SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA GUIA DE HORTAS ESCOLARES CAMPANHA de HORTAS 2011 Educando com a Horta Escolar Realização: EMATER-RIO * Escritório de São Gonçalo * 2011 Apoio: PREFEITURA DE SÃO GONÇALO • • • Secretaria de Agricultura e Pesca Secretaria de Educação Secretaria de Saúde Convênio EMATER-RIO x PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 1 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA COMO FAZER UMA HORTA ESCOL AR OU COMUNITÁRIA: 1- ESCOLHA DO LOCAL – optar por locais que apresentem as seguintes características: • Terrenos Planos ou Suave-Ondulados • Solos Bem Drenados • Afastado de Esgotos Sanitários e Fontes de Poluição do Solo e da Água. • Locais Bem Ensolarados e Sem Sombreamentos • Disponibilidade de Água para Irrigação • Possibilidade de Cercamento • Facilidade de ser Vigiado/Controlado, para Evitar Roubos e Depredações • Local Inacessível a Animais e Pessoas Estranhas 2- LIMPEZA DO TERRENO – realizar a limpeza do terreno, removendo completamente para fora de sua área: • Materiais Grosseiros - Pedras, cacos, tocos, latas, plásticos, entulhos, etc... • Matos e Ervas Invasoras – Roçar a área e Capinar o solo em seguida. 3- MARCAÇÃO DA ÁREA – delimitar o perímetro da área a ser cercada e marcar os canteiros. • O ideal é que os canteiros guardem a posição Norte-Sul, de forma a receber a maior insolação possível. Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 2 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA • Para Marcação da Área e dos Canteiros deve-se utilizar Linha de Pedreiro e Estacas de Madeira ou de Bambu. • Os canteiros devem ser de 1,20m de largura e guardar uma rua de acesso entre eles de cerca de 0,50m. O espaço entre cada bateria de canteiros deve ser de 1,0 a 1,5m. • No interior da Horta, reservar um espaço para instalar um reservatório de água para irrigação das plantas – caixa d’água 500 ou 1.000 litros ou tambor de 200 litros. 4- CERCAMENTO DA ÁREA – proteger a Horta, disciplinar o acesso de pessoas e evitar a entrada de animais. • Após a Seleção da Área da Horta deve-se proceder a demarcação da mesma. • Com o auxílio de uma marreta ou soquete, fincar Estacas alinhadas a cada 2,0m. • Selecionar Mourões de 2,0m a 2,50m de altura. Estes podem ser de concreto, metal ou de madeira tratada. • A cada 2,0 m de distância, abrir um buraco com aproximadamente 50 cm de profundidade e fincar os mourões de forma alinhada. Para se fazer o alinhamento adequado deve-se utilizar linha de pedreiro esticada nos mourões das cabeceiras da cerca. Para que não saia de sua posição, apruma-se cada mourão com fio-de-prumo, devendo ser fixado em seguida com pedras bem socadas a sua base, podendo ainda receber uma massa de concreto. • Esticar e fixar em todo o perímetro da área 03 fios de arame grosso para fixar adequadamente a tela de cercamento. Os fios devem ser fixados nas partes superior, mediana e inferior de cada um dos mourões. • O cercamento pode ser feito com vários materiais, sendo os mais comuns madeira, bambu, telas de arame ou de plástico, que devem ficar bem esticadas. • É conveniente instalar um portão de acesso com largura suficiente par entrada de pessoas e carros-de-mão. O ideal é de 1,50m. Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 3 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA 5- CONSTRUÇÃO DOS CANTEIROS: • Os Canteiros são os leitos que receberão as plantas, devendo ser de terra solta (fofa). Normalmente são mais altos que o nível do terreno em no mínimo 30 cm. Nos canteiros as plantas deverão encontrar as melhores condições para o seu desenvolvimento e produção. A terra estando bem solta e ventilada permitirá um grande desenvolvimento das raízes, o que faz com que cresçam vigorosas, resistentes e produtivas. • Os canteiros podem ser construídos por simples elevação da superfície do solo. Entretanto, o ideal é que sejam mais bem protegidos e, nesses casos, devem ser construídos com tijolos de cerâmica, blocos de concreto, pedras de mão, tábuas de madeira, troncos roliços, bambus, garrafas pet, etc. O importante é utilizar materiais prontamente disponíveis. • Os canteiros podem ter comprimento variável. Para facilitar a vida do trabalhador rural, no manuseio das plantas e nos tratos culturais, a largura dos canteiros deve obedecer a uma distância padrão de 1,20m. ALTURA 30 cm • LARGURA PADRÃO 120 cm Os canteiros não podem ser construídos sobre locais de concreto ou de difícil drenagem, pois, nesses casos, o encharcamento da área resultará na morte das plantas. 6- CORREÇÃO DO SOLO: • É uma prática importante, empregada para corrigir a acidez e recuperar a fertilidade do solo, sendo realizada através do uso de CALCÁRIO AGRÍCOLA e, por isso mesmo, denominada de CALAGEM. • A Calagem deve ser realizada uma vez ao ano, antes dos primeiros plantios. O ideal é que se realize a 60 dias antes do plantio, nos meses de janeiro e fevereiro. • De imediato, a Calagem aumenta a oferta de Cálcio e Magnésio no solo. Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 4 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA • A Calagem diminui a Acidez do Solo e restabelece a Fertilidade Natural do terreno. • De modo prático, recomenda-se uma dose anual de 500g/m de Calcário Dolomítico ou Calcário Calcítico ou ainda Cal Extinta ou Hidratada. • Os Calcários são produtos pouco solúveis em água. Necessitam, portanto, ser muito bem misturados com o solo. O calcário deve ser aplicado em pequenas doses que são misturadas com a terra gradativamente, até completar a dose total recomendada. 2 7- PREPARO DO SOLO: • É uma prática importante, realizada para melhoria dos aspectos físicos do solo: aeração, absorção, armazenamento e drenagem da água no solo, melhoria das condições favoráveis aos microorganismos benéficos, etc. • Através do uso de enxadões, revolve-se a camada do solo a uma profundidade de 30 a 40 cm e com o auxílio de enxadas promove-se a quebra dos torrões do solo. • Com a terra preparada, realiza-se a aplicação do calcário, ao tempo em que se vai incorporando o corretivo ao solo homogeneamente. 8- ADUBAÇÃO ORGÂNICA DE PLANTIO: • Preparado o solo e corrigida a sua acidez, realiza-se a adubação orgânica de plantio. • Esta adubação orgânica é realizada cerca de uma semana antes do plantio. • Nesta oportunidade, incorpora-se ao solo uma boa dose de matéria orgânica, sendo o produto mais comum o Esterco Animal Curtido. Podem-se utilizar também as tortas de algodão ou de mamona ou o Composto Orgânico. Esterco Curtido de Vaca, Cavalo, Cabra ou Coelho - 2 baldes de pedreiro/m2 Húmus de Minhoca ou Composto Orgânico - 2 baldes de pedreiro/m2 Esterco Curtido de Aviário, de Galinheiro ou de Codorna - 1 balde de pedreiro/m2 Tortas de Mamona ou de Algodão - 1 balde de pedreiro/m2 Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 5 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA • Escolhido o tipo de Adubo Orgânico a ser aplicado, definir a dose para cada tamanho de canteiro. • Incorporar profundamente ao solo o adubo orgânico de plantio, de modo a se ter uma boa mistura com a terra. 9- ADUBAÇÃO MINERAL DE PLANTIO: • É realizada de 2 a 4 dias antes do plantio. • Em cada m2 de solo a ser plantado aplicar o equivalente a: 100g/m2 de solo de Superfosfato Simples ou Fosfato Natural 100 g/m2 de solo da fórmula 10-10-10 É possível também fazer uma mistura de ambos os fertilizantes na proporção de 1:1 e aplicar 200g/m2 de solo • A dose deve ser calculada medindo-se a superfície de solo • Aplicar de forma a misturar os adubos com a superfície do solo 10- SEMENTES & MUDAS: • Das espécies a serem cultivadas na horta, observar previamente aquelas que são propagadas por MUDAS e por SEMENTES. • Espécies PROPAGADAS POR MUDAS → Aipim, Alecrim, Alfavaca, Alho, BatataDoce, Cará, Cebola, Cebolinha, Couve-de-Folha, Hortelã, Inhame, Manjericão, Morango, Taioba, ... • As espécies PROPAGADAS POR SEMENTES - separar aquelas que devem ser semeadas Diretamente em Canteiros e aquelas que devem ser semeadas em Sementeiras para depois serem Transplantadas nos Canteiros. Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 6 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA A- SEMENTES SEMEADAS DIRETAMENTE NO LOCAL DEFINITIVO – EM CANTEIROS HORTALIÇAS NÚMERO DE PROFUNDADE DESBASTE TAMANHO DO ESPAÇO SEMENTES DE Nº DE CANTEIRO ENTRE POR COVA PLANTIO PLANTAS (cm) LINHAS (cm) POR COVA (m) C L F ESPAÇO ENTRE COVAS (m) ACELGA 2 4 1 - 120 20 0,50 0,50 ALMEIRÃO 2 4 1 - 120 20 0,50 0,40 BETERRABA 2 2 1 - 120 20 0,15 0,15 CENOURA Filete Contínuo 2 1 - 120 40 0,20 0,05 COENTRO Filete Contínuo 4 1 - 120 20 0,25 0,10 COUVERÁBANO 2 4 1 - 120 40 0,40 0,20 ERVILHA 4 4 2 - 120 20 1,00 0,40 ESPINAFRE 3 4 1 - 120 20 1,00 0,40 FEIJÃO VAGEM 3 4 1 - 120 20 1,00 0,20 NABO 3 4 1 - 120 20 0,35 0,10 PEPINO 3 2 1 - 120 20 1,00 0,50 RABANETE Filete Contínuo 1 1 - 120 20 0,20 0,10 RÚCULA Filete Contínuo 2 1 sulcos de 5 cm profundidade 0,30 0,05 SALSA Filete Contínuo 1 1 0,25 0,10 - 120 20 Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 7 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA B- SEMENTES SEMEADAS DIRETAMENTE NO LOCAL DEFINITIVO – A CAMPO HORTALIÇAS NÚMERO DE SEMENTES POR COVA PROFUNDADE DESBASTE TAMANHO DA DE Nº DE COVA (cm) PLANTIO PLANTAS C L F (cm) POR COVA ESPAÇO ENTRE LINHAS (m) ESPAÇO ENTRE COVAS (m) ABÓBORAS 5 3 2 50 50 30 3,0 2,0 ABOBRINHA MOITA 5 3 2 50 50 30 2,0 1,0 BERTALHA 5 3 2 40 40 30 1,0 0,5 CHUCHU 2 10 1 50 50 50 3,0 3,0 FEIJÃO-DECORDA 4 5 2 10 10 10 0,7 0,5 MAXIXE 4 3 2 40 40 30 2,0 2,0 MELANCIA 4 3 2 40 40 30 2,0 2,0 MELÃO 4 3 2 40 40 30 2,0 2,0 MILHOVERDE 2 4 1 10 10 10 1,0 0,2 QUIABO 5 3 2 5 5 5 1,0 0,5 C- SEMENTES SEMEADAS EM SEMENTEIRAS PARA POSTERIOR TRANSPLANTIO EM CANTEIROS ESPAÇO ESPAÇO ENTRE COVAS (m) ENTRE LINHAS (m) NÚMERO DE MUDAS POR COVA PROFUNDIDADE DE PLANTIO (cm) PROFUNDIDADE DOS SULCOS (cm) AGRIÃO 1 5 10 0,2 0,2 ALFACE 1 5 10 0,3 0,3 ALFAVACA 1 5 10 1,0 0,7 BRÓCOLIS 1 8 15 0,8 0,4 CHICÓRIA 1 5 10 0,4 0,3 COUVE 1 8 15 0,2 0,2 COUVE-FLOR 1 8 15 1,1 0,6 MANJERICÃO 1 8 15 1,0 0,7 REPOLHO 1 8 15 0,8 0,4 HORTALIÇAS Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 8 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA D- SEMENTES SEMEADAS EM SEMENTEIRAS PARA POSTERIOR TRANSPLANTIO NO CAMPO NÚMERO DE MUDAS POR COVA PROFUNDIDADE DE PLANTIO (cm) PROFUNDIDADE DOS SULCOS (cm) ESPAÇO ENTRE LINHAS (m) ESPAÇO ENTRE COVAS (m) BERINJELA 1 10 15 1,5 1,0 JILÓ 1 10 15 1,2 1,0 PIMENTA 1 8 15 1,2 1,0 PIMENTÃO 1 8 15 1,2 0,7 TOMATE 1 8 15 1,2 0,7 TOMATE CEREJA 1 8 15 1,2 0,7 HORTALIÇAS 11- COMO FAZER UMA SEMENTEIRA SIMPLES Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 9 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA 12- ESPAÇAMENTOS: Para se cultivar as plantas convenientemente deve se proceder aos plantios em linhas e covas espaçadas regularmente. Tal procedimento é conveniente para proporcionar às plantas igualdade de condições em termos de Água, Luz e Nutrientes. Linha 1 • Espaçamento Entre Linhas – é a distância regular entre as plantas e que varia de uma cultura agrícola e outra. • Espaçamento Entre Covas - é a distância regular entre as plantas, dentro de cada linha, e que varia de uma cultura agrícola e outra. Linha 2 Linha 3 Linha 4 Linha 5 Covas de uma Mesma Linha 13- SEMEADURA: SEMEADURA é o ato de semear as sementes. SEMEAR é o ato de deitar sementes ao solo para que germinem. GERMINAÇÃO Início de desenvolvimento de uma planta, a partir do embrião de sua semente. A Semeadura pode ser realizada em Sementeira ou no Local Definitivo. • No Local Definitivo são semeadas as hortaliças que não suportam a operação de Transplantio. • Imediatamente após a Semeadura devem-se cobrir as sementes com uma fina camada de terra peneirada. Em seguida, cobre-se todo o leito do canteiro com uma leve camada de grama aparada ou palhada leve, para reduzir o calor no leito, eliminar os impactos das gostas de chuva e manter a umidade do solo. • Em algumas circunstâncias, pode-se fazer uma cobertura plástica transparente suspensa do solo com arames, simulando uma estufa. • Por fim, promove-se uma boa irrigação. Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 10 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA 14- TRANSPLANTIO: Algumas hortaliças devem ser semeadas em sementeiras, de modo a formar as suas mudas, para posterior transplante no local definitivo. São plantas mais delicadas e que exigem maiores cuidados no processo de formação de mudas, que se dá em sementeiras. O Transplantio é a mudança das plantas que cresceram na sementeira para o lugar definitivo. O Transplantio é feito quando as plantas apresentam 4 a 6 folhas definitivas. O ideal é que seja feito no final da tarde ou em dia nublado para evitar que o calo excessivo provoque a morte das mudas. 15- TRATOS CULTURAIS – IRRIGAÇÃO e DRENAGEM: As hortaliças são plantas muito exigentes em água. Daí é que devem ser irrigadas periodicamente, sendo que o ideal é que sejam regadas a cada 2 dias. Tão importante quanto a água é a presença do oxigênio nas raízes. Para tanto, os solos devem ter uma boa Drenagem, não sendo sujeitos aos encharcamentos. Uma boa mangueira com crivo de chuveiro acoplado na extremidade costuma ser eficaz na rega, não prejudicando as plantações, ainda que jovens. Um bom regador também cumpre eficazmente a função da irrigação de canteiros das hortas. 16- FERRAMENTAS UTILIZADAS: Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 11 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA 17- TRATOS CULTURAIS – CONTROLE DE ERVAS INVASORAS: As hortaliças são plantas muito exigentes em Água, Luz e Nutrientes, motivo pelo qual o controle do mato consiste em uma das práticas mais importantes. O controle do mato começa pela capina do solo com enxada, por ocasião do preparo do solo. Durante o ciclo de vida dessas plantas cultivadas, que são bastante delicadas, tal prática deve ser intensificada e cuidadosa, através da capina manual. Uma prática agrícola importante é a Cobertura Morta ou “Mulching”, que consiste em dotar a superfície do solo, ao redor das plantas em especial, de uma compacta camada de restos vegetais, de forma que as sementes do mato não encontrem condições favoráveis à germinação e desenvolvimento. 18- TRATOS CULTURAIS – ADUBAÇÃO DE COBERTURA: Começar a aplicar a partir de 3 (três) semanas após a germinação das sementes ou após o transplantio das mudas plantadas no local definitivo. Diluir 1 (uma) colher de sopa de uréia em 10 Litros de água. Em relação à freqüência de aplicação, esta pode ser feita uma vez a cada 15 dias (semanas alternadas). 19- TRATOS CULTURAIS – CONTROLE DE PRAGAS: O cultivo de hortas e de pomares, quando atende às necessidades do solo e da planta, através de adubação orgânica e de práticas culturais adequadas, propiciam maior equilíbrio ambiental. Quando as plantas são infestadas significativamente por pragas é importante dar preferência à utilização de práticas alternativas, antes de recorrer às medidas tradicionais de controle. No intuito de disponibilizar as informações mais relevantes foram agrupadas aqui algumas fórmulas caseiras para o controle de pragas e doenças que, frequentemente, ocorrem em vegetais. • CONTROLE DE PRAGAS EM HORTALIÇAS: • ÁCAROS - 30 ml de leite integral ou soro de leite + 1 litro de água => Modo de fazer: misturar e pulverizar diretamente sobre as plantas. • ÁCAROS E COCHONILHAS - 500 g de folhas frescas ou 100 g de folhas secas de samambaia do mato + 1 litro de água => Modo de fazer: deixar as folhas frescas ou as folhas secas curtirem na água por 48 horas, depois coar, diluir em 10 litros de água e aplicar. Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 12 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA • ÁCAROS E PULGÕES - 01 maço de Coentro + Água => Modo de fazer: levar ao fogo com água, de modo a cobrir o maço e ferver por 10 minutos. Coar e completar para 01 litro de Água, depois de esfriar, aplicando sobre as plantas infestadas. • LAGARTAS, PULGÕES E COCHONILHAS - 150 g de fumo de rolo + 1 litro de água => Modo de fazer: picar o fumo e deixar curtir na água por 48 horas; depois coar, diluir em 10 litros de água e pulverizar. • ARMADILHA PARA LESMAS E CARACÓIS - Colocar sacos de aniagem molhados no leite entre os canteiros atacados, por dois dias. A cada manhã, retirar as armadilhas, eliminar as lesmas, lavar os sacos de aniagem e reiniciar a prática enquanto houver infestação. • FORMIGAS SAÚVAS - Plantar gergelim no terreno. • PULGÕES e LAGARTAS - Receita A: Folhas de arruda + Água => Modo de fazer: levar ao fogo com água fervente por 10 minutos, coar e aplicar depois de esfriar. • PULGÕES e LAGARTAS - Receita B: 20 frutinhos de pimenta malagueta + 1 litro de água => Modo de fazer: triturar no liquidificador com um pouco de água, coar e completar para 1 litro, pulverizando as plantas infestadas. • PULGÕES e LAGARTAS - Receita C: 4 dentes de alho + 1 litro de água => Modo de fazer: esmagar os 4 dentes de alho e deixar curtir na água por 12 horas. Após este período, diluir em 10 litros d'água e pulverizar. • PRAGAS DIVERSAS - Receita A: 500 ml de querosene + 250 g de sabão em barra + 4 litros de água quente + 15 litros de água => Modo de fazer: aquecer os 4 litros de água e adicionar o sabão, agitando bem até derreter. Em seguida, com a mistura morna, acrescentar o querosene com cuidado e diluir no restante da água. Aplicar ao entardecer ou nas primeiras horas da manhã para evitar qualquer efeito tóxico do querosene sobre as plantas. • PRAGAS DIVERSAS - Receita B: plantar Cravos do tipo Tagetes em torno dos canteiros. • CONTROLE DE DOENÇAS DE PLANTAS • CALDA BORDALEZA - 100 g de Sulfato de Cobre + 100 g de Cal Virgem + 20 litros de Água => Modo de fazer: Use sempre vasilhames de plástico, amianto ou madeira. Ponha primeiramente o sulfato de cobre em um saquinho de pano e deixar desde a véspera de molho em um balde com 5 litros d'água para dissolver. Em outro vasilhame, misture a cal virgem com os 15 litros d'água restantes. A seguir, despeje lentamente a solução de sulfato de cobre na cal virgem apagada, mexendo lentamente, formando uma calda de cor azul. Finalmente, faça o teste para saber se a calda está no ponto ou se está ácida. É só mergulhar a ponta de uma faca de aço (não pode ser inoxidável) por três minutos e observar: se a faca ficar escurecida é porque a solução está ácida e se necessita adicionar mais um pouco de leite de cal. Se não alterar a cor da faca, a solução está no ponto. Atenção: A Calda Bordaleza depois de pronta deve ser utilizada no mesmo dia e não deve ser pulverizada nos horários de pleno sol. Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 13 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA 20- TÉCNICAS AGRÍCOLAS ESPECÍFICAS – TUTORAMENTO: É uma técnica de suma importância para a condução adequada de algumas culturas, que necessitam ser apoiadas, de forma a evitar o seu tombamento. Tal prática é vital para as culturas de Pepino, Tomate, Pimentão, Feijão Vagem, Ervilha, Jiló e Berinjela. Após o plantio e quando as plantas estiverem com 25 a 30 cm de altura, inicia-se o tutoramento. É feito um laço bem folgado com a fita plástica no colo (base) da planta, enrolando-a ao redor da mesma. A outra extremidade da fita é amarrada ao arame, devendo-se ter o cuidado de deixar uma sobra. Com o crescimento da planta, a fita é enrolada em torno de seu caule permitindo sua sustentação. 21- TÉCNICAS AGRÍCOLAS ESPECÍFICAS – COMPOSTAGEM: A Compostagem é um processo biológico em que os microrganismos transformam a Matéria Orgânica (estrume, folhas, aparas de gramados e de jardins, papel, restos de comida,etc) num material semelhante ao solo, a que se chama COMPOSTO, e que pode ser utilizado como adubo. Este produto pode ser utilizado na fertilização de plantas, pois melhora as condições físicas, químicas e biológicas dos solos. A Compostagem também pode ser encarada como um processo biológico que contribui para a redução da quantidade de resíduos, uma vez que resulta na Reciclagem da Matéria Orgânica. Assim, se em cada horta houver um bom processo de COMPOSTAGEM DA MATÉRIA ORGÂNICA, além da eliminação do despejo de resíduos na natureza, o COMPOSTO ORGÂNICO gerado pode substituir com vantagens um dos principais insumos de uma horta: o Esterco de Curral, que constitui matéria-prima escassa e de difícil obtenção nas cidades e centros urbanos. A fabricação de Composto Orgânico imita o processo natural de decomposição, porém com resultado mais rápido e controlado. Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 14 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA O PASSO A PASSO DA COMPOSTAGEM a- Escolha um local a meia sobra. b- Monte a Composteira e um canteiro, sombreado e abrigado de raios solares. c- Matéria-Prima do GRUPO 1 é a parte mais predominante e deve ser de restos vegetais, do tipo apara de gramas, folhas secas, restos de capina, mato roçado, palhas secas, papéis, papelões, etc. d- Matéria-Prima do GRUPO 2 à matéria-prima predominante adiciona-se restos de cozinha, cascas de frutas e verduras, pó-de-café, cascas de ovos, etc. e- Ambas as matérias-primas, depois de misturadas, devem formar uma pilha ou uma leira, que deve ser levemente umedecida, periodicamente. f- Na formação da leira, a cada 15 cm de espessura, coloca-se em cada m2 de massa cerca de 500g de TORTA DE MAMONA. Esse procedimento permitirá produzir um Composto de melhor qualidade e em menor prazo de tempo. g- Tão importante quanto UMEDECER a leira ou a pilha de compostagem é a sua AERAÇÃO. Para tanto, a massa deve ser periodicamente revolvida para que seja minimamente aerada. Como regra básica, faz-se o umedecimento, com mangueira ou regador, seguido de pronto revolvimento, com garfo ou ancinho. h- É muito importante que não faltem UMIDADE e AR à pilha ou à leira de compostagem. i- Entretanto, deve-se evitar o excesso de umidade, que é muito prejudicial à Compostagem e pode gerar odores desagradáveis. j- A cada 2 dias, movimente o monte de resíduos de um lado para outro, de modo a arejar a massa. O material revirado se apresentará quente, indicando que a decomposição está ocorrendo. Pode-se adicionar mais material orgânico à Composteira a qualquer momento. k- Após 60 dias aproximadamente o Composto Orgânico deverá estar pronto, apresentando-se de cor escura, como café, com odor agradável de terra. O produto deverá estar homogêneo, sendo impossível distinguir a sua matéria-prima original. l- Use o COMPOSTO ORGÂNICO fabricado na escola em abundância nos canteiros, jardineiras, vasos de plantas. As plantas adoram, o solo melhora muito e o resultado é muito bom. Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 15 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA 22- TÉCNICAS AGRÍCOLAS ESPECÍFICAS – MINHOCULTURA: O composto orgânico que sai da composteira pode ser potencializado através do trabalho realizado por minhocas, através do processo conhecido por Vermicompostagem. A minhoca ingere terra e matéria orgânica equivalente ao seu próprio peso e digere e expele cerca de 60% do que comeu sob a forma de excrementos (húmus), em muito menos tempo que a natureza. A minhoca recicla assim restos de comida e outras fontes de matéria orgânica, produzindo um adubo orgânico muito rico em flora bacteriana e devolvendo à terra cinco vezes e meia mais azoto, duas vezes mais cálcio, duas vezes e meia mais magnésio, sete vezes mais fósforo e onze vezes mais potássio do que contém o solo do qual se alimenta. Em um pequeno canteiro acondiciona-se o composto orgânico e em seguida inocula-se uma quantidade definida de minhocas, que passam a processar a matéria-prima até formar o húmus de minhocas. 23- TÉCNICAS AGRÍCOLAS ESPECÍFICAS – ADUBAÇÃO VERDE: É um tipo especial de adubação orgânica que consiste em cultivar plantas que depois serão fragmentadas, servindo como cobertura até serem decompostas. Normalmente, neste processo as plantas mais utilizadas são as leguminosas. Elas se associam a algumas bactérias que vivem em suas raízes num processo de simbiose, absorvendo o nitrogênio do ar situado no solo e transforma-o em substâncias absorviveis pela planta. Exemplos de Adubos Verdes para o clima de São Gonçalo: GUANDU, FEIJÃO-CAUPI, MUCUNA, FEIJÃO-DE-PORCO, FEIJÃO-BRAVO-DO-CEARÁ, ESTILOSANTES CAMPO GRANDE, CROTALÁRIAS, AMENDOIM, dentre outros. 24- SOHE – SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO À HORTA ESCOLAR Em casos de dúvidas ou maiores informações, procure o técnico de sua EMATER-RIO em São Gonçalo – 2ª a 6ª-feira, de 8:30hs às 17:30hs * Rodovia Amaral Peixoto, km 9,5 – CEASA Colubandê * São Gonçalo * CEP 24753-560 Telefax 2701-2954 * [email protected] * Skype: emater.rio.esloc.sg • Equipe Técnica: • BENITO IGREJA JR. – Eng. Agrônomo • JADSON LOPES GUEDES – Técnico em Agropecuária • ANTÔNIO CARLOS MARINS - Técnico em Agropecuária Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 16 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA 25- EMATER-RIO em São Gonçalo: EMATER-RIO – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro Escritório em São Gonçalo - Rodovia Amaral Peixoto, km 9,5 – CEASA Colubandê / Administração * telefax: 21 2701-2954 * CEP 24753-560 * SÃO GONÇALO * RJ www.emater.rj.gov.br * http://emater-rioeslocsg.blogspot.com * Skype: emater.rio.esloc.sg 26- AUTORES: • BENITO IGREJA JUNIOR – Eng. Agrônomo – EMATER-RIO – Escritório São Gonçalo – [email protected] – maio de 2010. • JADSON LOPES GUEDES - Eng.Agrônomo – EMATER-RIO – Escritório São Gonçalo – [email protected] – maio de 2010. • ANTÔNIO CARLOS MARINS – Técnico em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório São Gonçalo – [email protected] – maio de 2010. 27- AGRADECIMENTOS: • PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO / SUBSECRETARIA DE AGRICULTURA E PESCA / SECRETARIA DE EDUCAÇÃO / SECRETARIA DE SAÚDE. • Ação promovida através do Convênio EMATER-RIO x PMSG. Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 17 de 18 SECRETARIA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA Anexo 1: DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DE UMA HORTA COM 8 CANTERIOS COMPOSTEIRA CANTEIRO CANTEIRO CANTEIRO 1 2 3 MINHOCÁRIO CAIXA D’ÁGUA CANTEIRO CANTEIRO CANTEIRO 4 5 6 CANTEIRO CANTEIRO SEMENTEIRA 7 8 PLANTAÇÃO A CAMPO (SEM NECESSIDADE DE CANTEIROS) Autores: BENITO IGREJA JUNIOR (1) ; JADSON LOPES GUEDES (2); ANTÔNIO CARLOS MARINS (2) (1) Eng. Agrônomo EMATER-RIO Escritório S. Gonçalo * (2) – Téc. em Agropecuária - EMATER-RIO – Escritório S. Gonçalo Página 18 de 18