Panleucopenia felina

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Panleucopenia felina
Panleucopenia felina
É uma doença específica de gatos, altamente contagiosa e causada pelo parvovírus felino. Reduz
drasticamente a quantidade de glóbulos brancos no sangue do animal, afetando seu sistema
imunológico. Os felinos ficam suscetíveis a infecções bacterianas, e o risco de morte é bastante
elevado. Afeta principalmente animais jovens, que ainda não desenvolveram anticorpos
adequadamente. Pode matar em poucas horas, antes mesmo de surgirem os principais sintomas. A
doença dura cerca de cinco dias, em média.
O parvovírus é muito estável no ambiente. Sobrevive por 1 ano à temperatura ambiente em matéria
orgânica. Resiste ao aquecimento a 56°C por 30 minutos. Sobrevive à álcool 70º, iodetos orgânicos,
fenólicos e compostos de amônia quaternária. Inativado por solução de hipoclorito a 6%, água
sanitária, formaldeído a 4% e glutaraldeido a 1%, em 10 minutos, à temperatura ambiente.
Há mais gatos infectados do que com sinais clínicos, devido ao alto nível populacional de
anticorpos. Casos, subclínicos, que ocorrem geralmente em gatos mais velhos, usualmente não são
detectados.
Sintomas
- Infecção intestinal grave, com vômitos, diarreia e desidratação intensa
- Dor abdominal
- Apatia
- Falta de apetite
- Febre ou hipotermia podem se manifestar
Gatinhos não vacinados apresentam sinais severos, com as maiores taxas de mortalidade e
morbidade entre 3 e 5 meses. Febre (40°C a 41,6°C), depressão e anorexia. Vômito tinto de bile não
relacionado com refeições.
Desidratação extrema (às vezes o gato fica agachado com a cabeça sobre o pote de água). Alguns
autores mencionam a "posição de panleucopenia" onde o gato tende a ficar com a parte anterior do
corpo num plano inferior à posterior, com os quartos traseiros mais erguidos em direção aos
dianteiros, na tentativa de amenizar dor abdominal.
Diarreia é vista com menos frequência, e quando ocorre, é mais tardiamente no curso da doença.
Palpação abdominal: alças espessadas, como cordas, e observa-se desconforto. Geralmente há
linfadenomegalia mesentérica, enquanto que linfonodos periféricos não costumam estar
aumentados.
Em infecções complicadas, pode haver ulcerações bucais, diarreia sanguinolenta e icterícia.
A desnutrição severa com anorexia associada à intensa desidratação podem levar a um estado
semicomatoso e com hipotermia nos estágios terminais da doença. Geralmente recuperam-se
animais que sobreviveram a mais de 5 dias de doença sem complicações, porém pode levar várias
semanas.
Alguns gatinhos podem nascer com ataxia, incoordenação, tremores e estado mental normal, típicos
de doença cerebelar. Caminham com movimentos amplos (hipermetria), caem frequentemente para
os lados e têm tremores de cabeça. Os sinais de tremores desaparecem durante o sono. Nem todos
os gatinhos são afetados ou apresentam os sinais na mesma intensidade. Casos neurológicos
geralmente demonstram lesões retinais fúndicas.
Contágio
Gatinhos geralmente são protegidos por anticorpos maternos até a idade de 3 meses, e 75% dos
gatos não vacinados têm anticorpos ao chegar a 1 ano de vida. O vírus é eliminado em todas as
secreções durante a fase ativa da doença, principalmente nas fezes, sendo mantido na população de
gatos devido à longa permanência no ambiente. Os animais infectados eliminam o vírus no máximo
por 6 semanas depois da recuperação, nas fezes e urina. É importante desinfetar ambientes em que
estiveram animais doentes usando água sanitária.
Diagnóstico
Além de observar os sintomas clínicos, o diagnóstico, geralmente, é feito por meio de exame de
sangue (hemograma). Os leucócitos podem chegar a 50 - 3000 céls / mm3, do quarto ao sexto dia de
doença. É incomum haver anemia, devido à longa vida dos eritrócitos, a menos que haja severa
hemorragia intestinal. Provas bioquímicas não são específicas: em casos de lesão hepática, costuma
haver elevação leve a moderada de ALT, AST e bilirrubina.
Tratamento
Não há medicamentos específicos para combater o parvovírus felino
Uma vez constatada a panleucopenia, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes, o gato deve
receber soro para evitar a desidratação, deve tomar antibiótico para controlar e prevenir as infecções
bacterianas que possam ocorrer pela baixa quantidade de glóbulos brancos, o que deixa o animal a
merce de infecções.
Prevenção
Vacinas podem ser feitas com 12 semanas sem risco de neutralização pelos anticorpos maternos,
revacinação anual não é necessária, pois as doses iniciais conferem proteção vitalícia. Após
recuperação da doença, a imunidade é vitalícia.
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