Uma Visão Geral da Célula

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Visão Geral da Célula
Membrana Celular
Visão Geral da Célula
A célula é a unidade básica dos seres vivos pertencentes aos Reinos Monera,
Fungi. Protista. Animalia e Plantae e portanto, também do homem que pertence ao
Reino Animalia. Ela funciona como uma complicada máquina, realizando e dirigindo
todas as funções vitais. Suas partes fundamentais são a membrana celular,
citoplasma e o núcleo.
As células são unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos ou seja
, todos os seres vivos são formados por células - compartimentos envolvidos por
membrana, preenchidos com uma solução aquosa concentrada de substâncias
químicas. As formas mais simples de vida são células individualizadas que se
propagam por cissiparidade.
Há muitos tipos diferentes de células, que variam enormemente em tamanho,
forma e funções especializadas.
Os organismos superiores, como os humanos (acredita-se que contenha pelo
menos 100 trilhões de células), são como cidades celulares, nas quais grupos de
células performam tarefas especializadas e são ligadas por um intrincado sistema de
comunicação.
Num punhado de solo ou numa xícara de água poderá haver dúzias de
diferentes tipos de organismos unicelulares, sendo que em cada organismo
multicelular seja ele o corpo humano ou a planta de milho, há dúzia ou centenas de
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diferentes tipos celulares, todos altamente especializados funcionando juntos na
forma de tecidos e orgãos. E, não importa quão grande e complexo seja o
organismo, cada um dos seus tipos celulares retém alguma individualidade e
independência.
Apesar das muitas diferenças visíveis, várias espécies de células são
admiravelmente semelhantes nas suas características estruturais básicas.
As células são pequenas e complexas, o que torna difícil ver suas estruturas,
descobrir sua composição molecular e, mais difícil ainda, encontrar funções para
seus vários componentes.
Uma célula animal típica tem um diâmetro de 10 a 20 micrômetros, o que é
aproximadamente 5 vezes menor que a menor partícula visível a olho nu. Somente
quando microscópios ópticos de boa qualidade tornaram-se disponíveis, no início do
século XIX pode-se descobrir que tecido animais e vegetais são agregados de
células individuais. Esta descoberta, proposta como a doutrina celular por
SCHLEIDEN E SCHWANN, em 1838, marca o nascimento formal da biologia
celular.
Células animais não são apenas minúsculas, mas também incolores e
translúcidas e para visualizá-las é importante o desenvolvimento de técnicas de
microscopia.
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Hemácias vistas em microscópio
Hemácias coradas e vistas em
eletrônico de varredura
microscopia óptica
Algumas descobertas importantes na história da microscopia óptica.
1611 - Kepler sugere maneiras para a construção de um microscópio composto.
1655 - Hooke utiliza o microscópio composto para descrever pequenos poros em secções
de rolhas, que chamou de "células".
1674 - Lecuwenhoek comunica a descoberta de protozoários. Visualiza uma bactéria pela
primeira vez nove anos mais tarde.
1833 - Brown publica suas observações microscópicas de orquídeas descrevendo
claramente o núcleo da célula.
1838 - Schleiden e Schwann propõem a teoria celular, afirmando que a célula nucleada é a
unidade da estrutura e função em plantas e em animais.
1857 - Kolliker descreve a mitocôndria em células de músculo.
1876 - Abbé analisa os efeitos da difração na formação da imagem e mostra como melhorar
a construção do microscópio.
1879 - Flemming descreve com muita clareza o comportamento dos cromossomos durante a
mitose em células animais.
1881 - Retzius descreve tecidos animais com um nível de detalhamento até então não
obtido por nenhum outro microscopista óptico. Nas duas décadas seguintes ele, Cajal, e
outros histologistas desenvolveram métodos de coloração e lançaram os fundamentos da
anatomia microscópica.
1882 - Koch utiliza anilina para corar microrganismos e identificar as bactérias causadoras
da tuberculose e da cólera. Nas duas décadas seguintes outros bacteriologistas, como
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Klebs e Pasteur, identificam os agentes causais de muitas outras doenças, através do
exame de preparações coradas ao microscópio.
1886 - Zeiss constrói uma série de lentes, para o projeto proposto por Abbé, que permite
aos microscopistas revelar estruturas nos limites teóricos da luz visível.
1898 - Golgi visualiza pela primeira vez e descreve o aparelho de Golgi através da coloração
das células com nitrato de prata.
1924 - Lacassagne e colaboradores desenvolvem método auto-radiográfico para localizar
polônio radioativo em amostras biológicas.
1930 - Lebedeff projeta e constrói o primeiro microscópio de interferência. Em 1932,
Zernicke inventa o microscópio de contraste de fase. Esses dois tipos de microscópios
permitem que células vivas, não-coradas, sejam vistas em detalhe pela primeira vez.
1941 - Coons use anticorpos acoplados a corantes fluorescentes para detectar antígenos
celulares.
1952 - Nomarski idealiza e patenteia o sistema de contraste de interferência diferencial para
o microscópio óptico, o qual ainda tem o seu nome.
1981 - Allen e Inoué aperfeiçoam o microscópio óptico de contraste com sistema de vídeo
avançado.
1988 - Microscópios confocais de varredura comerciais passam a ser amplamente utilizados
Microscópio de Hooke
Microscópio Óptico
Microscópio Eletrônico
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Tabela 1. Poder de resolução: Tamanho de células e de seus componentes,
desenhados em escala logarítmica, indicando a faixa de objetos que podem ser
propriamente visualizados a olho nu e através de microscópios óptico e eletrônico.
Átomo
0.1nm
Moléculas Proteínas
1nm
10nm
Vírus/
Ribossomo
Bactéria
100nm
1um
Microscópio
Eletrônico
Microscópio
Cél
Cél
Animal
Vegetal
10um
100um
1mm
1cm
Óptico
Olho Nu
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Figura referente a tabela acima, inclusive com a descrição das medidas usadas em
biologia celular
Figura representando a escala de tamanho de algumas estruturas:
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Roteiro de Aula Prática
1. Assunto: Microscopia e a utilização do microscópio
2. Introdução: Descrição do microscópio óptico
A palavra microscópio é de origem grega (micros =pequeno, scopein =observar,
olhar com atenção). É um instrumento óptico que amplia a imagem de um pequeno
objeto utilizando um sistema de lentes e fontes de iluminação.
Todo microscópio é composto de partes mecânicas e partes ópticas, que juntas nos
permitem a observação detalhada de materiais em estudo.
2.1. Partes mecânicas:
- Base ou pé: é o suporte do microscópio, peça que sustenta todas as outras partes
do aparelho.
 Braço ou coluna: peça que liga o pé à parte superior do microscópio.
 Mesa ou platina: peça de apoio da lâmina contendo o material para estudo,
no centro da mesa existe um orifício para a passagem da luz.
 Charriot: peça ligada à platina que permite movimentar a lâmina no plano
horizontal da esquerda para a direita e vice-versa, e de trás para frente e viceversa.
 Parafuso macrométrico: localiza-se em ambos os lados do braço, serve para
ajustar o foco grosseiramente através de avanço ou recuo da mesa em
relação à objetiva.
 Parafuso micrométrico: ajusta o foco finamente através de pequenos avanços
ou recuos da mesa.
 Canhão: parte superior do microscópio constituída por um tubo contendo um
prisma. Sustenta lentes objetivas e oculares, e serve para focalização do
material.
 Revolver: peça onde se encaixam as lentes objetivas. É composto por um
disco de ranhuras que permite a mudança das objetivas.
2.2. Partes ópticas:
 Condensador: conjunto de lentes situado abaixo da platina que concentra a
luz e fornece iluminação uniforme à preparação biológica.
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 Botão do condensador: permite a movimentação do condensador.
 Diafragma: regula a intensidade de luz que atinge a preparação através de
uma alavanca para sua abertura ou fechamento.
 Objetivas: conjunto de 4 ou mais lentes superpostas que proporcionam
aumentos diferentes para observação do material. O valor do aumento está
gravado na objetiva.
 Oculares: possui 2 lentes convergentes que ampliam e corrigem os defeitos
da imagem. O valor do aumento proporcionado está gravado na ocular.
3. Objetivos:
3.1. Conhecer os componentes do microscópio identificando suas partes.
3.2. Fazer observações de materiais ao microscópio relacionando as imagens
formadas e os aumentos obtidos com seu funcionamento.
4. Materiais, equipamentos e reagentes:
4.1. Microscópio óptico comum;
4.2. Letras recortadas do jornal;
4.3. Lâminas e lamínulas;
4.4. Fio de algodão;
4.5. Copo com água;
4.6. Papel filtro.
5. Procedimentos:
5.1. Lâminas com letras:
 Coloque sobre a lâmina uma letra que você recortou do jornal;
 Coloque esta lâmina sobre a platina do microscópio, de modo a manter a letra
na posição em que é lida por você;
 Focalize a letra, conforme o procedimento descrito anteriormente;
 Observe a posição da letra, na imagem formada pelo microscópio com a
objetiva de 4X e 10X;
 Desenhe o observado.
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5.2. Preparação a fresco de fio de algodão:
 Coloque um fio de algodão dissociado e cortado em pedaço sobre uma
lâmina limpa;
 Adicione uma gora de água sobre o material;
 Cubra a lateral com uma lamínula limpa, obedecendo à seqüência abaixo:
 Apóie a lamínula sobre a lâmina em ângulo de 45°;
 Encoste a borda da lamínula na borda da gota de água até que esta se
espalhe pela primeira;
 Abaixe a lamínula vagarosamente, procurando evitar a formação de bolhas de
ar.
 Retire o excesso de água encostando um pedaço de papel absorvente na
borda externa da lamínula, na linha de contato entre esta e a lâmina.
 Examine o material ao microscópio e desenhe no aumento de 10X.
6. Considerações finais:
6.1. Que diferenças você observou entre a posição das letras a olho nu e na imagem
ao MO?
6.2. Nas objetivas de diferentes aumentos, o que você notou quanto ao tamanho da
imagem e quanto à área do campo de observação?
6.3. Por que a lamínula deve estar sempre voltada para cima quando se observa o
material ao microscópio?
6.4. Por que é necessário o uso do óleo de imersão na objetiva de 100X?
6.5. Observe o Microscópio abaixo e coloque os nomes das partes do mesmo, de
acordo com os números indicados no aparelho.
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RELATÓRIO DE ATIVIDADES DE LABORATÓRIO
Nome do aluno:___________________________________________
Curso: ________________ Turma: _______________
Título: _________________________________________________________________________
Materiais utilizados:
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Procedimentos: _________________________________________________________________
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Discussão/Resultados:
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Esquemas:
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MEMBRANA CELULAR
A membrana celular é uma película que envolve e protege a célula. Ela tem também
a função importante no controle da entrada e de saída de substâncias na célula.
Figura esquemática da Membrana Celular
As membranas celulares são essenciais para a vida da célula. A Membrana
Plasmática envolve a célula, define seus limites, e mantêm as diferenças essenciais
entre o hialoplasma (ou citosol) e o meio extracelular.
Dentro da célula, as membranas do retículo endoplasmático, aparelho de
Golgi, mitocôndrias, e outras organelas envoltas por membrana, em células
eucarióticas, mantêm as diferenças características entre os conteúdos de cada
organela e o hialoplasma.
Todas as membranas biológicas têm uma estrutura geral comum: é um filme
muito fino de lipídeos e de proteínas, mantidas juntas principalmente por interações
não covalentes.
As membranas celulares são estruturas dinâmicas, fluídas, sendo que a maior
parte de suas moléculas são capazes de mover-se no plano da membrana, as
moléculas individuais de lipídeos são capazes de difundirem-se rapidamente dentro
de sua própria monocamada e raramente saltam de uma monocamada para outra.
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Membrana Celular
As moléculas lipídicas são arranjadas como uma dupla camada contínua com
cerca de 5nm de espessura. Essa bicamada lipídica fornece a estrutura básica da
membrana e atua como uma barreira relativamente impermeável à passagem da
maioria das moléculas hidrossolúveis.
Os glicolipídeos são encontrados na metade não citoplasmática da bicamada
lipídica. Na membrana plasmática os seus grupos açúcar estão expostos na
superfície celular, sugerindo que eles desempenham algum papel nas interações da
célula com a sua vizinhança.
As
membranas
plasmáticas
de
eucariotos
contêm
quantidades
particularmente grandes de colesterol. As moléculas de colesterol aumentam as
propriedades de barreira da bicamada lipídica e devido as seus rígidos anéis planos
de esteróide diminui a mobilidade e torna a bicamada lipídica menos fluida.
A maioria dos lipídeos que compõem a membrana são fosfolipídeos dos quais
predominam: fosfatidilcolina, esfingomielina, fosfatidilserina e fosfatidiletanolamina.
Eletromicrografia mostrando as membranas plasmáticas e o espaço intercelular
Todas as células estão envoltas por uma plasmática. Sua existência é condição
indispensável para a existência de uma célula. Ela limita o território da célula e
controla o seu conteúdo químico. É o limite entre os meios intracelular e extracelular,
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observável em detalhes somente com a utilização do microscópio eletrônico. Na sua
composição química temos 40% de lipídios, 50% de proteínas e 10% de glicídios.
Os glicídios. Situam-se na superfície externa das células eucarióticas e contribuem
para uma assimetria da membrana; são oligossacarídeos unidos a lipídios
(glicolipídios) ou a proteínas (glicoproteínas) que representam o fundamental para a
identidade das células, formando o glicocálix ou glicocálice que desempenha as
seguintes funções:
 Protege a superfície das células de possíveis lesões;
 Confere viscosidade às superfícies celulares, permitindo o deslizamento de
células em movimento, como, por exemplo, as sangüíneas;
 Apresenta propriedades imunitárias, por exemplo, os glícidos do glicocálix dos
glóbulos vermelhos que apresentam os antígenos próprios dos grupos
sangüíneos do sistema sangüíneo ABO;
 Intervém
nos fenômenos de reconhecimento celular, particularmente
importantes durante o desenvolvimento embrionário.
 A inibição do crescimento celular por contato depende de glicoproteínas do
glicocálice. Se tais proteínas forem perdidas ou modificadas, como acontece
em alguns tumores malignos, mesmo o glicocálice ainda existindo, esta
função será comprometida; nos processos de adesão entre óvulo e
espermatozóide.
Os lipídios. Na membrana da célula eucariótica encontramos três tipos de
lipídios: fosfolipídios, glicolipídios e colesterol. Todos têm caráter anfipático; isto quer
dizer que possuem um comportamento duplo, uma parte da molécula é hidrófila e
outra parte da molécula é hidrófoba, do que resulta, em meio aquoso, uma capa
dupla lipídica.
As proteínas são os componentes da membrana que desempenham as
funções específicas (transporte, comunicação, etc). Da mesma forma que os lipídios,
as proteínas podem girar ao redor do próprio eixo e muitas podem deslocar-se
lateralmente (difusão lateral) pela membrana. As proteínas da membrana são
classificadas em:
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Proteínas integrais: estão intimamente ligadas aos lipídios, podem atravessar
a camada dupla de lipídios uma ou mais vezes e, por isto, são também chamadas
de proteínas de transmembrana.
Proteínas periféricas: localizam-se de um lado e de outro da camada bilipídica
e estão unidas fracamente às cabeças polares dos lipídios da membrana ou a outras
proteínas integrais por pontes de hidrogênio.
PROTEÍNAS DA MEMBRANA
Enquanto a bicamada lipídica determina a estrutura básica das membranas
biológicas, as proteínas são responsáveis pela maioria das funções da membrana,
atuando como receptores específicos, enzimas, proteínas transportadoras, entre
outras funções.
Muitas proteínas da membrana estendem-se através da bicamada lipídica: em
algumas dessas proteínas transmembrana a cadeia polipeptídica cruza a bicamada
como uma alfa-hélice única (proteínas unipasso); em outras, inclusive naquelas
responsáveis pelo transporte transmembrana de íons e pequenas moléculas
hidrossolúveis, a camada polipeptídica cruza a bicamada múltiplas vezes, seja como
uma série de alfa-hélices, seja como uma folha beta na forma de um barril fechado
(proteína multipasso).
Outras proteínas associadas a membrana não cruzam a bicamada, mas ao
contrário são presas a um ou ao outro lado da membrana. Muitas dessa são ligadas
por interações não covalentes a proteína transmembrana, enquanto outras são
ligadas através de grupos lipídicos ligados covalentemente.
Como as moléculas lipídicas na bicamada, muitas proteínas da membrana
são capazes de difundir-se rapidamente no plano da membrana. Por outro lado, as
células têm mecanismos para imobilizar proteínas específicas da membrana e para
confinar moléculas lipídicas e protéicas a domínios específicos.
Veja na figura abaixo as principais funções das proteínas da membrana celular:
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Membrana Celular
Modelo do mosaico fluído.
Com os dados oferecidos pela microscopia eletrônica e as análises
bioquímicas foram elaborados vários modelos de membrana. Atualmente o modelo
mais aceito é o proposto por Singer e Nicholson (1972), denominado modelo do
mosaico fluído.
Considera que a membrana é como um mosaico fluído e que a bicamada
lipídica é a rede cimentante das proteínas embebidas nela, integrando umas com
outras e com os lipídios. Tanto as proteínas como os lipídios podem deslocar-se
lateralmente. Os lipídios e as proteínas integrais estão dispostos em mosaico.
Poderíamos também dizer que a membrana é formada por um duplo "colchão de
lipídios" interrompido por grandes moléculas protéicas que, polarizadas, são
capazes de girarem em torno de si mesmas.
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Membrana Celular
A bicamada lipídica da membrana atua como uma barreira que separa dois
meios aquosos, o meio onde vive a célula e o meio interno celular. As células
requerem nutrientes do exterior e devem eliminar substâncias de excreção
procedentes do metabolismo e manter seu meio interno estável. A membrana
apresenta uma permeabilidade seletiva, pois permite a passagem de pequenas
moléculas, desde que sejam lipófilas, entretanto regula a passagem de moléculas
não lipófilas.
ESPECIALIZAÇÕES DA MEMBRANA PLASMÁTICA
Glicocálix ou cobertura celular.
O termo cobertura celular ou glicocálix é freqüentemente utilizado para
descrever a região rica em carboidratos na superfície celular. Esses carboidratos
ocorrem tanto como cadeias de oligossacarídeos ligadas covalente a proteínas da
membrana (glicoproteínas) e lipídeos (glicolipídeos), e na forma de proteoglicanos
que consistem de longas cadeias de polissacarídeos ligados covalentemente a um
núcleo protéico.
Eletromicrografia mostrando as vilosidades da membrana plasmática e o Glicocálix
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Membrana Celular
Esquema do Microcalix em uma célula animal
As cadeias laterais de oligossacarídeos são extremamente diversificadas no
arranjo de seus açúcares. Essa cobertura de carboidratos ajuda a proteger a
superfície celular de lesões mecânicas e químicas e recentemente descobriu-se que
oligossacarídeos específicos funcionam como intermediários em diversos processos
transitórios de adesão célula-célula, inclusive aqueles que ocorrem em interações
espermatozóide-óvulo, coagulação sangüínea, e recirculação de linfócitos em
respostas inflamatórias.
Interdigitações: "Encaixe" entre as microvilosidades de duas células que têm
um papel importante na coesão de células vizinhas. São saliências e reentrâncias da
membrana celular que se encaixam em estruturas complementares das células
vizinhas.
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Membrana Celular
- Complexo Juncional: Está presente em vários epitélios próximo à extremidade
celular livre, sendo constituído dos seguintes elementos: zônula oclusiva, zônula de
adesão e uma fileira de desmossomos. O complexo juncional é uma estrutura de
adesão e vedação.
A - Zônula de Adesão: É uma formação encontrada em certos epitélios de
revestimento, circundando a parte apical das células. Sua estrutura é semelhante à
dos desmossomas, porém a zônula de adesão é um cinto contínuo em volta da
célula. As suas funções são promover a adesão entre as células e oferecer local de
apoio para os filamentos que penetram nos microvilos das células epiteliais com orla
em escova.
B - Zônula Oclusiva: É uma faixa contínua em torno da zona apical de certas
células epiteliais que veda completamente o trânsito de material por entre as células.
Outra função da zônula oclusiva, também chamada junção oclusiva, é permitir a
existência de potenciais elétricos diferentes, conseqüência de diferenças na
concentração iônica entre as duas faces da lâmina epitelial.
Microvilosidades: São dobras da membrana plasmática, na superfície da
célula voltada para a cavidade do intestino. Calcula-se que cada célula possui em
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Visão Geral da Célula
Membrana Celular
média
2.500
microvilosidades,
dependendo
de
sua
especialidade.
Como
conseqüência de sua existência, há um aumento apreciável da superfície da
membrana em contato com o alimento.
São especializações apicais da membrana. Elas estão presentes na
superfície livre das células do intestino delgado, responsáveis pela absorção de
nutrientes.
Cada célula intestinal deste tipo possui em média três mil microvilosidades.
Em 1 mm2 de superfície intestinal, existem cerca de 200 000 dessas
especializações. Elas são evaginações permanentes da membrana com o aspecto
digitiforme, que ampliam consideravelmente a superfície de contato da célula com os
nutrientes vindos da digestão, para melhorar assim a função de absorção intestinal.
Desmossomos:
São
regiões especializadas que
ocorrem
nas membranas
adjacentes de duas células vizinhas. São espécies de presilhas que aumentam a
adesão entre uma célula e a outra; as membranas aparecem mais espessas, em
forma de linhas densas escuras. No local desse espessamento no citoplasma de
cada célula, há um acúmulo de material granuloso. Deste local, irradia-se
microfibrilas para o citoplasma, a curta distância. Essas microfibrilas, ou tonofibrilas,
são compostas por tonofilamentos. Cada desmossomo tem a forma de uma placa
arredondada e é constituído pelas membranas de duas células vizinhas. No
desmossomo o espaço de 15 a 20 nm existente entre as membranas permanece
inalterado, mas aí surge um material mais denso aos elétrons e que freqüentemente
se organiza em um ou mais discos paralelos, que aparecem em linhas nas
micrografias eletrônicas. Embora nos desmossomos as membranas não apresentem
modificação em sua espessura, observa-se a deposição de uma camada amorfa,
eletrodensa, na face citoplasmática de cada membrana. Nesta camada se inserem
filamentos intermediários (tonofilamentos) que se aprofundam no interior da célula
(em forma de fibrilas). Deste modo, os desmossomos são locais onde o
citoesqueleto se prende à membrana celular e ao mesmo tempo, as células aderem
umas às outras. A adesão nestes locais é dependente do íon cálcio, sendo abolida
quando este íon é abolido. Devido à função de adesão e à sua distribuição
descontínua, o desmosomo é também chamado de macula adherens.
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Visão Geral da Célula
Membrana Celular
Esquema do Complexo juncional existente entre as células epiteliais do intestino
delgado
TRANSPORTE DE MOLÉCULAS DE BAIXA MASSA MOLECULAR:
O transporte passivo. É um processo de difusão de substâncias através da
membrana. O soluto passará sempre a favor do gradiente de concentração, do meio
onde existe mais para o meio onde existe menos. Este transporte pode ocorrer por:
Difusão simples. A difusão simples é um processo meramente físico. O
movimento desordenado das moléculas (que estão em constante agitação) leva a
que as moléculas de líquido tenham tendência para se espalharem uniformemente.
Logo, as moléculas deslocam-se conforme o seu gradiente de concentração no
meio, ou seja, as moléculas que se encontram em zonas de maior concentração
deslocam-se para zonas de menor concentração. Este processo físico é uma das
formas de entrada e saída de substâncias na célula. Imaginemos por exemplo uma
membrana, permeável a uma substância, que faz a separação entre dois meios com
concentrações diferentes dessa substância. A substância passa do meio onde a
concentração é maior (meio hipertônico) para o meio onde a concentração é menor
(meio hipotônico) até chegar a um equilíbrio (isto é, até os meios se tornarem
isotônicos). É a passagem de pequenas moléculas a favor do gradiente; pode
ocorrer através da bicamada lipídica ou através de canais protéicos.
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Visão Geral da Célula
Membrana Celular
a) Difusão simples através da bicamada. Assim entram moléculas lipídicas
como os hormônios esteróides, anestésicos como o éter e fármacos lipossolúveis.
Também penetram assim substâncias apolares como o oxigênio e o nitrogênio
atmosférico. Algumas moléculas polares de pequeno tamanho, como a água, o CO2,
o etanol e a glicerina, também atravessam a membrana por difusão simples. A
difusão da água (solvente) recebe o nome de osmose. O movimento de moléculas
de água (solvente) a partir de uma solução hipotônica para outra hipertônica através
de uma membrana semi-permeável denomina-se osmose.
b) Difusão simples através de canais. Ocorre mediante as denominadas
proteínas de canal. Assim penetram íons como o Na +, K+, Ca++, Cl-. As proteínas de
canal são proteínas com um orifício ou canal interno, cuja abertura está regulada,
por exemplo, como ocorre com neurotransmissores ou hormônios, que se unem a
uma determinada região, o receptor da proteína de canal, que sofre uma
transformação estrutural que induz a abertura do canal.
c) Difusão facilitada. Permite o transporte de pequenas moléculas polares,
como os aminoácidos, monossacarídios, etc, que não conseguindo atravessar a
bicamada lipídica, requerem que proteínas trasmembranosas facilitem sua
passagem. Estas proteínas recebem o nome de proteínas transportadoras ou
permeasas que, ao unirem-se a molécula que irão transportar sofrem uma
modificação em sua estrutura que conduz aquela molécula ao interior da célula.
O transporte ativo. Esta propriedade permite captar do meio extracelular substâncias
necessárias ao metabolismo celular, mesmo quando a sua concentração no meio
externo é muito baixa relativamente à do meio interno. Esta propriedade implica um
gasto razoável de energia metabólica. Em alguns casos, as concentrações de uma
substância no meio extracelular e intercelular variam largamente; para manter esta
característica, é necessário que essa substância atravesse a membrana contra o
gradiente de concentração, pois, caso contrário, atingir-se-ia por difusão o equilíbrio
das concentrações.
Neste processo também atuam proteínas de membrana, porém estas
requerem energia, em forma de ATP, para transportar as moléculas ao outro lado da
membrana. São exemplos de transporte ativo a bomba de Na/K, e a bomba de Ca.
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Visão Geral da Célula
Membrana Celular
A bomba de Na+/K+ requer uma proteína transmembranosa que bombeia
Na+ até o exterior da membrana e K+ até o interior. Esta proteína atua contra o
gradiente graças sua atividade como ATP-ase, pois quebra o ATP para obter a
energia necessária para o transporte.
Por este mecanismo, são transportados 3 Na+ até o exterior e 2 K+ até o
interior, com a hidrólise de ATP. O transporte ativo de Na+ e K+ têm uma grande
importância fisiológica. De fato todas as células animais gastam mais de 30% do
ATP que produzem (e as células nervosas mais de 70%) para bombear estes íons.
Transporte de moléculas de elevada massa molecular:
Para o transporte deste tipo de moléculas existem três mecanismos
principais: endocitose, exocitose e transcitose. Em qualquer um deles é fundamental
o papel que desempenham as chamadas vesículas revestidas. Estas vesículas se
encontram rodeadas de filamentos protéicos de clatrina. Este processo permite o
transporte de substâncias do meio extra- para o intracelular, através de vesículas
limitadas por membranas, a que se dá o nome de vesículas de endocitose ou
endocíticas. Estas são formadas por invaginação da membrana plasmática, seguida
de fusão e separação de um segmento da mesma. Há três tipos de endocitose:
pinocitose, fagocitose e endocitose mediada.
4.1. Endocitose: é o processo pelo qual a célula capta partículas do meio
externo mediante uma invaginação da membrana que engloba a partícula que será
ingerida. Produz-se a estrangulação da invaginação originando-se uma vesícula que
encerra o material ingerido. Segundo a natureza das partículas englobadas,
distinguem-se diversos tipos de endocitose.
4.1.1. Pinocitose. Implica a ingestão de líquidos e partículas em dissolução
por pequenas vesículas revestidas de clatrina. A clatrina é uma proteína composta
por 6 subunidades (3 cadeias pesadas, de 91 kDa, e 3 cadeias leves, de 23-27 kDa)
que desempenha um importante papel no processo de formação de vesículas
membranares no interior das células eucariontes. Esta proteína forma uma rede
poliédrica (em forma de uma bola de futebol), composta por muitas moléculas, que
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Visão Geral da Célula
Membrana Celular
reveste a vesícula a medida que ela se forma. Além de ajudar na biogênese de
vesículas, a clatrina parece estar envolvida também no processo de endereçamento
destas vesículas.
4.1.2. Fagocitose. São formadas grandes vesículas revestidas ou fagossomos
que ingerem microrganismos e restos celulares.
Endocitose mediada por um receptor. É um mecanismo pelo qual somente
entra a sustância para a qual existe o receptor correspondente na membrana. A
importação de proteínas específicas para uma célula pode ser efetuada através da
ligação destas proteínas à receptores presentes na membrana citoplasmática e
posterior inclusão em vesículas. Esta endocitose mediada por receptor possui uma
gama de implicações biológicas, pois, é uma forma de enviar metabólitos essenciais
para as células, pode modular respostas a hormônios protéicos e fatores de
crescimento, funciona como agente seletivo para a captação de proteínas que vão
ser degradadas e é uma fonte de entrada para muitos vírus e bactérias nas células.
A maioria dos receptores de superfície celular são glicoproteínas transmembrânicas
que
possuem
um
grande
domínio
extracelular,
uma
ou
duas
hélices
transmembrânicas, e uma pequena região citossólica. Existem, na membrana,
regiões especializadas denominadas depressões revestidas onde encontramos
muitos dos receptores. A porção citossólica destas depressões é revestida por
clatrina, uma proteína destinada a formar redes ao redor de vesículas
membranosas. Vários receptores se agrupam nas depressões revestidas esteja ou
não presente um ligando, outros dependem da ligação à proteína para se agrupar.
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http://www.icb.ufmg.br/~lbcd/grupo4/endocitose.html
Exocitose. É o mecanismo pelo qual as macromoléculas contidas em
vesículas citoplasmáticas são transportadas desde o interior celular até a membrana
plasmática, para serem vertidas ao meio extracelular. Isto requer que a membrana
da vesícula e a membrana plasmática se fusionem para que possa ser vertido o
conteúdo da vesícula ao meio. Mediante este mecanismo, as células são capazes
de eliminar substâncias sintetizadas pela célula, substâncias de excreção ou mesmo
uma egestão ("fezes") celular denominada clasmocitose. Em todas as células existe
um equilíbrio entre a exocitose e a endocitose, para manter a membrana plasmática
e para manutenção do volume celular.
As aquoporinas.
O Prêmio Nobel de Química de 2003 foi concedido a dois cientistas norteamericanos cujas descobertas ajudaram a esclarecer como os sais (íons) e a água
são transportados para dentro e para fora das células. A existência de canais
específicos que transportam água era apenas uma suspeita até meados dos anos
80. Mas foi a partir de 1988 que Peter Agre conseguiu isolar uma proteína da
membrana plasmática, que a suspeita tornou-se uma descoberta. Ele descobriu uma
classe de moléculas chamadas aquaporinas.
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Membrana Celular
Dependendo do tecido, as aquaporinas têm funções e regulações diferentes.
Agre não só descobriu esses canais que deixam passar apenas água para dentro e
para fora das células, como também decifrou a estrutura e o funcionamento desses
canais presentes em todo tipo celular. Agre usou glóbulos vermelhos para identificar
a proteína que controla o fluxo de água para dentro e fora das células. Determinou a
seqüência da proteína, do gene que a codifica. Introduziu o gene em oócitos de sapo
(Xenopus laevis) e mostrou que essas células, em água, "explodiam" (turgor) mais
depressa que as demais. Acabou provando que ela, na verdade, uma família que
hoje é constituída por onze aquaporinas, controla o entra-e-sai de água nas células.
Foi também em 1988 que Roderick MacKinnon surpreendeu a comunidade científica
ao determinar a estrutura espacial para o canal de potássio, através da
cristalografia. Graças a MacKinnon, hoje é possível visualizar os íons fluindo através
dos canais de potássio, que podem ser abertos e fechados por diferentes sinais
celulares.
Peter Agre, 54 anos, natural de Northfield, Minnesota, é atualmente professor
de Química Biológica e de Medicina na Faculdade de Medicina do Hospital Johns
Hopkins em Baltimore. Roderick MacKinnon, 47 anos, é cidadão norte-americano
naturalizado, e, presentemente, é professor de Neurobiologia Molecular e Biofísica
na Universidade Rockfeller, em Nova Iorque.
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Membrana Celular
Resumindo os trabalhos e as atividades, diríamos que Agre, da Universidade
Johns Hopkins, usou glóbulos vermelhos para identificar a aquaporina, proteína que
controla o fluxo de água para dentro e fora das células, enquanto Mackinnon, da
Universidade Rockefeller, usou a cristolografia de raios X para revelar a estrutura
dos canais de íons de potássio. São proteínas específicas, especializadas em
controlar a entrada e saída de água e de íons de cálcio, potássio, sódio e cloro das
células de todos os seres vivos. São fundamentais e tão antigas quanto a vida. Os
canais de água e de íons decifrados pela dupla são responsáveis pela manutenção
de mecanismos básicos do organismo humano, como os impulsos nervosos,
constância dos batimentos cardíacos e a reabsorção de água pelos rins.
As aquaporinas são canais transportadores de água presentes nas
membranas plasmáticas de tecidos permeáveis. São "canais protéicos" que regulam
e facilitam o transporte de moléculas de água através das membranas celulares, o
que é um processo essencial para todos os organismos vivos. São proteínas muito
importantes em tecidos onde o transporte de água é muito rápido, como o epitélio
secretório ou absorvente em glândulas lacrimais. Já na superfície externa da pele,
que não é permeável à água – senão nos afogaríamos ao nadar –, não há
aquaporinas. Também não ocorrem nos neurônios, apesar dos mesmos terem água.
Uma questão a resolver é se há canais de água no intestino. São poros passivos. Se
a água quer entrar na célula, a aquaporina a deixa entrar. O mesmo ocorre se ela
quiser sair. O sentido do movimento é dado pelo gradiente osmótico (diferença da
concentração de sais dentro e fora da célula). Nas vias aéreas, quando os canais de
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Membrana Celular
sódio deixam o íon sódio sair, a água segue o fluxo através das aquaporinas
passivamente, quase sem resistência. A mesma coisa acontece nas glândulas
sudoríparas e nas salivares.
Parece que o terceiro membro da família, a aquaporina 3, se fecha quando o
pH (grau de acidez) está baixo – quando os tecidos entram em acidose, o poro está
fechado. Já no duto coletor, na região terminal dos rins – importante quando
estamos desidratando –, a aquaporina é controlada através do seu tráfego. Em
condições normais, ela é mantida dentro da célula, porém, quando o organismo
precisa de água, o hormônio antidiurético é lançado na circulação e leva à inserção
das aquaporinas nas membranas dessas células renais. Isso faz com que a água
seja reabsorvida para o sangue e não eliminada na urina.
Seleciona as moléculas de água pelo tamanho e pela carga elétrica. A água é
uma das menores moléculas da natureza. Como o canal é ajustado para esse
tamanho, nada maior consegue entrar.
Todas as formas de vida possuem aquaporinas, embora haja alguns genomas
microbianos que parecem não ter essas proteínas. Os três domínios celulares da
vida, eucariotas, procariotas e arqueobactérias, têm aquaporinas. Logo, essa família
de proteínas surgiu há muito tempo.
A descoberta dos canais de água, batizados como "poros de água" ou
proteínas aquaporinas, marca a época de ouro dos estudos bioquímicos, fisiológicos
e genéticos desses canais protéicos em bactérias, plantas e mamíferos, e de uma
compreensão fundamental - em nível molecular - da associação do mau
funcionamento dos canais a muitas doenças renais, do sistema músculo-esquelético
e de outros órgãos. Os cientistas procuram, a partir desse conhecimento básico,
drogas que têm como alvo específico os defeitos nos canais de água. Daí para à
prática, isto é, à terapêutica, se mostrando otimista com relação às novas
descobertas que a ciência poderá fazer a partir dos "poros de água", quanto a
identificação de mau funcionamento de órgãos como os rins e o próprio coração.
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