Cristo 7. Esse substituto, o que mais ele é e fez? Fale mais dele, por favor! Introdução: Neste primeiro momento, vamos falar um pouco sobre a pessoa de Cristo. É importante ressaltar suas duas naturezas (divina e humana), a fim de compreendermos um pouco mais de sua obra – que faremos a seguir nas partes da humilhação e exaltação. Então disse o Senhor Deus: "Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele também tome do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre". Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida. (Gênesis 3:22-24) Foi assim que nos afastamos de Deus. Este relato, descrito no livro de Gênesis, mostra a consequência do pecado. Todos os dias, Deus ia ter com o homem para se relacionar com ele, para ter contato direto. Adão estava com Deus e conversava com ele. Entretanto, o pecado fez com que eles fossem expulsos do Éden e, consequentemente, da presença de Deus. Isso ficou claro até aqui. Será que o homem vai ficar para sempre distante de Deus? Será possível retornarmos ao “Éden”? Será possível nos relacionarmos com Deus novamente? Quero dizer que sim. Jesus Cristo é a única forma de nos ligarmos ao Pai. A Bíblia é enfática quando diz: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus,” (1ª Timóteo 2:5) O apóstolo Paulo está dizendo que Cristo é a única forma de nos comunicarmos com Deus novamente. Que Jesus Cristo foi um homem e que passou por esta terra, até a ciência já comprovou e não há como negar. Entretanto, algumas pessoas não acreditam que Jesus Cristo é Deus. Como nós somos a Igreja deste Jesus, quero dar-te algumas razões para acreditar que Cristo é Deus. I) A Bíblia nos mostra isso perfeitamente. “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, àqueles que, mediante a justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, receberam conosco uma fé igualmente valiosa”. (2 Pedro 1:1) II) Somente alguém divino poderia ligar o imperfeito (homem) com o perfeito (Deus). III) Somente Deus pode perdoar pecados, e Cristo faz isto com toda autoridade. “Alguns homens trouxeram-lhe um paralítico, deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: "Tenha bom ânimo, filho; os seus pecados estão perdoados." (Mateus 9:2) IV) Cristo mesmo afirma que é um com o Pai. “Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um”. (Jo 17.22) V) Jesus morreu, porque falou que era Deus. Os judeus mataram Jesus, porque ele dizia que era o “Filho (uioj) de Deus”. Quando Jesus disse isso, naturalmente, disse que tinha a mesma essência do Pai. Ou seja, Jesus diz que é próprio Deus e, por isso, foi morto. Diante destas evidências, não há como negar que Jesus Cristo é Deus: 100% divino. Algumas pessoas batem em nossas portas querendo nos oferecer uma visão bíblica diferente desta, por isso, em nome do nosso Deus Jesus Cristo, não aceite estas mentiras. Falar que Jesus Cristo não é Deus é uma das mentiras do Diabo para desvirtuar nossa adoração. Entenda isto: se Satanás conseguir fazer com que duvidemos que Cristo é Deus, ele conseguirá fazer com que nós não adoremos a Jesus. Não caia nesta, porque somente Jesus Cristo é digno de toda glória, honra, louvor e adoração, porque ele é Deus (Fp 2.10-11). Entretanto, há alguns que refutam sua humanidade. Este foi o papel dos gnósticos no século II, principalmente. Eles, em detrimento da deidade de Cristo, lançaram mão de sua humanidade. O que então podemos dizer da humanidade de Cristo? E por não crerem ainda, tão cheios estavam de alegria e de espanto, ele lhes perguntou: "Vocês têm aqui algo para comer? " (Lucas 24:41) Este texto citado relata a ressurreição de Jesus. Quando nosso Senhor ressuscitou, para se cumprir a Escritura, se manifestou aos seus apóstolos. Aqui os apóstolos encontram-se incrédulos quanto à ressurreição do Mestre; e Cristo, vendo isto, pediu algo para comer, para que eles vissem que os mortos não podem sentir fome, ou mesmo comer alguma coisa. Estamos diante da maior prova da história de que Jesus Cristo ressuscitou. Entretanto, não é sobre a ressurreição de Cristo que queremos falar aqui, mas sobre a sua condição humana. Vejam vocês que algumas pessoas não acreditavam e não acreditam até hoje que Jesus Cristo teria vindo em carne a esta terra. Mas, como Deus é perfeito, além das Escrituras Sagradas, a história já nos mostrou, claramente, e não há como negar, que Jesus Cristo veio aqui (como já foi dito). Porém, você sabe a razão pela qual Jesus teve que se fazer homem? Você já se perguntou, porque Deus se despiu de sua glória e veio habitar entre nós (João 1.1-14)? Qual a necessidade de Deus se fazer homem para vencer os nossos pecados? Sendo Deus, será que Ele não poderia, simplesmente, perdoar nossos pecados por um simples ato decretivo, ou seja, declarando com sua boca o homem inocente? Por que Deus precisou assumir a mesma natureza que eu e você para que nossos pecados fossem perdoados? Precisamos lembrar que Deus fez uma aliança com o homem, e foi o homem que transgrediu esta aliança. Com esta transgressão todos os homens tornam-se pecadores, desde o seu nascimento (Sl 51.5). Todos os homens passaram a ser alvo da ira de Deus. Não há nenhum ser humano que esteja livre do pecado, toda a raça é considerada culpada, corrupta e expressamente condenada à morte (Rm 3.11, 23 e 5.12). Então, o que fazer? Simples, precisamos de algum homem que seja totalmente livre do pecado para tomar o lugar de Adão como cabeça da aliança e cumprir tudo o que Adão não conseguiu cumprir. Por isso "vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,” (Gl 4.4). Não havia nenhum homem que fosse puro e que pudesse cumprir tudo o que Deus queria; que pudesse agir com toda obediência. Deus se fez homem para cumprir aquilo que eu você não poderíamos cumprir. Adão foi desobediente, mas Cristo foi obediente (Fp 2.5-11); a desobediência de Adão fez com que nós fossemos condenados à morte (Gn 3.19), mas a obediência de Cristo nos garantiu o perdão dos pecados e a vida eterna. “É verdade que, por causa de um só homem e por meio do seu pecado, a morte começou a dominar a raça humana. Mas o resultado do que foi feito por um só homem, Jesus Cristo, é muito maior! E todos aqueles que Deus aceita e que recebem como presente a sua imensa graça reinarão na nova vida, por meio de Cristo.” (Rm 5.17) O Salvador pagou a dívida dos homens com Deus. A ira de Deus foi aplacada e a nossa reconciliação com ele foi feita. Um homem como nós fez nosso acerto de contas com Deus. Não há como negar que o Salvador é 100% humano. 1. A Humilhação do Mediador Neste ponto, falaremos um pouco sobre a primeira parte da obra de Cristo. Como nosso substituto, ele deveria sofrer as penas do pecado (morte física, espiritual e eterna). Por isso, a primeira fase da obra da Salvação é a humilhação. Cristo foi humilhado em nosso lugar. E o que seria essa humilhação? Quais seriam os estágios da humilhação. Ele cresceu diante dele como um broto tenro, e como uma raiz saída de uma terra seca. Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada em sua aparência para que o desejássemos. Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de tristeza e familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima. Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados. Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós. Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca. Com julgamento opressivo ele foi levado. E quem pode falar dos seus descendentes? Pois ele foi eliminado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo ele foi golpeado. Foi-lhe dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua morte, embora não tivesse cometido qualquer violência nem houvesse qualquer mentira em sua boca. Contudo foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer, e, embora o Senhor faça da vida dele uma oferta pela culpa, ele verá sua prole e prolongará seus dias, e a vontade do Senhor prosperará em sua mão. (Isaías 53:2-10) O Texto de Isaías nos mostra claramente os estágios da humilhação de Cristo. Vejamos abaixo, quais são eles. a) Ele Encarnou e Nascimento: Foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, mas, antes que se unissem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Por ser José, seu marido, um homem justo, e não querendo expô-la à desonra pública, pretendia anular o casamento secretamente. Mas, depois de ter pensado nisso, apareceu-lhe um anjo do Senhor em sonho e disse: "José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados". Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: "A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe chamarão Emanuel" que significa "Deus conosco". (Mateus 1:18-23) Em primeiro lugar, a Teologia Reformada utiliza o termo encarnação, para Jesus, porque ele é Deus e Deus não nasce. Ele mesmo disse que é o “EU SOU” (João 8:58). Ele não tem início de dias, porque é o início e o fim (Ap 1:17). Então, dizemos que Jesus encarnou, porque ele já existia antes de vir ao ventre de Maria. Jesus foi implantado no ventre de Maria. Ela concebeu, ou seja, conceber é a ação ou efeito de gerar (ou ser gerado) um ser vivo. Qual é a diferença de nós, concebidos por um espermatozoide e um óvulo, e Jesus? Simples! Ele foi colocado no ventre de Maria pelo Espírito Santo. Isso é necessária para que ele fosse humano, mas não herdasse o pecado de Adão. Imagine Deus, o ser maioral do Universo, se esvaziar ao ponto de entrar no ventre de uma mulher. Isso é um vexame. Além disso, Deus não nasceu num palácio, mas veio numa manjedoura. Que humilhação! “Constitui humilhação o fato do LOGOS assumir a carne isto é, a natureza humana, como esta é desde a Queda, enfraquecida e sujeita ao sofrimento e à morte, embora isenta de mancha do pecado. Isto parece estar implícito em passagens como Rm 8:3; 2ª Co 8:9; Fp 2:67”.1 Nasceu o substituto de Adão. b) Ele Sofreu Jesus sofreu durante sua vida. Isso é uma humilhação. Deus assumiu a forma humana e sofreu como os humanos. Foi tentado (Mt 4:1-11). Foi abandonado e traído (Lc 22:54-62). Sentiu fome (Mc 11:12). Enfim, 1 Berkhof, Louis. Teologia Sistemática. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2007. Página 309. Jesus sofreu. Ele veio debaixo da Lei e veio, como nosso substituto, sofrer as penas da Lei (Gl 4:4). Os sofrimentos de Jesus significam que a punição do pecado está sendo cumprida. E ele está obedecendo, até o final. c) Ele Morreu A morte é uma punição do pecado. A morte é a separação do corpo com a alma. Jesus morreu, mesmo sem pecado. Como substituto, ele morreu assim como um de nós em nosso lugar. A morte de Jesus significa que a culpa está sendo paga. A pena está sendo cumprida. Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 6:23 d) Ele Desceu ao Inferno Descer ao inferno significa uma simples coisa: Jesus ficou morto por três dias. Ele foi sepultado e ficou morto. O Credo Apostólico diz que Jesus “desceu ao inferno”, então criou-se a ideia de que Jesus morreu e desceu ao inferno. Na verdade, a expressão inicialmente usada era “mansão dos mortos”. O que isso significa: significa dizer que Jesus ficou morto por três dias. Então, alguns criaram a ideia de que quando Jesus morreu o inferno ficou em festa. Se isso é verdade, porque Satanás tentou tirar Jesus da cruz o tempo todo? Satanás não sabia da promessa de ressurreição de Jesus? Pelo amor de Deus, essa é uma ideia absurda e ingênua. É uma interpretação ruim de Efésios 4:9 e 1ª Pe 3:18-19. Em Efésios, o texto está se referindo à encarnação. Ou seja, aquele que subiu aos céus é aquele que se encarnou. Não significa que Jesus foi ao inferno. Até porque o inferno será inaugurado pelo Diabo, o falso profeta, a besta e os ímpios (Ap 20:10-15). E quanto ao texto de Pedro, é simples. A interpretação que os protestantes fazem desta passagem é que Jesus pregou, através de Noé, no Espírito, aos desobedientes que viveram antes do dilúvio.2 Outro texto é 1ª Pe 4:4-6. Utilizando o verso 6, alguns, ainda, defendem que a alma de Cristo foi ao inferno. Vamos deixar Turretini nos ajudar nesta questão: “[...] se no tocante à alma, Cristo realmente desceu ao inferno, fez isso ou para sofrer algo ali, ou para libertar os pais, ou para pregar o Evangelho aos mortos, ou para exibir sua vitória aos demônios. Não se pode, porém, afirmar o primeiro, porque na cruz ele consumou todas as coisas (Jo 19:30) e por sua oferta ele aperfeiçoou para sempre os que são santificados (Hb 10:14). Nem o segundo, porque já foram admitidos no céu; nem nunca estiveram num limbo fictício, como já ficou provado. Nem o terceiro, porque a pregação do Evangelho pertence unicamente ao estado desta vida, não à condição da morte. Se Pedro diz: “o evangelho foi pregado aos mortos” (1ª Pe 4:6*), isso não deve ser entendido no sentido composto (como se ele tivesse sido pregado aos mortos como tais, porque, uma vez que não estão no estado do caminho, não há sinal de qualquer pregação), mas no sentido dividido (i.e., aos que ora estão mortos, mas que outrora viviam quando o Evangelho lhes foi proclamado). Nem o quarto, porque tal descido teria 2 Berkhof, Louis. Teologia Sistemática. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2007. Página 313. de ser penal, não triunfal, e pertence ao estado de humilhação, não ao de exaltação”.3 2. A Exaltação do Mediador a) Ele Ressuscitou O primeiro estágio da exaltação de Cristo é sua ressurreição. Ela é única, gloriosa, triunfante e bendita. No terceiro dia o túmulo estava vazio. O que isso significa? A morte, que era a inquisidora, foi vencida. Ele jogou a morte para debaixo do tapete. Ele é o vencedor. A ressurreição significa que nenhum pecado sobrou. Todos foram perdoados. Caso contrário, Jesus estaria morto até hoje. A vitória estava com ele. b) Ele subiu aos Céus Subir aos céus significa que Jesus aboliu toda forma de religiosidade centrada em templos. Com hora marcada e mediada por algum tipo de sacerdote. Subir aos céus significa que o trono de Deus é o lugar da adoração. Qualquer um, a qualquer hora, em qualquer momento pode se achegar a Deus, através do Cristo exaltado. Não há hora marcada. Não há ocasião marcada. O Rei está nos céus e podemos nos relacionar, livremente, com ele. c) Ele está assentado à direita do Pai 3 Turretini, François. Compêndio de Teologia Apologética: volume 2. São Paulo: Cultura Cristã, 2011. Página 434. Subir aos céus significa que Jesus se tornou Rei. Ele recebeu um status de honra. Rei eterno! Para sempre louvado. Ele sentou-se num trono de glória e de lá governa todas as coisas, pelo poder da sua palavra. Jesus é Rei. O domínio está em suas mãos. Ele é o supremo governador de todas as coisas. d) Ele voltará Jesus voltará uma só vez. Sua volta será triunfante, pontual, histórica, final, gloriosa e majestosa. Quando ele voltar, estabelecerá um Reino de Justiça eterna. Todos levarão glória para ele. A obra da salvação terá terminado e ele reinará para sempre, no meio do seu povo. A segunda vinda traz consigo, também, a condenação dos ímpios. Quando Jesus voltar, o mal será pulverizado e aqueles que se levantaram contra o senhorio de Cristo serão lançados no inferno. 3. Os ofícios do Mediador Quando falamos de ofícios, queremos dizer que Jesus possui eternamente algumas tarefas, compromissos, ocupações, ou encargos que são dele. Essas tarefas são três: rei, profeta e sacerdote. Queremos dizer que o Senhor Jesus é o eterno Rei, eterno Profeta e Eterno Sacerdote. O que estes três ofícios significam? Ser Rei significa governo e domínio eterno. Ele governa em nome de Deus. Ser Profeta significa que ele é o eterno porta voz da palavra de Deus. Ele é o representante eterno de Deus entre os homens. E ser Sacerdote significa que ele é o eterno representante dos homens diante de Deus. Ele é o mediador. Ele é a oferta pelo pecado, mas é, também, o ofertante. Enfim, ele é o eterno mediador entre Deus os homens em todos os aspectos. Nas palavras de Turretini, “o ofício de Cristo nada mais é do que uma mediação entre Deus e os homens, para cujo exercício ele foi enviado pelo Pai ao mundo e ungido pelo Espírito Santo. Ele abarca tudo o que Cristo deveria fazer em sua missão e vocação diante de um Deus ofendido e os seres humanos ofensores, reconciliando-os e unindo-os outra vez entre si”.4 Então, compreender a unção do Espírito, em Jesus, é muito importante para compreender esse assunto. Por isso, vamos ler Isaías 42.1. É preciso reparar como o Mediador – Jesus Cristo – era prometido e sobre ele estaria o Espírito Santo. No caso de Jesus, há uma relação clara, porque Jesus foi: a) concebido pelo Espírito Santo (Lc1:35); b) ungido com o Espírito Santo (Mt 3:16,17); c) guiado pelo Espírito Santo (Lc 4:1); d) aprendeu e ensinou pelo Espírito (Jo 14:10 e 24); e) operou milagres pelo Espírito (Lc 11:20); e f) ressuscitado pelo Espírito (Rm 8:11). A pergunta que surge é: Jesus é o Filho de Deus, e, por isso, o próprio Deus encarnado. Então, por que ele precisava do Espírito Santo para todas essas situações e o que elas têm a ver conosco? Você não pode se esquecer de que Jesus é uma pessoa, mas que há nele duas naturezas. Jesus é um ser divino e humano. Por isso, Paulo disse (Fp 2:5-11) que ele se esvaziou. Não quer dizer que Jesus deixou de ser 4 Turretini, François. Compêndio de Teologia Apologética: volume 2. São Paulo: Cultura Cristã, 2011. Página 471. Deus, mas que abriu mão de sua divindade. Ele era 100% homem. Sendo assim, o Espírito Santo desce sobre Jesus como aquele que o capacitou. O Espírito Santo revestiu a natureza humana de Cristo. Resumindo, Jesus precisou do Espírito Santo para três coisas: a) para que fosse encarnado em Maria; b) para que não herdasse a corrupção de Adão; c) para revestir sua natureza humana, enfraquecida, com seus dons.5 Todo o ministério de Jesus foi atrelado ao Espírito Santo. Quando Jesus realizava um milagre, lá estava o Espírito com ele. Quando Jesus fazia um sinal, lá estava o Espírito se manifestando. Quando Jesus pregava, lá estava o Espírito levando suas palavras. Dito isto, é importante saber que o Espírito operou uma obra curiosa em Jesus. No Antigo Testamento havia três tipos de pessoas que eram ungidas:6 os reis, os profetas e os sacerdotes. A unção significava que o poder de Deus estava sobre eles. Começando de trás para frente, o sacerdote era o representante do povo diante de Deus. O profeta era o representante de Deus diante do povo. E o Rei governava em nome de Deus. O fato de o Espírito Santo descer sobre Jesus significa que ele é o Reis dos Reis (At 2:36; Ap 19:16), o Supremo Sacerdote (Hb 2:17; Hb 4:14) e o Profeta de Deus (Dt 18:15; At 3:22,23; At 7:37). Poderíamos nos perguntar, então, o que significa o fato de Jesus ser o Cristo, ou seja, o Ungido de Deus? “Como profeta, Jesus pregou e ensinou as Escrituras com autoridade, e então comissionou pregadores cheios do Espírito Santo para proclamarem sua Palavra. Como sacerdote, Jesus cuida do seu povo, 5 6 Kuyper, Abraham. A obra do Espírito Santo. São Paulo – SP. Cultura Cristã, 2010. Página 125. No Antigo Testamento a unção do Espírito era simbolizada pelo óleo na cabeça do ungido (1 Sm 16:13). lida com seu pecado de maneira misericordiosa e o convoca a se juntar a ele nos ministérios da caridade. Como rei Jesus demonstrou seu domínio sobre a criação por meio de milagres durante seu ministério na terra e hoje conduz o seu povo, o “corpo de Cristo” espiritual, por todas as nações e culturas por meio de líderes da igreja, princípios e sistemas, pelo Espírito Santo e de acordo com sua Palavra”.7 1. Então, existe um remédio! Como ele é aplicado? 2. Mas, quem é esse ajudador? 3. Ele constituiu um povo? 4. E quais garantias nós temos? 5. Para onde vamos? 6. Se liga aí que é hora da revisão! 7 Driscoll, Mark & Breshears, Gerry. Igreja Vintage: questões atemporais e métodos atuais. Niteroi – RJ. Tempo de Colheita, 2011. Páginas 9 e 10.