasia maligna, o comprometimento multifatorial
do sistema imune, por causa do próprio tumor, da caquexia, do menor
consumo alimentar, lesão cirúrgica e do tratamento multimodal (Dias
et al., 2006). Objetivo: Avaliar a prevalência de sintomatologia
gastrointestinal na admissão de pacientes oncológicos pediátricos
hospitalizados. Metodologia: Estudo transversal, realizado em um
serviço de Oncologia Pediátrica, entre os meses de maio e setembro
de 2016. Foram coletados dados clínicos, antropométricos e histórico
nutricional a partir de um questionário padronizado em até 72h da
admissão hospitalar. Os critérios de inclusão foram pacientes com
idades entre 2 e 19 anos, diagnosticados com neoplasia maligna e
exclusos de cuidados paliativos. As análises estatísticas foram feitas no
programa SPSS, versão 13.0, com nível de significância de 5%, sendo
aplicados os testes de Fisher e qui-quadrado. Resultados E Conclusão:
A amostra foi composta de 100 pacientes, sendo 54 do sexo masculino
e a maioria tinha diagnóstico de câncer hematológico (78%). As
alterações gastrointestinais foram: xerostomia (31%), náuseas e
vômitos (24%), anorexia (23%), mucosite (21%), constipação (21%),
diarreia (5%) e odinofagia (3%). Quanto ao tipo de tumor, dos
pacientes constipados (21), 71,4% tinham diagnóstico de tumor
sólido, sendo este sintoma mais prevalente naqueles com idade maior
que 10 anos (p=0,034). Em relação à anorexia, 47,8% dos que
apresentaram este sintoma tinham entre 5 a 10 anos. Já os pacientes
com mucosite, os mais afetados foram os menores de 5 anos (47,6%).
Quanto à prevalência por sexo e o diagnóstico de câncer, não houve
diferenças estatisticamente significantes. Os resultados demonstram
uma maior prevalência de tumores hematológicos entre os menores
de 5 anos, mas sem diferença estatisticamente significante. Acerca da
sintomatologia gastrintestinal, destacaram-se a anorexia, mucosite e
constipação, sendo esta última mais frequente em pacientes
oncológicos maiores, achado estatisticamente significante.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES DE TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL EM
UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ONCOLÓGICA PEDIÁTRICA
Bianca Caroline Elias, Nayara Dorascenzi Magri Teles, Priscila Dos
Santos Maia Lemos.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Em pacientes críticos oncológicos a terapia nutricional é
atualmente considerada como parte fundamental nos cuidados de
terapia intensiva e pode influenciar tanto a morbidade quanto a
mortalidade. Quando não é possível a utilização do trato
gastrintestinal, quando a nutrição enteral não é tolerada ou quando
não atende a meta calórica estabelecida a Terapia nutricional
Parenteral (TNP) é indicada. Objetivo: Avaliar os principais motivos
de indicação de TNP em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
oncológica pediátrica. Metodologia: estudo observacional
retrospectivo, com pacientes entre 0 e 18 anos de idade, entre
agosto de 2015 e julho de 2016 que receberam TNP por período
superior a 24 horas na UTI oncológica pediátrica. Resultados:
ocorreram 281 internações para 208 pacientes e 14 (6,7%)
indicações de TNP no período. Dos 14 pacientes que receberam
indicação de TNP, 10 pacientes (71,4%) eram do sexo masculino e 4
(28,5%) do sexo feminino. Entre os diagnósticos clínicos, 6 pacientes
possuíam Tumores de Sistema Nervoso Central (SNC) (42,8%), 2
apresentavam diagnóstico de Leucemia 14,3%), 2 de Osteosarcoma
(14,3%), 2 apresentavam diagnóstico de tumores benignos (14,3%),
1 de linfoma (7,1%) e 1 de hepatoblastoma (7,1%). Em relação ao
estado nutricional, 9 pacientes (64,5%) apresentavam desnutrição,
segundo escore de Índice de massa corporal (IMC) para Idade menor
que 2,0 e 5 pacientes apresentavam eutrofia. Com relação à
Circunferência do Braço 6 (42,8%) estavam acima do adequado, 4
(26,6%) abaixo do adequado, 1 (7,1%) adequado e 3 (21,4%) não
foram classificados por apresentarem idade inferior a 2 anos. O
principal motivo de indicação de TNP foi por dificuldade de
progressão da nutrição enteral (6/14 ou 43,0 %), seguido de jejum
devido quadro de enterocolite neutropênica (5/14 ou 35,7%) e as
demais indicações foram por quilotórax (1/14 ou 7,1%), mucosite
grau 4 (1/14 ou 7,1%) e obstrução do trato gastrintestinal (1/14 ou
7,1%). Conclusão: Pacientes em tratamento oncológico podem
apresentar toxicidades gastrintestinais importantes, as quais muitas
vezes impossibilitam a ingestão adequada, comprometendo seu
estado nutricional. A indicação de TNP suplementar à nutrição
enteral faz-se necessária em muitos casos. Ainda, o manejo da
enterocolite neutropênica consiste em antibioticoterapia e jejum via
trato gastrintestinal, justificando o grande número de indicações de
TNP no período.
127
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ONCOGENÉTICA
RELATO DE CASO – DIETOTERAPIA DE UM TUMOR DE FRANTZ
Stéphanie Christianini Caetano, Mariana Dos Santos Murra, Natália
Franciele Duran Leite.
HOSPITAL DO CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
Introdução: Tumores sólidos pseudopapilar do pâncreas conhecido
como tumor de Frantz, são raros, com maior incidência em mulheres
jovens. Objetivo: Relatar a história clínica e dietoterápica de uma
paciente com Tumor de Frantz. Metodologia: Busca bibliográfica e
ativa no prontuário. Relato de caso: T.R, sexo feminino, 16 anos,
eutrófica, história de dor abdominal há 4 anos. Nos últimos 5 meses,
apresentou apenas perda ponderal de 2 kg em 15 dias. Bom estado
geral, corada, anictérica, afebril, abdômen flácido e plano, com
nodulação de difícil precisão e timpanismo maciço na região do
hipocôndrio direito. Diagnosticada com Tumor de Frantz. Submetida à
gastroduodenopancreatectomia, retirada total do tumor e realizada 4
anastomoses. Após a cirurgia, há maior risco de carências nutricionais,
redução do volume gástrico e na produção de fator intrínseco, além
de má absorção e digestão. Resultados e Discussão: Permaneceu na
Terapia Intensiva por 5 dias, foi iniciada dieta líquida restrita no
terceiro dia pós operatório, caracterizada por baixo valor calórico e de
fácil absorção. Foi evoluída para líquida completa sem resíduos, com
restrição de laticínios, seguida de dieta pastosa sem resíduos,
mantendo a restrição de laticínios, apresentou boa tolerância à
evolução da dieta por isso, foi evoluída para branda hipolipídica, sem
resíduos, restrita em laticínios, alimentos fermentativos, grãos e
sementes. Em acompanhamento ambulatorial paciente manteve bom
estado geral, foi iniciada suplementação a base de soja, isenta de
sacarose. Após 3 meses, a dieta foi evoluída de forma lenta e gradual
liberando as restrições alimentares e suspensão do suplemento.
Conclusão: Tumor de Frantz são raros, necessitam de uma
dietoterapia adequada e individualizada para evolução do paciente.
A FUSÃO PAX5-AUTS2 ESTÁ ASSOCIADA COM DELEÇÃO COMPLETA
DE IKZF1 NA LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS
PRECURSORAS B: DESCOBERTA A PARTIR DE RELATO DE CASO
a
b
Bruno Almeida Lopes , Atalla Mnayarji , Thayana Conceição
a
a
c
c
Barbosa , Caroline Barbieri Blunck , Claus Meyer , Rolf Marschalek ,
b
a
Rosania Maria Basegio , Maria Do Socorro Pombo-De-Oliveira ,
a
Mariana Emerenciano .
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
b CENTRO DE TRATAMENTO ONCO-HEMATOLÓGICO INFANTIL,
CETOHI, Mato Grosso do Sul, Brasil.
c DIAGNOSTIC CENTER OF ACUTE LEUKEMIA/ INSTITUTE OF
PHARMACEUTICAL BIOLOGY/ZAFES, Alemanha.
Introdução: A leucemia linfoblástica aguda de células precursoras B
(LLA-CPB) é caracterizada por fusões gênicas recorrentes. Enquanto
algumas são mais frequentes, outras são mais raras (e.g. PAX5AUTS2). Ela resulta da translocação não balanceada:
t(7;9)(q11.2;p13.2), ainda pouco relatada na literatura. Objetivo:
Buscamos compreender o perfil clínico e molecular de pacientes
com PAX5-AUTS2 a partir de um relato de caso. Metodologia: Dados
clínicos do paciente foram divulgados mediante concordância dos
responsáveis legais da criança (CEP#005/06). Após o diagnóstico,
foram pesquisadas alterações recorrentes por RT-PCR e alterações
de número de cópias por MLPA. Em seguida, alterações genômicas
foram identificadas através de microarranjo e confirmadas por PCR
multiplex seguido por sequenciamento de Sanger. O transcrito
quimérico PAX5-AUTS2 foi detectado por RT-PCR, e a perda do
derivativo 7 foi determinada por FISH. Resultados: Menino de 14
meses de idade iniciou quadro de tosse e febre. Após administração
de antibiótico, os sintomas progrediram. A criança foi encaminhada
para o serviço de diagnóstico, onde foram identificadas
hepatoesplenomegalia, palidez cutânea e adenomegalias sem
sangramentos. Exames laboratoriais identificaram anemia (Hb 6,2
g/dL) e alta leucocitose (336,0 x 109 leucócitos/L), com 95% de
blastos e subsequente diagnóstico de LLA pro-B sem alterações
moleculares recorrentes. O MLPA mostrou que a amostra possuía
deleção completa de IKZF1, CDKN2A/2B e deleção parcial de PAX5.
Em seguida, o perfil genômico da amostra foi avaliado por
microarranjo, que indicou t(7;9)(q11.2;p13.2) com fusão PAX5AUTS2, confirmada por RT-PCR. A avaliação da amostra por FISH
mostrou que a translocação não balanceada gerou a perda do
derivativo 7, justificando a deleção de IKZF1 no paciente. O
tratamento inicial seguiu o protocolo INTERFANT-99 e, apesar da
remissão a partir do D28, a criança apresentou recaída isolada no
sistema nervoso central um ano após o diagnóstico. Foi iniciado
então o protocolo St Judes XIII e o paciente encontra-se bem e fora
de tratamento após nove anos do diagnóstico. Conclusão: O
paciente é o sexto caso na literatura com a fusão PAX5-AUTS2. Os
casos descritos apresentam idade ≤ 3 anos e alta frequência de
recaída. Como observado, a translocação não balanceada promove a
perda do derivativo 7 e, consequentemente, a deleção completa de
IKZF1. Este evento poderia justificar a alta taxa de recaída em
pacientes com PAX5-AUTS2.
128
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
A HETEROGENEIDADE MOLECULAR DE PACIENTES COM ETV6-RUNX1 E
SEU IMPACTO NO DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DA
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS PRECURSORAS B
Caroline Barbieri Blunck, Bruno Almeida Lopes, Marcela Braga
Mansur, Júlio César Santoro De Assis, Thayana Conceição Barbosa,
Maria Do Socorro Pombo-De-Oliveira, Mariana Emerenciano.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: As leucemias linfoblásticas agudas de células precursoras
B (LLAs-CPB) são caracterizadas por aberrações cromossômicas, como
a translocação t(12;21)(p13;q22). Esta resulta na fusão ETV6-RUNX1
considerada um marcador prognóstico favorável. Porém, recaídas
ocorrem em aproximadamente 20% desses pacientes. Recentemente,
criamos um algoritmos de teste para otimizar a identificação de ETV6RUNX1 através da expressão celular de CD9, cuja a baixa expressão se
apresentou como um forte preditor desta fusão. Estudos sugerem
que alterações secundárias podem afetar o curso terapêutico. Por
exemplo, níveis diferenciados da expressão do transcrito recíproco
RUNX1-ETV6 podem modificar a estratificação de risco terapêutico.
Objetivo: Neste estudo pretendemos caracterizar a heterogeneidade
molecular em pacientes diagnosticados com LLAs-CPB ETV6-RUNX1 e
correlacioná-la com a expressão celular de CD9 e com a classificação
de risco terapêutico atual. Metodologia: Aspirados de medula óssea
de pacientes foram analisados por citometria. Análises qualitativa e
quantitativa de CD9 foram realizadas para o direcionamento dos
testes moleculares. Reação da transcriptase reversa seguida de reação
em cadeia da polimerase (RT-PCR), PCR quantitativo (RT-qPCR) foram
realizados para a identificação e quantificação dos transcritos.
Hibridização in situ por fluorescência e Amplificação Multiplex
dependente de ligação de sondas foram usados para identificar
alterações gênicas adicionais. As análises estatísticas foram realizadas
no GraphPad Prism 5. Valores de p < 0,05 foram considerados
significativos. Resultados: Foram analisados 227 casos de LLA-CPB
entre 0-12 anos, no período de 2009 a 2015; 13 casos eram LLA pro-B
(CD10-); 186 casos de LLA-comum (CD10+) e 27 casos como LLA pré-B
(IgM+). A fusão ETV6-RUNX1 foi encontrada em 52 (23,7%) amostras e
a fusão recíproca RUNX1-ETV6 foi encontrada em 24/52 (46%). A
análise por FISH detectou a deleção do ETV6 em 18 casos e alterações
adicionais envolvendo o der(12)t(12;21) foram encontradas em 3
casos. Os casos com alterações adicionais tiveram maior expressão
celular de CD9 análise qualitativa > 64% e IMF > 218). Entre as
alterações adicionais identificadas por MLPA, as mais frequentes
afetaram os genes ETV6, CDKN2A/B, PAX5 e IKZF1. Conclusão: Nossos
dados apontam para importância de caracterizar a heterogeneidade
molecular em pacientes com a presença de fusão gênica ETV6-RUNX1
em LLAs-CPB como forma de auxiliar na classificação de risco
prognóstico atualmente utilizada.
A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA EGF/EGFR NA MANUTENÇÃO DO
STATUS TUMORAL EM SARCOMA DE EWING.
a
a
Nathalia Kersting Dos Santos , Bárbara Kunzler Souza , Igor Araújo
b
a
a
Vieira , Rafael Pereira Dos Santos , Danielly Brufatto Olguins , Lauro
a
a
a
José Gregianin , Algemir Lunardi Brunetto , Rafael Roesler , Caroline
a
b
Brunetto De Farias , Gilberto Schwartsmann .
a INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil.
Introdução: A família de tumores Sarcoma de Ewing compreende
neoplasias neuroectodérmicas, na qual os menos diferenciados são
denominados Sarcoma de Ewing (SE). O diagnóstico é mais
frequente na faixa etária até 10 anos e o índice de cura é de 50% a
70%. O Fator de Crescimento Epidérmico (EGF) e seu receptor
(EGFR) estão envolvidos no processo de tumorigênese em câncer de
cabeça e pescoço, pulmão e colorretal. Em neuroblastomas, altos
níveis de expressão proteica têm sido relacionados a um pior
prognóstico. Objetivo: avaliar a importância de EGF/EGFR na
tumorigênese em Sarcoma de Ewing. Metodologia: Para
experimentos de viabilidade, proliferação e clonogenicidade,
linhagens celulares SK-ES-1 e RD-ES foram expostas a EGF ou ao
inibidor da fosforilação do respectivo receptor (AG1478) por 72
horas, com doses variando de 0,01–1µg/mL e 5–40 µM,
respectivamente. A viabilidade e proliferação celular foram
avaliadas em hemocitômetro. A análise do ensaio clonogênico se
baseia em fotos 13 dias após tratamento, nas quais se avalia as
colônias em software ImageJ®. Para análise do ciclo celular, as
linhagens foram expostas ao AG1478 e 48hs após realizou-se análise
por citometria de fluxo. A técnica com X-Gal foi feita para avaliar
indução de senescência pelo AG1478, e, por western blot, análises
das vias de sinalização inerentes a proliferação foram feitas
mediante a exposição ao mesmo inibidor . A análise estatística foi
feita por teste de ANOVA e post-hoc Tukey, considerando
significância de p<0,05. Resultados e Conclusão: A exposição das
linhagens ao EGF mostrou significância estatística quanto ao
aumento na taxa de proliferação. Na inibição do receptor, a
viabilidade e proliferação celular resultou em IC50 de 12,8uM e
9,8uM para SK-ES-1 e RD-ES. Foi observado que a inibição da
fosforilação de EGFR reduziu o número e tamanho de colônias, e
que a sua ativação reflete em um aumento dos parâmetros.
Alterações das porcentagens populacionais em todas as fases do
ciclo foram observadas. O ensaio colorimétrico mostrou diferença
estatística nas linhagens quanto a percentagem de células
senescentes comparadas ao controle e dados preliminares mostram
envolvimento da via da ERK; AKT e Ciclinas no efeito em 72hs de
exposição ao AG1478. Sugere-se que a exposição ao EGF, portanto,
aumenta a proliferação e a clonogenicidade de células de SE, bem
como a diminuição destas quando da inibição do receptor. Também,
a inibição de EGFR resulta em alterações no ciclo celular e
senescência.
129
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
A INIBIÇÃO DE TRKS REDUZ A PROLIFERAÇÃO CELULAR E
POTENCIALIZA O EFEITO DE AGENTES QUIMIOTERÁPICOS EM
SARCOMA DE EWING
a
a
b
Tiago Elias Heinen , Rafael Pereira Dos Santos , Amanda Da Rocha ,
c
d
Michel Pinheiro Dos Santos , Patrícia Luciana Da Costa Lopez , Marco
a
a
Aurélio Da Silva , Bárbara Kunzler Souza , Luís Fernando Da Rosa
a
d
d
Rivero , Ricardo Gehrke Becker , Lauro José Gregianin , Algemir
e
e
Lunardi Brunetto , André Tesainer Brunetto , Caroline Brunetto De
e
e
Farias , Rafael Roesler .
a UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil.
b UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE
- UFCSPA, Rio Grande do Sul, Brasil
c UNIRITTER, Rio Grande do Sul, Brasil
d HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
e INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL – ICI, Rio Grande do Sul, Brasil.
Introdução: O sarcoma de Ewing (SE) é um dos mais agressivos tipos
de câncer ósseo e de partes moles que afeta a população pediátrica.
Apesar dos significativos avanços na terapêutica da doença, ainda há
uma grande necessidade no aumento das taxas de cura, redução da
toxicidade quimioterápica e redução da resistência ao tratamento.
Tem sido proposto que SE provém de precursores neuronais, podendo
ter sua fisiologia afetada, logo, por neurotrofinas (NTs). NTs são
fatores de crescimento e, juntamente com seus receptores (família
Trk), estão relacionadas ao desenvolvimento e manutenção das
populações neuronais. Estudos recentes, no entanto, apontam que
esses fatores estão envolvidos na tumorigênese de diversos tipos de
câncer, sendo candidatos, portanto, à terapia alvo. Objetivo: Por
consequência, o objetivo geral do trabalho foi avaliar, in vitro, os
efeitos sobre a proliferação e sobrevivência celular de NTs e inibidores
de Trk em SE, utilizando diferentes combinações dessas substâncias
entre si e de associações com antineoplásicos clássicos empregados
no tratamento atual do tumor. Metodologia e Resultados: Foram
avaliadas a expressão proteica de NTs (NGF e BDNF) e seus receptores
(TrkA e TrkB, respectivamente) em amostras de tumores de pacientes
com SE, e a expressão de mRNA nas linhagens celulares RD-ES e SK-ES1. O tratamento das linhagens celulares com o inibidor específico de
TrkA (GW-441756) e de TrkB (Ana-12) diminuiu a proliferação celular,
sendo que o efeito foi maior quando os dois inibidores foram
combinados. As células de SE, quando tratadas com o pan-inibidor de
Trks (K252a), apresentaram alterações em sua morfologia com
possível diferenciação celular e extensão de neuritos, além de que o
tratamento diminuiu a expressão proteica de β-III tubulina e de mRNA
de NGF, TrkA, BDNF e TrkB. Ainda, a inibição de Trks com K252a atuou
diminuindo drasticamente a proliferação e capacidade clonogênica
celular. Efeitos sinérgicos foram observados quando as células foram
tratadas em conjunto com K252a e baixas doses de quimioterápicos,
tanto em células selvagens de SE, quanto nas quais induzimos
quimiorresistência à terapia clássica utilizada no tratamento da
doença. Esse estudo mostra, pela primeira vez, que a inibição de Trks
reduz a proliferação e sobrevivência celular em SE, além de aumentar
a sensibilidade ao tratamento quimioterápico e subverter mecanismos
de resistência tumoral. Conclusão: Os resultados sugerem que a
inibição de Trks surge como nova abordagem para o tratamento do
SE.
AÇÃO CITOTÓXICA DO TRIÓXIDO DE ARSÊNICO EM LINHAGENS
CELULARES DE MEDULOBLASTOMA PEDIÁTRICO DO SUBGRUPO SHH
Paulo Henrique Dos Santos Klinger, Augusto Faria Andrade, Lara Elis
Alberici Delsin, Carlos Alberto Scrideli, Luiz Gonzaga Tone, Elvis Terci
Valera.
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO – USP, São Paulo,
Brasil
Introdução: Apesar dos avanços no tratamento do meduloblastoma
(MB), uma fração significativa destes pacientes ainda está sob risco
de óbito relacionado a doença ou tratamento. O MB é uma
neoplasia heterogênea sob o aspecto genético, sendo reconhecido
pelo menos 4 subgrupos genético-moleculares distintos (grupos
WNT, SHH, 3 e 4), com impacto na apresentação clínico-patológica e
resposta à terapia. A maioria dos pacientes do grupo SHH apresenta
mutação somática em genes da via SonicHedgehog (SHH), incluindo
o PTCH1, SUFU, SMO e ativação dos genes GLI1 e GLI2. O Trióxido de
Arsênio (ATO) é um composto químico atualmente utilizado no
tratamento de Leucemia Promielocítica Aguda (LMA-M3) refratária
ao tratamento de primeira linha. O ATO foi descrito como um
possível inibidor de proteínas associadas a via SHH, incluindo a
família GLI. Objetivo: O presente estudo objetivou avaliar os efeitos
do ATO como agente citotóxico nas linhagens de MB pediátrico
(DAOY e ONS-76) classificadas como grupo SHH, atuando como
possível inibidor de GLI1. Metodologia: Para os ensaios funcionais
foram utilizadas concentrações entre 0,5uM, 1uM, 2uM, 4uM, 8uM
e 16uM de ATO. A viabilidade celular foi monitorada nos tempos de
24h, 48h, 72h, 96h e 120h pelo ensaio de resazurina. A taxa de
apoptose foi mensurada através de marcação com anexina e iodeto
de propídio, sendo avaliado por citometria de fluxo. Para o ensaio
de clonogenicidade, foram consideradas colônias com mais de 50
células. Os ensaios foram realizados em triplicata e analisados por
One Way e Two Way ANOVA, utilizando o pós-teste Bonferroni, e
sendo considerados resultados significativos um valor p menor que
0,05. Resultados: Foi possível observar uma diminuição na
viabilidade celular de modo dose- e tempo-dependentes em ambas
as linhagens estudadas. Além disso, houve uma diminuição
significativa na capacidade clonogênica (p=0,0001), com uma
redução de aproximadamente 40% no número de colônias desde a
menor concentração utilizada, bem como a depleção total de
colônias na maior para a linhagem DAOY. Efeitos semelhantes,
contudo, menos expressivos, foram observados para a linhagem
ONS-76. Observou-se também um aumento nas taxas de apoptose
em ambas as linhagens, sendo acima de 70% de morte celular para a
linhagem DAOY. Conclusão: Estes achados iniciais in vitro apontam
para um efeito antineoplásico do ATO sobre as linhagens de
meduloblastoma pediátrico.
130
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ANÁLISE DA PRESENÇA DO REARRANJO NO GENE FOXO1 ATRAVÉS DA
HIBRIDIZAÇÃO “IN SITU” POR FLUORESCÊNCIA EM PACIENTES
PEDIÁTRICOS COM RABDOMIOSSARCOMA
a
b
ANORMALIDADES GENÉTICAS E EPIGENÉTICAS EM UMA COORTE DE
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA PEDIÁTRICA COM DESORDENS
NO CROMOSSOMO 21
a
a
Nicolas Cabral Cunha , Fernanda Ferreira Da Silva Lima , Cecilia De
c
e
e
Souza Fernandez , Priscila Valverde Fernandes , Paulo Faria , Sima
b
a
Esther Ferman , Teresa De Souza Fernandez .
Tállita Meciany Farias Vieira , Sheila Coelho Soares Lima , Gerhard
a
b
b
Fuka , Claire Schwab , Christine Harrison , Maria Do Socorro Pomboa
De-Oliveira .
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER- INCA, CEMO, LABORATÓRIO DE
CITOGENÉTICA, Rio de Janeiro, Brasil
b INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, SERVIÇO DE ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA, Rio de Janeiro, Brasil
c UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, INSTITUTO DE MATEMÁTICA
E ESTATÍSTICA, Rio de Janeiro, Brasil
e INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER -INCA, DIVISÃO DE PATOLOGIA –
DIPAT, Rio de Janeiro, Brasil
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil
NEWCASTLE UNIVERSITY, Inglaterra
Introdução: O rabdomiossarcoma (RMS) representa o sarcoma de
partes moles mais comum da infância. Origina-se no músculo
esquelético e apresenta uma incidência de 10-15% dos tumores
sólidos pediátricos. O RMS apresenta dois subtipos principais, o RMS
alveolar (RMSa) e o embrionário (RMSe), que apresentam
manifestações clínicas e biológicas distintas. O RMSa está associado
com um pior prognóstico. Citogeneticamente, o RMSa apresenta, em
cerca de 70-80% dos casos, translocações cromossômicas envolvendo
o gene FOXO-1. O rearranjo do gene FOXO1 é uma característica para
o diagnóstico do subtipo RMSa, sendo considerado uma assinatura
genética encontrada somente neste subtipo da doença. Objetivo O
objetivo principal deste estudo foi padronizar e analisar a presença do
rearranjo no gene FOXO1 através da hibridização “in situ” por
fluorescência (FISH) em pacientes pediátricos com RMSa, relatando a
frequência desta alteração e sua associação com características
clínicas. Metodologia: Foram analisadas 10 amostras de tumores
pediátricos com o diagnóstico histopatológico de RMSa. Os pacientes
apresentaram uma média de idade de 11 anos, variando de 6 a 18
anos. A técnica de FISH foi realizada a partir de blocos de parafina,
utilizando a sonda LSI FOXO1 (13q14) Dual Color, Break Apart (Vysis).
Este projeto foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa.
Resultados e Conclusão: Alterações cito-moleculares no gene FOXO1
foram observadas em 60% (6/10) do total de pacientes analisados. A
localização mais frequente do RMSa foi na cabeça e pescoço, com
uma incidência de 80% (8/10). A metodologia do FISH utilizando a
sonda FOXO1 é importante para o diagnóstico e prognóstico do RMSa.
A classificação histopatológica, e principalmente genética do RMS,
tem uma importante aplicação clínica, auxiliando a direcionar o
tratamento, reduzindo a exposição a tratamentos intensivos e a seus
efeitos colaterais. Auxílio financeiro INCA – Ministério da Saúde.
Introdução: Leucemia linfoblástica aguda de células precursoras B
(LLA-cpB) constitui uma doença heterogênea. Aproximadamente
60% das LLA-cpB apresentam aberrações envolvendo o cromossomo
21 (Chr 21), incluindo Hiperdiploidia (HeH), fusão gênica ETV6‐
RUNX1 e amplificação intracromossomal do cromossomo 21
(iAMP21). Por outro lado, mecanismos epigenéticos são reguladores
transcricionais que podem contribuir com a leucemogênese.
Objetivo: Este estudo tem como objetivo desenvolver uma
estratégia para identificar com acurácia iAMP21 dentro das LLA-cpB,
assim como caracterizar o perfil de metilação entre diferentes
subgrupos de LLA. Resultados: Foram selecionados 373 casos de
LLA-cpB para análises de alterações em número de cópias (CNA) no
Chr 21. Multiplex ligation proíbe amplification (MLPA, SALSA
P327_A1 e P327_B1) foi realizada, seguida pela análise por FISH
(LPH012 TEL/AML1 translocation, dual fusion probe) e sondas
centroméricas para os Chr 4, 8, 10, 14, 17, 18, X e Y (Cytocell,
Cambridge, UK). Adicionalmente, os DNA das amostras foram
modificados com EZ DNA Methylation™ Kit (Zymo Research, Irvine,
CA) e analisados no HumanMethylation450 Infinium Assay (Illumina,
San Diego, CA). As análises estatísticas foram realizadas no RStudio
software com pacotes Bioconductor. Encontramos evidências de
ganhos em CNA no Chr 21 em 82 amostras (MLPA). A maior parte
dos ganhos foi confirmada por FISH e 11 amostras apresentaram ≥5
sinais de RUNX1. Usando as sondas centroméricas, caracterizamos
53 amostras como HeH. Cópias extras do Chr 21 foram identificadas
em todas as amostras assim como os seguintes ganhos, chr 4 (58%),
10 (57%), 14 (84%), 17 (53%), 18 (60%), X (86%) e Y (46%). Perda no
Chr 17 (2%) e Y (4%) também foram identificadas. Dois casos com a
fusão ETV6-RUNX1 ganho do chr 21. Duas amostras foram
identificadas com iAMP21 e confirmadas por FISH usando sondas
centroméricas Chr 13/21 e telomérica Chr 21. A análise de metilação
caso vs. controle permitiu identificar 5031 sítios CpG
diferencialmente metilados (p ajustado <0,001). O perfil de
metilação foi distinto entre casos e controles, enquanto o ultimo
teve perfil semelhante ao das amostras de remissão. Conclusão: É
recomendada
a
análise
de
FISH
com
sonda
centroméricas/telomérica na identificação da iAMP21 em casos sem
informação de cariótipo. Os casos de LLA-cpB apresentaram um
perfil próprio de metilação. Nas etapas seguintes deste estudo
pretendemos realizar análises comparativas quanto ao perfil de
metilação nos diferentes subtipos de LLA-cpB.
131
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ASSOCIAÇÃO DOS MICRORNAS -483-3P E -149-3P COM PARÂMETROS
CLÍNICOS DE PIOR PROGNÓSTICO EM TUMORES ADRENOCORTICAIS
PEDIÁTRICOS
a
a
Regia Caroline Peixoto Lira , Carolina Alves Pereira Corrêa , Paola
b
a
a
Fernanda Fedatto , Carlos Eduardo Martinelli Jr , Margaret De Castro ,
a
a
a
Silvio Tucci Jr , Luciano Neder , Leandra Ramalho , Ana Luiza
c
c
c
Seidinger , Izilda Cardinalli , Maria José Mastellaro , José Andres
c
c
a
Yunes , Silvia Regina Brandalise , Sonir Roberto Rauber Antonini , Luiz
a
a
Gonzaga Tone , Carlos Alberto Scrideli .
a FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, São Paulo, Brasil
b INSTITUTO BUTANTAN, São Paulo, Brasil
c CENTRO INFANTIL BOLDRINI/UNICAMP, São Paulo, Brasil
Introdução: Os tumores adrenocorticais (TAC) malignos são neoplasias
raras, mas com alta incidência no Brasil, onde 75% a 90% dos
pacientes pediátricos possuem a mutação germinativa TP53 p.R337H.
Apesar da sobrevida livre de eventos em cinco anos variar entre 54% e
77%, os estadios avançados do tumor são agressivos e conferem baixa
sobrevida. Atualmente, não existem marcadores que diferenciem
adenomas e carcinomas ou que identifiquem pacientes de pior
prognóstico de maneira eficaz. Vários estudos têm demonstrado um
papel relevante dos microRNAs como biomarcadores diagnóstico,
prognóstico e de resposta terapêutica de tumores. Neste contexto,
nossos resultados de expressão global de microRNAs em 37 TAC
pediátricos demonstraram associação significante entre o perfil do
miR-483-3p e do miR-149-3p com prognóstico tumoral. Objetivo:
Validar a expressão do miR-483-3p e do miR-149-3p em uma
casuística maior de TAC pediátricos e associar o perfil de expressão
com parâmetros clínicos/patológicos da doença. Metodologia: As
expressões foram avaliadas por qRT-PCR em 47 amostras de TAC
pediátricos e 9 adrenais não neoplásicas pediátricas. Resultados:
Confirmou-se a hiperexpressão do miR-483 nos tumores quando
comparados às amostras não neoplásicas (P<0,0001). Observou-se
ainda alta expressão significante do miR-483 nos grupos de tumores
virilizantes (P=0,002) e com mutação TP53 p.R337H (P=0,042). O perfil
de baixa expressão do miR-149 nos tumores não apresentou diferença
significante, quando comparado às adrenais não neoplásicas. No
entanto, foi observado que tumores estadio IV e o grupo de pacientes
com recidiva/metástase apresentaram hiperexpressão significativa do
miR-149 (P=0,01 e P=0,006 respectivamente). Além disso, pacientes
com alta expressão do miR-149 tiveram menor sobrevida livre de
eventos do que o grupo de pacientes com baixa expressão
(57,9%±11,3% versus 87,9%±6,6%; P=0,032). Conclusões: Apesar da
hiperexpressão do miR-483 ter diferenciado os TAC pediátricos das
amostras não neoplásicas, não foram observadas associações
significantes com parâmetros de pior prognóstico. O perfil de
expressão do miR-149 não foi importante para diferenciar os tumores
das amostras não neoplásicas, mas mostrou ser um potencial
marcador de prognóstico tumoral e sobrevida. Mais validações são
necessárias para confirmar a importância do miR-149 na avaliação
prognóstica dos tumores adrenocorticais pediátricos.
AUMENTO NA EXPRESSÃO DO MIR10B REDUZ A CAPACIDADE
CLONOGÊNICA E INVASIVA EM OSTEOSSARCOMA IN VITRO.
a
a
Gabriela Molinari Molinari Roberto , Luiz Gonzaga Tone , Maria Sol
b
Brassesco Annichini .
a FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, São Paulo, Brasil
b FACULDADE DE FILOSOFIA, CIENCIAS E LETRAS DE RIBEIRAO
PRETO, São Paulo, Brasil
Introdução: O osteossarcoma é o tumor ósseo pediátrico mais
comum encontrado principalmente nas metáfises de ossos longos.
Cerca de um terço dos pacientes são acometidos por recorrência
pós-cirúrgica e metástases nos pulmões e ossos distantes e apenas
20% dos pacientes com metástases sobrevivem após 5 anos. Sendo
assim, é essencial a elucidação das vias moleculares envolvidas nos
processos invasivos e metastáticos desse tipo tumoral. Diversos
miRNAs vêm sendo apontados como reguladores das vias
metastáticas, dentre eles o miR10b. Este miRNA atua
principalmente pareando-se de forma incompleta com o RNA
mensageiro do gene HOXD10 e assim inibindo a sua tradução. O
gene HOXD10 parece estar envolvido tanto no desenvolvimento
ósseo como em processos invasivos e sua atuação assim como a do
miR10b parece variar de acordo com o tipo tumoral estudado
podendo atuar como oncogene ou supressor tumoral. Objetivo:
Dessa forma, o presente estudo visou avaliar a expressão do miR10b
e do seu gene alvo HOXD10 em amostras de pacientes
diagnosticados com Osteossarcoma, bem como estudar o papel
deste microRNA nos processos de crescimento e invasão celular.
Método: Foram avaliadas, através de qt-RT-PCR, as expressões de
miR10b e HOXD10 em 25 amostras de osteossarcoma e 12 amostras
controles de tecido ósseo não neoplásico. Além disso, células das
linhagem HOS e MG63 de osteossarcoma foram transfectadas com
pré-miR10b e submetidas aos ensaios funcionais de clonogênica e
invasão. Resultados: No presente estudo não foi encontrada uma
diferença significativa na expressão do miR10b nas amostras de
osteossarcoma em relação às amostras de tecido ósseo não
neoplásico, no entanto, a baixa expressão deste microRNA foi
associada a um maior grau de malignidade tumoral. Por outro lado,
o gene HOXD10 apresentou-se hiperexpresso nas amostras tumorais
mas sem associações com as características clínicas dos pacientes.
Não foi encontrada correlação evidente entre miR10b e HOXD10 a
nível de expressão gênica, porém estudos a nível proteíco ainda
devem ser feitos. O aumento na expressão do miR10b na linhagens
HOS e SAOS2 resultou respectivamente em uma redução de 35% e
45% na clonogenicidade e de 33% e 37% na capacidade invasiva
destas células. Conclusão: Em suma, os resultados sugerem uma
atuação supressora do miR10b nos processos proliferativos e
invasivos e estudos adicionais ainda devem ser feitos para confirmar
a relação entre miRNA e o HOXD10, que parece atuar como
oncogene em osteossarcoma.
132
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE TOLL-LIKE RECEPTORS NA LEUCEMIA
LINFOIDE AGUDA
a
AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA DE CSNK2A1 E CSNK2B EM
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS PRECURSORAS B
a
Matheus Loureiro Da Silva Cruz , Rafael Pereira Dos Santos , Mariane
a
a
Da Cunha Jaeger , Sophia Andreola Borba , Sasha Allebrandt Da Silva
a
a
a
Ries , Gabriela Vieira Steckert , Gabriela Dos Santos Costa , Karolina
a
b
c
Brochado Jorge , Lauro José Gregianin , Jiseh Fagundes Loss , Algemir
d
b
d
Lunardi Brunetto , Rafael Roesler , Caroline Brunetto De Farias .
a LABORATÓRIO DE CÂNCER E NEUROBIOLOGIA HCPA/UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
b UFRGS, Rio Grande do Sul, Brasil
c SERVIÇO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA - HOSPITAL DE CLÍNICAS DE
PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
d INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: O câncer infantil representa cerca de 0,5 a 3% de todas
neoplasias da população em geral, apresentando incidência maior no
sexo masculino. Os tumores infantis crescem rapidamente e são mais
invasivos do que as neoplasias adultas, entretanto respondem melhor
aos tratamentos. A leucemia linfoide aguda (LLA) corresponde a 79%
de todos os casos de leucemias pediátricas que por sua vez é um terço
das neoplasias dessa faixa etária. Apesar dos tratamentos atuais, cerca
de 25 a 30% das crianças apresentam recidiva da doença, o que
aponta a necessidade de novas terapias, com ação mais específica
sobre alvos moleculares, que elevem a taxa de cura e diminuam os
efeitos colaterais. Os receptores do tipo Toll, do inglês, Toll-Like
Receptors (TLRs), são componentes essenciais do sistema imune que
reconhecem moléculas presentes em patógenos e desencadeiam uma
resposta imunológica e inflamatória. Além disso, estudos vem
evidenciando a relação dos TLRs com câncer, bem como sua
associação a piores prognósticos. A sinalização dos TLRs parece
modular a transformação do tecido e/ou de células que sofreram um
processo de inflamação crônica e/ou agudo em lesões pré-malignas.
Células B precursoras de leucemia linfoide aguda (CBP-LLA) expressam
TLRs, entretanto, não se sabe se a expressão elevada dos TLR3, TLR4 e
TLR5 ocorre como consequência da malignidade tumoral ou
representa um fenótipo. Objetivo: Assim, o objetivo central desse
trabalho foi avaliar a expressão dos TLR2, TLR3 e TLR4 em células
leucêmicas de 26 pacientes pediátricos (zero a 18 anos) com LLA, nos
momentos D0 e D35 que correspondem ao diagnóstico e ao final do
término da indução, respectivamente; correlacionando os resultados
com os dados clínicos dos pacientes. O projeto foi aprovado na
Plataforma Brasil e Comissão de Pesquisa e Ética CAAE nº:
46929015.7.0000.5327, GPPG nº 15-0318. Neste estudo,
evidenciamos a presença destes receptores nas amostras dos
pacientes em ambos momentos, também observamos um aumento
da expressão relativa dos receptores TLR2 e TLR4 entre os momentos
D0 e D35 nos pacientes do grupo de alto risco, além de uma maior
expressão de TLR4 nos pacientes com fenótipo associado ao grupo de
alto risco para LLA. Conclusão: Ainda é necessário compreender o
papel do TLRs nas leucemias pediátricas, isto é, verificar em quais
células está expresso, quais os mecanismos levam a resistência
farmacológica ou a uma atividade antitumoral e avaliar se a expressão
de TLRs acarreta em um fenótipo diferenciado.
Leticia Aparecida Barbosa Hummel, Bruno Almeida Lopes, Caroline
Pires Poubel, Thayana Conceição Barbosa, Júlio César Santoro De
Assis, Mariana Emerenciano.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: A leucemia linfoblástica aguda de células precursoras B
(LLA-CPB) corresponde a 85% das LLAs pediátricas, sendo
caracterizada por alterações cromossômicas utilizadas na
estratificação de risco. Deleções no gene Ikaros (∆IKZF1)
comprometem a regulação de EBF1 e RAG1, contribuindo para a
leucemogênese, e estão associadas a um pior prognóstico na LLACPB. Como a proteína caseína kinase 2 (CK2) inativa Ikaros, estudos
propõem que a inibição farmacológica de CK2 poderia restaurar a
função de Ikaros e apresentar um efeito antileucêmico. Objetivo:
Avaliar a expressão de CSNK2A1 e CSNK2B (CK2), IKZF1 e seus
genes-alvo (EBF1 e RAG1) para compreender o perfil de expressão
destes transcritos nas LLA-CPB pediátricas. Metodologia: Foram
incluídos 3 grupos (n=24) de pacientes com LLA-CPB (2004-2016)
<18 anos com >30% de blastos, de acordo com o status de IKZF1
(selvagem, dominante negativo e haploinsuficiente). Pacientes com
síndromes genéticas foram excluídos. A expressão de CSNK2A1,
CSNK2B, EBF1 e RAG1 foi avaliada pelo ensaio customizado TaqMan
Array Plate e os dados foram comparados com o teste estatístico
Mann Whitney no programa GraphPad Prism 5. Resultados: A
maioria dos casos avaliados até o momento (n=60) são meninos
(53.3%) com idade entre 12 e 120 meses (73.3%) diagnosticados
com LLA-comum (78,3%). Houve redução gradual da expressão de
IKZF1 e CK2 com o aumento da idade. Meninas apresentaram
medianas de expressão de CSNK2A1 e CSNK2B superiores aos
meninos, mas sem diferença significante (p=0,09 e 0,06,
respectivamente). IKZF1 apresentou maior expressão no subtipo LLA
pro-B comparado à LLA-comum (p=0,05), já CSNK2A1 apresentou
menor expressão (p=0,03), sugerindo que o subtipo pro-B possui
maiores níveis de Ikaros funcionalmente ativo. CSNK2A1 foi
ligeiramente menos expresso em pacientes com alta leucocitose
(≥50.000 leucócitos/mm3) (p=0,04). Apesar da ausência de
significância estatística, a análise integrada de CK2, IKZF1 e seus
genes alvos mostrou razão de expressão de CK2 e IKZF1
inversamente proporcional à expressão de EBF1 e RAG1,
concordando com a hipótese de que CK2 inibe Ikaros. Conclusão: A
expressão de CK2 e IKZF1 varia com a idade e sexo. Nossos
resultados preliminares corroboram com a literatura mostrando que
CK2 pode inibir a ação de Ikaros em pacientes com LLA-CPB, levando
à diminuição de seus genes alvo e ao comprometimento da
linfopoese.
133
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AVALIAÇÃO DO EFEITO SINÉRGICO DE BUTIRATO DE SODIO E
TYRPHOSTIN AG1478 NA PROLIFERAÇÃO DE LINHAGENS DE
GLIOBLASTOMA MULTIFORME
a
a
Marienela Buendia Duque , Amanda Godot Thomaz , Kelly De Vargas
a
b
b
Pinheiro , Algemir Lunardi Brunetto , André Tesainer Brunetto ,
a
b
a
Camila Alves Da Silva , Caroline Brunetto De Farias , Rafael Roesler .
a UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, Rio Grande do
Sul, Brasil
b INSTITUTO DO CANCER INFANTIL, , Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: Gliomas são os tumores cerebrais mais frequentes,
presentes em cerca de 80% dos pacientes com neoplasias do SNC,
sendo o glioblastoma multiforme (GBM-grau IV) o mais agressivo e
letal, com um tratamento praticamente paliativo para os pacientes e
uma mediana na sobrevida de 15 meses. Por este motivo, novas
estratégias terapêuticas são requeridas para melhorar o tratamento
atual da doença. Nesse contexto, combinação de fármacos inibidores
de diferentes vias de sinalização celular poderia potencializar os
efeitos da monoterapia. Por ser o câncer um processo multifactorial
que inclui alterações tanto genéticas como epigenéticas, os inibidores
de histonas deacetilases (HDACi) como o butirato de sódio (NaB), têm
sido considerados como terapias anticâncer promissoras. Também
tem sido observado que o incremento da expressão do receptor do
Fator de Crescimento Epidérmico (EGFR), está relacionado com uma
maior tumorigenicidade em diferentes tipos de câncer, incluindo os
gliomas de alto grau. A ativação do receptor desencadeia as vias de
proliferação, migração e sobrevivência celular, que são alteradas
mediante o emprego de inibidores do receptor EGFR, como o fármaco
Tyrphostin AG1478. Objetivo: Em vista disso, nosso objetivo é avaliar
o efeito sinérgico do NaB e Tyrphostin AG1478, sobre a sobrevivência
e a proliferação de linhagens de glioblastomas multiformes.
Metodologia: Para isso, as linhagens A-172 e U-87 foram cultivadas
em placas de 96 poços a uma concentração de 3x103 células/poço e,
em experimentos separados, tratadas por 72 horas com NaB e
AG1478 sozinhos ou em diferentes combinações. A contagem das
células foi feita usando o método de exclusão por azul de tripan em
câmara de Neubauer. Conclusão: Tanto o AG1478 como o NaB são
capazes de reduzir a proliferação das duas linhagens estudadas e, até
o momento, nosso estudo tem mostrado que a combinação dos
fármacos numa dose terapêutica é capaz de potencializar ligeiramente
o efeito das monoterapias.
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE EXPRESSÃO GÊNICA EM LEUCEMIA
LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS PRECURSORAS B (LLA-CPB)
COM ANORMALIDADES NO CROMOSSOMO 21
Júlio César Santoro De Assis, Gerhard Fuka, Caroline Barbieri Blunck,
Maria Do Socorro Pombo-De-Oliveira, Mariana Emerenciano.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: A LLA-CPB é o subtipo leucêmico mais frequente na
infância. É caracterizada por translocações cromossômicas,
aneuploidias e alterações no número de cópias (NC) ou genes
específicos. O cromossomo 21 é alvo frequente de aberrações
numéricas e estruturais que estão associadas com prognóstico e/ou
risco de recaídas em pacientes com leucemias. O gene RUNX1 está
envolvido em diversas alterações nas leucemias agudas. Além deste,
GART, IFNGR2, DSCR1, DYRK1A, ETS2 e ERG estão localizados na
mesma região genômica de RUNX1 e envolvidos na leucemogênese
e/ou na resposta terapêutica. Objetivo: Avaliar a associação entre
os níveis transcricionais dos genes mencionados e as características
clinicopatológicas de pacientes com anormalidades no cromossomo
21. Metodologia: Foram incluídas 82 amostras de medula óssea de
pacientes com LLA-CPB: sem fusões gênicas recorrentes (n=21),
ETV6-RUNX1 (n=13), síndrome de Down
(SD, n=7),
hiperdiploidia+21 (HD+21, n=17), 3-4 sinais de RUNX1 (n=17) e ≥5
sinais de RUNX1 (n=7). A expressão gênica foi realizada por RT-qPCR.
O status do NC foi realizado por TaqMan RT-qPCR. A análise
estatística foi feita pelo teste Mann-Whitney, com valores de p<0,05
considerados significativos. Resultados: Os casos LLA-CPB com
ganhos no cromossomo 21 possuíam expressão diferencial de
IFNGR2 (*p=0,0287), ERG (**p=0,0026) e ETS2 (**p=0,0025) quando
comparados aos casos sem ganhos no cromossomo 21. Os casos
com 3-4 sinais RUNX1 tinham uma expressão diferencial de RUNX1,
ERG, ETS2 e DSCR1 em relação aos outros subtipos LLA-CPB. Foi
verificada expressão diferencial de IFNGR2 nos casos com SD em
relação ao subgrupo ETV6-RUNX1. Uma forte correlação positiva foi
observada entre expressão gênica e idade nos pacientes com SD
para IFNGR2, ETS2 e ERG, e uma forte correlação negativa entre
expressão gênica e expressão aberrante do marcador CD33/CD13
nos casos sem fusões gênicas para ERG e ETS2, assim como ERG em
ETV6-RUNX1. Cópias adicionais de IFNGR2, ERG e ETS2 foram
observadas nos casos com HD+21, 3-4 sinais RUNX1 e ≥5 sinais
RUNX1.
Diferenças
estatisticamente
significantes
foram
identificadas quando comparadas as cópias adicionais de IFNGR2,
ERG e ETS2 dos casos com HD+21, 3-4 sinais RUNX1 e ≥5 sinais
RUNX1 aos casos ETV6-RUNX1, respectivamente, e SD versus HD+21
e 3-4 sinais RUNX1. Conclusão: Os resultados sugerem que a
expressão diferencial de IFNGR2, ERG e ETS2 pode desempenhar
papel importante nos subtipos LLA-CPB com ganhos no cromossomo
21.
134
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE CICLINA E EM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA
AGUDA INFANTIL COM KMT2A-R
Caroline Barbieri Blunck, Luiza Marcondes Ferraz, Leonardo Augusto
Karam Teixeira, Mariana Emerenciano.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: As leucemias linfoblásticas agudas (LLAs) caracterizadas
por rearranjos gênicos do KMT2A (MLL, KMT2A-r) estão associadas à
curta latência e a um prognóstico desfavorável, associado com alta
leucometria e doença extra medular. A diversidade de parceiros e
pontos de quebra no KMT2A está correlacionada com vários aspectos
da doença, como idade e sobrevida. Os protocolos atuais para LLA
KMT2A-r não reverteram o desfecho ruim, portanto, estudos buscam
para identificar novos marcadores e/ou alvos moleculares. A ciclina E
é um regulador central da progressão do ciclo celular que tem
capacidade de controlar a fase de duplicação do DNA. A expressão
aberrante de ciclina E é encontrada em várias neoplasias, incluindo
LLAs. Evidências recentes sugerem que a desregulação dos níveis de
ciclina E interfere com a duplicação do DNA em regiões específicas,
incluindo a região do KMT2A. Objetivo: O objetivo central deste
trabalho é avaliar se os níveis de ciclina E se correlacionam com a
ocorrência e tipos de KMT2A-r. Metodologia: Foram incluídas
amostras de medula óssea de crianças com LLA com KMT2A-r (n=12) e
sem KMT2A-r (n=11). Critérios de exclusão: pacientes com síndromes
congênitas ou sem concordância ética. Os KMT2A-r foram
caracterizados por cariótipo por bandeamento G, FISH, RT-PCR e PCR
invertido de longa distância. Os extratos proteicos das amostras foram
separados por SDS-PAGE e os níveis de ciclina E1 (HE-12, Santa Cruz) e
GAPDH (Santa Cruz) analisados por Western blot. A linhagem celular
RS4;11 foi usada como controle positivo para altos níveis de ciclina E1.
Os níveis de ciclina E1 e a presença de KMT2A-r foram
categoricamente comparados através do teste X2 e valores de P<0,05
foram considerados significativos. Resultados: Dentre os casos com
KMT2A-r, o parceiro mais frequente foi AFF1 (72%) e o intron 11 foi o
mais acometido (71%). Altos níveis de ciclina E1 foram encontrados
em 8/23 amostras, sendo 7 com KMT2A-r (87,5%). A presença dos
altos níveis foi associada com idade <6 meses (P<0,001), WBC >
100.000 (P=0,004) e com KMT2A-r (P=0,003). Entre os casos com altos
níveis, 5/7 tiveram o AFF1 como parceiro e 3/5 tiveram o intron 11
como local de quebra no KMT2A, porém, não foi possível determinar a
significância destes dados. Em conclusão, níveis de ciclina E1 elevados
são preferencialmente encontrados em LLA KMT2A-r. Conclusão:
Devido à associação com idade e leucometria, nossos resultados
sugerem que os níveis de ciclina E1 estejam relacionados com a
agressividade e progressão das LLAs.
BAIXOS NÍVEIS NA EXPRESSÃO DE MIR10B* EM OSTEOSSARCOMA
CORRELACIONADOS COM AUMENTO NA EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS
REGULADORAS DO CICLO CELULAR
a
a
Gabriela Molinari Molinari Roberto , Lara Elis Alberici Delsin , Luiz
a
b
Gonzaga Tone , Maria Sol Brassesco Annichini .
a FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, São Paulo, Brasil
b FACULDADE DE FILOSOFIA CIENCIAS E LETRAS DE RIBEIRAO PRETO,
São Paulo, Brasil
Introdução: O osteossarcoma é a neoplasia óssea pediátrica maligna
mais comum, encontrada principalmente na metáfise dos ossos
longos. Ele caracteriza-se geneticamente como um tumor
heterogêneo e com alta instabilidade cromossômica sendo que, em
cerca 70% dos tumores, são encontradas anormalidades envolvendo
ganhos, perdas ou rearranjos cromossômicos. A progressão do
tumor em si ocorre diante de um acúmulo gradual de anomalias
genéticas. Dessa forma, uma extensa instabilidade genômica, em
geral, está associada a tumores mais agressivos e resistentes.
Alterações em proteínas reguladoras do ciclo celular podem
intensificar esse acúmulo de mutações. Recentemente em tumor de
mama, a baixa expressão de miR10b* foi descrita atuando sobre
PLK1 e BUB1, proteínas responsáveis pelo controle do ciclo celular,
encontradas hiperexpressas em diversos tumores inclusive em
Osteossarcoma. Objetivo: Dessa forma o presente estudo avaliou
tanto o perfil de correlação entre a expressão do miR10b* e de sete
genes relacionados as famílias das BUBs e PLKs (BUB1, -1B, -3, PLK1,
-2, -3 e -4) em amostras de pacientes acometidos com esse tumor
quanto a diferença na expressão destes genes no tecido ósseo
tumoral e não tumoral. Método: Foram avaliadas através de qt-RTPCR com sondas Taqman as expressões gênicas de 25 amostras de
SEW e 12 amostras controles de tecido ósseo não neoplásico de
pacientes da mesma faixa etária. Para estatística utilizou-se o
software SPSS 2.0. Resultados: O miR10b* foi encontrado com
níveis de expressão reduzido nas amostras de OS em comparação
com amostras de tecido ósseo não neoplásico e apresentou uma
forte correlação negativa entre sua expressão e as dos genes BUB1,
BUB1B, PLK1 e PLK4, ou seja amostras com maiores níveis de
microRNA apresentavam os menores níveis dos genes. Os níveis de
expressão desses genes, por sua vez, não variaram entre tecido
tumoral e não neoplásico entretanto apresentaram um correlação
positiva entre si. Curiosamente, as expressões de PLK2, PLK3 e
BUB3, que não estavam correlacionados com miR10b*, foram
encontradas positivamente correlacionadas. Além disso, baixos
níveis de expressão do gene PLK2 foram encontrados nas amostras
de maior grau de malignidade tumoral. Conclusão: Os resultados
apontam uma relação entre a expressão do miR10b* e a supressão
de importantes proteínas do ciclo celular, podendo estar envolvido
na desregulação de tais proteínas e consequentemente na
promoção da instabilidade tumoral em Osteossarcoma.
135
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
BLOQUEIO DA SINALIZAÇÃO BDNF/TRKB: INDUÇÃO DE APOPTOSE EM
CÉLULAS DE MEDULOBLASTOMA HUMANO
a
a
CARACTERIZAÇÃO DA VIA DE RB EM LEUCEMIAS LINFOBLÁSTICAS
PEDIÁTRICAS COM A FUSÃO TCF3-PBX1
Danielly Brufatto Olguins , Amanda Godot Thomaz , Kelly De Vargas
a
b
c
Pinheiro , André Tesainer Brunetto , Lauro José Gregianin , Algemir
b
b
c
Lunardi Brunetto , Caroline Brunetto De Farias , Rafael Roesler .
Thayana Conceição Barbosa, Marcela Braga Mansur, Caroline
Barbieri Blunck, Júlio César Santoro De Assis, Mariana Emerenciano,
Maria Do Socorro Pombo-De-Oliveira.
a LABORATÓRIO DE CÂNCER E NEUROBIOLOGIA, HCPA/UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
b INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
c UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil.
PROGRAMA
DE
HEMATOLOGIA-ONCOLOGIA
PEDIÁTRICO,
COORDENAÇÃO DE PESQUISA, INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER,
Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: Meduloblastoma (MB) é o tumor intracraniano mais
frequente em crianças. Apesar dos esforços em aprimorar o
tratamento, este, quando efetivo, ainda traz alta morbidade para os
sobreviventes. O BDNF (fator de crescimento derivado de
neurotrofinas) é um fator de crescimento que está relacionado à
patogênese de diversos tumores. Nós demonstramos que a inibição
seletiva do receptor de BDNF, TrkB, promove redução da viabilidade
de linhagens celulares de MB. Entretanto, o papel biológico de
BDNF/TrkB em relação à morte celular ainda não está completamente
elucidado. Objetivo: Avaliar o papel da sinalização BDNF/TrkB sob a
apoptose de células de MB humano. Metodologia: A linhagem celular
de MB, UW-228, foram cultivadas em DMEM-f12 completo, incubadas
a 37ºC e 5% de CO2 e tratadas com concentrações crescentes de ANA12, inibidor seletivo de TrkB, (5, 20 e 30 μM) ou BDNF 50 ng/mL por
24h e 48h. Após o período de tratamento, as células foram marcadas
com iodeto de propídio (PI) e anexina-V e analisadas por citometria de
fluxo. As populações celulares foram separadas em gráficos do tipo
quadrante e analisadas de acordo com as seguintes marcações: duplo
negativa, positivo para anexina-V, positivo para PI e duplo positiva. A
análise estatística foi realizada através do software GraphPad Prism 6.
Resultados e Conclusão: A inibição de TrkB, por ANA-12, exerceu
efeito pró-apoptótico em células UW-228 de meduloblastoma
humano. As células nas condições: DMSO, BDNF, ANA-12 (5 e 20 µM)
se mantiveram viáveis em 24 e 48 horas. No entanto, ANA-12 induziu
o aumento da população de células em apoptose inicial na
concentração 30 µM, após 24 horas de tratamento. Além disso, houve
o aumento da população de células em apoptose tardia após 48 horas
para o grupo de células tratadas com 30 µM de ANA-12. A inibição de
TrkB exerce efeitos pró-apoptóticos em células UW-228 de forma
dose-dependente e tempo-dependente, sugerindo que o bloqueio
seletivo de TrkB exerce atividade antitumoral em células de MB.
Introdução. Alterações genômicas são frequentemente associadas
com o prognóstico da leucemia linfoblástica aguda infantil (LLA). A
fusão TCF3-PBX1 é uma dessas alterações, e classifica a LLA de
células precursoras B (LLA-CPB) como risco intermediário. Eventos
adicionais, ocorrem na maioria dos clones pré-leucêmicos e estas
alterações desempenham um papel importante na história natural
da doença e na abordagem terapêutica. Objetivos. Explorar o papel
das deleções em genes envolvidos na diferenciação linfóide,
regulação do ciclo celular e receptores de citocina em pacientes LLACPB TCF3-PBX1+; Avaliar a diferença do perfil de expressão de genes
envolvidos na regulação do ciclo celular entre pacientes com e sem
deleções (Δ) em RB1; Correlacionar as alterações encontradas com
as características clínico-laboratoriais e com as variáveis utilizadas
na estratificação de risco dos pacientes. Metodologia. Foram
selecionados pacientes com LLA-CPB menores de 18 anos e sem
tratamento prévio. A identificação das deleções foi realizada através
de multiplex ligation-dependent probe amplification (MLPA)
utilizando o kit SALSA MLPA P335 A4/B1. As ΔRB1 foram
confirmadas por FISH, utilizando sondas preparadas in-house para
as regiões de interesse em RB1. A expressão gênica de genes
pertencentes a via de RB foi quantificada através do ensaio TaqMan
Array 96-well plate - Human Cyclins & Cell Cycle Regulation.
Resultados. Foram incluídos 45 casos com a fusão TCF3-PBX1
(10,3%), sendo a maioria do sexo masculino, idade 1-10 anos, baixa
leucometria e diagnóstico LLA pré-B. Através de MLPA foram
encontradas deleções afetando frequentemente CDKN2A/B (42,9%)
e PAX5 (39,0%), seguido de RB1 (30,9%) e BTG1 (19,0%). A
comparação com os demais subgrupos citogenéticos revelou que
esta alta frequência de ΔRB1 é característica de LLA-CPB TCF3-PBX1.
Os pacientes com ΔRB1 foram a sua maioria classificados como risco
padrão, devido a alta leucometria e idade observados. Quanto ao
perfil de expressão dos componentes da via de RB, entre os casos
estudados, observamos que a presença de ΔRB1 aumenta
significativamente a expressão de CCND1, CDK4, E2F3 e TP53,
enquanto que a expressão de CDKN1B e CDKN2D foi reduzida, em
comparação com o grupo de casos sem deleções em RB1.
Conclusões. Validamos que existe uma alta frequência de ΔRB1 em
pacientes TCF3-PBX1 comparado aos demais subgrupos
citogenéticos, e além disso apresentam expressão diferencial de
genes envolvidos na regulação do ciclo celular.
136
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CARACTERIZAÇÃO DAS ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS
SÍNDROME MIELODISPLÁSICA PRIMÁRIA NA INFÂNCIA
EM
CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE METILAÇÃO GLOBAL EM CRIANÇAS
PORTADORAS DE TUMOR DE WILMS
Eliane Ferreira Rodrigues , Viviane Lamim Lovatel , Elaiza Almeida
a
a
b
Antônio De Kós , Rita De Cássia Tavares , Alexandre Gustavo Apa ,
b
c
Elaine Sobral Da Costa , Cecilia De Souza Fernandez , Eliana
a
a
Abdelhay , Teresa De Souza Fernandez .
Bruna Maria De Sá Pereira , Rafaela Montalvão-De-Azevedo ,
b
a
a
Mariana Maschietto , Pedro Nicolau Neto , Beatriz De Camargo ,
a
Sheila Coelho Soares Lima .
a
a
a INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER- INCA CEMO/ LABORATÓRIO DE
CITOGENÉTICA, Rio de Janeiro, Brasil
b INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER- INCA, SERVIÇO DE
HEMATOLOGIA, Rio de Janeiro, Brasil
c UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução A Síndrome Mielodisplásica (SMD) primária é rara na
infância, representando cerca de 4% de todas as malignidades
hematológicas da faixa pediátrica. A história natural desta doença é
extremamente variável, alguns pacientes podem apresentar formas
brandas, com sobrevida alta e baixa taxa de transformação leucêmica.
No entanto, cerca de 10 a 40% dos casos evoluem para leucemia
mielóide aguda (LMA). Objetivo Este trabalho apresentou como
objetivo analisar citogeneticamente células de medula óssea de
pacientes com SMD primária na infância, no sentido de verificarmos a
frequência de alterações cromossômicas nos subgrupos de SMD e sua
associação com a evolução da doença. Metodologia Foi realizado um
estudo retrospectivo no período de 1991 a 2016 em 130 pacientes
pediátricos com SMD primária. A média de idade dos pacientes foi 8,5
anos (variando de 3 meses a 18 anos). Os diagnósticos seguiram os
critérios propostos pela classificação de SMD da infância segundo
Hasle e colaboradores (2003). A análise cromossômica foi realizada
em células de medula óssea através do bandemanto G e FISH. Os
cromossomos foram identificados e classificados de acordo com o
Sistema Internacional de Nomenclatura de Citogenética Humana de
2013. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa. Resultados e Conclusão Cariótipos anormais foram
detectados em 69 (53%) dos 130 pacientes analisados com SMD
primária. Em relação a idade consideramos dois grupos: pacientes
com idades inferiores a 12 anos, apresentaram cariótipos anormais
em 40/84 (48%) e pacientes com idades iguais ou superiores a 12 anos
apresentaram cariótipos anormais em 29/46 (63%). Dos 88 pacientes
com CR, 32 (36%) apresentaram cariótipo anormal. Nos subtipos mais
avançados da doença a frequência de casos com alterações
cromossômicas foi maior, sendo verificada em 17 (77%) dos 22
pacientes com AREB e em 20 (100%) dos casos com AREB-t. Evolução
da doença foi observada em 42 (32%) dos 130 pacientes. Estes
pacientes apresentaram principalmente as alterações cromossômicas:
-7, del(7q), +8, del(11q) e cariótipos complexos. A análise citogenética
auxiliou no diagnóstico dos casos com suspeita de SMD primária
pediátrica e foi uma importante ferramenta para a escolha do
tratamento.
a
a
a INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER- INCA, Rio de Janeiro, Brasil
b LABORATÓRIO NACIONAL DE BIOCIÊNCIAS, São Paulo, Brasil
Introdução: O Tumor de Wilms (TW) é um tumor embrionário
trifásico composto por blastema, epitélio e estroma, presentes em
proporções variáveis. A predominância de células blastematosas em
TW pós-quimioterapia estão associadas com resistência tumoral, e
portanto pior prognóstico. Alterações epigenéticas, como a
metilação do DNA estão associadas à instabilidade genômica e
tumorigênese. Objetivo: Caracterizar o perfil de metilação de LINE-1
em amostras do componente blastema e de rim normal pareados.
CASUÍSTICA E MÉTODOS: Analisamos as amostras de nefrectomia
(tumor e rim) de 47 pacientes diagnosticados e operados
entre
2003
e
2014.
O
componente
blastema
foi microdissecado dos blocos de parafina seguido por extração de
DNA usando o QIAamp DNA MiniKit e a conversão do DNA por
tratamento com bissulfito de sódio feita utilizando o kit EpiTec
Bisulfite. Após amplificação de PCR de cinco sítios CpGs localizados
na sequência LINE-1, a quantificação dos níveis de metilação foi feita
por pirossequenciamento (citosinas metiladas/citosinas metiladas +
não metiladas). Resultados Preliminares: As amostras de rim
apresentaram 71,2% (DP±0,5) de média de metilação comparadas
com 63,7% (DP±0,9) das amostras tumorais (p<0, 0001, teste t de
student). Os baixos níveis de metilação no tumor são associados à
ativação de LINE-1. Os níveis de metilação dos tumores foram
avaliados quanto às variáveis clinicas como estadiamento, idade,
sexo, metástase ao diagnostico, óbito e recaída, revelando uma
associação com recaída: tumores que recaíram tiveram em média,
59,2% (DP±1,6) comparado com 66,2% (DP±0,9) dos níveis de
metilação em tumores que não recaíram (p< 0,0002, teste t de
student). Utilizando um corte de 62% nos níveis de metilação, é
possível predizer o risco de recaída com 76,5% de sensibilidade e
83,3% de especificidade. Conclusão: Amostras tumorais
apresentaram hipometilação global comparados às amostras de rim
normal, o que pode sugerir a ocorrência de instabilidade genômica.
Adicionalmente, a perda de metilação é maior em tumores que
apresentaram recaída, sugerindo que a diminuição da metilação
global pode ser associada ao pior prognóstico em pacientes com
TW.
137
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CARACTERIZAÇÃO IN VITRO DE RESISTÊNCIA TUMORAL A FÁRMACOS
ANTINEOPLÁSICOS
a
a
a
Camila Alves Da Silva , Kelly De Vargas Pinheiro , Mirela Severo Gil ,
a
b
Marienela Buendia Duque , Caroline Brunetto De Farias , Danielly
a
a
b
Brufatto Olguins , Daniela Cornelio , Algemir Lunardi Brunetto , Rafael
a
Roesler .
a LABORATÓRIO DE CÂNCER E NEUROBIOLOGIA, HCPA/UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
b INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: O câncer pediátrico é considerado a principal causa de
morte por doenças, correspondendo à segunda causa de mortalidade
em indivíduos entre zero e 14 anos. Leucemias estão entre as
principais neoplasias infanto-juvenis, atingindo ambos os sexos em
diversas faixas etárias. Apesar do avanço significativo nos
tratamentos, a quimioterapia ainda apresenta-se como a principal
opção para esta neoplasia, sendo decisiva para um desfecho
favorável. A progressão de doença e morte ainda atingem índices
consideráveis, tendo a resistência às drogas administradas como um
dos fatores para tal situação. Nesse contexto, há uma urgência por
métodos capazes de avaliar a eficiência e eficácia das opções de
tratamento para cada indivíduo. Objetivo: Assim, o objetivo geral
deste estudo é avaliar a quimiorresistência através de estudos in vitro
utilizando linhagens celulares de LLA e LMA, assim como em cultivos
primários a partir de amostras de medula óssea. Metodologia: Para
isto, as linhagens HL60 e JURKAT foram cultivadas em RPMI 1640
suplementado com 10% (v/v) de soro fetal bovino (FBS), 1% (v/v) de
penicilina/estreptomicina e 0,1% (v/v) de fungizone e mantidas em
atmosfera umidificada com 5% de teor de CO2 a 37ºC. As células para
determinar o índice de inibição dos compostos foram cultivadas em
densidade de 1x104 células por poço, tratadas 24 após plaqueamento
e avaliadas quanto à viabilidade 48 após o tratamento através do
método de exclusão por tripan blue em Câmara de Neubauer. O
cultivo primário de punções medulares, de pacientes com LMA e/ou
LLA foi realizada a partir de adaptações do protocolo de Ficoll-Paque®
e cultivadas nas mesmas condições das linhagens celulares. Como
protocolo para avaliação de quimiorresistência foram usados valores
dez vezes superiores ao IC50 determinado no estudo para cada
fármaco. Os fármacos testados fazem parte dos protocolos
estabelecidos para o tratamento convencional das leucemias infantojuvenis. Resultado e Conclusão: A aplicação do teste in vitro em
cultura primária apresentou importante correlação clínica quanto à
resposta aos tratamentos administrados. Assim, a ampliação dos
casos em estudos é necessária para validar o método empregado.
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DAS LEUCEMIAS MIELOIDES
AGUDAS PEDIÁTRICAS: RESULTADOS DE UM ESTUDO BRASILEIRO
MULTICÊNTRICO
a
a
Francianne Gomes Andrade , Elda Pereira Noronha , Gisele
a
a
Dallapicola Brisson , Filipe Vicente Dos Santos Bueno , Ingrid Sardou
a
a
b
Cezar , Eugênia Terra-Granado , Luiz Claudio Santos Thuller , Maria
a
Do Socorro Pombo-De-Oliveira .
a PROGRAMA DE HEMATOLOGIA-ONCOLOGIA PEDIÁTRICO, CENTRO
DE PESQUISA, INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, Rio de
Janeiro, Brasil
b PROGRAMA DE PESQUISA CLÍNICA, CENTRO DE PESQUISA,
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: A caracterização biológica das leucemias mieloides
agudas pediátricas (LMAs-p) é um importante fator preditivo de
prognóstico. No Brasil, as LMAs-p representam 18% dos casos de
leucemia, mas pouco se conhece a respeito da frequência dos seus
subtipos morfológicos e moleculares. Objetivos. Investigar a
contribuição das alterações gênicas chamadas tipo I e II na
probabilidade de sobrevida global dos casos de LMA-p.
Metodologia. Foram incluídos 703 casos de LMA-p de novo,
diagnosticados no período de 2000-2015, através de uma rede
pediátrica multicêntrica de estudo das leucemias agudas. As
mutações nos hotspots dos genes FLT3, NRAS, KRAS, PTPN11 e c-KIT
(alterações tipo I), e as fusões gênicas RUNX1-RUNX1T1, rearranjos
do MLL/KMT2A (KMT2A-r), CBFβ-MYH11 e PML-RARα (alterações
tipo II) foram analisadas. Os pacientes foram tratados sem inclusão
em um estudo clínico específico, mas a maioria deles seguindo as
diretrizes do protocolo BFM-AML2004 a partir do ano de 2008.
Resultados. Foram observadas diferenças expressivas entre a
presença das mutações e as faixas etárias analisadas (≤2 anos de
idade; >2-10 anos de idade e ≥11 anos de idade), além de uma
provável associação não randômica entre as alterações tipo I/II.
Baixas contagens de leucócitos (WBC, ≤50x109/L) foram associadas
com a fusão RUNX1-RUNX1T1 e altas contagens de WBC com CBFβMYH11 (p<0,05). A probabilidade de sobrevida global (pOS) em 5
anos foi de 37,5±2,9% para as LMAS-p, excluindo os casos de
leucemia aguda promielocítica (APL), que apresentaram pOS
de 59,4±7,2% (p=0,03). Foi observada uma diferença de pOS entre
as regiões de origem dos casos, com as regiões Sul/Sudeste
apresentando os maiores valores de pOS (47,6±4,7%) e as regiões
Nordeste e Centro Oeste os menores valores (37,8±4,8% e
23,7±4,9%, respectivamente; p=0,003). As mutações no gene
PTPN11 conferiram o pior prognóstico aos pacientes e foram
identificadas, através de análises multivariadas, como um fator de
prognóstico independente, com razão de risco de 2,3 para óbito
(intervalo de confiança de 95% de 1,3-4,1; p=0,004). Conclusões: A
identificação de subgrupos genéticos pode contribuir para o
conhecimento da epidemiologia molecular e da biologia das LMAs
pediátricas, refletindo o panorama atual da sobrevida dos casos
brasileiros. Mutações no PTPN11 devem ser avaliadas como
biomarcadores de prognóstico, com o desenvolvimento de estudos
posteriores para confirmação de seu papel na sobrevida.
138
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DOS GENES PARCEIROS DE FUSÃO DO
KMT2A EM 6 CASOS DE LEUCEMIA AGUDA DO LACTENTE > 12 MESES
DE IDADE COM CARÍTIPOS COMPLEXOS OU CRÍPTICOS
a
a
a
Elaine Cifoni Batista , Angélica Caetano Moreti , Roberto Capela ,
a
b
Amanda Faria De Figueiredo , Daniela Ribeiro Ney Garcia , Moneeb A.
c
b
c
K. Othman , Marcelo Gerardin Poirot Land , Thomas Liehr , Maria
a
Luiza Macedo De Souza .
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil
b PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CLINICA MÉDICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ, Rio de Janeiro,
Brasil
c INSTITUTE OF HUMAN GENETICS, JENA UNIVERSITY HOSPITAL,
Alemanha
Introdução: A Leucemia do lactente, que corresponde à cerca de 5%
das neoplasias na infância, é uma doença com características clínicas
agressivas, tornando o diagnóstico acurado e tratamento adequado
muito importantes. A literatura tem mostrado que 80% das crianças
com Leucemia aguda apresentam alterações cromossômicas. As
alterações genéticas nas Leucemias agudas modificam vias
importantes no desenvolvimento hematopoiético, alterando a
sinalização ou a proliferação celular e regulação epigenética. Um
importante fator de transcrição, o gene lysine (K)-specific
methyltransferase 2A (KMT2A), também conhecido como MLL, é
frequentemente observado nas translocações cromossômicas
recorrentes, em Leucemias agudas pediátricas. O KMT2A é observado
em cerca de 70% dos casos, associados com o fenótipo da doença,
apresentando diferentes prognósticos, que variam de acordo com o
gene parceiro envolvido na translocação. Atualmente, 80 diferentes
genes parceiros diretos e 120 fusões variantes recíprocas de KMT2A
foram caracterizados à nível molecular. Muitas vezes as
anormalidades estão crípticas no cariótipo e, por isto, nem sempre o
gene parceiro, que pode apresentar valor prognóstico, é identificado
por citogenética convencional. Objetivo: Com este trabalho nós
objetivamos elucidar e caracterizar estas anormalidades de modo a
contribuir com a biologia da Leucemia aguda do lactente com menos
de 12 meses de idade. Metodologia: Diante da alta complexidade dos
cariótipos, foram analisados e refinados 6 casos de Leucemia aguda do
lactente >12 meses de idade, que por citogenética convencional
apresentavam cariótipos sugestivos para o rearranjo do KMT2A,
através da combinação de técnicas moleculares, incluindo Multicolor
Chromosome Banding (MCB), Fluorescense in situ Hibridization, PCR
de Transcriptase Reversa, e PCR Inversa de Longa Distância.
Resultados e conclusão: Os genes parceiros de fusão do KMT2A
encontrados nos casos analisados foram as variantes MLLT1, MLLT3, e
MLLT10 e a leitura recíproca da PCR Inversa de Longa Distância
também revelou fusão com o gene PITPNA. Finalmente, o MCB
revelou pontos de quebra em outros cromossomos, entretanto, seu
papel biológico e implicações prognósticas ainda não foram
determinadas. Conclui-se que a combinação de técnicas moleculares
identificam eficientemente genes parceiros de fusão KMT2A em
cariótipo complexos de Leucemia aguda pediátrica podendo assim
contribuir uma melhor caracterização da doença.
CITOMETRIA DE FLUXO MULTIPARAMÉTRICA NA PREDIÇÃO DA ALTA
EXPRESSÃO CELULAR E MOLECULAR DE CRLF2 NA LEUCEMIA
LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS PRECURSORAS B
Priscilla Moniz Sodré Ferreira, Elda Pereira Noronha, Camilla
Andrade, Bruna Kelly Santos De Souza, Bruno Alves De Aguiar
Gonçalves, Alessandra Faro, Carolina Da Paz Zampier, Caroline
Barbieri Blunck, Eugênia Terra-Granado, Maria Do Socorro PomboDe-Oliveira.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: Cerca de 30% dos casos de LLA-cpB não possuem
nenhum dos biomarcadores citogenético-moleculares clássicos,
sendo denomimados B-others. Neste grupo há alterações genéticas
características, como as translocações envolvendo o thymic stromal
lymphopoietin receptor (CRLF2). Foi observado que a alta expressão
gênica do CRLF2 em LLA-cpB ocorre em cerca de 17% dos casos e
50% em Síndrome de Down (SD), sendo sugerida como marcador de
prognóstico, no entanto ainda falta consenso nos resultados, sendo
necessário técnicas para padronizar. Objetivo: Estabelecer um
algoritmo de testes utilizando a citometria de fluxo
multiparamétrica (CFM) a fim de correlacionar a expressão proteica
com a expressão gênica do CRLF2. Metodologia: Análise do painel
de anticorpos monoclonais CD10FITC/CD127PE/CD45PerCPCY5.5/CD19PE-CY7/CRLF2APC em 99 amostras de medula óssea
(MO) de LLA-cpB ao diagnóstico (≤ 18 anos), quanto à expressão
celular de CRLF2 e CD127 em blastos leucêmicos, avaliando
percentual e intensidade mediana de fluorescência (IMF).
Resultados: A mediana de expressão do CRLF2 foi 3,53% (0,07-99,7)
e do CD127 17% (0-99). Os pacientes foram divididos quanto ao
percentual de expressão de CRLF2 nos seguintes grupos: <20%, ≥
20% e <70% e ≥70%. Oitenta e quatro pacientes (84,8%) tiveram
<20% de células positivas, enquanto 6 (6,1%) tiveram entre ≥ 20% e
<70% e 9 (9,1%) ≥70%. Foi observado que 16 casos com <20% de
marcação possuem alta densidade de expressão que serão melhor
estudados quanto ao risco de recaída. O subtipo Pré-B apresentou
maior percentual de células positivas para o CRLF2 (mediana 14,6%)
do que o subtipo Pró-B (mediana 1,2%) (p=0,04). Casos ETV6-RUNX1
positivos apresentaram menor percentual de células positivas
(mediana 0,9%) do que ETV6-RUNX1 negativos (mediana 3,6%)
(p=0,0288). O grupo de alta expressão (≥70%) não possuíam as
alterações ETV6-RUNX1, E2A-PBX1, BCR-ABL1 e MLL-r, além do
predomínio de pacientes com idade > 10 anos. Em contrapartida,
pacientes com <10 anos (94,9% dos casos) possuem expressão baixa
e intermediária do CRFL2 (p=0,03). É necessário ainda obter os
resultados da expressão gênica do CRLF2 a fim de confirmar a
expressão celular, além de analisar pacientes com SD e recaídas.
Não houve associação entre as expressões celulares das moléculas
CRLF2 e CD127. Conclusão: A CFM pode ser uma ferramenta de
grande importância para identificar os casos com alta expressão do
CRLF2 dentro da população de B-others.
139
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
COMBINAÇÃO DE MODULADORES EPIGENÉTICOS COM ATIVAÇÃO DE
RECEPTOR RETINOIDE EM NEUROBLASTOMA: EFEITOS SOBRE A
PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR
a
b
Viviane Rosner De Almeida , Igor Araújo Vieira , Marienela Buendia
a
a
c
Duque , Caroline Brunetto De Farias , Algemir Lunardi Brunetto , Ana
d
e
a
Lúcia Abujamra , Patrícia Luciana Da Costa Lopez , Rafael Roesler .
a LABORATÓRIO DE CÂNCER E NEUROBIOLOGIA, HCPA/UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
b LABORATÓRIO DE MEDICINA GENÔMICA, CENTRO DE PESQUISA,
EXPERIMENTAL, HOSPITAL DE CLÍNICAS, UFRGS, Rio Grande do Sul,
Brasil
c INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
d PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA, CENTRO
UNIVERSITÁRIO UNIVATES, Rio Grande do Sul, Brasil
e PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO EM GASTROENTEROLOGIA E
HEPATOLOGIA, FACULDADE DE MEDICINA – UFRGS, Rio Grande do
Sul, Brasil
Introdução: Neuroblastoma (NB) é a forma mais indiferenciada de
tumores neuroblásticos e a principal causa de morte por câncer
pediátrico. Alterações epigenéticas interagem em todas as etapas do
desenvolvimento do câncer, promovendo a progressão tumoral.
Alguns dos mecanismos epigenéticos incluem a metilação do DNA e
acetilação de histonas. Essa é modulada pelas enzimas histonas
acetiltransferases (HATs) e histonas desacetilases (HDACs), ambos
alvos de estratégias terapêuticas em tumores. Esses mecanismos
juntamente com os retinoides agem nas vias de diferenciação celular,
anti-proliferação e pró-apoptose. Objetivo: Nosso objetivo é avaliar a
associação
de
retinóides
(ácido
all-trans-retinoico-ATRA),
moduladores epigenéticos (NaB e 5-aza) sobre a proliferação celular
em tratamentos sozinhos e combinados. Metodologia: Na avaliação
de proliferação celular usamos o citometria de fluxo, com exclusão de
células mortas pela marcação por iodeto de propídeo, nas linhagens
celulares de NB humano SK-N-BE(2) e SH-SY5Y. Resultados: A
associação dos moduladores epigenéticos e ATRA apresentou uma
significativa redução na proliferação celular a longo prazo (16 dias)
quando comparado com as células controle pelo ensaio de cumulative
population doubling em ambas as linhagens celulares. Pela análise do
ciclo celular, após 30h, tanto as células SK-N-BE(2) quanto as SH-SY5Y
apresentaram parada de ciclo celular na fase G1, sob diferentes
tratamentos. Western Blot dos moduladores epigenéticos após ATRA
72h apresentou alteração da expressão relacionada a(in)diferenciação
(Bmi1, NeuN e β3-tubulina) e de expressão n-Myc, c-Myc e ERK. Além
disso, a marcação com β3-tubulina por imunofluorescência mostrou
alteração morfológica nos diferentes tratamentos. Conclusão: Estes
resultados podem contribuir para uma melhor compreensão dos
mecanismos moleculares dos moduladores retinoides e epigenéticos
em NB.
COMPARAÇÃO DOS PERFIS TRANSCRICIONAIS ENTRE AMOSTRAS DE
OSTEOSSARCOMA E SARCOMA DE EWING
a
a
Marialva Sinigaglia , Caroline Brunetto De Farias , Marcelo Alves
b
a
Bragatte De Souza André Tesainer Brunetto , Algemir Lunardi
a
b
b
Brunetto , Rafael Roesler , Rita Maria Cunha De Almeida .
a INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL DO RS, Rio Grande do Sul, Brasil.
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil.
Introdução: Osteossarcoma (OS) é um tipo de tumor ósseo maligno
primário mais comum sendo responsável por 20% dos casos de
tumores ósseos. . As suas células malignas formam osteóides e/ou
ossos. É mais frequente em crianças e adultos jovens. O Sarcoma de
Ewing (SE) é um tumor pediátrico altamente agressivo que acomete
os ossos e em uma frequência menor os tecidos moles, sendo a
segunda neoplasia óssea mais frequente em crianças e
adolescentes. O SE caracteriza-se por apresentar células
arredondadas bem como pela presença de uma translocação
envolvendo o gene EWS e um gene da família ETS, tipicamente FLI1. Objetivo: Comparar a expressão dos genes de amostras de OS e
SE com o intuito de verificar quais os genes e as vias que
apresentam um nível de expressão comum entre os dois tumores e
quais os que são diferentemente expressos. Metodologia: Foram
utilizados os dados de microarranjos disponíveis no Gene Expression
Omnibus (GEO) série GSE73166 que contém 10 amostras de OS e 8
de SE. A análise do transcriptograma foi realizada através do
software The Transcriptogramer V.1. Resultados e Conclusões:
Identificamos 504 genes que apresentaram um aumento de
expressão em OS quando comparados com SE. Após a análise de
enriquecimento funcional e avaliação da expressão das vias, foi
possível detectar em torno de 60 vias com aumento de expressão
em OS. Estas vias estão relacionadas a processos como biossíntese,
degradação, organização e montagem de fibras de colágeno,
organização e degradação da matriz extracelular, integrinas, eventos
de sinalização mediados por sidecano 1, proteoglicanos, biossíntese
de glicoesfingolipídios, entre outros. A matriz extracelular (ECM)
possui papel importante na morfogênese de tecidos e órgãos.
Interações específicas entre as células e a ECM são mediadas por
moléculas
transmembranas,
principalmente
integrinas,
proteoglicanos e outros. Estas interações controlam direta e
indiretamente atividades celulares cruciais tais como a adesão,
migração, diferenciação, proliferação e apoptose. Além disso,
observa-se uma reestruturação do colágeno que pode afetar o
ancoramento e a migração de células que formarão os ossos. Já o
aumento de expressão das vias de biossíntese de gangliosídeos
parece ter uma função importante pois ajudam a suprimir a
resposta imune e permitem o escape tumoral através da
modificação da composição da membrana das células do sistema
imune. Agências Fomento: Instituto do Câncer Infantil, PRONON –
SIPAR 25000.162.034/2014-21.
140
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DANO E REPARO DE DNA EM LEUCEMIA LINFÓCITICA AGUDA
PEDIÁTRICA DURANTE INDUÇÃO
a
a
Rafael Pereira Dos Santos , Júlia Plentz Portich , Nathalia Kersting Dos
a
a
a
Santos , Gabriela Dos Santos Costa , Karolina Brochado Jorge ,
a
a
Danielly Brufatto Olguins , Jéssica Maria Gonçalves Dias Cionek , Jiseh
b
c
d
Fagundes Loss , Jenifer Saffi , Sharbel Weidner Maluf , Algemir
e
a
e
Lunardi Brunetto , Rafael Roesler , Caroline Brunetto De Farias .
a LABORATÓRIO DE CÂNCER E NEUROBIOLOGIA, HCPA/UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
b HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
c UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE UFCSPA, Rio Grande do Sul, Brasil
d UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC, Santa
catarina, Brasil
e INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução Leucemia linfocítica aguda (LLA) é o tipo de câncer mais
comum em crianças. Apesar das altas taxas de cura, ainda cerca de
30% dos pacientes recidivam da doença. Ser capaz de prever a
resposta individual à quimioterapia através de técnicas práticas e de
baixo custo é parte importante da medicina personalizada. O Ensaio
do Cometa Alcalino (ECA) é um teste de genotoxicidade capaz de
detectar danos ao DNA em células individuais. Recentemente, o seu
uso foi aprovado para determinar a resposta biológica à quimioterapia
no câncer de mama e de cólon. Objetivo Avaliar o dano e reparo de
DNA em células de medula óssea (MO) de pacientes pediátricos com
diagnóstico de LLA durante a indução quimioterápica. Metodologia
Após aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
obtiveram-se amostras de MO de pacientes entre 0 e 18 anos
diagnosticados com LLA, provenientes de um Serviço de Oncologia
Pediátrica de um Hospital. As amostras foram coletadas em três
momentos: diagnóstico, D15 e D35. Realizou-se o ECA com coloração
da prata. Cem células por individuo foram examinadas para
determinar índice de dano (ID) de DNA. Também foram analisados por
qPCR o mRNA dos pacientes nos 3 momentos. Analise estatística foi
realizada através do software SPSS versão22.0. Resultados E
Conclusão Foram coletadas 73 amostras de MO pertencentes a 28
pacientes com LLA. Vinte e três pacientes apresentavam LLA linhagem
B, e 5 de linhagem T. Quinze pacientes eram de gênero masculino e
13, feminino. A idade média ao diagnóstico foi de 6,87 +- 4,89 anos.
Não houve diferença no ID ao longo da indução (P = 0.58;Friedman).
Entretanto, houve uma diminuição de danos baixos (1 e 2) entre D0 e
D35 (P = 0.03; MannWhitney). Ainda, 5 pacientes com doença residual
mínima positiva no D35 apresentaram diminuição de danos baixos (1
e 2) ao longo da indução (P = 0.02; Mann Whitney). Não houve
diferença no ID em relação ao risco, idade, gênero e protocolo
utilizado. A análise da expressão de mRNA das amostras revelou-se
constante nos genes de reparo analisados, exceto para um pacientes
que teve diminuição na expressão gênica. A análise dos resultados
demonstra que, ao longo da indução, parece haver adequada
capacidade de reparo de DNA, uma vez que não houve aumento
significativo nos ID. A diminuição de danos baixos ao longo da indução
corrobora essa ativação de mecanismos de reparo de DNA, talvez
superexpressa em pacientes que mantenham algum grau de doença
no final da indução.
DETECÇÃO DE VARIANTES PATOGÊNICAS EM PACIENTES COM
DIAGNÓSTICO DE RETINOBLASTOMA EM UM SERVIÇO PÚBLICO
BRASILEIRO
Mireille Caroline Silva De Miranda Gomes, Anna Claudia Evangelista,
Sima Esther Ferman, Nathalia Grigorosvki, Gabriela Oigman Bellas,
Leila Leontina, Clarissa Mattosinho.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução O retinoblastoma é um tumor de origem genética que se
desenvolve a partir da região sensorial da retina, pela inativação dos
dois alelos do gene RB1. É o tumor intraocular mais frequente na
infância e em mais de 90% dos casos o diagnóstico ocorre antes dos
5 anos de idade. Em aproximadamente 25-35% dos casos é bilateral.
O diagnóstico precoce correlaciona-se com maior sobrevida, bem
como melhor qualidade de vida. Em torno de 25-35% dos
retinoblastomas podem ser classificados como hereditários, sendo
que 6% deles familiares, e os demais a inativação do gene ocorre na
concepção. Nesses tumores a média da idade ao diagnóstico é
menor. 1,2,3 A partir do momento que um paciente é diagnosticado
com retinoblastoma, todos os seus familiares com risco maior que o
populacional devem ser seguidos como potenciais portadores da
mutação, isto envolve parentes de primeiro, segundo e terceiro
graus. 4 A identificação de uma alteração genética pode contribuir
para a pesquisa desta mesma mutação no restante da família,
podendo assim diminuir os gastos públicos com o rastreio
diagnóstico dos não portadores da mutação, bem como direcionar
esses esforços para possibilitar um diagnóstico mais precoce dos
que têm. Objetivos Verificar nos pacientes de um serviço público
brasileiro a porcentagem de variantes patogênicas no gene RB1, nos
pacientes/famílias com diagnóstico de retinoblastoma. Metodologia
Os pacientes são selecionados após consulta de aconselhamento
genético, com orientação sobre o exame e suas possibilidades de
resultados, e então passam por uma avaliação psicológica pré-teste.
Somente após essas orientações realiza-se a coleta do exame.
Realizou-se a análise de pacientes, feita através da extração de DNA
de linfócitos a partir de uma amostra sanguínea. Deste DNA é feito o
Sequenciamento de Sanger dos 27 exons de RB1 em
pacientes/famílias com diagnóstico de retinoblastoma. Naqueles
com sequenciamento negativo foi realizado o MLPA. Resultados E
Conclusão Ao todo 68 pacientes com retinoblastoma foram
analisados, e 37 alterações em sequenciamento e/ou MLPA. Desses
37, 33 apresentavam alteração no sequenciamento. Os 4 restantes
ao prosseguir investigação, encontrou-se alteração por MLPA. São
relatados no trabalho características de lateralidade e história
familiar.
141
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DISTRIBUIÇÃO DAS VARIANTES DE SPLICING ALTERNATIVO DO GENE
TERT EM TUMORES DE CÉREBRO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
EFEITO ANTINEOPLÁSICO DO IMUNOSSUPRESSOR FINGOLIMOD EM
CULTURAS DE CÉLULAS DE MEDULOBLASTOMA HUMANO
Bruna Mascaro-Cordeiro, Indhira Dias Oliveira, Maria Teresa De Seixas
Alves, Nasjla Saba Da Silva, Andrea Maria Capellano, Sérgio
Cavalheiro, Patrícia Dastoli, Silvia Regina Caminada De Toledo.
Alexandre Da Silveira Perla , Livia Fratini Dutra , Mariane Da Cunha
a
a
b
Jaeger , Danielly Brufatto Olguins , André Tesainer Brunetto ,
b
a
Algemir Lunardi Brunetto , Caroline Brunetto De Farias , Rafael
a
Roesler .
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O mecanismo de regulação da enzima telomerase ainda
permance incerto, mas tem sido sugerido que o gene TERT,
responsável pela síntese da telomerase, é regulado por splicing
alternativo. Além do transcrito full-length (FL), outras variantes, com
deleções decorrentes do splicing alternativo de TERT, têm sido
descritas: minus alpha (α-), minus beta (β-), e minus alpha beta (α-β-).
Essas variantes geram stop codons e dominantes negativos, a
princípio com ausência de função. Meduloblastoma (MB) e
Ependimoma (EP) são dois dos tumores de sistema nervoso central
(SNC) mais frequentes em crianças e adolescentes. Investigamos e
descrevemos as principais variantes do transcrito do gene TERT (FL, α-,
β- e α-β-) e se a presença destas isoformas poderia estar associada à
características clinicopatológicas e à sobrevida dos pacientes com MB
e EP. Metodologia: Selecionamos 58 amostras tumorais de MB e 43
amostras tumorais de EP. As variantes de splicing alternativo de TERT
foram investigadas por nested PCR, e os produtos amplificados a
partir da reação de PCR foram analisados em géis de agarose 2%.
Resultados: Em geral, aproximadamente 5% das amostras de MB e EP
apresentaram exclusivamente a variante FL. Variantes de TERT com
deleção, isoladas ou combinadas, foram detectadas em 70% das
amostras de MB e 39% das amostras de EP. 27% das amostras de MB
e 60% das amostras de EP não apresentaram nenhuma das variantes
de splicing alternativo. Não observamos associações significativas
entre a presença das variantes do transcrito de TERT e as
características clinico-patológicas e sobrevida dos pacientes
portadores de MB e EP. Conclusões: A associação direta da expressão
do mRNA do gene TERT com as características clinico-patológicas dos
pacientes com tumores do SNC, sem a identificação das variantes do
transcrito de TERT, deve ser analisada com cautela, uma vez que
somente a isoforma FL está associada à presença da atividade de
transcriptase reversa da telomerase. Investigações futuras podem
auxiliar na compreensão do mecanismo complexo de splicing
alternativo no gene TERT e a função das variantes na tumorigênese de
MB e EP da infância e adolescência.
a
a
a LABORATÓRIO DE CÂNCER E NEUROBIOLOGIA, HCPA/UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
b INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução - Fingolimod (FTY-720) é uma terapia imunossupressora,
via oral, clinicamente aprovada para o tratamento da Esclerose
Múltipla (EM). Atua como antagonista do receptor esfingosina-1fosfato, além de apresentar ação como inibidor de histonas
deacetilases (iHDAC) e ter efeito antineoplásico, anti-inflamatório e
neuroprotetor. Demonstra eficácia, tanto in vivo quanto in vitro, em
modelos de estudo de câncer, sugerindo provável potencial
terapêutico no tratamento de tumores de linhagem neural devido a
sua ação epigenética. Fingolimod pode atuar na diferenciação,
proliferação e sobrevivência de células troncos e tumorais, assim
como na indução de senescência celular. Assim como em outros
tumores, alterações epigenéticas também podem estar relacionadas
à patogênese dos meduloblastomas, que é o tumor sólido maligno
mais comum em crianças. Objetivos: avaliar o efeito do fingolimod
sobre proliferação, viabilidade e sobrevivência celular em linhagens
de meduloblastoma humano (DAOY e D283). Metodologia: as
células de meduloblastoma foram plaqueadas em placas de 96
poços, cultivadas em meio específico e tratadas com concentrações
de 1 µM, 2,5 µM, 5 µM, 7,5 µM e 10 µM. Após 72 horas, as células
em cultura foram analisadas pelo método de azul de Tripan para
avaliação do crescimento celular. As células restantes foram
replaqueadas em placas de 6 poços para avaliação de formação de
colônias e sobrevivência celular após 7 dias de tratamento nestas
mesmas concentrações. Resultados E Conclusão: os resultados
mostraram que o fingolimod foi capaz de inibir o crescimento,
viabilidade e formação de colônias com um IC50 de 5 µM e este
estudo mostrou que o fingolimod apresentou importante efeito
antineoplásico in vitro em culturas de células de meduloblastomas
142
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EFEITO DO BLOQUEIO SELETIVO DE EGFR EM GLIOBLASTOMA
MULTIFORME
a
a
a
EFEITOS DO INIBIDOR DA ANIDRASE CARBÔNICA 9 E7070 EM
LINHAGEM CELULAR DE GLIOBLASTOMA PEDIÁTRICO
Kelly De Vargas Pinheiro , Camila Alves Da Silva , Mirela Severo Gil ,
a
b
Marienela Buendia Duque , Lauro José Gregianin , Caroline Brunetto
c
a
De Farias , Rafael Roesler .
Caio Cesar Damasceno Monção, Silvia Aparecida Teixeira, Augusto
Faria Andrade, Pamela Viani De Andrade, Carlos Gilberto Carlotti
Junior, Luiz Gonzaga Tone, Rosane Queiroz, Carlos Alberto Scrideli.
a LABORATÓRIO DE CÂNCER E NEUROBIOLOGIA, HCPA/UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
b HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
c INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO – USP, São Paulo,
Brasil
Introdução: Glioblastoma multiforme (GBM), um astrocitoma de grau
IV, está entre os mais comuns tumores intracranianos primários
diagnosticados. Eles exibem uma progressão clínica maligna,
caracterizada pela invasão generalizada de todo o tecido cerebral e
alta resistência a abordagens terapêuticas convencionais, ou seja, uso
de modalidades de tratamento intensivo como radioterapia,
intervenção cirúrgica e/ou quimioterapia. A capacidade de
proliferação autônoma desregulada está entre as principais
características das células cancerígenas, neste caso, isso ocorre,
principalmente, devido a amplificação do receptor do fator de
crescimento epidérmico (do inglês, EGFR) resultando na sua
overexpressão em, aproximadamente, 40% dos GBMs primários o que
sugere seu papel causal na patogênese deste tipo tumoral. Neste
contexto, é essencial o desenvolvimento de novas terapias
direcionadas a alvos moleculares seletivos, promovendo uma melhor
resposta às drogas e, consequentemente, melhores resultados nos
pacientes. Objetivo: Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o
papel do EGFR na viabilidade celular de células de glioblastoma
humano. Metodologia: Para isso, utilizou-se a linhagem tumoral A172,
obtida originalmente do American Type Culture Collection (Rockville,
Marylan, EUA). As células foram cultivadas em DMEM (Dulbecco's
Modified Eagle Medium) suplementado com 10% (v/v) de soro fetal
bovino (FBS) e 1% (v/v) de penicilina/estreptomicina e mantidas em
atmosfera umidificada com 5% de teor de CO2 a 37ºC. Foram
semeadas a uma densidade de 5x103 células/poço e após 24h o meio
foi substituído por concentrações crescentes de AG-1478 (0,1, 10, 30 e
50 uM). O seu efeito na viabilidade celular foi avaliada através do
método de exclusão do corante tripan blue em Câmara de Neubauer.
Resultado e Conclusão: O tratamento com AG-1478 foi capaz de
promover redução na viabilidade celular e o efeito do inibidor de
EGFR foi dose-dependente . Assim, estes dados suportam a ideia de
que a inibição do sistema de sinalização de EGFR é um alvo atrativo
para a intervenção terapêutica em GBM.
Introdução: Glioblastoma (GB) é o tumor mais agressivo do Sistema
Nervoso Central e seu prognóstico é um dos piores entre todos os
tipos de câncer, apresentando intensa progressão maligna,
recorrência e resistência aos tradicionais radio- e quimioterápicos. A
acidificação do microambiente tumoral promovida pela Anidrase
Carbônica 9 (CA9) apresenta-se como fator importante na aquisição
de fenótipo metastático, migração celular e de quimioresistência.
Entretanto, esses processos mostram-se revertidos por inibidores
específicos de CAs. O E7070 (Indisulam), uma sulfonamida
impermeável à membrana, é uma nova droga em estudo para o
tratamento do câncer, com potente inibição da CA9, promovendo a
redução da proliferação e o aumento da taxa apoptótica de células
cancerosas, podendo ser um agente de grande potencial anticâncer.
Objetivo: Avaliar os efeitos do E7070 na proliferação celular, na
capacidade clonogênica, na apoptose e na expressão gênica e
proteica de CA9 em linhagem de Glioblastoma Pediátrico (SF188),
sob condições de hipóxia. Métodos: Em todos os experimentos, a
linhagem SF188 foi submetida a condição de hipóxia e,
posteriormente, tratada com diferentes doses de E7070 (2 a
256µM), em triplicata. Nos ensaios de proliferação celular, foram
analisados os efeitos da droga após 24, 48 e 72hs de tratamento,
pelo método com Resazurina. Nos ensaios de capacidade
clonogênica e apoptose, o tempo de tratamento das células foi de
48hs e o efeito analisado a partir do número de colônias formadas e
do número de células Anexina-V positivas, respectivamente. A
expressão gênica e proteica de CA9 foi analisada por qRT-PCR e
Western blotting, após 48 horas de tratamento. Resultados e
Conclusão: O E7070 promoveu a diminuição significativa da
proliferação celular a partir da dose de 64μM, enquanto a
clonogenicidade foi diminuída desde a dose de 2μM, quando
comparado ao controle. Os tratamentos também indicaram
aumento da taxa apoptótica a partir da dose de 32μM e diminuição
da expressão gênica e proteica de CA9, utilizando a dose de 46μM,
quando comparado às células não tratadas. Deste modo, os
resultados sugerem um efeito antiproliferativo e inibitório do E7070
em linhagem de GB pediátrico, indicando que essa droga possa ser
uma interessante candidata para o desenvolvimento de terapias
antitumorais baseado na inibição de CAs associadas ao tumor.
143
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ESTUDO CITOGENÉTICO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM SÍNDROME
MIELODISPLÁSICA TRATADOS COM TRANSPLANTE DE CÉLULAS
TRONCO HEMATOPOÉTICAS ALOGÊNICO
a
Elaiza Almeida Antônio De Kósa, Rita De Cássia Tavares , Viviane
a
a
a
Lamim Lovatel , Keyla Azevedo De Araujo , Luize Otero , Cecilia De
b
a
a
Souza Fernandez , Eliana Abdelhay , Teresa De Souza Fernandez .
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, CEMO, LABORATÓRIO DE
CITOGENÉTICA, Rio de Janeiro, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, INSTITUTO DE MATEMÁTICA
E ESTATÍSTICA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução A síndrome mielodisplásica (SMD) constitui um grupo
heterogêneo de doenças clonais de células-tronco hematopoéticas
rara na infância. O transplante de células tronco hematopoéticas
(TCTH) alogênico tem sido indicado como o principal tratamento para
pacientes pediátricos com SMD. Todavia, a seleção e o momento da
indicação para a realização do mesmo são considerados tarefas
difíceis pela grande heterogeneidade da doença. A citogenética tem
sido apontada como um importante marcador de diagnóstico e
prognóstico, entretanto poucos estudos citogenéticos foram
realizados em pacientes pediátricos tratados com o TCTH alogênico.
Objetivo Analisar o padrão cromossômico, através da citogenética
convencional e molecular (FISH), em pacientes pediátricos com SMD
tratados com o TCTH alogênico, no sentido de verificarmos a
frequência de cariótipos anormais, as principais alterações
cromossômicas e o papel da citogenética na indicação e na recidiva da
doença. Metodologia Foi realizado um estudo retrospectivo em 42
pacientes transplantados no período de 1991 a 2014. A análise
citogenética pré e pós-TCTH das células de medula óssea foi feita
através do bandeamento G e FISH. Este projeto foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados e Conclusão Cariótipos
anormais foram detectados em 71% (30/42) dos pacientes pediátricos
com SMD. Os estágios mais avançados da doença (AREB/AREB-t)
apresentaram maior frequência de cariótipos anormais quando
comparado ao subtipo inicial da doença (CR). A presença das
alterações cromossômicas del(17p), hiperdiploidia, alteração
cromossômica biclonal, i(9)(q10), [-7 e +20] e del(11)(q23), associada
com a história clínica do paciente selecionaram os pacientes em
estágios iniciais da doença para o TCTH alogênico. O
acompanhamento pós-TCTH mostrou que dos 42 pacientes, 16 (38%)
faleceram. O acompanhamento citogenético e clínico pós-TCTH
mostrou que de 11 pacientes que apresentaram recidiva da doença, 9
(82%) possuíam cariótipos anormais. Nossos resultados sugerem que
os pacientes pediátricos com SMD primária devem ser indicados para
o TCTH alogênico em estágio inicial da doença, onde a presença de
alterações cromossômicas desempenha um importante papel na
indicação e na seleção dos pacientes.
ESTUDO CLINICO E GENÉTICO MULTICÊNTRICO DA LEUCEMIA
LINFOBLASTICA AGUDAS DAS CÉLULAS T PEDIÁTRICA
a
Emanuela Bezerra Gueiros , Maria Teresa Marquim Nogueira
a
a
a
Cornélio , Edinalva Pereira Leite , Elizangela Ferreira Da Silva ,
a
b
Mariluze Oliveira Da Silva , Francisco Pedrosa , Alessandra Maria
b
c
Luna Ramos , Maria Do Socorro Pombo-De-Oliveira , Elda Pereira
c
a
Noronha , Eliane Maria Soares-Ventura , Terezinha J Marquesb
Salles .
a CENTRO DE ONCO HEMATOLIGOA PEDIATRICA/FCM, São Paulo,
Brasil
b REAL ONCOPEDIATRIA, Pernambuco, Brasil
c INSTITUTO NACIONAL DO CANCER – INCA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: A LLA-T é uma neoplasia maligna hematológica
agressiva, representa 15% das LLAs da infância. Atualmente, são
descritas anormalidades genéticas específicas com importância no
diagnóstico e prognóstico da doença. Através de estudos
citogenéticos e moleculares é possível identificar oncogenes
envolvidos na patogenia da doença. Objetivo: Estudar as
características clinicas e genéticas, para correlacionar com o
prognóstico dos pacientes com LLA-T com idade entre 0 e 18 anos,
admitidos no período entre 2004 e 2016. Material e Métodos:
Foram estudados 30 pacientes pediátricos com LLA T pelas técnicas
de citogenética pelo bandeamento G e molecular pelo FISH, com as
sondas break apart dos genes: TLX3, TLX1, TCRAD, SIL-TAL1Dual
Fusion, MCB dos cromossomo 6,11,17 e 19 e BACs do TCRB,TAL2.
Por RT-PCR foram estudados os rearranjos dos genes SIL-TAL1 e
HOX11L2. Para mutações do gene NOTCH1a técnica de
sequenciamento gênico. Resultados: A média de idade foi de 10
anos, sendo a maioria do sexo masculino (66%). A citogenética
clássica mostrou cariótipos normais em 33% e alterações numéricas
em 37,5%. Alterações estruturais foram encontradas em 28,6%.
Cinco pacientes com translocações, duas não recorrentes: a
t(3;13)(p25.1;q13) e a t(17;19)(p11.2;q12).A técnica de FISH
mostrou 4/16(25%) dos casos o gene TLX3 rearranjado e, em outros
02 deletados. Em três pacientes tiveram rearranjo do gene TCR-αβ,
sendo dois decorrente da t(11;14)(p13;q11); cinco o rearranjoSILTAL1 e 01 rearranjo do TLX1. Quinze pacientes foram estudados por
RT-PCR para os genes SILTAL-1 e TLX3.Cinco tiveram o rearranjo do
gene SIL-TAL e nenhum o rearranjo do gene TLX3. Foi sequenciado
gene NOTCH1 em 10 pacientes e 4/10 (40%) apresentaram
mutações. A sobrevida global foi de 60%, os pacientes de alto risco
foram: do sexo masculino, entre 3-12 anos e com leucometria acima
de 50x103 /mm³. Dos 11 pacientes que foram a óbito, 05
apresentavam cariótipo normal, um tinha trissomia 9. Quatro
pacientes apresentaram translocações: dois a t(11;14),um a
t(17;19), um a t(3;13) e outro o rearranjoTLX3. Conclusão: Este
estudo demonstra a necessidade dos estudos moleculares na LLA-T.
Os pacientes com t(11;14) , t(17;19) e a t(3;13) tiveram recidiva
precoce e foram a óbito, sugerindo mau prognóstico. Como na
literatura, o prognóstico do rearranjo do TLX3 ainda é duvidoso. Um
aumento da casuística permitirá melhor conclusão das alterações
genética na LLAT na nossa região.
144
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ESTUDO DE MUTAÇÕES SOMÁTICAS IDENTIFICADAS
SEQUENCIAMENTO DE EXOMA DE HEPATOBLASTOMAS
a
EM
b
Talita Ferreira Marques Aguiar , Tatiane Rodrigues ,Cecília Maria Lima
a
a
c
Da Costa , Isabela Werneck , Monica Cypriano , Silvia Regina
c
a
b
Caminada De Toledo , Dirce Maria Carraro , Carla Rosenberg , Ana
b
Cristina Krepischi .
a A.C.CAMARGO CANCER CENTER, São Paulo, Brasil
b UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP, São Paulo, Brasil
c GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Durante a embriogênese, uma alteração ou bloqueio do
processo normal de diferenciação celular pode resultar em anomalias
congênitas ou, eventualmente, no desenvolvimento de um tumor
embrionário. Hepatoblastomas são tumores embrionários do fígado,
com manifestação muito precoce e aspectos histológicos que se
assemelham a diferentes fases de diferenciação deste órgão. A
identificação de vias gênicas implicadas na origem de
hepatoblastomas pode ampliar a compreensão acerca da conexão
entre ruptura de diferenciação celular durante a embriogênese e
câncer. Em decorrência de sua raridade, dados moleculares referentes
à carcinogênese de hepatoblastomas (HBs) ainda são escassos.
Metodologia: Nosso grupo realizou previamente o sequenciamento
de exoma (capture method 244K Agilent SureSelect Target
Enrichment; sequenciamento pela plataforma Illumina HiSeq2000) em
um grupo de seis hepatoblastomas e suas bordas pareadas para
identificação de variantes raras em regiões codificadoras do genoma.
As análises bioinformáticas foram feitas com anotação das variantes
genômicas para detecção de eventos somáticos raros, possivelmente
patogênicos. Resultados e Conclusão: Foram identificadas 76
variantes validadas por meio de painel de sequenciamento de nova
geração (capture method SureSelectXT Target Enrichment System for
Illumina Paired-End Sequencing Library, e Illumina MiSeq Multiplexed
Sequencing Platform). O painel de mutações somáticas utilizado para
validação por target sequencing foi também investigado em um grupo
independente de 13 hepatoblastomas, visando a identificação de
genes potencialmente relevantes para a tumorigênese deste tipo de
câncer que pudessem ser explorados em futuros ensaios funcionais
em linhagens celulares de hepatócitos e tumores de fígado. Deste
grupo de HBs, um total de 65 mutações somáticas raras foram
validadas (detecção no exoma e validação no target sequencing).
Identificamos 4 diferentes mutações patogênicas no gene CTNNB1
(beta-catenina) em 4 tumores. 2 delas não descritas anteriormente
relacionadas com HB (chr3:41266124 e chr3:41266089). Além da
validação por sequenciamento Sanger, em colaboração com a
patologia, foi realizado o estudo de expressão proteica da betacatenina em 8 dos tumores sequenciados, assim como em tissuemicroarray constituído por 27 hepatoblastomas: a ativação da via da
beta-catenina foi confirmada de maneira geral para os HBs, com
adicional translocação da proteína para o núcleo no caso dos tumores
com mutações em CTNNB1 detectadas no exoma.
EXPRESSÃO CELULAR DO RECEPTOR CD44 E A ISOFORMA CD44V6 E
SUA ASSOCIAÇÃO A MUTAÇÕES DO GENE RAS EM LLA/LLB-T
PEDIÁTRICAS
Luisa Vieira Codeço Marques, Elda Pereira Noronha, Eugênia TerraGranado, Maria Do Socorro Pombo-De-Oliveira.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: As leucemias linfoblásticas agudas de células T (LLA-T)
representam 15% dos casos de LLA pediátricas, e são associadas a
um pior prognóstico, bem como características clínicas semelhantes
ao linfoma linfoblástico de células T (LLb-T). CD44 é uma
glicoproteína multifuncional que ajuda na migração de células
precursoras da medula óssea para o timo, no desenvolvimento de
linfócitos T. A expressão de CD44 foi associada à progressão tumoral
em modelos murinos de LLA-T. O gene CD44 é um alvo da via de
RAS, que desencadeia o seu splicing alternativo, criando um loop de
feedback positivo onde a variante 6 de CD44 expressa sustenta a
sinalização de RAS. Objetivos: Correlacionar o perfil de expressão
celular de CD44 com a isoforma CD44v6, mutações de N/KRAS e
possíveis associações com o subtipo maturativo, características
clínicas e a evolução de LLA/LLb-T pediátricas. Metodologia: Foi
utilizada uma série de 198 pacientes (≤ 21 anos), sequenciados os
códons 12, 13 dos genes N/KRAS e avaliada quanto ao perfil
imunofenotípico através da citometria de fluxo multiparamétrica.
Resultados: Linfoblastos de LLA-T (IMF: 2093 [68-18574]) possuem
uma menor expressão de CD44 que linfócitos de casos de LLA-T
(IMF: 14053 [324-41050]), assim como de sangue de cordão
umbilical (n=6) (IMF: 9476 [6834-19785]) (p<0,001). Amostras de
LLb-T de diagnóstico (IMF: 755 [555-955]) e de recaída (IMF: 1123
[529-1641]) têm menor expressão de CD44 que LLA-T (IMF: 2093
[68-18574]) (p=0,024). LLA de células precursoras T precoces (LLAETPs) têm uma maior expressão de CD44 (IMF: 3459 [1966-6526])
que os subtipos mais maduros de LLA-T (IMF: 1935 [68-18570])
(p=0,005). Dos 183 N/KRAS sequenciados, 16 (8,7%) estavam
mutados. Pacientes com N/KRAS mutado possuem mais
frequentemente idade <10 anos (14/16) (p=0,015). Casos com
mutação no N/KRAS possuem uma maior expressão de CD44 (IMF:
3267 [840-8325]) que casos sem a mutação (IMF: 2069 [19412750]), porém não estatisticamente significante (p=0,068). Não foi
encontrada correlação entre a expressão de CD44 e de CD44v6 (r=0,05; p=0,8). Não foi encontrada diferença de expressão de CD44v6
entre casos com mutação em N/KRAS (IMF: 2 [0-12]) e sem a
mutação (IMF: 0 [0-360]) (p=0,94). Conclusões: A expressão de CD44
está ligada ao nível maturativo do blasto, tendo LLA-ETPs maior
expressão. LLb-T e recaída de LLb-T possuem uma menor expressão
de CD44 que LLA-T. Mutação em N/KRAS pode levar a uma maior
expressão de CD44 em LLA-T pediátricas.
145
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
EXPRESSÃO GÊNICA DE ROCK1 E ROCK2 EM SARCOMA DE EWING E
EFEITOS DA INIBIÇÃO PROTEICA
a
a
Gabriela Maciel Vieira , Lara Elis Alberici Delsin ,Carlos Alberto
a
a
b
Scrideli , Luiz Gonzaga Tone , Maria Sol Brassesco Annichini .
a FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, São Paulo, Brasil
b FACULDADE DE FILOSOFIA, CIENCIAS E LETRAS DE RIBEIRAO PRETO,
São Paulo, Brasil
Introdução: O sarcoma de Ewing (SE) é um tumor caracterizado por
possuir células indiferenciadas, de origem neuroepitelial. É o segundo
tumor ósseo maligno mais comum em crianças e adolescentes. O
tratamento consiste na aplicação de quimioterapia neoadjuvante,
seguida da cirurgia e a quimioterapia adjuvante ou radioterapia.
Contudo, a incidência de metástase atinge 30-40% dos casos devido à
rápida disseminação deste tumor. Além disso, a sobrevida de 5 anos
que cerca de 70% dos pacientes que não apresentam metástase no
momento do diagnóstico atingem, cai para 25% nos pacientes que
apresentam metástase. As proteínas ROCK são importantes alvos
terapêuticos em diversos tumores, devido as suas funções
relacionadas a migração celular, invasão, adesão e proliferação,
processos essenciais para a metástase tumoral. Objetivo: O presente
estudo teve como objetivo avaliar os níveis de expressão de ROCK1 e
ROCK2 em amostras de pacientes com SE e nas linhagens celulares SKES-1 e RD-ES, além de testar os efeitos da inibição farmacológica
dessas quinases in vitro com três diferentes drogas. Metodologia: Foi
utilizada RT-qPCR para avaliar a expressão dos genes em 23 amostras
de SE, 2 linhagens celulares de SE, além de 9 linhagens celulares de
osteoblasto que foram utilizadas como controle. Para os ensaios in
vitro, foram realizados os ensaios de proliferação celular, capacidade
clonogênica, migração celular, invasão celular e ciclo celular nas
linhagens SK-ES-1 e RD-ED após o tratamento com as drogas
GSK429286 (inibidor de ROCK1), SR3677 (inibidor de ROCK2) e
Hidroxifasudil (pan-inibidor. Resultados: Ambos os genes foram
encontrados hipoexpressos quando comparados com os controles,
tanto nas amostras tumorais quanto nas linhagens celulares. Não foi
encontrada nenhuma relação das expressões gênicas com os dados
clínicos. In vitro, nenhum ensaio apresentou alterações
estatisticamente significativas após o tratamento com nenhuma das
drogas. Porém, apesar de não significativo, observou-se um aumento
na migração e na invasão celular após o tratamento com as drogas.
Conclusão: Nossos dados indicam que a redução da expressão dos
genes ROCK1 e ROCK2 é um evento frequente em tecidos tumorais de
SE e podem possuir um papel na tumorigênese do SE, havendo a
possibilidade de estarem relacionadas com os mecanismos de
migração e invasão celular, processos importantes para a metástase
tumoral. Suporte financeiro: FAPESP (2014/07118-0 e 2014/03877-3)
FREQUÊNCIA DAS MUTAÇÕES EM MZF1 E O POSSÍVEL IMPACTO
PROGNÓSTICO DESTAS ALTERAÇÕES NA LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA
AGUDA DE CÉLULA-T (LLA-T)
Maria Prado Ribeiro, Ana Luiza Tardem Maciel, Elda Pereira
Noronha, Maria Do Socorro Pombo-De-Oliveira, Marcela Braga
Mansur.
PROGRAMA DE PESQUISA EM HEMATOLOGIA-ONCOLOGIA
PEDIÁTRICO (PHOP), COORDENAÇÃO DE PESQUISA – INCA, Rio de
Janeiro, Brasil
Introdução: A LLA-T é um subtipo agressivo de leucemia e
representa 15% das LLAs pediátricas. Recentemente, foi descrito um
subtipo mais agressivo e imaturo de LLA-T com potencial mieloide:
LLA-ETP (Early T-cell Precursor), subtipo de prognóstico
desfavorável, com altos índices de recaída, que representa 15% das
LLAs-T pediátricas, e que se caracterizada molecularmente por
alterações em genes: da via de RAS, reguladores hematopoiéticos e
epigenéticos. Em um trabalho recente do nosso grupo, que delineou
o perfil genômico da LLA-T em lactentes, uma entidade
extremamente rara, foram descritas novas mutações em genes com
funções associadas com os hallmarks of cancer, o que nos levou a
planejar o rastreamento destas alterações em uma série de LLA-T
pediátrica. Metodologia: No atual estudo, investigaremos mutações
em MZF1, um fator transcricional que regula a hematopoiese ao
interagir com promotores de CD34 e de genes expressos durante a
diferenciação mieloide. Investigaremos a frequência de mutações
em MZF1 em uma série maior de casos de LLA-T (incluindo ETPs),
subsequentemente avaliaremos o possível papel prognóstico destas
mutações. O estudo está sendo realizado em amostras de pacientes
(≤21 anos) diagnosticados com LLA-T entre 2005-2016, excluídos
casos com síndromes genéticas. Para os testes moleculares,
extraímos DNA das amostras e amplificamos o éxon 6 do MZF1 com
PCR. Os produtos foram então purificados e sequenciados. As
sequências foram analisadas com o BioEdit, definindo o status
mutacional do MZF1. SPSS18.0 está sendo utilizado nas análises
estatísticas e de sobrevida. Resultados: Foram analisados 78 casos,
50% eram <10 anos, 67,9% WBC ≥50x109/L, 39,7% alargamento de
mediastino e proporção dos sexos de 1:2,1 (menina:menino).
Quanto ao estágio maturativo (EGIL), 7 casos (9,0%) foram T-I, 24
(30,8%) T-II, 31 (39,7%) T-III e 16 (20,5%) T-IV. 13/78 casos (16,6%)
foram considerados ETP. Apenas 1/78 amostras apresentou
mutação em MZF1 (c.1891G>A), uma menina de 7 meses, com LLAETP, WBC ≥50x109/L e sem alterações moleculares clássicas de LLAT. As análises de sobrevida serão realizadas ao final das análises
moleculares. Conclusão: Este é o primeiro estudo que avalia
mutações de MZF1 em uma série representativa de LLA-T, como
ainda está em andamento, não podemos inferir o valor prognóstico
destas mutações. Inicialmente, pensamos que estas mutações
pudessem ser características de ETP, mas ao avaliar um número
maior de casos, observamos que elas parecem ser exclusivamente
encontradas em LLA-T de lactentes.
146
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
GENES CYP EM OSTEOSSARCOMA: IMPORTÂNCIA NA TUMORIGÊNESE,
NO MICROAMBIENTE PULMONAR METASTÁTICO E NA RESPOSTA AO
TRATAMENTO
Alini Trujillo Paolillo, Francine Tesser Gamba, Antonio Sérgio Petrilli,
Maria Teresa De Seixas Alves, Reynaldo Jesus Garcia Filho, Renato De
Oliveira, Silvia Regina Caminada De Toledo.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O osteossarcoma (OS) é o tumor ósseo maligno mais
comum em crianças e adolescentes. As enzimas Citocromo P-450
(CYP) medeiam a ativação de procarcinógenos e participam da
inativação e ativação de drogas quimioterápicas. Objetivo: O presente
estudo teve como objetivo investigar a expressão dos genes CYP nas
amostras de pacientes diagnosticados com OS; se este perfil de
expressão está correlacionado com a tumorigênese e resposta ao
tratamento; e se as drogas quimioterápicas modulam os genes CYP
nas linhagens celulares de OS. Metodologia: A expressão dos genes
CYP1A2, CYP3A4 e CYP3A5 foi investigada pela metodologia de PCR
quantitativo em tempo real. Foram analisadas 135 amostras de OS,
incluindo biópsia (pré-quimioterapia), tumor ressecado na cirurgia
(pós-quimioterapia), osso adjacente ao tumor ressecado na cirurgia
(tecido não maligno), metástase pulmonar e pulmão adjacente à
metástase (tecido não maligno). Também foi investigada a expressão
dos genes CYP em cinco linhagens celulares de OS (Saos-2, MG-63,
KHOS, U2-OS e M-OS) tratadas com as drogas quimioterápicas
utilizadas no tratamento do OS (cisplatina, doxorrubicina e
metotrexato). Resultados e Conclusão: As amostras de pulmão
adjacente apresentaram maior expressão de CYP1A2 que as amostras
de pulmão normal (p=0,0256), indicando um importante papel desse
gene no microambiente metastático do OS. As amostras de biópsia
apresentaram menor expressão de CYP3A4 que as amostras de osso
normal (p=0,0314), possivelmente devido ao papel desse gene para a
tumorigênese do OS. A alta expressão de CYP1A2 e de CYP3A4 nas
amostras pós-quimioterapia estiveram correlacionadas com melhor
sobrevida livre de evento (p=0,0244) e boa resposta ao tratamento,
mensurada pelo grau de necrose tumoral (p=0,0484),
respectivamente. Além disso, os ensaios in vitro revelaram que a
expressão do gene CYP1A2 aumentou após o tratamento com
doxorrubicina (p=0,0034); a expressão do gene CYP3A4 aumentou
após os tratamentos com cisplatina, doxorrubicina e metotrexato
(p=0,0004, p= 0,0024 and p<0,0001, respectivamente); e a expressão
do gene CYP3A5 diminuiu após o tratamento com doxorrubicina
(p=0,0285), e aumentou de maneira tempo-dependente após o
tratamento com metotrexato (p=0,0239). Portanto, esses achados
sugerem que os genes CYP desempenham um importante papel tanto
na tumorigênese do OS, em sítios primário e metastático, quanto na
resposta ao tratamento.
HIPERDIPLOIDIA, UM CASO RARO DE LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA
PEDIÁTRICA ENVOLVENDO A DUPLICAÇÃO DA FUSÃO REVERSA
MLLT3-KMT2A E DO GENE GAS6, REVELADO POR ABORDAGENS
CITOGENÉTICAS MOLECULARES MODERNAS
a
a
b
Roberto Capela , Elaine Cifoni Batista , Daniela Ribeiro Ney Garcia ,
c
a
d
Moneeb A. K. Othman , Amanda Faria De Figueiredo , Edna Carboni ,
c
a
e
Thomas Liehr , Gerson Moura Ferreira , Raul Correa Ribeiro , Maria
a
Luiza Macedo De Souza .
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA, Rio de Janeiro, Brasil
b PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CLINICA MÉDICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ, Rio de Janeiro,
Brasil
c INSTITUTE OF HUMAN GENETICS, JENA UNIVERSITY HOSPITAL,
Alemanha
d HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE, Santa Catarina, Brasil
e DEPARTMENT OF ONCOLOGY, ST. JUDE CHILDREN’S RESEARCH
HOSPITAL, Estados Unidos
Introdução: Na Leucemia mielóide aguda (LMA) pediátrica, um
cariótipo hiperdiplóide ocorre apenas em 10% dos pacientes. A
incidência em pacientes com menos de 12 meses de idade é rara e,
portanto, não tem impacto prognóstico determinado. Usualmente, a
hiperdiploidia na LMA é acompanhada de cariótipos carreando
anomalias de mau prognóstico, incluindo rearranjos do gene KMT2A,
e é normalmente associada a um cariótipo complexo. Nosso grupo
tem conduzido estudos de citogenética clássica e molecular para
refinar o cariótipos complexos de pacientes apresentando
anormalidades no gene KMT2A. Objetivo: Descrever um caso raro de
LMA da infância, apresentando um cariótipo complexo original com
hiperdiploidia e o envolvimento do gene KMT2A em duas fusões
reversas MLLT3-KMT2A e a duplicação do gene GAS6 em um bebê
com LMA subtipo FAB-M5a. Metodologia: Amostra: Medula óssea de
uma bebê de 7 meses, com suspeita de Leucemia aguda. Citogenética
convencional: Técnica de bandeamento G. Citogenética molecular:
Hibridização in situ por fluorescência (FISH), Multiplex-FISH e
bandeamento multicolorido. Resultados e conclusão: A
imunofenotipagem revelou blastos positivos para CD4, CD15, CD33,
CD36, CD45, CD64, proteína 7.1(NG2) e MPO++, compatível com LMAM5a. O bebê foi tratado com BFM 2004 e apresentou uma evolução
favorável remitindo no D-15, e permanecendo em remissão completa
por 4 meses, até o momento. A análise por FISH, para o rearranjo do
gene KMT2A, interessantemente apresentou 3 sinais de fusão. Devido
à escassez de material, o cariótipo foi inconclusivo. Entretanto,
através das técnicas Multiplex-FISH e bandeamento multicolorido,
observamos
o
seguinte
cariótipo
final:
53,XX,+X,+6,t(9;11)(p21.3;q23.3),+der(9)t(9;11)(p21.3;q23.3),dup(13)(
q31q34),+14,+19,+21,+22. Os cromossomos envolvidos nesta
hiperdiploidia foram similares aos descritos na LMA da infância,
excetuando a duplicação críptica da fusão reversa MLLT3-KMT2A e um
cromossomo 13 anormal. Devido ao envolvimento da região 13q34, a
sonda correspondente ao gene GAS6 foi testada identificando a
duplicação deste gene, que é um oncogene conhecidamente
envolvido na proliferação celular da LMA. Devido à raridade deste
caso, nós contribuímos com a literatura, pois para o nosso
conhecimento, este é o primeiro caso que mostra um cariótipo
complexo com duplicações da fusão reversa MLLT3-KMT2A e do
147
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
oncogene GAS6. Entretanto, estudos devem ser continuados para
saber o real impacto prognóstico e incidência na LMA em bebês.
IDENTIFICAÇÃO DA FUSÃO GÊNICA NUP214-ABL1 E DE DELEÇÕES EM
PTPN2 EM CRIANÇAS COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE
CÉLULAS-T
Ana Luiza Tardem Maciel Caroline Barbieri Blunck Marcela Braga
Mansur, Mariana Emerenciano.
PROGRAMA DE PESQUISA EM HEMATOLOGIA-ONCOLOGIA
PEDIÁTRICO – INCA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução. A Leucemia Linfoblástica Aguda de células-T (LLA-T) é uma
desordem neoplásica que se inicia a partir de alterações genéticomoleculares que acometem os timócitos em estágios precoces de
desenvolvimento. Este subtipo representa 15% das LLAs pediátricas
sendo prevalente em crianças mais velhas e adolescentes/adultos
jovens. Apesar de não existirem biomarcadores consensuais para
estratificação de risco dos pacientes, já foram identificadas algumas
alterações com esse potencial, como, por exemplo, os rearranjos
envolvendo o ABL1. Estes rearranjos ocorrem em 8% dos casos de
LLA-T, sendo NUP214-ABL1 o mais frequente (~6%). Deleções em
PTPN2 foram descritas em 8% dos casos de LLA-T, este gene é
altamente expresso em timócitos e regula negativamente a via JAKSTAT, agindo como supressor tumoral. Adicionalmente, a perda do
PTPN2 está relacionada à presença e ativação de quinases
oncogênicas, como NUP214-ABL1 (~30%). Objetivo. Avaliar a
relevância das alterações moleculares em ABL1 e PTPN2 na
classificação de risco prognóstico dos pacientes com LLA-T.
Metodologia. Foram incluídos pacientes ≤21 anos diagnosticados com
LLA-T entre 2010-2016 e excluídos casos com síndromes genéticas. A
técnica de RT-PCR seguida de sequenciamento direto foi utilizada para
identificar a fusão NUP214-ABL1. As deleções de PTPN2 serão
rastreadas por FISH com duas sondas preparadas in-house.
Resultados. Foram avaliados, até o momento, 34 casos de LLA-T por
RT-PCR para amplificação da fusão NUP214-ABL1, destes apenas 2
(~6%) foram positivos para a fusão. Ambos os pacientes são do sexo
masculino, apresentavam hepatoesplenomegalia, comprometimento
de linfonodo e ao diagnóstico tinham 4 anos e 11 anos. Ambos
apresentaram WBC ≥50x109 células/L. As sondas para avaliação de
deleções no PTPN2 já foram preparadas, purificadas e hibridizadas em
metáfases de um controle saudável, para a confirmação da localização
das mesmas e para determinação do cut-off. Foram analisadas 10
metáfases, nas quais confirmamos a localização de ambas as sondas
na região 18p11, o cut -off de 5,5% foi estabelecido através da
contagem de 300 núcleos interfásicos deste controle. Conclusão. A
frequência de NUP214-ABL1 observada até o momento está de acordo
com o descrito na literatura. Ainda será necessária a completude do
rastreamento das alterações NUP214-ABL1 e das deleções em PTPN2
nos demais casos para a posterior avaliação da relevância prognóstica
destes marcadores nos casos de LLA-T.
IDENTIFICAÇÃO DE FUSÕES GÊNICAS EM LEUCEMIA MIELOIDE
AGUDA PEDIÁTRICA ATRAVÉS DE TÉCNICAS MOLECULARES
Ingrid Sardou Cezar, Francianne Gomes Andrade, Maria Do Socorro
Pombo-De-Oliveira.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER INCA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução. A identificação de marcadores moleculares na leucemia
mieloide aguda (LMA) define os subtipos genéticos da doença e
representa um importante papel no prognóstico, como marcadores
únicos e estáveis para acompanhamento da resposta ao tratamento.
Objetivo: Identificar as fusões gênicas mais frequentes nas LMAs
pediátricas, representadas pelas fusões RUNX1-RUNX1T1, CBFβMYH11, PML-RARα e os rearranjos do gene KMT2A (KMT2A-r).
Metodologia. Foi analisada uma série de 318 casos de LMA de novo
(≤21 anos de idade), diagnosticados no período de 2010-2016, com
as amostras centralizadas no laboratório de pesquisa de referência.
Dentre as crianças com leucemia aguda promielocítica (APL), foi
analisada exclusivamente a fusão PML-RARα pela técnica de nested
RT-PCR. Os casos com os demais subtipos foram encaminhados para
a pesquisa das fusões RUNX1-RUNX1T1 e CBFβ-MYH11 (grupo LMACBF) por RT-PCR convencional e, as que obtiveram resultado
negativo para essas fusões, foram encaminhados para a
identificação dos KMT2A-r através de RT-PCR multiplex. Os
resultados foram analisados através dos testes estatísticos χ2 e
exato de Fisher. Resultados. Foram divididas em três grupos etários,
com os casos ≤24 meses representando 19,5% (62/318), casos entre
25-120 meses representando 38,7% (123/318) e os casos com idade
>120 meses correspondendo a 41,8% (133/318), o subtipo
morfológico mais frequente o mielomonocítico (LMA-M4, 27,7%). O
grupo LMA-CBF correspondeu a 22% (53/240) dos casos; PML-RARα
foi identificada em 73% (46/63) dos casos APL e os KMT2A-r em 21%
(42/199) dos casos. O parceiro de fusão mais frequente do KMT2A
foi o MLLT3, representando 29% (12/42) dos casos positivos para o
rearranjo e mais frequente na faixa etária de ≤24 meses (41,7%,
5/12). Outros parceiros de fusão observados para o KMT2A incluem
o MLLT10, MLLT1, PTD, MLLT4, AFF1 e ELL. Conclusões. Conforme as
recomendações da Organização Mundial de Saúde, a identificação
dessas fusões gênicas é importante para o diagnóstico da LMA
pediátrica e direcionamento do tratamento a ser utilizado. As
frequências encontradas contribuem para o entendimento da
biologia da doença e representam a descrição do perfil molecular
dos casos de LMA pediátrica.
148
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
IMPACTO DOS TIPOS DE DELEÇÃO NO GENE SUPRESSOR TUMORAL
IKZF1 SOBRE A EXPRESSÃO DE SEUS GENES-ALVO NAS LEUCEMIAS
LINFOBLÁSTICAS DE CÉLULAS PRECURSORAS B
INIBIÇÃO FARMACOLÓGICA DA ATIVIDADE DE HDAC COMO UMA
ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA POTENCIAL DE REPROGRAMAÇÃO DE
CÉLULAS DE SARCOMA DE EWING PARA UM ESTADO DIFERENCIADO
Caroline Pires Poubel, Leticia Aparecida Barbosa Hummel, Thayana
Conceição Barbosa, Bruno Almeida Lopes, Mariana Emerenciano.
Bárbara Kunzler Souza, Patrícia Luciana Da Costa Lopez, Pâmela
Rossi Menegotto, Igor Araújo Vieira, Nathalia Kersting Dos Santos,
Ana Lúcia Abujamra Lauro José Gregianin, Algemir Lunardi Brunetto,
Caroline Brunetto De Farias, Rafael Roesler.
PROGRAMA DE PESQUISA EM HEMATOLOGIA-ONCOLOGIA
PEDIÁTRICO – INCA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução. Deleções em IKZF1 (ΔIKZF1) ocorrem em 15% das
leucemias linfoblásticas agudas de células precursoras B (LLAs-CPB)
pediátricas e estão associadas a um risco aumentado de recaída em
diversos protocolos. A consequência funcional varia de acordo com os
tipos de ΔIKZF1, podendo apresentar efeito dominante-negativo (DN)
– deleções dos éxons 4, 5 e/ou 6 – ou de haploinsuficiência (HAPLO) –
deleções dos éxons 1, 2 e/ou 8. Ikaros (codificada por IKZF1) regula a
expressão gênica através do recrutamento de fatores remodeladores
de cromatina e, portanto, as ΔIKZF1 alteram a expressão de outros
genes importantes na linfopoiese B (EBF1, RAG1 e BTG1) e de genes
adjacentes a IKZF1 (FIGNL1 e GRB10). Entretanto, essa expressão
diferencial não foi avaliada segundo os diferentes tipos de ΔIKZF1.
Objetivos. Avaliar o impacto das ΔIKZF1 na regulação da expressão
dos genes EBF1, RAG1, BTG1, FIGNL1 e GRB10 em crianças com LLACPB. Metodologia. Os pacientes diagnosticados com LLA-CPB ≤18
anos foram agrupados de acordo com o status de IKZF1, selvagem
(WT) ou deletado, determinado através das técnicas de amplificação
multiplex dependente de ligação de sondas e PCR Multiplex. A análise
de expressão de IKZF1 foi realizada por PCR quantitativo com SYBR
Green, enquanto seus genes-alvo foram avaliados por ensaio
customizado TaqMan. Os valores foram comparados de acordo com o
status de IKZF1 e com os dados clinico-laboratoriais dos pacientes
através do teste Mann Whitney, considerando valores de P<0,05
estatisticamente significantes. Resultados. Foram analisados 60
pacientes, dos quais 40% possuíam IKZF1 WT e 60% deletado (64%
HAPLO e 36% DN). Os resultados preliminares da expressão de IKZF1
revelaram que casos com ΔIKZF1 apresentam mediana de cinco vezes
menor em comparação com os casos WT (P=0,16). Através das
análises de expressão dos demais genes, de acordo com os dados
clinico-laboratoriais, foi observado diferença significativa dos perfis de
expressão gênica em pelo menos uma das variáveis analisadas: idade,
sexo e subtipo de LLA-CPB. Além disso, de acordo com o status de
IKZF1, os dados demonstraram um aumento significativo da expressão
de FIGNL1 diante da presença de deleção DN em comparação com o
grupo WT (P= 0,02). Conclusão. Com base em nossos resultados
preliminares, podemos concluir que o gene FIGNL1 apresentou
expressão diferencial de acordo com o status de IKZF1, corroborando
com trabalhos que apontam seu controle por ikaros.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – Rio Grande do
Sul, Brasil
Introdução: Há uma urgente demanda para o avanço no tratamento
de sarcoma de Ewing (SE), o segundo tumor sólido ósseo mais
prevalente na infância e adolescência. A inibição de HDAC tem se
tornado cada vez mais explorada devido ao seu potencial para
reverter o estado epigenético aberrante de diferentes tipos de
cânceres. Butirato de sódio (NaB), um potente inibidor da atividade
de HDAC, tem sido descrito como indutor da paragem do
crescimento celular, diferenciação e apoptose em diversas células
tumorais. Objetivo: Como os tumores de SE são pobremente
diferenciados, este estudo tem como objetivo avaliar o potencial
terapêutico de NaB para reprogramar as células de SE para um
estado diferenciado. Resultados: A exposição de NaB em duas
linhagens de células de SE (SK-ES1 e RD-ES) resultou em uma
potente e rápida inibição da atividade de HDAC em concentrações
mili-molar (1h - IC50: 1,5 mM) e uma significante redução do
crescimento celular (72hs - IC50: 0.68-0.76 mM). Adicionalmente, o
efeito anti-proliferativo de NaB foi marcado pela parada no ciclo
celular na fase G0/G1 em ambas linhagens de SE, avaliados por
citometria de fluxo. O efeito a longo prazo da inibição da atividade
de HDAC demonstrou uma redução significativa na taxa de
proliferação e capacidade de formação de colônias, medidos pelo
ensaio de population doubling e clonogênico, respectivamente. O
mecanismo de ação de NaB envolve a supressão de proteinas-chave
relacionadas a proliferação celular, sobrevivência, e pluripotência,
como também a de-repressão do marcador de diferenciação
neuronal βIII-tubulina (TUBB3). Curiosamente, em contraste aos
controles, as células SE expostas a NaB mostraram uma mudança
significativa na complexidade ou granulação celular, medida pelo
parâmetro de SSC-A por citometria de fluxo. Além disso, foi
observada uma importante alteração na morfologia celular
acompanhada pelo aparecimento da extensão de neuritos nessas
células de SE. Por fim, foi observada uma potente atividade de NaB
para impedir a sobrevivência de células tronco tumorais de SE.
Conclusão: Nossos resultados sugerem que NaB pode representar
uma potencial estratégia terapêutica para reprogramar células de SE
para diferenciação. Este projeto obteve apoio financeiro através do
PRONON - SIPAR (25000.162.034;2014-21)
149
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
INFLUÊNCIA DO PEPTÍDEO LIBERADOR DE GASTRINA NA FORMAÇÃO
DE MEDULOESFERAS
a
a
Mariane Da Cunha Jaeger , Mauro Miguel Masiero , Matheus Loureiro
a
b
b
Da Silva Cruz , André Tesainer Brunetto , Algemir Lunardi Brunetto ,
b
Caroline Brunetto De Farias , Rafael Roesler.
(LABORATÓRIO DE CÊNCER E NEUROBIOLOGIA, HCPA/UFRGS - BRAZIL)
INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL - BRAZIL), (INSTITUTO DO CÂNCER
INFANTIL - BRAZIL)
(UFRGS – BRAZIL
a LABORATÓRIO DE CÂNCER E NEUROBIOLOGIA, HCPA/UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
b INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
c FACULDADE DE MEDICINA – UFRGS, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: Meduloblastoma (MB) é o tumor do sistema nervoso
central mais comum em crianças. Ele representa uma das principais
causas de morte relacionadas a cânceres pediátricos, sendo a recidiva
tumoral e a presença de metástases as principais causas de mau
prognóstico. De acordo com a teoria de Células Tronco Tumorais
(CTTs), essas duas características, resistência e capacidade
metastática, são atribuídas a essa população celular específica. CTTs
apresentam capacidade de auto-renovação ilimitada e diferenciação,
sendo responsáveis pela manutenção e progressão tumoral. Devido a
sua importância, a identificação e caracterização de CTTs tem sido
amplamente investigada. Marcadores de pluripotência como CD133 e
SOX2 são utilizados para determinar a fração celular correspondente
as CTT. O modelo de formação de esferas (MFE) permite a seleção e o
enriquecimento de CTT in vitro através da utilização de meio de
cultivo específico suplementado com fatores de crescimento. A
identificação dos fatores envolvidos na regulação molecular de CTT
pode contribuir para a descoberta de alvos terapêuticos. O receptor
do peptídeo liberador de gastrina (GRPR) foi identificado em células
resistentes CD133+ em câncer de pulmão e a bombesina, um agonista
de GRPR, foi capaz de induzir aumento na formação de neuroesferas
em células de glioma. Essas duas evidências sugerem que a sinalização
de GRPR está envolvida na expansão de CTT. Nosso grupo demostrou
que MB expressa GRPR, mas que sua ativação não tem impacto sobre
a proliferação tumoral. Objetivo: Assim, esse trabalho teve como
objetivo avaliar a influência de GRP na população de CTT de
MB. Método: Para isso, células de MB humano D283-Med (ATCC)
foram cultivadas em meio indutor de esferas (DMEM/F12 com B-27
1x, suplemento N2 0,5x 50ug/mL albumina de soro bovino)
suplementado com os fatores de crescimentos de indução de CTT
EGF/FGF (20ng/mL) e/ou com GRP (100mM). Resultados: Após 5 dias,
imagens das esferas foram capturadas e analisadas utilizando o
software ImageJ. A adição de GRP ao meio indutor completo (com
EGF/FGF) não alterou o número e o tamanho das esferas, porém,
quando em condição de supressão desses fatores de crescimento, a
adição de GRP foi capaz de aumentar o tamanho médio das esferas.
Conclusão: Esses resultados indicam que a via de sinalização do GRPR
pode influenciar na proliferação de CTT em MB e que esta é
provavelmente uma sinalização compartilhada pela ativação dos
receptores de EGF e FGF.
INVESTIGAÇÃO DE ALTERAÇÕES MOLECULARES NO GENE PTPN11
EM LEUCEMIAS MIELOIDES AGUDAS PEDIÁTRICAS
Filipe Vicente Dos Santos Bueno, Francianne Gomes Andrade, Maria
Do Socorro Pombo-De-Oliveira.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: Mutações no gene PTPN11, que codifica a proteína
tirosina fosfatase 2 (Shp-2), podem levar à desregulação da via RASMAPK e consequente desenvolvimento da LMA. A associação entre
as mutações em PTPN11 com os marcadores de diagnóstico da
doença, representados pelas fusões gênicas RUNX1-RUNX1T1, CBFbMYH11, PML-RARa e rearranjos do gene KMT2A/MLL precisam ser
esclarecidos. Os objetivos do estudo são identificar mutações no
PTPN11 em uma coorte de LMA pediátrica, explorar a associação
entre as mutações e os diferentes subtipos morfológicos e genéticos
das LMA e estabelecer um valor preditivo de prognóstico para essas
associações. Materiais e métodos: A identificação das fusões
gênicas RUNX1-RUNX1T1, CBFb-MYH11, PML-RARa e os rearranjos
do gene KMT2A (KMT2A-r) foi realizada através da técnica de FISH,
RT-PCR convencional e multiplex. O éxon 3 do gene PTPN11 foi
analisado por sequenciamento direto. Os cálculos de frequência e
análises univariadas foram realizadas através dos testes de χ2 e
exato de Fisher. Resultados: Foram incluídos 287 casos pediátricos
de LMA (≤21 anos de idade), diagnosticados no período de 20102015, com as amostras centralizadas no laboratório de pesquisa de
referência. Do total de casos, 117 (40,8%) pertenciam a região
Nordeste, 92 (32,1%) casos eram da região Centro-Oeste, 66 (23,0%)
da região Sudeste e 12 (4,2%) da região Sul. A maior parte dos casos
apresentava idade ≥11 anos (41,1%), comparada com as faixas
etárias ≤2 anos (20,6%) e >2-10 anos (38,3%). O subtipo morfológico
de LMA mielomonocítica foi o mais frequente (36,0%). A fusão
gênica RUNX1-RUNX1T1 predominou entre os casos com a idade
entre 2-10 anos e a fusão CBFβ-MYH11 entre os casos ≥11 anos. A
maioria dos casos com KMT2A-r apresentava idade ≤2 anos.
Mutações no PTPN11 foram encontradas em 9,8% (15/153) dos
casos de LMA, sendo a maioria com idade ≥11 anos (53,3%,
p=0,184) e do gênero masculino (73,3%, p=0,068). As mutações em
PTPN11 apresentaram um prognóstico adverso, com a mediana de
sobrevida global em 5 anos de 3,33 meses (intervalo de confiança de
95% 0.0-7.16 meses; p<0.001). Conclusão: A identificação de novos
marcadores genéticos demonstra uma grande relevância para o
conhecimeno do perfil genético e biológico da LMA no Brasil.
Mutações no PTPN11 estão associadas à menor sobrevida em
pacientes pediátricos com LMA podendo contribuir para
estratificação de risco.
150
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
MEDULOBLASTOMA
APRESENTA
NÍVEIS
REDUZIDOS
DE
HIDROXIMETILAÇÃO, ENQUANTO QUE OS SUBGRUPOS MOLECULARES
EXIBEM EXPRESSÃO DIFERENCIAL DOS GENES IDHS E TETS.
a
b
Karina Bezerra Salomão , Maria Sol Brassesco , Gustavo Alencastro
a
a
a
Cruzeiro , Daniel Antunes Moreno , Fernando Ramalho , Fabiano
a
a
a
c
Saggioro , Rosane Queiroz , Lenisa Geron , Simone Do Santos Aguiar ,
c
Silvia Regina Brandalise
c
a
a
José Andres Yunes , Carlos Alberto Scrideli , Luiz Gonzaga Tone .
a FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, São Paulo, Brasil
b FFCLRP/USP, São Paulo, Brasil
c CENTRO INFANTIL BOLDRINI/CIDEP UNICAMP, São Paulo, Brasil
Introdução: meduloblastoma (MB) é um tumor embrionário que se
origina de desregulação de vias de desenvolvimento cerebelar.
Alterações nessas vias permitem a classificação do MB pelo perfil
transcricional e mutacional em quatro subgrupos: Sonic Hedgehog
(SHH), Wingless (WNT), grupo 3 e grupo 4; e podem estar relacionadas
à hipermetilação de genes moduladores negativos. Em tumores de
origens distintas, o acúmulo de grupamentos metil em supressores
tumorais foi associado aos níveis reduzidos de 5-hidroximetilcitosina
(5-hmC), e são explicados por alterações nos genes TETs e IDHs,
responsáveis pela regulação desse mecanismo. Além disso, foi descrita
uma dinâmica nos níveis de 5hmC durante o desenvolvimento
cerebelar. No presente trabalho, foi pressuposto que o fenótipo
hipermetilado observado em MB poderia estar associado à
desregulação dos genes TETs e alterações nos níveis de 5-hmC.
Objetivos e Metodologia: os objetivos desse trabalho foram estudar o
perfil de hidroximetilação em amostras de meduloblastoma por
imunohistoquímica (IHQ) e dot-blot; avaliar mutações hot-spot no
éxon 4 de IDH1 e IDH2 por sequenciamento; relacionar os níveis de
expressão de TETs e IDHs em amostras de MB estudados por qRT-PCR
com subgrupos moleculares de MB; analisar a metilação e
hidroximetilação em genes reguladores negativos de vias de
desenvolvimento em amostras de pacientes portadores de MB,
utilizando os kits HydroxyMethyl Collector e MethylCollector Ultra, e
qPCR. Resultados e Conclusão: nossos resultados demostraram que
os níveis de hidroximetilação estão diminuídos em MB quando
comparados com cerebelos controle, entretanto, não foram
encontradas correlações com características clínicas. A expressão de
TETs e IDHs está diminuída em MB quando comparada com cerebelos
fetais, mas não foram observadas diferenças quando comparadas com
amostras não-fetais. A classificação das amostras de MB em
subgrupos moleculares permitiu a observação que os níveis de
expressão de TET1 e IDH1 estão diminuídos no subgrupo WNT quando
comparados com ambos os grupos controle. Enquanto que a
expressão de IDH2 está aumentada no subgrupo SHH. Não foi
detectada presença de 5-hmC na região promotora dos genes
estudados, e apenas os genes DKK3 e PTCH1 apresentaram metilação
diferencial entre MB e cerebelos não neoplásicos. Os dados
encontrados permitiram concluir que os níveis de hidroximetilação
global podem estar
MICRODISSECÇÃO DE NOVAS VARIANTES DA T(12;21), UMA NOVA
FASE DE UM ESTUDO CITOGENÉTICO MOLECULAR: RELATO DE CASO
a
b
Daniela Ribeiro Ney Garcia , Elizete Nogueira Dos Santos , Nadezda
c
a
c
Kosyakova , Roberto Capela , Moneeb A. K. Othman , Katharina
c
b
d
Rittscher , Eliana Abdelhay , Raul Correa Ribeiro , Elaine Sobral Da
a
c
Costa , Thomas Liehr , Marcelo Gerardin Poirot Landa, Maria Luiza
b
Macedo De Souza .
a PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CLINICA MÉDICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ) - BRAZIL)
b INCA - BRAZIL),
c INSTITUTE OF HUMAN GENETICS, JENA UNIVERSITY HOSPITAL –
GERMANY
d DEPARTMENT OF ONCOLOGY, ST. JUDE CHILDREN’S RESEARCH
HOSPITAL - UNITED STATES)
Introdução: A fusão ETV6/RUNX1 é a mais comum na LLA da
infância, ocorrendo em 19- 27% dos casos. A alteração é dificilmente
detectada pela citogenética convencional, sendo frequentemente
encontrado em cariótipos normais e com hiperdiplidia alta (>51
cromossomos) e relacionada a um excelente prognóstico. Porém a
presença da fusão gênica ETV6/RUNX1 tem sido encontrada em
pacientes com recaída tardia. Estudos tem mostrado a presença
desta fusão em cariótipos complexos contendo alterações não
relacionadas entre si e, mais raramente, translocações do tipo
three-way ou mais complexas. Alguns estudos tem considerado a
influência da heterogeneidade desta fusão e a complexidade
cariotípica sobre a evolução clínica destes pacientes. Nos últimos
anos, nosso grupo tem utilizado a combinação de técnicas de na
investigação de cariótipos complexos da LLA da infância
contribuindo como achado de novos rearranjos gênicos. Objetivo:
Neste trabalho, nós descrevemos uma metodologia alternativa
utilizada na investigação citogenética de um paciente com LLA-B da
infância. Metodologia: O badeamento G revelou material adicional
no braço p do cromossomo 12. Foi realizada a aplicação de
diferentes técnicas de hibridização in situ incluindo sondas LSI,
paintings, e sondas confeccioandas a partir de cromossomos
bacterianos artificiais (BAC)s, além do bandeamento multicolorido
(MCB). Resultados e Conclusão: A análise citogenética
molecular revelou um cariótipo complexo envolvendo a fusão
ETV6/RUNX1, o cariótipo citogenético final molecular do clone
anormal
foi
definido
como:
46,XY,
t(11;12;21)(q23;p13;q22),der(12)t(7;12)(p15;p12)del(12)(p12).
Através desta pesquisa foi possível caracterizar uma nova variante
complexa da fusão ETV6/RUNX1 que apresentou o envolvimento de
ambos os homólogos do cromossomo 12 incluindo uma three-way
críptica t(11;12;21)(q23;p13;q22). Os pontos de quebra com
rearranjos putativos foram submetidos à técnica de microdissecção
e métodos adicionais para caracterizar estas novas fusões, tais como
sequenciamento, serão aplicados em seguida. Esta metodologia
permite um acesso mais rápido e preciso dos pontos de quebra e
rearranjos gênicos. Através da metodologia aplicada, pretendemos a
caracterizar as fusões gênicas putativas. Apoio: CAPES
(PROBRAL/DAAD (projeto no.419/14), DAAD, Brasil- Alemanha;
CNPq, Brasil; FAPERJ (projeto no. 211.475/2015); Brasil; Ministério
da saúde (MS), Brasil; Pró-Vita Brasil; American Syrian Lebanese
Associated Charities (ALSAC).
151
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
MODULAÇÃO DA EXPRESSÃO DOS GENES AKT, CTNNB1, GLI1, KDM6A,
KDM6B, NOTCH2, PTCH1 E TERT EM LINHAGENS CELULARES DE
MEDULOBLASTOMA EXPOSTAS AO TRATAMENTO COM DROGAS
MODULAÇÃO DO GENE CTNNB1 (Β-CATENINA) PELO INIBIDOR DE
AURORA-QUINASES AMG 900 EM LINHAGENS CELULARES DE
MEDULOBLASTOMA
Bruna Mascaro-Cordeiro, Indhira Dias Oliveira, Maria Teresa De Seixas
Alves, Nasjla Saba Da Silva, Andrea Maria Capellano, Sérgio
Cavalheiro, Patrícia Dastoli, Silvia Regina Caminada De Toledo.
Lenisa Geron , Kleiton Silva Borges , Augusto Faria Andrade , Karina
a
b
b
Bezerra Salomão ,Carlos Alberto Scrideli , Luiz Gonzaga Tone .
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Meduloblastoma (MB) é um tumor embrionário
neuroepitelial maligno do cerebelo. O presente estudo tem como
objetivo investigar a citotoxicidade do ácido valpróico (AV) e da
cisplatina (CDDP), e seu papel na viabilidade e na expressão gênica de
linhagens celulares de MB. Metodologia: O tratamento das linhagens
celulares DAOY e D283MED foi dividido em três grupos: (1) AV isolado,
(2) CDDP isolado e (3) AV combinado com CDDP, por 24, 48 e 72hrs.
Células não tratadas foram utilizadas como controle. A viabilidade
celular e a citotoxicidade foram mensuradas utilizando o ensaio
PrestoBlue®. A expressão de genes relacionados com o processo de
tumorigênese do MB (AKT, CTNNB1, GLI1, KDM6A, KDM6B, NOTCH2,
PTCH1 e TERT) foi investigada por PCR quantitativo (qPCR).
Resultados: As linhagens DAOY e D283MED apresentaram
comportamentos distintos quando submetidas aos três tratamentos
propostos. O tratamento com CDDP foi mais eficaz em reduzir a
viabilidade celular do que o tratamento com AV isolado ou
combinado, para a linhagem DAOY (p<0.0001). Para a linhagem
D283MED, o tratamento com AV e CDDP combinados foi mais efetivo
em reduzir a viabilidade celular (p<0.0001). Em 48h, foi observado o
aumento de expressão dos genes AKT, KDM6B, GLI1 e TERT nos três
grupos de tratamento (p<0.0001), quando comparado com as células
não tratadas. Nas duas linhagens, o tratamento com AV e CDDP
isolados apresentaram maiores níveis de expressão gênica do que as
células submetidas ao tratamento com AV e CDDP combinados, nas
primeiras 24hrs. No entanto, em 48hrs de tratamento, as células
submetidas ao tratamento com AV e CDDP combinados alcançaram
maiores níveis de expressão gênica em comparação aos grupos de
tratamento com AV e CDDP isolados. Conclusões: A modulação da
expressão de genes envolvidos com o processo tumorigênico do MB,
através do tratamento com AV e CDDP, foi tempo-dependente.
Estudos anteriores demonstraram resistência ao tratamento com AV,
através do aumento de expressão da via AKT, e que este estaria
relacionado com a ativação indireta da via de sinalização Hedgehog
(HH). Nossos achados corroboram com esses dados, uma vez que
observamos aumento de expressão desses genes, especialmente após
48hrs de tratamento. Estudos complementares estão em andamento
para tentar compreender mais precisamente o mecanismo de ação
dessas drogas.
a
a
a
a DEPARTAMENTO DE GENÉTICA - FMRP/USP, São Paulo, Brasil
b FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, São Paulo, Brasil
Introdução: O meduloblastoma (MB) é o tumor cerebral maligno
mais comum na infância. A sua formação/progressão tem sido
associada à desregulação de vias de sinalização, como a via Wingless
(Wnt). As proteínas do ciclo celular Aurora-quinase (A, B e C) têm
sido amplamente estudadas, uma vez que foram encontradas
hiperexpressas em diversos tumores, incluindo o MB. Estudos têm
mostrado que existe uma interação entre as proteínas Auroraquinases e a via Wnt. No entanto, poucos trabalhos têm sido
realizados para confirmar essa associação. Objetivos: Avaliar a
modulação da via Wnt pelo inibidor de Aurora-quinases AMG 900
em linhagens celulares de meduloblastoma. Métodos: Foram
realizados os ensaios de PCR convencional, sequenciamento, qRTPCR, transfecção transiente, clonogenicidade, Western Blot, ciclo
celular e apoptose. Resultados: As linhagens UW402, UW473 e
ONS-76 não apresentaram mutações nos éxons 3 e 15 dos genes
CTNNB1 (β-catenina) e APC, respectivamente. Além disso, não foi
observada uma expressão significativa de CTNNB1, bem como de
seus genes alvo (Ciclina D1 e C-Myc), confirmando a inativação da
via canônica Wnt nestas linhagens celulares. No entanto, após a
transfecção transiente de CTNNB1 houve um aumento da expressão
deste gene e de seus genes alvo nas três linhagens celulares
estudadas. Adicionalmente, não ocorreu um aumento da expressão
gênica das Aurora-quinases, mostrando que provavelmente não há
uma correlação entre a expressão gênica dos AURKs com a
expressão de β-catenina. A transfecção de CTNNB1 também induziu
a redução do número de colônias nas linhagens UW473 e ONS-76. O
tratamento com o AMG 900, um pan-inibidor das Aurora-quinases,
causou uma diminuição da expressão das proteínas β-catenina,
Aurora A e B nas linhagens celulares UW473 e ONS-76. A
transfecção não alterou o percentil celular em G2/M em UW402 e
UW473. Na ONS-76 houve um aumento significativo em G2/M, e o
tratamento com AMG 900 potencializou o bloqueio celular apenas
nesta linhagem celular. Ademais, a transfecção com a β-catenina
não alterou o processo de morte celular nas linhagens UW473 e
ONS-76. Porém, o AMG 900 induziu um aumento da apoptose em
ambas as linhagens. Conclusões: Estes resultados sugerem que pode
haver uma relação entre as proteínas Aurora-quinases e a via Wnt
em MB.
152
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
MUDANÇA DE LINHAGEM CELULAR EM UMA LACTENTE COM
LEUCEMIA AGUDA: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
NEFROBLASTOMA
ASSOCIAÇÃO?
Roberto Augusto Plaza Teixeira, Vaneska Machado Guimarães Jardini,
Wanessa Oliveira Sanglard, Tamira Alvares Teles, Marcelo Milone
Silva.
Luisa Silva De Sousa , Leticia Almeida Pontes , Maria Marina
a
Leonardo Alves Costaa, Ana Beatriz Moura Raulino , Julianna
a
b
Storace De Carvalho Arouca , Elione Albuquerque , Melina Tertulino
a
a
c
De Lima , Cassandra Teixeira Valle , Annick Beaugrand .
CTFM-GACC, São Paulo, Brasil
Introdução: As leucemias agudas são os cânceres mais comuns
diagnosticados na faixa etária pediátrica existindo um forte
predomínio das Leucemias linfoides agudas (LLA, 80% dos casos) sobre
as mieloides agudas (LMA). Embora extremamente rara, a mudança
de linhagem de linfoide para mieloide durante o tratamento pode
ocorrer, principalmente durante o início da terapêutica de indução e
envolvendo na maioria das vezes mutações do gene MLL. Material e
Métodos: Lactente de um ano e 9 meses, com história de anemia há 1
mês + sangramento gengival iniciado no dia anterior. Ao exame físico,
descorada, com poliadenomegalia cervical e hepatomegalia de 2,5 cm
e o hemograma revelou Hb=5.9 g/dL, Hto=16%, leucócitos
18.000/mm3, sendo 90% de linfócitos e plaquetas=54.000/mm3.
Realizado mielograma com 94% de blastos com características
morfológicas de LLA. A imunofenotipagem demonstrou marcadores
positivos para CD19, CD71a, TdT, Ig M de citoplasma e negativos para
CD10 e marcadores de linhagem linfoide T ou mieloide. O cariótipo
demonstrou 46,XX com t(10;11),(p12;q23). Criança iniciou indução de
acordo com o protocolo GBTLI 2009, com boa resposta à prednisona,
porém com medula do D15 demonstrando 65% de blastos com as
mesmas características do diagnóstico. Com a má resposta e a
identificação da presença de modificação e deleção do gene MLL
(FISH), foi alterado o tratamento para esquema mais intensivo de
acordo com o orientado para lactentes com LLA e rearranjo MLL+ e
respondedor lento e a medula realizada no dia 35, demonstrou 43%
de blastos de características mielóides com modificação do perfil
imunofenotípico para linhagem mielóide, desaparecimento dos
marcadores linfoides e positivação para MPO, CD13, CD33 e
CD117. Foi decidido modificar novamente a terapêutica,
direcionando-a para linhagem mieloide, e a lactente acabou de
receber
um
ciclo
da
combinação
de
citarabina
e mitoxantrone. Conclusão: Leucemias agudas em crianças pequenas
com modificação de linhagem mieloide para linfoide são
extremamente raras (0,6% dos casos), são identificadas durante o
período de indução e caracterizadas pela alteração do perfil
imunofenotípico e associadas a alterações do gene MLL que
permanecem mesmo após ocorrer à modificação de linhagem. São
leucemias extremamente agressivas e cujo tratamento pressupõe
uma modificação para esquemas utilizados para LMA. Finalmente,
pelo péssimo prognóstico desses raros casos, novas terapias
necessitam serem identificadas.
E
CARDIOPATIA
a
CONGÊNITA:
POSSÍVEL
a
UFRN, Rio Grande do Norte, Brasil
LIGA, Rio Grande do Norte, Brasil
UFRN, Rio Grande do Norte, Brasil
Introdução: O tumor de Wilms (TW) é o tumor renal maligno mais
comum na infância, com excelente resposta ao tratamento
quimioterápico quando a doença é localizada. O TW foi associado a
algumas síndromes congênitas como a Síndrome de BeckwithWiedemann , WAGR e de Denys-Drash. No câncer, as mutações
genéticas podem controlar a multiplicação celular, como o WT1, um
gene supressor de tumores no TW. Nós descrevemos o caso de um
pré-escolar com septo interatrial e com comunicação tipo forame
oval de 2 mm, dilatação discreta de câmaras esquerdas e coarctação
da aorta diagnosticados e corrigidos cirurgicamente ao nascimento.
Aos 6 meses de vida evoluindo com aumento do volume abdominal,
associado a febre intermitente e episódios de vômitos. A Tomografia
Computadorizada demonstrou imagens expansivas nodulares e
heterogêneas ao contraste, formando massas nos rins
bilateralmente, a maior localizada no rim direito, sugestivas de
neoplasia. Existe uma lacuna entre a completa compreensão do
processo da oncogênese e sua relação com patologias previamente
não associadas. As anomalias cardíacas são as mais frequentes entre
as malformações congênitas graves, podendo provocar alterações
no funcionamento da hemodinâmica cardiovascular. A coartação de
aorta e o TW a princípio não têm genes similares envolvidos, tendo
consequências e mecanismos etiopatogênicos distintos. Algumas
alterações genéticas foram descritas, mas parte da epigenética do
câncer e o processo de mutações permanecem a serem elucidados.
153
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL CITOGENÉTICO E MUTACIONAL DO GENE FLT3 EM 70 CASOS
DE LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA DA INFÂNCIA
a
b
a
PERFIL IMUNOFENOTÍPICO E MOLECULAR DAS LEUCEMIAS AGUDAS
DE CÉLULAS-T PEDIÁTRICAS E IMPACTO NO PROGNÓSTICO.
Amanda Faria De Figueiredo , Andre Luis Mencalha , Roberto Capela ,
a
a
Elaine Cifoni Batista , Angélica Caetano Moreti , Elizete Nogueira Dos
a
c
d
Santos , Thomas Liehr , Raul Correa Ribeiro , Maria Luiza Macedo De
a
e
Souza , Marcelo Gerardin Poirot Land .
Elda Pereira Noronha, Luisa Vieira Codeço Marques, Francianne
Gomes Andrade, Eugênia Terra-Granado, Carolina Da Paz Zampier,
Camilla Andrade, Marcela Braga Mansur, Maria Do Socorro PomboDe-Oliveira
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil
b DEPARTAMENTO DE BIOFÍSICA E BIOMETRIA, INSTITUTO ROBERTO
ALCÂNCTARA GOMES BIOLOGY, UNIVERSIDADE DO E
c INSTITUTE OF HUMAN GENETICS, JENA UNIVERSITY HOSPITAL,
Alemanha
d DEPARTMENT OF ONCOLOGY, ST. JUDE CHILDREN’S RESEARCH
HOSPITAL, Estados Unidos
e PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CLINICA MÉDICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ, Rio de Janeiro,
Brasil
PROGRAMA DE PESQUISA EM HEMATOLOGIA-ONCOLOGIA
PEDIÁTRICO-INCA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução: A Leucemia Promielocitica Aguda (LPA) é caracterizada
pela expressão do oncogene PML/RARA, que é produto da
translocação entre os cromossomos 15 e 17. Na infância, a LPA é rara,
podendo acometer cerca de 2-10% dos casos pediátricos. Mutações
que levam a ativação constitutiva do gene FLT3 são frequentes em
pacientes com LPA e estão relacionadas com um pior desfecho da
doença. Porém, o papel da mutação do tipo in tandem (ITD) do gene
FLT3 na infância e a sua incidência tanto na LPA como na LMA
pediátrica ainda precisa ser estabelecido. Objetivo: Neste estudo,
investigamos a frequência da mutação FLT3-ITD em uma população de
LPA e de LMA pediátricas. Materiais e Métodos: De março de 2007 a
março de 2014, foram estudados 31 casos de LPA e 39 casos de LMA
de crianças através de técnicas moleculares com a finalidade de
descrever o perfil cromossômico e o perfil genético da LMA da
infância brasileira. Resultados e conclusão: A mutação FLT3-ITD foi
observada em 43% dos casos de LPA e em 25% dos casos de LMA
estudados. Nos casos positivos para a mutação FLT3-ITD, a presença
de somente um alelo envolvido foi a mais frequente em ambos os
grupos (LPA, 69%; LMA, 87.5%). A mutação FLT3-ITD foi mais
frequente nos casos de LPA clássica (77%), enquanto que na LMA, foi
mais frequente nos casos com morfologia compatível com a M5
(62.5%). E a mediana de idade dos pacientes com a mutação FLT3-ITD
foi, respectivamente, 9.5 anos e 5.5 anos (p=0.57 ;p=0.53). Com
relação ao sexo, houve uma predominância do sexo masculino em
ambos os subtipos (p=0.65 ;p=0.92). A mediana da contagem
leucocitária foi 58.9x109/L na LPA e 40x109 na LMA. Sendo possível
estabelecer uma correlação entre a presença de FLT3-ITD e a alta
contagem leucocitária na LPA pediátrica (p=0.0045; p=0.45 na LMA).
Já com relação às plaquetas, a mediana foi de 37.5x109 e 84x109
(p=0.31;p=0.057). NA LPA, a morte precoce foi observada em 9 casos
e 5 deles apresentaram a mutação FLT3. Já na LMA, somente 5 mortes
ocorrem durante os 30 dias seguidos ao diagnóstico e somente 1 delas
apresentou a mutação FLT3-ITD. Nossos resultados puderam
demonstrar uma alta incidência da mutação FLT3-ITD na LPA e na LMA
pediátrica. Assim como, foi possível sugerir que a LPA e LMA com a
mutação FLT3-ITD representam um grupo distinto com características
clinicas especificas.
Introdução: Diversas alterações como fusões gênicas envolvendo
fatores de transcrição e mutações em proto-oncogenes estão
associadas à LLA-T e ao seu perfil maturativo sem, contudo, haver
consenso no valor prognóstico. Objetivos: Avaliar associações dos
diferentes perfis maturativos, alterações somáticas (Mutação em IL7R, FLT3, FBXW7, NOTCH1, N-KRAS e rearranjos gênicos STIL-TAL1 e
TLX3) e a influência na sobrevida livre de eventos (SLE). Material e
Métodos: 189 pacientes (< 19 anos) com LLA-T foram avaliados
quanto ao perfil imunofenotípico pela citometria de fluxo
multiparamétrica. Mutações e fusões gênicas foram identificadas
por testes moleculares (PCR, sequenciamento direto e RT-PCR). SLE
(em cinco anos) foi avaliada pelo método de Kaplan-Meier e as
diferenças entre os grupos pelo teste de log-rank. Para avaliação das
variáveis categóricas utilizou-se o teste exato de Fisher ou Quiquadrado. P valor < 0,05 foi considerado estatisticamente
significante. Resultados: Foram identificados, 7 casos (3,7%) de
leucemia bifenotípica mielóide/T, 18 casos (9,5%) de LLA de células
precursoras T precoces (LLA-ETP). Os demais casos: T-II (CD2 pos
e/ou CD5 pos e/ou CD8pos CD4neg mCD3neg) (n=26), T-II/III
(CD8posCD4posCD1anegmCD3neg) (n=12), T-III (CD1aposmCD3neg)
(n=35),
T-III/IV
(CD1aposmCD3pos)
(n=38),
T-IVDP
(CD1anegmCD3posCD8posCD4pos)
(n=22),
T-IVSP
(CD1anegmCD3posCD8pos ou CD4pos) (n=14), T-IVDN (CD1aneg
mCD3pos CD8neg CD4neg) (n=15). A frequência das alterações
moleculares foram: NOTCH1(43,7%), FBXW7(18,1%), IL7R (7,2%), NKRAS(9%), FLT3(5,5%), STIL-TAL1(23,6%), TLX3(11,8%). Observamos
que FLT3mut foi mais frequente nas LLA-ETP, 29,4%(5/17)
(p<0,001); IL7Rmut 27,3%(3/11) (p=0,034) e NOTCH1mut 73%(8/11)
(p=0,06) em T-II/III e STIL-TAL1 no T-IVSP (5/10) (p = 0,04). Dos
subtipos, T-II foi o que apresentou maior SLE (51,2%) quando
comparado aos demais subtipos (38,5%) (p = 0,027) e o grupo T-IVSP
foi o que apresentou menor SLE (31,2%) quando comparado aos
demais (41,0%) (p=0,075). Em relação as alterações moleculares,
casos com NOTCH1 e/ou FBXW7mut tiveram SLE (45,3%) maior do
que os casos sem estas alterações SLE (35,1%) (p = 0,014). Casos
STIL-TAL1pos tiveram SLE menor (26,7%) (p<0,001). Conclusões:
Demonstramos a heterogeneidade imunofenotípica (identificação
de 9 subtipos distintos) e molecular dos casos de LLA-T, com
subtipos (T-II) e alterações moleculares (NOTCH1 e/ou FBXW7mut e
STIL-TALpos) com impacto na SLE, sendo potenciais marcadores de
prognóstico.
154
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL MOLECULAR DO LINFOMA DE BURKITT COM UM
ISOCROMOSSOMO
I(8)(Q10)
COMO
ÚNICA
ANORMALIDADE
CITOGENÉTICA EM UM PACIENTE PEDIÁTRICO COM ATAXIATELANGIECTASIA
a
a
Mariana Tavares De Souza , Gabriela Vera-Lozada , Terezinha J Marquesb
a
c
d
Salles , Elizete Nogueira Dos Santos , Luciana W Pinto , Soraia Rouxinol ,
e
f
g
Thomas Liehr , Marcelo Gerardin Poirot Land , Raul Correa Ribeiro , Rocio
a
a
Hassan , Maria Luiza Macedo De Souza .
a INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil
b HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ, Pernambuco, Brasil
c DEPARTAMENTO INTEGRADO DE PATOLOGIA, INSTITUTO NACIONAL DE
CÂNCER, Rio de Janeiro, Brasil
d HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA , Rio de Janeiro, Brasil
e INSTITUTE OF HUMAN GENETICS, JENA UNIVERSITY HOSPITAL,
Alemanha
f PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CLINICA MÉDICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil
g DEPARTMENT OF ONCOLOGY, ST. JUDE CHILDREN’S RESEARCH
HOSPITAL, Estados Unidos
Introdução: O Linfoma/Leucemia de Burkitt (L/LB) é associada com o
rearranjo do gene MYC, que é o hallmark molecular desta doença. Por
muito tempo, a Organização Mundial de Saúde classificou o L/LB com
base na presença do rearranjo do MYC com um dos genes de
imunoglobulina, o IgH (14q32) no lócus de cadeia pesada ou os loci de
cadeia leve, IgK (2p12) ou IgL (22q11). No entanto, atualmente
classificação da OMS, considera 10% de casos de L/LB sem uma
translocação envolvendo o oncogene MYC. Durante um estudo do nosso
grupo sobre o significado clínico das anormalidades cromossômicas
secundárias no L/LB da infância, identificamos um paciente com ataxiatelangiectasia diagnosticado morfológica e imunofenotipicamente e
tratado para L/LB sem rearranjo do MYC, mas com um isocromossomo 8
(cariótipo: 46,XY,i(8)(q10)) e três cópias deste gene, demonstradas por
Hibridização fluorescente in situ. Objetivo: O objetivo deste estudo foi
avaliar os níveis de expressão de MYC, bem como outros genes e
microRNAs que caracterizam a assinatura molecular do L/LB em nosso
paciente para testar a hipótese de que se trataria de um LB atípico sem
MYC translocado. Metodologia: Amostras tumorais embebidas em
formalina e incluidas em parafina de 3 pacientes com L/LB e a
t(8;14)(q24;q32) e células de 2 linhagens celulares (Raji e Namalwa) foram
usadas para comparação através da técnica de RT-PCR. Resultados e
Conclusão: Os níveis de expressão de MYC e BCL2 no nosso paciente
foram semelhantes aos níveis do grupo de L/LB controle, enquanto que os
níveis de CD10 foram menores do que aqueles para o grupo de L/LB. No
que diz respeito à expressão dos miRNAs, níveis de miR155 e Let7a, b, e e,
os quais são conhecidos por serem regulados negativamente por MYC,
foram, em geral, baixos no grupo de L/LB. miR9 *, que é regulado
negativamente pacientes que não possuem a translocação do MYC, foi
regulado negativamente no nosso paciente, bem como no grupo de L/LB.
mir150 e mir21 foram regulados negativamente em todos os casos. Assim,
a análise da expressão do gene no nosso paciente sugere um perfil
molecular L/LB semelhante apesar da falta de um MYC translocado. Além
disso, esta é a primeira descrição do i(8)(q10) como anormalidade única
no L/LB. Se a expressão alterada de MYC no nosso paciente resultou da
desregulação de miRNASs, um mecanismo patogênico alternativo, ou da
trissomia do 8, que poderia resultar na sua superexpressão pela dosagem
gênica aumentada, ainda precisa ser elucidado.
POLIMORFISMOS EM EPHX1, NQO1, GSTM1 E GSTT1 E RISCO
PARA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA PEDIÁTRICA
Gisele Dallapicola Brisson, Francianne Gomes Andrade, Bruno
Almeida Lopes, Filipe Vicente Dos Santos Bueno, Ingrid Sardou
Cezar, Bruno Alves De Aguiar Gonçalves, Eugênia Terra-Granado,
Maria Do Socorro Pombo-De-Oliveira.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução. A leucemia mieloide aguda pediátrica (LMA) é uma
doença rara e, no Brasil, as taxas de incidência idade-ajustadas
podem variar de 11,3-24,5 casos por milhão, com uma alta
proporção de leucemia promielocítica aguda (APL). Considerando
que carcinógenos ambientais são metabolizados por enzimas
altamente polimórficas, um estudo caso-controle foi conduzido na
tentativa de se identificar fatores de suscetibilidade genética
associados à LMA no Brasil. Objetivo. Investigar a associação de
polimorfismos genéticos em CYP2E1, EPHX1, NQO1 e
GSTM1/GSTT1 com o risco para LMA e mutações somáticas.
Metodologia. Foram incluídos 445 casos de LMA (<21 anos) e 791
controles. Os DNAs foram extraídos de medula óssea, sangue
periférico ou sangue de cordão umbilical (QIAamp DNA Blood Mini
Kit), e genotipados para CYP2E1 rs3813867, EPHX1 rs1051740,
rs2234922 e NQO1 rs1800566 por PCR em tempo real (TaqMan
Drug Metabolism Genotyping Assay), e para deleção de GSTT1 e
GSTM1 por PCR multiplex. Os casos foram caracterizados segundo
recomendação da OMS. Mutações em KRAS/NRAS (G12/G13),
FLT3 (D835/DIT) e KIT (exons 8/17) foram identificadas por PCRRFLP ou sequenciamento direto. Frequências genotípicas foram
comparadas por teste qui-quadrado e razão de chances idadeajustadas (aOR) com intervalos de confiança de 95% (95%IC)
foram calculados. Foi considerado significativo P-valor <0,05.
Resultados e conclusão. Casos e controles não diferiram em
relação a gênero e etnia (P=0,680 e 0,617, respectivamente), mas
diferiram em relação à idade (P<0.001). A APL foi o subtipo de
LMA mais frequente (20,9%). Mutações em FLT3 (24,1%), NRAS
(12,5%), KRAS (5,8%) e KIT (7,3%) foram observadas. EPHX1
rs1051740 foi associado com risco para LMA com CBFβ/MYH11
(aOR 6,54 95%IC 2,15-19,92 P=0,004), LMA M0-M1 (aOR 2,23
95%IC 1,20-4,15 P=0,010) e LMA com FLT3 mutado (aOR 1,64
95%IC 1,05-2,56 P=0,029). NQO1 rs1800566 foi associado com APL
(aOR 2,75 95%IC 1,12-6,76 P=0,028) e LMA M4-M5 (aOR 2,38
95%IC 1,17-4,83 P=0,017). GSTT1-nulo foi associado com APL (aOR
2,31 95%IC 1,15-4,65 P=0,019), enquanto GSTM1-nulo foi
associado com mutação em FLT3 (aOR 2,41 95%IC 1,17-4,99
P=0,018). Os resultados mostram que polimorfismos genéticos em
EPHX1, NQO1, GSTM1/GSTT1 estão associados com risco para
diferentes subtipos e mutações somáticas da LMA, especialmente
a APL. Isso nos auxilia a compreender a etiopatologia da LMA e é
particularmente útil no entendimento das diferenças de incidência
da doença no Brasil.
155
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PREVALÊNCIA DE CARIÓTIPOS COMPLEXOS EM UM ESTUDO
CONSECUTIVO DE 146 CRIANÇAS BRASILEIRAS COM LEUCEMIA
LINFOBLÁSTICA AGUDA: UM ESTUDO CONVENCIONAL E MOLECULAR
a
b
b
Daniela Ribeiro Ney Garcia , Thomas Liehr , Moneeb A. K. Othman ,
b
c
c
Katharina Rittscher , Mariana Tavares De Souza , Roberto Capela ,
c
c
c
Angélica Caetano Moreti , Elaine Cifoni Batista , Eliana Abdelhay , Elaine
a
d
a
Sobral Da Costa , Raul Correa Ribeiro , Marcelo Gerardin Poirot Land ,
c
Maria Luiza Macedo De Souza .
a PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CLINICA MÉDICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil
b INSTITUTE OF HUMAN GENETICS, JENA UNIVERSITY HOSPITAL,
Alemanha
c INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil
d DEPARTMENT OF ONCOLOGY, ST. JUDE CHILDREN’S RESEARCH
HOSPITAL, Estados Unidos
Introdução: Vários trabalhos de colaboração documentaram na literatura
padrões específicos, para encontrar indicadores prognósticos, o que levou
a uma melhor compreensão biológica da leucemia linfoblástica aguda
(LLA) da infância, porém ainda há ausência de informações com respeito
aos Cariótipos Complexos (CC) na LLA pediátrica. Nosso objetivo foi
descrever a frequência de CC em uma série de 146 crianças com LLA, por
métodos de citogenética molecular avançados. Objetivo: Neste trabalho,
nós refinamos cariótipos complexos, ou não informativos, com o auxílio
de abordagens de citogenética molecular, para elucidar a sua distribuição
e o envolvimento em rearranjos cromossômicos. Metodologia: Foram
utilizadas as técnicas de hibridização in situ por fluorescência (FISH),
bandeamento multicolorido (MCB) e multitude-FISH (mFISH). Neste
trabalho foram estudados 32 pacientes, de uma coorte total de 146
pacientes, com LLA de novo. Resultados e conclusão: Após o refinamento
do cariótipo por citogenética molecular, descrevemos pela primeira vez,
uma prevalência de 19,17% de CC na LLA da infância no Brasil, incluindo
ambas as linhagens celulares BCP e T. A anormalidade genética recorrente
mais frequente envolveu a região cromossômica 9p (34,3%), com a
deleção do gene CDKN2A, detectada em 11 pacientes, seguido por
rearranjos do gene KMT2A (28,1%) e pela fusão ETV6/RUNX1 (21,8%). Nós
também contribuímos com a literatura realizando o refinamento
cromossômico, por citogenética molecular avançada, e apresentando
os dados clínicos, deste subgrupo citogenético, incluindo a descrição de
novas variantes ainda não reportadas, a inv(14)(14q13;q32), a
t(6;14)(p21;q32) e a t(12;21)(p13;q21). Em conclusão, nosso trabalho
ressalta que as abordagens citogenéticas moleculares avançadas podem
melhorar significativamente a compreensão sobre a biologia e pesquisa
dos CC na LLA da infância. Apoio: CAPES (PROBRAL/DAAD (projeto
no.419/14), DAAD, Brasil- Alemanha; CNPq, Brasil; FAPERJ (projeto no.
211.475/2015); Brasil; Ministério da saúde (MS), Brasil; American Syrian
Lebanese Associated Charities (ALSAC).
SEQUENCIAMENTO DE NOVA GERAÇÃO EM PACIENTES
PEDIÁTRICOS COM HISTÓRIA DE CÂNCER SUGESTIVA DA SÍNDROME
DE LI-FRAUMENI
a
b
Sima Esther Ferman , Raissa Coelho Andrade , Carolina Furtado
b
b
Torres Da Silva , Hector Nicolas Seuánez Abreu , Fernando Regla
b
Vargas .
a SEÇÃO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA, INSTITUTO NACIONAL DE
CÂNCER - INCA, Rio de Janeiro, Brasil
b DIVISÃO DE GENÉTICA, INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, Rio de
Janeiro, Brasil
Introdução: A síndrome de Li-Fraumeni (SLF) é uma condição de
predisposição aumentada a diversos tipos de câncer, que ocorrem
normalmente em crianças e adultos jovens. A síndrome está
associada a mutações germinativas no gene TP53. Entretanto, até
70% das famílias com critérios clínicos para o teste genético de TP53
não apresentam mutações nesse gene. A identificação de mutações
patogênicas em outros genes que possam estar associados a esses
fenótipos é importante para o melhor entendimento da síndrome e
desenvolvimento de estratégias de manejo desses indivíduos.
Objetivo: Identificar mutações germinativas potencialmente
patogênicas em pacientes pediátricos sem mutações detectadas em
TP53, com história de câncer sugestiva da SLF. Metodologia: Cinco
pacientes pediátricos com critérios clínicos para o teste genético de
TP53 (critérios de Chompret, versão 2015) e resultado negativo para
mutações nesse gene foram submetidos à investigação de mutações
em 124 genes associados ao câncer, por sequenciamento de nova
geração. Mutações potencialmente patogênicas foram selecionadas
com base no impacto funcional (determinado por análises in silico),
frequência alélica populacional (<0,01) e revisão da literatura.
Resultados: Uma mutação nova no gene ATM (E2087A) foi
identificada em uma paciente com meduloblastoma que
desenvolveu um osteossarcoma de crânio secundário à radioterapia.
O gene SETD2 apresentou a mutação C394R, em um paciente com
rabdomiossarcoma cuja família apresentava critérios clássicos da
SLF. Mutações em CREBBP (P858S), SMO (R168G) e PIK3C2A
(T1431P) foram encontradas em pacientes com os respectivos
cânceres: sinoviossarcoma, osteossarcoma e oligodendroglioma.
Conclusões: As tecnologias de nova geração serão cada vez mais
necessárias na identificação do background genético associado à
SLF, já que diversos genes parecem estar associados a esses
fenótipos além do gene TP53. Apoio financeiro: Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e
Ministério da Saúde.
156
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
SMD/LMA COM CARIÓTIPO COMPLEXO EM PACIENTE PEDIÁTRICO
COM NEUROFIBROMATOSE TRATADO COM AZACITIDINA E
TRANSPLANTE
HAPLOIDÊNTICO
DE
CÉLULAS
TRONCO
HEMATOPOÉTICAS
a
a
Simone Jacovaci Colleta ,Camila Maria Da Silva Martinelli , Maicon
a
a
Fernando Zanon Da Silva , Stéphanie Piacenti Dos Santos , Patricia
b
b
b
Shimoda Ikeuti , Anita Frisanco Oliveira , Luiz Fernando Lopes , Elvira
c,d
b
Deolinda Rodrigues Pereira Velloso , Neysimelia Costa Villela .
a CENTRO DE DIAGNÓSTICO CITOGENÉTICO E MOLECULAR DO
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
b HOSPITAL DE CÂNCER INFANTOJUVENIL “PRESIDENTE LUIZ INÁCIO
LULA DA SILVA”, São Paulo, Brasil
c HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, São Paulo, Brasil
d UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP, São Paulo, Brasil
Introdução: As síndromes mielodisplásicas (SMD) representam um
grupo heterogêneo de doenças que se caracterizam por hematopoese
ineficaz, citopenia de uma ou mais linhagens hematopoiéticas,
podendo evoluir com transformação leucêmica. O cariótipo complexo
está geralmente associado a uma evolução rápida da doença e pior
prognóstico. Pacientes com neurofibromatose tipo 1 apresentam
risco aumentado para o desenvolvimento de SMD e outras neoplasias
mielóides. Em pacientes pediátricos com SMD avançadas, temos
utilizado o tratamento hipometilante com 5-azacitidina (Aza), até que
se identifique um doador compatível para transplante de células
tronco hematopoéticas (TCTH). Objetivo: Caracterizar alterações
cromossômicas e a resposta ao tratamento com Aza, em paciente do
sexo masculino com 12 anos de idade e neurofibromatose tipo 1,
diagnosticado com SMD, 20 meses após o tratamento de leucemia
mielóide aguda (LMA) com poliquimioterapia em outro serviço.
Métodos: Foram realizados cariótipos em aspirado de medula óssea
submetidos a cultivo celular por 24 horas: ao diagnóstico, após 3 e 6
ciclos de Aza, e pós TCTH haploidêntico. Resultados e conclusão: Ao
diagnóstico, o paciente apresentou nulissomia do Y associada a outras
alterações cromossômicas, entretanto não foi possível caracterizar
essas alterações. Sem doador HLA compatível, iniciou-se o tratamento
com Aza. Apresentou redução da porcentagem de blastos em medula
óssea, porém manteve dependência transfusional. Em reavaliação
após 3º e 6º ciclos de Aza, foi confirmado cariótipo complexo com
nulissomia do Y, monossomia do cromossomo 17, alterações
estruturais no cromossomo 7 derivativo da translocação entre seu
braço curto e o braço longo do cromossomo 17, além de, alterações
estruturais no cromossomo 10 derivativo da translocação entre seu
braço curto e o longo do cromossomo 17. Após 9 ciclos de Aza,
evoluiu com progressão da doença, sendo optado pela realização de
TCTH haploidêntico. Atualmente, o paciente encontra-se no D+47 pós
TCTH, apresentando quimerismo completo do doador, remissão
morfológica e citogenética. Esses resultados reforçam a importância
da associação do estudo citogenético ao diagnóstico, e no
acompanhamento da resposta do paciente ao tratamento. Além disso,
demonstra perda de resposta ao tratamento com Aza e o impacto
negativo do cariótipo complexo na evolução da SMD em pacientes
pediátricos.
TUMORES ADRENOCORTICAIS NA INFÂNCIA ASSOCIADOS A
MUTAÇÃO HEREDITÁRIA DE PREDISPOSIÇÃO FAMILIAR AO CÂNCER
a
b
Maria José Mastellaro , Ana Luiza Seidinger , Antônio Gonçalves De
a
b
b
Oliveira Filho , Simone Do Santos Aguiar , Izilda Cardinalli , Eliana
a
b
b
Miranda , José Andres Yunes , Silvia Regina Brandalise , Antônio
a
c
Azevedo Barros Filhos , Raul Correa Ribeiro .
a UNICAMP, São Paulo, Brasil
b CENTRO INFANTIL BOLDRINI, São Paulo, Brasil
c ST JUDE CHILDREN'S RESEARCH HOSPITAL, Estados Unidos
Introdução: O TAC, geralmente associado à mutação germinativa do
TP53 R337H, é mais frequente no sul e sudeste do Brasil que em
outras regiões. Objetivo: avaliar o perfil clínico, biológico e
sobrevida dos pacientes e câncer nos familiares. Pacientes e
Métodos: 103 pacientes foram elegíveis para estudo descritivo e 55
para estudo prospectivo da história familiar de câncer nas linhagens
parentais segregantes (LPS) e não segregantes (LPNS) da
mutação. Resultados: Ao diagnóstico, 69 pacientes do sexo
feminino e 34 masculinos com mediana da idade de 26 meses (4–
259), apresentaram virilização (70%), hipertensão (21%), estatura
acima da média (70%), portadores da mutação R337H TP53 (91%),
estadio I (46%), II (27%), III (19%) e IV (8%). Quanto ao tratamento,
71 pacientes foram submetidos à ressecção do tumor, 31 receberam
quimioterapia adjuvante e mitotane e 1 sem chance de terapia;
após a mediana 9 (3-57) meses do diagnóstico, 16 pacientes
recidivaram, 4 apresentaram múltiplas recorrências pulmonares,
todas ressecadas, permanecem vivos sem doença por 21 (5-27)
anos. A taxa de sobrevida global foi 76,7% e sobrevida livre de
doença 68,9%; 36% dos sobreviventes apresentaram efeitos tardios:
insuficiência adrenal crônica (16), puberdade precoce (2), segunda
neoplasia (3), hipotireoidismo (2), deficiência auditiva (3), disfunção
cardíaca (1). Diagnóstico de câncer nos familiares foi observado em
10/55 genitores, 2/22 irmãos, 1/4 filhos carreadores; 1/94 parentes
de 1º grau não carreadores com câncer (P=0,002). Ocorrência de
câncer na LPS foi maior que na LPNS (234/1376 vs. 66/941,
P<0,0001); comparado com famílias carreadoras de mutações NãoR337H os familiares do estudo desenvolveram câncer mais
tardiamente e apresentaram maior incidência de tumores do trato
gastrointestinal. Conclusão: A sobrevida está relacionada à doença
localizada e à ressecabilidade dos sítios de metástases e recidivas; os
efeitos tardios estão relacionados principalmente ao uso de
mitotane; a virilização influenciou na altura dos pacientes ao
diagnóstico seguido de “catch down” do crescimento nos anos
seguintes após a ressecção do tumor; familiares da LPS apresentam
maior risco de câncer. Recomenda-se aconselhar medidas
preventivas e vigilância para diagnóstico precoce de câncer nos
familiares com risco de herança da mutação.
157
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
VALOR PROGNÓSTICO DA DOSAGEM QUANTITATIVA DO P53 NO
MEDULOBLASTOMA DESMOPLÁSICO/ NODULAR
Natalia Maria Tavares Ferreira Borges, Andrea Maria Capellano, Nasjla
Saba Da Silva, Sérgio Cavalheiro, Patrícia Dastoli, Maria Teresa De
Seixas Alves, Grgorio Wrublevski Pereira, Daniela Barbosa.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Atualmente o meduloblastoma é classificado de acordo
com os critérios de Chang, mas também pela classificação histológica
e pela avaliação biológica. Neste contexto, o meduloblastoma
desmoplásico/nodular (MBDN) e subtipo molecular Sonic Hedhog
parecem ter um melhor prognóstico em crianças menores de 3-5
anos. No entanto, alguns estudos sugerem que estes pacientes com
mutação TP53 apresentam um pior prognóstico. Objetivo: Descrever
o tratamento de crianças com MBDN ≤ 5 anos de idade e seu
prognóstico correlacionando com valores quantitativos do p53.
Métodos: Estudo retrospectivo dos prontuários médicos e análise de
proteínas p53 realizados por imuno-histoquímica. Resultados: Vinte e
quatro crianças com MBDN foram admitidos entre 2008 e 2015 na
instituição, destes 14 (58%) com idade média de 2 anos (mínimo de 4
meses e máximo de 4 anos e 6 meses) Sete pacientes foram
classificados como R0M0, 4 R+M0, 2 R+M+ e 1 R0M+. Em relação ao
tratamento, 7 (53%) pacientes foram submetidos ao protocolo HITSKK modificado e 7 (46%) realizaram Head Start (5) ou Baby POG (2), 2
destes admitidos após recidiva. A avaliação da proteína p53 foi
realizada em 12 pacientes: 4 apresentaram p53≥50% (2 óbitos por
progressão de doença (PD), 1 após PD foi submetido a Transplante
Autólogo de Medula Óssea (TAMO) e está fora de tratamento (FT), 1
encontra-se em tratamento). Três com p53<50% (2 FT e 1 óbito por
toxicidade). Dois com p53(+) qualitativamente (1 óbito por PD e outro
FT). Um apresentou p53(-) e está FT. Dois pacientes originalmente
com p53(-) recidivaram com p53(+), 1 com doença disseminada e
síndrome de Gorlin com recidiva após TAMO atualmente em outro
protocolo terapêutico e o outro com recidiva local, submetido a
TAMO, irradiação crânio-espinhal 23.4Gy e está FT. A sobrevida global
em 3 e 5 anos para todo o grupo foi de 63,5%. Conclusão: Apesar da
pequena amostra, a proteína p53 parece ser um possível marcador de
prognóstico no grupo MBDN, uma vez que os piores resultados foram
relacionados com a positividade p53, principalmente ≥ 50%. Portanto,
a análise do p53 aliada a outros marcadores pode orientar melhor a
estratificação de risco e assim guiar o tratamento.
VIABILIDADE DE CÉLULAS DE MEDULOBLASTOMA D283 TRATADAS
COM INIBIDOR DE HISTONA DEACETILASES COMBINADO COM
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DE BOMBESINA
a
a
Mariane Da Cunha Jaeger , Eduarda Chiesa Ghisleni , Livia Fratini
a
b
C
Dutra , Algemir Lunardi Brunetto , Lauro José Gregianin , André
b
b
d
Tesainer Brunetto , Caroline Brunetto De Farias , Rafael Roesler .
a LABORATÓRIO DE CÂNCER E NEUROBIOLOGIA, HCPA/UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
b INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
c HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul,
Brasil
d UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL , Rio Grande do
Sul, Brasil
Introdução: Meduloblastoma (MB) é um tumor do sistema nervoso
central dividido em quarto grupos moleculares distintos, sendo a
sobrevida particularmente baixa em pacientes classificados com
tumores do Grupo 3. Alterações genéticas envolvendo genes
relacionados a mecanismos epigenéticos resultam em alterações na
expressão gênica em MB do Grupo 3. Inibidores de deacetilases de
histonas (HDACi) reduzem a proliferação celular, promovem a morte
e diferenciação celular e aumentam a sensibilidade à quimio e
radioterapia em modelos in vitro de MB. Antagonistas de receptores
de bombesina potencializam os efeitos proliferativos de HDACi em
células de câncer de pulmão e são terapias experimentais
promissoras para diferentes tipos de câncer. Objetivo: Neste
trabalho, nós avaliamos a viabilidade de células D283, classificadas
como MB Grupo 3, tratadas com um HDACi sozinho ou combinado
com antagonistas dos receptores de bombesina. Métodos: Células
D283 foram tratadas com diferentes doses do HDACi butirato de
sódio (NaB), do antagonista do receptor de neuromedina B (NMBR)
BIM-23127, do antagonista do receptor do peptídeo liberador de
gastrina (GRPR) RC-3095, ou combinações de NaB com cada
antagonista. Viabilidade celular foi avaliada por contagem celular
com azul de tripan. Resultados: Tratamento com NaB sozinho ou em
combinação com os antagonistas dos receptores reduziu a
viabilidade celular em todas as doses testadas. BIM-23127 sozinho
não afetou a viabilidade celular, enquanto o tratamento com RC3095 em uma dose intermediária apresentou um aumento no
número de células. Conclusão: Embora HDACi sejam promissores
compostos para a inibição do crescimento de MB, este estudo
apresenta evidências preliminares que a combinação de HDACi com
antagonistas dos receptores de bombesina não é uma estratégia
terapêutica efetiva para aumentar os efeitos de HDACi em células
de MB.
158
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
OUTROS
ANÁLISE DAS TRANSFUSÕES REALIZADAS NO ANO DE 2014 EM
PACIENTES PEDIÁTRICOS DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO
Mariane Farherr Caleffi, Leniza Costa Lima Lichtvan, Mara Albonei
Dudeque Pianovski, Debora Silva Carmo, Tiago Hessel Tormen,
Mariana Parizotto Moraes, Ana Paula De Oliveira Silva De Queiroz.
HC-UFPR, Paraná, Brasil
Introdução: As transfusões sanguíneas são uma modalidade
terapêutica que sem dúvida salva vidas, mas quando não indicadas
corretamente, trazem prejuízos, o que leva à necessidade de critérios
adequados para sua realização. Objetivo: Análise de dados sobre
transfusão de hemoconcentrados e hemoderivados nos pacientes de
um mês a 14 anos internados em um hospital terciário com Serviço de
Oncohematopediatria, no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro
de 2014, relacionando as transfusões com indicações, doenças de
base, exames laboratoriais e dados da literatura. Métodos: Foi
realizado estudo transversal observacional de pacientes selecionados
pelo sistema do Banco de Sangue, com análise dos prontuários e das
folhas de solicitação de hemocomponentes. Foi analisada também a
realização de albumina, que é hemoderivado, nos prontuários dos
pacientes que receberam transfusão de hemocomponentes.
Resultados e Conclusões: Foram realizadas 544 transfusões em 114
pacientes, sendo concentrado de hemácias (CH) e albumina os mais
transfundidos, numa população predominantemente masculina
(57,3%) e em faixa etária lactente (30 dias - 2 anos – 50,4%) As
transfusões ocorreram principalmente em pacientes com leucemia
(23,7%), seguida de pacientes previamente hígidos (22,2%) e naqueles
com tumores sólidos ou de SNC (14,7%). Em 42% das transfusões, os
hemocomponentes sofreram processos como irradiação, filtração ou
lavagem. Sobre os exames pré transfusionais, os valores da Hb ficaram
na média de 7,7 g/dL (2,5-12,6 g/dL); a mediana das plaquetas foi
10.000/mm³ (1.000-241.000); mediana albumina 2,5 g/dL (1,2-8,9);
mediana TAP 2,2 (INR)(1,5 – 100); mediana TTPA 1,6 segundos (0,9100); mediana TP 1,7 segundos (1,2-100); mediana fibrinogênio 100
mg/dL (49-100). As reações adversas foram notificadas em 2,4% das
transfusões, sendo a principal a reação febril não hemolítica.
Conclusão: O número de transfusões em pediatria tem aumentado,
assim como o conhecimento sobre elas. As indicações de transfusões
seguiram as recomendações de protocolos nacionais e do protocolo
implantado pelo Comitê de Transfusão deste hospital. As transfusões
são uma modalidade terapêutica complexa que envolve não só o
sistema hematopoiético, mas também o sistema imune, a
vascularização e a coagulação. Por estes motivos merece nossa
atenção e nosso conhecimento para que na virtude de sempre querer
o melhor para o paciente, façamos de modo congruente com as
evidências.
ANEMIA EM CRIANÇAS ENTRE UM E SEIS MESES DE VIDA: PENSAR
EM CITOMEGALOVÍRUS
Mariana Parizotto Moraes, Mariane Farherr Caleffi, Leniza Costa
Lima Lichtvan, Mara Albonei Dudeque Pianovski, Debora Silva
Carmo, Tiago Hessel Tormen, Ana Paula De Oliveira Silva De Queiroz,
Mariana Ferreira Kienast.
HC-UFPR, Paraná, Brasil
Introdução: A anemia é definida como redução na concentração de
hemoglobina. Nas crianças imunocompetentes entre um e seis de
meses de vida, dentre as possíveis causas, devemos incluir as
doenças infecciosas, como citomegalovírus (CMV), visto que esse
está entre as infecções mais comuns em todo o mundo. Existem
poucos relatos de anemia causada pelo CMV em crianças
imunocompetentes, e as indicações para iniciar o tratamento ainda
são controversas. Objetivo: Relatar dois casos de anemia secundária
a infecção pelo CMV em crianças imunocompetentes, entre um e
seis meses de vida, atendidas em Serviço de Hematologia Pediátrica
em um hospital de Curitiba – PR. Metodologia: Revisão dos
prontuários de dois pacientes entre um e seis meses de vida com
anemia secundária a infecção pelo CMV. Resultados e Conclusão:
Caso1: paciente de 1 mês de vida, triagem para hemoglobinopatias
normal, tipagem sanguínea O positivo, igual a materna. Com 1 mês
de vida iniciou com vômitos e icterícia. Hemograma: Hb:3,0g/dL,
Ht:12%, VCM 90,9fL, leucócitos 33.400/mm³ (diferencial normal),
plaquetas 121.000/microL. Reticulócitos 6%. Ao exame físico:
palidez e hepatoesplenomegalia. Realizado aspirado de medula sem
alterações. Coombs direto positivo e de todas as sorologias, apenas
IgG e IgM reagentes para CMV, assim como PCR sérico. No
momento a paciente encontra-se com 2 anos de vida, recebendo
transfusões de hemácias mensalmente, e PCR urinária para CMV
segue detectada. Caso2: paciente de 2 meses e 6 dias de vida,
apresentando hepatoesplenomegalia ao exame físico de rotina.
Hemograma: Hb:8,3g/dl; Ht:25,9%; VCM 84,4fL; leucócitos
6.620/mm³, plaquetas 280.000/microL. Sorologias: IgM e IgG para
CMV positivas, PCR sérica não detectada e PCR urinária detectada.
Reticulócitos 4,57%. O paciente, atualmente, encontra-se com 8
meses, permaneceu bem no período, sem necessidade de
transfusões. Segue controle clínico. Embora a infecção por CMV em
pacientes imunocompetentes seja, na maioria dos casos,
assintomática, alguns pacientes podem apresentar manifestações
mais graves. Nos casos relatados, as duas crianças eram
previamente hígidas e apresentaram anemia. A infecção por CMV
deve ser sempre considerada como possível causa de anemia e
hepatoesplenomegalia entre um e seis meses de vida, sendo
imprescindível a coleta de sorologias e PCR para o diagnóstico. As
opções
terapêuticas
incluem
antivirais,
corticoides
e
imunoglobulinas, embora a melhor estratégia e indicação ainda
sejam controversas.
159
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ASSOCIAÇÃO DE DOENÇA DE MOYAMOYA E APLASIA DE MEDULA
ÓSSEA - RELATO DE CASO
Tiago Hessel Tormen, Guilherme Lena Sassi, Jaqueline Mezêncio De
Resende, Julia Costa Beber Nunes, Patricia Caroline Gapski Pereira,
Thaís Felipeto Caetano, Thamires Tixiliski Da Silva, Mariana Parizotto
Moraes, Mariane Farherr Caleffi, Ana Paula De Oliveira Silva De
Queiroz, Debora Silva Carmo, Leniza Costa Lima Lichtvan, Mara
Albonei Dudeque Pianovski.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, Paraná, Brasil
Introdução: A doença de Moyamoya, doença cerebrovascular oclusiva
crônica, cursa com estenose de vasos do polígono de Willis, e pode se
apresentar como episódios isquêmicos, hemorrágicos ou epilépticos.
Os critérios diagnósticos em crianças são: estenose ou oclusão da
porção terminal das artérias carótidas internas e rede vascular
anormal próxima à região da lesão estenótica ou oclusiva. O principal
tratamento é cirúrgico, com procedimentos de revascularização
cerebral direta ou indireta. Relato de Caso: J. V. L. S., masculino, oito
anos. Aos quatro anos de idade apresentou dois quadros de perda de
força motora à esquerda, auto-limitados, diagnosticados como
acidentes vasculares encefálicos. Apresentava episódios frequentes de
quedas da própria altura e crises convulsivas tônico-clônicas
generalizadas, iniciando tratamento com Ácido Valpróico. Recebeu
diagnóstico clínico-radiológico de doença de Moyamoya. Aos cinco
anos foi internado por novo episódio de acidente vasculare encefálico,
com tomografia computadorizada evidenciando hipoatenuação
córtico/subcortical irregular frontoparietal esquerda em região
perirolândica associado a indefinição do sulco central, possivelmente
por acidente vascular isquêmico subagudo. No mesmo período iniciou
acompanhamento com o serviço de neurocirurgia e trocou o
medicamento anticonvulsivante por Fenobarbital. Exames préoperatórios evidenciaram plaquetopenia (10.000 plaquetas/mm³) o
que impossibilitou a realização de cirurgia. Aos 7 anos de idade
apresentou petéquias disseminadas, equimoses resultantes de
traumas mínimos e sangramento gengival. Hemograma evidenciou
anemia (Hb: 4,4g/dL e VCM: 88,5fL) e plaquetopenia (6.000 /uL), com
leucograma normal. Biópsia de medula óssea revelou uma medula
com 5 a 10% de celularidade e sem blastos, o que foi compatível com
o diagnóstico de aplasia de medula óssea. A hipótese diagnóstica de
Anemia de Fanconi foi descartada após estudo de quebras
cromossômicas com o uso de diepoxibutano. Não encontramos na
literatura relatos prévios de doença de Moyamoya coexistindo com
aplasia de medula óssea. Os poucos casos descritos até o momento
associam doença de Moyamoya e anemia de Fanconi, o que evidencia
a relevância do caso.
DOENÇA DE KIKUCHI-FUJIMOTO NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO
Mariana Parizotto Moraes, Ana Paula De Oliveira Silva De Queiroz,
Mariane Farherr Caleffi, Leniza Costa Lima Lichtvan, Debora Silva
Carmo, Mara Albonei Dudeque Pianovski, Mariana Ferreira Kienast,
Tiago Hessel Tormen.
HC – UFPR, Paraná, Brasil
Introdução: A doença de Kikuchi-Fujimoto (DKF) é uma doença
benigna, de etiologia desconhecida que se caracteriza por
linfonodomegalias cervicais, podendo ou não estar associada a
sintomas B: febre, perda de peso e sudorese noturna. É bastante
comum no Extremo Oriente, porém na América Latina é rara. O
diagnóstico é realizado através de biópsia ou exérese do linfonodo
mostrando áreas de necrose sem infiltração neutrofílica. Objetivo:
Relatar o caso de uma criança com DKJ atendida em um Serviço de
Hematologia e Oncologia Pediátrica. Metodologia: Revisão do
prontuário de paciente com DKJ. Resultados e Conclusão: Paciente
de 9 anos, feminina, apresentando linfonodomegalia cervical de
inicio há uma semana, sem qualquer sintoma associado. Ao exame
físico: linfonodo pré auricular medindo 2x2cm, endurecido, doloroso
e aderido. Outro linfonodo no ângulo da mandíbula de 5x4cm com
as mesmas características. Hemograma normal, velocidade de
hemossedimentação 22mm em 1h, LDH 288U/L, sorologias para
toxoplasmose, HIV, EpsteinBarr vírus e citomegalovírus não
reagentes. USG da parótida mostrando linfonodomegalia, sendo o
maior linfonodo 37x19mm, não sendo possível afastar malignidade.
Aspirado de medula óssea normal. A paciente foi submetida a
exérese de linfonodo que evidenciou linfonodite necrotizante,
característica sugestiva de doença de Kikuchi-Fujimoto. Após, a
paciente permaneceu sem sintomas, e os linfonodos regrediram
espontaneamente,
sem
necessidade
de
tratamento
medicamentoso. Apesar de rara, a DKJ sempre deve ser considerada
como possível causa de linfonodomegalia, e entrar no diagnóstico
diferencial de doenças linfoproliferativas. Apesar de seu curso ser
habitualmente auto limitado, pode ser a apresentação inicial de
alguma outra doença auto imune, devendo-se sempre manter o
seguimento clínico, mesmo após resolução dos seus sinais.
160
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
NECRÓLISE
EPIDÉRMICA
TÓXICA
DOXORRUBICINA: RELATO DE CASO
(NET)
SECUNDÁRIA
À
Alessandra Lamenha Feitosa Sampaio, Nathalia Silva Araujo, Taciana
Maria Monteiro Aguiar, Suzana Marinho Lima, Luana Novais Bomfim,
Amanda Katielly Firmino Da Silva Aguiar, Livia Silva Café.
SANTA CASA DE MACEIÓ, Alagoas, Brasil
Introdução: A necrólise epidérmica tóxica ( NET ), é uma afecção
dermatológica secundária ao uso de drogas e corresponde à Síndrome
de Lyell, que se caracteriza pela formação de vesículas e bolhas de
conteúdo sero-hemático, havendo separação entre a derme e a
epiderme com posterior descamação, semelhante a uma queimadura
de segundo grau, causando acometimento superior a 30% da
superfície corpórea. Possui baixa incidência e alta mortalidade.
Embora o uso da Doxorrubicina esteja relacionada a manifestações de
toxicidade cardíaca e a reações adversas dermatológicas ocasionais,
não foi relatada, até o momento, necrólise epidérmica tóxica
associada ao uso dessa droga, o que torna o presente caso relevante à
prática médica. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente do sexo
feminino, seis anos de idade, portadora de tumor de Wilms,
neutropênica febril, com história prévia de rash cutâneo eritematoso
secundário ao uso da Doxorrubicina, a qual evoluiu com necrólise
epidérmica tóxica, após ciclo subsequente com o referido
quimioterápico. Metodologia: A paciente foi tratada com hidratação
endovenosa, antibioticoterapia, imunoglobulina em altas doses, laser
na cavidade oral e terapêutica local nas lesões cutâneas, sendo
suspensa a Doxorrubicina do tratamento da doença de base.
Resultados: A resolução do quadro ocorreu com melhora do status
clínico da paciente e a recuperação cutânea dentro de um período de
vinte dias. O reconhecimento precoce da necrólise epidérmica tóxica
associado à abordagem terapêutica precisa, foram determinantes à
evolução favorável do caso. No momento a paciente encontra-se fora
de tratamento e em remissão há um ano. Conclusão: O diagnóstico
preciso da necrólise epidérmica tóxica no referido caso, tendo a
identificação da Doxorrubicina como seu agente causal, nunca antes
documentada, tornou possível uma abordagem clínica adequada, com
a recuperação total da paciente nesta afecção potencialmente fatal.
PAPEL DO ESTRESSE OXIDATIVO NA CARDIOTOXICIDADE AGUDA E
CRÔNICA INDUZIDA POR DOXORRUBICINA
Manuella Pacifico De Freitas Segredo, Ana Lucia Dos Anjos Ferreira.
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE BOTUCATU, São Paulo, Brasil
Introdução: É desconhecido o papel do estresse oxidativo durante a
evolução da cardiotoxicidade crônica induzida por múltiplas doses
de doxorrubicina. Objetivo: O objetivo do estudo foi avaliar a
evolução da cardiotoxicidade induzida por doxorrubicina usando
marcadores do estresse oxidativo e análise morfológica do
miocárdio do rato. Metodologia: Primeiramente, avaliamos o efeito
agudo de uma única dose de DOX. Após, estudamos o efeito
cronológico de múltiplas doses na cardiotoxicidade por
monitoramento ao longo do tempo. Para tal, ratos Wistar machos
(n=66) foram randomizados em 2 protocolos experimentais: 1) ratos
foram sacrificados antes (-24h, n=8) e após (+24h, n=8) dose única
de DOX (4mg/kg) a fim de determinar o efeito agudo da DOX; 2)
ratos (n=58) receberam 4 injeções de DOX (4mg/kg) e foram
sacrificados antes da primeira injeção (M0) e 1 semana após cada
administração (M1, M2, M3, M4) para determinar o efeito
cronológico da DOX. Performance antioxidante total (TAP), dano de
DNA e análise morfológica foram realizadas no coração (ventrículo
esquerdo) em cada momento. Avaliação clínica e dados de
necropsia também foram registrados. Resultados: Dose única de
DOX não foi associada a alteração clínica, peso e necropsia. Por
outro lado, ocorreu aumento (P<0,05) do desarranjo, necrose e
dano no DNA e diminuição na TAP do miocárdio. O estudo
cronológico mostrou efeito prejudicial de múltiplas doses nos sinais
clínicos, no peso corpóreo (R=-0,99; P=0,011) e nas alterações
morfológicas necrose: (R=1,00; P=0,004). Por outro lado, foi
observada melhora progressiva tanto da TAP (R=0,95; P=0,049)
como da lesão de DNA (SBs: R=-0,95; P=0,049). Além disso, a lesão
do DNA foi negativamente associada com necrose (R=-0,97; P
0,027) e com TAP (R=-0,98; P=0,018); enquanto que a necrose foi
inversamente associada com o peso corpóreo (R=- 0,98; P=0,024) e
diretamente associada com TAP (R=0,96; P=0,039). A necropsia
mostrou alterações (amolecimento cardíaco, ascite, derrame
pleural, aderência entre órgãos e hidronefrose) a partir de M3. Em
resumo, nossos resultados mostram que: cardiotoxicidade foi
induzida tanto por dose única como por doses múltiplas da DOX; o
estudo cronológico mostrou progressão das alterações clínicas, de
peso corpóreo e morfológicas e também atenuação gradativa das
lesões oxidativas. Conclusão: É plausível que o acúmulo de doses de
DOX tenha gerado aumento progressivo da resistência ao estresse
oxidativo. Dessa forma, diferentes mecanismos podem estar
envolvidos na cardiotoxicidade aguda versus crônica.
161
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PET-CT: UM RECURSO ABSOLUTO DE DISCRIMINAÇÃO DE MASSAS EM
PEDIATRIA?
QUERUBISMO: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM NEOPLASIA DE
OSSO
Melina Brumatti, Alessandra Milani Prandini De Azambuja, Carolina
Sgarioni Camargo Vince, Nathalia Da Silva Halley, Priscilla Lubraico
Pereira, Amalia Maria Do Espirito Santo Souza, Maria Lucia De Martino
Lee, Guilherme De Carvalho Campos Neto, Rodrigo Gobbo Garcia,
Nelson Hamerschlak, Vicente Odone Filho.
Teresa Cristina Esteves, Maik Arantes, Silvia Lopes De Moraes.
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EISNTEIN, São Paulo, Brasil
Introdução: A Tomografia por Emissão de Positrons (PET-CT) é um
método de imagem consagrado na literatura médica para avaliação de
doença oncológica. Diversos estudos têm demonstrado superioridade
do PET-CT para estadiamento, comparativamente a outros métodos
de imagem. No entanto, é possível que circunstâncias infecciosas
coloquem em dúvida sua validade. Objetivo: Descrever achados em
PET-CT de reavaliação após tratamento anti-neoplásico, em 3
pacientes. Metodologia: Análise descritiva, retrospectiva, baseada na
revisão de prontuário. Resultados: Caso 1: Menino, 13anos,
diagnóstico de Doença de Hodgkin estádio IIIA, refratário a esquemas
convencionais de tratamento. Evoluiu com boa resposta clínica e
laboratorial, mantendo PET-CT de reavaliação com lesão característica
de neoplasia viável em pulmão(SUV 6). Biópsia da lesão compatível
com material fibrótico. Seguiu-se proposta terapêutica com TAMO.
Paciente fora de terapia há 3 anos. Caso 2: Menino, 12anos, Linfoma
de Burkitt, ao final do tratamento PET-CT com múltiplas lesões em
baço e fígado(SUV 23), sugestivos de neoplasia secundária. Biópsia
compatível com doença fúngica. Recebeu antifúngico por 6 meses,
mantendo PET-CT positivo por 4 meses. Paciente fora de terapia há 3
anos. Caso 3: Menina, 1a, tumor neuroectodermico primitivo(PNET).
PET CT inicial com lesão expansiva na órbita esquerda, sugestiva de
processo neoplásico(SUV 4,1). Tratada com protocolo quimioterápico
com boa resposta terapêutica. Após 8 meses de remissão clínica, PETCT de seguimento com lesão pulmonar sugestiva de acometimento
secundário(SUV6,3).
Biópsia
compatível
com
material
inflamatório/infeccioso. Seguiu-se com reavaliações imagenológicas
periódicas e no controle após 1 ano fora de terapia, nova imagem
pulmonar(SUV 3,5). Optou-se por observação e nova imagem após 15
dias sem captações anômalas. Paciente em remissão clínica fora de
terapia. Conclusão: O PET-CT foi apresentado como uma possibilidade
revolucionária de discriminação entre as massas tumorais e nãotumorais. É um recurso útil para adultos com doenças
linfoproliferativas. Todavia, os casos acima discutidos reforçam o
conceito de que, em idade pediátrica, mesmo na esfera
linfoproliferativa, a constatação da natureza tumoral das lesões deve,
frequentemente, passar pela comprovação anatomopatológica.
Reforçamos que a introdução rotineira dos PET-CTs na avaliação das
crianças com tumores sólidos esbarra em dificuldades e que sua
adequada valorização ainda requer cautela.
UFJF, Minas Gerais, Brasil
Introdução: O querubismo compõem um grupo de doenças fibro
ósseas não neoplásicas raras, afeta meninos e meninas na
proporção de 2:1. Trata-se de uma patologia autossômica
dominante, associada em 80% dos casos a mutações na
proteína SH3BP2 do cromossomo 4p16.3.
Os
diagnósticos
diferenciais
principais
são
o granuloma central e periférico de células gigantes da
mandíbula, o osteoclastoma, displasia fibrosa não familiar e com o
tumor marrom do hiperparatireoidismo. Objetivo: Apresentar um
caso de rara doença da infância, que faz parte do diagnóstico
diferencial de alguns tipos de câncer. Metodologia: Relato de caso
por revisão de prontuário. Resultados: Masculino, nove anos, iniciou
com tumorações bilaterais em mandíbula, indolor. Tomografia de
face com lesões osteolíticas na mandíbula bilateral, no corpo,
ângulo e ramo vertical, de aspecto insuflativo, condicionando
adelgaçamento e ruptura da cortical óssea, associada a componente
de partes moles nas lesões. A biópsia das lesões ósseas
evidenciou proliferação de tecido conjuntivo fibroso contendo
células gigantes multinucleadas dispersas em meio a tecido
conjuntivo fibroso ricamente vascularizado. A radioterapia não foi
utilizada para tratamento por risco de osteorradionecrose, atraso
no desenvolvimento da mandíbula e malignização da
lesão. A calcitonina nasal foi utilizada neste paciente com
estabilização do crescimento da lesão Conclusão: O querubismo é
caracterizado pela expansão bilateral da mandíbula e/ou maxila,
contorno inferior da face alargada, o olhar fixo e para cima, leva
ao rosto arredondado e bochechas inchadas, semelhante a anjos
querubins. Surgem entre 2 e 7 anos de vida, com diferentes níveis
de gravidade. Podem causar problemas de visão, respiração, fala,
deglutição e estéticos Pode estar associada a linfonodomegalias. A
presença de lesão lítica, crescimento progressivo e com ruptura de
cortical associado a componente de partes moles pode inclui o
diagnóstico diferencial com neoplasia maligna. O uso de Calcitonina
nasal ainda não tem comprovada a sua eficácia, mas foi utilizado no
paciente em função ser de fácil uso, acessível e boa tolerância, com
estabilização da lesão. O tratamento cirúrgico é indicado após a
puberdade, quando houver comprometimento estético ou
funcional, como: obstrução nasal, proptose ou deformidade facial.
162
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
POLÍTICAS PÚBLICAS
SÍNDROME DE PROTEUS: UM RARO RELATO DE CASO
Luiza Alves De Sousaa, João Carlos Geber Júniorb, Taína Soares
Gonçaloa, Carlos Eduardo Alves Garcia, Camila Fernandes Álvares Da
a
Silvac, Brenda Alves De Oliveira Limaa, Luisa Assis Marques , Acimar
c
Gonçalves Cunha Jr .
UNIVERSIDADE DE BRASILIA – UNB, Distrito Federal, Brasil
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ESCS, Distrito Federal,
Brasil
UNIVERSIDADE CATOLICA DE BRASILIA – UCB, Distrito Federal, Brasil
Introdução A Síndrome de Proteus (SP) é uma rara desordem genética
ativada por mutações em mosaico do gene AKT1, que se apresenta
com
fenótipo
variável.
Manifesta-se
tipicamente
por
supercrescimento irregular, assimétrico e progressivo, geralmente
causando distorção anatômica com associação à neoplasias
específicas. Pode acometer qualquer órgão, embora ossos, tecidos
conectivo e adiposo sejam os mais frequentes. Objetivo Descrever um
quadro com alterações que preenchem critérios diagnósticos para
esta entidade. Metodologia História clínica, consulta de arquivo
médico do paciente e revisão bibliográfica. Resultados e Conclusão
S.S.P., 12 anos, sexo feminino. História de derrame pleural drenado e
hemotransfusão com 1 ano e meio de idade. Aos 2 anos começou a
ser acompanhada por hipertrofia renal unilateral à direita e atrofia
renal à esquerda. Nos anos seguintes foram encontrados lipoma em
hipocôndrio direito medindo 10x8cm, retirado em 2007, e linfangioma
localizado entre o pâncreas e o fígado. Aos 4 anos, foi diagnosticada
com SP, com aparecimento de nova tumoração em região axilar e
escápula direita. Aos 11 anos, ressonância magnética (RM) de abdome
total apontou nódulos no baço, sugestivos de hemangiomas, e
formação cística multisseptada na cavidade pélvica em contato com
ovário direito de natureza indeterminada. No mesmo ano, foi
encontrada insuficiência tricúspide discreta com compressão de átrio
direito e tronco pulmonar. RM de Janeiro de 2016, mostrou
hipertrofia de processos espinhosos vertebrais - com possibilidade
diagnóstica de tumores de origem neural - malformações
neovasculares, além de estrutura cística em retroperitôneo e região
portal, músculo psoas direito - um provável linfangioma. Em Abril,
tomografia computadorizada de tórax e abdome mostrou
organomegalia à direita, deformidade de corpos vertebrais, arcos
costais e elementos do arco posterior; além de nódulos
hipovasculares esplênicos indeterminados e nódulos pulmonares e
massas com atenuação de partes com pequenas calcificações entre
quarto e quinto arcos costais. O diagnóstico precoce desta síndrome
busca garantir melhor qualidade de vida para o paciente. Este é feito
através do preenchimento de critérios bem definidos: distribuição em
mosaico, ocorrência de lesões esporádicas e com curso progressivo.
Quando possível, pode-se detectar a presença do gene mutado com
técnicas de genética molecular. Entretanto, exames laboratoriais
possuem pouco efeito para fechar o diagnóstico.
CUSTO
DIRETO
DO
TRATAMENTO
QUIMIOTERÁPICO
AMBULATORIAL DE PRIMEIRA LINHA PARA LEUCEMIA LINFOIDE
AGUDA – PROTOCOLO GBTLI LLA-2009 NO SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE
a
a
Tiago Cepas Lobo , Nina Victoria Menezes De Melo , Melissa Abreu
a
b
a
Pereira , Fernanda Shindler , Fabio Fedozzi , Sandra Regina
a
Loggetto .
a ABRALE - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINFOMA E LEUCEMIA, São
Paulo, Brasil
b FACULDADE DE MEDICINA DO ABC, São Paulo, Brasil
Introdução: Novas técnicas diagnósticas e terapêuticas permitiram
que a sobrevida global das crianças e adolescentes com leucemia
linfoide aguda (LLA) atingisse 80-90%, porém com maior custo do
tratamento. Objetivos: Identificar os custos diretos com
quimioterapia do tratamento ambulatorial de primeira linha do
Protocolo GBTLI LLA-2009 para crianças e adolescentes com LLA
(C91.0), sob a perspectiva do pagador público (SUS), identificando as
diferenças entre LLA-RB (risco básico) e LLA-AR (alto risco).
Metodologia: Realizada pesquisa quantitativa considerando criança
com superfície corpórea de 1m² com LLA-RB ou LLA-AR respondedor
rápido. As informações financeiras provieram da Tabela CMED de
preços máximos de medicamentos por princípio ativo para compras
públicas a preço fábrica, e preço máximo de venda ao governo da
ANVISA, calculando a média de preço por miligrama dos fármacos
utilizados na quimioterapia. Utilizada alíquota de ICMS de 18%, com
base na moeda brasileira (R$). Resultados e conclusão: O valor total
de quimioterapia estimado para o protocolo de baixo risco foi R$
8.552,41, sendo 10% (R$ 876,05) referente a indução, 6% (R$
471,09) a consolidação, 37% (R$ 3.149,98) a intensificação, 14% (R$
1.239,78) a consolidação tardia e 33% (R$ 2.815,51) a manutenção.
Para o protocolo de alto risco o valor total de quimioterapia foi de
R$ 14.509,67, sendo 12% (R$ 1.711,78) referente a indução, 19% (R$
2.755,94) a consolidação, 14% (R$ 2.093,62) a intensificação, 18%
(R$ 2.658,22) a interfase, 11% (R$ 1.620,18) a consolidação tardia e
25% (R$ 3.669,92) a manutenção. O custo do tratamento
quimioterápico de primeira linha para LLA, considerando os
procedimentos indicados pela literatura científica e prática da
Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, foi maior para a LLAAR, demonstrando que o diagnóstico precoce é importante tanto
para salvar vidas quanto por questões financeiras. Importante
salientar que o valor obtido neste estudo estima apenas gastos com
quimioterapia e que o valor pago pela APAC-Oncologia (Autorização
de Procedimentos de Alta Complexidade) tem o objetivo de cobrir,
além da quimioterapia, todos os custos do tratamento. Assim, são
necessários mais estudos para estimar o custo integral do
tratamento da LLA em pediatria, incluindo a equipe de profissionais,
exames para diagnóstico, prognóstico e controle, suporte
(hemoterapia, antibióticos) e terapia intensiva, entre outros.
163
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
O SERVIÇO SOCIAL E ONCOLOGIA INFANTO JUVENIL: UMA QUESTÃO
DE DIREITOS
PERFIL SÓCIO ECONÔMICO DE USUÁRIOS EM TRATAMENTO
ONCOLÓGICO INFANTO JUVENIL
Alayde Vieira Wanderley, Tirza Cipriano Ferreira, Vanessa Martins
Teixeira.
Alayde Vieira Wanderley, Vanessa Martins Teixeira, Tirza Cipriano
Ferreira.
HOSPITAL ONCOLÓGICO INFANTIL OCTAVIO LOBO, Pará, Brasil
HOSPITAL ONCOLÓGICO INFANTIL OCTAVIO LOBO, Pará, Brasil
Introdução: A atuação do Assistente Social na Oncologia na Pediátrica
se desenvolve de forma humanizada, intervindo nas questões sociais
de seus usuários aos quais têm suas próprias vivências, estendendo
seu agir profissional aos familiares pois são todos sujeitos de direitos,
orientando e buscando o acesso às Políticas Sociais. Objetivo: Em
decorrência da longa permanência em tratamento hospitalar o Serviço
Social elaborou Projeto aos usuários internados e seus
acompanhantes, com o objetivo de lhes assegurar o exercício da
cidadania por meio do acesso ao voto ou a justificativa por estar fora
de seu domicílio eleitoral. Metodologia: A equipe multiprofissional
composta pelo Serviço Social, Psicologia e Enfermagem em parceria
com o Setor de Recepção realizam trabalho em como proceder para
votar ou justificar. Na data anterior ao dia do Pleito é realizado
trabalho de conscientização, divulgação e orientação através de:
visitas ao leito, verificação de documentos, orientação sobre como
justificar seu voto no dia do Pleito ou após e as consequências legais
quanto não votar ou não justificar. No dia da eleição a Enfermagem
verifica quais os acompanhantes que podem se ausentar do hospital e
direciona um Técnico de Enfermagem para referência ao usuário. A
equipe psicossocial realiza as orientações para o preenchimento de
formulário de justificativa, sendo o Serviço Social o responsável pela
autorização para a saída e entrada, estabelecido fluxo junto a
Recepção, para que possam se dirigir a sua Zona Eleitoral para votação
ou justificativa. Aos impossibilitados de se ausentar do hospital, é
fornecida Declaração de internação ou de acompanhante para que
possam apresentar em seu Cartório Eleitoral no prazo de até 60 dias
após o dia da eleição. Neste momento de fragilidade e vulnerabilidade
social devido o próprio quadro da enfermidade é primordial o
empoderamento dos atores quanto seus direitos, dentre eles o acesso
a cidadania por meio de algo tão ímpar que é o voto. Despertar um
sentimento de cidadão, de dono da própria história é muito
importante, assim essas famílias atingidas pelo câncer poderão se
sentir participantes da Sociedade e não a margem dela e
principalmente poderão escolher livremente o que querem para o
futuro da nação. Resultados: Eleições de 02/10/2016. Nº de usuários
internados: 56 (10 de UTI). Nº de acompanhantes que Justificaram:
14. Nº de acompanhantes para Justificar em até 60 dias: 42.
Introdução: A população alvo deste estudo constitui-se em usuários
em tratamento ambulatorial e de internação de Hospital Oncológico
Infantil inaugurado em 12/10/2015 e tem por objetivo realizar o
primeiro levantamento para identificar o perfil sócio-econômico
destes usuários. Metodologia: Trata-se de uma investigação
quantitativa coletada através de sistema de identificação e cadastro
dos usuários e da Ficha de Triagem utilizada pelo Serviço
Social. Foram pesquisados os usuários cadastrados no período de
18/12/2015 a 30/04/2016. Resultados: O número total de usuários
cadastrados são de 456 sendo que destes os dados coletados foram:
sexo, faixa etária, procedência, nº de pessoas no núcleo familiar.
Sexo Total Masculino 255 Feminino 201 Total 456 Por Faixa-etária
Total 0 a 2 anos 37 3 a 5anos 79 6 a 8 anos 126 9 a 11 anos 64 12 a
14 anos 68 15 a 17 anos 59 18 a 19 anos 22 Outras 1 Total 456
Procedência por Município Total Outros 198 Belém 127 Ananindeua
41 Castanhal 19 Cametá 12 Parauapebas 12 Marituba 11
Abaetetuba 9 Altamira 9 Barcarena 9 Bragança 9 Total 456 N° de
Pessoas no Núcleo Familiar Total N° de pessoas no Núcleo Familiar
12 Até 2 Pessoas 74 Mais de 2 a 4 Pessoas 40 Mais de 4 a 6 Pessoas
19 Mais de 6 a 8 Pessoas 8 Mais de 8 a 10 Pessoas 2 Mais de 10
Pessoas 301 Total 456
164
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS PACIENTES ATENDIDOS EM UMA
ÚNICA INSTITUIÇÃO
Letícia Ferreira Cidade Barreto, Marcia Liberato Da Silva, Mônica
Gottardi, Alejandro Mauricio Arancibia.
INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: O câncer representa a primeira causa de morte por
doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Estima-se que
em 2016 sejam cerca de 1.320 novos casos na região sul do Brasil.
Contudo, é imprescindível ter o conhecimento das questões sociais
estabelecidas no processo de tratamento, e, por conseguinte, o perfil
socioeconômico das famílias acolhidas no espaço institucional. Neste
sentido, o assistente social busca minimizar o impacto causado na vida
das famílias que enfrentam o tratamento oncológico. Objetivo: O
objetivo deste estudo é avaliar as particularidades socioeconômicas
presentes no cotidiano dos pacientes atendidos em uma instituição
filantrópica, bem como comparar os dados institucionais com os
apresentados no recenseamento demográfico do Estado. Resultados:
O estudo abrangeu 381 famílias atendidas de abril/2013 a
junho/2016. Destacou-se que a média de moradores por domicílio
relativo às famílias atendidas na instituição é superior as demais
residentes no Estado. Sendo a maior parte moradora em imóveis de
caráter próprio. O resultado da amostragem também apontou que a
renda per capita das famílias atendidas pela instituição é inferior às
demais famílias residentes estado, com diferença superior a 80%.
Conclusão: Em vista disso, é possível concluir que as famílias
atendidas pela instituição encontram-se mais vulneráveis quando
comparadas às que residem no Estado. É possível que o tratamento
oncológico, potencialize as situações de vulnerabilidade. O “estar com
câncer” não sugere somente o estado de enfermidade, mas sim um
aglomerado de esferas no qual devem estar ajustadas para que o
objetivo da cura seja alcançado.
TRATAMENTO FORA DO DOMICÍLIO: UM DIREITO EM CONSTRUÇÃO
Larri Padilha Viega, Rebeca Ferreira Marques.
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: A Portaria nº 55 de 1999 do Ministério da Saúde dispõe
sobre a rotina do Tratamento Fora do Domicílio (TFD) no Sistema
Único de Saúde (SUS) e estabelece que as despesas relativas ao
deslocamento de usuários do SUS para tratamento fora do
município de residência sejam cobradas por intermédio do Sistema
de Informações Ambulatoriais - SIA/SUS. O que observamos, no
entanto, é que o pagamento relativo às despesas de diárias quando
o paciente se desloca para consultas ambulatoriais ou para
realização de exames não ocorre. Objetivo: Refletir sobre as
determinações da portaria e a realidade observada no cotidiano do
trabalho dos profissionais que atendem pacientes nesta situação.
Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, tendo como
horizonte a experiência vivida pelos autores no cotidiano de um
ambulatório de Oncologia Pediátrica vinculado a um hospital-escola.
Resultados: Apesar da orientação do artigo 8º da portaria
autorizando a ajuda de custo para alimentação quando os
pacientes/acompanhantes retornarem ao município de origem no
mesmo dia, o que observamos de fato é que os pacientes
encaminhados para tratamento em outro município no mesmo
estado não recebem o pagamento de diárias. Ressaltamos que, por
vezes, esses pacientes viajam por longo período, chegam aos locais
de tratamento pela manhã e retornam somente no final do dia,
sendo onerados com os custos das despesas com alimentação. Até
mesmo nas situações em que ocorre a pernoite no município de
tratamento, quer seja para realização de exames ou nova consulta,
este valor não está sendo pago aos usuários do SUS. Conclusão: A
portaria que pretendia normatizar o pagamento de despesas para
tratamento fora do domicílio ficou circunscrita ao transporte de
pacientes e familiares do município de residência ao de tratamento.
Os municípios justificam o não pagamento alegando
indisponibilidade
orçamentária,
contudo
esta
situação
responsabiliza os usuários do SUS pelas despesas com parte do
tratamento. Considerando o cenário de vulnerabilidade social e
econômica em que os usuários do SUS se encontram, ressalta-se a
necessidade de atenção a esta situação pelas Secretarias Municipais
de Saúde, com o objetivo de reversão desta realidade, dada a
responsabilidade do estado frente às questões que envolvem o
tratamento de saúde fora de domicílio.
165
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
RETINOBLASTOMA
A RELEVÂNCIA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) DE ALTA
RESOLUÇÃO NO DIAGNÓSTICO DO RETINOBLASTOMA
a
b
EVOLUÇÃO NO CUIDADO DO RETINOBLASTOMA EM UM CENTRO
TERCIÁRIO ONCOLÓGICO
a
a
a
Simone Geiger De Almeida Selistre , Juliana Avila Duarte , Juliano
b
b
Adams Perez , Marcelo Krieger Maestri , Amália Izaura Nair Medeiros
b
b
b
Klaes , Aguillar Barros Aguiar , Clarice Franco Meneses , Tanira
b
b
b
Gatiboni , Jiseh Fagundes Loss , Adriana Vanessa Santini Deyl , Rebeca
b
b
Ferreira Marques , Lauro José Gregianin , Mariana Bohns
b
b
Michalowski , Mário Correa Evangelista Junior .
Nathalia Grigorosvki , Clarissa Mattosinho , Gabriela Oigman Bellas ,
a
a
a
Izabella Santos , Esper Saud , Evandro Lucena , Hugo Rodrigues
a
a
a
Gouveia , Henrique Salas Martin , Leila Leontina , Fernando Regla
a
a
a
a
Vargas , Anna Claudia Evangelista , Denise Magalhães , Paulo Faria ,
a
a
Ana Maria Rodrigues , Rita De Cássia Tavares , Guillermo Luis
b
a
Chantada , Sima Esther Ferman .
a INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
b HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER- INCA, Rio de Janeiro, Brasil
HOSPITAL SAN JUAN DE DEU, Espanha
Introdução: Retinoblastoma é o tumor maligno intraocular mais
comum na infância, especialmente em crianças menores de 5 anos. A
forma hereditária se apresenta geralmente com doença bilateral e
com início antes dos 2 anos. Estas lesões podem se limitar ao globo
ocular ou podem se estender à órbita e ao Sistema Nervoso Central. A
forma sistêmica desta doença não é incomum. O diagnóstico precoce
é um desafio para os radiologistas, oftalmologistas e oncopediatras, a
fim de evitar a enucleação, exenteração ou até mesmo a doença
metastática. A RM tem um papel importante no diagnóstico deste
tumor e também para planejar a melhor abordagem para cada caso. A
partir de observações da literatura recente aplicada na utilização de
RM para a detecção e caracterização do retinoblastoma e também na
experiência de trabalho dos autores nós apresentamos achados de
imagens-chaves típicas que não podem ser negligenciadas no
retinoblastoma. Objetivo: Propomos uma lista de verificação, a fim de
sistematizar, padronizar a avaliação e ajudar os radiologistas a
detectar esse tumores. A lista de verificação é uma sugestão, a fim de
organizar os seus relatórios e torná-lo mais claro para as equipes
clínicas e cirúrgicas. Resultados: Neste trabalho apresentamos a nossa
experiência, a partir da revisão dos casos a 2013 à 2015. A RM 1.5T foi realizada utilizando um bobina de cabeça para articulação
temporo-mandibular (ATM) associada padrão bobinas de superfície (8
canais) antes do tratamento, incluindo sequências spin-eco
ponderadas em T1 e T2 e sequências volumétricas ponderadas em T1
após a injeção do meio de contraste gadolínio. Achados
histopatológicos foram revistos após os procedimentos cirúrgicos e
correlacionados com os estudos de imagem. A RM de alta resolução
exclui invasão avançada o nervo óptico com alto valor preditivo
negativo e a precisão seleciona pacientes elegíveis para enucleação
primária. Houve boa correlação entre a RM e os achados
histopatológicos em nossos casos. Mas o diagnóstico de estadios
iniciais de invasão do nervo óptico ainda depende de análise
histopatológica. A RM de alta resolução com bobinas de superfície é
recomendada para avaliação adequada dos pacientes com
retinoblastoma, mas neste momento não pode substituir a
histopatologia diferenciando os primeiros graus de invasão.
Conclusão: É importante que os radiologistas saibam os padrões mais
comuns e possam estar cientes dos sinais de invasão, principalmente
nos exames pré-tratamento.
Introdução: O retinoblastoma(RB) é altamente curável (>90%) em
países desenvolvidos. Porém,a maioria das crianças com RB em
países em desenvolvimento morrem em decorrência do diagnóstico
tardio e baixa aderência ao tratamento resultando em disseminação
extraocular e metástases. A melhora dos resultados depende da
estruturação de equipe multidisciplinar e acesso a tratamento
adequado. Objetivo Descrever a evolução do tratamento do RB e
sua implicação na preservação ocular a partir da estruturação do
Serviço de Oncologia Ocular ao longo das últimas 4 décadas.
Método Análise retrospectiva através da revisão de prontuários de
339 pacientes com retinoblastoma de 1980 a 2016 em um centro
terciário oncológico. Este período foi dividido em 3 fases (1980 a
1995, 1996 a 2006 e 2007 a 2016) de acordo com as principais
modalidades terapêuticas disponíveis e a gradual formação da
equipe de Oncologia Ocular multidisciplinar. Resultados Na 1a fase
(1980-1994), analisamos 94 pacientes, sendo 47(50%) extraoculares
e/ou metastáticos. Os pacientes eram submetidos a enucleação,
quimioterapia venosa e radioterapia. Não havia Serviço de
Oftalmologia. Na 2a fase (1995-2005) com 107 pacientes, 36 (33,6%)
eram extraoculares e/ou metastáticos. A quimiorredução associada
a tratamento local foi instituída em parceira com Serviço de
Oftalmologia em outro hospital. Na 3a fase (2006-2016) com 138
pacientes,35(25,4%) eram extraoculares e/ou metastáticos. Foi
inaugurado o Setor de Oncologia Ocular oferecendo tratamentos
locais como crio, laser, quimioterapia periocular e intravítrea.
Parcerias com centros especializados internacionais nos moldes de
‘Twinning’ possibilitaram implementar a quimioterapia intra-arterial
e o transplante autólogo. A taxa de preservação ocular aumentou de
16,3% na 1a fase, para 24,8% na 2a fase e para 32,6% na 3 a fase. A
taxa de óbito diminuiu de 39,4% na 1a fase, para 26,2% na 2a fase e
para 20,3% na 3 a fase. A média de seguimento nos 3 períodos foi 38
(±33,2) meses. Conclusão Neste período houve evidente melhora no
diagnóstico precoce com diminuição dos casos avançados e óbitos.
A taxa de preservação ocular dobrou graças a sofisticação dos
tratamentos locais e consolidação da abordagem multidisciplinar
pela equipe de Oncologia Ocular. Programas de ‘Twinning’ com
centros especializados podem aprimorar toda a linda do cuidado dos
pacientes desde o diagnóstico precoce e acesso a melhores
esquemas terapêuticos aumentando a qualidade de vida dos
pacientes.
166
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
SARCOMAS DE PARTES MOLES
TRATAMENTO
DE
RETINOBLASTOMA
METASTÁTICO
COM
TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS –
IMPACTO NO TEMPO DE INTERNAÇÃO E EVOLUÇÃO PÓSTRANSPLANTE CONFORME A DOSE CELULAR
Rita De Cássia Tavares, Nathalia Grigorosvki, Simone Maradei,
Leonardo Arcuri, Patrícia Horn, Iara Motta, Mara Lúcia Martins, Sima
Esther Ferman, Renato Castro, Luis Bouzas.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: O TCTH auto tem sido utilizado em pacientes com
retinoblastoma (RB) metastático com taxas de sobrevida superiores a
60%. Falha de mobilização das células tronco ou múltiplas aféreses
para atingir dose mínima de 2x106/Kg ocorrem em 10-30% dos pts
mobilizados com filgrastima e/ou QT. Nos casos de falha, medula
óssea criopreservada (MOc) é utilizada, mas resulta em atraso na
pega. Séries pediátricas sugerem que o uso de plerixafor é seguro e
eficaz nestes casos. Objetivo: Avaliar o impacto da dose celular na
evolução pós-TCTH nos RB metastáticos transplantados com medula
em instituição única. Métodos: estudo retrospectivo de revisão de
prontuários, aprovado pelo CEP. Resultados: De jan/06-jan/16, 137
pts foram tratados de RB e dois submetidos ao TCTH auto após
carboplatina, etoposide e melfalano. Caso1. Masculino; RB trilateral
(pineal) aos 3a7m; recebeu quatro ciclos QT intensa; enucleação à
D; TCTH aos 5a4m com MOc (3,79 x106cels/Kg); necessitou
antibióticos empíricos por 14 dias; pega neutrofílica D+13 e
plaquetária D+40; 23 dias de internação; consolidação com
radioterapia craniana e neuroeixo (36Gy); dependência transfusional
por dois meses após radioterapia; vivo, 5 anos pós-TCTH, sem
evidência de doença exceto por nódulo pineal (0,6cm; estável há 2a) e
sequelas de cegueira à D e hipotireoidismo; hemograma normal. Caso
2. Masculino; RB bilateral aos 2a4m; E-IVB, buftalmia GOE e
espessamento nervo óptico; enucleação à E após 5 ciclos QT intensa
além de 4 ciclos de QT intra-arterial no GOD; falhou à mobilização com
filgrastima (aférese: 0,23x106céls CD34/kg), complementando a dose
celular com MOc; TCTH aos 3a5m; infundidas 2,25x106céls CD34/kg
(SP+MO); necessitou antibióticos empíricos por 28 dias, e
caspofungina por 12 dias; pega neutrofílica D+33 e plaquetária D+98
(dependência transfusional até D+93); 42 dias de internação; vivo, 9
meses pós-TCTH, sem evidência de doença exceto por imagem
residual no GOD(0,27cm) na ressonância do D+90 e com
trombocitopenia estável. A diferença da dose celular se traduziu em
aumento do tempo de internação (p<0,05), retardo na pega e
dependência transfusional prolongada no caso2. Conclusões: Doses
baixas ou limítrofes de céls progenitoras podem impactar a evolução
pós-TCTH em pts com RB. O uso de plerixafor no quarto dia de
filgrastima, quando contagem de céls CD34+ pré-aferese for entre 5 e
10/µL, pode prevenir a falha na primeira mobilização ou garantir
mobilização secundária e rendimento celular adequados nestes pts.
RABDOMIOSSARCOMA DE ÓRBITA EM PEDIATRIA: ANÁLISE DE UM
CENTRO DE REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Natalia Maria Tavares Ferreira Borges, Marcella Baggiani Antonelli
Jacob, Eliana Maria Monteiro Caran, Camila Maida De Pontes, Paulo
Gois Manso, Vivian Siqueira Tostes, Maria Teresa De Seixas Alves,
Carolina Antunes De Siqueira Santana.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Rabdomiossarcoma (RMS) é o sarcoma de partes moles
mais frequente na infância. Trata-se de um tumor agressivo
localmente, com tendência a metástases regionais e à distancia. Dos
RMS, 25% acometem a órbita e o quadro clínico é de proptose e
oftalmoplegia. Nestes casos, o oftalmologista geralmente é o
profissional requisitado para avaliação diagnóstica, participação no
tratamento e acompanhamento. Objetivo: O objetivo deste estudo
é apresentar a experiência de um centro de oncologia pediátrica
com crianças portadoras de RMS de órbita. Metodologia: estudo
prospectivo, através de levantamento de prontuários de pacientes
admitidos no Serviço durante o período e 1991 a 2015. Resultados:
Foram admitidos 16 casos de
pacientes com RMS, 11 sexo
masculino, 5 sexo feminino. Média de idade ao diagnóstico foi de
6,6 anos, sendo 4 paciente menores que 1 ano de idade. Os
sintomas iniciais foram: proptose e conjuntivite (figura 1). O tempo
médio para o diagnóstico foi de 11 semanas. Apenas 42%
demoraram menos que 1 mês para realizar diagnóstico. Todos os
pacientes realizaram tomografia ou ressonância de órbita (figura 2)
com biópsia.A órbita mais acometida foi a esquerda (78%), o tipo
histológico mais frequente foi o embrionário (80%) e o grupo clinico
GIII foi o predominante ao diagnóstico (85%).Todos os pacientes
foram tratados com quimioterapia sistêmica de acordo com o grupo
de risco e radioterapia (4500cGys) no local acometido. 3 pacientes
(18%) necessitaram de cirurgia local.A sobrevida global foi de 70% e
a SLE de 62,5%. Tivemos 2 óbitos por complicações do tratamento, 2
por progressão de doença e 1 por segunda neoplasia. 3 pacientes
encontram-se em tratamento, sendo 1 em cuidados paliativos.
Conclusão: O quadro clínico dos pacientes com RMS de órbita está
de acordo com os descritos na literatura: proptose e conjuntivite. O
tempo de diagnóstico foi longo (11 semanas) com provável impacto
na sobrevida. Assim, o conhecimento das características clínicas e
radiográficas do RMS de órbita pelos profissionais de saúde é
essencial para melhores taxas de cura.
167
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
SARCOMA DE EWING EM LACTENTE COM 35 DIAS DE VIDA: RELATO
DE CASO
SARCOMA DE EWING EXTRA-ESQUELÉTICO, ANÁLISE DE PACIENTES
SUBMETIDOS A UM MESMO PROTOCOLO DE TRATAMENTO
Pamella Demeciano Mamede, Marilia Grabois, Sima Esther Ferman.
Rebeca Ferreira Marques , Ricardo Gehrke Becker , Nathalia
a
a
Kersting Dos Santos , Lauro José Gregianin , Caroline Brunetto De
a
a
b
b
Farias , Rafael Roesler , Alejandro Mauricio Arancibia , Julie Cerutti ,
b
b
André Tesainer Brunetto , Algemir Lunardi Brunetto .
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: O sarcoma de Ewing é uma neoplasia maligna altamente
agressiva de osso e de partes moles, correspondendo a 3% de todas as
neoplasias pediátricas. Acomete principalmente adolescentes, com
pico de incidência aos 14 anos de idade, sendo raro em crianças
menores de 5 anos, especialmente, em lactentes e recém-nascidos.
Objetivo: Descrever um caso raro com apresentação disseminada de
sarcoma de Ewing em um lactente do sexo feminino. Método: Foi
feita revisão de prontuário e de literatura. Resultados: Aos 35 dias de
vida, a paciente iniciou febre e desconforto respiratório, evoluindo
em poucas horas com hipotonia, tetraparesia e insuficiência
respiratória, necessitando internação em CTI e ventilação mecânica
invasiva. Ao exame foi evidenciada massa abdominal. A tomografia
computadorizada mostrou doença abdominal disseminada com
múltiplas lesões expansivas no fígado, adrenais e lesões líticas em
ossos longos. A ressonância de crânio e neuroeixo mostrou lesões
expansivas cerebrais na fossa posterior bilateral, hidrocefalia,
implantes em parênquima cerebral e por toda extensão da coluna
vertebral, com formações expansivas intrarraquianas e paravertebrais.
A biopsia da massa abdominal revelou neoplasia maligna pouco
diferenciada. O perfil imunohistoquímico foi compatível com sarcoma
de Ewing, com positividade para CD99 e vimentina, e negatividade
para os demais marcadores. A criança recebeu dois ciclos completos
de quimioterapia com ifosfamida, carboplatina e etoposide. Evoluiu
com doença em progressão e desfecho fatal. Não há relato de história
familiar de câncer. Na historia gestacional, Gesta I Para I, mãe relata
pré-natal completo, sem intercorrências. A paciente nasceu por parto
Cesáreo, a termo, peso de nascimento- 3780g, comprimento- 49 cm,
não necessitando de reanimação ao nascer. Discussão: Sarcoma de
Ewing em menores de um ano de idade é extremamente raro, sendo
mais comuns tumores primários em partes moles e com maior risco
de
morte
precoce,
quando
comparado
às
crianças
maiores. Conclusão: Diferenças biológicas entre esses dois grupos de
pacientes podem explicar o comportamento agressivo da doença no
lactente.
a
a
a HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul,
Brasil
b INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: Os Tumores da Família do Sarcoma de Ewing (ESFT)
representam a terceira neoplasia maligna mais frequente entre 5 e
17 anos. Estudos recentes mostram melhores taxas de sobrevida do
sarcoma de Ewing Extra-esquelético (ESEE) quando comparado ao
sarcoma de Ewing esquelético. Consequentemente, o ESEE tem sido
analisado como uma entidade à parte dentro da família Ewing
devido ao seu comportamento menos agressivo e suas
características clínicas e biológicas. Os resultados da análise do ESEE
no primeiro estudo de um grupo colaborativo estão aqui
apresentados. Objetivo: Avaliar os desfechos oncológicos dos
pacientes portadores de ESEE submetidos a um mesmo protocolo
de tratamento, bem como descrever o seu perfil clínicoepidemiológico. Metodologia: Estudo retrospectivo realizado
através da análise de registros médicos de 52 pacientes portadores
de ESEE incluídos em um mesmo protocolo, coletados em 15
instituições no período entre 2003 e 2010. Resultados: A média de
idade foi 13 anos (0-30 anos), predominância do sexo masculino
(61%). Entre os 52 pacientes, 76,9% foram considerados de alto
risco, enquanto apenas 23,1% de baixo risco. Na apresentação inicial
67% tinham tumor maior que 8 cm, 61% com LDH maior que 1,5
vezes o limite superior da normalidade, 51,9% sem metástase e o
local mais acometido foi tórax e coluna (78%). Quanto ao controle
local, 41% fizeram cirurgia, 31% radioterapia, 16% as duas
modalidades terapêuticas e 10% não fizeram nenhum controle local.
46% foram submetidos à cirurgia com ressecção simples e apenas a
metade teve limites cirúrgicos livres (49%). A taxa de recidiva local
foi 16% e sistêmica 20%. A sobrevida global (SG) e livre de eventos
(SLE) foi 63 e 51% respectivamente em 2,5 anos; 56 e 47% em 5
anos. Em análise univariada, a presença de metástase ao diagnóstico
e o fato de não ter realizado controle local tiveram impacto
significativo na SG e SLE, ambos com p<0,001. Conclusão: Ainda são
poucos os trabalhos publicados que descrevem apenas as
características do ESEE. Em nossa análise, encontramos dados
semelhantes à literatura, que também descreve pior desfecho aos
pacientes metastáticos e sem possibilidade de controle local
adequado. Sendo necessário seguir buscando o melhor
entendimento desta patologia e suas peculiaridades, para melhor
tratar e assegurar melhores taxas de sobrevida aos pacientes.
168
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
SARCOMA GRANULOCÍTICO PRIMÁRIO DE MAMA EM ADOLESCENTE:
DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM TERAPÊUTICA
Elvercio Pereira De Oliveira Junior, Elson Yassunaga Teshirogi, Fabíola
Leonelli Diz, Marco Aurélio Ciriaco Padilha, Gustavo Ribeiro Neves,
Gisele Takayama.
HOSPITAL GPACI-SOROCABA, São Paulo, Brasil
Introdução: O Sarcoma Granulocítico (SG) é uma neoplasia sólida
maligna extramedular rara formada por células pouco diferenciadas
da série mielóide e outros precursores granulocíticos, geralmente
associada a leucemia mielóide aguda (LMA), ou após a sua remissão.
SG primário se manifesta na maioria das vezes na pele e linfonodos, e
representa menos de 1% dos tumores malignos primários de mama,
acarretando, por esse motivo, o erro comum no diagnóstico
diferencial. Por não apresentar um quadro clínico característico, são
de extrema importância métodos auxiliares como mamografia, USG
de mamas, métodos citoquímicos como a coloração mieloperoxidase.
Entretanto, a confirmação diagnóstica faz-se pelo anátomopatológico. O tratamento baseia-se em quimioterapia, ressecção
cirúrgica e radioterapia adjuvante. Relato: Relatamos um caso raro de
sarcoma granulocítico se apresentando como uma massa, sem
leucemia mielóide aguda concomitante, em uma adolescente de 18
anos. Paciente I.F.F., sexo feminino, foi admitida no hospital por
apresentar uma massa na mama e imunohistoquímica confirmou o
diagnóstico para sarcoma granulocítico primário. CD45RB positivo,
PD7/26/16-2B11 positivo. Mielograma e sistema nervoso central não
mostraram anomalias. Estudos ultrassonográficos mostraram áreas
homogêneas hipoecóicas com margens mal definidas. A Mamografia
evidenciou bordas irregulares, com aumento da densidade estromal e
não associado a microcalcificações, comparado aos tecidos moles ao
redor. O protocolo foi começado com daunorubicin, arabinoside C and
etoposide. Meses depois, a paciente foi submetida a lumpectomia da
área residual pelo ultrassom. O exame anatomopatológico mostrou
remissão completa, sem tecido neoplásico. Considerações Finais:
Apesar de massa localizada, é uma doença sistêmica hematológica, e
assim deve ser tratada. Esse caso também mostra que uma avaliação
histopatológica cuidadosa, juntamente com um painel estendido de
imunohistoquímica é extremamente importante para reconhecer
esses casos evitando-se erro no diagnóstico, cirurgias desnecessárias e
terapias inapropriadas, como descrito em alguns relatos.
SARCOMA SINOVIAL INTRA-ATRIAL – ESTUDO DE CASO
Luziane Fabiani, Mariane Gonzaga Goi, Caroline Fincatto Da Silva,
Cassiano Eduardo Goulart, Pablo Santiago, Marcelo Cunha
Lorenzoni, Edineia Carine Pastore.
HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: Os tumores cardíacos primários são raros, com uma
incidência variando de 0,001% a 0,030%, os sarcomas predominam
com 95% dos casos, são mais comuns entre a terceira e quinta
décadas de vida e afetam principalmente o átrio direito. A evolução
costuma a ser rápida e agressiva, com grande infiltração local e
metástases, obstruções e morte, tumores malignos pouco se
beneficiam das terapias empregadas atualmente, e a cirurgia,
quimioterapia e radioterapia podem atuar prolongando a sobrevida
dos pacientes por apenas poucos meses. Objetivo: Relatar o caso de
paciente com diagnóstico de Sarcoma Sinovial Intra – Atrial
Esquerdo. Metodologia: Relato de paciente B. M. B, sexo masculino,
20 anos de idade, com diagnóstico de Sarcoma Sinovial Intra – Atrial
esquerdo que realizou cirurgia cardíaca em maio de 2016 com
ressecção da lesão, coletado material e encaminhado para biologia
molecular para confirmar diagnóstico de sarcoma sinovial. Ao
internar em julho de 2016 para manejo e exames de estadiamento,
mostrou recidiva de lesão intra-atrial, exames de imagem como
tomografia de tórax evidenciaram massa em átrio esquerdo, foi
então iniciado terapia antineoplásica com Ifosfamida em alta dose,
permanecendo estável. Não se observam metástases em tomografia
de abdômen nem em cintilografia óssea. Resultados: O caso foi
discutido entre as equipes de cardiologia e oncologia, não havendo
metástases o plano é de transplante cardíaco, sendo assim o mesmo
foi encaminhado para um Hospital especializado na Unidade de
Cuidados Coronarianos aguardando procedimento de transplante
cardíaco. Conclusão: As neoplasias malignas primárias do tecido
cardíaco são raras, as entidades histopatológicas compreendem
tumores de células germinativas, linfomas e uma diversidade de
sarcomas
como
rhabdomiossarcoma,
angiosarcoma,
condrosarcoma. O manejo é difícil visto que são neoplasias de
comportamento agressivo e inclui quimioterapia, cirurgia,
radioterapia e, em casos selecionados, o transplante cardíaco.
169
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TRATAMENTO DE SUPORTE
TUMOR NEUROECTODÉRMICO PRIMITIVO PRIMÁRIO DE PÂNCREAS:
RELATO DE CASO
CARDIOTOXICIDADE RELACIONADA AO 5-FLUORACIL: RELATO DE
CASO
Maria Pizza, Barbara Da Da Cunha Arantes E Silva, Gabriela Amoedo
Bezerra, Gabriela Guimarães Baston.
Luciana Arena Silva, Juliana Schmitz Dacoregio, Ana Paula Freund
Ferreira Winneschhoffer, Amanda Ibagy, Denise Bousfield Da Silva,
Denise Lima, Daniel Faraco Neto, Imaruí Costa, Mariana Cardoso De
Lima, Tatiana El Jaick Costa.
SANTA CASA DE SÃO PAULO, São Paulo, Brasil
Introdução: O Tumor Neuroectodérmico Primitivo (PNET) é um tumor
de pequenas células redondas, que pertence ao grupo de neoplasias
da Família Ewing. A maioria dos pacientes são crianças e adultos
jovens. É um tumor agressivo, com altas chances de recidiva e em 25%
dos casos já apresenta metástases ao diagnóstico. Localiza-se com
maior frequência no tórax, gradeado costal e partes moles do tórax,
conhecido como Tumor de Askin, seguido por abdômen, pelve,
extremidades, região da cabeça e pescoço e muito raramente outras
localizações. O acometimento pancreático é extremamente raro e
corresponde à 0,3% dos tumores primários. Relato de Caso:
Relatamos um caso de uma paciente do sexo feminino, atualmente
com 11 anos de idade e que foi diagnosticada com PNET aos 8 anos,
em fevereiro de 2014. Apresentava-se com um quadro de massa
abdominal, acolia fecal, colúria e icterícia importante, sendo
evidenciado tumor em cabeça de pâncreas com compressão de
estruturas adjacentes. Foi submetida a cirurgia para derivação e
descompressão, sem ressecção do tumor inicialmente. Iniciou
quimioterapia neoadjuvante com: Vincristina, Adriamicina,
Ciclofosfamida alternando com Ifosfamida e Etoposide. Um second
look não evidenciou neoplasia. Completou o tratamento
quimioterápico e estava bem. Apresentou recidiva do tumor no
abdômen, sendo submetida a gastroenteroanastomose paliativa
devido obstrução intestinal por compressão do tumor. Reiniciou
tratamento quimioterápico e foi submetida a sessões de Radioterapia.
Atualmente em quimioterapia com Carboplatina e Etoposido. O PNET
de pâncreas é um tumor raro, com poucos relatos na literatura e os
autores chamam a atenção na hipótese diagnostica a ser pensada,
tanto em crianças com em adultos, como diagnostico diferencial de
massa tumoral no pâncreas.
HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO, Santa Catarina, Brasil
Introdução: Regimes baseados em 5-Fluoracil (5-FU) são
frequentemente administrados no tratamento de alguns tumores
pediátricos, especialmente hepatoblastomas, hepatocarcinomas e
carcinomas de nasofaringe. A cardiotoxicidade relacionada ao 5-FU
é rara, mas potencialmente fatal. Pode se apresentar com dor
torácica, arritimia, insuficiênica cardíaca, choque cardiogênico e
morte súbita. Objetivo/Metodologia: Relatar um caso de
cardiotoxicidade relacionada ao 5-FU em um paciente pediátrico.
Relato de caso: NPA, 13 anos, diagnóstico de carcinoma de
nasofaringe. Internou para realização de primeiro ciclo de
quimioterapia com Cisplatina e 5-FU. No quarto dia de
quimioterapia, paciente apresentou vômitos incoercíveis e
desconforto inespecífico. Foram prescritas fase rápida e
sintomáticos. Evoluiu com tosse, queda de saturação e hipotensão.
No exame físico, estertores difusos em pulmões. Paciente
transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por edema
agudo de pulmão por choque cardiogênico. Ecocardiograma com
Delta D de 20,2%, disfunção sistólica importante e disfunção
diastólica de ventrículo esquerdo. Permaneceu na UTI por 7 dias
com uso de drogas vasoativas. Apresentou boa evolução do quadro
descrito com posterior uso de medicações orais (digoxina e
captopril). Após 2 meses, paciente apresentou ecocardiograma com
função preservada sendo suspensas medicações orais. Foi suspenso
o uso de 5-FU nesse paciente. Atualmente, encontra-se fora de
tratamento há 1 ano e 8 meses, clinicamente bem e sem uso de
medicações orais. Discussão: A cardiotoxicidade do 5-FU é uma
complicação rara dependente da duração do tratamento e sua
forma de administração. Sua incidência é maior nos pacientes com
infusão contínua. Somente 3% dos pacientes apresentam
descompensação cardíaca súbita na infusão do primeiro ciclo de 5FU. A suspensão do uso de 5-FU é recomendada. Conclusão: O
relato de um caso de cardiotoxicidade pelo 5-FU visa alertar para o
reconhecimento dessa rara complicação.
170
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ESTUDO DOS CASOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TUMOR
MEDIASTINAL INTERNADOS NO CENTRO DE TRATAMENTO INTENSIVO
INFECÇÃO DISSEMINADA POR PAECILOMYCES VARIOTTI EM
PACIENTE ONCOLÓGICO
Bruno Araújo, Sima Esther Ferman, Sandra Helena Dos Santos Victal,
Renata Da Cruz, Fernanda Capella, Fernanda Rascão.
Natalia Maria Tavares Ferreira Borges, Luara Teofilo Pignati,
Fabianne Altruda De Moraes Costa Carlesse, Carla Renata Pacheco
Donato Macedo, Leticia Maria Acioli Marques.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: As massas mediastinais constituem tumores de diferentes
histologias e embriologias. A avaliação e o tratamento de pacientes
com massas mediastinais constituem um desafio clínico devido a
possíveis complicações hemodinâmicas e manejo de via aérea difícil.
Objetivo: descrever a evolução clínica e o tratamento desses
pacientes. Método: realizar um estudo de coorte retrospectivo
observacional dos pacientes com massa mediastinal internados no CTI
Pediátrico de março de 2014 a dezembro de 2015 com idade de 0 dias
a 18 anos por meio da revisão de seus prontuários. Resultados: de
371 admissões no período, 15 pacientes apresentaram tumores
mediastinais, sendo seis meninos e nove meninas. A idade média ao
diagnóstico foi de 5,6 anos. Os diagnósticos mais frequentes foram
neuroblastoma(n=5), seguido por linfoma(n=3), ganglioneuroma,
tumor
neuroectodérmico
primitivo(n=2),
teratoma(n=2),
ganglioneuroblastoma(n=1)
e
hiperplasia
tímica(n=1).Cinco
necessitaram de ventilação mecânica invasiva(VMI), quatro de
ventilação não invasiva(VNI) e dois de ambas ventilações. Catorze
pacientes receberam alta para prosseguir tratamento oncológico
e um faleceu devido à progressão tumoral com compressão das vias
aéreas apesar do tratamento. Três pacientes tiveram complicações
hemodinâmicas: tamponamento cardíaco(n=1), hipertensão arterial
pulmonar(n=1) e baixo débito cardíaco por compressão da aorta(n=1).
Nenhuma complicação anestésica séria foi observada. Conclusão: A
Terapia Intensiva Pediátrica é muito importante no manejo de
pacientes com tumores mediastinais a fim de permitir que esses
pacientes sobrevivam para receber tratamento oncológico.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Com o avanço nas técnicas diagnósticas e terapêuticas,
tem se observado um aumento na sobrevida dos pacientes
oncológicos, consequentemente as complicações infecciosas se
tornaram importantes causas de morbi-mortalidade. Nesse cenário,
as doenças fúngicas invasivas (DFI) merecem destaque. O objetivo
deste trabalho é relatar o caso de paciente pediátrico em
tratamento oncológico que apresentou DFI por espécie não usual:
Paecilomyces variotti. Relato: Paciente masculino, 3 anos,
diagnóstico de retinoblastoma extraocular, passado de vitrectomia e
colocação de lente intraocular. Realizou tratamento segundo
Protocolo Brasileiro de Retinoblastoma, após primeiro ciclo de QT
evoluiu com neutropenia febril (NF) sendo internado com
antibioticoterapia. Devido a persistência da febre apesar da
antibioticoterapia de amplo espectro, foi realizada TC de tórax que
evidenciou sinais de DFI. Iniciada AnfotericinaB deoxicolato, que foi
trocada por anfotericinaB lipossomal por piora da função renal.
Galactomananas negativas no período. Realizou LBA antes da alta.
Recebeu 21 dias de antibioticoterapia e alta com anfotericinaB
ambulatorial. Realizou novo ciclo de QT e permaneceu 4 dias sem
antifúngico por piora da função renal, sendo reintroduzido por novo
quadro de NF. Na investigação clínica nova TC tórax evidenciou
piora radiológica, neste período, apresentou galactomananas séricas
positivas assim como do LBA, feita então hipótese de aspergilose
pulmonar invasiva provável sendo associado voriconazol. Paciente
teve melhora clínica e recebeu alta com antifúngicos ambulatoriais.
Como parte do tratamento oncológico foi realizado enucleação do
olho direito que continha uma lente intraocular, o material enviado
para cultura evidenciou filamentos fúngicos na pesquisa direta. Foi
identificado Paecilomyces variotti no LBA com teste de sensibilidade
demonstrando resistência a voriconazol e sensibilidade a
anfotericinaB. Com este resultado foi suspenso voriconazol e
mantida anfotericinaB por mais 28 dias após enucleação. Paciente
encontra-se fora de tratamento oncológico há 6 meses, sem novos
sinais de infecções. Conclusão: Este relato de caso descreve uma DFI
disseminada, pulmonar e ocular, por Paecilomyces variotti, um
fungo filamentoso, emergente em pacientes imunocomprometidos.
Essa espécie de fungo é capaz de colonizar lentes oculares, o que
leva os autores a pensarem nesta como porta de entrada para a
infecção deste paciente que se disseminou durante episódio de NF.
171
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
INFECÇÃO POR CANDIDA TROPICALIS EM PACIENTE COM LEUCEMIA
LINFÓIDE AGUDA
INFECÇÃO POR CUNNINGHAMELLA BERTHOLLETIAE DURANTE
INDUÇÃO NA LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA
Paola Stella Wanderley De Oliveira, Marcelo Dos Santos Souza, Atalla
Mnayarji, Thais Martins Severino, Nayana Flavia Fante, Rosania Maria
Basegio, Aline Tomaz Souza.
Paola Stella Wanderley De Oliveira, Marcelo Dos Santos Souza,
Atalla Mnayarji, Thais Martins Severino, Nayana Flavia Fante,
Rosania Maria Basegio, Aline Tomaz Souza.
HRMS, Mato Grosso do Sul, Brasil
HRMS, Mato Grosso do Sul, Brasil
Introdução: Infecções fúngicas sistêmicas (IFS) em pacientes
imunossuprimidos são frequentes e de difícil diagnóstico, associadas a
elevada morbimortalidade, e as principais espécies causadoras no
Brasil: C. albicans, C. parapsilosis e C. tropicalis. O diagnóstico é feito
por hemocultura ou culturas de secreções. O tratamento é com
antifúngicos sistêmicos, como: anfotericina B, fluconazol, itraconazol e
voriconazol. Relato de caso: Paciente , sexo feminino, 3 a e 9 m, com
febre, dor óssea , hematomas e perda de 4 kg em 3
meses. Hemograma HB: 5,0 HT: 16,5 Leucócitos: 9880
(segmentados:4%, linfócitos:0, blastos: 96%), plaquetas: 10.000.
mielograma: medula infiltrada por blastos com características
linfoides. Imunofenotipagem: CD 45+, CD79A +, CD19 +, CD34+, CD
10+, com diagnóstico de LLA B comum Baixo Risco e iniciou
tratamento com o protocolo GBTLI 2009. No 11º dia de indução,
surgiram lesões puntiformes hemorrágicas em dorso de mão direita,
no local de acesso venoso periférico, evoluindo para lesão necrótica,
enegrecida com bordos avermelhados. Biópsia de lesão e HMC:
positivas para C. tropicalis, sensível à anfotericina B. Mantido
anfotericina B complexo lipídico (5mgkgd) por 15 dias, persistiu com
febre e HMC positivas para C. tropicalis. Trocado antifúngico para
micafungina (3mgkgd) e voriconazol (9mg/kg/d). A HMC negativou,
mas com febre diária, após 10 dias, hmc positiva para C. tropicalis, foi
aumentado a dose de voriconazol para 11 mg/kg/ds, por 3 meses (14
HMC negativas seriadas no período). A TC de Tórax mostrou nódulos
pulmonares bilaterais compatíveis com infecção. USG abdômen com
esplenomegalia heterogênea. Feito esplenectomia, com biópsia e
cultura positiva para C. tropicalis. Evoluiu com nódulos subcutâneos
em MMSS e II, com cultura positiva para C. tropicalis, com remissão
durante o tratamento com voriconazol e após esplenectomia. Durante
o período de infecção, 3 meses, recebeu MTX (200 mg/m²) e
purinethol ( 25mg) . Após resolvida a infecção, seguiu protocolo GBTLI
2009 para LLA B BRV. Mielograma no D35 de indução mostrou
remissão da doença. Conclusão: O diagnóstico precoce de IFS em
imunossuprimidos , em quimioterapia, é fundamental para o uso
adequado dos antifúngicos e para o sucesso do tratamento. O uso do
voriconazol, a longo prazo, e em altas doses foram fundamentais para
este tratamento, mantendo um nível sérico adequado , além da
esplenectomia. A paciente encontra-se curada da infecção , em
quimioterapia, em fase de manutenção.
Introdução: Infecções fúngicas sistêmicas (IFS) em pacientes
imunossuprimidos são frequentes e de difícil diagnóstico, associadas
a elevada morbimortalidade, e as principais espécies causadoras no
Brasil: C. albicans, C. parapsilosis e C. tropicalis. O diagnóstico é feito
por hemocultura ou culturas de secreções. O tratamento é com
antifúngicos sistêmicos, como: anfotericina B, fluconazol,
itraconazol e voriconazol. Relato de caso: Paciente , sexo feminino,
3 a e 9 m, com febre, dor óssea , hematomas e perda de 4 kg em 3
meses. Hemograma HB: 5,0 HT: 16,5 Leucócitos: 9880
(segmentados:4%, linfócitos:0, blastos: 96%), plaquetas: 10.000.
mielograma: medula infiltrada por blastos com características
linfoides. Imunofenotipagem: CD 45+, CD79A +, CD19 +, CD34+, CD
10+, com diagnóstico de LLA B comum Baixo Risco e iniciou
tratamento com o protocolo GBTLI 2009. No 11º dia de indução,
surgiram lesões puntiformes hemorrágicas em dorso de mão direita,
no local de acesso venoso periférico, evoluindo para lesão necrótica,
enegrecida com bordos avermelhados. Biópsia de lesão e HMC:
positivas para C. tropicalis, sensível à anfotericina B. Mantido
anfotericina B complexo lipídico (5mgkgd) por 15 dias, persistiu com
febre e HMC positivas para C. tropicalis. Trocado antifúngico para
micafungina (3mgkgd) e voriconazol (9mg/kg/d). A HMC negativou,
mas com febre diária, após 10 dias, hmc positiva para C. tropicalis,
foi aumentado a dose de voriconazol para 11 mg/kg/ds, por 3
meses (14 HMC negativas seriadas no período). A TC de Tórax
mostrou nódulos pulmonares bilaterais compatíveis com infecção.
USG abdômen com esplenomegalia heterogênea. Feito
esplenectomia, com biópsia e cultura positiva para C. tropicalis.
Evoluiu com nódulos subcutâneos em MMSS e II, com cultura
positiva para C. tropicalis, com remissão durante o tratamento com
voriconazol e após esplenectomia. Durante o período de infecção, 3
meses, recebeu MTX (200 mg/m²) e purinethol ( 25mg) . Após
resolvida a infecção, seguiu protocolo GBTLI 2009 para LLA B BRV.
Mielograma no D35 de indução mostrou remissão da doença.
Conclusão: O diagnóstico precoce de IFS em imunossuprimidos , em
quimioterapia, é fundamental para o uso adequado dos antifúngicos
e para o sucesso do tratamento. O uso do voriconazol, a longo
prazo, e em altas doses foram fundamentais para este tratamento,
mantendo um nível sérico adequado , além da esplenectomia. A
paciente encontra-se curada da infecção , em quimioterapia, em
fase de manutenção.
172
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TUMORES CÉL GERMINATIVAS
O USO DE DEXTROMETORFANO NO TRATAMENTO DE MUCOSITE
INDUZIDA POR METOTREXATO EM ALTAS DOSES EM PACIENTES
ONCOLOGICOS PEDIÁTRICOS.
a
a
Alayde Vieira Wanderley , Laudreisa Costa Pantoja , Leopoldo Nava
b
b
Rapouso , Nelson Roberto Do Carmo Carrera .
a HOSPITAL ONCOLÓGICO INFANTIL OCTÁVIO LOBO, Pará, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, Pará, Brasil
Introdução: O Metotrexato (MTX) é um componente central de
muitos regimes de tratamento de neoplasias infantis, atuando através
da inibiçao da enzima Diidrofolato Redutase (DHFR), deste modo, o
MTX interfere na síntese de DNA, replicação celular e restauração
celular. Os principais efeitos tóxicos do MTX são exercidos contra as
células em rápida divisão como o trato gastrointestinal. A
mucosite atinge o auge 5 a 10 dias após a administração do fármaco
.A mucosite grave pode indicar a suspensão do tratamento com MTX,
o que pode contribuir para a progressão da doença e o aumento da
morbi-mortalidade para o paciente.Objetivo: Avaliar o uso de
dextrometorfano(DTM) no tratamento de Mucosite em crianças de
zero a quinze anos de idade em tratamento quimioterápico com MTX
atendidas pela oncologia pediátrica.Casuística:Foi realizado um estudo
epidemiológico observacional, retrospectivo, analítico de CasoControle onde foram avaliados 20 prontuários de crianças entre zero e
quinze anos de idade que foram submetidas a tratamento com MTX
em altas doses (acima de 2 g por m²) e apresentaram mucosite
atendidos pela oncologia pediátrica no período de janeiro de 2013 a
julho de 2014.Foram divididas em grupo de 10 pacientes o quais o
grupo 1 recebeu DTM e grupo 2 não recebeu. Ambos receberam
tratamento de suporte inicial para mucosite semelhante. Resultados:
Em relação a idade, observou-se preponderância entre o grupo
representado por faixa etária de 1 a 7 anos com 75% (15/20), em
contraposição a faixa etária compreendida entre 8-15 anos que
representou 25% (5/20) da amostra. Quanto ao gênero, encontramos
a prevalência do gênero masculino, representado por 75% dos
pacientes (n=15), sendo o gênero feminino equivalente a 25% da
amostra (n=5). Quanto às patologias verificadas em nossa amostra
observou-se que a maioria dos pacientes tinha Leucemia Linfoblástica
Aguda, somando 90% (n=18), enquanto pacientes com Linfoma Burkitt
somaram apenas 10% da amostra (n=2). . Quanto à presença de carie
dentária, 30 % dos pacientes apresentaram carie (n=6) e 70% não
apresentaram (n=14). Neste estudo foi observado que todos os
pacientes que fizeram uso do DM (n=10) tiveram melhora da mucosite
induzida por MTX, enquanto os pacientes que não usaram o DM
(n=10), não apresentaram melhora p<000,1. Conclusão: Observou-se
que o quadro clínico dos pacientes em tratamento quimioterápico que
desenvolveram mucosite melhorou significativamente após a
introdução do DM.
EPIGNATHUS: RELATO DE UM TERATOMA NEONATAL
Mariane Farherr Caleffi, Leniza Costa Lima Lichtvan, Mara Albonei
Dudeque Pianovski, Debora Silva Carmo, Tiago Hessel Tormen,
Mariana Parizotto Moraes, Ana Paula De Oliveira Silva De Queiroz,
Larissa Uhlmann Wendling.
HC-UFPR, Paraná, Brasil
Introdução: Teratomas são tumores derivados de células
pluripotentes compostas por tecidos das três camadas de células
germinativas. Em menos de 5% dos casos localizam-se na cabeça. O
termo epignathus refere-se a tumores originários da maxila, palato
ou osso esfenóide – região da Bolsa de Ratske, com incidência
variando entre 2: 35.000 a 1: 200.000 nascidos vivos. Objetivo:
Descrever o caso de uma criança portadora de tumor epignathus, a
fim de contribuir com a difícil decisão de seguimento no tratamento
destes pacientes. Metodologia: Relato de caso de um paciente com
diagnóstico de teratoma epignathus. Resultados e Conclusão: J. V.,
sexo masculino, recém-nascido prematuro tardio (36 + 3 sem), com
ultrassonografia obstétrica evidenciando tumor na cavidade oral.
Realizada Ressonância Magnética fetal as 31 semanas
demonstrando volumosa massa sólido-cística com contornos
lobulados, margens definidas, medindo 12 x 10 x 9 cm, localizada
anterior ao feto, sugestiva de epignathus. Mãe do paciente evoluiu
com trabalho de parto prematuro e pela malformação incompatível
com parto vaginal foi optado por cesariana.Antes do clampeamento
do cordão umbilical realizado traqueostomia devido a
impossibilidade de intubação traqueal, utilizando a técnica EXIT (Exutero intrapartum treatment), que converte uma situação de
extrema urgência em uma controlada e mantém a circulação
fetoplacentária, diminuindo os riscos de hipóxia, dano cerebral e
morte. No segundo dia de vida realizada a ressecção tumoral.
Resultado deexame anatomopatológico compatível com neoplasia
germinativa mista, padrão teratoma maduro (80%) e imaturo (20%).
Alfa Fetoproteína 101.378ng/mL e BHC-G 11,7 mUi/mL no primeiro
dia de vida, com queda para níveis normais após ressecção.
Manteve-se seguimento clínico, sem aumento da lesão e sem
aumento nos marcadores tumorais. Com 7 meses de vida realizada
nova intervenção cirúrgica para reconstrução nasal, material
enviado para AP com diagnóstico de glioma nasal. Devido a
predominância de padrão maduro e pela falta de relatos de
malignização associados ao epignathus, paciente mantém
seguimento ambulatorial com consultas rotinas e dosagem de
marcadores tumorais, sem realização de quimioterapia. Atualmente
paciente apresenta-se com 7 meses, sem sinais de recidiva. O
manejo do cancer neonatal requer mais cuidado, pois origina
questionamentos diagnósticos, terapêuticos e éticos.
173
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM
EPENDIMOMA ATENDIDOS EM UM HOSPITAL INFANTIL DE
REFERÊNCIA ESTADUAL
Luciana Arena Silva, Denise Bousfield Da Silva, Tatiana El Jaick Costa,
Daniel Faraco Neto, Amanda Ibagy, Juliana Schmitz Dacoregio, Imaruí
Costa, Mariana Cardoso De Lima, Denise Lima
HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO, Santa Catarina, Brasil
Introdução: Ependimoma é o terceiro tumor pediátrico mais comum
do sistema nervoso central (SNC), representando 6-12% dos tumores
cerebrais nesta faixa etária. A Organização Mundial de Saúde (OMS)
reconhece quatro grandes tipos, o subependimoma (grau I), o
ependimoma mixopapilar (Grau I), o clássico (grau II) e o ependimoma
anaplásico (grau III). O tratamento padrão para o ependimoma é a
ressecção cirúrgica, seguida por irradiação pós-operatória do sítio
local Objetivo: Analisar o perfil clínico-epidemiológico e sua
correlação com a ressecção tumoral ao diagnóstico e o status vital.
Método: Estudo clínico‐epidemiológico, observacional, retrospectivo e
descritivo. Foram incluídos todos os casos novos de pacientes com
ependimoma, tratados no HIJG entre janeiro de 2003 e dezembro de
2015, com idade inferior a 15 anos. As variáveis analisadas incluíram
idade, sinais/sintomas ao diagnóstico, tipo histológico, grau segundo a
OMS, localização primária do tumor, tipo de abordagem cirúrgica,
tratamento radioterápico e status vital. Os procedimentos estatísticos
utilizados foram as medidas descritivas e as tabelas de frequência.
Resultados: A população de estudo foi constituída de 22 pacientes. A
menor idade ao diagnóstico foi de 11 meses e a maior foi de 11 anos.
Em relação à faixa etária, 2 casos (9,09%) tinham idade <1 ano, 7 casos
(31,81%) estavam entre 1 ano e 3 anos e 13 casos (59,09%) tinham
idade >3 anos. Com relação ao sexo 13 (59,09%) pertenciam ao sexo
masculino e 9 (40,90%) ao feminino, estabelecendo uma relação de
1,44:1. A raça/etnia branca representou 95,45% dos casos (n=21). Os
principais sinais/sintomas ao diagnóstico foram cefaléia (68,18%) e
vômitos (50%). A localização supratentorial foi encontrada em 36,36%
dos casos (n=8), infratentorial em 45,45% (n=10), medula espinhal em
9,09% (n=2) e disseminado em 9,09% (n=2). Segundo a classificação da
OMS, 2 casos (9,09%) foram grau I, 8 (36,36%) grau II e 12 (54,54%)
grau III. Quanto aos tipos histológicos, 2 casos (9,09%) eram
mixopapilar, 8 (36,6%) do clássico e 12 (54,54%) do anaplásico.
Ressecção ≥ 95% foi possível em 16 casos (72,72%). Todos os
pacientes que tiveram ressecção ≥95%, seguido de radioterapia
craniana estão vivos. A taxa de sobrevida global dos pacientes neste
estudo foi de 55%. Conclusão: Todos os casos de ependimoma que
receberam o padrão ideal de tratamento, isto é, ressecção cirúrgica ≥
95%, seguido de radioterapia, estão vivos.
ASTROBLASTOMA MALIGNO - CASO CLÍNICO
Imaruí Costa, Amanda Ibagy, Ana Paula Freund Ferreira
Winneschhoffer, Tatiana El Jaick Costa, Denise Bousfield Da Silva,
Juliana Schmitz Dacoregio, Denise Lima, Mariana Cardoso De Lima,
Luciana Arena Silva, Daniel Faraco Neto.
HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO, Santa Catarina, Brasil
Introdução: Astroblastoma é um raro tumor glial de origem
histopatológica incerta. Perfazem 0,45-2,8% de todos os tumores
neurogliais. Usualmente ocorrem superficialmente nos hemisférios
cerebrais, muitas vezes em localização cortical, de adultos jovens e
crianças. Há poucas fontes de estudo para chegar a um consenso
sobre o melhor tratamento para os astroblastomas. Sugere-se que a
ressecção completa para aqueles bem diferenciados seja o
tratamento principal não necessitando terapia adjuvante. E
naqueles com características anaplásicas são necessárias terapias
adjuvantes como radioterapia e/ou quimioterapia. Objetivo:
apresentação de caso clínico e revisão de literatura. Metodologia:
Relato de caso de menina, 8 anos, que iniciou em fev/13 com
cefaléia fronto-temporal esquerda com despertar noturno e vômitos
esporádicos. Em maio/13 retornou por cefaléia mais intensa de
3/3dias, sempre acompanhada de vômitos, sendo internada para
investigação. Ressonância (RNM) de crânio (14/05/13): volumosa
lesão expansiva intra-axial fronto-parietal esquerda, bem delimitada
e com aspecto heterogêneo, com pequenas àreas císticas de
permeio e focos de hemorragia, 6,9x5,6x6,2cm de etiologia
neoplásica a esclarecer. Submetida à ressecção com ressecção
subtotal em 17/05/13. IMUNOHISTOQUIMICA: ASTROBLASTOMA
MALIGNO. Submetida à RADIOTERAPIA de julho/13 a setembro/13.
RNM cranio (23/10/13): Lesão residual localizada na porção inferior
da transição fronto-parietal esquerda (2,5x2,2x1,7cm). RNM
neuroeixo (23/10/13): normal. Submetida à ressecção de lesão
residual em 7/03/14. RNM cranio (10/04/14): lesão que mede
1,6x3,5cm. Lesão sugestiva de recidiva neoplásica. A lesão foi
acompanhada com RNM a cada 3 meses com redução das
dimensões sendo que manteve-se estável nos últimos 6 messes.
RNM cranio (04/04/16): Pequena imagem cística arredondada
(0,9x0,7cm) situada adjacente a corno ventricular frontal esquerdo,
sem realce pelo gadolínio e estável no período de controle. Ao
exame neurológico: força em membro superior direito
4+/6(dificuldade para motricidade fina e para abdução e adução de
dedos, força para flexão 3+/6), sem outras alterações. Conclusão:
Atualmente a paciente está há 41 meses do diagnóstico e
radioterapia e há 31 meses da última intervenção cirúrgica sem
sintomas da doença ou sinais de progressão. O que acompanha os
casos de Astroblastoma de Alto-grau descritos na literatura.
174
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CIÊNCIA ABERTA: CADERNO DE PESQUISA CLÍNICA ABERTO DE NEUROONCOLOGIA
a
b
Francisco Hélder Cavalcante Félix , Juvenia Bezerra Fontenele ,
a
b
Orlandira Santos Leite , Paula Maria Pereira Freire , Marina Mendes
b
b
Araujo , Kelly Kaliana Dos Santos .
a HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN, Ceará, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, Ceará, Brasil
Introdução: Um dos maiores desafios atuais da pesquisa clínica é a
divulgação de todas as informações colhidas da forma mais
transparente possível. Dados recentes sugerem que a maior parte dos
ensaios clínicos iniciados em todo o mundo não divulgam resultados
finais ou o fazem parcialmente. Uma série de razões concorrem para
esta situação, incluindo conflitos de interesses dos financiadores e dos
pesquisadores, pressão para publicação, etc. O conceito de ciência
aberta refere-se a um modelo de prática científica baseado na cultura
digital e na rede mundial de computadores, com o objetivo de tornar
as informações obtidas com a pesquisa científica disponíveis de forma
ilimitada. Fazem parte deste conceito a publicação de acesso aberto,
adotada em larga escala pelo agregador e plataforma de publicação
brasileira Scielo, a prática de pré-publicações, adotada há décadas
pelas ciências exatas e somente agora ganhando corpo nas ciências
biológicas e, também, a comunicação transparente de resultados de
pesquisa, como no modelo de “caderno de pesquisa aberto”, uma
forma de apresentar em tempo real dados de pesquisa enquanto os
mesmos vão sendo coletados. Objetivo: Para implementar uma
iniciativa de ciência aberta, nosso grupo de pesquisa criou um
“caderno de pesquisa clínica aberto”. Metodologia: Disponibilizamos
o conteúdo textual produzido pelo grupo (manual de rotinas do
serviço) e informações de um banco de dados de crianças e
adolescentes com tumores cerebrais numa página da Internet. Os
dados do banco foram desidentificados para proteger a
confidencialidade dos pacientes, através da retirada de identificadores
primários (nome, data de nascimento, etc) e secundários (endereço,
data de entrada no estudo, etc). Cuidados foram tomados para evitar
a re-identificação dos pacientes através do cruzamento de dados, com
a simulação de cenários. Uma página estática da web foi criada com a
ajuda de programas de acesso livre (Node.js e Hexo) e hospedado
num servidor público, usado por grupos de pesquisa acadêmica de
todo o mundo (Gitlab.com). As informações podem ser acessadas e
baixadas na forma de arquivos de texto livremente. Conclusões:
Conseguimos implementar com sucesso um caderno de pesquisa
clínica aberto, baseado na web. A ciência aberta pode levar a pesquisa
clínica a um novo patamar de transparência, o qual é cada vez mais
desejado pela comunidade nos nossos dias.
INTERVALO SINTOMÁTICO PRÉ-DIAGNÓSTICO DE TUMORES DO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL EM UM CENTRO PEDIÁTRICO DE
REFERÊNCIA ESTADUAL
a
b
b
Amanda Ibagy , Gabriela Baron , Ana Luiza De Lima Halllal , Ana
a
a
Paula Freund Ferreira Winneschhoffer , Imaruí Costa , Denise
a
a
Bousfield Da Silva , Tatiana El Jaick Costa , Juliana Schmitz
a
a
a
Dacoregio , Denise Lima , Mariana Cardoso De Lima , Daniel Faraco
a
a
a
Neto , Luciana Arena Silva , Mauricio Laerte Silva .
HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO, Santa Catarina, Brasil
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, Santa Catarina, Brasil
Introdução: Os tumores do SNC são heterogêneos no que se refere
à sua histologia, refletindo em uma evolução clínica variada. Saha et
al e Flores et al compararam o Intervalo Sintomático Pré-Diagnóstico
(ISPD) de vários tumores na infância, e observaram que os tumores
do SNC tiveram o intervalo mais longo, com um tempo médio de
13,3 semanas e 26 semanas, respectivamente. Objetivo: Identificar
o Intervalo Sintomático Pré-Diagnóstico dos tumores do Sistema
Nervoso Central em um centro pediátrico de referência estadual.
Metodologia: Estudo epidemiológico descritivo envolvendo 94
pacientes de até 15 anos incompletos com tumores primários do
Sistema Nervoso Central atendidos no Serviço de Oncohematologia
de um hospital pediátrico de referência no período de 2009 a 2014.
Foram analisadas características demográficas; sinais/sintomas ao
diagnóstico; data do início dos sinais/sintomas; data do diagnóstico;
tipo histológico; localização, grau e estadio do tumor; procedimento
cirúrgico realizado; e o status vital atual. Resultados: A mediana da
idade dos pacientes ao diagnóstico foi de 6,9 anos. Quanto à
localização tumoral, 55,32% eram infratentoriais, 42,55%
supratentoriais e 2,13% de cordão medular. Astrocitoma (37,23%) e
meduloblastoma (23,40%) foram os principais tipos histológicos
encontrados. Apresentavam doença localizada ao diagnóstico
82,98% dos pacientes e 55,32% eram de baixo grau. Os
sinais/sintomas mais encontrados foram náuseas e vômitos
(63,83%), cefaleia (61,70%), ataxia (27,66%) e alterações oculares
(22,34%). O Intervalo Sintomático Pré-Diagnóstico foi de 29 dias,
sendo que crianças ≤ 2 anos tiveram intervalo menor (p=0,0025).
Foram submetidos à ressecção parcial 39,36% dos pacientes, e
46,81% à ressecção total. Ao final do estudo, 71,59% dos pacientes
estavam vivos. Os astrocitomas (p=0,0029), os tumores de baixo
grau (p=0,0016) e os localizados ao diagnóstico (p=0,00033)
relacionaram-se a um melhor desfecho. Conclusões: O Intervalo
Sintomático Pré-Diagnóstico encontrado foi de 29 dias, sendo
menor em crianças ≤ 2 anos de idade.
175
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
O USO DO EVEROLIMO NO ASTROCITOMA SUBEPENDIMÁRIO DE
CÉLULAS GIGANTES EM PACIENTES COM ESCLEROSE TUBEROSA:
EXPERIÊNCIA DE UMA INSTITUIÇÃO
Bruna Natal Ferreira Dos Santos, Arissa Ikeda Suzuki, Fernanda
Ferreira Da Silva Lima, Sima Esther Ferman.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: O Astrocitoma Subependimário de Células Gigantes
(ASCG) é o tumor de sistema nervoso central mais comum nos
pacientes com Esclerose tuberosa (ET). Apesar do crescimento lento,
apresentam uma alta taxa de morbi-mortalidade devido ao risco
súbito de morte decorrente de hidrocefalia. A ressecção
neurocirúrgica tem sido a principal terapêutica desde que a
quimioterapia e a radioterapia se mostraram ineficazes. Estudos
recentes vêm demostrando que o uso de everolimo tem sido eficaz e
seguro no tratamento do ASCG.Objetivo: Descrever a resposta ao uso
do everolimo em pacientes com ASCG associada a ET.Métodos:
Estudo retrospectivo com análise dos pacientes (pts) matriculados no
período dez/12 a set/16 em um Serviço de Oncologia Pediátrica, com
diagnóstico ASCG associado à ET com critérios para o uso de
Everolimo. Resultados: Foram analisados 5 pts, sendo a idade
mediana ao diagnóstico de ASCG de 11 anos(8-12 anos). Três pts do
sexo feminino e dois do masculino. A dose diária mediana do
everolimo foi de 5,5mg (v: 2,5-9,8mg), o tempo de exposição de 154,5
semanas (v: 76,7-183,7sem) e o nível sérico de 5,7ng/ml (v: 4,88ng/ml). De acordo com a resposta radiológica baseada na RNM de
crânio, 3/5pts apresentaram doença estável, 1pt discreta diminuição
da lesão, 1pt apresentou surgimento de nova lesão e 1pt interrompeu
tratamento com aumento do tumor, sendo que após reintrodução do
tratamento, houve diminuição e posterior estabilização do tamanho.
A análise dos sintomas clínicos demonstrou: 4/5pts apresentaram
melhora cognitiva, 3/5pts melhora no comportamento social, 2/5pts
redução da agressividade, 3/5pts controle das crises convulsivas, 1pt
apresentou piora dos sintomas ao parar o tratamento e melhora após
retorno da medicação e 1pt não apresentou melhora. Em relação à
toxicidade medicamentosa, 3/5pts apresentaram estomatite aftosa,
2/5pts diarréia, 2/5pts hipercolesterolemia, 1pt vômitos, 1pt
hiporexia, sem relatos de eventos adversos graves. Todos os pacientes
utilizavam medicações anticonvulsivantes, sendo 3pts utilizaram mais
que 3 drogas e 2pts apenas uma. Conclusão: O uso do Everolimo
nestes pts foi associado a boa tolerância medicamentosa, significativa
melhora clínica, porém pouca correlação com a resposta radiológica
tumoral. É necessário um maior número de pts e maior tempo de
acompanhamento para definir fatores que podem determinar a
resposta ao uso do everolimo.
RESULTADOS PRELIMINARES DO CONSORTIUM DE TUMOR DE
CÉLULAS GERMINATIVAS DE SISTEMA NERVOSO CENTRAL
a
b
a
Andrea Maria Capellano , Bruna Mançano , Daniela Barbosa , Sérgio
a
a
a
Cavalheiro , Patrícia Dastoli , Frederico A Silva , Simone Do Santos
c
d
a
Aguiar , Elvis Terci Valera , Nasjla Saba Da Silva .
a GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
b HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil.
c CENTRO INFANTIL BOLDRINI, São Paulo, Brasil.
d FMRP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Tumores de células germinativas de Sistema nervosa
central (TCGSNC) correspondem a 2-3% dos tumores de SNC na
criança/adolescência no hemisfério ocidental, sendo classificado de
acordo com seus componentes histológicos como germinomatosos
(TCGG) e não germinomatosos (TCGNG). Objetivos: Avaliar os
resultados preliminares do protocolo de estudo para TCGSNC
desenvolvido através de um consortium entre instituições
brasileiras. Materiais/Métodos: Desde outubro de 2012, 20
pacientes com diagnóstico histológico e/ou marcadores tumorais
(MT) compatíveis com TCGG +/- βHCG <200 mIU/ml (N=17) e
TCGNG
(N=3),
receberam
4-6
ciclos
de
carboplatina/etoposide/ciclofosfamida,
seguido
de
18Gy
radioterapia ventricular (RTV) e boost em local (is) primário (s). A
intensificação do tratamento com transplante autólogo de medula
óssea (TAMO) foi preconizada no grupo de pacientes com TCGNG
considerados maus respondedores a quimioterapia inicial.
Resultados: Com média de idade de 13 anos, quinze pacientes eram
do sexo masculino. O diagnóstico foi realizado através de MT (N=3),
cirurgia (N=12) e ambos (N=5). O local primário do tumor foi em
pineal (N=9), suprasselar (N=5) e bifocal (N=6), 5 pacientes com
disseminação periventricular/ intramedular ao diagnóstico. Cirurgia
de second-look ocorreu em 3 casos. Para o grupo de TCGG, 13
pacientes apresentaram resposta completa (RC) após 4 ciclos de
carboplatina/etoposide. Os 3 pacientes com TCGNG obtiveram
resposta parcial após 4 ciclos, 2 com MT negativos. O terceiro com
MT positivo foi submetido à TAMO. Radioterapia foi realizada
segundo descrição do protocolo com exceção de 2 casos. Nenhuma
recidiva tumoral ocorreu até o momento. Um paciente evoluiu a
óbito após o término do tratamento sem doença por complicações
neuroendocrinológicas. A principal toxicidade observada foi
hematológica, com trombocitopenia e neutropenia G3/4. No grupo
TCGNG observou-se toxicidade hematológica com ciclofosfamida em
todos os ciclos e para os 2 grupos em pelo menos 1 ciclo com
carboplatina. Com uma mediana de seguimento de 23,7 meses a
sobrevida livre de eventos e global para todo o grupo foi de 93%.
Conclusão: A redução de dose da RTV de 24Gy para 18Gy parece ser
efetiva. No entanto, um maior seguimento se faz necessário para
avaliar melhor a eficácia deste tratamento, incluindo a estratégia do
mau respondedor com TAMO.
176
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ROTINAS DE TRATAMENTO CLÍNICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL – AVALIAÇÃO PARA
UM BENCHMARK
a
b
Francisco Hélder Cavalcante Félix , Juvenia Bezerra Fontenele ,
a
b
Orlandira Santos Leite , Kelly Kaliana Dos Santos , Paula Maria Pereira
b
b
Freire , Marina Mendes Araujo .
a HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN, Ceará, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, Ceará, Brasil
Introdução: Os tumores do sistema nervoso central (SNC)
representam a segunda forma de câncer mais comum em crianças e
adolescentes e a principal neoplasia sólida na infância. O tratamento
destas patologias envolve cirurgia, radioterapia e quimioterapia
antineoplásica. Os esquemas de tratamento farmacológico de
tumores do sistema nervoso central baseiam-se em estudos clínicos
empreendidos por grupos cooperativos multinacionais e nacionais de
todo o mundo. Estes esquemas incluem múltiplos fármacos
quimioterápicos antineoplásicos utilizados para evitar a recidiva de
tumores após o tratamento cirúrgico, reduzir o volume de tumores
residuais após ressecção parcial ou evitar a progressão de lesões
inoperáveis. Objetivo: É essencial conhecer o padrão de tratamento
utilizado e a evidência científica na qual esta prática clínica se baseia a
fim de avaliar a adequação da terapia ofertada. Metodologia:
Avaliamos todos os protocolos de tratamento utilizados no nosso
serviço hospitalar, um serviço terciário que constitui a única referencia
para o cuidado de crianças e adolescentes com tumores do SNC em
nosso estado, através de revisão de prontuários. O período avaliado
foram os últimos 16 anos. RESULTADOS: Os protocolos de tratamento
clínico usados para tratar crianças e adolescentes com tumores do
SNC na última década e meia em nosso serviço foram: COG-A9952
(107 pacientes), SOBOPE 1998 (52), HIT-GBM-C ou D (22), SOBOPE
1993 (21), ACNS-0126 ou DUMC-1703 (16), SIOP CNS GCT I ou II (14),
CCG-9961 (10), CCG-9921 (6), COG-A99701 (6), outros (5). O total de
pacientes tratados com quimioterapia antineoplásica citotóxica
sistêmica foi de 262. Destes, 105 (40%) estão vivos. Conclusões: Com
os resultados desta pesquisa, montamos um manual de rotinas de
tratamento clínico dos pacientes pediátricos com tumores do SNC,
incluindo nele monografias de referência das principais drogas
antineoplásicas utilizadas. Este manual servirá de subsídio para
realizar uma avaliação de benchmark do tratamento ofertado para
este perfil de pacientes em nossa instituição, bem como planejar sua
otimização e atualização. O manual será disponibilizado publicamente.
SÍNDROME DE CUSHING INFANTIL SECUNDÁRIA À ADENOMA
HIPOFISÁRIO
a
b
Luiza Alves De Sousa , Rafaela Mendes Gonçalves , João Carlos
c
a
Geber Júnior , Carlos Eduardo Alves Garcia , Camila Fernandes
d
a
a
Álvares Da Silva , Thaís Ferreira Souza , Arthur Youssif Mota Arabi ,
d
Acimar Gonçalves Cunha Jr .
a UNIVERSIDADE DE BRASILIA – UNB, Distrito Federal, Brasil
b CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA UNICEUB, Distrito Federal,
Brasil
c ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ESCS, Distrito Federal,
Brasil
d UNIVERSIDADE CATOLICA DE BRASILIA – UCB, Distrito Federal,
Brasil
Introdução: A síndrome de Cushing (SC) é uma condição decorrente
de uma hipercortisolemia prolongada. Sua etiologia tem causas
exógenas (uso prolongado de glicocorticóides) e endógenas, sendo
estas divididas em ACTH-dependentes (84%) e ACTH-independentes
(16%). A SC provoca complicações sérias, como obesidade
centrípeta associada a atrofia da musculatura apendicular, Diabetes
e Hipertensão Arterial Sistêmica. O termo doença de Cushing (DC) é
designado para a SC que tem como causa um tumor hipofisário
produtor de ACTH. Os tumores, na maior parte dos casos, são
microadenomas (< 1cm). Os macroadenomas, carcinomas e
hiperplasia corticotrófica são mais raros. Objetivo O objetivo deste
trabalho é descrever um caso de DC, cuja incidência em crianças é
baixa. Metodologia História clínica, consulta de arquivo médico do
paciente e revisão bibliográfica. Resultados e Conclusão K.E.F.S., 10
anos, sexo masculino, Nascido de parto cesáreo, a termo.
Crescimento abaixo do percentil 3, além de axilarca e pubarca aos 4
anos de idade. Também nessa idade, a mãe relata um ganho
ponderal progressivo, associado a cefaleia, insônia, polaciúria,
noctúria, acnes, acantose nigricans e estrias. O exame físico
constatou peso de 54,10 Kg; altura de 123,2 cm e IMC de 35,75
kg/m2. A classificação de Tanner foi G1P3, com bolsa escrotal
hiperpigmentada, comprimento peniano de +/- 5 cm. Apresentava
lipomastia (Tanner IV) e ginecomastia. Exames complementares
mostraram cortisol basal de 30,12 mcg/dL, cortisol pósdexametasona 1mg de 10,99 mcg/dL; cortisol urinário (24h) de
683,54 ug e ACTH basal: 37,8 pg/mL. Concluiu-se que se tratava de
paciente com Doença de Cushing, havendo, assim, uma
hipercortisolemia de causa central, associada a existência de um
adenoma hipofisário. Em agosto de 2016, realizou cirurgia de
exérese do tumor, evoluindo com quadro de depressão e iniciada
hidrocortisona. A SC em jovens é uma condição rara, por vezes
confundida com obesidade. Um fator diferencial é a dificuldade de
crescimento associada a hipercortisolemia, o que não é encontrado
na obesidade. A condição de baixa estatura, aumento de peso e
fatigabilidade muitas vezes levam essas crianças a terem problemas
em sua inclusão social. O diagnóstico precoce desta síndrome é
importante para evitar sequelas, de qualquer natureza. O
diagnóstico de DC, usualmente indica a retirada da hipófise, ou
parte dela. É importante atenção especial com quadros depressivos,
que surgem com razoável frequência no pós-cirúrgico.
177
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
SÍNDROME DE TURCOT E MEDULOBLASTOMA: RELATO DE 3 CASOS
Gabriela Oigman Bellas, Nathalia Grigorosvki, Clarissa Mattosinho,
Leila Leontina, Anna Claudia Evangelista, Sima Esther Ferman.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, Rio de janeiro, Brasil
Introdução: A Síndrome de Turcot é uma síndrome de predisposição
ao câncer hereditário e caracteriza-se clinicamente pela associação de
tumor de sistema nervoso central (meduloblastoma ou glioblastoma
multiforme) e polipose adenomatosa familiar (FAP). A FAP é uma
condição hereditária em que praticamente 100% dos portadores
desenvolve câncer de cólon se não forem submetidos à colectomia
profilática. Em crianças há um risco aumentado de desenvolver
hepatoblastoma e, em adolescentes e adultos, o risco de desenvolver
carcinomas, tumores desmóides e tumores cerebrais. Objetivo:
Descrever 3 casos de pacientes com Síndrome de Turcot
diagnosticados e tratados em um centro de referência no tratamento
oncológico. Metodologia: Revisão de prontuários. Resultados: Dos126
meduloblastomas diagnosticados em pacientes pediátricos entre
1997-2015, três pacientes (2,5%) apresentaram a Síndrome de Turcot.
Paciente A diagnosticada em 2000 com meduloblastoma, tratada com
cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Aos 16 anos diagnosticada com
polipose intestinal e submetida à colectomia. Hipertrofia de epitélio
pigmentar da retina na fundoscopia. História familiar: pai falecido com
câncer gástrico. Realiza colonoscopias anuais. Está em controle do
tumor cerebral há 13 anos. Paciente B diagnosticado com
meduloblastoma em 2001, tratado com cirurgia, radioterapia e
quimioterapia. Colonoscopia mostrando adenomas tubulares e
pólipos. História familiar: pai, avô paterno e 4 tios paternos com
polipose que evoluíram para adenocarcinoma de colón. Prima de
primeiro grau tratada neste hospital, diagnosticada com
hepatoblastoma e tumor desmóide, além da polipose intestinal,
submetida a colectomia total. Atualmente no 14º ano de controle.
Paciente C diagnosticada em 2015 com meduloblastoma, operado e
tratado com radioterapia. Atualmente em quimioterapia. Apresenta
FAP, sendo acompanhada anualmente com colonoscopia e biópsias.
História familiar: mãe e tia materna com adenocarcinoma de colón. Os
pacientes estão em acompanhamento regular nos ambulatórios de
Seguimento a Longo Prazo, Oftalmologia e Aconselhamento Genético.
Até o momento, nenhum desenvolveu câncer de cólon. Conclusão:
Devido à forte associação entre Síndrome de Turcot e câncer de cólon,
é necessária a identificação da síndrome em pacientes com
meduloblastoma, para que seja feito acompanhamento rigoroso com
colonoscopias e biopsias. O rastreamento familiar é também de
fundamental importância para medidas preventivas.
TUMORES DE PLEXO COROIDE E SUA ASSOCIAÇÃO COM A
SÍNDROME DE LI-FRAUMENI: RELATO DE UMA INSTITUIÇÃO
Roberto Roecker, Andrea Maria Capellano, Nasjla Saba Da Silva,
Fernanda Teresa De Lima, Thamires Blois, Amanda Soares De
Medeiros Caminha, Daniela Barbosa.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Os tumores de plexo coroide (TPC) são neoplasias raras
do sistema nervoso central (SNC), derivadas do epitélio de
revestimento dos plexos coroides que ocorrem predominantemente
na primeira infância. São particularmente relevantes para entender
a biologia e importância da mutação do TP53 (gene supressor de
tumor) pela associação com a síndrome de Li-Fraumeni (SLF).
Objetivo: Descrever a avaliação clínica, oncogenética e evolução dos
pacientes portadores de TPC tratados em uma única instituição e
sua associação com SLF. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo
baseado na avaliação de prontuários de pacientes diagnosticados e
tratados por TPC observando a análise oncogenética consistente
com SLF por fenótipo e/ou genótipo dos pacientes e seus familiares.
Resultados: Dos 28 pacientes com diagnóstico de TPC tratados de
1992 a 2015, 8 (28,5%) apresentaram fenótipo e/ou genótipo
compatível com SLF. Com média de idade de 3 anos (6m-8,2a) ao
diagnóstico sendo 5 do sexo masculino, todos possuíam diagnóstico
de carcinoma de plexo coroide (CPC). Quatro dos 8 pacientes
apresentaram teste positivo para mutação germinativa do TP53,
confirmando SLF. Destes, 1 está em tratamento, 1 vivo com doença
(VD), 1 vivo sem doença (VSD) e 1 óbito (O). Três aguardam o teste,
2 em tratamento por tumor metacrônico e 1 VSD. O último paciente
tratado em 2004 por CPC metacrônico e história familiar compatível
com SLF evoluiu a óbito sem pesquisar a mutação TP53. Conclusão:
Crianças com TPC e em particular CPC parecem ter uma elevada
associação com mutações no gene TP53 e SLF. Neste contexto, fazse necessária a avaliação oncogenética deste grupo de pacientes e a
discussão quanto à necessidade da pesquisa da mutação nos recém
diagnosticados com TPC para um seguimento mais próximo e
detecção precoce de novos tumores.
178
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TUMORES HEPÁTICOS
UM BANCO DE DADOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL BASEADO NA WEB.
a
b
Francisco Hélder Cavalcante Félix , Juvenia Bezerra Fontenele ,
a
b
Orlandira Santos Leite , Kelly Kaliana Dos Santos , Marina Mendes
b
b
Araujo , Paula Maria Pereira Freire , ANA KAROLINA PLACIDO DE
b
Macedo .
a HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN, Ceará, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, Ceará, Brasil
Introdução: Os tumores do sistema nervoso central (SNC)
representam a segunda forma de câncer mais comum em crianças e a
principal neoplasia sólida na infância. Um projeto anterior construiu
um perfil epidemiológico dos pacientes submetidos a tratamento para
tumores do SNC em nosso centro, no período de janeiro de 2000 a
dezembro de 2013. Objetivo E Metodologia: Nesta segunda etapa do
projeto, a qualidade do registro foi avaliada através de um
questionário contendo 17 perguntas com respostas de múltipla
escolha, usando a plataforma online Google Forms. Este questionário
foi respondido via web pelas alunas de iniciação científica e pelos
professores do grupo autorizado a coletar dados dos prontuários de
pacientes. Suas perguntas avaliaram a qualidade do processo e do
instrumento de coleta de dados usado para alimentar o banco de
dados. Em seguida, avaliou-se também a qualidade do banco de dados
em si. Foram calculados os coeficientes kappa de Fiess e alpha de
Cronbach para o instrumento de avaliação criado. Resultados: O valor
dos coeficientes kappa de Fiess e alpha de Cronbach ficou entre 0,3 e
0,4 para ambos.
A acessibilidade do formulário web para coleta de
dados, a facilidade de uso, o treinamento para a utilização da
interface web e a qualidade das instruções foram avaliadas entre boas
e excelentes. A linguagem foi avaliada como clara, algo técnica,
precisando de pouca ajuda. Os avaliadores consideraram que os
objetivos da coleta de dados foram total ou quase
completamente cumpridos.
Os avaliadores referiram que as fontes
de dados (prontuários), tinham falhas, com dados parcialmente
presentes, porém com boa confiabilidade, consistência e validade dos
dados encontrados. A experiência de buscar uma informação
específica no banco de dados foi avaliada com uma dificuldade de
muito fácil a regular. Quanto à avaliação da completude de uma
informação específica buscada (data de início e final de tratamento
quimioterápico), entre 50-80% das respostas foram referidas como
completas.
Conclusões: Pode-se concluir que o instrumento de
coleta de dados foi avaliado como fácil de preencher, com instruções
claras e treinamento adequado. Sobre o banco de dados em si, as
respostas foram variáveis, mostrando que a facilidade de acesso e
recuperação de informações precisa ser trabalhada. Este é o primeiro
banco de dados de pacientes pediátricos com tumores cerebrais
tratados num único centro desta magnitude de que temos notícia.
CASO RARO DE ADOLESCENTE COM COLANGIOCARCINOMA
Ana Glenda Santarosa Vieira Erica Boldrini, Rodrigo Chaves Ribeiro,
Vilani Kremer, Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Rafael Balceiro,
Efrain Hernando Torres Pinto, Juliana Lanza Neves, Gisele Eiras
Martins, Miriam De Melo Melquíades, Roberta Zeppini Menezes Da
Silva, Nadia Secchieri Rocha, Bruna Mançano, Luiz Fernando Lopes.
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
Introdução: O colangiocarcinoma também referido como tumor de
Klatsky é um dos tumores sólidos mais raros na adolescência. A
maioria dos pacientes tem doença avançada no momento do
diagnóstico apresenta recaída apesar do tratamento cirúrgico,
assim não sendo tratada têm uma sobrevida mediana de 6 meses.
Ainda não foi estabelecido um esquema quimioterápico padrão para
pacientes com câncer do trato biliar. Entretanto, sabe-se que são
sensíveis à quimioterapia. Objetivos do Estudo: Relatar um caso
raro de adolescente com doença hepática oncológica metastática.
Metodologia: Paciente do sexo feminino após um quadro de
intoxicação alimentar apresentou tumoração assintomática
hepatica. Realizou biópsia videolaparoscópica cujo resultado de
anátomopatológico foi colangiocarcinoma intrahepático. O tumor
acomete segmentos heapticos I, IV e VIII envolvendo veias veias
intrahepáticas, veia porta associado a dilatação das vias biliares
intrahepáticas (9,2X7,5X8,4 cm); múltiplos nódulos distribuídos por
todo parenquima heaptico, sugestivo de acomentimento secundário
da doença, linfonodomegalia abdominal e acometimento renal
bilateral. Após o diagnostico paciente evolui com epigrastralgia,
náuseas e vômitos pós alimentares associado a prurido difuso e
febre com instabilidade hemodinâmica. Realizado drenagem biliar
percutânea que permanence fechado e somente é aberto caso haja
necessidade. Ainda nos exames diagnósticos paciente apresenta
micronódulos pulmonares bilateralmente e linfonodomegalia
confluente em fossa supra clavicular esquerda. Como a doença foi
considerada irressecável, iniciou quimioterapia neoadjuvante com
cisplatina e gemcitabina. Já apresentou 2 quadros de colangite após
início da QT o que a atrasou e houve necessidade de troca dos
drenos percutâneos nos dois momentos infecciosos. Conclusão: O
tratamento do câncer do trato biliar é multidisciplinar. A
manutenção da drenagem biliar é fundamental em pacientes com
doença avançada, pois permite que não haja atrasos na
quimioterapia sistêmica além de evitar a colangite que
potencialmente ameaça a vida. O regime quimioterápico
neoadjuvante com Gemcitabina e Cisplatina para colangiocarcinoma
foi associado a um aumento significativo na sobrevida sem adição
de toxicidade. Cisplatina e gemcitabina é uma opção adequada para
o tratamento de pacientes com doença biliar avançada. A cisplatina
é conhecida por ter um efeito aditivo ou sinérgico em combinação
com gemcitabina em um número de diferentes tipos de tumores.
179
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
HEPATOBLASTOMA : ANÁLISE DE 23 CASOS DE UMA ÚNICA
INSTITUIÇÃO
Camila Da Silva Marques, Tatiana Tavares De Oliveira, Marina Pinto
Vilas Boas, Renato De Paula Guedes Oliveira, Luis Henrique Sakamoto,
Filipe Mota Bernei, Ethel Fernandes Gorender, Sidnei Epelman.
SERVIÇO DE ONCOLOGIA DO HOSPITAL SANTA MARCELINA/TUCCA,
São Paulo, Brasil
Introdução: O hepatoblastoma é o câncer hepático mais comum na
infância, equivalente a 1% das neoplasias malignas desta faixa etária,
com 2 picos de incidência: no período neonatal e no segundo ano de
vida, com maior prevalência em meninos. A hepatomegalia é o
principal achado ao exame clínico, e 20% dos pacientes apresentam
metástase ao diagnóstico. O tratamento deste tumor inclui
quimioterapia e cirurgia, e quanto menor o comprometimento
hepático (sistema PRETEXT) maiores as taxas de cura. Objetivos:
Descrever as características, tratamento e evolução de pacientes com
hepatoblastoma tratados em um único centro de oncologia pediátrica,
em um período de 15 anos. Material E Métodos: Estudo descritivo,
retrospectivo de 23 pacientes, classificados segundo o Protocolo
SIOPEL , sistema PRETEXT. Resultados: A idade dos 23 pacientes com
diagnóstico de hepatoblastoma variou de 6 meses a 17,3 anos,
mediana 1,9 anos; relação masculino/feminino 16 (70%)/7 (30%). A
média de tempo entre os primeiros sinais e sintomas e o diagnóstico
foi de 2,7 meses. Pelo sistema PRETEXT os paciente se dividiram em
Grupo II: 2 (9%), Grupo III: 9 (39%), Grupo IV: 11 (48%) e um paciente
não foi estadiado. A classificação de risco mostrou 5 (22%) baixo risco
e 18 (78%) alto risco. Ao diagnóstico 6 (26%) pacientes apresentavam
metástases, 5 em pulmão e 1 derrame pleural. Todos pacientes
receberam quimioterapia neoadjuvante e foram submetidos a
cirurgia para ressecção tumoral ou transplante hepático. O intervalo
entre o início da quimioterapia e a cirurgia variou de 27 a 351 dias,
mediana 101 dias. Atualmente, 11 (48%) paciente encontram-se fora
de terapia, 3 estão em tratamento e 7 (30%) evoluíram à óbito , sendo
6 por progressão de doença. A sobrevida livre de eventos (SLE) foi de
54% e a sobrevida global (SG) em 5 anos foi 57%. Conclusões: Esta
amostra apresenta dados como idade e gênero concordantes com a
literatura. O estadiamento mais avançado ao diagnóstico e atraso no
tempo cirúrgico são fatores que impactaram negativamente no
prognóstico destes pacientes.
RABDOMIOSSARCOMA DO TRATO BILIAR: RELATO DE CASO
Carolina Antunes De Siqueira Santana, Eliana Maria Monteiro Caran,
Vivian Siqueira Tostes, Natalia Maria Tavares Ferreira Borges, Camila
Maida De Pontes.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O rabdomiossarcoma de vias biliares é um tumor
maligno pouco frequente em pediatria, correspondendo a 1% dos
casos de câncer em crianças entre 0 a 14 anos. É uma rara causa de
obstrução do trato biliar, e por se apresentar com icterícia
intermitente, febre, anorexia, pode simular o quadro de cisto de
colédoco. Por este motivo, esses diagnósticos diferenciais devem ser
considerados. Objetivo o objetivo deste estudo é, mediante o
relato de caso, alertar pediatras, oncologistas pediátricas para o
diagnóstico do rabdomiossarcoma de vias biliares. Metodologia:
paciente, masculino, 6 anos, refere dor abdominal e icterícia há um
ano da entrada no serviço. Ao procurar atendimento médico, fora
incialmente conduzido como hepatite. Após um mês, evoluiu com
piora do quadro, com acolia fecal, prurido, colúria e febre. Realizado
ultrassom abdominal que se encontrava normal, além de
colangioressonância magnética, esta com dilatação difusa de vias
biliares intra-hepáticas, colédoco e vesícula biliar, além de imagem
ovalada com discreto hipersinal contendo ducto biliar hepático
comum. Realizada biópsia hepática, com hepatopatia crônica com
fibrose portal e intensa proliferação de ductos biliares, compatível
com fibrose hepática congênita. Paciente medicado com Ursacol
seguindo em acompanhamento. Posteriormente, fora realizado
outra colangioressonância, que mesmo com o uso de ursacol,
encontrou-se inalterada. Sendo assim, paciente foi encaminhado
para transplante hepático. Diante de dilatação de vias biliares, intra
e extra-hepáticas, levantou-se a hipótese de cisto de colédoco e a
criança foi encaminhada para cirurgia. Laparotomia exploradora
teve achado incidental de tumoração de 10 cm, englobando hilo
hepático sem plano de clivagem, sem sinais de obstrução. Realizada
biópsia do tumor e tecido hepático: rabdomiossarcoma. Criança foi
encaminhada para a oncologia pediátrica, para quimioterapia ( VAC
alternando com ifosfamida e etoposide) e radioterapia. Tolerou bem
o tratamento sem intercorrências significativas. Conclusão: este
caso ilustra que, embora raro, o rabdomiossarcoma de vias biliares
deve sempre ser considerado como diagnóstico diferencial em
crianças com quadro ictérico obstrutitvo.
180
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TUMORES ÓSSEOS
RELATO DE CASO DE CASO DE HEPATOBLASTOMA EM CRIANÇA
SINDRÔMICA COM DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG
ABLAÇÃO POR RADIOFREQUÊNCIA EM METÁSTASES PULMONARES
DE OSTEOSSARCOMA – RELATO DE CASO
Cyntia Cristina Lobo Baetaa, Ana Luiza Ataide Carneiro De Paula
a
b
Gonzaga , Vanessa Carvalho Lima .
Natalia Maria Tavares Ferreira Borges, Isabella Aparecida De Araujo,
Alcania Pereira Dos Reis, Carla Renata Pacheco Donato Macedo,
Antonio Sérgio Petrilli, Vivian Siqueira Tostes, Henrique Manoel
Lederman, Renato De Oliveira, Anderson De Oliveira.
a COBRALC, Brasil
b HOSPITAL DA BALEIA, Minas Gerais, Brasil
Introdução: Doença de Hirschsprung (DH) ocorre em cerca de 1 em
cada 500.000 nascidos vivos e caracteriza-se por ausência dos
neurônios intramurais dos plexos nervosos parassimpáticos (Meissner
e Auerbach), afetando porções do intestino grosso. Um fato intrigante
relativo à DH é sua alta associação com outras anomalias congênitas
que chegam a estar presentes em 28% ou mais dos casos. Além disso,
estudos relatam associação entre DH e o proto-oncogene RET. O
hepatoblastoma é um tumor raro que acomete em geral crianças
menores de 5 anos de idade, com predomínio em homens e
prevalência de 0,54 por 100.000 indivíduos. Trata-se de um relato de
paciente colostomizada, em procedimento de reconstrução de
trânsito intestinal, evidenciado massa hepática sugestiva de
hepatoblastoma, confirmada pela anatomia patológica e
imunohistoqúimica, com componente fetal puro. Objetivos: Justificase o relato de caso pelo fato da associação entre hepatoblastoma e
DH ser rara sendo encontrado apenas um trabalho de relato parecido
em toda literatura. Metodologia: Revisão de prontuário de paciente
acompanhado em hospital da rede pública e pesquisa bibliográfica na
base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde. Resultados E
Conclusão: Paciente 5 anos, feminino, com fáscies sindrômica, atraso
de fala e anoníquia ungueais, diagnosticada logo ao nascimento com
laringotraqueomalácia e portadora de megacólon congênito,
colostomizada em 2015; sem diagnóstico definido, em investigação de
síndrome por equipe de genética. Admitida em CTI pediátrico em
01/06/16 após tentativa de reconstrução do trânsito intestinal,
quando foi observada massa hepática. Resultado de biópsia
evidenciou hepatoblastoma de componente fetal puro, desde então
em acompanhamento com oncologia pediátrica, mas até então sem
condições clínicas para abordagem terapêutica devido às várias
intercorrências. Com piora clínica, aumento de volume abdominal e
progressão tumoral, optado pela transferência ao CTI para início de
quimioterapia (QT), segundo protocolo Siopel 4. Retorna à enfermaria
estável e aguarda novos ciclos de QT. Realizada coleta de exames com
paciente e pais para pesquisa de síndromes genéticas, ainda sem
resultados. A DH pode estar associada a síndromes com predisposição
ao câncer, da mesma forma que o hepatoblastoma correlaciona a
síndromes congênitas malformativas. No entanto, a associação não
apresenta base bibliográfica, o que poderia melhorar a forma de
abordagem desses pacientes.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Osteossarcoma (OS) é o tumor ósseo mais comum em
crianças e adolescentes, 20-25 % tem metástase pulmonar ao
diagnóstico. De 80 a 90% das recaídas são lesões pulmonares.
Dentre as opções de tratamento para as metástases pulmonares
estão a quimioterapia endovenosa, a ressecção cirúrgica e mais
recentemente a ablação por radiofrequência. A ablação por
radiofrequência (RFA) é uma técnica de destruição de tecido usando
calor, desenvolvida na década de 90 que mostrou-se eficiente em
tumores hepáticos. Indicações foram estendidas com êxito para
lesões extra-hepaticas. A maior experiência está no tratamento de
lesões por câncer de pulmão em adultos, no entanto, resultados
estão se mostransdo promissoes no tratamento de lesões ósseas
benignas como osteoma osteide, controle da dor óssea por
metastase e em caso refratário de metastases pulmonares por
OS.Objetivo: relatar RFA como opção terapêutica para o
tratamento de metástases pulmonares no OS. Caso: Sexo masculino,
21anos, diagnosticado em 2009 com OS de fêmur direito e
metástase pulmonar. Realizou o Protocolo GLATO 2006 (01/200906/2009) com cirurgia conservadora em 06/2009 (HUVUS III). Em
10/2009 foi submetido à toracotomia bilateral com presença de
nódulos viáveis. Após dois anos apresentou nova recidiva pulmonar
à direita sendo realizado uma lobectomia inferior direita. Em
10/2012 evoluiu com lesão em perna, clavícula esquerda e parede
torácica que foram ressecadas e cujo anatomopatológico lesões
viáveis de OS. Iniciado protocolo alternativo (ifosfamida, etoposide e
metotrexato). Em 04/2013 foi submetido a nova toracotomia ,
costectomia direita do 9º costela. Em 12/2014 apresentou nova
recidiva pulmonar à direita e, pelo elevado risco cirúrgico (como
pneumotórax, sangramento e óbito intra-operatório), foi optado por
radioablação da lesão, realizado total de duas sessões com eletrodo
tipo Cool Tip RF; a primeira com 2 ciclos de 12 minutos cada, com
temperatura máxima de 44ºC e a segunda com 2 ciclos de 12
minutos cada com temperatura máxima de 63ºC. Paciente
apresentou boa evolução clínica e regressão das lesões
radiologicamente. Conclusão: RFA pode fornecer uma alternativa
de tratamento minimamente invasivo, segura e eficaz para controlar
metástases de OS. As vantagens dessa técnica podem ser repetidas
no caso de recorrência de novas lesões; não tem limite de idade; os
pacientes geralmente evoluem com curta hospitalização e menos
complicações graves, tais como pneumotórax e fístulas.
181
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
METASTASE BUCAL DE OSTEOSARCOMA - RELATO DE UMA LESÃO
RARA
a
b
Guilherme Chwartzmann , Manoela Domingues Martins Alejandro
a
c
c
Mauricio Arancibia , Lauro José Gregianin , Jiseh Fagundes Loss ,
a
Marina Curra .
a INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL, Rio Grande do Sul, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS, Rio
Grande do Sul, Brasil
c HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: Osteossarcoma é um tumor maligno mesenquimal
incomum, respondendo por aproximadamente 20% dos sarcomas.
Quando afeta a cavidade bucal é ainda mais raro, compreendendo
apenas cerca de 4% dos osteossarcomas. Relato de Caso: Este estudo
descreve o caso de um paciente do gênero masculino, 19 anos de
idade que foi encaminhado com queixa de lesão dolorosa em boca
com período de evolução de 12 dias. Na história médica pregressa o
paciente relatou estar realizando tratamento para osteossarcoma há
18 meses. Ao exame físico intra bucal foi observada lesão nodular
vegetante, com superfície ulcerada nas regiões de rebordo alveolar
inferior e mucosa jugal.As hipóteses de metástase e de neoplasia
maligna de origem mesenquimal foram formuladas e procedeu-se
biópsia incisional. O diagnóstico histopatológico revelou uma lesão
maligna indiferenciada com osteoblastos atípicos e matriz osteóide
em padrão irregular. O diagnóstico final foi de metastase de
osteossarcoma. O paciente segue em acompanhamento com o
oncologista pediátrico.
OSTEOSSARCOMA EM COLUNA CERVICAL - RELATO DE CASO
Ana Maria Marinho Da Silva, Taiane Sirasi Fonseca, Luciana
Nascimento Costa, Luciana Nunes Silva.
HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil
Introdução: Osteossarcomas são tumores incomuns, no entanto,
são os principais responsáveis por neoplasia óssea primária em
crianças e adolescentes, sendo seu pico de incidência entre 13 e 16
anos e mais comuns entre meninos que entre meninas. Essa
neoplasia é pouco encontrada em cabeça e pescoço, incluindo
região de coluna cervical. Entre as neoplasias dessa região, o
osteossarcoma corresponde apenas a 1% e o osso mais acometido é
a mandíbula. Objetivo Relatar o caso de um osteossarcoma de
localização incomum. Métodos As informações foram obtidas a
partir da revisão do prontuário do paciente, entrevista com o
responsável legal, exame do paciente e registro fotográfico dos
métodos diagnósticos os quais o paciente foi submetido. Relato de
caso Paciente do sexo masculino, 7 anos, com história de que há
erca de 30 dias, passou a evoluir com perda de força em membros,
que impedia a deambulação. Foi realizada ressonância magnética de
coluna cervical: lesão lítica destrutiva do corpo vertebral de C7, se
estendendo ao arco posterior, associada a massa de tecido mole
que reduz canal medular neste nível. A referida massa exibe
intensidade de sinal intermediário em todas as sequências avaliadas
e realça significativamente pelo contraste. Medula cervical
comprimida pela formação expansiva descrita, com intensidade de
sinal normal. A criança foi encaminhada para serviço de oncologia
pediátrica. Realizou biopsia da lesão que diagnósticou um
osteossarcoma convencional, sem sinais de disseminação ao
estadiamento. Iniciou o protocolo brasileiro para tratamento de
osteossarcoma com ótima resposta clinica. Força e movimentação
foram reestabelecidas nos quatro membros. Realizou cirurgia com
retirada parcial e artrodese. Aguardando inicio da radioterapia
Discussão O paciente apresentado ilustrou um caso de
osteossarcoma em localização incomum. Esta apresentação rara, via
de regra tem um pior prognóstico, principalmente pela dificuldade
do controle local, levando inclusive a discussão da controversa da
indicação da radioterapia. Conclusão A localização rara desta
neoplasia requer um olhar cuidadoso para que o diagnóstico possa
ser feito precocemente, e que possamos oferecer a esses pacientes
a melhor forma terapêutica, principalmente no que se refere ao
controle local da doença.
182
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TUMORES RAROS
SARCOMA DE EWING COM METÁSTASE EM SNC: ANÁLISE DE CASOS E
REVISÃO DE LITERATURA
ANÁLISE DE TUMORES DO CÓRTEX ADRENAL EM HOSPITAL
REFERÊNCIA EM CÂNCER
Ana Kariny De Oliveira Araujo Abreu, Vanessa Carvalho Lima.
Emanuelle Bianchi Da Silva , Carmem Mendonça Fiori , Aline Carla
b
Rosa .
HOSPITAL DA BALEIA, Minas Gerais, Brasil
Introdução: O sarcoma de Ewing é uma neoplasia óssea bastante
agressiva e representa aproximadamente 1,2% de todas as neoplasias
em pacientes com idade até 18 anos. O tumor afeta, sobretudo,
pacientes na segunda década de vida, podendo afetar qualquer osso
do corpo, particularmente a região diafisária dos ossos longos.
Aproximadamente 20-30% dos casos apresentam metástases
detectáveis ao diagnóstico (Pulmão, osso e medula óssea). O
acometimento do SNC ocorre em 3% dos pacientes. Geralmente
inicia-se com sintomas difusos e inespecíficos. O diagnóstico é por
vezes difícil e baseia-se no exame clínico geral e no aspecto
radiográfico, que quando sugestivos, é realizada a biópsia da lesão.
Uma vez confirmado o diagnóstico, é necessário iniciar imediatamente
o tratamento, que consiste em quimioterapia sistêmica combinada
com cirurgia e/ou radioterapia. A taxa de sobrevida de cinco anos para
os pacientes não metastáticos é de aproximadamente 70-75% e para
pacientes metastáticos é cerca de 15-25% , exceto em metástase de
SNC onde a SLE média é em torno de 2,7 meses. Objetivos: Relatar
casos de sarcoma de Ewing com padrão de metastização pouco
frequente, em um hospital do SUS, e comparar com os resultados
encontrados na literatura de referência. Metodologia: Foi realizado
um estudo longitudinal prospectivo dos pacientes pediátricos
portadores de sarcoma de Ewing com metástase SNC, no período de
março/2015 a março/2016. Resultados: Os resultados obtidos vão ao
encontro dos referidos na literatura.Foram analisados prontuários de
3 pacientes com diagnóstico de Sarcoma de Ewing com metástase de
SNC. Observou-se predominância pelo sexo masculino (100%) e idades
mais jovens (média 15 anos). Durante o período de estudo, os 3
pacientes evoluíram para óbito ( sobrevida total média de 4,6
meses e sobrevida após metástase SNC média de 1,0 mês).
Conclusões: Apesar de o estudo ter abrangido um numero limitado de
pacientes, concluiu-se que os resultados obtidos neste estudo,
assemelham-se aos referidos na literatura de referência.
a
a,B
a UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ,
Paraná, Brasil
b UOPECCAN - HOSPITAL DO CÂNCER DE CASCAVEL, Paraná, Brasil
Introdução: O Tumor do Córtex Adrenal (TCA) é uma neoplasia rara
com prevalência em torno de 0,5 casos/1.000.000. No Sul e Sudeste
do Brasil, principalmente no Paraná e São Paulo, a incidência está
aumentada de 10 a 15 vezes quando comparada com a incidência
mundial. O diagnóstico é feito com manifestações clínicas
(basicamente sinais de virilização, síndrome de Cushing e
hipertensão mineralocorticóide), exames de imagem e dosagens
hormonais. Ressecção completa do tumor por laparotomia
transperitonial sem ruptura da cápsula tumoral é a melhor
terapêutica na criança. Objetivo: analisar oito casos de crianças com
TCA atendidas em uma única instituição. Metodologia: estudo
retrospectivo realizado mediante análise de prontuários médicos de
pacientes pediátricos atendidos em hospital do câncer no período
de 2007 a 2015. Resultados: Foram analisados 8 casos. 62,5% dos
pacientes eram do sexo feminino. A mediana de idade ao
diagnóstico foi 24,3 meses. Em 6 casos (75%) a glândula suprarrenal
direita foi acometida. Todos os tumores eram funcionantes. O
tamanho dos tumores variou de 2,3 a 14 centímetros e o peso de
3,8 a 1,320 gramas. Dois casos (12,5%) apresentaram extensão para
veia cava inferior com metástase pulmonar ao diagnóstico. Em 3
(37,5%) casos havia comprometimento linfonodal. As manifestações
clínicas foram hipertrofia de clitóris/pênis (62,5%), massa abdominal
palpável (62,5%), hipertricose (50%), sinais de Síndrome de Cushing
(25%), dor abdominal (25%), acnes (25%), engrossamento da voz
(12,5%) e aumento de massa muscular (12,5%). 50% dos pacientes
eram estadio clínico I, 12,5% estadio clínico II, 12,5% estadio clínico
III e 25% estadio clínico IV. Todos foram submetidos à ressecção
cirúrgica associada ou não à quimioterapia. Dois pacientes que
apresentavam metástase pulmonar ao diagnóstico evoluíram para
óbito, cinco permanecem em remissão clínica e um continua em
tratamento quimioterápico. Conclusão: a maioria de nossos
pacientes eram do sexo feminino, desenvolveram o tumor antes dos
5 anos de idade e apresentavam manifestações clínicas decorrentes
do excesso de produção hormonal. O prognóstico do TCA ainda é
pobre. A cirurgia ainda é a melhor alternativa terapêutica neste
tumor e a quimioterapia é reservada para casos de recidiva ou
metástase. Maior atenção deve ser dada para as manifestações
clínicas desse tumor, a fim de proceder a investigação o mais
precocemente possível, particularmente em menores de 5 anos.
183
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CARCINOMA ADRENOCORTICAL COM EXTENSÃO ATÉ ÁTRIO DIREITO
AO DIAGNÓSTICO E RECIDIVA CEREBRAL ISOLADA EM PACIENTE
PORTADORA DA MUTAÇÃO TP53 R337H: RELATO DE CASO
a
a
Ana Luiza De Melo Rodrigues Fabro , Flora Mitie Watanabe , Edna
a
a
Kakitani Carboni , Ana Paula Kuczynski Pedro Bom , Gabriela Caus
a
a
a
Fernandes Luiz , Camile Cripa Vicentini , Patrícia Carla De Lima , Hugo
a
b
Martins De Oliveira , Nasjla Saba Da Silva , Bonald Cavalcante De
a
c
Figueiredo , Raul Correa Ribeiro .
a HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE, Paraná, Brasil
b GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
c ST. JUDE CHILDREN'S RESEARCH HOSPITAL, Estados Unidos
Introdução: O carcinoma adrenocortical (ACC) é extremamente raro e
complexo, mais frequentemente diagnosticado no contexto da Sd de
Li-Fraumeni. Tem incidência de 0,2 a 0,4 casos/milhão, mas no Sul e
Sudeste do Brasil é de 15 a 18 vezes mais frequente (até 4,2
casos/milhão). Nestes locais está associado à mutação TP53 R337H do
gene TP53. Tem prognóstico favorável nos estadiamentos iniciais,
porém muito pobre se maior volume tumoral e/ou presença de
metástases. Ao longo dos últimos 12 anos, há interesse renovado no
diagnóstico precoce (facilitado pelo screening neonatal para mutações
e sequente acompanhamento) e no desenvolvimento de novas
terapias, incluindo a identificação de mecanismos de sinalização,
responsáveis pela proliferação celular. Objetivo: Relatar recidiva de
localização incomum para ACC em paciente com mutação TP53
R337H. Descrição do caso: Paciente com 6 anos, sexo feminino,
admitida em março de 2015 com 6 meses de evolução
(emagrecimento > 5% do peso corporal, pilificação genital, sudorese).
A tomografia evidenciou massa de 8x7x6 cm, se estendendo da
adrenal esquerda ao átrio direito, através da veia cava inferior, além
de metástases pulmonares. Ressecada parcialmente, peso: 342 g. A
paciente e sua mãe são portadoras da mutação TP53 R337H. Iniciado
em 27/03/2015 protocolo COG (mitotano, etoposideo 100mg/m2 D1D3, doxorrubicina 25mg/m2 D4-D5, cisplatina 50mg/m2 D1-D2), total
de 8 ciclos. Término em 19/10/2015 (atrasos por infeccção e má
aderência), com remissão completa. Em 02/04/2016 apresentou
recidiva cerebral isolada, tumor totalmente ressecado, com 6x4x3 cm.
Apesar da restrição para portador de mutação germinativa no gene
TP53, foi necessário submeter a paciente à radioterapia em SNC (30
Gy), recebeu 1 ciclo com idarrubicina 12mg/m2/dia por 3 dias +
carboplatina 200mg/m2/dia por 5 dias (programados 2 ciclos). Em
11/07/2016 faleceu em decorrência de gastroenterite aguda, sem
neutropenia associada, não foi procurado atendimento hospitalar.
Conclusão: O caso sinaliza que se trata de um problema ainda comum
no Sul e Sudeste do Brasil, apesar da campanha e do diagnóstico com
cura por meio da triagem neonatal/seguimento para mutação R337H,
e exemplifica a evolução desfavorável em estadiamentos avançados.
Outro ponto importante é a aderência ao tratamento e orientações,
uma vez que estes pacientes são submetidos a quimioterapia com
considerável toxicidade e estão mais propensos a distúrbios
hidroeletrolíticos e instabilidade hemodinâmica.
CARCINOMA DE LINHA MÉDIA TIPO NUT EM PACIENTE PEDIÁTRICO
Juliana Lanza Neves, Erica Boldrini, Efrain Hernando Torres Pinto,
Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Rafael Balceiro, Ana Glenda
Santarosa Vieira, Miriam De Melo Melquíades, Luiz Fernando Lopes.
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
Introdução: Carcinoma de linha média, pobremente diferenciado
com t(15,19) é uma entidade rara, reconhecida desde 2004, quando
foi descrito o rearranjo do gene NUT no cromossomo 15q14. Ocorre
mais frequentemente em crianças e adultos jovens, acometendo
órgãos e estrutura da linha média principalmente nasofaringe,
laringe, mediastino e pulmão. Apresenta comportamento biológico
agressivo. Objetivo: Descrever um caso de carcinoma de pulmão
tipo NUT em um paciente pediátrico. Metodologia: Revisão de
prontuário e relato de caso de paciente de 9 anos de idade, sexo
feminino, previamente hígida. Apresentou um quadro respiratório
agudo que foi tratado inicialmente como pneumonia. Sem melhora,
foi submetida a exames de imagens e a tomografia
computadorizada de tórax evidenciou lesão expansiva sólida,
heterogênea, de contornos espiculados em lobo inferior do pulmão
direito, além de linfonodomegalia nas cadeias interlobar,
mediastinal, paratraqueal à direita e carina. Realizou biópsia da
massa e o exame anatomopatológico foi compatível com carcinoma
de pulmão não pequenas células, exibindo focos de diferenciação
escamosa e áreas de necrose isquêmica. O estudo
imunohistoquímico evidenciou carcinoma da linha média tipo NUT
(NUT midline carcinoma): NUT positivo, P63 positivo, AE1/AE3
positivo, INI-1 positivo. Devido ao comprometimento mediastinal e
paratraqueal, o tumor foi considerado irressecável ao diagnóstico e
a terapêutica proposta foi baseada em radioterapia associada a
quimioterapia (Gencitabina e Docetaxel). Resultados e conclusão: É
possível que essa entidade, por ser rara, não seja reconhecida
precocemente. Portanto, ressaltamos que o diagnostico diferencial
de tumores de mediastino com comportamento agressivo em
pacientes jovens deve levar em consideração o carcinoma de
pulmão tipo NUT. O diagnóstico definitivo requer estudo
imunoistoquímico e análise cromossômica e molecular. As opções
de tratamento atuais são escassas. É provável que a melhora nos
estudos sobre a fusão da proteína do gene NUT possa proporcionar
avanços em sua terapia futura e no prognóstico desses pacientes.
184
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CARCINOMA EPIDERMÓIDE/SARCOMATÓIDE CUTÂNEO EM PACIENTE
COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA DISTRÓFICA RECESSIVA
a
b
Carlos Eduardo Alves Garcia , João Carlos Geber Júnior , Camila
c
a
Fernandes Álvares Da Silva , Luiza Alves De Sousa , Rafael Pimentel
a
a
a
Saldanha , Kilyana Dourado Pereira , Tatiane Martins Barcelos ,
a
c
Armando Piquera Hernandez , Acimar Gonçalves Cunha Jr .
a UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, Distrito Federal, Brasil
b ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, Distrito Federal, Brasil
c UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA, Distrito Federal, Brasil
Introdução: A Epidermólise Bolhosa Distrófica Recessiva (EBDR) é uma
condição genética rara da Epidermólise Bolhosa caracterizada por
mutações exclusivas no gene COL7A1, com incidência na população
americana de 50 a cada 1.000.000 nascidos, sendo responsável por 5%
dos casos de epidermólise bolhosa. O carcinoma de células escamosas
(CCE) é uma complicação recorrente com aumento da
morbimortalidade. O EBDR-CCE diferentemente da maioria é bem
diferenciado, mas comporta-se de forma agressiva e possui alto
potencial metastático. Descrição: D.S.R., masculino, 15 anos, portador
de EBDR em acompanhamento no serviço de dermatologia desde seu
nascimento. Nascido a termo, com internação no período neonatal
por lesões bolhosas disseminadas e ulcerações. Possui uma irmã já
falecida com mesmo diagnóstico. Paciente não possui quirodáctilos e
pododáctilos devido à EBDR, com história de múltiplas internações
pela doença de base e infecções de pele de repetição. Novembro de
2015, apresentou lesão vegetante em membro inferior direito na
região anterior do joelho, com rápida progressão, em dois meses
apresentava aspecto esférico e possuía 5 centímetros de diâmetro.
Essa evoluiu com prurido e infecção, que após tratada foi feita uma
exérese com biópsia e imunohistoquímica que evidenciou carcinoma
epidermóide com extensas áreas de padrão sarcomatóide. Após 6
meses da remoção da primeira lesão, paciente evoluiu com novas
lesões em MID, em região anterior e medial do joelho direito,
associadas a linfoadenomegalias inguinas. Nova exérese foi realizada
com resultado do histopatológico evidenciando margens
comprometidas e invasão metastática para linfonodos inguinais. Foi
adotada uma conduta paliativa frente às condições gerais do
paciente. Discussão: A EB é representada por um grupo de patologias
bolhosas hereditárias. Caracterizam-se pela presença de bolhas
supepidérmicas à microscopia óptica e podem ser encontrados
dezesseis subtipos organizados em três grupos principais: EBs simples,
juncional e distrófica. Pacientes com este subtipo têm um aumento
maior que 50 vezes na incidência de carcinoma epidermóide CEC
cutâneo e um pouco mais de 90% dos casos desenvolvem CEC antes
dos 55 anos de idade. É uma neoplasia altamente agressiva com
potencial metastático ainda em estágios iniciais, daí a importância de
rastreio precoce nesses pacientes, ainda na criança. Deve ser feito
acompanhamento com o serviço de Genética sendo o
aconselhamento genético sempre indicado.
DEFICIÊNCIA
DA
ATIVIDADE
DA
ENZIMA
DIHIDROPIRIMIDINADESIDROGENASE (DPD) EM SALIVA: USO EM
PEDIATRIA
a
b
Simone Geiger De Almeida Selistre , Clarice Franco Meneses , Tanira
b
b
b
Gatiboni , Jiseh Fagundes Loss , Adriana Vanessa Santini Deyl ,
b
b
Rebeca Ferreira Marques , Mariana Rodrigues Magalhães , Mayara
b
b
b
Satsuki Kunii , Fernanda Dreher , Lauro José Gregianin , Mariana
b
b
Bohns Michalowski , Mário Correa Evangelista Junior .
a INSTITUTO DO CÂNCER INFANTIL DO RS, Rio Grande do Sul, Brasil.
b HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul,
Brasil
Introdução: Carcinoma da nasofaringe é raro na infância. Existem
associações com alterações genéticas e infecciosas (EBV). O tipo
histológico mais encontrado em adolescentes é a forma
indiferenciada (Tipo III). O tratamento consiste em quimioterapia
com Cisplatina (CCDP) e5-Fluoracil (5-FU) e radioterapia. O 5-FU é
um antimetabólito, inibidor da replicação de DNA. A atividade da
enzima dihidropirimidina desidrogenase (DPD) afeta a absorção oral,
a distribuição e a atividade da droga. Avaliar o déficit da DPD antes
da administração IV do 5-FU para procurar polimorfismos genéticos
e fenótipo permite reduzir toxicidade grave através do ajuste de
dose. Relato: Menino, 13 anos, consulta por dor, abaulamento
cervical à E, redução auditiva ipsilateral há 5 meses, linfonomegalia
em região cervical E, (7,0x5,0 cm) e linfonodo submandibular à D (1
cm) e em cadeias II e III (3 cm). Biópsia excisional de linfonodo
cervical com AP de Carcinoma nasofaríngeo não queratinizante,
indiferenciado, com IHQ CD 45 e LCA: negativos, AE1/AE3: positivo e
EBV: positivo. PET-CT: lesão hipermetabólica na rinofaringe à D de
difícil mensuração, SUV 15. Linfonodos cervicais hipermetabólicas
em níveis IB à D, IIA bilateralmente, IIB e III à E, o maior
conglomerado em nível II à E (2,9x3,7cm), SUV 12,6. Avaliação da
atividade da enzima DPD em saliva foi igual 0,76 (razão metabólica
[UH2]/[U] ≤ 1,16 apresenta sensibilidade de 87% e especificidade de
75% para identificar pacientes que apresentarão toxicidade grau III e
IV). O paciente iniciou com Radioterapia com IMRT, cobrindo a lesão
e todas as cadeias de drenagem na dose de 70 GY com CCDP 1000
mg/m²/dose (D1, D22, D43) concomitante. Seguiu com tratamento
combinado de CCDP e 5-FU(D78, D99, D120). A avaliação da
atividade da enzima DPD levou a redução de dose em ciclos
subsequentes. Discussão: O caso ilustra a importância da dosagem
da DPD em pacientes pediátricos que farão uso de 5-FU. A atividade
da DPD pode contribuir para a variabilidade na farmacocinética da
droga. Sua menor eficiência resulta em acúmulo do 5-FU com
aumento de efeitos adversos tais como estomatite, mucosite,
diarréia e neurotoxicidade. O gene humano DPYD está localizado no
cromossomo 1p22 e apresenta polimorfismos genéticos que podem
contribuir para a diminuição de ativações da enzima. A análise da
atividade da DPD antes do início do tratamento com 5-FU possibilita
individualização da terapêutica e manutenção de dose intensidade,
com melhores resultados finais para o paciente.
185
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
DESCRIÇÃO DE UM CASO DE ASTROCITOMA PILOCÍTICO COM
TRANSFORMAÇÃO ANAPLÁSICA E DISSEMINAÇÃO LEPTOMENÍNGEA
EM PEDIATRIA
Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Erica Boldrini), Bruna Mançano,
Juliana Lanza Neves, Efrain Hernando Torres Pinto, Miriam De Melo
Melquíades, Rafael Balceiro, Ana Glenda Santarosa Vieira, Luiz
Fernando Lopes.
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
Introdução: Astrocitoma pilocítico é o tumor de sistema nervoso
central (SNC) mais comum em crianças de 5 a 14 anos e o segundo
mais comum de 15 a 19 anos. Ocorre em qualquer local do SNC, mais
comumente em cerebelo (37% dos pacientes pediátricos). O
tratamento é essencialmente cirúrgico. De modo geral são benignos,
com um excelente prognóstico. Em alguns raros casos, no entanto,
podem ter comportamento agressivo e apresentar evolução
desfavorável. A transformação maligna desses tumores é um evento
raro e a maioria ocorre anos após a ressecção cirúrgica inicial. A
disseminação leptomeníngea também é incomum (3-5% dos casos).
Objetivo: Descrever o caso de um paciente pediátrico com
astrocitoma pilocítico que apresentou transformação maligna e
disseminação leptomeníngea. Metodologia: Revisão de prontuário e
relato do caso de um paciente de 15 anos, sexo masculino, com
cefaleia e vômitos esporádicos há 1 ano e piora do quadro há 10 dias.
À ressonância magnética (RM) de encéfalo apresentava volumosa
lesão expansiva sólido-cística em cerebelo, sem restrição à difusão.
Levantada hipótese de tumor de baixo grau. Foi realizada ressecção
cirúrgica subtotal e os resultados anatomopatológico (AP) e
imunohistoquímico (IH) compatíveis com astrocitoma pilocítico (ki67
1+/4+, ausência de necrose ou figuras de mitose, mas com alguns
núcleos bizarros). Paciente seguiu acompanhamento períodico e a
lesão permaneceu estável por 26 meses. Após, RM evidenciou
aumento da lesão e presença de alta celularidade e restrição à
difusão. Submetido a nova cirurgia e AP e IH mostraram astrocitoma
pilocítico com transformação anaplásica (ki67 3+/4+, figuras de mitose
e necrose em paliçada). Paciente evoluiu com piora do estado geral e
o exame de imagem mostrou espessamento e realce leptomeníngeo,
com disseminação liquórica. Resultados e Conclusão: O
comportamento biológico do astrocitoma pilocítico é obscuro em
diversos aspectos. Não é possível até o momento diferenciar uma
transformação maligna em um tumor originalmente benigno ou
definir se o tumor de histologia aparentemente benigna já possui
características de malignidade, implicando um prognóstico futuro
desfavorável e até fatal, fato que ocorreu com o paciente relatado
(transformação maligna, disseminação leptomeníngea e óbito). As
alterações genéticas e moleculares desses tumores ainda são pouco
conhecidas, sendo necessário mais estudos acerca de abordagens
diagnósticas e implicações prognósticas nos astrocitomas pilocíticos.
DESCRIÇÃO DE UM CASO DE TUMOR FIBROSO SOLITÁRIO DE
EXTREMIDADES EM UM PACIENTE PEDIÁTRICO
Juliana Lanza Neves, Erica Boldrini, Efrain Hernando Torres Pinto,
Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Miriam De Melo Melquíades, Rafael
Balceiro, Ana Glenda Santarosa Vieira, Rodrigo Chaves Ribeiro, Luiz
Fernando Lopes.
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
Introdução: Tumor fibroso solitário trata-se de uma neoplasia rara,
de origem mesenquimal, que ocorre geralmente em adultos entre
20 e 70 anos de idade e acomete mais comumente a região pleural.
Há descrição na literatura de ocorrência em locais mais raros, como
partes moles de extremidades (menos de 40 casos encontrados).
Relatos mostram graus variáveis de comportamento biológico,
sendo a maioria de características benignas e o tratamento é
essencialmente cirúrgico. Cerca de 10 a 30% dos casos apresentam
comportamento mais agressivo, com possibilidade infiltrativa e de
metástases. Os critérios geralmente associados a esse
comportamento são tumor maior de 10 cm, mais de 4 mitoses/ 10
campos, tumor de localização extrapleural e margens cirúrgicas
comprometidas. Objetivo: Descrever o caso de um paciente de 14
anos com diagnóstico de tumor fibroso solitário de coxa direita.
Metodologia: Relato de caso após revisão de prontuário de um
paciente de 14 anos, com quadro clínico de claudicação, dor e
tumoração em coxa direita, de 6 meses de evolução. Exames de
imagem iniciais mostraram lesão expansiva de partes moles.
Paciente foi submetido a ressecção cirúrgica e os resultados do
anatomopatológico e imunoistoquímica foram compatíveis com
tumor fibroso solitário extrapleural. A lesão apresentava 10,5 x 7,5 x
4,0 cm; índice de 5 mitoses/ 10 campos, margens cirúrgicas livres e
hipercelularidade. Essas características estão sendo associadas com
maior agressividade tumoral, de acordo com a literatura encontrada
atualmente. Resultados e Conclusão: Devido a raridade desse tipo
de tumor, principalmente na pediatria, há poucas descrições na
literatura quanto ao comportamento biológico e manejo
terapêutico dessas neolasias. No caso apresentado o paciente
apresenta três das características que podem revelar maior
agressividade e, apesar da ressecção cirúrgica com margens livres,
faz-se necessário um acompanhamento periódico especializado e
por tempo indeterminado.
186
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ENVOLVIMENTO RETINIANO EM NEOPLASIA INDIFERENCIADA DE
CÉLULAS PEQUENAS E AZUIS EM RECEM NATO
a
a
Fernando De Almeida Werneck , Patrícia Gomes Moura , Roberta
a
a
Abreu De Figueiredo , Vanessa Maira Lima Campos , Ludmila Parente
a
a
De Azevedo Da Costa , Ana Letícia Shalders Fernandes , Jéssica Da
a
a
Silva Pinha , Luciana Maria De Paula Sá Cavalcanti De Albuquerque ,
b
Cristiane De Sá Ferreira Facio .
a HOSPITAL ESTADUAL DA CRIANÇA, Rio de Janeiro, Brasil
b UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, Rio de Janeiro, Brasil
Introdução:
Por
vezes
o
diagnóstico
definitivo
de
tumores congênitos é muito difícil, e a necessidade de técnicas
histopatológicas mais refinadas se fazem necessárias para diagnóstico
e tratamento mais acurados. O acometimento retiniano nestas
neoplasias tem sido raramente observado. Objetivo: Discutir um caso
de câncer congênito com metástases de retina. Métodos: Caso
clínico:RN primogênito de pais jovens e saudáveis, nascido de parto
normal a termo. Ao nascer foi observada tumoração de grande
volume na região torácica esquerda (8,5X4,5X8 cm) além de vários
nódulos subcutâneos, principalmente na região dorsal, de coloração
levemente azulada. A massa comprimia o pulmão daquele lado e
impedia uma ventilação eficaz do RN, necessitando ventilação
assistida. Bíópsia de medula óssea e mielograma foram normais;
alfafeto proteína 14033 ng/ml; LDH 4887 U/L; Ferritina 1500 ng/ml.
No 8º dia de vida foi operada, aliviando a compressão tumoral e
permitindo a extubação. Exame de FO mostrou lesões na retina
compatíveis com metástases. Exame histopatológico revelou
neoplasia indiferenciada de células
redondas
e azuis.
Imunohistoquímica:CD99 +/ CD 56+/ Ki67,clone MIB-1 em 50% das
células neoplásicas; Sinaptofisina -; CD 99 +; FLI-1 -; CD 56 +;
Miogenina -; CD 45-.; n-myc não amplificado. Com estes resultados,
Citometria de fluxo multiparamétrica e quadro clínico, o diagnóstico
ficou indefinido entre neuroblastoma e PNET. Com tratamento
quimioterápico houve regressão total dos nódulos subcutâneos, mas
não das lesões retinianas. Conclusão: A dificuldade de diagnóstico
definitivo e a apresentação muitas vezes inusitada, torna o
prognóstico mais sombrio.
ESCLEROSE TUBEROSA ASPECTOS CLÍNICOS E TRATAMENTO
a
b
Teresa Cristina Esteves , Nasjla Saba Da Silva , Livia Maria Biagione
a
a
Nascimento Rezende , Marina Monerat Oliveira .
a UFJF,
b GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
INTRODUÇÃO: Esclerose tuberosa ocorre por desordem nos genes
TSC1 ou TSC2, dos cromossomas 9 e 16, tem distribuição universal e
afeta 1:10 000 nascidos vivos. Em geral o diagnóstico é realizado até
15 meses. Os pacientes podem apresentar neoplasias benignas e
malignas associadas. OBJETIVO: Descrever caso de esclerose
tuberosa com angiomiolipoma renal volumoso e linfangioma
pulmonar, tratamento e evolução. METODOLOGIA: Relato de caso
por revisão de prontuário. RESULTADOS:, Feminina, 15 anos com
complexo esclerose tuberosa (CET). Ao nascimento rabdomioma
cardíaco operado, distúrbio do espectro autista, epilepsia, nódulos
subcutâneos,
subependimários,
retinianos.
Em
controle
multidisciplinar e oncológico pediátrico. Aos 10 anos cisto renal,
bilateral. Aos 15 anos massa renal bilateral, maior à direita com dor
e linfangioma pulmonar. Submetida a nefrectomia parcial à direita e
biópsia
de
nódulos
à
esquerda,
compatíveis
com
angiomiolipomas. Após a cirurgia iniciado o uso de everolimus com
redução dos nódulos de rim e das lesões pulmonares, melhora do
comportamento e da interação com outras pessoas. Mucosite leve
foi o único efeito colateral apresentado. CONCLUSÃO: Esclerose
Tuberosa,
distúrbio
neurocutâneo,
autossômico
dominante, elevada penetrância hereditária ou mutações
esporádicas. As alterações gênicas levam a hamartomas no cérebro,
rins, olhos, coração. A lesão de pele ocorre em 70-90% dos casos.
Alterações
neurológicas:
retardo
mental,
alterações
comportamentais e epilepsia. A tríade clássica:epilepsia, retardo
mental e angiofibromatose facial. O diagnóstico é clínico e
molecular. Critérios maiores de diagnóstico: túberos, nódulos e
astrocitomas subependimários de células gigantes, rabdomioma
cardíaco, hamartomas retinianos, angiomiolipomas renais, com risco
de perda de função renal e hemorragias tumorais, linfangiomatose
pulmonar, placas em couro (shagreen patches), angiofibromas
faciais e fibromas ungueais. Menores: corrosão dentária, cistos
ósseos, máculas hipomelanóticas, linfangiomatose pulmonar,
fibromas gengivais, hamartomas retais e linhas de irradiação da
substância branca à RNM. Conclusão: O Everolimus mostrou ser
eficaz no tratamento do angiomiolipoma renal e pulmonar do CET.
O nível sérico do everolimus deve ser dosado. No CET, o controle
possibilita o diagnóstico diferencial com outras neoplasias malignas
da infância e a terapêutica precoce evita danos e melhora qualidade
de vida.
187
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
MEDULOEPITELIOMA INTRAOCULAR
MELANOMA CONGÊNITO: RELATO DE CASO
Tatiana El Jaick Costa, Amanda Ibagy, Ana Paula Freund Ferreira
Winneschhoffer, Daniel Faraco Neto, Denise Bousfield Da Silva, Denise
Lima, Imaruí Costa, Juliana Schmitz Dacoregio, Luciana Arena Silva,
Mariana Cardoso De Lima.
Amanda Ibagy, Imaruí Costa, Juliana Schmitz Dacoregio, Ana Paula
Freund Ferreira Winneschhoffer, Denise Lima, Denise Bousfield Da
Silva, Tatiana El Jaick Costa, Mariana Cardoso De Lima.
HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO, Santa Catarina, Brasil
Objetivo: Relato de caso de paciente com meduloepitelioma malígno
Introdução: O meduloepitelioma intraocular (MIO) é um tumor
congênito raro que se origina no corpo ciliar epitelial não pigmentado,
acometendo o segmento anterior do olho. Raramente se origina na
retina ou nervo óptico. É um tumor de crescimento lento, podendo
apresentar diferenciação teratóide ou não teratóide, ser benigno ou
maligno. Apesar da raridade é o tumor mais comum do corpo cicliar,
acometendo crianças na primeira década de vida. O diagnóstico
normalmente é tardio, com mais de um ano de evolução, por
apresentar sinais inespecíficos, sendo os pacientes tratados como
uveíte crônica, catarata, glaucoma. Apesar da maioria dos casos ser
maligno, é raro metástase à distância. Acometimento de linfonodos
cervicais pode ocorrer, com predileção na região da parótida. Relato
de caso: MGP, sexo feminino, 11 anos ao diagnóstico (2015) , com
história de catarata diagnosticada aos 2 anos de idade, sendo
acompanhada pelo serviço de oftalmologia. Com o aumento da
catarata foi realizado cirurgia ( TREC + MITO OD em abril/2007).
Paciente seguiu em acompanhamento com a oftalmologia e mãe
informou que em aproximadamente 1ano começou a apresentar
hiperemia em conjuntiva, evoluindo com cobertura total da conjuntiva
e proptse com aumento progressivo . Realizou em maio/15
enucleação do OD , com laudo de meduloepitelioma . Paciente
encaminhada ao Serviço de Oncologia Pediátrica do HIJG 3 meses
após a enucleação, apresentando volumosa massa em órbita direita,
com adenomegalia endurecida em região de parótida D e cervical
superior D. Paciente foi subemtida à protocolo quimioterápico com
Ifosfamida+ VP16 / VCR + Doxorrubicina+ Ciclofosfamida (34 semanas)
radioterapia local e em região de parótida D e cervical superior D com
resposta completa da lesão. Paciente encontra-se em
acompanhamento de follow-up há 4 meses, livre de doença.
Conclusão: O diagnóstico diferencial de meduloepitelioma intraocular
deve ser considerado nos casos de crianças que apresentam uveíte
crônica, catarata, glaucoma.
HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO, Santa Catarina, Brasil
Introdução: Melanoma cutâneo é uma neoplasia extremamente
rara em crianças, representando de 1-3% das neoplasias pediátricas.
Devido sua raridade, a biologia, os comportamentos clínicos e
histopatológicos são de difícil caracterização. Em lesões congênitas,
pode-se suspeitar de transmissão trans-placentária. O tratamento
para as lesões únicas é essencialmente cirúrgico e se
completamente ressecado, a sobrevida global é de 90%. Quando
metastático, a sobrevida global em cinco anos não atinge 10%, com
uma sobrevida média de 6 a 12 meses. Abordagens utilizando
imunoestimulação, interferon gama e quimioterapia convencial não
têm demonstrado aumento na sobrevida livre de doença. O
tratamento para melanoma de alto risco inclui a utilização de
interferon alfa por longos períodos. Objetivo: descrição de caso de
melanoma congênito e revisão da literatura. Metodologia: Relato de
caso de paciente com idade de um mês, sexo masculino,
apresentando ao nascimento lesão violácea em face com cerca de
um centímetro (cm) Inicialmente a suspeita clínica foi de
hemangioma, sendo iniciado propranolol. Após 25 dias, novas lesões
surgiram em tronco e coxas e a de face aumentou. Foi submetido à
ressecção cirúrgica da lesão de face e o anatomo-patológico
mostrou tratar-se de melanoma maligno, de apresentação
congênita. Na suspeita de transferência trans-placentária, a mãe do
paciente foi avaliada, mas não foi identificada nenhuma lesão. Ao
exame físico, o paciente apresentava cerca de 60 lesões violáceas,
com elevação, variando de 0,5 a 3 cm. Nos exames complementares
para estadiamento clínico, evidenciou-se lesões metastáticas em
pulmão, pleura, fígado, tecidos moles do crânio, rins, baço,
linfonodos axilares, cervicais e inguinais. Foi iniciado tratamento
com interferon alfa (20 milhões de unidades /m2 por 5 dias por 4
semanas, seguido de 10 milhões de unidades/m2, três vezes por
semana. O paciente recebeu interferon alfa por 42 semanas, além
de duas doses de vacinas de células dendríticas, mantendo as lesões
estáveis por cerca dez meses, e com boa qualidade de vida.
Posteriormente houve progressão da doença, e o paciente evoluiu
para o óbito por obstrução de vias aéreas, um ano após o
diagnóstico. Conclusão: Neste relato de caso, o paciente não
apresentou remissão da doença, porém manteve-se estável com o
uso de interferon alfa durante período maior que o descrito na
literatura.
188
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
MELONOMA DE SNC EM PACIENTE COM MELANOSE NEUROCUTÂNEA:
RELATO DE CASO
NEOPLASIAS PRIMÁRIAS DA TIREÓIDE EM PACIENTES MENORES DE
16 ANOS DE IDADE
Debora Garcia Gasperini, Manuella Pacifico De Freitas Segredo, Geisa
Graziela Perez, Cinara Dos Anjos Marcondes, Lied Pereira Mendes.
Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Erica Boldrini, Domingos Boldrini
Junior, Juliana Lanza Neves, Efrain Hernando Torres Pinto, Miriam
De Melo Melquíades, Rafael Balceiro, Ana Glenda Santarosa Vieira,
Rodrigo Chaves Ribeiro, Luiz Fernando Lopes.
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE BOTUCATU, São Paulo, Brasil
Introdução: A melanose neurocutânea (MNC) é uma síndrome
congênita rara, caracterizada pelo desenvolvimento de nevos
melanocíticos congênitos gigantes e pode estar associada a neoplasias
melanocíticas benignas ou malignas do sistema nervoso central (SNC).
Até então foram descritos na literatura pouco mais de 97 casos.
Objetivo: Descrever um caso de melanoma de SNC em paciente com
MNC Metodologia: Criança, sexo masculino, branco, de 1 ano e 7
meses, com diagnóstico de MNC, deu entrada em nosso serviço aos 5
meses de idade, com presença de nevo melanocítico congênito
gigante na região cervical, dorso e face esquerda, com múltiplas
lesões menores, difusas em tronco, membros inferiores e abdômen,
associado a placa amarelada alopécica no couro cabeludo com
extensão para face e com lesões em conjuntivas. Em uso de
vigabatrina e fenobarbital devido a convulsões desde o nascimento e
tem atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Aos 10 meses de
idade passou a apresentar quadro de hipoatividade e sonolência. A TC
de encéfalo evidenciou lesão expansiva, em fossa temporal esquerda,
com extensão a região fronto, temporo, parietal e a região
mesencefálica com compressão/infiltração do tronco/ponte e do
trajeto de terceiro ventrículo. Foi admitido na UTI, intubado, colocado
em VM, com dieta por SNE, feito traqueostomia e biópsia da lesão. O
AP confirmou tratar-se de neoplasia maligna, com ki-67 de 15%, e
imunohistoquímica com marcadores S100, melan A e HMB45
positivos, confirmando o diagnóstico de melanoma em SNC. Em
janeiro de 2016, recebeu um ciclo de quimioterapia com cisplatina,
dacarbazina e vimblastina, evoluiu com infecção e mielossupressão
grave, após recuperação fez radioterapia local, num total de 2000cGY.
Em seguida a equipe optou por seguir quimioterapia oral com
etoposide, devido aos riscos e a pobre resposta descrita na literatura
para esses casos. Desde de março, quando iniciou o tratamento oral, o
paciente se mantém estável. Resultados e Conclusão: Esse é um caso
raro, em que vale lembrar, que das lesões na região da cabeça e
pescoço, 62% apresentam melanoma de leptomeninge. Em relação ao
tratamento e prognóstico, 70% morrem antes dos 10 anos e
infelizmente a terapia antineoplásica não melhora os sintomas e não
altera sua evolução rápida.
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
Introdução: Carcinoma de tireóide é pouco freqüente em crianças e
adolescentes (0,3 a 3% das neoplasias) e tem uma excelente
expectativa de vida. A cirurgia é o tratamento de eleição, podendo
ser ou não complementada com dose ablativa de iodo radioativo
seguido de terapêutica supressiva com levotiroxina. Objetivo:
Descrever os dados clínicos e epidemiológicos dos pacientes
pediátricos portadores de tumores primários de tireóide.
Metodologia: Análise retrospectiva dos prontuários de pacientes
portadores de carcinoma de tireóide, menores de 16 anos,
atendidos em um único Hospital, entre janeiro de 2000 e janeiro de
2015. Resultados: No período de 15 anos recebemos 74 pacientes
com idade de 7 a 16 anos, 73% do sexo feminino, nenhum com
antecedente de exposição à radioterapia. A queixa mais frequente
foi aumento do volume cervical (86%). Metade (49%) foi submetida
à PAAF e 5,5% teve resultado inconclusivo. Quarenta e oito (65%)
pacientes colheram tireoglobulina ao diagnóstico, em 18 (37,5%) o
exame estava acima do limite laboratorial. Dez (21%) com anticorpo
antireoglobulina positivo. Quarenta e quatro pacientes (59%)
apresentavam-se com metástase regional ou à distância (gânglio
cervical e pulmão, respectivamente) nos exames de admissão.
Setenta (94%) foram submetidos à tireoidectomia total, 63% a
linfadenectomia cervical. O hipoparatireoidismo clínico e subclínico
ocorreu em 22% com necessidade de reposição contínua de cálcio e
nenhum caso de disfonia. A histologia mais comum foi o carcinoma
papilífero clássico (85%) e 2 casos de carcinoma medular não
familial. Sessenta e cinco pacientes realizaram terapia com I-131.
Oito pacientes necessitaram ser submetidos a mais de uma
iodoterapia. Os efeitos colaterais precoces mais comuns dessa
terapia foram vômitos (24,6%), sialoadenite (12,3%), dor cervical
(10,8%) e edema (10,8%). No período analisado houve 2 (2,7%)
óbitos; um por insuficiência respiratória, devido metástases
pulmonares e outro não relacionado ao câncer. Conclusão: Os dados
encontrados coincidem com a literatura quanto à distribuição de
idade, sexo, histologia e padrão de disseminação. Ressaltamos a
factibilidade da realização da PAAF e a baixa toxicidade da terapia
com I-131. Apesar de muitas vezes apresentarem doença avançada
essa população apresenta uma excelente sobrevida, mas o
diagnóstico precoce reduz o porte cirúrgico e consequentemente a
morbidade. A alta incidência se deve ao fato de sermos um Serviço
de referência para terapia com iodo.
189
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PARAGANGLIOMA PÉLVICO MALIGNO EM ADOLESCENTE: RELATO DE
CASO E REVISÃO DE LITERATURA
a
b
Luciana Nunes Silva , Annita Martins Rocha Torres , Bruna Silva
c
c
d
Cordeiro , Gabriela Aguiar Santos Faria , Vicente Odone Filho
a H. MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil
b UNIVERSIDADE SALVADOR, Bahia, Brasil
c FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS, Brasil
d INSTITUTO DA CRIANÇA – ITACI - FMUSP, São Paulo, SP
Introdução: Os paragangliomas são tumores raros e cerca de 10% dos
casos têm potencial de disseminação. Seu tratamento é
eminentemente cirúrgico e, caso haja doença disseminada, poderá ser
multimodal objetivando principalmente promover alívio dos sintomas,
interferindo de modo mais limitado na progressão da doença.
Historicamente, a combinação de ciclofosfamida, dacarbazina e
vincristina (CVD) tem sido o esquema quimioterápico mais
costumeiramente empregado; embora sejam reconhecidas regressões
objetivas com este esquema, seu impacto na sobrevida não é
devidamente comprovado. Radioterapia e radioisótopos terapêuticos
têm sido utilizados como neo-adjuvância ou adjuvância, com
respostas variáveis. O octreotide, análogo da somatostatina, é
descrito tanto na detecção como no tratamento dos paragangliomas,
com superioridade quando comparada ao MIBG. Objetivo: Descrever
o caso de um adolescente com diagnóstico de paraganglioma pélvico
maligno submetido a tratamento multimodal; revisão da literatura
específica. Descrição Do Caso: ICJ, 10 anos, com queixa de massa
abdominal há 09 meses da admissão. Durante investigação, realizou
Ultrassonografia (USG) de abdome que identificou massa em
hipogastro de grande volume (555cm³). O estudo anátomo-patológico
da lesão revelou tratar-se um paraganglioma, com baixo índice de
proliferação celular (menor que 1%) Paciente foi submetido a
ressecção cirúrgica parcial e posteriormente, embolização e ressecção
total. À cintilografia com MIBG, apresentava lesões metastáticas em
fêmur esquerdo e coluna vertebral. Foi, então, submetido a MIBG
terapêutico e quimioterapia com 6 ciclos de Ciclofosfamida 500mg/m2
D1, Vincristina 1,0mg/m2 D1 e Dacarbazina 400 mg/m2 D1 e D2,
acrescidos de 4 ciclos de etoposido (75mg/m2 em 5 dias). Paciente
evoluiu com negativação das lesões na avaliação imagenológica com
MIBG, sem evidência de doença em atividade, fora de tratamento há
01 ano. Conclusão: O tratamento multimodal do paraganglioma
maligno pode ser uma opção para pacientes com doença metastática,
embora a literatura evidencie resultados inconspícuos. Existem
vantagens potenciais do uso de Lutécio associado ao octreotide de
forma terapêutica. Todavia, por não ser este recurso disponível em
nossa prática rotineira, o I¹³¹-MIBG é alternativamente empregado.
Visto a natureza indolente desta neoplasia, não é possível asseverar a
real resposta terapêutica que o programa empregado possa ter
determinado, cotejando-a com evolução natural da doença.
PSEUDOTUMOR INFLAMATÓRIO PULMONAR : RELATO DE CASO
Ana Paula De Oliveira Silva De Queiroz, Tiago Hessel Tormen, Mara
Albonei Dudeque Pianovski, Leniza Costa Lima Lichtvan, Debora Silva
Carmo, Mariana Parizotto Moraes, Mariane Farherr Caleffi, Larissa
Uhlmann Wendling
HC – UFPR, Paraná, Brasil
Introdução: O Pseudotumor inflamatório de pulmão é uma
patologia rara com etiologia ainda pouco conhecida. Acredita-se que
possa ser secundária a infecções. Os pacientes podem apresentar
tosse, febre, hemoptise, dispnéia e bronquite crônica, porém a
maioria é assintomática. Predomina em pacientes jovens, sendo o
tumor pulmonar primário mais frequente em crianças abaixo de 16
anos. Objetivo: Descrever caso de pseudotumor inflamatório
pulmonar
atendido
em
um
serviço
de
Oncologia
pediátrica. Metodologia: Descrição do caso através de revisão de
prontuário do ambulatório de oncologia pediátrica e comparação
com dados da literatura. Resultados: Paciente masculino, 9 anos,
branco, apresentando febre e tosse seca há 10 dias. Ao exame físico
apresentava-se em bom estado geral, dados vitais estáveis.
Auscultas cardíaca e pulmonar sem alterações. Abdome com fígado
palpável a 2 cm do rebordo costal direito. Radiografia de tórax
evidenciou massa em terço superior do hemitórax esquerdo, com
limites imprecisos. Tomografia de tórax confirmou massa lobulada,
heterogênea, contendo calcificações grosseiras, medindo 10 x 7.7 x
7.3 cm, centrada no segmento ápico-posterior do lobo superior
esquerdo, com extensão ao hilo pulmonar ipsilateral, envolvendo o
brônquio fonte esquerdo e seus ramos, a artéria pulmonar
esquerda, as veias pulmonares esquerdas, e apresentando contato
com a artéria subclávia esquerda. Devido à extensa invasão hilar da
lesão, optou-se por realizar apenas biópsia, cujo anatomopatológico
foi compatível com pseudotumor pulmonar inflamatório. Como se
tratava de lesão irressecável, optada pela corticoterapia.
Inicialmente foi prescrito Prednisona 1 mg/Kg/dia por 60 dias, com a
lesão permanecendo estável. Afim de tentar minimizar os efeitos
colaterais da terapia, optado, então, por ciclos mensais de
Metilprednisolona 30mg/kg/dia por 3 dias. Atualmente encontra-se
no quarto ciclo, com pequena diminuição da massa na tomografia.
Conclusão: O pseudotumor inflamatório pulmonar é um importante
diagnóstico diferencial de linfomas e sarcomas pulmonares, já que
os aspectos radiológicos, macroscópicos e anatomopatológicos são
semelhantes. O tratamento curativo deve ser a ressecção precoce e
completa da lesão, porém há relatos na literatura de tumores
irressecáveis ou recorrentes tratados com corticosteróides, que
resultaram no decréscimo e em até regressão completa.
190
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
RELATO DE CASO: TUMOR TERATÓIDE RABDÓIDE ATÍPICO
SARCOMA GRANULOCÍTICO ISOLADO DE PELE: RELATO DE CASO
Aline Felicíssimo Teixeira, Luciana Motta Assad, Fernando De Almeida
Werneck, Ainá Henriques Melgaço
Juliana Lima Almeida , Luana Pereira Salamão, Maria Tereza Ferreira
Albuquerque, Lilian Maria Cristofani
HFSE, Rio de Janeiro, Brasil
HC FMUSP, São Paulo, Brasil
Introdução: O tumor teratóide rabdóide atípico (TTRA) é uma rara
neoplasia de células embrionárias do sistema nervoso central (SNC). É
mais comum na infância, particularmente em menores de 3 anos de
idade. O TTRA representa 1-2% dos tumores cerebrais pediátricos,
podendo alcançar 20% dos casos em menores de 3 anos. Sua
incidência foi subestimada devido a similaridade histopatológica com
o tumor neuroectodérmico primitivo (PNET). Objetivo: Descrever um
caso com uma localização atípica desta neoplasia. Metodologia:
Relatar o caso de uma criança do sexo masculino, 2 anos, portador de
um TTRA de localização intradural e extramedular. Resultado: Menino,
2 anos, iniciou em 21/3/16 cervicalgia, progredindo com parestesia
em membro superior direito, dificuldade na marcha e rigidez de nuca
e posteriormente tetraparesia. Devido à hipótese de
meningoencefalite, foi iniciado antibiótico, corticóide e aciclovir. TC de
crânio e punção lombar normais. Evoluiu com insuficiência
respiratória e foi entubado. Devido a piora clínica, foi iniciada
imunoglobulina suspeitando de síndrome de Guillan-Barré. Nova TC
de crânio, cervical e torácica evidenciou área de maior densidade no
canal vertebral, ao nível de C4 A C6. RNM em 06/4/16 com lesão
expansiva C4 a T1. Sendo submetido a cirurgia em 12/4/16, com
ressecção total da massa e enviado material para patologia.
Histopatológico sugestivo de PNET, porém imunohistoquímica de
27/4/16 concluiu ser um tumor rabdóide. Iniciado então, tratamento
pelo protocolo EPSSG para tumores rabdoides extra SNC. Conclusão: A
maioria destes tumores localizam-se na fossa posterior, podendo
ocorrer em outras áreas do cérebro, região pineal e medular. No caso
relatado, a localização do tumor foi extramedular e intradural, quadro
extremamente raro. Histologicamente trata-se de um tumor
composto por células rabdóides, um componente teratóide com
células neuroectodérmicas semelhantes as do PNET, elementos
mesenquimatosos e epiteliais em proporções variáveis. Por sua
similaridade histopatológicas com outros tumores primários de SNC,
seu diagnóstico é baseado em análise citogenética, morfológica e
imunohistoquímica. Até 75% dos pacientes com TTRA tem alterações
no gene de supressão tumoral INI1 localizado no cromossomo
22q11.2. O prognóstico é desfavorável com sobrevida aproximada de
1 ano. Devido a sua raridade e evolução rápida não existe um
consenso no tratamento ideal deste tumor, mas este pode incluir
cirurgia, radioterapia, quimioterapia.
Introdução: Sarcoma granulocítico é um tumor sólido constituído
por células precursoras granulocíticas que aparecem em locais
como: pele, órbita, ossos e linfonodos, podendo preceder ou
ocorrer concomitantemente à leucemia mieloide aguda (LMA),
mieloide crônica, e outros tipos de síndromes mielodisplásicas. As
lesões cutâneas ocorrem em 3% a 8% de pacientes com LMA,
apresentando como manifestação inicial ou de recaída e é mais
freqüente na translocação t(8;21). Objetivo: Relatar caso de uma
criança
com
apresentação
incomum
de
sarcoma
granulocítico, com nódulos cutâneos sem manifestação medular.
Descrição Do Caso: Paciente masculino, apresentou ao nascimento
petéquias difusas, leucopenia e plaquetopenia, associados a quadro
infeccioso
neonatal,
resolvido
após
administração
de
antibioticoterapia e filgrastim. Neste mesmo período, foi realizado
mielograma, que foi normal. Com 1 mês e meio de idade, evoluiu
com lesões cutâneas hiperemiadas e nodulares, de evolução
progressiva em todo o corpo, sendo realizada biópsia da lesão,
sugestiva de LMA (KI-67 positivo e CD 43 positivo), mantendo
mielograma, citogenética, imunofenotipagem negativos para
leucemia, configurando sarcoma granulocitico e foi iniciada
quimioterapia pelo protocolo LMA-IO-97, que consiste de indução
com 2CDA/ARAC, 2 ciclos de DAUNO/ARAC/VP16, 1 ciclo de
consolidação com MTZ/ARAC/VP16 e 2 com ARAC altas doses. As
lesões desapareceram completamente após o quarto ciclo de
quimioterapia, sem recorrência. Conclusão: o sarcoma granulocítico
isolado é raro na infância e deve ser tratado como a LMA nesta faixa
etária.
191
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
SINDROME DE KASSABCH-MERRIT TORACO-ABDOMINAL EM RECÉMNATO: SUCESSO DE TRATAMENTO COM PROPANOLOL +
PREDNISOLONA
TUMOR CARCINÓIDE DE APÊNDICE EM ADOLESCENTE DE 13 ANOS
Marcela Dias Dias Lopes Martins, Pamella Demeciano Mamede,
Marilia Grabois, Arissa Ikeda Suzuki, Sima Esther Ferman
Alessandra Lamenha Feitosa Sampaio, Nathalia Silva Araujo, Taciana
Maria Monteiro Aguiar, Suzana Marinho Lima, Luana Novais
Bomfim, Rosilene Teixeira, Livia Silva Cafe, Amanda Katielly Firmino
da Silva Aguiar
INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, Rio de Janeiro, Brasil
SANTA CASA DE MACEIÓ, Alagoas, Brasil
Introdução: A síndrome de Kasabach- Merrit (KMS) é uma sindrome
rara, agressiva, que consiste na presença de tumoração vascular que
desencadeia coagulopatia de consumo, com plaquetopenia por
aprisionamento e anemia hemolitica microangiopática. A idade
mediana de aparecimento da síndrome é de 5 semanas de vida, e está
associada a taxa de mortalidade significativa de aproximadamente
30%. Apesar das revisões sobre o tema, ainda não existe um consenso
sobre o tratamento estabelecido. Na maioria dos casos, os esteroides
são recomendados como primeira linha de tratamento. Outros
centros especializados utilizam corticoide associado a propanol,
interferon, radioterapia, embolização, quimioterapia com vincristina,
com ou sem associação de outra forma de tratamento. Objetivo:
Descrever o caso de recém-nascido do sexo feminino e síndrome de
Kasabach-Merrit causada por hemangioma gigante. Metodologia: Foi
realizada revisão de prontuário e de literatura. Resultado: Durante o
pré-natal foi detectado massa de parede toraco- abdominal ao exame
ultrassonográfico. Ao nascimento, a criança apresentava hemangioma
de parede tóraco-abdominal, e aos 10 dias de vida desenvolveu KMS.
Foi internada em Centro de Terapia Intensiva e necessitou de
ventilação mecânica invasiva. Na admissão apresentava anemia com
hematocrito: 24,5, hemoglobina 8,4, plaquetas menor que
1000/mm3, INR 1,74, PTT: 1,45s e fibrinogênio normal, associado a
sangramento intratumoral importante, levando a choque. Recebeu
pulsoterapia com metilprednisolona durante 3 dias, com discreta
melhora clínica e laboratorial. Optou-se por quimioterapia com
vincristina semanal associado a propranolol. Recebeu 3 ciclos de
vincristina, com melhora parcial, sem redução importante da massa
tumoral. O tratamento foi alterado para prednisona diária associado
proponolol. Evoluiu com necrose tumoral, redução total da lesão e
resolução do quadro respiratório. Necessitou cirurgia para retirar o
tecido necrosado e enxertia de pele. Totalizou 6 meses de prednisona
e encontra-se em uso de propanolol por 1 ano. Conclusão: A síndrome
de Kasabach-Merrit é associada morbidade e mortalidade
significativas devido a hemorragia e invasão ou compressão de
estruturas vitais. O sucesso do caso relatado foi devido ao uso de
esteróides associado a propranolol.
Introdução: Os tumores carcinóides do apêndice cecal são
neoplasias raras, e o diagnóstico é determinado em sua maioria,
pelo exame anátomo - patológico, não apenas por sua baixa
incidência, mas também devido a sua forma de apresentação
inespecífica, na maioria das vezes manifestada como apendicite
aguda. Objetivo: Mostrar o caso de um tumor carcinóide de
apêndice em uma adolescente de 13 anos, sexo feminino, com
história clínica sugestiva de apendicite, sendo o diagnóstico
confirmado, após o procedimento cirúrgico. Metodologia: Foi
realizada apendicectomia, não sendo observado aspecto tumoral do
apêndice no ato cirúrgico, a peça foi encaminhada para estudo
histopatológico. Resultados: O diagnóstico anátomo - patológico
confirmou tumor carcinóide do apêndice, com margens cirúrgicas
livres de neoplasia. Como a biópsia evidenciou um
comprometimento de apenas 0,2 cm, tendo marcadores tumorais
negativos e tomografia do abdome total sem alterações, permitiu
com estes achados apenas o seguimento clínico do caso, tendo a
paciente evolução favorável, sem sinais de recidiva tumoral.
Conclusão: Fica claro que o tumor carcinóide de apêndice é um
diagnóstico raro, feito geralmente através do achado cirúrgico em
suspeita de apendicite, entretanto quando o tumor é menor que 2
cm, a apendicectomia é suficiente, trazendo um excelente
prognóstico.
192
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TUMOR FILODES EM CRIANÇA DE 11 ANOS
TUMOR GASTROINTESTINAL NA INFÂNCIA – ESTUDO DE CASO
Alessandra Lamenha Feitosa Sampaio, Nathalia Silva Araujo, Taciana
Maria Monteiro Aguiar, Suzana Marinho Lima, Luana Novais Bomfim,
Rosilene Teixeira, Livia Silva Cafe, Amanda Katielly Firmino Da Silva
Aguiar
Caroline Fincatto Da Silva, Cassiano Eduardo Goulart, Gabirele
Martignoni Sardá, Luziane Fabiani, Marcelo Cunha Lorenzoni, Pablo
Santiago, Edineia Carine Pastore
SANTA CASA DE MACEIÓ, Alagoas, Brasil
Introdução: Os tumores filodes da mama correspondem a neoplasias
fibroepiteliais que apresentam um grande componente mesenquimal,
formando uma estrutura de padrão foliáceo. São tumores raros,
especialmente em criançãs e adolescentes, correspondendo a menos
de 1% das neoplasias de mama. Acometem em sua maioria mulheres
jovens. podem ser malignos, sendo a forma benigna mais comum na
infância e adolescência. Objetivo: Mostrar o caso de um tumor filodes
em uma criança de 11 anos, sexo feminino, com história de aumento
progrssivo do volume mamário há nove meses, evoluindo o mesmo
com tumoração em mama direita, exofítica, ulcerada, indolor, a qual
foi totalmente ressecada, tendo a pacienteevolução favorável.
Metodologia: A paciente foi submetida à mastectomia radical direita,
com ressecção tumoral total e margens livres de neoplasia.
Resultados: O diagnóstico anátomo - patológico e imunohistoquímico,
confirmaram tumor filodes em sua variante benigna, sendo realizado
tratamento exclusuvamente cirúrgico. A paciente encontra-se
atualmente em seguimento clínico há 10 meses, sem sinais de recidiva
tumoral. O seguimento tem sido realizado em conjunto com a cirurgia
plástica, para que futuramente possa ser planejada a reconstrução
mamária. Conclusão: Embora raros, os tumores filodes podem
acometer crianças e adolescentes, portanto a suspeição desta
patologia pelo profissional de saúde, será fundamental para que a
paciente tenha o seu diagnóstico realizado o mais breve possível,
fazendo com que o seu tratamento seja realizado através de um
procedimento menos agressivo, condição esta especialmente
importante para a sua reabilitação.
HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO, São Paulo, Brasil
Introdução: Os tumores do estroma gastrintestinal (GISTs) são as
lesões neoplásicas mesenquimatosas mais comuns do trato
gastrintestinal e representam 1% de todos os tumores do tubo
digestório. Podem ocorrer em ambos os sexos, e em qualquer faixa
etária, sendo mais comum dos quarenta aos cinquenta anos. Em
faixas etárias mais jovens, estima-se a incidência de 0,02 por milhão
de crianças menores de quatorze anos. O tratamento inclui a
ressecção cirúrgica, radioterapia e quimioterapia. Objetivo:
Descrever um caso clínico de GIST, localizado no estômago de um
paciente com oito anos de idade. Metodologia: Relato de caso de
paciente S. V. O. masculino, oito anos, deu entrada no hospital da
cidade de origem com um quadro de infecção do trato respiratório
inferior, anemia grave. Os exames laboratoriais da internação
demonstravam leucocitose, sem características infecciosas além de
anemia microcítica e hipocrômica. Após avaliação com
hematologista, os exames de imagem evidenciaram radiografia de
tórax sem alterações, ultrassonografia de abdômen com presença
de volumosas massas hipoecoicas na transição gastroduodenal de
contornos lobulados, com a maior individualizada medindo cerca de
5,3x3,3cm. À tomografia de abdômen individualizam-se múltiplas
formações nodulares de formação parietal na região do antro e
piloro gástrico, a maior delas medindo 3,2x2,2 cm. Indicou-se então
a realização de endoscopia digestiva alta (EDA), em que foram
visualizadas quinze lesões polipoides gástricas, uma delas com
ulceração. O resultado anatomopatológico e imunohistoquimica
confirmaram GIST. Videolaparascopia sem evidencia de implantes
peritoneais e pesquisa de células neoplásicas negativa do liquido
intraperitoneal. Como proposta terapêutica, iniciou-se imatinibe na
dose 300mg-dia. Após seis meses, nova EDA foi realizada com
melhora em relação ao exame anterior. Conclusão: O GIST é uma
doença rara na faixa etária pediátrica, sendo de suma importância
seu diagnostico precoce e adequado tratamento, no entanto, são
necessários ensaios clínicos randomizados para melhor manejo
desses pacientes. No caso apresentado, diante da contraindicação
de ressecção cirúrgica e radioterapia no momento do diagnóstico, o
uso do imatinibe oferece ao paciente o controle da doença,
minimizando a morbidade relacionada às complicações dos
tumores, oferecendo qualidade de vida e possibilidade, em um
segundo tempo, de reavaliação cirúrgica, com vistas curativa.
193
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO INFLAMATÓRIO DE ABDÔMEN: RELATO
DE DOIS CASOS
TUMORES RAROS EM CRIANÇAS: IMPORTÂNCIA E NECESSIDADE DE
CONSENSO E COLABORAÇÃO NACIONAL.
Caroline Peres Bau, Maria Teresa De Seixas Alves, Michael Jenwei
Chen, Simone De Campos Vieira Abib, Eliana Maria Monteiro Caran
Gustavo Dias Marques Da Cruz, Eliana Maria Monteiro Caran, Maria
Teresa De Seixas Alves(Instituto De Oncologia Pediátrica, Fernanda
Teresa De Lima, Camila Maida De Pontes, Arnaldo Luiz Pires
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: O Tumor miofibroblastico inflamatório ocorre
principalmente em adolescentes, com maior incidência em pulmão,
podendo também ser encontrada em abdômen, retroperitôneo,
extremidades, coração e região de cabeça e pescoço. Sua causa e
desconhecida, com diversas hipóteses sobre sua origem. Devido a sua
característica inflamatória, pode apresentar melhora com o uso de
corticoesteróides, que associado a ressecção completa, e considerado
a primeira opção terapêutica. Objetivo: Descrever dois casos de
crianças com tumor miofibroblastico inflamatório Relato de casos:
Caso 1: Criança, masculino, 13 anos, com astenia, afebril, evoluiu com
piora da astenia, dor abdominal, vômitos e massa em região subcostal
direita com 2 anos de evolução. TC de abdome: volumosa massa
sólida com densidade e realce heterogêneo pelo contraste, localizada
na linha média do epigástrio, medindo 13 x 9,1 x 12. Tumoração
ressecada parcialmente, com anatomo – patológico: tumor
miofibroblastico inflamatório, tratado com ibuprofeno e
tamoxifeno por 5 meses; pulsos de metilprednisolona por 2 mêses;
vincrisrtina por 1 mês. Como baixa resposta, realizado radioterapia
paliativa em lesão. Evolui com sangramento intestinal optado pelo
protocolo alternativo metotrexato e Vimblastina; como apresentou
fistula entérica e enterorragia sem melhora e baixa responsividade da
tumoração, paciente colocado em cuidados paliativos, evoluindo para
óbito 1 mês após. Caso 2: criança, masculino, 7 anos, previamente
hígido, vem com quadro de vômitos associados a diarréia com
distensão abdominal importante, foi submetido a laparotomia onde
foi verificada tumoração em cólon transverso e descendente com
anátomo-patológico: tumor miofibroblástico, iniciado protocolo com
metilprednisolona sem resposta, optado por iniciar Vimblastina e
metotrexate por 8 semanas Paciente evolui com enterorragia e fistula
entero - cutânea, sendo trocado protocolo pelo uso de ibuprofeno e
hidrocortisona. Paciente manteve fistula sem melhora, sendo iniciado
cuidados paliativos, evoluindo um mês após para óbito. Conclusão: Os
tumores miofibroblasticos inflamatórios são neoplasias de
comportamento incerto, que embora não apresentam características
metastáticas, podem representar mal prognóstico, principalmente os
de origem abdominal, tendo a ressecção completa como alternativa
terapêutica de maior sucesso. Ainda é necessário o desenvolvimento
de novas alternativas terapêuticas para os casos de pior prognóstico.
GRUPO DE APOIO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER
GRAACC/IOP/UNIFESP, São Paulo, Brasil.
Introdução: Estudos epidemiológicos revelam que, nos Estados
Unidos, por ano, são diagnosticadas uma a duas crianças com câncer
em 10.000 com idade até 14 anos, com estimativa anual de 15.000
casos em menores de 15 anos. No Brasil, durante o período de 2007
até 2011 ocorreram 13.863 casos de neoplasias malignas em
menores de 19 anos. Contudo, os tumores malignos que ocorrem na
infância e adolescência constituem um grupo heterogêneo de
doenças, com diferentes tipos histológicos e comportamentos
biológicos. Nesta faixa etária as neoplasias mais frequentes são:
leucemias, tumores do sistema nervoso central, linfomas,
neuroblastoma e tumor de Wilms. O pouco conhecimento sobre os
tumores raros na infância e adolescência evidencia a importância de
estudá-los e refletir sobre sua definição para melhor abordagem
clínica e racionalização da terapêutica. Objetivo: Avaliar critérios de
nomenclatura e classificação dos tumores raros a serem adotados
no Brasil, com base na experiência dos grupos cooperativos
internacionais, analisar aspectos epidemiológicos e comparar com
os dados encontrados na literatura. Metodologia: Estudo descritivo,
retrospectivo de 134 pacientes com diagnóstico de tumores raros no
período de 1991 até 2015, com idade entre 0 e 19 anos, atendidos
em um centro de referência. Resultados: No período de 1991 a 2015
foram admitidos 5852 crianças e adolescentes com diagnóstico de
câncer em nosso serviço, na faixa etária entre 0 e 19 anos de idade.
Os tumores mais frequentemente encontrados foram
respectivamente: tumores de sistema nervoso central 1006(17,2%),
leucemias 962(16,4%), linfomas 616 (10,5%), tumores ósseos 599
(10,2%) e retinoblastoma 440 (7,5%). Os tumores raros encontrados
neste estudo totalizaram 134 (2,2%), com discreta predominância
pelo gênero feminino (52,23%). Conclusão: A padronização da
definição dos tumores raros é uma meta a ser alcançada para
facilitar comparações entre diferentes estatísticas, além de
proporcionar melhor embasamento para a realização de estudos
clínicos e epidemiológicos. As classificações atuais ainda não
contemplam todos os tumores raros e, muitas vezes, baseiam-se em
dados epidemiológicos nem sempre disponíveis em países em
desenvolvimento. É importante que cada centro especializado em
oncologia reconheça o grupo de tumores raros na infância para que
haja estímulo à formação de grupos cooperativos, experiência que,
ao longo dos anos, mostrou-se de extrema importância na
abordagem destes tipos de tumores.
194
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
TUMORES RENAIS
TUMORES SÓLIDO PSEUDOPAPILAR PANCREÁTICOS EM CRIANÇAS
Rafael Balceiro, Ana Glenda Santarosa Vieira, Vilani Kremer, Rodrigo
Chaves Ribeiro, Maria Emiliana Sarno Pagliarini, Miriam De Melo
Melquíades, Efrain Hernando Torres Pinto, Juliana Lanza Neves, Luiz
Fernando Lopes
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, São Paulo, Brasil
Introdução: Neoplasias pancreáticas são raras em crianças. Os
tumores sólidos pseudopapilares correspondem a cerca de 2-3% dos
tumores de pâncreas em todas as idades e apresentam sobrevida
acima de 90% para aqueles com ressecção completa. Objetivos:
Descrever a casuística de tumores pancreáticos infantis em hospital
oncológico pediátrico de 2010 a 2016 Métodos: Análise retrospectiva
de 5 casos de tumores de pâncreas pediátricos atendidos entre 2010 e
2016 Resultados: Todos as pacientes são do sexo feminino. A idade
média ao diagnóstico foi de 15 anos, mínima de 11 e máxima de 16
anos. Os sinais e sintomas presentes ao diagnóstico foram dor
abdominal em 3 casos, aumento de volume abdominal em 2 casos,
dor torácica ventilatório-dependente em 1 caso, emagrecimento em 1
caso e vômitos em 1 caso. Todos os tumores foram completamente
ressecados, com margens cirurgícas livres. Todos os diagnósticos
foram confirmados por de exame anátomo-patológico e
imunohistoquímico. Dentre os procedimentos cirúrgicos, foram
realizados: pancreatectomia caudal em 1 caso, cirurgia de Whipple e
derivação biliodigestiva em y de Roux em 1 caso, pancreatectomia
corpo-caudal com esplenectomia em 1 caso, exérese de tumor em
cabeça de pâncreas com colecistectomia em 1 caso e pancreatectomia
caudal com esplenectomia em 1 caso. Complicações: a paciente
submetida à pancreatectomia caudal evoluiu com pseudocisto
pancreático, resolvido com drenagem percutânea e uso de octreotide.
Nenhuma paciente recebeu quimioterapia neoadjuvante ou
adjuvante. Todas as pacientes estão vivas, sem evidência de doença,
com tempo de seguimento médio, contado até a última consulta de
follow-up, de 28 meses, (mínimo de 3 e máximo de 71 meses).
Conclusões: Tumores pancreáticos são raros na faixa etária pediátrica.
Dentre eles, o tumor sólido pseudopapilar é o mais comum
com acometimento predominantemente feminino. Em concordância
com a literatura, nossa casuística mostra que a ressecção completa
desses tumores geralmente é curativa, com baixa probabilidade de
recorrência.
15 ANOS DE ANÁLISE CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES
COM DIAGNÓSTICO DE NEFROBLASTOMA EM UMA INSTITUIÇÃO
Ana Luiza De Melo Rodrigues Fabro, Luciana Piasecki Marina, Ana
Paula Kuczynski Pedro Bom, Flora Mitie Watanabe, Edna Kakitani
Carboni, Gabriela Caus Fernandes Luiz, Camile Cripa Vicentini,
Cilmara Cristina Kuwahara
HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE, Paraná, Brasil
Introdução: O nefroblastoma é o tumor renal maligno mais comum
da infância, corresponde a 95% dos tumores renais em pacientes
menores de 15 anos, sendo que 80% dos casos manifestam-se até
os 5 anos de vida. Em geral apresenta-se como uma massa
abdominal assintomática ou oligossintomática. Tem como
particularidade sua associação a anomalias congênitas do trato
genitourinário e síndromes complexas. Objetivos: Analisar
retrospectivamente os pacientes com diagnóstico de nefroblastoma
admitidos em uma instituição, por um período de 15 anos.
Métodos: Estudo transversal por análise retrospectiva de 71
prontuários de pacientes com diagnóstico de nefroblastoma
assistidos entre 1999 a 2013. Resultados: Dos 71 pacientes, 41 eram
do sexo masculino, a média de idade ao diagnóstico foi de 3,4 anos.
81,6% do pacientes apresentaram-se inicialmente com massa
abdominal assintomática ou oligossintomática. Segundo o
estadiamento pré-tratamento (NWTS), observamos 20 pacientes no
estadio I, 16 no estadio II, 16 no estadio III, 15 no estadio IV e 4 no
estadio V. Quimioterapia: 18 crianças receberam tratamento pelo
Grupo Cooperativo Brasileiro para Tratamento do Tumor de Wilms
(GCBTTW), e as restantes pelo Protocolo de 2001 da Sociedade
Internacional
de
Oncologia
Pediátrica
(SIOP-2001).
Aproximadamente 25% necessitaram tratamento radioterápico.
Recidiva: a ocorrência de recidiva está correlacionada ao
estadiamento de acordo com o coeficiente de Pearson, (r = 0,355),
com maiores chances de recidiva para os estadios III e IV pelo teste
qui-quadrado (p=0.003). Mortalidade e estadiamento estão
correlacionadas de acordo com o coeficiente de Pearson (r =0,276) e
pelo teste de Mann Whitney (p=0.021). A ocorrência de recidiva
esteve correlacionada ao óbito de acordo com o coeficiente de
Pearson (r=0.639). A média do tempo de tratamento foi de 7,00
meses (desvio padrão 6,78), sendo a média do tempo de tratamento
para os casos que tiveram óbito 14,31 meses (desvio padrão 13,93)
e para os casos que sobreviveram 5,94 meses (desvio padrão 4,28).
Conclusão: considerando os 31 pacientes que terminaram o
tratamento 5 anos antes do final do estudo, 83,8% tiveram um
seguimento por 5 anos ou mais sem sinais de recidiva de doença,
com sobrevida global de 87,1%.
195
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES
TRATADOS POR TUMOR DE WILMS (TW) EM UM HOSPITAL DE
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA NO PERÍODO ENTRE 1982-2001
a
b
Marco Aurélio Campanha Sartori , Vicente Odone Filho , Paulo Taufi
b
b
b
Maluf-Junior , Maria Tereza Assis De Almeida , Lilian Maria Cristofani ,
b
b
Ana Lucia Beltrati Cornacchioni , Roberto Augusto Plaza Teixeira
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São
Paulo, Brasil
INSTITUTO DA CRIANÇA – ITACI - FMUSP, São Paulo, SP
Introdução: O TW é a principal neoplasia maligna renal da infância,
com expectativa de cura superior a 90% nos casos não metastáticos e
de histologia favorável. Geralmente unilateral, pode acometer ambos
os rins em cerca de 6% dos casos. Associa-se a malformações
geniturinárias e a síndromes predisponentes. Objetivo: Avaliar as
características clínicas e epidemiológicas dos pacientes tratados
exclusivamente no Hospital entre 1982-2001. Metodologia: análise
retrospectiva dos pacientes de 0 a 19 anos portadores de TW
admitidos no Hospital entre maio de 1982 e agosto de 2001,
discriminados conforme os sucessivos protocolos institucionais que
utilizavam cirurgia em primeira instância ou quimioterapia
neoadjuvante. Tratamento químio e radioterápico ulterior
dependente dos achados cirúrgicos e anatomopatológicos. Os dados
clínicos analisados incluíam: sexo, idade ao diagnóstico, manifestação
clínica inicial, tempo decorrido entre o primeiro sintoma e o
diagnóstico, tipo histológico, estadiamento, presença de metástases,
presença de trombo tumoral, malformações associadas, presença de
síndrome predisponente. A coleta de dados foi realizada em planilha
própria Excel. Resultados: Foram 110 pacientes, cuja idade variou
entre 2 meses e 13 anos e 5 meses (mediana de 2,8 anos).
Predominaram crianças do sexo masculino (61 / 110, 65%). 6% dos
casos eram bilaterais. 3 dos pacientes apresentavam malformações
(geniturinária, aniridia congênita e síndrome de Denys Drash). A
apresentação clínica mais comum foi de massa abdominal
assintomática (45%). A mediana decorrida entre o primeiro sinal /
sintoma e diagnóstico foi de 30 dias. Foram 30% dos pacientes em
estádio (E) I, 27% E- II, 21% E- III,16% E- IV e 6% E-V. 92%
apresentavam histologia favorável e 8% com anaplasia (HD). Apenas
12% receberam quimioterapia neoadjuvante e em 5% dos casos
verificou-se trombose envolvendo cava e átrio. 15 (13,6%) dos
pacientes recidivaram e houve 11 óbitos (10%), a maioria por
progressão da doença após a recaída. Conclusão: O excelente
prognóstico do TW é destacado nesta série, em que pese os
programas de base antiga e convencional à época oferecida. A
tentativa de associação entre características clínicas de apresentação
e variáveis potencialmente desfavoráveis não pode ser aqui
estatisticamente documentada. Prospectivamente a inclusão desses
dados, junto a elementos de biologia molecular, poderão oferecer
parâmetros de caracterização clínica e de prognóstico muito mais
fidedignos.
NEFROBLASTOMA (TUMOR DE WILMS) EM ADULTO JOVEM-RELATO
DE CASO
Jeanne Lee Coutinho Medeiros, Jeanna Lee Oliveira Coutinho
FCECON, Amazonas, Brasil
Introdução: Nefroblastoma (Tumor de Willms) é o tumor maligno
renal mais comum na faixa etária pediátrica, sendo a idade média de
diagnóstico aos 2 anos e meio. Na infância, 10% dos casos podem
está associado a alguma má formação congênita, com incidência
maior em meninos negros. O diagnóstico é realizado pela clínica
onde é notada a presença de massa abdominal assintomática em
flanco ou como achado em exame de imagem, com confirmação
pelo anatomopatológico e imunohistoquímica. Quando há presença
de sintomas os mais comuns são dor, febre, hipertensão e
hematúria. Presença de mutação no gene WT-1 tem sido
relacionada a doença familiar. O tratamento é baseado no
estadiamento e anáiomo-patológico. nos casos que acomentem
adultos, usam-se protocolos infantis. O prognóstico é pior na idade
adulta. Descrição do caso: EAGL, sexo F, 19 anos, assintomática,
realizou a pedido exame de imagem identificando massa abdominal
suspeita de neoplasia. Exames laboratoriais sem alterações; USG de
Abdome Total: imagem hipoecóica em terço médio do rim E (3,8cm
x 2,1cm x 3,5cm) com abaulamento do hilo renal. Tomografia de
Abdome:massa hipodensa e hipervascularizada em terço médio,
sem invasão de seio renal ou gordura perirrenal, não observado
linfonodomegalias retroperitoneais. Submetida à nefrectomia de
rim E. Anatomopatológico: Nefroblastoma predominantemente
epitelial com anaplasia focal e índice de necrose menor que 65%;
ausência de trombose em veia renal e de infiltração de cápsula.
Imunohistoquímica: Nefroblastoma. Marcadores: Ki 67 (MiB- 1):
Positivo em menos de 5% das células neoplásicas; Vimentina:
Positivo focal; WT-1 – Positivo. Exames de estadiamento:
Tomografia de Tórax, Abdome e Pelve: Normais; Cintilografia óssea:
Normal. Estadiamento I/Alto Risco. Tratamento: Realizou protocolo
SIOP 2001 de Janeiro/15 por Agosto15. Durante o tratamento foi
reavaliada com Rx de Tórax e USG de Abdome, não se observando
recidivas ou metástases. Paciente evoluiu estável e sem
intercorrênci as significativas durante o tratamento. Conclusão: O
Tumor de Willms em adulto corresponde a 1% de todos os
nefroblastomas descritos na literatura. Apresenta-se com sintomas
inespecíficos podendo fazer diagnóstico diferencial com outras
patologias, indicando a importância de um exame físico minucioso e
a necessidade de exames complementares. A terapia é sempre
agressiva e baseada em cirurgia radical e quimioterapia.
196
XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO
DE TUMOR DE WILMS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM
ONCOPEDIATRIA
a
b
Luciana Nunes Silva , Bianca Benzota De Carvalho Saraiva , Gabriela
c
c
Aguiar Santos Faria , Bruna Silva Cordeiro , Laura Lemos Mendonça E
a
a
Fontes , Eny Guimarães Carvalho
H. MARTAGÃO GESTEIRA, Bahia, Brasil
UNIVERSIDADE SALVADOR, Bahia, Brasil
FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS, Bahia, Brasil
Introdução: O tumor de Wilms (TW) é a neoplasia renal mais comum
na infância, correspondendo a cerca 6-7% das neoplasias malignas,
acometendo principalmente crianças menores que 5 anos. Com a
sobrevida a longo prazo em torno de 90% na doença localizada e mais
de 70% para a doença metastática, é um tumor eminentemente
curável. Objetivo: Avaliar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes
com TW de um hospital especializado em oncopediatria. Metodologia:
Estudo retrospectivo, de corte transversal, no qual foram analisados
os prontuários de pacientes com diagnóstico de TW, admitidos na
unidade de oncologia pediátrica no período de setembro de 2009 a
dezembro de 2015. Resultados: Foram avaliados 42 pacientes, sendo
o sexo feminino predominante (57,1%). A média de idade foi de
3,3±1,9 anos, sendo a faixa etária mais prevalente entre 4-5 anos
(38,1%). Dentre os sinais e sintomas clínicos encontrados, massa
abdominal palpável esteve presente em 40 casos (95,2%), seguido de
sintomas constitucionais em 20 (47,6%), e dor abdominal em 19
(45,2%). Hipertensão e hematúria macroscópica estiveram presentes
em 3 (7,14%) e 4 (9,52%) casos, respectivamente. Um paciente era
portador de síndrome de Moebius. Dezessete (40,4%) casos tinham
evidências de metástase pulmonar. Quanto às características
anatomo-patológicas do tumor, a média do percentual de necrose foi
de 47,8% ± 30,4, sendo que a maioria 13 (30,9%) teve um percentual
entre 26-50%. O linfonodo abdominal foi negativo em 66,7% dos casos
e a margem microscópica foi negativa em 90,5%. A histopatologia
evidenciou tumor predominantemente blastematoso em 33,3% dos
pacientes, misto em 28,6%, epitelial em 21,4%, totalmente necrótico
em 4,8%, anaplásico em 2,4% e estromal em 2,4%. Além destes, 4,8%
estavam enquadrados em outras categorias e o dado foi perdido em
2,4% dos casos. Em relação ao estadiamento, 6 (14,2%) eram estádio
I, 13 (30,9%) estádio II, 6 (14,2%) estádio III e 17 (40,4%) estádio IV. O
risco foi classificado como baixo em 2 (4,8%) pacientes, intermediário
em 23 (54,8%) e alto em 17 (40,5%). Todos os pacientes foram
tratados conforme o protocolo SIOP 2001. Houve recidiva em 4
(9,52%) casos e óbito em 2 (4,76%). Conclusão: Apesar da
característica mais agressiva deste grupo de pacientes, com
histopatologia blastematosa predominante após neoadjuvancia,
elevado índice
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