ANAIS DOS RESUMOS DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS E TÉCNICOS (438C) A PERCEPÇÃO DOS EMPRESÁRIOS DE BOA VISTA-RR QUANTO À UTILIDADE DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL NA GESTÃO EMPRESARIAL JOSÉ DOS SANTOS DIAS Universidade Federal de Roraima (UFRR) [email protected] DANIELLE BRANDÃO FRANCO Universidade Federal de Roraima (UFRR) [email protected] RESUMO O uso das informações contábeis no gerenciamento dos negócios pode influenciar de maneira significativa os empresários quando da avaliação do seu desempenho econômico-financeiro, para a tomada de decisões com segurança, para a projeção de resultados econômicos, podendo propiciar uma melhoria contínua na administração da empresa, aumentando as possibilidades de sucesso do seu negócio, significativamente. Tendo em vista que esses empreendimentos contribuem para o desenvolvimento econômico regional, torna-se relevante a realização de um o estudo, acerca da percepção dos micro e pequenos empresários, quanto à utilidade da informação contábil na gestão empresarial, uma vez que as micro e pequenas empresas são as maiores responsáveis pela geração de emprego e renda para o nosso país e em razão da significativa movimentação econômico-financeira. Por isso, faz-se necessário que os empresários estejam conscientes acerca da necessidade de se fazer uso dessas informações a fim de gerir seus negócios de forma eficiente e eficaz. Diante disso, buscou-se responder ao seguinte questionamento: Como as informações contábeis estão sendo utilizadas na gestão das micro e pequenas empresas de Boa Vista-RR? Como objetivo geral, buscou-se verificar, diante da percepção dos micro e pequenos empresários boavistenses, como estão sendo utilizadas as informações contábeis na gestão dos seus negócios. E como objetivos específicos, buscou-se verificar se os empresários contrataram a prestação de serviços contábeis para utilizarem como ferramenta de apoio à gestão empresarial; o tipo de relação profissional entre o empresário e a empresa de serviços contábeis; quais os setores da empresa que mais utilizam a informação contábil; quais os serviços e informações contábeis são utilizadas no processo de gestão empresarial; se os empresários boa-vistenses utilizam as informações contábeis para fins gerenciais; se os empresários avaliam o desempenho de resultado de seus negócios através de informações contábeis; e, por fim, se os empresários utilizam a informação contábil para planejamento e projeção de resultados. Neste contexto, a pesquisa está caracterizada como descritiva, pois, trata-se de um estudo que buscou descrever as características de determinada população e o estabelecimento de relações entre variáveis. Quanto ao tratamento e a análise dos dados, utilizou-se da abordagem quantitativa, porque o método quantitativo é frequentemente aplicado nos estudos descritivos para descobrir e classificar a relação entre as variáveis, bem como nos que investigam a relação de causalidade entre fenômenos. A coleta dos dados foi realizada com a aplicação de questionários junto às micro e pequenas empresas de Boa Vista-RR. Os resultados evidenciaram que os empresários possuem uma boa relação com o seu Contador; que utilizam a informação contábil com maior intensidade na área fiscal, com cálculo de impostos e orientação fiscal, tributária e trabalhista; alguns empresários utilizam-se das informações para fins gerenciais, entretanto, não costumam avaliar ou projetar seus resultados com essas informações. Palavras-chave: Informação Contábil, Micro e pequenos empresários, Gestão empresarial. 1 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE • FORTALEZA • CE 1. INTRODUÇÃO Atualmente, presenciam-se constantes mudanças na conjuntura econômico-social mundial. Mudanças, essas, nos mais diversos cenários, tais como político, econômico, social, ambiental, tecnológico, entre outros. Em consequência disso, exige-se uma preparação especial dos empreendimentos frente a tais situações, no que tange à sua consolidação no mercado empresarial competitivo, tendo em vista que estes são propulsores do desenvolvimento econômico de uma nação. Para que os negócios mantenham-se em atividade no mercado globalizado e para atingirem seus objetivos, necessitam dar atenção especial aos seus processos de tomada de decisões, as quais contribuem para com o seu desempenho e sua continuidade. Nesse contexto, a Contabilidade, através da figura do profissional contábil, atua subsidiando processos decisórios através do fornecimento de informações tempestivas e fidedignas. O uso das informações contábeis no gerenciamento dos negócios pode influenciar de maneira significativa os empresários quando da avaliação do seu desempenho econômico-financeiro, para a tomada de decisões com segurança, para a projeção de resultados econômicos futuros, podendo propiciar, assim, uma melhoria contínua na administração da empresa, aumentando, significativamente, as possibilidades de sucesso do seu negócio. Tendo em vista que esses empreendimentos contribuem para o desenvolvimento econômico regional, torna-se relevante a realização de um o estudo, acerca da percepção dos micro e pequenos empresários, quanto à utilidade da informação contábil na gestão empresarial, uma vez que as micro e pequenas empresas são as maiores responsáveis pela geração de emprego e de fonte de renda para o nosso país e em razão da significativa movimentação econômico-financeira. Por isso, faz-se necessário que os empresários estejam conscientes acerca da necessidade de se fazer uso de informações contábeis a fim de gerir seus negócios de forma eficiente e eficaz. Dessa forma, este trabalho visa responder ao seguinte questionamento: Como as informações contábeis estão sendo utilizadas na gestão das micro e pequenas empresas de Boa Vista? Como objetivo geral e norteador desta pesquisa, buscou-se verificar, diante da percepção dos micro e pequenos empresários boa-vistenses, como são utilizadas as informações contábeis na gestão dos seus negócios. Como objetivos específicos, buscou-se identificar se os empresários contrataram a prestação de serviços contábeis para utilizarem como ferramenta de apoio à gestão empresarial ou se apenas para atender às exigências legais; identificar o tipo de relação profissional entre o empresário e a empresa de serviços contábeis; identificar quais os setores da empresa que mais utilizam a informação contábil; identificar quais os serviços e informações contábeis são utilizadas no processo de gestão da empresa; verificar se os empresários boa-vistenses utilizam as informações contábeis para fins gerenciais; verificar se os empresários avaliam o desempenho de resultado de seus negócios através de informações contábeis; e verificar se os empresários utilizam a informação contábil para a projeção de resultados futuros. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 A Contabilidade e a informação contábil A Contabilidade é uma ciência social que tem como objeto o patrimônio das entidades e como objetivo principal o fornecimento de informações como apoio à tomada de decisões de cunho gerencial. Assim, conforme Atkinson et al. (2000, p. 36), “A informação gerencial contábil é uma das fontes informacionais primárias para a tomada de decisão e controle nas empresas”. Para Marion (2009, p. 25), a Contabilidade representa um instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões. A Contabilidade não se limita apenas ao que tange ao cálculo de impostos e atendimento de legislações pertinentes. Ela é um instrumento indispensável na gestão dos negócios, visto que provê os usuários com informações que permitem o acompanhamento e o desenvolvimento de suas atividades, bem como a avaliação da tomada de decisões, fundamental para ditar os rumos e a continuidade dos negócios. 2 ANAIS DOS RESUMOS DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS E TÉCNICOS Deste modo, o universo dos usuários da informação contábil não se restringe apenas aos empresários. Usuários como governo, acionistas, empregados, clientes e investidores, possuem interesses na tributação dos resultados, na rentabilidade e retorno do negócio, na continuidade das atividades, na capacidade de fornecimento de produtos e/ou serviços, tendo em vista que nenhum deles pode alcançar seus objetivos sem a informação contábil (BORGERTH, 2007). Nasi (1994, p. 3) destaca a importância da Contabilidade como instrumento interno de informação, para a tomada de decisão e o controle da gestão. Ressalta também, a necessidade de uma Contabilidade fidedigna, incorporada à estrutura empresarial, atuando como fonte de informações recebidas de diversas áreas da empresa, processando-as, analisando-as e interpretando-as, revestindo-se num grande banco de dados de informação para fins gerenciais. A Contabilidade, além de gerar informações, permite explicar os fenômenos patrimoniais, construir modelos de prosperidade, efetuar análises, controlar, prever e projetar exercícios seguintes, entre tantas outras funções (OLIVEIRA; MÜLLER; NAKAMURA, 2000). O empresário precisa, no desempenho de suas funções, obter informações que lhe permitam acompanhar o desenvolvimento das atividades e avaliar os resultados decorrentes dessas ações, traçando metas e políticas que possibilitem o alcance de seus objetivos, quando se estabelece a relação entre a Contabilidade e a Administração, pois é ela que pode oferecer ao administrador tais informações (PITELA, 2000). A complexidade do ambiente econômico-social, bem como o crescimento acelerado dos negócios demandam informações claras, precisas, oportunas e relevantes para a gestão dos negócios, como forma de embasamento de decisões. Nesse sentido, o profissional da Contabilidade pode identificar a melhor forma de contribuir para que a organização alcance seus objetivos, a partir do conhecimento das variáveis que influenciam o processo decisório nas organizações (PAIVA, 2000). Para Santos (1998), tais informações teriam de ser úteis para prever, comparar, avaliar a capacidade de uma empresa em gerar riqueza futura e julgar a habilidade do gestor em utilizar os recursos da empresa com eficiência no atendimento de seu objetivo principal. De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 1995), “as informações geradas pela contabilidade devem propiciar a seus usuários base segura a suas decisões, pela compreensão do estado em que se encontra a Entidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que oferece”. 2.2 Características da informação contábil Não obstante, para cumprir seu papel como fonte de informações úteis para o processo de tomada de decisão, a Contabilidade deve acercar-se de características fundamentais à administração, como ser útil, oportuna, clara, íntegra, relevante, flexível, completa e preditiva (fornecer indicadores e tendências), além de ser direcionada à gerência do negócio (OLIVEIRA; MÜLLER; NAKAMURA, 2000). A Informação Contábil é o principal produto oferecido pelo profissional da Contabilidade no auxílio à tomada de decisões. Assim, para que o mesmo possa oferecer seu produto, deve obedecer a alguns critérios, tais como obediência às características qualitativas fundamentais da informação: Relevância, Materialidade e Representação Fidedigna, bem como, as características qualitativas de melhoria: Comparabilidade, Verificabilidade, Tempestividade e Compreensibilidade. A característica qualitativa da Relevância diz respeito à informação capaz de fazer diferença nas decisões que possam vir a ser tomadas pelos usuários. Segundo o FASB (1980), decisões materiais são inicialmente quantitativas. A materialidade representa um conceito permeável que se relaciona às características, especialmente, da relevância e da confiabilidade. Assim, uma informação é relevante quando faz diferença para o tomador da decisão em sua habilidade para predizer eventos, confirmar ou corrigir expectativas. Para o CFC (1995), a confiabilidade da informação fundamenta-se na veracidade, completeza e pertinência. A comparabilidade compreende as características de uniformidade e consistência, interagindo com a relevância e com a confiabilidade para contribuir para a utilidade da informação (SANTOS, 1998). Já a compreensibilidade é influenciada pela combinação das características dos usuários e daquelas inerentes à informação (FASB, 1980). Por isso, a compreensibilidade e outras características específicas do usuário ocupam uma posição na hierarquia das características da informação contábil, representando um elo entre as características dos tomadores de decisão e a informação contábil. 3 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE • FORTALEZA • CE De acordo com Santos (1998), a escolha da combinação satisfatória das características da informação contábil depende das necessidades dos usuários, e a existência de diferentes usuários pressupõe diferentes preferências. Esse é um problema do qual a Contabilidade, em sua função de bem informar, não pode fugir e, em sua incapacidade de atender às expectativas de cada tipo de usuário, acaba por optar pelo fornecimento de um conjunto básico de informações que pressupõe ser útil para a maioria dos usuários. 2.3 Definição de micro e pequena empresa Para se definir o que são uma microempresa e uma pequena empresa, devem ser consideradas algumas limitações existentes, onde geralmente causam confusão, tornando-se necessária a definição desses conceitos, em virtude das diferenças entre eles. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, por exemplo, estabelece a definição destas empresas em relação ao seu número de empregados, ou seja, é considerada microempresa as empresas na área industrial que possuem até 19 (dezenove) funcionários e, como pequena empresa, as que possuem de 20 (vinte) a 99 (noventa e nove). As empresas na área de comércio e serviços, é considerada microempresa as que possuem até 9 (nove) empregados e, como pequena empresa, as que possuem de 10 (dez) e 49 (quarenta e nove) empregados (SEBRAE-SC, 2015). Cabe salientar que tal critério de classificação é a mesma que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) utiliza para fins bancários, exportações, ações de tecnologia, dentre outros, porém, não possui fundamentação legal (SEBRAE-SC, 2015). Outro exemplo de classificação é a utilizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, onde a microempresa deve auferir receita operacional bruta anual menor ou igual a R$ 2,4 milhões e a pequena empresa, maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões (BNDES, 2015). Essa classificação é utilizada pelo BNDES para determinar as condições financeiras e procedimentos operacionais do financiamento adequados à Linha de Financiamento que foi solicitado pela empresa. Atualmente, esses critérios são adotados em diversos programas de crédito do governo federal em apoio às micro e pequenas empresas. Ressalta-se, por exemplo, que o regime simplificado de tributação – SIMPLES, é uma lei de cunho estritamente tributário e adota um critério diferente para enquadrar micro e pequena empresa. Os seus limites foram ajustados pela Lei Complementar nº 123/2006, também conhecida como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. De acordo com essa Lei, as microempresas são as que auferem, anualmente, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); as pequenas empresas são as que auferem receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e inferior ou igual a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) (BRASIL, 2006). 2.4 A relação dos empresários com as empresas de serviços contábeis Toda e qualquer empresa, independente de seu porte e de seu faturamento, encontra-se inserida no ambiente econômico da qual faz parte. Assim, espera-se que a mesma se adapte ao mercado para que possa atingir suas metas, seja na geração de recursos, na satisfação de suas necessidades e das necessidades de seus clientes. A Contabilidade nada mais é do que uma fonte de informação dos negócios. Ela atua de forma a atender às necessidades de seus usuários, repassando informações relevantes e em tempo hábil. Assim, ela auxilia na elaboração de estratégias empresariais que podem ser decisivas na manutenção competitiva dos empreendimentos frente ao cenário instável da economia mundial. Um aspecto importante e peculiar com relação às micro e pequenas empresas é que sua maioria é administrada geralmente pelo dono do negócio, o que dificulta de certa forma a administração e o controle, pois muitos empresários não possuem um bom entendimento da Contabilidade e de suas ferramentas de gestão, o que contribui de forma significativa para a descontinuidade das atividades. Dessa forma, muitos empresários não têm em mente a obrigatoriedade de manter serviços contábeis em seus negócios. Tal obrigatoriedade encontra-se elencada no Código Civil Brasileiro, artigo n° 1.179: 4 ANAIS DOS RESUMOS DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS E TÉCNICOS O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Importante salientar que por força de dispositivo legal, o Microempreendedor Individual (MEI) e o empresário individual (que auferir receita bruta de até R$ 60.000,00 no ano-calendário), estão dispensados da obrigatoriedade de manterem serviços de Contabilidade formais. Conforme Stroeher (2005), a relação que os empresários fazem entre a Contabilidade e o excesso de fiscalização do governo e arrecadação de tributos, tem sua origem na política fiscal do país. O custo da burocracia e da carga tributária brasileira, somado às quantidades de declarações acessórias a que pessoas jurídicas estão obrigadas a realizar, acaba onerando de forma significativa as pequenas empresas. Além disso, dado o excesso de exigências fiscais, principalmente em relação ao cumprimento da política fiscal e tributária, os profissionais da contabilidade dão prioridade, em sua maioria, para a contabilidade fiscal, afastando assim, um importante instrumento para a empresa, que é a contabilidade gerencial. A Contabilidade contribui para com o sucesso das organizações, qualquer que seja seu porte, ramo de atividade ou faturamento, pois possui ferramentas importantes para o bom gerenciamento empresarial e subsídios para auxílio à tomada de decisão. 3. ASPECTOS METODOLÓGICOS A presente pesquisa está caracterizada como descritiva, pois, trata-se de um estudo que buscou descrever as características de determinada população e o estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 2007). Para o tratamento e a análise dos dados, utilizou-se da abordagem quantitativa, pois, segundo Richardson (2007, p. 70), “O método quantitativo é frequentemente aplicado nos estudos descritivos, naqueles que procuram descobrir e classificar a relação entre as variáveis, bem como nos que investigam a relação de causalidade entre fenômenos”. A coleta dos dados foi realizada através da aplicação de questionários nas micro e pequenas empresas de Boa Vista, onde se buscou verificar como as mesmas utilizam as informações contábeis na gestão dos seus negócios. A escolha do questionário como instrumento de coleta de dados se deu em virtude da economicidade do tempo e por este facilitar o tratamento dos dados e das conclusões da pesquisa. 3.1 Estruturação do instrumento de coleta dos dados Com base nos objetivos do estudo e nos aspectos específicos a serem pesquisados, o instrumento de coleta de dados foi estruturado com questões referentes às respectivas dimensões da pesquisa. Essas dimensões se concentraram nas situações em que as informações contábeis podem ser utilizadas na gestão empresarial. A pesquisa foi desenvolvida através da aplicação de questionário, in loco, contendo perguntas fechadas com respostas múltiplas. O questionário foi dividido em 3 (três) partes: Dados Gerais, Questões Preliminares e Percepção sobre a Utilidade da Informação Contábil na Gestão Empresarial. A primeira parte buscou identificar as características dos respondentes; a segunda parte buscou identificar os setores que mais utilizam a informação contábil, bem como a identificação dos serviços e informações utilizados no processo de gestão; e a terceira parte buscou identificar, através de concordâncias e discordâncias de situações cotidianas, a percepção dos entrevistados sobre a utilidade da informação contábil na gestão empresarial. Alguns cuidados foram tomados quando da sua elaboração, a saber: ·· O texto foi redigido de forma a evitar termos técnicos da área contábil, para que a interpretação dos respondentes não fosse prejudicada; ·· Para facilitar o tratamento estatístico dos dados acerca da percepção dos empresários, utilizou-se na terceira parte do questionário, uma escala Likert de 5 (cinco) níveis; ·· Em virtude do tempo escasso para aplicação dos questionários, o mesmo não foi submetido à pré-teste para sua validação. 5 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE • FORTALEZA • CE 3.2 Definição da amostra A amostra de uma pesquisa, geralmente, é formada por membros de uma população. Assim, uma população pode referir-se a um grupo de pessoas que atendam ao propósito da pesquisa (COLLIS; HUSSEY, 2005). Para obtenção de resultados do tema pesquisado foi necessário a utilização da técnica de amostragem, pois ela é uma ferramenta que permite a análise das características de uma população com mais rapidez, em virtude de se observar uma parte de um todo (LAKATOS; MARCONI, 2010). A amostra foi dimensionada com base nas informações coletadas na Junta Comercial do Estado de Roraima (JUCERR-RR), a qual informou o número de micro e pequenas empresas devidamente registradas em Boa Vista, até o segundo semestre do ano de 2013. Dessa forma, até este semestre estavam registradas na JUCERR um total de 25.314 (vinte e cinco mil trezentos e quatorze) empresas ativas, sendo: 11.627 (onze mil seiscentos e vinte e sete) constituídas sob a forma de empresários; 5.668 (cinco mil seiscentos e sessenta e oito) sob a forma de sociedade; 19 (dezenove) sob a forma de empresário individual de responsabilidade limitada (EIRELI); 2.430 (dois mil quatrocentos e trinta) são empresas filiais; 8 (oito) são sob a forma de consórcio e 5.562 (cinco mil quinhentos e sessenta e dois) sob a forma de empresário individual. A pesquisa foi realizada no âmbito de empresas estabelecidas na Cidade de Boa Vista, buscando empresas situadas no Centro da cidade e na zona oeste (Avenida General Ataíde Teive), pelo fato de concentrarem um número significativo de estabelecimentos comerciais. Dessa forma, a amostra da pesquisa é considerada intencional. Para Gil (2007), a amostragem intencional constitui um tipo de amostragem não probabilística e consiste em selecionar um subgrupo que, com base nas informações disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população. 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Foram entrevistadas 20 (vinte) pessoas, no período de 5 a 13 de junho de 2015, sendo a maioria composta por sócios-proprietários. O número reduzido de entrevistados foi em virtude de diversas situações, como, por exemplo, o responsável pelo empreendimento não se encontrava no local, alguns alegavam a recusa da entrevista em virtude do movimento de clientes, em razão da empresa ser uma filial e o empresário/ representante estar em outra, e principalmente pelo curto prazo para a realização da pesquisa associado com a pouca disponibilidade de horários do pesquisador. Outro fator que contribuiu para esse resultado foi a tentativa fracassada de aplicar o questionário em um shopping center instalado recentemente na cidade, localizado em área nobre, contendo aproximadamente 30 lojas em funcionamento, onde não se conseguiu nenhuma entrevista. 4.1 Dados gerais do questionário A primeira parte do questionário apresentou perguntas para descrever as características dos respondentes, bem como as do seu negócio. Inicialmente, buscou-se identificar a principal atividade empresarial desenvolvida pelas empresas e constatou-se que 65% atuam na área do comércio, 20% na área de vestuário e 15% na área de serviços. Apesar da maioria dos entrevistados ter sido na área de comércio, observou-se que as alternativas foram mal formuladas, tendo em vista que os outros itens também se enquadravam na atividade de comércio, como por exemplo: alimentos, vestuário e automotivos. A média de idade dos respondentes foi de 34,7 anos, sendo a maioria natural do estado de Roraima (55%). Quanto ao gênero dos respondentes, 55% foram do sexo feminino e 45% do sexo masculino. O grau de escolaridade predominante foi o ensino superior incompleto com 45%, seguido pelo ensino médio com 30%, e, por fim, o ensino superior completo representou 25%. Já sobre o ano em que o empreendimento foi constituído, utilizou-se como ponto de corte a constituição a partir de 2010. A metade dos respondentes afirmou ter constituído seu negócio antes de 2010, a outra metade foi constituída por: 10% em 2010, 15% no ano de 2012, 15% em 2013, e 10% em 2014. Segundo estudo sobre a taxa de sobrevivência das empresas no Brasil, realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE-SP, 2011), observa-se que 40% dos respondentes apresen- 6 ANAIS DOS RESUMOS DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS E TÉCNICOS taram sobrevivência superior ao período crítico dos dois primeiros anos de constituição e 50% apresentaram sobrevivência maior do que cinco anos, período que possui registrado os índices de mortalidade empresarial mais altos, pois a maioria dos negócios fecham suas portas antes mesmo de completar esse período. Quanto ao enquadramento da empresa, 45% são de empresas de pequeno porte, 30% de microempresas, 15% de microempreendedores individuais (MEI), e 10% de outros portes. Em relação à atuação do respondente na empresa, 45% foram de sócios-proprietário, 30% de gerentes, 20% de funcionários e 5% de sócios-quotista. 4.2 Questões preliminares A segunda parte do questionário apresentou perguntas com o objetivo de coletar informações que viessem a atender a dois objetivos específicos da pesquisa, bem como ratificar ou refutar os resultados coletados na terceira parte do questionário. Quando perguntado sobre o tempo que a empresa está trabalhando com o atual Contador, 20% responderam menos de 1 ano, 10% de 1 a 2 anos, 10% de 3 a 4 anos e 60% responderam mais de 4 anos. Os resultados em relação às informações contábeis utilizadas na empresa podem ser verificados no Gráfico 1. GRÁFICO 1 – NÍVEL DE UTILIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS Fonte: Dados da pesquisa. Verifica-se, no Gráfico 1, que a maioria dos entrevistados utiliza a informação contábil como ferramenta de auxílio à gestão, seguido da utilização apenas para apuração e pagamento de impostos e apenas para exigências fiscais, 10% dos entrevistados utilizam para outras finalidades, como, por exemplo, atualização de legislações pertinentes e aspectos documentais. Verificou-se ainda que os respondentes que afirmaram não utilizar a informação contábil (10%) são Microempreendedores Individuais, dispensados de manter uma Contabilidade formal. Buscando identificar os setores da empresa que mais utilizam a informação contábil, utilizou-se uma escala Likert de 5 pontos, sendo 1 menor uso e 5 maior uso. A Tabela 1 apresenta o ranking de utilização da informação por setor, conforme média das respostas obtidas: TABELA 1 – RANKING DA UTILIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS POR SETOR. Ranking Setor da Empresa Média (escala Likert de 5 pontos) 1º Setor Fiscal 4,40 Setor de Pessoal 3,45 2º Setor Financeiro 4º Setor de Compras/Vendas 3º Fonte: Dados da pesquisa. 7 3,50 2,40 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE • FORTALEZA • CE A baixa média de utilização da informação contábil no Setor de Compras/Vendas foi em virtude dos entrevistados afirmarem manter planilhas próprias de controle. Tal informação é compatível com o nível de escolaridade dos mesmos, tendo em vista que todos tinham ensino superior completo e/ou incompleto na área de administração e contabilidade. O estudo revelou ainda que os entrevistados desconhecem os benefícios da informação contábil, tal fato justifica a demanda da Contabilidade para o Setor Fiscal. Os resultados dos questionamentos sobre “como utilizam as informações contábeis recebidas pelo Contador” podem ser verificados na Tabela 2. TABELA 2 – COMO AS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS SÃO UTILIZADAS Utiliza as Informações Contábeis para... % amostra Cálculo de Impostos 90% Orientação Fiscal e Tributária 65% Orientação Trabalhista 75% Preenchimento de guias para pagamento Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Orientação Contábil Controle de Contas a Pagar e a Receber 60% 50% 50% 30% Relatório de Análise das Demonstrações Contábeis 30% Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) 15% Formação de Preço de Venda 5% Planejamento Orçamentário 5% Ponto de Equilíbrio (PE) 5% Fonte: Dados da pesquisa. A Tabela 2 evidencia que a maioria dos serviços/informações contábeis que são prestados às empresas estão associadas às questões tributárias, fiscais ou trabalhistas, onde a maioria absoluta informou que os serviços contábeis mais prestados são para cálculo de impostos (90%). Por outro lado, observando o Gráfico 1, a maioria (65%) afirmou utilizar a informação contábil como ferramenta de auxílio na gestão empresarial. Desse modo, verifica-se um contrassenso, pois a prestação de serviços contábeis para as questões associadas à gestão do negócio, como, por exemplo, Controle de Contas a Pagar e a Receber; Relatório de Análise das Demonstrações Contábeis; Demonstração do Fluxo de Caixa, entre outros, foram pouco pontuados (ver Tabela 2). 4.3 A percepção acerca da utilidade da informação contábil na gestão empresarial A terceira parte do questionário foi composta por afirmações acerca de situações do cotidiano do entrevistado, onde se buscou assinalar o seu grau de concordância em relação às situações apresentadas, utilizando-se de uma escala Likert de cinco níveis, que iniciou com “Discordo totalmente”, equivalente a 1 ponto para as afirmações positivas e 5 pontos para as afirmações negativas, e foi até “Concordo totalmente”, equivalente a 5 pontos para as afirmações positivas e 1 ponto para as afirmações negativas. Ao todo foram 20 afirmativas entre positivas e negativas, identificadas com as letras do alfabeto (de A a T) que, ao serem analisadas, demonstraram a percepção dos entrevistados acerca da utilidade da informação contábil na gestão empresarial de seus negócios. Essas frases foram agrupadas de acordo com os objetivos específicos da pesquisa para melhor análise dos resultados, sendo que foram associadas 4 frases para cada objetivo. Os grupos foram formados da seguinte maneira: 8 ANAIS DOS RESUMOS DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS E TÉCNICOS Grupo 1 – Identificar se os empresários contrataram a prestação de serviços contábeis para utilizarem como ferramenta de apoio à gestão empresarial ou se apenas para atender às exigências legais: Afirmativas A, D, J e O; Grupo 2 – Identificar o tipo de relação profissional entre o empresário e a empresa de serviços contábeis: Afirmativas G, K, P e T; Grupo 3 – Verificar se os empresários boa-vistenses utilizam as informações contábeis para fins gerenciais: Afirmativas C, F, L e Q; Grupo 4 – Verificar se os empresários avaliam o desempenho de resultado de seus negócios através de informações contábeis: Afirmativas B, I, M e S; Grupo 5 – Verificar se os empresários utilizam a informação contábil para a projeção de resultados futuros: Afirmativas E, H, N e R. Após o levantamento das respostas dos entrevistados, obteve-se a média de cada afirmativa para a análise individual do quesito e, posteriormente, obteve-se a média das afirmativas de cada grupo para identificar o grau de concordância, ou discordância, em relação ao objetivo da pesquisa, conforme exposto na Tabela 3. A partir das informações contidas na Tabela 3, verifica-se que, no Grupo 1, os entrevistados concordam parcialmente (3,85) que a Contabilidade é importante para a empresa, mas nem todos a utilizam na gestão, pois quando questionados se conseguem gerenciar o negócio sem as informações prestadas pelo Contador (Afirmativa O), a maioria nem concordou nem discordou (3,10). Tal interpretação deu-se pelo fato da multiplicidade de opiniões dos respondentes sobre essa afirmativa. As empresas, que estão há mais tempo no mercado, utilizam-se mais da Contabilidade e são cientes dos benefícios desta utilização. TABELA 3 – GRUPO DE AFIRMATIVAS E SEUS RESPECTIVOS GRAUS DE CONCORDÂNCIA. Grupo de Afirmativas 1 - A, D, J, O 2 - G, K, P, T 3 - C, F, L, Q 4 - B, I, M, S 5 - E, H, N, R Fonte: Dados da pesquisa. Grau da 1ª Afirmativa Grau da 2ª Afirmativa Grau da 3ª Afirmativa Grau da 4ª Afirmativa 4,60 3,90 3,80 3,10 3,85 2,95 3,95 4,50 4,05 3,86 4,55 3,60 4,25 3,80 3,05 3,85 3,70 3,50 3,25 3,75 3,05 Média do Grupo 4,05 3,96 3,30 3,46 No Grupo 2, verifica-se que os empresários possuem um bom relacionamento com o seu contador (3,96), onde a maioria concorda parcialmente (3,85) que o Contador não é um mero calculador de impostos (Afirmativa K), que (4,05) não o procuram somente quando precisam pagar menos impostos (Afirmativa T) e nem quando (4,25) precisam solicitar crédito junto ao banco (Afirmativa G). Porém, concordam (3,70) que consultam o mesmo quando precisam tomar uma decisão importante na empresa (Afirmativa P). No Grupo 3, verificou-se que a maioria concorda parcialmente (3,86) que utilizam as informações contábeis para fins gerenciais. A maioria dos entrevistados nem concordou nem discordou (2,95) com o fato de que tomam as suas decisões pautadas apenas na sua visão de negócio (Afirmativa C), porém afirmaram (4,50) que se sentem mais seguros quando suas decisões são baseadas em informações fornecidas pelo Contador (Afirmativa L). No Grupo 4, verificou-se que os entrevistados nem concordam e nem discordam (3,46) quanto à utilização das informações contábeis para avaliar seus resultados econômico-financeiros. Isso aconteceu em virtude das diversas respostas dadas a cada afirmativa, pois enquanto alguns respondentes verificam seu desempenho através dos relatórios contábeis (Afirmativa B), outros nem ao menos sabem interpretá-los1 e, por consequência, não concordaram e nem discordaram (3,50) que o sucesso do negócio está ligado às informações contábeis (Afirmativa I). 1 Informação obtida informalmente pelo pesquisador quando da aplicação do questionário. 9 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE • FORTALEZA • CE Outro dado relevante foi que alguns entrevistados conseguem avaliar o desempenho do seu negócio sem a ajuda de informações contábeis (Afirmativa M), o mesmo acontecendo em relação ao desempenho de suas vendas (Afirmativa S). No Grupo 5, percebe-se que os respondentes nem concordam e nem discordam (3,60) sobre a utilização de informações contábeis na projeção de resultados futuros. Porém, a maioria deles concorda parcialmente (4,55) com o fato de que não costumam contratar serviços terceirizados para elaboração de seus planejamentos estratégicos (Afirmativa R). O que corroborou com a média do grupo atingir 3,60 foi que a maioria dos respondentes não concorda e nem discorda (3,05) sobre a criação de planilhas para planejamento empresarial (Afirmativa E) e nem sobre a utilização de informações contábeis (3,05) na elaboração de orçamentos financeiros (Afirmativa N). 5. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES A fundamentação teórica evidenciou que a informação contábil é um instrumento indispensável para todo e qualquer negócio que almeje crescimento e a sua manutenção num mercado competitivo, pois ela possui ferramentas importantes para o bom gerenciamento empresarial e subsídios para auxílio à tomada de decisão. Dessa forma, a pesquisa buscou verificar, diante da percepção dos micro e pequenos empresários boa-vistenses, como são utilizadas as informações contábeis na gestão dos negócios, onde se constatou que utilizam as informações contábeis para atendimento às exigências fiscais. A partir dos objetivos da pesquisa verificou-se que os empresários possuem uma boa relação com o seu Contador; que utilizam a informação contábil com maior intensidade na área fiscal, com cálculo de impostos e orientação fiscal, tributária e trabalhista; alguns empresários utilizam-se das informações para fins gerenciais, entretanto, não costumam avaliar seus resultados e projetar resultados futuros com essas informações. Constatou-se também que os empresários que estão há mais tempo instalados no mercado, têm ciência da importância da Contabilidade e a utilizam como instrumento de auxílio para gerenciamento do seu negócio. A área que os entrevistados registraram maior interesse foi a área fiscal. Por isso, foi o Setor Fiscal o mais indicado quanto à utilização da informação contábil, seguido pelo Setor Financeiro. Tal fato evidencia que a relação do empresário com a empresa de serviços contábeis tem como principal objetivo o atendimento de suas necessidades nestes setores. Verificou-se ainda uma contradição na análise dos dados, pois foi constatado que os entrevistados percebem a Contabilidade como sendo um importante mecanismo de auxílio à gestão, porém, na prática, a maioria só a utiliza para atender às exigências legais. Os empresários entendem e dizem se sentirem mais seguros quando suas decisões são pautadas em informações contábeis. Entretanto, alguns destacaram como fator desmotivador da utilização da Contabilidade para a tomada de decisão, a sua relação custo-benefício, pois se preocupam com o alto custo de sua demanda e seu consequente repasse aos produtos, encarecendo-os. Tal análise foi associada ao fato de alguns entrevistados afirmarem tomar suas decisões sem subsídios contábeis, e se trata de informação repassada de maneira voluntária ao pesquisador, quando da aplicação do questionário. Os entrevistados não costumam utilizar-se de orçamentos financeiros, os poucos que utilizam, comentaram que o mantém apenas em sua mente, ou seja, não possuem Software de Contabilidade instalado em suas empresas para a sua execução, controle e manutenção. Assim, percebe-se que os respondentes não têm o costume de utilizar as informações contábeis para projeção de seus resultados. Observou-se também, que são poucos os empresários que mantém planilhas para controle de seus negócios, todavia, alguns afirmaram que as mantém. Esse fato se justifica pelo nível de escolaridade desses respondentes em áreas afins da Contabilidade. Infelizmente, verificou-se que alguns empresários percebem o profissional da Contabilidade como sendo uma figura de apuração de tributos ao fisco. Dessa forma, sugere-se que novas pesquisas sejam desenvolvidas para se verificar a percepção que os Contadores têm a respeito dos serviços demandados e efetivamente prestados aos micro e pequenos empresários de Boa Vista com o objetivo de confirmar ou complementar os resultados desta pesquisa. 10 ANAIS DOS RESUMOS DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS E TÉCNICOS REFERÊNCIAS ATKINSON, A. A.; BANKER, R. D.; KAPLAN, R. S.; YOUNG, S. M. Contabilidade gerencial. Tradução André Olímpio Mosselman Du Chenoy Castro; Revisão Técnica Rubens Famá. São Paulo: Atlas, 2000. BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES). Porte de Empresa. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/porte. html>. Acesso em: 30 jun. 2015. BORGERTH, Vania Maria da Costa. SOX: Entendendo a Lei Sarbanes-Oxley: Um caminho para a informação transparente. São Paulo: Thompson Learning, 2007. BRASIL. Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 15 dez. 2006. _______. Lei n. 10.406, de 10 de Janeiro de 2002. Institui o Código Civil Brasileiro. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 10 jan. 2002. COLLIS, Jill; Hussey, Roger. Pesquisa em Administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação. Tradução de Lucia Simioni. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Resolução CFC n. 785/95 – Aprovação da NBC T 1: Das características da informação contábil. 1995. Disponível em: <www.cfcspw.cfc.org.br/resolucoes_cfc/ RES_785.DOC>. Acesso em: 25 out. 2014. FINANCIAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD (FASB). Statement of Financial Accounting Concepts n° 2. 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Desta forma, gostaria de sua contribuição para com o desenvolvimento desta pesquisa, respondendo o questionário a seguir, o qual está dividido em três partes e as suas respostas ajudarão a caracterizar a sua percepção acerca do nosso estudo. Parte I: Dados Gerais Nome/Empresa: Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Idade: anos Naturalidade: Escolaridade: Curso: Profissão: Atividade Empresarial Principal: ( ) Alimentos ( ) Vestuário ( ) Automotivo ( ) Serviços ( ) Comércio ( ) Utensílios em Geral ( ) Outros Ano em que foi adquirido/constituído o empreendimento: ( ) 2015 ( ) 2014 ( ) 2013 ( ) 2012 ( ) 2011 ( ) 2010 ( ) antes de 2010 Enquadramento da empresa: ( ) Microempreendedor Individual ( ) Microempresa ( ) Empresa de Pequeno Porte – EPP ( ) Outras Sua Atuação na Empresa: ( ) Sócio Proprietário ( ) Gerente ( ) Representante Legal ( ) Funcionário ( ) Outras Parte II: Questões Preliminares Há quanto tempo a sua empresa está trabalhando com o seu atual contador? ( ) Menos de 1 ano. ( ) De 1 a 2 anos. ( ) De 3 a 4 anos. ( ) Mais de 4 anos. 2. Como você utiliza as informações recebidas pelo contador dentro da sua empresa: (Pode marcar mais de uma opção) ( ) Não utilizo qualquer informação contábil em minha empresa. ( ) Apenas para fins de apuração e pagamento de impostos. ( ) Utilizo os serviços contábeis apenas para atender as exigências legais. ( ) Como ferramenta de auxílio para gerenciar a empresa. ( ) Utilizo, mas com outras finalidades. (Especifique: .) 3. Em uma escala de 01 (um) a 05 (cinco) marcar o setor da empresa que mais utiliza a informação contábil: Setor Financeiro ( )01 ( )02 ( )03 ( )04 ( )05 Setor Fiscal ( )01 ( )02 ( )03 ( )04 ( )05 Setor de Pessoal ( )01 ( )02 ( )03 ( )04 ( )05 Setor de Compras/ Vendas ( )01 ( )02 ( )03 ( )04 ( )05 13 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE • FORTALEZA • CE 4. Qual o tipo de serviço/informação contábil que a sua empresa recebe atualmente? (Pode marcar mais de uma opção) ( ) Cálculo de Impostos ( ) Balanço e Demonstração do Resultado ( ) Preenchimento de guias para pagamento ( ) Relatório de Análise das Demonstrações ( ) Orientação Fiscal e Tributária ( ) Demonstração do Fluxo de Caixa ( ) Orientação Contábil ( ) Planejamento Orçamentário ( ) Orientação Trabalhista ( ) Formação do Preço de Venda ( ) Controle de Contas a Pagar/Receber ( ) Ponto de Equilíbrio. Parte III: Percepção sobre a Utilidade da Informação Contábil na Gestão Empresarial B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T Considero a Contabilidade como mera exigência burocrática, sem qualquer importância para a minha empresa. Verifico o desempenho dos meus negócios através de relatórios contábeis. Tomo as minhas decisões apenas com base na minha visão de negócio. Sempre consulto meu Contador quando necessito de informações para gerenciar o meu negócio. Eu mesmo crio planilhas para planejar os passos futuros da minha empresa. Os relatórios contábeis são essenciais para a gestão do meu negócio. Só utilizo os serviços do contador quando preciso solicitar crédito ao banco. Elaboro o planejamento empresarial com base nas informações contábeis. O sucesso da minha empresa não está ligado diretamente às informações repassadas pelo Contador. Utilizo os serviços contábeis para verificar o desempenho do meu negócio. Para mim, o Contador é um mero calculador de impostos. Tomo decisões com maior segurança quando utilizo informações contábeis. Desenvolvo análises do desempenho do meu negócio sem a ajuda de informações contábeis. Utilizo as informações fornecidas pelo Contador na elaboração do orçamento financeiro da empresa. Não consigo gerenciar a minha empresa sem as informações prestadas pelo Contador. Sempre consulto meu Contador antes de tomar uma decisão importante. As informações repassadas pelo Contador não ajudam a gerenciar meu negócio. Utilizo um serviço terceirizado para a elaboração do planejamento estratégico da empresa. Busco obter informações contábeis para verificar o desempenho das minhas vendas. Procuro meu Contador apenas quando preciso pagar menos impostos. 14 Concordo Totalmente Concordo parcialmente Discordo parcialmente Discordo totalmente AFIRMAÇÕES Preencher todos os quesitos A Nem concordo Nem discordo Cada uma das frases apresentadas no quadro abaixo expressam o sentimento que cada pessoa apresenta em relação às situações do seu cotidiano. Vocês deve comparar o que é executado na empresa com o que está expresso em cada frase, assinalando com um “x” nas colunas da direita o seu grau de concordância em relação às situações apresentadas.