TRABALHO – 2º Bimestre - 2012 Nota Nome:_____________________________________________nº______ série: 1º M Data: 25 / 04 / 2012 Disciplina: LITERATURA Profª.: Anne Kelly T. Pendeloski Ensino Médio Visto do responsável: _______________ Visto do aluno: ____________ Ortografia Questionário sobre o filme: O nome da rosa (Der name der rose) – (1986) direção Jean-Jacques Annaud – Alemanha 1. Apesar de ambientado na Idade Média, o filme e uma narrativa policial cujo enredo se articula em torno da investigação de crimes que ocorrem num mosteiro italiano no ano de 1327. Há, no filme, relações intertextuais explícitas com as histórias de Sherlock Holmes. Indique ao menos uma situação no filme em que essa relação se evidencia e aponte algumas semelhanças entre o filme O nome da rosa e as obras de Conan Doyle. 2. A Idade Média foi considerada durante muito tempo como a Idade das Trevas, ou seja, um período (de mil anos) em que teria havido pouco interesse pela cultura leiga. Além disso, segundo essa visão, a rica cultura greco-latina teria sido combatida pelo teocentrismo medieval. Discuta até que ponto é verdadeira essa concepção, tomando como base o filme e levando em conta: a. a existência de uma biblioteca como a do mosteiro; b. o trabalho dos monges beneditinos; c. o motivo dos crimes e o responsável por eles. 3. A vida no mosteiro é austera, voltada basicamente a atividades da vida religiosa, com normas e horários rígidos. O risco de ser punido pela Inquisição, com seus tribunais e suas fogueiras, acentua ainda mais o caráter austero da vida na Idade Média, principalmente nas comunidades religiosas. Apesar disso, o mosteiro retratado pelo filme, muitas regras são transgredidas, evidenciando-se as contradições dessa comunidade. Aponte alguns exemplos de transgressão existentes na obra. 4. A sociedade leiga medieval é retratada no filme apenas como pano de fundo. a. Qual é a situação do povo, do ponto de vista socioeconômico? b. Que tipo de relação os religiosos mantém com a comunidade? c. Os religiosos são simples e pobres como a população? Justifique sua resposta com elementos do filme. 5. Adso, o narrador da história, depois de ter tido um contato físico com uma camponesa, apaixona-se por ela e confessa sua paixão ao mestre William de Baskerville, o protagonista, representado pelo autor, Sean Connery. No diálogo entre eles, o mestre filosofa sobre o assunto. Leia o trecho correspondente a esse episódio no romance de Umberto Eco, autor da obra original: E sobre a mulher como estímulo de tentações, já falaram o suficiente as escrituras. Da mulher diz o Eclesiastes que sua conversa é como fogo ardente, e os Provérbios dizem que ela se apodera da alma preciosa do homem e que os mais fortes foram arruinados por ela. [...] E os outros disseram que ela é a barca do demônio. Visto isso, cara Adso, eu não consigo convencer-me de que Deus tenha querido introduzir na criação um ser tão imundo sem dotá-lo de alguma virtude. E não posso deixar de refletir sobre o fato de que Ele concedeu-lhe muitos privilégios e motivos de apreço [...] a. De que modo a mulher até então vinha sendo encarada pelo pensamento religioso? b. Por que o pensamento de William, também nesse assunto, representa uma afronta ao pensamento tradicional? 6. Dê uma interpretação coerente ao nome do filme e também do livro. 7. Em certa cena do filme, William trava um importante diálogo com o monge Jorge sobre o riso, depois de este ter afirmado que Cristo nunca rira. Esse diálogo revela não apenas duas concepções teológicas diferentes – a dos franciscanos e a dos beneditinos -, mas também o momento retratado na obra, a transição da Idade Média para o Renascimento. a. Que diferenças há entre as duas concepções de riso? b. Qual dessas concepções apresenta uma visão de Cristo mais humana e mais próxima da que existe hoje? 8. O Franciscano William era um bibliófilo. Ao longo do filme, faz a citação de vários escritores que tinha lido, entre outros, Aristóteles, Platão e Ovídio, ou seja, autores de tradição clássica greco-latina. Leia outro trecho do romance de Umberto Eco, em que William (Guilherme na tradução em português) comenta a respeito da biblioteca queimada e das loucuras do venerável Jorge: “Era a maior biblioteca da cristandade”, disse Guilherme. “Agora”, acrescentou, “o Anticristo está realmente próximo porque nenhuma sabedoria vai barrá-lo mais. Por outro lado, vimos seu vulto esta noite.” “O vulto de quem?”, perguntei aturdido. “De Jorge, digo. Naquele rosto devastado pelo ódio à filosofia, vi pela primeira vez o retrato de Anticristo, que não vem da tribo de Judas, como querem seus anunciadores, nem de um país distante. O Anticristo pode nascer da própria piedade, do excessivo amor a Deus ou da verdade, como o herege nasce do santo e o endemoniado do vidente. Teme, Adso, os profetas e os que estão dispostos a morrer pela verdade, pois de hábito levam à morte muitíssimos consigo, frequentemente antes de si, às vezes, em seu lugar. Jorge cumpriu uma obra diabólica porque amava lubricamente a sua verdade, a ponto de ousar tudo para destruir a mentira. Jorge temia o segundo livro de Aristóteles porque este talvez ensinasse realmente a deformar o rosto de toda a verdade, a fim de que não nos tornássemos escravos de nossos fantasmas. Talvez, a tarefa de quem ama os homens seja fazer rir da vontade, fazer rir a verdade, pois a única verdade é aprendermos a nos libertar da paixão pela verdade.” a. De acordo com o texto, que relação existe entre a ignorância e o Anticristo? b. Dê uma interpretação às seguintes frases ditas por William: “O Anticristo pode nascer da própria piedade, do excessivo amor a Deus ou da verdade”; “Talvez, a tarefa de quem ama os homens seja fazer rir da vontade, fazer rir a verdade, pois a única verdade é aprendermos a nos libertar da paixão pela verdade”.