CEFALEIAS PRIMÁRIAS NA EMERGÊNCIA PAULO SÉRGIO DE FARIA COORDENADOR DO AMBULATÓRIO DE CEFALEIAS-HGG CEFALEIA PRIMÁRIA ? X CEFALEIA SECUNDÁRIA ? CASO CLÍNICO • Mulher de 40 anos procura o PS. • Há três horas com intensa cefaleia,inicialmente frontotemporal esquerda,depois holocraniana;pulsátil;acompanhada de náuseas,vômitos e fotofobia.Dor agravada por movimentos da cabeça e deambulação. • Mulher de 40 anos procura o PS. • Há três horas com intensa cefaleia,inicialmente, frontotemporal esquerda,depois holocraniana,pulsátil,acompanhada de náuseas,vômitos e fotofobia.Dor agravada por movimentos da cabeça e deambulação. • Refere múltiplos episódios semelhantes prévios,com várias idas ao PS devido à parca resposta aos tratamentos ambulatoriais. • Refere crises de cefaleia mais leves,holocranianas,tipo peso,sem sintomas acompanhantes,que cedem com analgésicos comuns,durando várias horas,sem necessidade de idas ao PS. • Avaliada por um bom clínico,que observou nível e qualidade da consciência normais,sem sinais meníngeos,afebril,sem déficits motores nos membros. • HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS • Cefaleias recorrentes. • Cefaleias com características de cefaleias primárias. • Sem alterações ao exame físico e neurológico sumários. 1. MIGRÂNEA 2. CEFALEIA TIPO TENSIONAL TRATAMENTO • Hidratação com 500 ml de Solução Glicosada 5%. • Administração de Dipirona: 1 grama IV. A paciente não apresentou nenhuma melhora,mantendo cefaleia e vômitos. TRATAMENTO • Hidratação com 500 ml de Solução glicosada 5%. • Administração de Dipirona: 1 grama IV. A paciente não apresentou nenhuma melhora,mantendo cefaleia e vômitos. • Administração de Metoclopramida IV e Tenoxican IV. Houve cessação dos vômitos e manutenção da cefaleia. TRATAMENTO • Hidratação com 500 ml de Solução glicosada 5%. • Administração de Dipirona: 1 grama IV. A paciente não apresentou nenhuma melhora,mantendo cefaleia e vômitos. • Administração de Metoclopramida IV e Tenoxican IV. Houve cessação dos vômitos e manutenção da cefaleia. • Adminstração de Dexametasona: 10 mg IV. Não houve melhora da cefaleia. TRATAMENTO • Hidratação com 500 ml de Solução glicosada 5%. • Administração de Dipirona: 1 grama IV. A paciente não apresentou nenhuma melhora,mantendo cefaleia e vômitos. • Administração de Metoclopramida IV e Tenoxican IV. Houve cessação dos vômitos e manutenção da cefaleia. • Adminstração de Dexametasona: 10 mg IV. Não houve melhora da cefaleia. • Administração de Clorpromazina: 10 mg IV e 15 mg,diluídos em 100 ml de SF 0,9%,a 20 gts/min.,com cessação total da dor em 10 minutos. • Encaminhada para tratamento profilático,a nível ambulatorial. CONSIDERAÇÕES • Migrânea tem alta prevalência no PS: Cerca de 2,4% das consultas e 34% das cefaleias(1). 1-Dipirona- Evidência Classe III. 2-Clorpromazina-Recomendada(1) 3-Metoclopramida-Recomendada(1) 4-AINH- Cetorolaco: Recomendado.Diclofenaco/Clonixinato de Lisina: Não recomendado(1) 5-Sumatriptano injetável: Recomendado(1) 6-Haloperidol-Não Recomendado(1) 7-Morfina,Tramadol,Propofol,Dexametasona: Não recomendado(1) 1- CANADIAN HEADACHE SOCIETY SYSTEMATIC REVIEW AND RECOMMENDQTIONS ON THE TREATMENT OF MIGRAINE PAIN IN EMERGENCY SETTINGS Serena L Orr and Col. Cephalalgia 0(0) 1-14 International Headache Society 2014 CONSIDERAÇÕES • Cefaleia Tipo Tensional: 2ª Doença mais comum.24 a 37% tem várias crises ao mês.2 a 3% tem formas crônicas(2). 1. Analgésicos simples e AINH: Primeira opção-Nível A Rec. 2. Associação com cafeína,antieméticos- Nivel B Rec.,relaxantes musculares e tranquilizantes. 2-Treatment of Tension type Headache: Fron old myths to modern concepts. Neurol Sci (2014) 35 (Suppl 1):S17-S21 CASO CLÍNICO • A mesma paciente retorna dois meses após no PS,com um quadro de cefaleia holocraniana severa,pulsátil,acompanhada de vômitos,com evolução de cerca de 1 hora.O marido refere que nunca a tinha visto tão mal,queixando que a mesma estava um pouco confusa. CASO CLÍNICO • A mesma paciente retorna dois meses após no PS,com um quadro de cefaleia holocraniana severa,pulsátil,acompanhada de vômitos,com evolução de cerca de 1 hora.O marido refere que nunca a tinha visto tão mal,queixando que a mesma estava um pouco confusa. • O Clínico não observou alterações ao exame físico e neurológico sumário,incluindo a ausência de sinais meníngeos. CASO CLÍNICO • A mesma paciente retorna dois meses após no PS,com um quadro de cefaleia holocraniana severa,pulsátil,acompanhada de vômitos,com evolução de cerca de 1 hora.O marido refere que nunca a tinha visto tão mal,queixando que a mesma estava um pouco confusa. • O Clínico não observou alterações ao exame físico e neurológico sumário,incluindo a ausência de sinais meníngeos. • Foi realizado o mesmo protocolo terapêutico anterior,no entanto a paciente não apresentou nenhuma melhora nas 12 horas seguintes. 1. Cefaleia diferente e mais severa que as anteriores. 2. Cefaleia não responsiva ao tratamento sintomático. 3. Cefaleia acompanhada de confusão mental • Foi então solicitada uma TCC e avaliação neurológica. 1. Cefaleia diferente e mais severa que as anteriores. 2. Cefaleia não responsiva ao tratamento sintomático. 3. Cefaleia acompanhada de confusão mental • No momento da avaliação neurológica,a paciente já apresentava o Sinal de Brudzinski e a confusão mental já era frequente e observada pelo examinador. • A TCC mostrava uma Hemorragia Subaracnóidea. CONSIDERAÇÕES 1. Estar atento a sinais de alerta na emergência. 2. Ter cefaleias primárias não nos tira a possibilidade de desenvolver cefaleias secundárias. CASO CLÍNICO • Homem de 30 anos procura o PS com quadro clínico de cefaleia severa,localizada na região orbito-frontal direita,descrita como “arrancando o olho”,com inquietação,acompanhada de edema palpebral,hiperemia conjuntival,lacrimejamento e rinorréia aquosa.O quadro iniciou-se há cerca de 1 hora. CASO CLÍNICO • Homem de 30 anos procura o PS com quadro clínico de cefaleia severa,localizada na região orbito-frontal direita,descrita como “arrancando o olho”,com inquietação,acompanhada de edema palpebral,hiperemia conjuntival,lacrimejamento e rinorréia aquosa.O quadro iniciou-se há cerca de 1 hora. • Refere que vem apresentando crises idênticas há 2 semanas,diariamente,muitas vezes acordando na madrugada com dor,durando 30 min. a 2 horas,sempre fazendo uso de analgésicos. CASO CLÍNICO • Refere quadro idêntico há cerca de um ano,sendo que, nesta época, manteve as crises por cerca de dois meses. CASO CLÍNICO • Refere quadro idêntico há cerca de um ano,sendo que, nesta época, manteve as crises por cerca de dois meses. • O Clínico de plantão deu o diagnóstico de Sinusite,medicando-o com Diclofenaco IM,com cessação da dor após cerca de 30 minutos.Alta com Amoxicilina/Clavulanato por 14 dias. CASO CLÍNICO • Refere quadro idêntico há cerca de um ano,sendo que, nesta época, manteve as crises em torno de dois meses. • O Clínico de plantão deu o diagnóstico de Sinusite,medicando-o com Diclofenaco IM,com cessação da dor após cerca de 30 minutos.Alta com Amoxicilina/Clavulanato por 14 dias. • Retornou outras vezes ao PS,com o mesmo diagnóstico,sendo encaminhado ao Otorrino.Este descartou sinusite e encaminhou-o para consulta na Neurologia. CASO CLÍNICO • Avaliação Neurológica: -Cefaleias recorrentes; severas;de curta duração;acompanhadas de disautonomia craniana e com indícios de circanualidade. CASO CLÍNICO • Avaliação Neurológica: -Cefaleias recorrentes; severas;de curta duração;acompanhadas de disautonomia craniana e com indícios de circanualidade. -Exame neurológico normal,no período intercrítico. -RM Craniana normal. • DIAGNÓSTICO: * Cefaleia em Salvas TRATAMENTO • Nas crises( Até controle com tratamento profilático): 1. Sumatriptano : 1 amp. Subcutâneo.Em caso de não achar para compra ou não tiver condições financeiras: 2. Oxigênio úmido a 10 l./min.,sob máscara,com a cabeça fletida,até cessar a dor.O uso pode ser no PS ou alugando para uso domiciliar. *É necessário um relatório do Neurologista,com o diagnóstico e a orientação terapêutica. TRATAMENTO • Nas crises( Até controle com tratamento profilático): 1. Sumatriptano : 1 amp. Subcutâneo.Em caso de não achar para compra ou não tiver condições financeiras: 2. Oxigênio úmido a 10 l./min.,sob máscara,com a cabeça fletida,até cessar a dor.O uso pode ser no PS ou alugando para uso domiciliar. *É necessário um relatório do Neurologista,com o diagnóstico e a orientação terapêutica. • Profilaxia: 1- Verapamil,iniciar com 160 mg ao dia,podendo chegar a 540 mg ao dia,ou mais,conforme necessidade e tolerância. 2- Prednisona: 60 mg ao dia,por 7 a 10 dias,com retirada lenta. • CEFALEIA PRIMÁRIA ASSOCIADA À ATIVIDADE SEXUAL -Cefaleia com piora progressiva durante a excitação sexual e intensidade máxima próxima ao orgasmo.Duração de 1 a 24 hs. -DD: Aneurisma roto.Dissecção arterial.Trombose venosa cerebral. * TCC * ANGIO RM (FASES ARTERIAL E VENOSA) * RM CRANIANA • CEFALEIA EXPLOSIVA PRIMÁRIA -Cefaleia intensa e abrupta,com máximo em 1 min.,durando mais de 5 min. -DD:Aneurisma roto.Dissecção arterial.Trombose venosa cerebral.Síndrome da Vasoconstrição Cerebral Reversível. * RM CRANIANA,ANGIO RM * DOPPLER TRANSCRANIANO * ESTUDO LIQUÓRICO • CEFALEIA PERSISTENTE E DIÁRIA DESDE O INÍCIO -Cefaleia com início bem recordado pelo paciente,que não mais remite,ocorrendo por mais de 3 meses. -A cefaleia pode ter características migranosas ou de CTT. -Sem cefaleias com piora progressiva ou abuso de analgésicos prévios ao início da dor. DD: Trombose venosa cerebral, Hipertensão Intracraniana Idiopática com ou sem papiledema. * RM Craniana, Angio RM( Fases arterial e venosa),Estudo liquórico.