Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 PATRICIA HOLLANDA GASSEN AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM PROTOCOLO DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA SOBRE A RECUPERAÇÃO DO SISTEMA SENSORIAL DE PACIENTES COM LESÃO NERVOSA PERIFÉRICA CASCAVEL 2004 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 PATRICIA HOLLANDA GASSEN AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM PROTOCOLO DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA SOBRE A RECUPERAÇÃO DO SISTEMA SENSORIAL DE PACIENTES COM LESÃO NERVOSA PERIFÉRICA Trabalho de Conclusão de Curso curso de Fisioterapia do Centro Ciências Biológicas e da Saúde Universidade Estadual do Oeste Paraná – campus Cascavel. do de da do Orientador: Prof. Ms. Fernando Amâncio Aragão CASCAVEL 2004 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 TERMO DE APROVAÇÃO PATRICIA HOLLANDA GASSEN AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM PROTOCOLO DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA SOBRE A RECUPERAÇÃO DO SISTEMA SENSORIAL DE PACIENTES COM LESÃO NERVOSA PERIFÉRICA Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título graduado em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná. ..................................................................................... Orientador: Prof. Ms. Fernando Amâncio Aragão Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE ..................................................................................... Prof. Alberito Rodrigo de Carvalho Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE .................................................................................... Prof. Ms. Gladson Ricardo Flor Bertolini Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE Cascavel, 09/02/2004. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que me deu a oportunidade de viver e poder concluir mais esta etapa de minha vida com sucesso. Agradeço ao Prof. Ms. Fernando Amâncio Aragão por ter aceitado essa difícil tarefa de me guiar durante esse período de elaboração da pesquisa e de amadurecimento, obrigada pelas palavras de incentivo, pelas críticas e sugestões que contribuíram para que tudo desse certo, pela amizade que criou raízes durante essa fase. Ao Prof. Gladson Ricardo Flor Bertolini, obrigada por me auxiliar com seus materiais, ajudando assim na conclusão desse trabalho. À todos os professores, agradeço os momentos de dedicação e todos os ensinamentos que me foram repassados. À minha família, agradeço as palavras de consolo, e todo o auxílio que vocês me deram para poder concluir essa jornada desgastante porém satisfatória, que é vida acadêmica. Faço um agradecimento especial a minha irmã Lílian Hollanda Gassen pelo gesto mais nobre que um Ser Humano pode ter, você “FOFA” me deu o direito de continuar a viver e hoje estar aqui concluindo o que antes para mim era um sonho, não tenho palavras para dizer o que sinto, digo somente um muito obrigado. Ao meu namorado Bruno Cezar Leal dos Santos pelos momentos de atenção e compreensão nessa fase tão importante da minha vida. Às minhas amigonas Tati, Rosana e Deborah, que apesar de estarmos um pouco distante agora, vocês sempre estiveram presentes nos momentos em que precisei, obrigada. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 TENTE OUTRA VEZ Veja, não diga que a canção está perdida... Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez! Beba, pois a água viva ainda ta na fonte... Você tem dois pés para cruzar a ponte... Nada acabou! Tente... Levante sua mão sedenta para poder andar... Não pense que a cabeça agüenta se você parar... Não, não, não, não... Há uma voz que canta, há uma voz que dança, há uma voz que gira! Bailando no ar! Queira... Basta ser sincero e desejar profundo. Você será capaz de sacudir o mundo... Vai! Tente outra vez! Tente. E não diga que a vitória esta perdida... Se é de batalhas que se vive a vida... Raul Seixas Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 SUMÁRIO 1. ÍNDICE DE FIGURAS...............................................................................................v. 2. ÍNDICE DE GRÁFICOS..........................................................................................vi. 3. ÍNDICE DE TABELAS............................................................................................vii. 4. RESUMO .................................................................................................................viii. 5. ABSTRACT...............................................................................................................ix. 6. INTRODUÇÃO........................................................................................................02. 7. OBJETIVOS ............................................................................................................20. 8. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................22. 8.1. Critérios de inclusão e exclusão ...................................................................22. 8.2. Amostra e grupos experimentais ..................................................................22. 8.3. Procedimento de avaliação ...........................................................................23. 8.4. Posicionamento dos eletrodos...................................................................... 25. 8.5. Equipamento e protocolo de estimulação elétrica utilizados ...................26. 8.6. Procedimento de reposição e aferição das baterias .................................27. 8.7. Tratamento matemático dos dados.............................................................. 27. 8.8. Análise estatística ...........................................................................................29. 9. RESULTADOS.......................................................................................................31. 10. DISCUSSÃO.........................................................................................................44. 11. CONCLUSÕES....................................................................................................52. 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ...............................................................54. 13. ANEXOS................................................................................................................60. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1 – Ilustração do aparelho utilizado nas avaliações.......................23. FIGURA 2 – Posicionamento do paciente durante a avaliação....................24. FIGURA 3 – Demonstração de como utilizar os monofilamentos...............25. FIGURA 4 – Ilustração do equipamento utilizado durante a terapia ...........26. v Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 ÍNDICE DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SENSORIAIS AO LONGO DAS AVALIAÇÕES DO PACIENTE "A" ............................................................... 32. GRÁFICO 2 - COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SENSORIAIS AO LONGO DAS AVALIAÇÕES DO PACIENTE "B" ...............................................................32. GRÁFICO 3 - COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SENSORIAIS AO LONGO DAS AVALIAÇÕES DO PACIENTE "C"...............................................................33. GRÁFICO 4 - COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SENSORIAIS AO LONGO DAS AVALIAÇÕES DO PACIENTE "D" ...............................................................33. GRÁFICO 5 - COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SENSORIAIS AO LONGO DAS AVALIAÇÕES DO PACIENTE "E".. .............................................................34. GRÁFICO 6 - GANHO REAL DE SENSIBILIDADE PARA O NÍVEL 0,05g ENTRE A PRÉ-AVALIAÇÃO E A 2ª REAVALIAÇÃO........................................ 35. GRÁFICO 7 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (0,05g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES....................................................................................36. GRÁFICO 8 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (0,2g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES....................................................................................37. GRÁFICO 9 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (2g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES....................................................................................38. GRÁFICO 10 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (4g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES....................................................................................38. GRÁFICO 11 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (10g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES....................................................................................39. GRÁFICO 12 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (300g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES....................................................................................40. GRÁFICO 13 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (>300g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES....................................................................................40. GRÁFICO 14 - PERDA DE CARGA DAS BATERIAS UTILIZADAS ENTRE O INÍCIO DA TERAPIA E A 1ª REAVALIAÇÃO...................................41. GRÁFICO 15 - PERDA DE CARGA DAS BATERIAS UTILIZADAS ENTRE A 1ª REAVALIAÇÃO E A 2ª REAVALIAÇÃO.. .....................................42. vi Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 ÍNDICE DE TABELAS TABELA 1 - Dados gerais das avaliações sensoriais dos pacientes pesquisados após o tratamento matemático adotado (Média e Desvio Padrão) ........................................................................................................................31. TABELA 2 - Quadro de significâncias estatísticas (p), encontradas em meio as comparações efetuadas através do teste T de Student, adotando (á=0,05) .....................................................................................................35. TABELA 3 - Perda percentual da carga da baterias entre o início e o fim de sua utilização pelo equipamento da TENS ...........................................42. vii Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 viii RESUMO A estimulação somato-sensorial vem sendo utilizada há anos na reabilitação das mais diversas patologias que envolvem a disfunção do sistema sensorial. Apesar disso, o atual armamentário terapêutico vastamente utilizado na prática de atendimento respalda-se em poucos resultados relevantes, não-validados e com pouca base científica. Esse estudo tem como objetivo avaliar a eficácia de um protocolo de estimulação elétrica (TENS) sobre a regeneração sensorial de pacientes com lesão nervosa periférica. Após uma avaliação inicial com o estesiômetro, equipamento amplamente utilizado na prática clínica para avaliação sensorial, foram realizadas reavaliações após 12 e 24 sessões de aplicação de TENS (modo “trens de pulso”). A compilação dos dados permitiu após uma análise estatística, concluir que houve uma melhora significativa da sensibilidade nas regiões hipoestésicas de grau leve, entretanto, as áreas caracterizadas por anestesias não apresentaram nenhuma melhora aparente dos membros estudados. Isto sugere que a estimulação elétrica promoveu alterações benéficas nas áreas anteriormente hipoestésicas. Palavras-chave: Estimulação elétrica, estimulação sensorial e fisioterapia. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 ix ABSTRACT The somato-sensorial stimulation has been utilized for years in the recovery of many pathologies that involve the sensorial system failure, although, the present therapeutic armamentary widely utilized when seeing the patient is based in a few relevant results, which are not validated and with a little scientific basis. The aim of this study was to evaluate the efficiency of an electric stimulation protocol (TENS) about the sensorial regeneration of patients with peripheral nervous injury. After an initial evaluation with the “Semmes-Weinstein monofilaments”, which is an equipment widely used in the clinical practice for sensorial evaluation, 2 delayed a reevaluations were realized after 12 and 24 sessions of TENS application (“Burst mode”). After a statistical analysis the data compilation allowed us to conclude that there was a significant sensibility improvement of the low level hypoesthesic regions, on the other hand, the areas characterized for anesthesia did not show any apparent improvement in the studied limbs. It suggests that electrical stimulation has caused benefic alterations in the areas that were previously hypoesthesic. Key-words: Electrical stimulation, sensorial stimulation and physical therapy. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 6) INTRODUÇÃO Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 2 6) INTRODUÇÃO O sistema nervoso é único, dada a complexidade dos processos de pensamento e ações de controle que pode exercer. A maior parte das atividades do sistema nervoso é iniciada pela experiência sensorial que emana dos receptores sensoriais, quer sejam visuais, auditivos, táteis, ou quaisquer outros tipos de receptores. A experiência sensorial pode causar reação imediata do cérebro e a memória da experiência pode ser armazenada no cérebro por minutos, semanas ou anos, norteando reações corporais em datas futuras (GUYTON & HALL, 2002). Em suas extremidades periféricas, as fibras nervosas dos nervos modificamse dando origem a terminações nervosas, que podem ser: sensitivas ou aferentes (receptores) e motoras ou eferentes. As terminações sensitivas, quando estimuladas de forma adequada, dão origem a um impulso nervoso que segue pela fibra em cuja extremidade está localizada. Este impulso é levado ao Sistema Nervoso Central (SNC) e atinge áreas específicas do cérebro, onde é “interpretado”, resultando em diferentes formas de sensibilidade. As terminações nervosas motoras existem na porção terminal das fibras eferentes e são os elementos de ligação entre as fibras e os órgãos efetuadores (músculos e glândulas) (MACHADO, 2000). É a porção somática do sistema sensorial que transmite informações sensoriais a partir dos receptores de toda a superfície do corpo e de algumas estruturas profundas. Essas informações entram no sistema nervoso central por meio dos nervos periféricos e são conduzidos, imediatamente, para múltiplas áreas sensoriais em vários níveis cerebrais tais como: a substância reticular do bulbo, ponte mesencefálica, cerebelo, tálamo, hipotálamo e demais áreas somatosensitivas. É a partir das áreas sensoriais que sinais secundários são retransmitidos 3 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 para, essencialmente, todas as outras partes do sistema nervoso (GUYTON & HALL, 2002). O procedimento de aferência para o sistema nervoso é feito pelos receptores sensoriais, que detectam estímulos sensoriais como tato, som, luz, dor, frio e calor. Os receptores sensoriais situam-se nas extremidades distais dos nervos periféricos, cada qual com grande especificidade, respondendo a um tipo específico de estímulo. Os receptores somato-sensitivos são, portanto, classificados com base nas características de cada estímulo que captam (LUNDY-EKMAN, 2000; GUYTON & HALL, 2002; SNELL, 2003). Mecanoceptores são receptores especializados que respondem a deformações mecânicas. Exemplos são o tato, pressão, estiramento ou vibração. Quimioceptores são receptores especializados que respondem a substâncias químicas liberadas pelas células normais ou danificadas por ocasião de lesão ou infecção. Termoceptores são receptores especializados que respondem a variações de temperatura, alguns específicos para o frio, outros para o calor. Os Nociceptores são receptores especializados que respondem a qualquer estímulo capaz de deflagrar lesão tecidual (LUNDY-EKMAN, 2000; GUYTON & HALL, 2002; SNELL, 2003). As terminações sensitivas podem ser classificadas com base em sua estrutura, em receptores encapsulados e não-encapsulados. Exemplos de receptores não-encapsulados são as terminações nervosas livres. Essas estão distribuídas por todo o corpo, sendo encontradas entre as células epiteliais, da córnea e do trato alimentar e nos tecidos conjuntivos; suas extremidades terminais são desprovidas de bainha de mielina, não existindo células de Schwann para revestir suas pontas. A maioria destas terminações detecta a dor, 4 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 ao passo que outras detectam as sensações de tato protopático (não-somatotópico), de pressão, cócegas, frio ou calor (MACHADO, 2000; GUYTON & HALL, 2002; SNELL, 2003). Outro exemplo de receptores não-encapsulados são os discos de Merkel, esses podem ser encontrados na pele glabra (sem pêlos) e nos folículos pilosos. Os discos de Merkel são receptores táteis de adaptação lenta, que transmitem informações sobre o grau de pressão que é exercida sobre a pele (MACHADO, 2000; GUYTON & HALL, 2002; SNELL, 2003). Os Receptores Encapsulados são uma classe bastante especializada e podem ser do tipo: Corpúsculo de Meissner, localizados nas papilas dérmicas da pele, especialmente, a da palma da mão e sola do pé. Cada corpúsculo é composto por uma pilha de células de Schwann, achatadas e modificadas, dispostas transversalmente através do eixo maior do corpúsculo (MACHADO, 2000; SNELL, 2003). Os Corpúsculos de Meissner são estruturas muito sensíveis ao tato, mecanoceptores de adaptação rápida, permitem que a pessoa distingua entre duas estruturas pontudas, quando são aplicadas muito próximas umas às outras sobre a pele (discriminação tátil de dois pontos) (MACHADO, 2000; SNELL, 2003). Corpúsculos de Vater-Paccini estão distribuídos de forma muito ampla por todo o corpo e são abundantes na derme, no tecido subcutâneo, nos ligamentos, nas cápsulas articulares, na pleura, no peritônio, nos mamilos e na genitália externa. A grande fibra nervosa mielinizada que entra no corpúsculo, perde sua bainha de mielina e, logo depois, seu revestimento pelas células de Schwann. O corpúsculo de Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 5 Vater-Paccini é um mecanoceptor de adaptação rápida, extremamente sensível à vibração (MACHADO, 2000; SNELL, 2003).. Os Corpúsculos de Ruffini ficam localizados na derme da pele com pêlos. Cada corpúsculo consiste em diversas fibras calibrosas amielínicas, que terminam dentro de um feixe de fibras colágenas, circundadas por cápsula celular. Estes mecanoceptores de adaptação lenta são receptores de estiramento, que respondem, portanto, quando a pele é estirada (MACHADO, 2000; SNELL, 2003). A sensibilidade do corpo decorre da ativação de terminações nervosas dispostas no meio do tegumento e de estruturas profundas: músculos, vasos e vísceras. Estas terminações ou receptores, transformam uma estimulação mecânica, térmica, química e mesmo elétrica em uma mensagem aferente (CAMBIER, MASSON & DEHEN, 1980). De acordo com MACHADO (2000), as grandes vias aferentes são aquelas que levam aos centros nervosos supra-segmentares os impulsos nervosos originados nos receptores periféricos. Em cada uma das vias aferentes é possível encontrar os seguintes elementos: o receptor, o trajeto periférico, o trajeto central e a área de projeção. O “receptor” é uma terminação nervosa sensível ao estímulo que caracteriza a via. O “trajeto periférico” compreende um nervo periférico ou craniano e um gânglio sensitivo anexo a este nervo. No “trajeto central” as fibras que constituem as vias aferentes se agrupam em feixes (tractos, fascículos, lemniscos) de acordo com suas funções. A “área de projeção cortical” está no córtex cerebral ou no córtex cerebelar; no primeiro, a via permite distinguir os diversos tipos de sensações (sensibilidade consciente); no segundo, o impulso não determina qualquer manifestação sensorial Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 6 e é utilizado pelo cerebelo para realização de sua função primordial de integração motora (sensibilidade inconsciente) (MACHADO, 2000). As grandes vias aferentes podem ser consideradas como cadeias neuronais, unindo os receptores ao córtex. No caso das vias inconscientes, esta cadeia é constituída apenas de dois neurônios. Já nas vias conscientes, estes neurônios são geralmente três (LUNDY-EKMAN, 2000). A via de retransmissão consciente leva informação sobre a localização e o tipo de estimulação até o córtex cerebral, essa informação consciente é transmitida com alta fidelidade, fornecendo assim detalhes precisos sobre o estímulo e sua localização. Como a informação conduzida por essas vias permite à pessoa fazer distinções finas sobre os estímulos, o termo “discriminativa” é corriqueiramente usado para descrever sua função (LUNDY-EKMAN, 2000). Todos os quatro tipos de somato-sensações atingem o conhecimento consciente: o tato, a propriocepção, a dor e a temperatura. As vias para a consciência ascendem pela medula por dois trajetos: as Colunas Dorsais e os Tratos ântero-laterais. A Coluna Dorsal conduz informação sensorial sobre o tato discriminativo e a propriocepção consciente, enquanto as formas discriminativas de dor e de temperatura são conduzidas pelos tratos ântero-laterais (LUNDY-EKMAN, 2000). O tato discriminativo ou epicrítico inclui a localização do tato e da vibração e a capacidade de discriminar entre dois pontos em contato com a pele, separados por pequena distância. A propriocepção consciente é o conhecimento dos movimentos e das posições relativas das partes do corpo. A via para o tato epicrítico e para a propriocepção consciente usa uma cadeia formada por três neurônios (LUNDYEKMAN, 2000): Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 7 Neurônio I – localiza-se no gânglio espinhal. O prolongamento periférico deste neurônio liga-se ao receptor e o prolongamento central penetra na medula pela divisão medial da raiz posterior e dividi-se em um ramo descendente curto e um ramo ascendente longo, ambos situados nos fascículos grácil e cuneiforme. Os ramos ascendentes terminam no bulbo fazendo sinapse com os neurônios II (LUNDY-EKMAN, 2000; MACHADO, 2000). O Neurônio II – localiza-se nos núcleos grácil e cuneiforme do bulbo. O axônio deste neurônio mergulha ventralmente, constituindo as fibras arqueadas internas, cruzam o plano mediano e a seguir inflectem-se cranialmente para formar o lemnisco medial. Este termina no tálamo fazendo sinapse com os neurônios III (LUNDY-EKMAN, 2000; MACHADO, 2000). O Neurônio III – está situado no núcleo ventral póstero-lateral do tálamo, originando axônios que constituem radiações talâmicas que chegam à área somestésica passando pela cápsula interna e coroa radiada (LUNDY-EKMAN, 2000; MACHADO, 2000). O tato protopático ou não-discriminativo inclui a localização do tato situados no tronco e nos membros e a percepção da pressão. A via para o tato protopático e para a pressão também usa uma cadeia de três neurônios (MACHADO, 2000): Neurônio I – localiza-se no gânglio espinhal situado na raiz dorsal. O prolongamento periférico desse neurônio liga-se ao receptor, enquanto o central penetra na medula pela divisão medial da raiz dorsal e divide-se em um ramo ascendente muito longo e um ramo descendente curto, terminando ambos na coluna posterior em sinapse com o neurônio II (MACHADO, 2000); Neurônio II – localiza-se na coluna posterior da medula. Seu axônio cruza o plano mediano na comissura branca, atinge o funículo anterior do lado oposto onde Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 8 se inflecte cranialmente para constituir o tracto espino-talâmico anterior. Este, no nível da ponte, une-se ao espino-talâmico lateral para formar o lemnisco espinhal, cujas fibras terminam no tálamo fazendo sinapse com o neurônio III (MACHADO, 2000); Neurônio III – localiza-se no núcleo ventral póstero-lateral do tálamo. Onde origina um axônio que forma radiação talâmica que, passando pela cápsula interna e coroa radiada, atinge a área somestésica do córtex cerebral (MACHADO, 2000). O sistema nervoso periférico (SNP) é formado pelas partes dos primeiros neurônios sensitivos, do neurônio motor inferior e dos neurônios do sistema nervoso autônomo que se localizam fora do sistema nervoso central. Portanto, o SNP compreende os nervos cranianos, os nervos periféricos com suas raízes e seus ramos, e as partes do sistema nervoso autônomo que não se situam dentro do SNC (WEINER & GOETZ, 2003). O funcionamento normal de todas as partes do SNP depende da capacidade funcional dos corpos dos neurônios que dão origem aos axônios motores e sensitivos. Existe um sistema constante de estímulos transportados entre os corpos dos neurônios e suas projeções axonais mais distantes; este sistema é indispensável para a função normal do nervo. Existe também a condução dos estímulos no sentido inverso, fazendo com que os neurônios sejam influenciados pelos eventos distais. Diante da complexidade e do comprimento dessas estruturas, não é de se estranhar que o funcionamento normal do SNP esteja sujeito a perturbações freqüentes (WEINER & GOETZ, 2003). Lesões nervosas periféricas são patologias comuns na prática clínica. Essa afecção é caracterizada muitas vezes pela associação da perda da função do membro acometido com uma concomitante deficiência de função sensorial, isto é, Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 9 perda da sensibilidade. A perda completa da inervação acompanha-se de abolição total da sensibilidade, isto é, anestesia. A diminuição da sensibilidade é conhecida como hipoestesia; o aumento é chamado de hiperestesia, enquanto o termo parestesia designa as sensações anormais, por exemplo, picadas e formigamentos. Fala-se em disestesias diante das sensações desagradáveis como, por exemplo, a queimação. A diminuição da sensibilidade postural e vibratória é atribuída à disfunção das fibras mais grossas, enquanto a redução da sensibilidade térmica e dolorosa indica anomalias das fibras mais finas (ROWLAND, 2002; WEINER & GOETZ, 2003). Os processos patológicos que afetam os nervos envolvem principalmente a mielina os axônios ou ambos (SILVA, 1979; SNELL, 2003; WEINER & GOETZ, 2003). Na neuropraxia ocorre a interrupção da bainha de mielina e os axônios permanecem conservados. A lesão corresponde a uma concussão do nervo. Predominam os déficits motores com paralisias dissociadas. Não há reação de regeneração. A recuperação é espontânea, rápida e completa em dias ou semanas (SILVA, 1979; SNELL, 2003; WEINER & GOETZ, 2003). Na axonotmese acontece a interrupção do axônio e da bainha de mielina, achando-se conservada a bainha de Schwann (neurilema). Esse tipo de lesão corresponde a uma contusão do nervo. A síndrome clínico-neurológica é a secção parcial. A reação de degeneração esta presente e a recuperação é muitas vezes parcial e espontânea (SILVA, 1979; SNELL, 2003; WEINER & GOETZ, 2003). Na neurotmese há a interrupção completa de todos os elementos essenciais, com ou sem solução de continuidade do nervo. A síndrome clínico-neurológica é a Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 10 de secção completa, e há reação de degeneração. O tratamento é cirúrgico e a recuperação muito rara (SILVA, 1979; SNELL, 2003; WEINER & GOETZ, 2003). Assim como a microcirurgia, a neurorrafia é um procedimento cirúrgico utilizado para o tratamento de lesões nervosas periféricas. Esse procedimento microcirúrgico consiste basicamente na aproximação dos cotos axonais lesados, gerando melhores oportunidades de reorganização e regeneração das fibras lesadas (SILVA, 1979; RODRIGUES et al., 2004). Diversas formas de tratamento têm sido propostas para essa disfunção sensorial que se segue a uma lesão nervosa periférica. Entre elas citam-se diversas formas de estimulação cutânea como, por exemplo, a estimulação com materiais de diferentes texturas, temperaturas ou formas. Entretanto, a relevância desse tipo de tratamento tem sido questionada, 1) pela falta de suporte científico que baseie muitos dos protocolos atualmente utilizados; 2) pela extrema carência de resultados convincentes e validados 3) pela forma empírica e desordenada que estas técnicas são postas em prática (ROOD, 1956; UMPHRED, 1994; EDWARDS, 1999). Tanto nos esmagamentos como nas secções ocorrem degenerações da parte distal do axônio e sua bainha de mielina, estendendo-se o fenômeno em direção proximal até o estrangulamento do nodo de Ranvier mais próximo da lesão (degeneração Walleriana). No corpo celular há cromatólise, que atinge o máximo entre 7 e 15 dias. O grau de cromatólise é inversamente proporcional à distância da lesão ao corpo celular (MACHADO, 2000). As alterações do corpo celular podem ser muito intensas, levando a uma desintegração do neurônio, mas, em geral, ocorre recuperação. Nestes casos as extremidades proximais das fibras lesadas crescem e emitem numerosos brotamentos que alcançam o nível da lesão e penetram no tecido cicatricial. Em 11 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 casos de secção com afastamento dos dois cotos, as fibras nervosas em crescimento, não encontrando o coto distal, crescem desordenadamente no tecido cicatricial, constituindo os neuromas formados de tecido conjuntivo, células de Schwann e um emaranhado de fibras nervosas “perdidas”. Há intensa proliferação das células de Schwann que apresentam numerosos prolongamentos citoplasmáticos envolvidos por várias lâminas basais muito pregueadas, dispostas uma dentro da outra. As células de Schwann com estas lâminas basais formam, assim, numerosos compartimentos ou tubos extracelulares circundados por tecido conjuntivo do endoneuro, dentro dos quais crescem distalmente as extremidades das fibras em regeneração (MACHADO, 2000). Além disso, durante o desenvolvimento normal há crescimento e modificação contínuos das conexões neurais e o sistema nervoso tem se mostrado capaz de sofrer alterações plásticas por toda a vida (SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 2003). Existem na literatura diversos exemplos de plasticidade por crescimento. Na regeneração axonal, os axônios do sistema nervoso periférico podem se regenerar por crescimento a partir do axônio proximal (OLSON, 1997). De acordo com DELLER & FROTSCHER (1997); SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT (2003), no SNC este fenômeno ocorre através do brotamento uniforme, também conhecido como sinaptogênese regenerativa. O brotamento colateral ou sinaptogênese reativa pode ocorrer a partir de axônios do mesmo tipo dos danificados (brotamento homotípico) ou de outro tipo (colateralização heterotípica). O processo de colateralização geralmente termina com a formação de novas sinapses que reimplantam as que se haviam perdido pela 12 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 degeneração retrógrada dos axônios destruídos (BERGADO-ROSADO & ALMAGUER-MELIAN, 2000). Já na neurogênese, descoberta mais recentemente, há produção de novas células nervosas no cérebro adulto, que é demonstrada em todas as classes de vertebrados (ÁLVAREZ-BUYLLA & LOIS, 1995). Nos roedores as áreas onde a neurogênese se mantém ativa, independente da idade avançada, são principalmente a zona subventricular dos ventrículos laterais e o giro-denteado do hipocampo (SEKI & ARAI, 1995; PALMER, TAKAHASHI & GAGE, 1997). Nesse caso as células progenitoras são capazes de gerar neurônios, astrócitos e oligodendrócitos, onde suas diferenciações parecem ser controladas pela sinalização inter e intracelular as quais incluem as concentrações de ácido retinóico, AMPc e fatores neurotróficos (BREZUN & DRASZUTA, 1999). Fatores neurotróficos são proteínas especificas produzidas pelo Sistema Nervoso (SN), que apresentam como função primordial estabelecer algum tipo de plasticidade ao SN lesado. Seus princípios de síntese e funcionamento ainda não são muito bem conhecidos, tendo sido caracterizadas apenas algumas formas até o presente momento (BERGADO-ROSADO & ALMAGUER-MELIAN, 2000; MCCALLISTER et al., 2001; CHEN et al., 1999; FÖRANDER, HOFFER & STRÖMBER, 1998). O fator de crescimento neural (NGF) foi o primeiro fator neurotrófico caracterizado e sua função parece estar mais relacionada à plasticidade do SNP. O fator de crescimento derivado do cérebro (BDNF), descoberto ao acaso na década de 80 vem sendo atualmente mais pesquisado e sua função parece estar mais relacionada à plasticidade dentro do SNC. 13 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 O Fator de Crescimento Neural Derivado da Glia (GDNF), o Fator de Crescimento de Fibroblastos (BFGF) e o Fator Neurotrófico Ciliar (CNTF) foram recentemente descobertos e, apesar de indícios mostrarem que estes estão também claramente relacionados à plasticidade do SN, pouquíssimo sabe-se sobre eles (BERGADO-ROSADO & ALMAGUER-MELIAN, 2000; MCCALLISTER et al., 2001; CHEN et al., 1999; FÖRANDER, HOFFER & STRÖMBER, 1998). A laminina é uma glicoproteína produzida pelas células de Schwann que tem sido associada como um dos principais substratos bioquímicos na síntese dos fatores neurotróficos (BERGADO-ROSADO & ALMAGUER-MELIAN, 2000; MACHADO, 2000). Ao contrário do que ocorre no Sistema Nervoso Periférico, a pequena capacidade de regeneração das fibras do Sistema Nervoso Central se deve não a uma, antes acreditada, incapacidade de crescimento dos axônios mas à pequena quantidade no SNC de substratos adequados que permitam esse crescimento. Por outro lado, nos nervos periféricos esse substrato “permissivo” é provido de lâminas basais ricas em substâncias que promovem a adesão dos axônios em crescimento, dentre os quais se destaca a laminina. Além disso, é sugerido que alguns Fatores Derivados da Glia possam competir com os fatores neurotróficos impedindo sua plena ação sobre crescimento axonal (BERGADO-ROSADO & ALMAGUERMELIAN, 2000; MACHADO, 2000). É através de complexos mecanismos que integram vários tipos de sensações e percepções, que o homem pode sentir e conhecer o que se passa ao seu redor com razoável exatidão, bem como sentir e perceber o que se passa com o seu próprio corpo (PEDONE, 1982). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 14 A eletroterapia possui uma longa história na medicina. Plínio, Aristóteles e Platão já sabiam que enguias elétricas e raios podiam produzir choques. Infelizmente, o conhecimento cresceu lentamente, e pouca utilidade prática foi aprendida até após a Idade Média (BASFORD,1994). Contudo, a racionalidade do Iluminismo do século XVIII trouxe uma compreensão acelerada e os geradores elétricos e dispositivos de armazenagem na forma de geradores estáticos rotatórios foram colocados em uso em meados do século XVIII. Logo a seguir veio a bateria, que foi desenvolvida por volta de 1800, a compreensão teórica da eletricidade também cresceu: a lei de Ohm foi descoberta em 1827, e pelo final da década de 60 no século XIX Maxwell desenvolveu suas equações eletromagnéticas (BASFORD,1994). A exploração médica da eletricidade não gozou respeito ou sucesso similar na mesma época. A maioria dos tratamentos iniciais, tais como “banhos de ar” elétricos, tratamentos com choque, e “galvanismo” localizado e generalizado, foram empiricamente desenvolvidos e não formaram uma base científica para os efeitos aos quais se propunham, perdendo credibilidade com o passar do tempo (BASFORD,1994). Apesar disso, a eletroterapia moderna desenvolveu-se a partir desse passado. Como tal, seu crescimento foi detido pela má reputação assim como pela ignorância sobre a interação entre a eletricidade e o corpo. Contudo, no início deste século, a melhora na compreensão e nas capacidades tecnológicas permitiu o desenvolvimento de dispositivos úteis (BASFORD,1994). A eletroterapia, isto é, terapia envolvendo estímulos elétricos, é atualmente um dos recursos mais utilizados dentro da fisioterapia nos mais diferentes tipos de reabilitação, já que é capaz de proporcionar ao profissional fisioterapeuta diversos Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 15 efeitos terapêuticos comumente utilizados durante tratamentos que visam, por exemplo: efeitos analgésicos, antiinflamatórios e até de fortalecimento de grupos musculares (THOMSON, SKINNER & PIERCY, 2002). A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é uma forma de corrente elétrica que tem como efeito mais reconhecido à capacidade de proporcionar analgesia através principalmente da estimulação dos ramos dorsais da medula e liberação de endorfinas endógenas. Assim, apesar do termo “estimulação nervosa elétrica transcutânea” obviamente não se restringir apenas a analgesia, os efeitos analgésicos são os mais bem conhecidos e a TENS é atualmente quase sinônimo de analgesia elétrica além de promover também sensações sensoriais aferentes (LAMPE, 1993; BASFORD,1994; BASFORD, 2002; ROBINSON & SNYDER-MACKLER, 2002). A estimulação elétrica pela TENS promove, sem dúvidas, a despolarização das fibras aferentes sensoriais, que a partir de seus receptores terminais são capazes de produzir estímulos e impulsos nervosos sensoriais intensos (ROBINSON & SNYDER-MACKLER, 2002). De acordo com DAMIANE & DAMIANE (1998), com a proposição de novas teorias neurológicas que expliquem a dor e os mecanismos de analgesia, admitiu-se a TENS como sendo uma “estimulação sensitiva transcutânea diferencial das fibras proprioceptivas do tato, à grande velocidade de condução”. A TENS é definida pela Associação Americana de Fisioterapia como a aplicação de estimulação elétrica transcutânea para o controle da dor (SLUKA & WALSH, 2003). É um estimulador elétrico capaz de excitar nervos periféricos com eletrodos colocados na superfície do corpo e cujos estímulos gerados são pulsos de tensão 16 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 regulares com amplitude variável, sendo uma forma de estimulação não-invasiva, barata, segura e de fácil manipulação (SLUKA & WALSH, 2003). A estimulação nervosa elétrica transcutânea é uma corrente de baixa freqüência, quando comparada a todo o espectro das freqüências de correntes elétricas disponíveis para usos terapêuticos. Sua forma de onda mais comumente produzida é quadrada balanceada, assimétrica e bifásica. Não são produzidos efeitos finais polares, conseqüentemente, não há reações cutâneas adversas em decorrência de concentrações polares. As formas de ondas assimétricas bifásicas são preferíveis para melhorar o conforto e evitar os efeitos eletrolíticos e iontoforéticos associados as correntes unidirecionais (FRAMPTON, 1998; BASFORD, 2002). Para que um estímulo seja deflagrado com eficiência, ele precisa atingir uma intensidade, ter uma duração, e deve alcançar sua máxima intensidade numa velocidade mínima. É a relação entre a amplitude e a duração de pulso que irá determinar um estímulo adequado. Pequenas durações de pulso exigem elevadas amplitudes para que sejam gerados os estímulos adequados, enquanto que, durações de pulso maiores exigem amplitudes mais baixas, para que sejam gerados os mesmos estímulos (FRAMPTON, 1998). A membrana do nervo periférico possui potencial de repouso negativo internamente, e positivo externamente, ao ser aplicado um estímulo adequado, ocorre uma mudança no potencial de membrana e uma reversão de seu potencial de repouso. Esta mudança é efetuada pelo mecanismo da bomba de sódio diante de um estímulo adequado, íons sódio fluem para a área, alterando assim o potencial internamente à membrana. Fibras nervosas aferentes Aβ podem ser recrutadas por impulsos de baixa amplitude, alta freqüência, e breve duração. Já as fibras nervosas Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 17 aferentes Aδ podem ser recrutadas por impulsos de amplitudes mais elevadas, freqüências mais baixas e durações de pulsos mais longas (FRAMPTON, 1998). A condução de estímulos elétricos pelas fibras nervosas está baseada em princípios eletrofisiológicos de despolarização de membrana, e são à base do funcionamento de todas as “cicuitarias” funcionais do SN, estando as funções do SN diretamente ligadas a essa capacidade de transmissão de informações (ROBINSON & SNYDER-MACKLER, 2002; GUYTON & HALL, 2002). Sob condições normais de ativação do SNC os motoneurônios enviam Potenciais de Ação (PAs) para fora da medula espinhal em direção à periferia, inversamente, células sensitivas de todos os tipos normalmente iniciam PAs na periferia em resposta a estímulos e transmitem as informações para a medula espinhal, ou seja, a propagação dos PAs é feita em direção oposta a dos anteriores, porém ainda na direção fisiológica para estímulos sensitivos. A propagação de PAs ao longo de axônios na direção normal ou fisiológica num tipo particular de fibra nervosa é referida como propagação “ortodrômica” , de forma inversa, a condução de estímulos em sentidos que sejam inversos aos fisiológicos num tipo de fibra é chamado de efeito “antidrômico” (DAMIANE & DAMIANE, 1998; ROBINSON & SNYDER-MACKLER, 2002). A TENS é uma forma de corrente que possui efeito antidrômico sobre os receptores sensitivos. Com isso, os nervos periféricos podem ser vistos simplesmente como caminho para a condução de PAs, onde a transmissão dos sinais nessa direção ao longo das fibras sensitivas não é impedida pela estimulação na direção inversa ao longo das fibras motoras ou autônomas. (DAMIANE & DAMIANE, 1998; ROBINSON & SNYDER-MACKLER, 2002). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 18 As formas de estimulação geradas pela TENS descritas atualmente são: estimulação convencional, de alta freqüência como cadeia contínua, ininterrupta, de impulsos de alta freqüência gerados com curta duração e baixa amplitude. No modo convencional de alta freqüência e de estimulação breve e intensa, a TENS preferencialmente recruta grandes fibras A-aferentes. Já a estimulação de baixa freqüência, similar à acupuntura, ocorre em freqüências de menos de 10Hz, entre 1 e 4 Hz, a amplitude e intensidade são maiores que as de alta freqüência e mais objetivas. Neste modo de estimulação é necessário que sejam produzidas contrações musculares, de baixa freqüência e visíveis (tremores) (LAMPE, 1993). A estimulação por rajadas (trens de pulso) é muito similar à estimulação de baixa freqüência. As freqüências na base de dois trens por segundo (2Hz), têm efeitos clínicos similares aos de dois impulsos por segundo, e a largura de pulso final de cada trem é maior que a largura de um pulso individual e, portanto, a intensidade de pulso requerida para a produção de um tremor motor visível tende a ser menor do que o modo de baixa freqüência. Já a estimulação breve e intensa é muito similar ao modo convencional, onde o estímulo é fornecido por uma cadeia ininterrupta de impulsos em freqüências muito elevadas, larguras moderadas e intensidade moderada (LAMPE, 1993). Tendo em vista as inegáveis características estimulatórias da TENS e levando em consideração a necessidade do SN em ser estimulado, durante a fase de regeneração de suas estruturas, em face a uma lesão. Nesse estudo busca-se analisar a utilidade da TENS como um possível agente terapêutico capaz de auxiliar no tratamento da deficiência sensorial de pacientes acometidos com lesão nervosa periférica. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 19 Nesse sentido, o sucesso desse trabalho propiciará novos dados que auxiliem o tratamento das disfunções sensoriais em busca de um novo recurso terapêutico. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 7) OBJETIVOS Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 20 7) OBJETIVOS Este estudo teve como objetivos: I. Avaliar a eficácia da estimulação elétrica sobre a reabilitação do sistema sensorial de pacientes com lesão nervosa periférica; II. Propor uma nova forma alternativa de tratamento baseada em estímulos elétricos para os estados de deficiência sensorial decorrentes de lesão nervosa periférica. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 8) MATERIAIS E MÉTODOS Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 22 8) MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo constituiu-se de um ensaio clínico não randomizado, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE em atendimento a Resolução 196/96-MS através do protocolo nº 008816/03 datado de 27 de maio de 2003 (ANEXO 1). 8.1. Critérios de inclusão e exclusão O estudo foi realizado em pacientes portadores de lesão nervosa periférica de membros superiores do tipo neurotmese, que tivessem sido submetidos à cirurgia de neurorrafia a menos de 4 meses, possuindo algum tipo de disfunção sensorial, histórico de evolução da lesão menor do que 2 (dois) anos e capacidade cognitiva compatível com os requisitos da avaliação. Foram excluídos pacientes com mais de 2 anos de evolução da lesão ou que estivessem sendo submetidos a qualquer outro tipo de tratamento que utilizasse recursos eletrotermoterapêuticos. 8.2. Amostra e grupos experimentais A amostra foi então constituída de 6 pacientes (5 homens e 1 mulher) com idade variando entre 17 e 32 anos de idade, que preenchiam os critérios acima descritos e foram divididos em dois grupos: Grupo experimental – Pacientes Pré-avaliados com história de lesão nervosa periférica submetidos a 24 sessões de estimulação elétrica (n=5). 23 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 Grupo controle – Paciente Pré-avaliado com história de lesão nervosa periférica e que apesar de não ter sido submetido ao protocolo experimental de estimulação elétrica, foi acompanhado e reavaliado após 1 e 2 meses (n=1). 8.3. Procedimento de avaliação Neste estudo, a avaliação da sensibilidade foi realizada através de um aparelho conhecido popularmente como estesiômetro “Semmes-Weinstein monofilaments” (Figura 1), uma forma de avaliação amplamente utilizada na prática clínica para avaliação sensorial tátil e discriminação entre dois pontos (BELLKROTOSKI, 1990). SEMMES & WEINSTEIN (1960), desenvolveram esse instrumento constituído por sete monofilamentos de nylon com espessuras e cores específicas, seus diâmetros e coeficientes de deformação são pré-aferidos e sua mínima deformação representa que foi aplicada uma massa contra a pele do paciente respectiva ao seu diâmetro que varia entre 0,05g e 300g e representam, portanto, diferentes níveis de sensibilidade. FIGURA 1 – Foto ilustrativa do estesiômetro “SemmesWeinstein monofilaments”, aparelho utilizado para a realização das avaliações. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 24 Uma Pré-avaliação era realizada com o paciente em posição confortável, os olhos vendados e o membro a ser testado totalmente desnudo (Figura 2). Iniciava-se a avaliação de maneira crescente, do filamento menos espesso até o mais espesso, aplicando uma força no monofilamento de maneira perpendicular à pele até que haja uma pequena deformação, essa deformação reflete que a massa pré-determinada a cada monofilamento foi aplicada à superfície do membro testado. Repetindo esta operação por três vezes, e é importante salientar que a estimulação não era realizada em uma seqüência lógica, evitando dessa forma, induzir o paciente a uma resposta inexata. A B FIGURA 2 – Foto ilustrativa de uma sessão de avaliação sensorial. Em (A), visualizamos o paciente na posição utilizada durante o teste com os olhos vendados.Em (B), observamos a aproximação da imagem demonstrando a deformação do monofilamento de nylon sobre a pele do paciente avaliado. Era necessário ainda que o terapeuta possuísse em suas mãos durante a avaliação sensorial, uma representação gráfica do membro avaliado em um papel milimetrado onde eram imediatamente representados os pontos indicados pelo paciente, formando assim o mapa sensorial da região. Dessa forma, cada quadrado indicado na representação gráfica do membro do paciente foi admitido como uma “unidade sensorial” (ANEXO 2). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 25 FIGURA 3 – Foto ilustrativa da deformação do monofilamento de nylon no momento do contato com a pele do paciente, no momento em que é aplicada uma massa sobre a área sensorial a ser testada. Após a 12ª e a 24ª sessão de estimulação elétrica, eram realizadas a 1ª e 2ª reavaliações, respectivamente, a fim de se obter dados sobre a evolução das áreas dos níveis de sensibilidade consideradas no estudo e previamente avaliadas, visando à comparação futura dos dados. Além disso, todos os pacientes foram submetidos a uma anamnese inicial onde constavam todos os seus dados pessoais e também dados sobre a lesão, informando ao terapeuta elementos como a data da cirurgia, estruturas acometidas e tipo de cirurgia realizada, bem como seu termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO 3). 8.4. Posicionamento dos eletrodos A determinação do posicionamento dos eletrodos era definida baseado nos dados da Pré-avaliação, onde características particulares de cada paciente guiavam o procedimento de posicionamento que era mantido até a última reavaliação. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 26 Características como extensão e gravidade da lesão determinavam o local exato de posicionamento dos eletrodos em cada paciente, respeitando sempre a disposição paralela e o espaçamento mínimo de 2cm entre eles. 8.5. Equipamento e protocolo de estimulação elétrica utilizados O aparelho utilizado para realizar as sessões de eletroestimulação foi um TENS portátil de dois canais da marca CE modelo 120Z (Figura 4), com 4 eletrodos de silicone de mesmo tamanho, 5/3 cm, que foram posicionados sempre no mesmo local e sempre pelo mesmo terapeuta. A eletroestimulação foi realizada na forma de trens de pulso (modo “Burst”), isto é, dois trens por segundo com uma freqüência programada de 100Hz e uma largura de pulso de 200µs em ambos os canais e intensidade máxima liberada pelo aparelho de aproximadamente 1,9mA. A duração da terapia foi de 30 minutos e após 12 e 24 sessões foram realizadas às reavaliações como descrito anteriormente. FIGURA 4 – Foto ilustrativa do equipamento de TENS portátil utilizado para a realização das sessões de estimulação sensorial. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 27 8.6. Procedimento de reposição e aferição das baterias Como o aparelho utilizado para a estimulação elétrica era portátil, necessitando como fonte de energia uma bateria de 9 Volts para seu funcionamento, existia um protocolo de reposição e aferição dessas baterias que eram sempre utilizadas de forma individual. Os pacientes incluídos na pesquisa contavam, portanto, com duas baterias alcalinas de 9 Volts novas (sempre da mesma marca) ao longo do protocolo experimental. Antes que fossem iniciados os procedimentos de estimulação a primeira bateria era aferida e registrada sua carga através de um amperímetro da marca CE DT-830B Digital Multimeter do Laboratório de Física I do curso de Engenharia Civil da UNIOESTE em uma tabela onde era ainda registrado o nome do paciente. Após as 12 primeiras sessões de estimulação, antes da 1ª reavaliação novamente a carga dessa mesma bateria era mensurada e descartada, em seu lugar era adotada uma nova bateria, que nos mesmos moldes da anterior era utilizada da 13ª sessão até a 24ª sessão. Antes da 2ª reavaliação, o procedimento de aferição da carga da 2ª bateria era novamente realizado. Esse procedimento foi adotado para cada um dos pacientes da amostra, a fim de que fossem minimizados os riscos de que as cargas das baterias pudessem influenciar a qualidade das estimulações. 8.7. Tratamento matemático dos dados Os dados obtidos a partir das avaliações em unidades sensoriais (quadradinhos) foram tratados em forma de índices para que fossem possíveis as comparações propostas na análise estatística. 28 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 Esses “índices” se fizeram necessários, pois as regiões afetadas de cada paciente, assim como suas áreas eram específicas da lesão de cada paciente. Dessa forma, tanto a Pré-avaliação quanto às reavaliações seguintes de cada paciente eram muito discrepantes, sendo impossível sua comparação estatística bruta (em forma de unidades sensoriais), pois seus desvios padrão descaracterizariam os testes. Para sanar essa dificuldade, obteve-se, então, um índice de porcentagem relativa para cada paciente, onde para cada nível sensorial, o dado obtido na Préavaliação de cada paciente era tomado como 100% (cem porcento) de lesão ou área inicial, dado que, posteriormente, foi utilizado para comparação estatística com as porcentagens relativas das reavaliações que se seguiram do mesmo paciente. Por exemplo: se ao acaso na Pré-avaliação de um paciente, um certo nível sensorial (ex: 2g), possuísse área bruta de 200 unidades sensoriais, esse número era pego como 100% e as reavaliações comparadas a partir desse dado preliminar. De forma que, para os diferentes níveis sensoriais de cada paciente durante a Pré-avaliação havia um valor (que correspondia a 100%), e era depois utilizado como valor referência para comparação durante as demais reavaliações. Através desse tratamento matemático, foi possível minimizar as discrepâncias causadas pelo fator de individualidade biológica de cada lesão, a fim de tornar os dados comparáveis sem, no entanto, comprometer o caráter irretorquível dos dados brutos iniciais. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 29 8.8. Análise estatística Para a análise estatística dos dados foi utilizado o teste T de Student para amostras não pareadas, adotando-se α=0,05, buscando evidenciar as diferenças entre os diferentes períodos de avaliação adotados no protocolo experimental (p<0,05). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 9) RESULTADOS 31 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 9) RESULTADOS Após a utilização do tratamento matemático descrito anteriormente, foram realizadas as análises a seguir. A Tabela 1, trás a informação descritiva relativa aos dados gerais encontrados em todos os pacientes pesquisados após o tratamento matemático apresentado. Tabela 1 – Dados gerais das avaliações sensoriais dos pacientes pesquisados após o tratamento matemático adotado (Média e Desvio Padrão) Nível de 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação sensibilidade Média / DP Média / DP Média / DP 0,05g (Normal) 100 ±0 128,9 ±49,06 150,6 ±30,17 0,2g 100 ±0 59,35 ±53,73 41,41 ±42,88 2g 100 ±0 78,68 ±98,08 30,77 ±26,81 4g 100 ±0 49,41 ±78,14 222,4 ±365,7 10g 100 ±0 121,7 ±122,1 203,6 ±270,4 300g 100 ±0 80,9 ±47,15 78,57 ±53,25 >300g (Anestesia) 100 ±0 97,76 ±21,15 67,34 ±50,88 Fonte: O autor. Nos Gráficos 1, 2, 3, 4 e 5, podemos observar o comportamento da evolução entre os níveis sensoriais ao longo das avaliações realizadas para os pacientes “A”, “B”, “C”, “D” e “E”, respectivamente. 32 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 GRÁFICO 1 - COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SENSORIAIS AO LONGO DAS AVALIAÇÕES DO PACIENTE "A" UNIDADES DE SENSIBILIDADE 8000 6000 Pré-avalição 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação 4000 2000 0 0,05g 0,2g 2g 4g 10g 300g >300g NÍVEIS DE SENSIBILIDADE GRÁFICO 1 – Gráfico comparativo dos diferentes níveis de sensibilidade estudados ao longo das três avaliações realizadas com o paciente “A”. GRÁFICO 2 - COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SENSORIAIS AO LONGO DAS AVALIAÇÕES DO PACIENTE "B" UNIDADES DE SENSIBILIDADE 8000 6000 Pré-avalição 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação 4000 2000 0 0,05g 0,2g 2g 4g 10g 300g >300g NÍVEIS DE SENSIBILIDADE GRÁFICO 2 – Gráfico comparativo dos diferentes níveis de sensibilidade estudados ao longo das três avaliações realizadas com o paciente “B”. 33 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 GRÁFICO 3 - COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SENSORIAIS AO LONGO DAS AVALIAÇÕES DO PACIENTE "C" UNIDADES DE SENSIBILIDADE 8000 6000 Pré-avalição 4000 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação 2000 0 0,05g 0,2g 2g 4g 10g 300g >300g NÍVEIS DE SENSIBILIDADE GRÁFICO 3 – Gráfico comparativo dos diferentes níveis de sensibilidade estudados ao longo das três avaliações realizadas com o paciente “C”. GRÁFICO 4 - COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SENSORIAIS AO LONGO DAS AVALIAÇÕES DO PACIENTE "D" UNIDADES DE SENSIBILIDADE 8000 6000 Pré-avalição 4000 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação 2000 0 0,05g 0,2g 2g 4g 10g 300g >300g NÍVEIS DE SENSIBILIDADE GRÁFICO 4 – Gráfico comparativo dos diferentes níveis de sensibilidade estudados ao longo das três avaliações realizadas com o paciente “D”. 34 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 GRÁFICO 5 - COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SENSORIAIS AO LONGO DAS AVALIAÇÕES DO PACIENTE "E" UNIDADES DE SENSIBILIDADE 8000 6000 Pré-avalição 1ª Reavaliação 4000 2ª Reavaliação 2000 0 0,05g 0,2g 2g 4g 10g 300g >300g NÍVEIS DE SENSIBILIDADE GRÁFICO 5 – Gráfico comparativo dos diferentes níveis de sensibilidade estudados ao longo das três avaliações realizadas com o paciente “E”. Nos Gráficos 1, 2, 3, 4 e 5, o comportamento da evolução de cada um dos níveis sensoriais pode ser observado a partir da Pré-avaliação (inicial) e ao longo das avaliações propostas, após 12 (1ª reavaliação) e 24 sessões (2ª reavaliação) de aplicação da TENS para os pacientes “A”, “B”, “C”, “D” e ”E”, respectivamente. O Gráfico 6 ilustra o ganho real de sensibilidade do nível sensorial 0,05g em todos os pacientes estudados. É possível verificar que além de haver ganho real na sensibilidade de todos os pacientes, a média de ganho para os pacientes tratados é superior ao ganho do paciente controle, 51% e 38%, respectivamente. 35 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 PORCENTAGEM DO GANHO DE SENSIBILIDADE GRÁFICO 6 - GANHO REAL DE SENSIBILIDADE PARA O NÍVEL 0,05g ENTRE A PRÉ-AVALIAÇÃO E A 2ª REAVALIAÇÃO pcte 1 100% 76% 80% 60% 51% pcte 2 pcte 3 51% 40% 20% 84% 29% 13% 38% pcte 4 pcte 5 Média dos pctes 0% PACIENTES controle GRÁFICO 6 – Representação gráfica do ganho real de sensibilidade para o nível 0,05g dos pacientes avaliados entre a Pré-avaliação e a 2ª Reavaliação. TABELA 2 – Quadro de significâncias estatísticas (p), encontradas em meio as comparações efetuadas através do teste T de Student, adotando (α α =0,05) Nível de Significância estatística (p) Significância estatística (p) sensibilidade Pré-avaliação Vs 1ª Reavaliação Pré-avaliação Vs 2ª Reavaliação 0,05g (Normal) 0,2586 0,02* 0,2g 0,1660 0,0378* 2g 0,6523 0,0045** 4g 0,2213 0,4959 10g 0,7112 0,4399 300g 0,4161 0,4191 >300g (Anestesia) 0,8246 0,2245 Nota: Os asteriscos representam as diferenças estatisticamente significantes encontradas (*p<0,05; **p<0,01) Fonte: O autor. Na Tabela 2 encontramos os coeficientes relacionados aos índices de significância estatística encontrados para os pareamentos testados. Percebe-se que só foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre a Pré-avaliação e a 2ª Reavaliação para os níveis de sensibilidade 0,05g e 0,2g (*p<0,05) e entre a Pré-avaliação e a 2ª Reavaliação para o nível de sensibilidade 2g (**p<0,01). Demonstrando, portanto, que houve uma melhora estatisticamente significante 36 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 nesses três índices de sensibilidade entre o início e o fim do tratamento, fato que não aconteceu nos demais. Baseado na Tabela 2 fica evidente, também, que somente o período de 24 sessões de aplicação da TENS obteve algum sucesso em diminuir as deficiências sensoriais dos pacientes. Para melhor clareza na visualização da evolução dos pacientes ao longo das avaliações propostas, nos Gráficos 7, 8, 9, 10, 11 e 12, são representadas as evoluções individuais dos pacientes em cada um dos níveis sensoriais estudados 0,05g, 0,2g, 2g, 4g, 10g, 300g e >300g, respectivamente. GRÁFICO 7 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (0,05g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES* * GANHO DE SENSIBILIDADE (%) 100% Pcte 1 80% Pcte 2 60% Pcte 3 40% Pcte 4 20% Pcte 5 controle 0% Pré-avaliação 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação AVALIAÇÕES GRÁFICO 7 – Representação gráfica da evolução sensorial ao longo das três avaliações realizadas para o nível de sensibilidade 0,05g (considerado normal). O asterisco representa a significância estatística encontrada entre as avaliações (*p<0,05). No Gráfico 7 pode ser visualizada a evolução do nível de sensibilidade de 0,05g nos pacientes estudados. Fica claro o aumento da porcentagem de área atribuída a esse nível de sensibilidade (considerado normal) quando é comparada a Pré-avaliação com a 2ª Reavaliação (*p<0,05). 37 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 GANHO DE SENSIBILIDADE (%) GRÁFICO 8 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (0,2g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES* * 40% Pcte 1 Pcte 2 30% Pcte 3 20% Pcte 4 Pcte 5 controle 10% 0% Pré-avalição 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação AVALIAÇÕES GRÁFICO 8 – Representação gráfica da evolução sensorial ao longo das três avaliações realizadas para o nível de sensibilidade 0,2g. O asterisco representa a significância estatística encontrada entre as avaliações (*p<0,05). É exibido no Gráfico 8 o comportamento da evolução do nível de sensibilidade 0,2g. O asterisco representa a diferença estatisticamente significante encontrada entre a Pré-avaliação e a 2ª Reavaliação, mostrando que a área representada por esse nível de sensibilidade percentualmente diminuí ao longo das sessões (*p<0,05). Exceção feita ao paciente controle. 38 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 GRÁFICO 9 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (2g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES** ** GANHO DE SENSIBILIDADE (%) 40% Pcte 1 30% Pcte 2 Pcte 3 20% Pcte 4 10% Pcte 5 controle 0% Pré-avaliação 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação AVALIAÇÕES GRÁFICO 9 – Representação gráfica da evolução sensorial ao longo das três avaliações realizadas para o nível de sensibilidade 2g. Os asteriscos representam a significância estatística encontrada entre a Pré-avaliação e a 2ª Reavaliação (**p<0,01). O Gráfico 9 apresenta o comportamento da evolução do nível de sensibilidade 2g. Os asteriscos representam as diferenças estatisticamente significantes encontradas entre a Pré-avaliação e a 2ª Reavaliação, mostrando que as áreas representadas por esse nível de sensibilidade percentualmente diminuíram ao longo das sessões (**p<0,01). GANHO DE SENSIBILIDADE (%) GRÁFICO 10 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (4g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES 15% Pcte 1 Pcte 2 Pcte 3 10% Pcte 4 Pcte 5 5% controle 0% Pré-avalição 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação AVALIAÇÕES GRÁFICO 10 – Representação gráfica da evolução sensorial ao longo das três avaliações realizadas para o nível de sensibilidade 4g, onde é demonstrado não existir qualquer alteração estatisticamente significante. 39 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 O Gráfico 10 mostra o comportamento da evolução do nível de sensibilidade 4g, onde não foi notada qualquer diferença entre as avaliações, demonstrando não existir, portanto, qualquer alteração estatisticamente significante para esse nível sensorial ao longo das sessões realizadas (p>0,05) Teste T de Student. GANHO DE SENSIBILIDADE (%) GRÁFICO 11 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (10g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES 15% Pcte 1 Pcte 2 Pcte 3 Pcte 4 Pcte 5 controle 10% 5% 0% Pré-avalição 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação AVALIAÇÕES GRÁFICO 11 – Representação gráfica da evolução sensorial ao longo das três avaliações realizadas para o nível de sensibilidade 10g, onde é possível observar que não houve qualquer alteração estatisticamente significante. No Gráfico 11 é possível observar a evolução do comportamento do nível de sensibilidade 10g, não foi notada qualquer diferença entre as avaliações, demonstrando não existir, portanto, qualquer alteração estatisticamente significante para esse nível sensorial ao longo das sessões da TENS realizadas (p<0,05) Teste T de Student. 40 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 GRÁFICO 12 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (300g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES PORCENTAGEM DE ACOMETIMENTO 15% Pcte 1 Pcte 2 10% Pcte 3 Pcte 4 5% Pcte 5 controle 0% Pré-avaliação 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação AVALIAÇÕES GRÁFICO 12 – Representação gráfica da evolução sensorial ao longo das três avaliações realizadas para o nível de sensibilidade 300g. No Gráfico 12 não são evidenciadas quaisquer diferenças entre as avaliações realizadas. Demonstrando, portanto, que para este nível de sensibilidade 300g as sessões da TENS não se mostraram efetivas. GRÁFICO 13 - EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE SENSIBILIDADE (>300g) AO LONGO DAS AVALIAÇÕES GANHO DE SENSIBILIDADE (%) 30% Pcte 1 25% Pcte 2 20% 15% Pcte 3 10% Pcte 4 5% Pcte 5 0% Pré-avalição 1ª Reavaliação 2ª Reavaliação AVALIAÇÕES GRÁFICO 13 – Representação gráfica da evolução sensorial ao longo das três avaliações realizadas para o nível de sensibilidade >300g. No Gráfico 13 foi observado a evolução do comportamento do nível de sensibilidade >300g, onde não foi notada nenhuma diferença entre as avaliações, 41 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 demonstrando assim, não existir qualquer alteração estatisticamente significante para este nível sensorial (p>0,05) Teste T de Student. Interessante notar que os pacientes 3 e 5, pela especificidade de suas lesões, não possuíam nenhuma área sensorial que pudesse ser representada por este nível de sensibilidade. Assim como acontece com o paciente controle a partir da 1ª Reavaliação. Os dados referentes à perda das cargas das baterias utilizadas no aparelho da TENS do início da terapia até a 1ª reavaliação e da 1ª reavaliação até a 2ª reavaliação são apresentados nos gráficos 14 e 15, respectivamente. BATERIAS UTILIZADAS GRÁFICO 14 - PERDA DE CARGA DAS BATERIAS UTILIZADAS ENTRE O INÍCIO DA TERAPIA E A 1ª REAVALIAÇÃO 9,43 Bat. Pcte 3 9,37 Bat. Pcte 2 8,89 Bat. Pcte 1 8 9 9,85 9,85 início 9,5 1ª Reavaliação 10 VOLTS (V) GRÁFICO 14 – Representação gráfica da carga das baterias utilizadas no equipamento da TENS entre o início da terapia e a 1ª Reavaliação. 42 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 BATERIAS UTILIZADAS GRÁFICO 15 - PERDA DE CARGA DAS BATERIAS UTILIZADAS ENTRE A 1ª REAVALIAÇÃO E A 2ª REAVALIAÇÃO 10,01 9,72 Bat. Pcte 3 9,97 9,55 Bat. Pcte 2 9,15 Bat. Pcte 1 8 após 1ª Reavaliação 9,52 2ª Reavaliação 9 10 VOLTS (V) GRÁFICO 15 - Representação gráfica da carga das baterias utilizadas no equipamento da TENS entre a 1ª Reavaliação e a 2ª Reavaliação. Nos Gráficos 14 e 15 é possível visualizar os valores das cargas das baterias utilizadas durante as terapias no aparelho da TENS. Evidencia-se que as baterias tiveram pouca perda, sendo que, após suas utilizações todas permaneceram em um valor acima ou muito próximo a 9V. Tabela 3 – Perda percentual da carga da baterias entre o início e o fim de sua utilização pelo equipamento da TENS Perda de carga entre o início da Perda de carga entre a 1ª e 2ª Bateria utilizada terapia e a 1ª Reavaliação Reavaliações Bateria pcte 3 4,26% 2,9% Bateria pcte 2 4,88% 4,21% Bateria pcte 1 6,42% 0,74% Fonte: O autor. Na Tabela 3 podem ser visualizadas as pequenas perdas percentuais das cargas das baterias utilizadas pelo aparelho da TENS em relação à sua carga inicial. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 10) DISCUSSÃO Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 44 10) DISCUSSÃO Os resultados apresentados apontam que a intervenção terapêutica utilizada, através da aplicação da TENS por 24 sessões de 30 minutos, foi eficaz em aumentar a área de sensibilidade considerada normal pelo estesiômetro (nível sensorial 0,05g), assim como em diminuir áreas de hipoestesia de nível sensorial intermediário como 0,2g e 2g. Entretanto, a mesma intervenção mostrou-se ineficaz em reduzir as áreas hipoestésicas mais graves, nesse caso, os níveis sensoriais 4g, 10g, 300g e >300g (anestesia). Todavia, é importante salientar que, mesmo nesses níveis sensoriais com hipoestesia mais grave, não foi caracterizado qualquer prejuízo significante aos pacientes após a terapia utilizada. Em meio à evolução científica constante presente em todas as áreas do conhecimento, as ciências médicas e de reabilitação, principalmente nas últimas décadas, tem tido um papel muito representativo. Novos tratamentos clínicos e cirúrgicos vêm se desenvolvendo insistentemente em busca de cura para várias afecções ainda sem recurso terapêutico eficaz (WHITTEMORE, EATON & ONIFER, 1997). As lesões neuronais, assim como sua plasticidade tem sido alvo cada vez mais constante de pesquisas buscando não apenas sua melhor compreensão, mas também recursos terapêuticos mais eficazes que os atuais disponíveis visando se não a cura, ao menos, uma atenuação significante das seqüelas físicas importantes causadas por esses danos (BEAR, CONNORS & PARADISO, 2002). Embora existam poucas soluções terapêuticas fundamentadas para as seqüelas das lesões nervosas periféricas, é comum na prática clínica a utilização de 45 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 diversos recursos sem comprovação científica definitiva, e até mesmo sem qualquer fundamentação teórica visando sua reabilitação física (UMPHRED, 1994; EDWARDS, 1999). Autores como DELLON, CURTIS & EDGERTON (1974), propuseram uma técnica de “exercícios sensoriais” específicos em busca da reabilitação sensorial da mão lesada de seus pacientes. Esses exercícios eram subdivididos em diferentes fases, onde no momento certo a atividade motora poderia ativar e reeducar o sistema sensorial. Embora os autores tenham enaltecido a técnica pouco fundamentada, esses admitem que seria necessária a validação dos referidos exercícios. Outros autores discorrem sobre as novas capacidades que a terapia gênica e os implantes neuronais poderiam proporcionar futuramente rumo ao avanço dos tratamentos que busquem a regeneração neural (WHITTEMORE et al., 1997). A tentativa de se utilizar à estimulação elétrica como componente terapêutico após e l sões nervosas já vem sendo utilizada com algum sucesso por pesquisadores. Em um estudo envolvendo uma técnica de transecção e reinervação do nervo femoral de ratos, seguida de estimulação elétrica constante (100µs; 3V; 20Hz) uma hora por dia durante uma ou duas semanas, cientistas verificaram efeitos positivos da corrente elétrica sobre a regeneração axonal, aumentando a velocidade de regeneração axonal e reduzindo o período inicial de regeneração de 10 para 3 semanas (AL-MAJED et. al., 2000). Para os autores, o sucesso do tratamento com estimulação elétrica reside no potencial estimulador que este pode apresentar ao corpo celular desencadeando um processo de regeneração neural aumentada. Esse estudo trouxe resultados que corroboram conceitos de que a estimulação elétrica pode ser um potencial armamento terapêutico eficaz no Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 46 tratamento de lesões nervosas periféricas. Contribuindo com dados que reforcem a teoria e suprimindo parcialmente a lacuna presente atualmente sobre agentes que auxiliem a reabilitação sensorial posterior a uma lesão do SNP. Os resultados mostram que ao mesmo tempo em que os níveis sensoriais 2g e 0,2g diminuíram suas áreas, a área relacionada ao nível 0,05g (normal) aumentou significativamente na amostra estudada, levando a crer que as áreas antes pertencentes aos níveis sensoriais 2g e 0,2g passaram a ser redistribuídas como áreas do nível sensorial 0,05g, evidenciando a melhora com o decorrer das sessões (Gráficos 7, 8 e 9). A hipótese provável para os achados desse trabalho segue as novas concepções que surgem baseadas na proposição de que a estimulação nervosa é fundamental para a regeneração neural, na medida em que essa agiria potencializando o poder de síntese de proteínas das células de Schawnn presentes nos axônios de neurônios lesados. O aumento da concentração de Interleucina I decorrente da produção macrofágica exacerbada que ocorre durante a Degeneração Walleriana de uma lesão neural, serviria como mecanismo sinalizador para o aumento da capacidade de produção de proteínas especializadas nas células de Schawnn, proteínas estas, que são utilizadas na síntese de fatores neurotróficos, tais como NGF, CNTF, GDNF, entre outros (LINDHOLM et al., 1987; SINGER et al., 1994). Nesse sentido a terapia baseada em estimulação elétrica poderia atuar: I) através da exacerbação de estímulos nesses neurônios lesados onde o processo descrito já estaria em curso, potencializando, assim, seus efeitos e II) fazendo ainda com que neurônios adjacentes à lesão se tornem mais ativados a partir do excesso de fatores neurotróficos produzidos localmente, e da estimulação provocada pela Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 47 corrente elétrica, dando início ao processo de sinaptogênese reativa ou brotamento axonal colateral. O mecanismo exato pelo qual os fatores neurotróficos isolados ou em associação estariam atuando junto à regeneração ou reorganização neural ainda não estão bem claros, mas sua efetividade vem sendo descrita em muitas situações na literatura (PRAKASH, COHEN-CORY & FROSTIG, 1996; BERGADO-ROSADO & ALMAGUER-MELIAN, 2000; MCCALLISTER et al., 2001). Mas se o sistema de plasticidade neural é tão efetivo, porque então as lesões neurológicas têm sua reabilitação tão dificultada? Embora a capacidade e função dos fatores neurotróficos em permitir neuroplasticidade em muitos casos seja inegável, recentemente tem se descoberto que o sistema nervoso possui uma série de substâncias secretadas principalmente pelos oligodendrócitos capazes de bloquear o efeito benéfico causado pelas neurotrofinas. Essas substâncias parecem ser secretadas em situações especiais e em quantidades diferentes de acordo com a área específica do Sistema Nervoso (SCHWAB, 1990). A proteína chamada de NOGO é uma dessas substâncias. Não se sabe muito sobre o papel delas, mas em diversas situações elas têm se mostrado também importantes na manutenção da integridade do Sistema Nervoso (SCHWAB, 1990; BEAR, CONNORS & PARADISO, 2002; GRANPRÉ, LI & STRITTMATTER, 2002). As áreas de maior grau de hipoestesia nesse trabalho (4g, 10g, 300g e >300g), no entanto, não foram beneficiadas pela terapia aplicada. A hipótese levantada nesse caso é de que possivelmente essas áreas mais acometidas já estejam com suas capacidades de produção de fatores tróficos esgotadas ou de alguma forma essas substâncias responsáveis pela inibição de plasticidade estejam 48 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 presentes em maiores quantidades nesses locais. Vale ressaltar que as áreas de maior grau de hipoestesia não melhoraram no protocolo aqui utilizado. Possivelmente a manutenção do tratamento por mais tempo, pudesse apresentar alguma melhora para as áreas sensoriais de maior acometimento, como foi demonstrado pelas áreas menos lesadas, entretanto, estudos relativos a maior quantidade de estímulos se fazem necessários para a confirmação desse pressuposto. Apesar das teorias aqui discutidas serem de grande aceitação entre os estudiosos, DIAMOND et al. (1992), em seu estudo realizado in vitro, com fibras nervosas cutâneas dorsais lesadas submetidas a estímulos e a ação de NGF, concluiu que a regeneração axonal ocorria independentemente das concentrações de NGF endógeno, o qual não seria afetado pela qualidade ou quantidade de estímulos fornecidos. Ao contrário do postulado por DIAMOND et al. (1992), o sucesso do trabalho aqui desenvolvido através de terapia baseada na aplicação da TENS está também relacionada à quantidade de estímulos aos quais os pacientes foram submetidos (sessões de aplicação), na medida em que na 1ª reavaliação (após 12 sessões) ainda não existia qualquer diferença significante com relação ao início do tratamento, já na 2ª reavaliação (após 24 sessões) foram encontrados os resultados significantes descritos anteriormente (Tabela 2). Vale ressaltar que os dados aqui mostrados não contemplam uma comparação estatística entre o ganho de sensibilidade dos pacientes tratados pela TENS e o ganho do paciente controle. Isto se deve ao fato de que pela escassez de pacientes para formar a amostra, foi conseguido apenas um paciente controle. É estatisticamente inviável a comparação de cinco valores (caso do grupo Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 49 experimental) com apenas um valor (caso do paciente controle). Dessa forma o paciente controle nos serviu como parâmetro de valor individual de evolução sensorial sem o auxílio da TENS. Apesar da relativa confiabilidade dos resultados indicados pelo equipamento utilizado para as avaliações, por se tratarem de avaliações totalmente conduzidas por um único pesquisador, o que demanda atenção e experiência, esse é passivo de algumas imprecisões (ONNE, 1964). Por outro lado, vale ressaltar que, a utilização do estesiômetro como parâmetro para a avaliação sensorial é aceita e realizada com freqüência e seus resultados reconhecidos e validados (BELL-KROTOSKI, 1990) Os dados referentes à perda de carga das baterias utilizadas pelo equipamento da TENS foram medidos e seus resultados (Gráficos 14 e 15), mostram que essa perda não foi muito representativa, permanecendo todas ao final de suas utilizações com valores maiores ou muito próximos a 9 Volts. Esse dado é particularmente interessante, pois havia o receio de que ao longo das sessões pudesse se perder muito da carga das baterias utilizadas para cada paciente, fazendo com que ao longo do tratamento, as sessões da TENS tivessem suas intensidades comprometidas. É importante ressaltar que, no entanto, apesar de terem sido adotadas as mesmas medidas com relação às baterias para todos os pacientes, essa medição só foi realizada com três dos pacientes tratados, pois os demais já se encontravam em tratamento quando da adoção desse procedimento. Portanto, o protocolo de estimulação elétrica aqui testado parece produzir bons resultados quando aplicado por no mínimo 24 sessões de 30 minutos ao longo de dois meses. No entanto, cabe salientar o caráter terapêutico limitado aqui exposto, onde pacientes portadores de deficiências sensoriais graves não seriam beneficiados pela técnica descrita. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 50 Finalmente, os dados apresentados são coerentes com os anseios iniciais que culminaram com a formulação da idéia inicial do trabalho. Entretanto, é importante destacar que apesar de ter sido apontada um recurso potencialmente útil para o tratamento da deficiência sensorial leve, métodos de avaliação e tratamento cada vez mais precisos se fazem necessários para sanar as grandes dificuldades que são encontradas atualmente durante a reabilitação vítimas com lesão no SNP. Além disso, questões cada vez mais aprofundadas acerca de fatores que pudessem contribuir para esse tipo de terapia eclodem sem resposta. Dessa forma, a melhor compreensão de fenômenos importantes podem vir a ser descobertos por outros estudos que contribuam nesse sentido futuramente em busca da cura, não somente desse tipo de deficiência, mas de diversas doenças que atualmente afligem a raça humana. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 11) CONCLUSÕES Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 52 11) CONCLUSÕES Através dos resultados obtidos nesse estudo podemos concluir que: I. O protocolo de estimulação elétrica proposto (24 sessões de tratamento), foi eficaz no tratamento da hipoestesia de grau leve decorrente de lesão nervosa periférica. II. O protocolo de estimulação elétrica proposto (24 sessões de tratamento), não foi eficaz no tratamento da hipoestesia grave e anestesia decorrente de lesão nervosa periférica. III. A eficiência do tratamento baseado em estimulação elétrica para lesões sensoriais decorrentes de lesões nervosas periféricas parece estar relacionada à quantidade de estímulo elétrico fornecido. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 12)REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 54 12) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AL-MAJED A. A., NEUMANN C. M., BRUSHART T. M., GORDON T. Brief Electrical Stimulation Promotes the Speed and Accuracy of Motor Axonal Regeration. J. Neurosci, v.20, n.7, p. 2602-2608. 2000. ÁLVAREZ-BUYLLA A., LOIS C. 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Nome do arquivo: patricia Pasta: C:\Meus documentos\Unioeste TCC\tcc\tcc definitivo Modelo: C:\WINDOWS\Application Data\Microsoft\Modelos\Normal.dot Título: Figura 1 – Representação gráfica da evolução sensorial ao longo das três avaliações realizadas para o nível de sensibilidade Assunto: Autor: Ferando Amancio Aragão Palavras-chave: Comentários: Data de criação: 26/02/04 16:26 Número de alterações: 2 Última gravação: 26/02/04 16:26 Gravado por: cac-fisio_n Tempo total de edição: 0 Minutos Última impressão: 26/02/04 23:26 Como a última impressão Número de páginas: 72 Número de palavras: 11.525 (aprox.) Número de caracteres: 65.695 (aprox.)