SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL Bianca Barbosa Gregorio Citologia Quantitativa e Qualitativa de Lavados Broncoalveolares em Pacientes com Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento Profissional/SES, elaborada no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual / CEDEP. Àrea: Citologia Oncótica São Paulo 2013 Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira Citologia Quantitativa e Qualitativa de Lavados Broncoalveolares em Pacientes com Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas Bianca Barbosa Gregorio Trabalho de Conclusão de Aprimoramento Profissional em Citologia Oncótica, sob Orientação do preceptor Luiz Marcelo Warnecke Espoladore. São Paulo 2013 Bianca Barbosa Gregorio Trabalho de Conclusão de Aprimoramento Profissional em Citologia Oncótica. Orientador: Luiz Marcelo Warnecke Espoladore Citologia Quantitativa e Qualitativa de Lavados Broncoalveolares em Pacientes com Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas Data da Aprovação: __ /__ /____ COMISSÃO EXAMINADORA Luiz Marcelo Warnecke Espoladore Biomédico, preceptor e orientador Ester Nei Aparecida Martins Coletta Médica Patologista e co-orientadora São Paulo 2013 Agradecimentos Meu muito obrigada a todos que participaram de maneira ativa ou não neste trabalho, por todo apoio técnico ou emocional. Sem vocês, não haveria mais esta realização na minha vida. A Dedicatória Primeiramente, queria agradecer a Santa Paciência. Porque são tantos intempéries e obstáculos no caminho, principalmente no meio da ciência e da saúde, que haja paciência. Haja perseverança. Mas ela foi boa para mim e permitiu que eu não surtasse (não muito) no meu trajeto. E tem que ser assim. Porque nada que é muito fácil tem tanto valor. A superação de problemas faz parte do aprendizado, tanto acadêmico como pessoal. E posso dizer que aprendi. Bastante. Tenho que agradecer também, e agradecer muito, a minha família. Por todo o apoio, sempre incondicional na minha jornada. Apoiando meus sonhos, ouvindo reclamações e aqueles pequenos surtos citados acima (aqueles que nem a Santa Paciência conseguiu evitar) e me incentivando a não parar. Por compreenderem que o caminho que eu escolhi (e que parece ter me escolhido no final das contas) é longo e demorado. Que a recompensa tarda, mas um dia chega. E, apesar de nunca terem dito isso com estas exatas palavras, insistiram naquele velho e verdadeiro clichê: somos do tamanho de nossos sonhos. E temos que sonhar grande. Também somos do tamanho de nossa disciplina, de nosso comprometimento. Da vontade de atingir um objetivo. Eles me deram esse conceito e me ajudaram, ajudam e sempre ajudarão a acreditar nele. Vá atrás daquilo que você acredita que é seu. E estude. Conhecimento é o bem mais precioso que podemos ter. Ninguém tira de nós. É riqueza que perdura e uma das poucas coisas que pode nos tornar, de certa forma, imortal. Obrigada. De verdade. Queria agradecer com todo meu coração à minha família postiça de Botucatu: Alexandre (Kitasato), Evandro (Japa) e Danilo Flávio (Guaxu). Vocês estavam lado a lado comigo quando ainda nem éramos biomédicos e continuaram comigo agora que estamos aí, lutando para perseverar na profissão que escolhemos, amamos e honramos (apesar de toda a dor de cabeça que ela nos dá!). Fomos por caminhos diferentes, mas nossa amizade está sempre aqui comigo. Vocês ainda me ouvem, me incentivam e enxergam algo que às vezes eu nem mesma consigo enxergar em mim. Esse trabalho é para vocês também. Aliás, precisamos comemorá-lo como sempre fazemos: muitas risadas e sonhos compartilhados. Outra família que eu ganhei também foi a família Pato. Minhas queridas AP2, Samara (Irmã Pato) e Priscila (Mamãe Pato). Convivemos por apenas um ano, mas foi um ano longo e paradoxal, que nos aproximou demais. Vocês me ensinaram tanto sobre a citologia, a amá-la e a respeitá-la e tanto sobre a vida, como amizade verdadeira. Foram tantas risadas, surtos psicóticos, cafés da manhã e coquinhas, que não tem como esquecer. Acho que nem consigo dizer como sinto a falta da companhia e apoio de vocês. Mas somos citologistas agora (uau!) e tenho certeza que nossos caminhos voltarão a se cruzar. E também, não deixarei duas pessoas tão maravilhosas saírem da minha vida tão fácil. Não fujam!!! Eu as encontrarei. Minhas AP1, Bruna e Verena, que posso dizer delas? São duas pessoas tão diferentes, mas se complementam e me complementam. Companheiras sempre, passamos por poucas e boas que só nós entendemos. Muito obrigada por estarem comigo e terem se tornado parte essencial do meu dia-dia e o tornado muito melhor. Meu recado é: não desistam. Nós vamos conseguir. Essa é só uma fase e a próxima é a melhor de todas. Também participaram dessa jornada de crescimento, duas outras grandes pessoas e profissionais: Joelma e Leonor. A Jô e a Leo. A Jô, uma das pessoas mais doces que eu conheci, um coração tão grande! B A Leo, tão correta e tão descontraída, sempre me fazendo morrer de rir. Não foi citologia que vocês me ensinaram, não foram só risada e bagunças que compartilhamos. Tenho muita admiração por vocês e tudo que vocês me ensinaram, direta e indiretamente, vai ficar comigo para sempre. Espero poder honrar tudo isso, com o esforço e a devoção que vocês mostram pela citologia. Não posso esquecer-me da Márcia, recém-chegada, também tenho a agradecer. Foi um grande prazer conhecer, conversar e compartilhar experiências com você. Espero que nos cruzemos por aí e que todos os seus sonhos também se realizem! Agradeço também a meu preceptor, Luiz Marcelo, por ter me dado a chance de cursar o aprimoramento e ter acreditado em mim, por sua dedicação. Afinal, eu cheguei sem saber quase nada. E hoje eu sei muito, mas sei que tenho muito mais para aprender. Também agradeço a minha coorientadora, Dra. Ester, por sempre me ouvir e por me incentivar a gostar do lavado. Agradeço também a equipe do DAR, Dr. Carlos Pereira e Dra. Raquel, por abrirem as portas desse mundo tão interessante, dedicar seu tempo muitas vezes corrido, para sentarmos e discutirmos esse trabalho, de maneira justa e construtiva. Somos resultados de muitas variáveis. Esse trabalho não é somente meu. E meu sucesso, é o sucesso de vocês. Obrigada. De verdade. Bianca B Gregório (Biomédica e, agora, Especialista em Citologia Oncótica!!!!) C Epígrafe Only after you lost everything that you´re free to do anything. Fight Club, 1999. D Sumário Resumo ........................................................................................................................................... I Abstract ..........................................................................................................................................II Lista de Abreviaturas ................................................................................................................... III Lista de Figuras ............................................................................................................................ IV Lista de Tabelas ............................................................................................................................ V Introdução ...................................................................................................................................... 1 Definição.................................................................................................................................... 1 Aspectos Históricos.................................................................................................................... 1 Aspectos técnicos ....................................................................................................................... 2 Realização do Procedimento .................................................................................................. 3 Pressão de Sucção .................................................................................................................. 3 Manuseio do Fluido Aspirado ................................................................................................ 3 Volume Instilado .................................................................................................................... 3 Número de Alíquotas ............................................................................................................. 4 Área Lavada ........................................................................................................................... 4 Armazenamento do Fluido ..................................................................................................... 4 Análise Celular .......................................................................................................................... 4 Preparação de Células para Leitura ........................................................................................ 5 Coloração ............................................................................................................................... 5 Número de Células ................................................................................................................. 6 Leitura das Lâminas ............................................................................................................... 6 Quantificação dos Subtipos de Linfócitos .............................................................................. 6 Classificação das Alveolites ....................................................................................................... 6 Utilidade Clínica ...................................................................................................................... 10 Diagnóstico Diferencial ....................................................................................................... 10 Estimativa da atividade da doença ....................................................................................... 10 Comparação com outros diagnósticos invasivos .................................................................. 10 Riscos e Complicações ......................................................................................................... 10 Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas ................................................................................ 11 Classificação das ILDs ......................................................................................................... 11 Correlação com BAL ........................................................................................................... 13 Fibrose Intersticial Difusa ........................................................................................................ 15 Etiologia ............................................................................................................................... 15 Diagnóstico .......................................................................................................................... 16 IPF E BAL ........................................................................................................................... 16 Sarcoidose ................................................................................................................................ 17 Etiologia ............................................................................................................................... 17 Diagnóstico .......................................................................................................................... 17 Sarcoidose e BAL ................................................................................................................ 18 Pneumonia de Hipersensibilidade ............................................................................................ 18 Patogênese ........................................................................................................................... 18 Patologia .............................................................................................................................. 19 Características Clínicas ........................................................................................................ 19 HP e BAL............................................................................................................................. 20 Prognóstico e Progressão ..................................................................................................... 20 Bronquiolite Obliterante em Pneumonia de Organização (BOOP) .......................................... 21 Diagnóstico .......................................................................................................................... 21 LBA e BOOP ....................................................................................................................... 21 Colagenoses ............................................................................................................................. 22 Patogenia .............................................................................................................................. 22 Colagenoses e BAL .............................................................................................................. 22 Objetivos ...................................................................................................................................... 24 Materiais e Métodos ..................................................................................................................... 25 Recebimento e Acondicionamento da Amostra........................................................................ 25 Processamento da Amostra ...................................................................................................... 25 Análise da Amostra .................................................................................................................. 25 Levantamento de Dados ........................................................................................................... 26 Análise Estatística .................................................................................................................... 26 Resultados .................................................................................................................................... 26 DISCUSSÃO ............................................................................................................................... 30 Dados epidemiológicos ............................................................................................................ 30 Correlação entre patologias e achados no BAL ........................................................................ 31 Conclusão .................................................................................................................................... 33 Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 34 Resumo Introdução: O lavado broncoalveolar é uma técnica utilizada para coletar células, partículas inaladas, organismos infecciosos e solutos derivados do trato respiratório inferior e, em particular, dos espaços alveolares do pulmão. Desde sua introdução, tem sido uma valiosa ferramenta para o estudo dos mecanismos imunes e inflamatórios pulmonares, já que é conhecido que as alterações no fluido do lavado broncoalveolar e em suas células refletem alterações patológicas nos constituintes parenquimais correspondentes. Portanto, o lavado broncoalveolar pode ser de auxilio diagnóstico em diversas doenças pulmonares intersticiais, principalmente em casos que processos padrões mais invasivos não são possíveis de serem realizados. A análise da utilidade desse método na prática clínica é prejudicada pela falta de estudos que levem em conta a probabilidade clínica (com base em dados clínicos e tomográficos) das doenças e sua posterior mudança pelos resultados do lavado. Objetivo: Através de análise estatística retrospectiva dos resultados da análise citológica quantitativa e qualitativa dos lavados broncoalveolares e sua correlação com dados clínicos, radiológicos e histopatológicos, estabelecer o valor diagnóstico do estudo citológico dos lavados broncoalveolares nas Doenças Pulmonares Intersticiais. Materiais e Métodos: Foram avaliados 91 pacientes portadores de doenças pulmonares intersticiais difusas, entre elas fibrose intersticial difusa (IPF), pneumonia de hipersensibilidade (PH), colagenoses, sarcoidose e pneumonia em organização. Os diagnósticos seguiram as normas propostas pela SBPR, 2012. O LBA foi realizado de acordo com as normas de padronização sugeridas pela ATS/ERS. Foi realizada contagem diferencial e os dados obtidos foram confrontados com os dados radiológicos, histopatológicos e clínicos disponíveis nos prontuários dos pacientes envolvidos, através de análise estatística. Resultados: O estudo revelou predominância de alveolite mista nos casos de IPF, PH e colagenoses, mas com predomínio neutrofílico e nos casos de sarcoidose e pneumonia de organização, houve predomínio do componente linfocítico. A análise dos dados tomográficos revelou fibrose fortemente associada com alveolite neutrofílica, mas o exame histopatológico demonstrou relação entre a alveolite mista e fibrose. A presença de granulomas no exame histopatológico foi positiva nos casos de sarcoidose. Conclusão: O lavado broncoalveolar pode ser de auxílio diagnóstico em algumas doenças pulmonares intersticiais, principalmente nos casos de IPF e em seu prognóstico, e auxiliando na diferenciação entre as fases da PH. E, apesar de não ter pronta utilidade no diagnóstico das outras condições estudadas, o exame minucioso do lavado permite que haja melhor direcionamento da hipótese diagnóstica. Palavras-chave: Lavado broncoalveolar, doenças pulmonares intersticiais, alveolite, fibrose. I Abstract Introduction: Bronchoalveolar lavage (BAL) is a technique used to collect cell, inhaled particles, infectious organisms and solutes from lower respiratory tract and, particularly, from alveolar lung spaces. BAL has been a valuable tool for understanding immune and inflammatory lung processes since its introduction and it is known that pathological alterations in bronchoalveolar fluid and its cells reflects pathological processes in correspondents’ parenchyma. Therefore, BAL may be an important diagnosis aid in multiples interstitial pulmonary diseases, mainly in cases that more invasive standard processes cannot be carried on. The analysis of this methodology utility in clinical practice is impaired by lack of studies that values clinical probability (based on clinical and tomographic data) from diseases and its posterior changes by BAL results. Objectives: The aim of this study is, through the retrospective statistical analysis of the quantitative and qualitative cytological analysis of BAL and its correlation with clinical, radiological and histopathological data to establish diagnostical value of studying BAL in Pulmonary Interstitial Diseases. Methodology: Ninety one patients with interstitial pulmonary diseases were analyzed, among them Idiopathic Pulmonary Fibrosis (IPF), hypersensitivity pneumonia (HP), collagenosis, sarcoidosis and organizing pneumonia. The diagnoses followed the standards proposed by SBPR (2012). BAL was made accordingly with proposed standards by ATS/ERS. Differential counting was made and the data was confronted with clinical, radiological and histopathological information, available in medical records of patients by statistical analysis. Results: The study revealed predominant mixed alveolitis in IPF, HP and collagenosis cases, with neutrophilic predominance and in sarcoidosis and organizing pneumonia cases has been found mostly lymphocytosis. Analysis from tomographic data showed fibrosis strongly associated with neutrophil alveolitis, although histopathological examination also demonstrated association between fibrosis and mixed alveolitis. Granuloma presence has been positive in sarcoidosis cases. Conclusion: BAL may be have a important diagnose aid within some interstitial pulmonary diseases, mostly in IPF cases and its prognosis and helping with the differentiation between HP phases. And, despite, it does not have immediate utility on other studied diseases, the rigorous examination of BAL allows better guidance of the diagnose hypothesis. Key Words: Broncoalveolar lavage, interstitial pulmonary diseases, alveolitis, fibrosis. II Lista de Abreviaturas AEIPF – Exacerbação Aguda de Fibrose Pulmonal Intersticial AIP – Pneumonia Intersticial Aguda AM – Macrófago Alveolar BAL – Lavado Broncoalveolar BHL – Linfoadenopatia Hilar Bilateral BOOP – Bronquiolite Obliterante em Pneumonia de Organização CBD – Doença Crônica causada por Berílio COP – Pneumonia Criptogênica de Organização CRX – Raio-X de Tórax de Rotina CT – Tomografia Computadorizada CTD – Doenças do Tecido Conectivo CTD-ILD – Doença Ligada ao Colágeno Associada à Doença Pulmonar Intersticial Difusa DAD – Dano Alveolar Difuso DAH – Hemorragia Difusa Alveolar DAR – Setor de Doenças do Aparelho Respiratório DIP – Pneumonia Intersticial Descamativa DM – Dermatomiosite ECG – Eletrocardiograma ECM – Acúmulo de Matriz Extracelular EP – Pneumonia Eosinofílica Idiopática FEV1 – Volume Respiratório Forçado FOB – Broncoscopia com Fibra Óptica GGO – Opacidade em Vidro Fosco HRCT – Tomografia Computadorizada de Alta Resolução HSPE – Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira IIP – Pneumonia Intersticial Idiopática IL – Interleucina ILD – Doença Intersticial Pulmonar Difusa IPF – Fibrose Pulmonar Idiopática LAM – Linfoangioleiomiomatose LIP – Pneumonia Linfoide Intersticial MPA – Macrófagos com Pigmento Castanho Dourado MX – Macrófagos Xantomatosos NSIP – Pneumonia Intersticial Não Específica PaO2 – Pressão de Oxigênio PAP – Proteinose Alveolar Pulmonar PAS – Coloração de Ácido Periódico de Schiff PC20 - Volume Expirado Forçado no Primeiro Segundo PFT – Testes de Função Pulmoar HP – Pneumonia de Hipersensibilidade PLCH – Histiocitose Pulmonar de Células de Langerhans PM – Poliomiosite PM/DM-ILD – Polimiosite/Dermatomiosite Associadas à Doença Pulmonar Intersticial Difusa RA – Artrite Reumatóide RA-ILD – Artrite Reumatóide Associada à Doença Pulmonar Intersticial Difusa RBILD – Bronquiolite Respiratória com Doença Intersticial Pulmonar SD – Desvio Padrão SLE – Lúpus Sistêmico Eritematoso SS – Síndrome de Sjögren SSc – Esclerose Sistêmica SSc-ILD – Esclerose Sistêmica Associada à Doença Pulmonar Intersticial Difusa TBB – Biópsia Transbrônquica TBLB – Biópsia Pulmonar Transbronquial TH1 – Linfócito T Helper 1 TNF-α – Fator Alfa de Necrose Tumoral UIP – Pneumonia Intersticial Usual χ2 – Teste do Qui Quadrado III Lista de Figuras Figura 1- Alveolite Eosinofilica. Setas = Eosinófilos. Cabeça de Seta = Linfócitos. Sustenido = Neutrófilos. Acervo Pessoal ........................................................................................................................ 7 Figura 2 - Alveolite Linfocítica. Cabeça de Seta = Linfócitos. Acervo Pessoal. ............................ 7 Figura 3 - Alveolite Mista (Linfocítica e Eosinofílica). Seta: Eosinófilo. Cabeça da Seta: Linfócito. Acervo Pessoal. .......................................................................................................................... 8 Figura 4 - Alveolite Mista (Neutrofílica e Eosinofílica). Seta: Eosinófilo. Sustenido: Neutrófilo. Acervo Pessoal............................................................................................................................................ 8 Figura 5 - Alveolite Netrofílica. Sustenido = Neutrófilos. Acervo Pessoal. ................................... 8 Figura 6 - Alveolite Mista (Linfócita e Neutrofílica). Cabeça de Seta = Linfócito. Sustenido = Neutrófilo. Acervo Pessoal. ........................................................................................................................ 9 Figura 7 - Macrófagos com coloração castanho-dourada marcados com a estrela. Acervo Pessoal. .................................................................................................................................................................... 9 Figura 8 - Macrófagos Xantomatosos nas Setas. Acervo Pessoal................................................... 9 IV Lista de Tabelas Tabela 1 - Passos no processamento do fluido recuperado no BAL (Baughman, 2007)11. ............. 5 Tabela 2 - Contagem Diferencial em BAL de indivíduos normais (* em relação ao número total de células, excluindo as epiteliais)15............................................................................................................ 7 Tabela 3 - Doenças Intersticiais Pulmonares ( modificada)63. ...................................................... 12 Tabela 4 - Achados no BAL uteis no diagnóstico de ILD69. ........................................................ 13 Tabela 5 Características das Pneumonias Intersticiais Idiopáticas (AM = macrófagos alveolares)63. ............................................................................................................................................. 14 Tabela 6 - Idade, Sexo e Hábitos Tabagistas. ............................................................................... 26 Tabela 7 - Correlação entre Doença e Alveolites. A = Maiores valores. Números absolutos (porcentagem). .......................................................................................................................................... 26 Tabela 8 - Relação entre Doenças e Contagem Diferencial. Dados apresentados em mediana, máximo e mínimo. .................................................................................................................................... 27 Tabela 9 - Doença relacionada a outros achados no BAL (MX=macrófagos xantomatosos; MPA = macrófagos com pigmento castanho dourado). χ2 = 15,2; p=0,506. ........................................................ 27 Tabela 10 - Alveolite e outros achados (MX= macrófagos xantomatosos, MPA = macrófagos com pigmento castanho dourado). χ2 = 21,4; p=0,163........................................................................................ 28 Tabela 11 - Correlação da alveolite com presença ou ausência de fibrose na tomografia computadorizada. χ2 = 14,8; p=0,005. ........................................................................................................ 28 Tabela 12 - Correlação da doença com presença ou ausência de fibrose na tomografia computadorizada. χ2 = 28,7; p <0,001. ...................................................................................................... 28 Tabela 13 - Porcentagem de Achados Tomográfico. ............................................................... 29 Tabela 14 - Alveolite e correlação com presença ou não de granuloma no exame histopatológico. 2= χ 12,7; p=0,013. ..................................................................................................................................... 29 Tabela 15 - Correlação entre doença e ausência ou presença de granuloma em exame histopatológico. A = casos de Sarcoidose com presença de granuloma (70%). χ2 = 43,1; p < 0.001. ......... 29 Tabela 16 - Alveolite e correlação com presença ou não de fibrose no exame histopatológico. χ2 = 2,6; p=0,623. ............................................................................................................................................. 30 Tabela 17 - Correlação entre doença e ausência ou presença de fibrose em exame histopatológico. 2= χ 6.5; p=0,165 ........................................................................................................................................ 30 V Introdução Definição O lavado broncoalveolar (BAL) é um procedimento broncoscópico pouco invasivo pelo qual células, partículas inaladas, organismos infectantes e constituintes fluidos podem ser obtidos dos bronquíolos terminais e do alvéolo. Para alcançar este objetivo, instilação fracionada de fluido para o lavado deve ser de um volume suficiente para garantir um aspirado suficiente1. O BAL procura estabelecer um diagnóstico para demonstrar a infecção onde ela se faz presente e fornecer uma medida da atividade da doença em questão. Deve ser diferenciado das técnicas de lavado bronquiolar e lavado terapêutico, que são realizadas com diferentes volumes de líquido e possuem objetivos distintos1, listados abaixo: Lavado bronquial: requer relativamente pouco fluido instilado (10-30mL) e as amostras de vias áreas maiores são direcionadas a citológica oncótica e estudos bacteriológicos 2; Lavado terapêutico: são utilizados pequenos volumes como no lavado bronquial e sua finalidade é a retirada de secreções brônquicas espessas de pacientes com asma ou fibrose cístico2; Lavado pulmonar completo: é realizado para que o pulmão em sua totalidade seja lavado, em pacientes com proteinose alveolar e requer instilações repetidas de 1L de fluido, totalizando de 10-40L em cada pulmão, através de um tubo endotraqueal sob anestesia geral2. Aspectos Históricos Reynolds e Newball realizaram o primeiro BAL (como é conhecido atualmente) em um paciente sob anestesia local, utilizando-se de um fibroscópio óptico, em 1974. Estes dois cientistas foram motivados pela pesquisa e não tinham ideia do significado importante na pneumologia. O primeiro estudo animal foi realizado por Myrvik et al. em 1961 e foram obtidos macrófagos alveolares com pouquíssima contaminação. Em 1964, Keimowitz realizou o primeiro lavado transbronqueal em um homem para coletar fluído para um estudo de imunoglobulinas usando um broncoscópio rígido (Costabel, 1998)1. Na década de 80, muitas publicações foram feitas relatando novos aspectos da patogênese das doenças pulmonares intersticiais (ILD) e o BAL tomando grande papel na compreensão destes processos 1. Pelas últimas três décadas, o BAL tem sido utilizado extensivamente para a avaliação de várias condições pulmonares, incluindo doenças infecciosas, inflamatórias e malignas. Contudo, após tantos anos de uso, suas limitações foram compreendidas e se faz de extrema importância que seus aspectos técnicos sejam entendidos e estas limitações e vantagens estejam em mente na prática clínica 3-7. Foi observado que a técnica utilizada para a realização do BAL difere em cada lugar que é realizado ao redor do mundo e estas diferenças podem ser refletidas no resultado final e, portanto, esforços têm sido feitos para minimizar as limitações associadas a técnica em si. Recomendações 1 detalhadas e protocolos de conduta têm sido desenvolvidos e publicados para que um padrão técnico seja alcançado6-8. Falando em avanços recentes, o campo da genômica e da proteômica está em rápida expansão e estas tecnologias agora estão sendo empregadas para estabelecer perfis de expansão gênica em várias doenças específicas, incluindo ILD e infecções do trato respiratório inferior. As células do BAL têm se mostrado as candidatas certas para estas análises. Estes novos métodos podem eventualmente provarem ser de extrema utilidade para um diagnóstico acurado, selecionado e melhorando a efetividade da terapêutica, monitoramento da atividade da doença e no controle da resposta ao tratamento. Com mais avanços, há esperança que se os produtos de genes ligados à patogênese destas doenças possam ser identificados e quantificados7,9. Aspectos técnicos O BAL é normalmente realizado durante a broncoscopia com fibra óptica (FOB) com anestesia tópica seguida de inspeção geral na árvore traqueobronquial. Para se evitar a tosse durante o procedimento, a anestesia local não deve ser superficial, tendo em vista que de outra forma, pode ocorrer alteração da colheita, viabilidade e função das células. O lavado pode ser realizado sob anestesia geral e em pacientes ventilados através do uso de um broncoscópio rígido ou por um tubo endotraqueal 2. Devido a grande diferença encontrada na forma como o BAL era realizado, diversos grupos estabeleceram métodos padronizados para a realização do procedimento. Dois deles são originados da The European Respiratory Society (ERS) e fornece recomendações sobre os aspectos técnicos da realização do BAL11-13. Nos Estados Unidos, quatro centros realizaram estudos padronizados tanto em pacientes normais quanto em pacientes com ILD11,14 e desenvolveram outras especificações sobre diversos aspectos do BAL11,15. A American Thoracic Society organizou estes estudos e desenvolveu uma recomendação consensual11. A doença subjacente pode afetar o processo do BAL em diversas formas. A doença pode ser heterogênea; portanto, os resultados do BAL podem diferir das diversas partes do pulmão, como foi provado para fibrose pulmonar idiopática5,11. Para infecções, BAL deve ser realizado na área mais afetada11,16. Obstrução de vias áreas leva a modificações no retorno de fluido no BAL. Isto ocorre devido a problemas mecânicos na aspiração do fluido. Em pacientes com doenças obstrutivas crônicas, o colapso da via área pode ser variável. Quanto mais pressão utilizada para aspirar o fluido, maior a quantidade de colapso11. Asma é outra doença obstrutiva e esta obstrução pode ser induzida pelo próprio procedimento 11, 17,18 . A maior preocupação com a asma é o risco associado ao procedimento e já existem recomendações para esta condição11,19. O tabagismo afeta profundamente a população celular encontrada no BAL 11,12. O maior efeito é o aumento do número de macrófagos, normalmente sendo dez vezes maior que nos pacientes não fumantes11,20. Os neutrófilos também podem aparecer em maior número. Portanto, muitas vezes, algumas mudanças atribuídas a doença podem ser na realidade devido ao cosumo de cigarros 11. A utilidade do BAL em diversas doenças é uma de suas maiores qualidades e apesar de por este mesmo motivo alterações poderem ocorrer, o procedimento não deve ser evitado e sim, notificações devem ser feitas sobre as condições subjacentes para que os efeitos possam ser levados em consideração no momento do diagnóstico11. 2 Realização do Procedimento Os pacientes são pré-medicados e, após anestesia local, um broncoscópio de fibra óptica é colocado transnasalmente ou oralmente1,21. Para evitar a contaminação com sangue, o estudo do BAL deve ser realizado antes de qualquer procedimento concomitante, como por exemplo, uma biópsia ou escovado bronquial e se o paciente apresentar bronquite macroscopicamente purulenta, a conduta deve ser adiada até o tratamento com antibióticos, pois as células inflamatórias podem obscurecer os achados em nível alveolar1. A técnica de BAL induz um afluxo de neutrófilos nos alvéolos. Por causa disso, qualquer repetição do procedimento deve esperar uma semana, enquanto o efeito do lavado se resolve. O pulmão contralateral não é afetado1. Para uma recuperação ideal do fluido, o broncoscópio deve selar o brônquico. Salina fisiológica estéril (preferencialmente aquecida à temperatura corporal) deve ser instilada, por volta de 100-300mL, em alíquotas de 20mL. Cada instilação é seguida de uma leve aspiração com uma seringa ou sistema de sucção e não deve ser traumática e visualmente acompanhada. A recuperação é normalmente de 40-70% do volume instilado1. Pressão de Sucção Normalmente ocorre colapso da via área se a pressão for muito alta11,22. É recomendado que a pressão de sucção seja mantida a menos que 100mmHg para evitar este efeito 11. Manuseio do Fluido Aspirado O fluido aspirado pode conter material mucoso e o manuseio deste material pode afetar o resultado do BAL11. Alguns grupos filtram o fluido através de gaze para remover este material mucoso 11,23. Contudo, a gaze pode afetar a esterilidade da amostra e a população celular. Os macrófagos recuperados do BAL podem ser bastante aderentes ao vidro e outras superfícies similares e sua aderência pode estar alterada em diversas condições, incluindo tabagismo 11,24. No momento do procedimento, o fluido deve ser acondicionado em frascos tampados de silicone ou similar. A centrifugação para concentrar proteínas e células pode levar a perda das mesmas. Lavagem das células também pode mudar a contagem diferencial consideravelmente11,25. A recomendação é evitar a filtragem com gaze e se utilizada, deve ser especificada. A contagem deve ser feita em amostras não filtradas, não lavadas e não concentradas. Se métodos de concentração são utilizados, este deve ser indicado11. Volume Instilado O volume instilado durante o BAL afeta o resultado. Isto foi demonstrado tanto para células quanto para proteínas nas amostras11,26,27,28. A maior diferença parece ocorrer nos primeiros 100mL 3 instilados. Rennard et al 29, analisou mais profundamente a primeira alíquota recuperada. O resultado da primeira alíquota de 20mL foi comparada com o resultante recuperado 11,29. Foi observado que nestas amostras, havia mais células epiteliais e proteínas como lactoferrinas e foi então sugerido que estes primeiros 20mL seria uma amostra de lavado bronquial11,29,30. A maioria dos médicos concorda que devem ser instilados pelo menos 100mL e este volume está de acordo a maioria das recomendações11. Número de Alíquotas Alguns grupos recomendam um número específico de alíquotas a serem recuperadas durante o BAL . Contudo, este número é normalmente baseado no tamanho da seringa disponível para o procedimento. Podem ser utilizadas seis alíquotas de 20mL ou duas de 60mL. Há poucas evidências que apoiam uma ou outra quantidade11. 11,12 Área Lavada Mais importante que a posição em que o paciente se encontra, é área a ser lavada. Anteriormente, era preferível que a lavagem se desse nos lobos inferiores, resultando em menores proporções de retorno e portanto, maiores volumes eram instilados11,31. O procedimento normalmente é realizado no lobo médio ou na língula3,11. A maioria dos médicos utilizada esta área para pacientes com doenças difusas11. Para a maioria dos pacientes com sarcoidose, a lavagem em uma área pode prover tanta informação como se lavado em outra área5,11. Por outro lado, diferenças significativas podem ser vistas entre diferentes lobos em casos de fibrose pulmonar idiopática (IPF) em sarcoidose avançada11, 24. A área em que foi realizada o BAL deve ser especificada11. Armazenamento do Fluido O armazenamento das amostras de BAL é crucial para a subsequente mensuração de certos marcadores. As células armazenadas a 4ºC podem ser analisadas em até 24 horas após o procedimento sem mudanças significativas na contagem diferencial11,32. Algumas proteínas podem ser sensíveis à temperatura e precisam ser condicionadas em -80ºC11. Análise Celular Em muitos casos, a informação mais importante obtida pela análise do BAL é a população de células inflamatórias, como nos casos de doenças intersticiais e em infecções 11,33,34. Esta população pode ser utilizada para diferenciar diversas doenças intersticiais11, 35,36, ainda que haja limitações para este uso11,37 . Há diversos fatores que influenciam a população celular na amostra do BAL. Isto ocorre porque diversos métodos podem ser aplicados para contagem das células e podem, portanto, levar a diversos 4 resultados11. A tabela abaixo resume os principais passos na preparação da amostra para a contagem diferencial11. Tabela 1 - Passos no processamento do fluido recuperado no BAL (Baughman, 2007) 11. Passo Processo Padrão Outros processos Preparo das células para a contagem diferencial Citocentrifugação Filtro Milipore Coloração Wright-Giemsa Mary-Grunwald-Giemsa/ Papanicolaou Número de células 200 100-500 Leitores da lâmina Laboratório Clínico Laboratório de pesquisa Medição das subpopulações de linfócitos Citometria de Fluxo Imunoistoquímica Preparação de Células para Leitura O método mais comum utilizado é a preparação de lâminas por centrifugação. A citocentrifuga pode concentrar as células sem danificá-las. Esse processo aumenta a sensitividade para detectar agentes infecciosos em mais de 30 vezes11,38,39. Para amostras diluídas, possui a vantagem de ser um método rápido e fácil de concentrar as células em uma lâmina11. Há diversas condições que a centrifugação pode mudar a contagem diferencial. Em uma série de estudos, De Brauwer 40 e colegas demonstram que a velocidade e duração da centrifugação podem afetar os resultados11,40. Outros pesquisadores, contudo, discordam e acreditam que apesar de haver mudanças, estas não chegam a ser clinicamente relevantes11,25,41. Outros métodos para preparação de células também pode levar a diferenças na contagem. O uso de filtro Milipore (Milipore, Billerica, MA) para a preparação de lâminas tem sido utilizados11,42,43. A técnica do filtro identifica um grande número de linfócitos, que podem ser deixados de fora quando a técnica de citocentrifugação é utilizada11, 34. A técnica de filtro Milipore consome tempo e não é amplamente usado. Outro método é o esfregaço direto à lâmina, semelhante aquele feito com sangue periférico 11, 44,45. Contudo, estas amostras são menos concentradas e são menos propicias para se encontrar condições como malignidade ou pneumocistite11,46,47. Coloração Muitas colorações são utilizadas para analisar as células do BAL. A mais utilizada é a de Papanicolaou e detecta muito bem malignidade e infecções, contudo, não é a mais indicada para diferenciação das células inflamatórias, portanto a coloração de Wright-Giemsa e suas variantes têm sido utilizadas11, 48. 5 Número de Células Em muitas situações, quanto mais células forem contadas, melhor a amostra refletirá a população celular. Em um estudo comparando contagem diferencial, De Brauwer e colaboradores determinaram uma média entre 300 e 500 células para uma boa representação do número de células nucleadas na amostra de BAL11, 49. Para células menos comuns, como mastócitos, a contagem de um grande número pode ser necessária11, 50. Leitura das Lâminas Talvez o passo mais importante do diagnóstico seja a leitura da lâmina 11,51. Autores têm notado que pode haver uma significante diferença clínica na contagem diferencial pela simples releitura das lâminas11, 52. Há certa dificuldade em diferenciar macrófagos e linfócitos11, 53. Quantificação dos Subtipos de Linfócitos Marcadores imunológicos são utilizados para quantificar subpopulações de linfócitos T. Essas informações são utilizadas para separar sarcoidose de outras doenças intersticiais 11, 54,55. A quantificação da população de linfócitos baseia-se em anticorpos monoclonais. A detecção destes anticorpos é normalmente feita através de marcadores imunofluorescentes e citometria de fluxo 8,11. Em adição à quantificação da taxa CD4:CD8, outros imunomarcadores são utilizados para identificar outras células nas amostras de BAL. Marcadores de CD1 coram células de Langerhans 11, 56,57. Células malignas de leucemia ou linfoma também podem ser detectadas por imunoistoquímica59,60. Classificação das Alveolites Em 1974, o primeiro artigo detalhando a técnica de BAL lidava com pacientes “normais” que passaram por FOB para a avaliação de “lesões intratorácicas” 3,61. Mais tarde, em 1983, pacientes saudáveis foram inclusos em um estudo de Van den Bosch e colegas, e desde então muitos grupos investigam BAL em pacientes saudáveis para que haja uma padronização dos valores encontrados. Aspectos como tamanho da amostragem, idade, atopia e hábitos tabagistas são discutidos e revistos por Balbi 62 e colaboradores61,62. Em estudo recente61, os valores encontrados não diferiram significantemente dos estudos de Van den Bosch, principalmente em relação à contagem diferencial de leucócitos. Os valores encontrados também são similares a aqueles preconizados pelo BAL Cooperative Group Steering Committee15,61, . Portanto, podemos utilizar dos seguintes valores como referência, em indivíduos hígidos e não tabagistas15: 6 Tabela 2 - Contagem Diferencial em BAL de indivíduos normais (* em relação ao número total de células, excluindo as epiteliais)15 Células Macrófagos Linfócitos Polimorfonucleares Eosinófilos Mastócitos Valores de Referência * 80-90% 5-15% 1-3% <1% <1% Figura 1- Alveolite Eosinofilica. Setas = Eosinófilos. Cabeça de Seta = Linfócitos. Sustenido = Neutrófilos. Acervo Pessoal Figura 2 - Alveolite Linfocítica. Cabeça de Seta = Linfócitos. Acervo Pessoal. 7 Figura 3 - Alveolite Mista (Linfocítica e Eosinofílica). Seta: Eosinófilo. Cabeça da Seta: Linfócito. Acervo Pessoal. Figura 4 - Alveolite Mista (Neutrofílica e Eosinofílica). Seta: Eosinófilo. Sustenido: Neutrófilo. Acervo Pessoal. Figura 5 - Alveolite Netrofílica. Sustenido = Neutrófilos. Acervo Pessoal. 8 Figura 6 - Alveolite Mista (Linfócita e Neutrofílica). Cabeça de Seta = Linfócito. Sustenido = Neutrófilo. Acervo Pessoal. Figura 7 - Macrófagos com coloração castanho-dourada marcados com a estrela. Acervo Pessoal. Figura 8 - Macrófagos Xantomatosos nas Setas. Acervo Pessoal. Mudanças no padrão celular dos fluidos de BAL têm sido descritas em diversas ILD. Só a alteração deste padrão não é suficiente para o diagnóstico em si, devendo ser analisada em um contexto diagnóstico. Além disso, não se deve limitar o estudo do BAL apenas a contagem diferencial, mas também se deve atentar as características morfológica das células observadas e a partículas presentes 213. 9 Utilidade Clínica Diagnóstico Diferencial O BAL é indicado em qualquer paciente com mudanças pulmonares intersticiais ou infiltração pneumônica quando a etiologia for incerta. Esta indicação continua válida mesmo quando o histórico, sintomas, achados clínicos, raio-X e testes de função pulmonar sugerem que a etiologia é imunológica, infectante ou maligna. Um exame de raio-X normal não exclui doença intersticial e os outros aspectos podem indicar o uso do BAL. Se o raio-X mostrar linfoma bihilar e/ou mediastinal como parênquima normal, como por exemplo, é visto na sarcoidose no estágio 1, novamente, o BAL é indicado 1. É geralmente de nenhuma ajuda no diagnóstico de carcinoma bronquial, porque tumores periféricos podem ser perdidos e outros métodos mais confiáveis estão disponíveis quando os tumores são centrais. Contudo, em metástases pulmonares, em carcinoma difuso invasivo broncoalveolar e em linfoma ou envolvimento pulmonar na leucemia, o estudo do BAL é uma importante ferramenta. O BAL pode ser um instrumento de diagnóstico definitivo quando o pulmão está comprometido pela doença primária, por uma infecção oportunista, por hemorragia alveolar ou por alveolite induzida por drogas 1. Finalmente, o BAL pode incidentalmente diagnosticar uma doença ocupacional, o que pode ser de especial importância se o trabalhador estiver em um processo trabalhista 1. Estimativa da atividade da doença O BAL também fornece alguma medida da atividade da doença intersticial e estes achados podem, algumas vezes, até indicar um direcionamento terapêutico. Mesmo que os achados do BAL tenham valor no diagnóstico diferencial, contudo, seu valor prognóstico ainda não está estabelecido e qualquer conduta terapêutica não deve ser baseada somente nele. Outros parâmetros, tais como informações clínicas, testes de função pulmonar e padrões encontrados nos exames de raio-X ainda são mais importantes no direcionamento do tratamento1. Comparação com outros diagnósticos invasivos O BAL e a biópsia transbrônquica são exames complementares. Quando ambos são utilizados, a acurácia diagnóstica aumenta. Se a biópsia não apresentar nenhum risco extra, deverá ser realizada como confirmação dos resultados obtidos através do estudo do BAL. O BAL tem vantagem sobre a biópsia pois, mostra todo o padrão de uma área pulmonar (isto incluí no mínimo dez milhões de alvéolos, fornecendo uma idéia geral das condições do pulmão. Ainda, o BAL é menos invasivo e mais custo-efetivo. Não há mortalidade relatada e em contraste com os procedimentos de biópsia, o BAL pode ser realizado em pacientes ventilados e aqueles com problemas de coagulação sem apresentar risco extra 1. Riscos e Complicações Os riscos associados ao BAL são aqueles inerentes a todos os procedimentos realizados com o broncoscópio flexível e são eles: broncoespasmo, laringoespamo, arritmia cardíaca e convulsões – que 10 podem ser decorrentes da aplicação incorreta da anestesia. Pela sociedade alemã de Pneumologia, os pacientes com maior risco de complicações desse procedimento são 1: Infiltração extensiva (mais de 50% da área total do pulmão) Saturação de oxigênio inferior a 90%; Volume Respiratório Forçado (FEV1) menor que 60% do normal ou abaixo de 11; Tempo de tromboplastina menor que 30% do normal; Plaquetas com contagem menos que 20.000 µL; Eletrocardiograma (ECG) indicativo de doença cardíaca; Intolerância a alguma pré-medicação; Enfisema importante. Algumas complicações já foram observadas no seguimento do BAL1: De etiologia obscura, sendo provavelmente um fenômeno de reabsorção, febre pode ocorrer e está correlacionada com o volume do líquido instilado, febre pode ocorrer em 2,5% dos pacientes quando este é menor que 100 mL e em 10-30% em volumes maiores. Ela se resolve dentro de 24 horas sem nenhuma intervenção; Escurecimento segmentar transiente, que pode ser incorretamente diagnosticado como pneumonia, mas de rápida resolução; Em geral, a administração de oxigênio, oximetria de pulso e medição da pressão sanguínea, devem ser procedimentos de rotina1. Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas As ILDs englobam um grande grupo de patologias que são normalmente caracterizadas por infiltração do parênquima pulmonar, um componente de inflamação alveolar e intersticial, interrupção da arquitetura e função do parênquima pulmonar distal. Entretanto, a inflamação pode não desempenhar um papel proeminente em algumas desordens, a função pulmonar pode não estar significantemente comprometida e a arquitetura pode estar preservada. As duas formais mais comuns de ILD são a sarcoidose e IPF63. Classificação das ILDs Desde que a ILD foi primeiramente reconhecida como uma entidade clínica no século 19 quando necropsias revelaram cicatrizes pulmonares severas e difusas em indivíduos que sofriam de dispneia e de parada respiratória, o entendimento destas doenças lentamente se desenvolveu, especialmente nas duas décadas passadas, ao ponto de mais de 100 entidades poderem ser distinguidas com base na apresentação clínica combinada com os achados radiológicos e a histopatologia. Investigações epidemiológicas recentes sugerem que a incidência de ILD é similar ao câncer de cólon, se não maior 63,64 . Por causa das muitas semelhanças clínicas e radiológicas entre as formas de ILD, o clínico deve procurar por evidências no histórico e no exame físico do paciente e combiná-las com testes invasivos e não invasivos para alcançar diagnóstico e plano de tratamento acurados 15, 63,. BAL pode fornecer importantes informações diagnósticas, particularmente se combinada com as informações clínicas e tomografia computadorizada de alta resolução (HRCT) do tórax 63. 11 As ILDs foram classificadas e colocadas em diversas categorias com base nas características que diversas dessas patologias possuem em comum. São classificadas por causa (relacionada a drogas, exposição ambiental/ocupacional) e achados histopatológicos específicos (formação de granuloma, infiltração eosinofílica proeminente ou hemorragia)63. Uma ferramenta diagnóstica chave que tem grande valor é a heterogeneidade que existe entre as HRCT10,63,66,67,68. Patologias que possuem apresentação clínica e radiografia de tórax similares podem apresentar diferenças, e muitas delas características na HRCT. Contudo, nenhuma dessas técnicas deve ser considerada de forma isolada para o diagnóstico correto 63. Tabela 3 - Doenças Intersticiais Pulmonares ( modificada)63. DOENÇAS GRANULOMATOSAS Sarcoidose Pneumonia de Hipersensibilidade (HP) Doenças Pulmonares Ocupacionais (Doença Crônica Causada por Contaminação por Berílio) Granulomatose de Wegener PNEUMONIA IDIOPÁTICA INTERSTICIAL Fibrose Pulmonar Intersticial (IPF) Pneumonia Intersticial Não Específica (NSIP) Pneumonia Criptogênica de Organização (COP) Pneumonia Intersticial Descamativa (DIP) Bronquiolite Respiratória com Doença Intersticial Pulmonar (RBILD) Pneumonia Intersticial Aguda (AIP) Doenças Tabaco-relacionadas DOENÇA RELACIONADA AO TECIDO CONECTIVO Escleroderma Dermatomiose Artrite Reumatóide (RA) Lúpus Sistêmico Eritematoso (SLE) Síndrome de Sjögren Espondilite Anquilosante OCUPACIONAL/AMBIENTAL/INALAÇÃO Asbestose Silicose Pneumonia de Hipersensibilidade (Aguda ou Crônica) Pneumonite de Células Gigantes FIBROSE/PNEUMONITE IATROGÊNICA Hipersensibilidade a drogas Fibrose/pneumonite por radiação PNEUMONIAS EOSINOFÍLICAS Pneumonia Eosinofílica Idiopática (EP: aguda ou crônica) Síndrome de Churg-Strauss DOENÇAS PRIMÁRIAS DIVERSAS Histiocitose Pulmonar de Células de Langerhans (PLCH) Proteinose Alveolar Pulmonar (PAP) Linfoangioleiomiomatose (LAM) Aspiração Crônica Amiloidose Pneumonia Lipóide Malignidade Pulmonar 12 SÍNDROMES ALVEOLARES HEMORRÁGICAS Vasculite Síndrome de Goodpasture Hemossiderose Idiopática Pulmonar Glomerulonefrite DOENÇAS HEREDITÁRIAS Fibrose Idiopática Familiar Sarcoidose Familiar Síndrome de Germansky-Pudlak Esclerose Neurofibromatosa/Tuberosa Doenças Metabólicas Correlação com BAL Quando realizada com a técnica padronizada, examinada por um observador experiente e combinada com informações clínicas e radiográficas, a contagem diferencial do BAL e outras características podem fornecer importantes informações que podem contribuir substancialmente para o diagnóstico de uma ILD específica13,33,69-,75. No contexto clínico correto, algumas características macroscópicas e alguns achados celulares são altamente sugestivos ou até mesmo virtualmente diagnósticos de algumas entidades ILD, contudo estas observações devem ser interpretadas no contexto clínico do paciente como um todo, incluindo as alterações radiológicas encontradas, e deve se levar em consideração que alguns exames de imagem, incluindo HRCT, podem não demonstrar anormalidade em certas formas de ILD (como no caso de HP). Se o BAL for feito em um paciente sintomático cuja radiografia não é particularmente suspeita de ILD, mas o perfil celular sugerir uma alveolite, uma investigação adicional deve ser feita, como uma biópsia pulmonar69. Tabela 4 - Achados no BAL uteis no diagnóstico de ILD69. Achados no BAL Eosinófilos ≥ 25% Linfócitos ≥ 25% Neutrófilos ≥ 50 % Fluido sanguinolento Score de hemossiderina alto Células CD1 > 4% Fluido leitoso PAS + com debris amorfos Linfócitos monotípicos Células Malignas Células Epiteliais Escamosas > 5% Células Epiteliais Bronquiais > 5% Diagnóstico Sugerido Pneumonia Eosinofílica Sarcoidose, HP, NSIP celular, reação a drogas, CBD, LIP, desordens linfoproliferativas AIP, Dano Alveolar Difuso (DAD), infecção pulmonar, Exacerbação Aguda de Fibrose Pulmonar Intersticial (AEIPF) Hemorragia Difusa Alveolar (DAH), hemorragia pulmonar DAH, DAD Histiocitose de células de Langerhans Proteinose Alveolar Pulmonar Malignidade Pulmonar Linfomatosa Malignidade Pulmonar Contaminação de vias áreas superiores Pode ser inviável para análise 13 Tabela 5 Características das Pneumonias Intersticiais Idiopáticas (AM = macrófagos alveolares) 63. Entidade Clínica Diagnóstica Fibrose Idiopática Pulmonar Pneumonia Intersticial Não Específica Pneumonia de Organização Criptogênica Pneumonia Intersticial Descamativa Pneumonia Intersticial Aguda Padrão Histopatológico Características Clinínicas Relevantes Achados Típicos na HRCT Achados Histopatológicas Relevantes Padrão no BAL Prognóstico Heterogeneidade, áreas normais, fibrose predominante, focos de fibroblastos, faveolamento, distorção arquitetural ↑Neutrófilos ↑Eosinófilos Média de Sobrevivência ≈ 3 anos Pneumonia Intersticial Usual (UIP) Quadro gradual de dispneia, pacientes mais velhos, ± tosse Fibrose subpleural e bibasilar, linhas reticulares, faveolamento, broncoectasia, pouca ou nenhuma GGO NSIP Dispneia gradual, pacientes mais jovens, tosse, fadiga, perda de peso Distribuição subpleural e bibasilar, GGO predominante Expansão septal alveolar homogênea por inflamação e/ou fibrose ↑Neutrófilos ↑ Linfócitos Médio ↑Neutrófilos ↑ Linfócitos ±↑ Eosinófilos Bom Pneumonia de Organização Apresentação subaguda, tosse, dispneia, febre baixa, fadiga Infiltrado periférico e desigual, consolidação subpleural e/ou GGO Agregados de bolsas de ar (fibroblastos frouxos em vias áreas terminais e alvéolos), infiltrado intersticial (linfócitos, plasmócitos), arquitetura intacta DIP Tabagistas, apresentação subaguda/crônica, mais jovens, podem ter CRX normal GGO predominante na base do pulmão, mínimo faveolamento ou linhas reticulares Homogeneidade, fibrose média, ↑ AM pigmentados dentro de espaços aéreos distais ↑↑ AM (números totais) GGO difusa e/ou consolidação simétrica predominantemente em zonas mais inferiores Mudanças homogêneas, DAD, ± membranas hialinas, extensiva proliferação de fibroblastos em fase organizativa ↑↑Neutrófilos DAD Apresentação aguda de dispneia, consolidação difusa no raio-X Médio a Bom A maioria não sobrevive, mas pode haver recuperação 14 Fibrose Intersticial Difusa A IPF é uma ILD crônica, fibrosante e progressiva, caracterizada por um prognóstico ruim e nenhum tratamento efetivamente provado76-80. Histologicamente, é caracterizada pelo padrão da UIP. A taxa de sobrevivência de cindo anos é por volta de 20% a 40% 76,. Até o presente momento, as ferramentas disponíveis para predizer o prognóstico têm sido imprecisas76-77,79,81-84 e têm implicações complexas na tomada de decisões como a introdução de terapias relativamente tóxicas e o tempo de referência para um transplante pulmonar76. A prevalência e a incidência acuradas da IPF são difíceis de determinar, já que a maioria dos estudos não é conduzida utilizando-se de critérios diagnósticos uniformes. Um estudo estimou que a prevalência idade e sexo nos Estados Unidos seja de 27.9 a 63/100.000 pessoas, com uma incidência de 8.8 a 17.4/100.00085,86. A prevalência mundial está aumentando, segundo dados85, 87. Não há diferença significativa epidemiológica em raça, grupo étnico ou ambiente social. Entretanto, a incidência de IPF é geralmente maior entre homens, o que está associado a pior prognóstico 85,88. Sintomas de IPF normalmente ocorrem entre os 50 e 70 anos (média de 66 anos) 85. Estudos realizados antes da reclassificação das pneumonias idiopáticas intersticiais demonstraram altos índices de neutrofilia e eosinofilia predizendo uma subsequente deterioração da função pulmonar, enquanto a alveolite linfocítica foi associada a uma biópsia mais celular, menos faveolamento na radiografia e uma resposta maior à terapia imunossupressora 76,89-93 . Desde a reclassificação das pneumonias idiopáticas intersticiais, foi sugerido 76,94 que a classificação errada (em particular, a inclusão de pacientes com pneumonia intersticial idiopática não específica entre os casos de IPF pode ter sido incluída nesses achados76. Etiologia Apesar das extensivas investigações, a etiologia da IPF continua enigmática. Foi sugerida a participação de infecções virais, especialmente pelo vírus Epstein-Barr, vírus do herpes humano, citomegalovírus, vírus da hepatite C85, 95,96. Contudo, os achados são inespecíficos e a infecção viral pode ser ligada ao uso de corticosteroides. Exposição ambiental a metal e poeiras orgânicas e microaspiração crônica, como refluxo gastresofágico, também têm sido associadas ao desenvolvimento da IPF 85,97,98. O tabagismo também aumenta a probabilidade de desenvolvimento da doença 85,99. Apesar dos esforços nas pesquisas, ainda é desconhecido o fator inicial que desencadeia a IPF85. Apesar de sua patogênese continuar obscura, muitas evidências sugerem que a apoptose de células epiteliais pode ser a força precoce da progressão da doença. Fatores genéticos, tais como encurtamento de telômero e outras mutações, tabagismo, estresse oxidativo e hipóxia podem aumentar a suscetibilidade de apoptose das células epiteliais. É possível que estes fatores de risco possam estar presentes nos pacientes antes da perda da integridade da membrana basal, seguindo-se uma via de cicatrização anormal. Os focos de fibroblastos são formados por proliferação de fibroblastos/miofibroblastos e sua resistência a apoptose. Durante o desenvolvimento da doença, ocorre acumulo de matriz extracelular (ECM) e angiogênese, resultando em um remodelamento do pulmão na IPF, um processo irreversível. Claramente, adquirir conhecimento dos mecanismos bioquímicos e moleculares, especialmente os indutores da doença, é essencial para o desenvolvimento de novas terapias85. 15 Diagnóstico Alguns sintomas clínicos comuns são dispneia crônica progressiva e tosse não produtiva. Um estudo encontrou que 8.8% dos pacientes que tiverem biópsia cirúrgica apresentam anticorpo antinuclear e uma leve elevação em outros anticorpos85,100 tais como o fator reumatoide, também foram observados85,101. É necessário que outras possibilidades diagnósticas sejam identificadas, como ocorre nos casos de doenças de tecido conectivo, principalmente quando o título de autoanticorpos é muito alto. As características típicas radiográficas da IPF são um padrão desigual de opacidade periférica, subpleural e predominantemente do lobo bibasilar, assim como a presença de faveolamento subpleural, broncoectasia de tração e septo interlobular espessado 85,102. Vidro fosco normalmente infiltra áreas escassas da imagem, que é menos extensiva que nas anormalidades reticulares. Opacidade em vidro fosco implica em diagnóstico alternativo de outras Pneumonias Intersticiais Idiopáticas (IIPs) como pneumonia intersticial descamativa ou bronquiolite respiratória associada com ILD 85,102. IPF é associada com a aparição de padrões histopatológicos de UIP. A marca da UIP é uma heterogeneidade geográfica e temporal, e a presença de foco fibroblástico, com combinação de faveolamento subpleural e mudanças normalmente localizadas no parênquima peribronquiolar 85,103. Inflamação intersticial é usualmente mínima ou ausente85,101,103. A necessidade de uma abordagem clínica, radiológica e patológica integrada é enfatizada para um diagnóstico acurado de IPF, e na ausência de biópsia pulmonar cirúrgica, o diagnóstico é aproximado, mas não garantido85,104. O LBA é útil e necessário muitas vezes para exclusão de outras doenças em pacientes sem a biópsia. Em estudo recente, foi confirmado o aumento de neutrófilos na amostra e a porcentagem foi independentemente associada com a mortalidade precoce entre pessoas com IPF, e também recomenda o LBA no diagnóstico inicial da doença76,85. IPF E BAL No diagnóstico de IPF, o padrão de células inflamatórias identificado no BAL pode ser útil no diagnóstico diferencial com pneumonias intersticiais fibrosantes, mas não no diagnóstico em si 105,106. Portanto, as guias mais recentes não recomendam o uso do BAL para o diagnóstico rotineiro de IPF105,107,108. Entretanto, estudos recentes demonstraram que a incorporação da técnica de BAL ao diagnóstico rotineiro auxilia em pacientes com um diagnóstico confiável na tomografia computadorizada (CT)105,109. Além do mais, a contagem diferencial tem valor prognóstico em pacientes com IPF 76,105,110 . O BAL também se mostra uma ferramenta de grande valor na pesquisa, fornecendo informações sobre células imunes que se acumulam nos alvéolos e seus produtos não celulares. Este aspecto continua sendo útil para explorar a patogênese desta doença e no seu futuro uso na clínica 105. O estudo de Ohshimo e colaboradores109 demonstrou a importância do BAL como método auxiliar. Neste estudo, de acordo com anteriores109,111,112, a ausência de linfócitos foi um fator importante. Foi observado que há valor discriminador entre IPF e não-IPF, com um cut-off de 30% de linfocitose no BAL. Demais estudos também salientarem que a granulocitose ou neutrofilia é um importante fator prognóstico76,105,113 . 16 Sarcoidose A sarcoidose é uma doença granulomatosa multisistêmica de causa desconhecida que afeta primariamente os pulmões e o sistema linfático 114,115,116. Foi primeiramente descrita em 1877 por Jonathan Hutchinson que descreveu um paciente com lesões arroxeadas na pele, mas foi Caesar Boeck quem cunhou o termo sarcoíde quando descreveu a aparência histológica das lesões de pele, que lembravam sarcoma 117,118. Etiologia A sarcoidose pulmonar é a doença pulmonar intersticial mais comum no ocidente 114,119-122. A doença é caracterizada por uma resposta imune exagerada de células TH1 a um agente desconhecido, levando ao acúmulo de macrófagos e, em particular, de linfócitos T CD4 nos tecidos dos órgãos afetados e, por fim, a formação de granulomas não caseosos114,115. A apresentação de antígenos no contexto maior do complexo de histocompatibilidade II leva a ativação de células TH1 e a subsequente produção de várias citosinas e quimiosinas, tais como interferonγ, TNF-α, interleucina (IL)-2, IL-12, entre outros117,123. A resposta imune por fim leva a produção do granuloma, que consiste em um núcleo central de células mononucleares rodeadas por células CD4+ e um pequeno número de CD8+ e células B117,123. A sarcoidose também é conhecida por seu paradoxo imune, que consiste em uma intensa resposta imune nos órgãos envolvidos e uma concomitante anergia periférica, que se manifesta como uma falta de resposta a um teste cutâneo com o antígeno e relativa linfopenia no sangue periférico. A causa exata desta anergia é ainda desconhecida 117,123. A disparidade na prevalência e na variabilidade do envolvimento dos órgãos entre grupos étnicos e o agrupamento familiar da sarcoidose117,124 apoia fortemente uma base genética para a sarcoidose. Alguns estudos grandes, envolvendo genoma, já identificaram associação em potencial com loci genéticos específicos com a sarcoidose117,125-127 e outros já associaram diversos marcadores antigênicos de leucócitos humanos e polimorfismos específicos com o risco, andamento da doença e envolvimento de órgãos na sarcoidose, assim indicando que ela é uma doença multigênica 117. Diagnóstico O diagnóstico de sarcoidose é estabelecido por evidência histológica da presença de granulomas não caseosos após a exclusão de outras doenças granulomatosas capazes de produzir um quadro histológico e clínico semelhante. O diagnóstico sempre requer uma biópsia de tecido, exceto pelos pacientes com manifestações típicas da Síndrome de Löfgren, uma forma aguda da doença (febre, eritema nodoso, artralgia e linfoadenopatia hilar bilateral114,115. Muitas vezes a patologia pode ser assintomática, sendo detectada acidentalmente enquanto a doença progride de maneira lenta117. O diagnóstico diferencial é bastante extenso, incluindo, por exemplo, tuberculose, exposição a agentes orgânicos e inorgânicos, malignidade e outras doenças autoimunes114,128. O diagnóstico de sarcoidose pulmonar usualmente é tardio: quase metade dos casos é diagnosticado seis meses após a primeira visita ao médico e também quase metade dos pacientes necessita consultar pelo menos quatro médicos até o diagnóstico definitivo 114. 17 Sarcoidose e BAL Estudos envolvendo o BAL resultaram em grandes avanços na compreensão da patogênese de muitas doenças pulmonares, incluindo a sarcoidose, também tendo potencial para assessorar a atividade destas doenças, prognóstico e terapia a ser tomada129. O exame do lavado broncoalveolar também se tornou uma importante ferramenta diagnóstica, pois a sarcoidose pulmonar normalmente envolve alveolite linfocítica (>10%) e uma elevada taxa CD4/CD8 de linfócitos. Contudo, este achado ainda apresenta deficiências quanto a sensibilidade e especificidade114,129-131. Segundo observações de Drent e colaboradores129, um aumento na contagem de neutrófilos no BAL obtido de pacientes com sarcoidose aparenta estar relacionado com uma forma mais avançada da doença. Este resultado enfatiza a participação dos neutrófilos e não de linfócitos no estudo da progressão do progresso inflamatório à fibrose pulmonar129. Pneumonia de Hipersensibilidade Pneumonia de Hipersensibilidade (HP), também conhecida como alveolite alérgica extrínseca, é uma síndrome causada por uma resposta imune exagerada à inalação de uma variedade de partículas encontradas no ambiente132,133. O desenvolvimento da doença e sua apresentação clínica são influenciados por diversos fatores, tais como a natureza e quantidade do antígeno inalado; a intensidade e a frequência da exposição; a resposta imune do paciente, que é mais provavelmente determinada pela genética. A suscetibilidade genética pode explicar porque um indivíduo desenvolve a doença e o outro não 132,133. O termo, Pulmão de Fazendeiro, cunhado por Pepys e colegas é o protótipo da HP132,134. Em 1962, foram os primeiros a associarem a HP com o desenvolvimento de precipitados séricos a extratos de feno e mofo132,134. Desde então, muitos agentes foram identificados como potenciais causadores e este número não para de aumentar. Os antígenos podem ser fungos, bactérias, protozoários e proteínas animais (grande parte de pássaros) ou compostos químicos de baixo peso molecular. A HP potencialmente pode aparecer em qualquer ambiente de trabalho ou em lares onde pássaros são mantidos ou bactérias e fungos estão crescendo. Além do mais, o uso de algumas drogas pode causar uma variante da HP, sem inalação132. Patogênese A patogênese da HP é complexa e muitos dos mecanismos envolvidos ainda são pobremente compreendidos. Partículas com diâmetro aerodinâmico menores que 5mm podem atingir a periferia pulmonar e são capazes de induzir HP. A maioria dos antígenos tem origem na casa ou no ambiente de trabalho do paciente. Muitas reações imunes parecem estar envolvidas. Observações precoces, especialmente a presença de precipitinas circulantes, suportam o conceito que a doença é mediada pela deposição de complexos antígeno/anticorpo dentro das paredes alveolares, que é compatível com uma reação humoral, mediada por complexo imune (hipersensibilidade tipo III)132,134. Contudo, alguns achados não estão consistentes com essa hipótese. Há evidências que também levam a acreditar numa resposta imune mediada por células (hipersensibilidade tipo IV), tais como a 18 presença de infiltrado linfocítico e granuloma nos cortes histológicos e na linfocitose, além de ativação de linfócitos no LBA132, 135. Apesar de diversos estudos terem ajudado a compreender os mecanismos envolvidos nesta patologia, é desconhecido o porquê da doença se desenvolver apenas em uma minoria de indivíduos expostos. Para explicar este fato, é postulado que, para a doença ocorrer, a presença de um fator indutor (inalação do antígeno) e um fator promotor são necessários. Um fator promotor intrínseco pode ser uma predisposição genética ligada a um complexo maior de histocompatibilidade. Diferenças em polimorfismos de TNF-α foram encontradas em alguns pacientes132,135,137. Mais recentemente, polimorfismos no transportador associado aos genes de processamento de antígenos (TAP) e proteossomas de baixo peso molecular do gene LMP7 mostraram-se envolvidos nesta suscetibilidade135, 138,139 , enquanto polimorfismos na região promotora de TIMP-3 poderiam proteger contra o desenvolvimento de HP135,140,141. Fatores promotores extrínsecos podem ser a inalação de inseticidas, exterminadores de erva daninha ou infecções virais massivas 135,142. Apesar do aparente progresso, ainda não há explicações concretas porque alguns pacientes mostram resolução da doença e alguns outros progridem para fibrose, mesmo sem se exporem mais ao agente. Patologia A resposta aguda que ocorre em poucos dias é uma pneumonite difusa não específica com infiltrado de células mononucleares e neutrófilos nos bronquíolos, alvéolos e interstício. Com exposição contínua ou intermitente, o estágio subagudo é caracterizado por infiltração linfocítica centrada nos bronquíolos. Dentro de algumas semanas, granulomas não caseosos de células epitelióides podem se formar e são vistos em 70% dos casos pela análise histopatológica, que inclui como características: ▪ Pneumonia intersticial celular; ▪ Bronquiolite; ▪ Inflamação granulomatosa. Esta tríade histológica é encontrada em mais de 75% dos pacientes com HP subaguda. Caracteristicamente, as regiões centrais do lóbulo secundário estão predominantemente envolvidas135,143. Com exposição em longo prazo, uma forma crônica da doença pode se instalar, com fibrose progressiva e bronquiolite obliterante. A fibrose pode se tornar extensiva com faveolamento, portanto, em estágios tardios da doença crônica, o padrão histopatológico pode ser similar aquele da UIP. Em geral, as mudanças histológicas podem não diferir dos padrões encontrados em outras doenças pulmonares fibróticas135, 144-149. Características Clínicas O espectro da apresentação clínica varia e é determinado pela frequência e duração da exposição ao antígeno. O termo alveolite subclínica foi cunhado para designar aqueles indivíduos que foram expostos ao antígeno, apresentam linfocitose no BAL, mas não apresentam evidências clínicas da doença (não há sintomas, as radiografias do tórax não mostram evidências e os testes pulmonares se mostram normais). Entretanto, estes indivíduos estão obviamente sensibilizados pelo antígeno 150,151. O intervalo entre a sensibilização pelo antígeno e o surgimento dos sintomas clínicos é desconhecido. Este aparece extremamente variável e pode se dar em alguns meses a muitos anos do inicio da exposição 150. 19 O diagnóstico pode ser dado por alguns critérios: exposição a antígeno conhecido, precipitação positiva de anticorpos contra os antígenos, episódios recorrentes dos sintomas, crepitações respiratórias ao exame físico, sintomas ocorrendo após 4-8h e perda de peso150,152. Exames como HRCT, lavado broncoalveolar e biópsia pulmonar também são realizados150. As características da CT da HP aguda e subaguda incluem atenuação em vidro fosco com opacidade nodular centrolobular pobremente definida e perfusão em mosaico 150,153,154-158, enquanto que em sua forma crônica, há distribuição broncovascular de fibrose, padrão reticular e aprisionamento de ar, que são padrões indistinguíveis daqueles da IPF e da NSIP 150,155-164. HP e BAL HP mostra, de longe, o maior aumento no BAL de linfócitos de todas as doenças intersticiais, normalmente com relativa predominância de células T CD8, resultando em uma baixa taxa CD4/CD8. O total de células normalmente é muito alto, normalmente mais de 20 milhões em um amostra de 100mL. A contagem de linfócitos normal é maior que 50% do total de células, contudo, pode ser menor nas formas crônicas fibróticas. Em adição, neutrófilos, eosinófilos e mastócitos podem estar ligeiramente aumentados132,135,165. Um achado mais específico é o aumento de plasmócitos. Este tipo celular é encontrado em uma baixa porcentagem de 18 de 30 pacientes com a doença do tratador de pássaros 132,166. Outros aspectos morfológicos incluem células T ativadas (núcleo dobrado, citoplasma amplo) e macrófagos xantomatosos132,167. Uma citologia normal no BAL provavelmente exclui as formas agudas e subagudas de alveolite extrínseca alérgica. Por outro lado, o BAL não permite diferenciar entre pacientes curados ou em sujeitos saudáveis que foram expostos ou sensibilizados 132 Episódios agudos de HP são associados com um aumento de neutrófilos nos pulmões, durante uma semana. Após esse período, o perfil celular do BAL volta ao seu aumento de linfócitos anteriormente encontrado. No seguimento, anormalidades persistentes no LBA podem indicar que a completa resolução da doença ainda não foi atingida132. Prognóstico e Progressão O prognóstico da HP varia grandemente dependendo do tipo e da duração da exposição ao antígeno, da dose inalada e a forma clínica da doença. Alguns pacientes podem sofrer uma progressão, mesmo que evite a exposição e esteja sendo tratado. Não há uma explicação satisfatória para isso ainda132. Em geral, HP aguda costuma ter um prognóstico favorável. Após ataques agudos, a completa remissão é observada. A média de sobrevivência de pacientes com HP e fibrose é de 7,1 anos, apresentando significância menor que aqueles sem fibrose. A idade, classe do antígeno, duração dos sintomas e função pulmonar não tiveram nenhum efeito sobre essa taxa. Apenas a presença de fibrose patológica aumenta a mortalidade132,168. 20 Bronquiolite Obliterante em Pneumonia de Organização (BOOP) Bronquiolite Obliterante em Pneumonia de Organização (BOOP) contabiliza 1,8% a 13% de todas as ILDs de acordo com diferentes estudos169-173. Ela afeta homens e mulheres da mesma forma, e é usualmente predominante durante a sexta década de vida169,174,175. . Diagnóstico Os pacientes tendem apresentar uma evolução lenta e semi-aguda, um perfil de tosse, febre, dispneia, crepitações e o raio-X de tórax mostra infiltrado alveolar uni ou bilateral169,176,177 e normalmente apresentam boa resposta a corticosteroides. O padrão radiológico mais frequente para CT torácica são áreas dispersas de consolidação (periférica, bilateral, com broncograma aéreo e algumas vezes, migratório)65,169. Apesar da biópsia pulmonar transbronquial (TBLB) não ser considerada custo-efetiva para a grande maioria das ILDs169,178 para COP foi determinada ser custo-efetiva em 74% dos casos169,179. TBLB vídeo-assistida é o padrão ouro de diagnóstico. Contudo, a frequência de realização real da técnica para o diagnóstico varia entre 7,5%169,180 e 30%169. Além disso, esta técnica possui diversas contraindicações e é associada com mortalidade e morbidade, que depende do estado funcional do paciente 169. Histologicamente, é definida pela presença de botões de tecido de granulação (corpos de Masson) nos alvéolos e nos ductos alveolares, inflamação das paredes alveolares com infiltrado crônico de células inflamatórias e preservação da arquitetura alveolar. As características histolopatológicas da COP são não específicas e podem ser encontradas em certo número de reações de reparo 181,182. LBA e BOOP Em muitos casos, o diagnóstico de BOOP é baseado em dados clínicos e radiológicos, especialmente em HRCT169,183 que alguns estudos mostram confiabilidade em torno de 79% 169,184. Quando associada com biópsia transbrônquica (TBB) e BAL, a sensibilidade do diagnóstico chega a 86% 169,170. O BAL pode ser usado em casos onde a apresentação clínica e radiológica sugerem a presença de COP, mas a TBB não é diagnóstico ou quando é impossível realizar uma biópsia de confirmação169. LBA é indicado para todos os casos em que a patologia é suspeita, e auxilia na exclusão de outros diagnósticos e determina a causa de uma pneumonia de organização secundária169. O padrão em pacientes com COP reportado tem se mostrado característico. A maioria dos autores concordam que há um grande aumento nos linfócitos181,185-187. Um aumento de neutrófilos em BAL foi descrito apenas em uma pequena parcela dos pacientes acometidos com uma forma de COP de progressão rápida181,188. Costabel e colaboradores181,186 foram os primeiros a mencionar que algumas características marcantes da COP: significantes contagens diferenciais com aumento de todos os tipos celulares, mais importantemente de linfócitos e mais moderadamente de neutrófilos, eosinófilos e mastócitos; a presença de macrófagos xantomatosos e ocasionalmente de plasmócitos; baixa na taxa CD4/CD8. Este grupo sugeriu que estes padrões podem ser de auxílio diagnóstico na distinção da COP e outras ILDs (como IPF, alveolite alérgica extrínseca, entre outras)181. 21 Colagenoses As doenças do tecido conectivo (CTD) compreendem um grupo de doenças sistêmicas autoimunes que afetam uma grande variedade de sistemas e órgãos. O envolvimento do pulmão é frequente e severo. Algumas dessas doenças são a artrite reumatoide (RA), lúpus sistêmico eritematoso (SLE), esclerose sistêmica (SSc), poliomiosite (PM), dermatomiose (DM) e síndrome de Sjögren (SS), onde o pulmão pode ser afetado primariamente ou devido a complicações de outros órgãos189. Patogenia O envolvimento de vasos pulmonares em CTDs inclui diferentes formas de hipertensão e hemorragias pulmonares resultantes da inflamação destes vasos189-191. Ambas as condições são associadas a um prognóstico ruim189. Quando o pulmão é afetado devido a dano em outros órgãos, a condição também pode levar a séria morbidade e mortalidade. Fraqueza em músculos esofágicos e faríngeos causada por miosite ou fibrose esofágica predispõe o paciente à pneumonia por aspiração. Fraqueza muscular severa em PM/DM pode causar hipoventilação, que pode levar frequentemente a uma complicada broncopneumonia189,192,193. Em adição, terapias imunossupressoras, que são padrão para tratamento das CTDs, podem aumentar o risco de infecções oportunistas ou levar a algum dano pulmonar iatrogênico. A grande gama de envolvimento pulmonar em pacientes com CTD requer acompanhamento diagnóstico cuidadoso por causa das diversas formas de envolvimento pulmonar, pode haver sobreposição de diagnósticos, devido às manifestações clínicas, radiológicas e danos funcionais semelhantes189. Colagenoses e BAL No momento, o papel do BAL no auxílio do estudo da progressão e consequência das CTD-ILD é controverso. Estudos mais detalhados, incluindo amostragens maiores e técnicas padronizadas de realização do BAL, são necessários para definir todo o potencial da técnica 189. Esclerose Sistêmica ILD é a complicação pulmonar mais frequente e a maior causa de morte em pacientes com SSc . Métodos diagnósticos sensíveis como HRCT dos pulmões revelam características de ILD em mais de 80% dos pacientes com SSc. Estudos avaliando biópsias pulmonares revelaram que o padrão NSIP é visto na grande maioria dos pacientes com SSc-ILD (68-78%) e que padrão UIP em 8% a 26%. De maneira diferente das ILDs idiopáticas, não há associação significante entre a histopatologia pulmonar e a sobrevivência189,196,197. Nos últimos 30 anos, muitos grupos investigaram o papel da análise citológica do BAL na avaliação de pacientes SSc. Uma porcentagem aumentada de neutrófilos, eosinófilos e/ou linfócitos é mais frequentemente encontrada (38-100%), independentemente de critérios de seleção, valores de corte ou aspectos técnicos no processamento do BAL189,198. Apesar da alveolite poder estar presente em pacientes com SSc sem apresentação clínica de ILD, estudos concordam quase que unanimemente que 189,190,194 22 um padrão anormal no BAL, especialmente granulocitose, está associado com a doença pulmonar mais severa189,198.Deve-se atentar ao fato que muitos fatores epidemiológicos, tais como hábitos tabagistas, coexistência de infecções pulmonares e outras condições respiratórias, influência do tratamento e discrepâncias técnicas podem influenciar na análise do BAL189,198. Artrite Reumatoide Em análise recente de 1429 pacientes com RA, ILD foi associada com maior taxa de mortalidade, sendo uma das causas mais frequentes de mortes entre estes pacientes 189,202. Diferente da SSc e de outras CTDs, a ILD associada a RA (RA-ILD), o padrão UIP é mais frequentemente encontrado na HRCT e na histopatologia e parece estar associado a pior prognóstico 189,190,203. A utilidade do BAL em avaliar RA-ILD tem sido menos estudada que na SSc-ILD e em outras ILDs. Evidências indicam uma maior porcentagem de neutrófilos no BAL 189,204-207. No geral, a neutrofilia parece estar associada a formas mais graves de RA-ILD, como avaliado pelos sinais clínicos, testes de função pulmonar (PFT) e achados da HRCT189,205,207-209. Os resultados da citologia do BAL variam grandemente e as correlações com parâmetros radiológicos e clínicos são modestas. Deve ser, contudo, reconhecido que a maioria dos estudos foram realizados com amostragem pequena e a maioria dos pacientes recebiam imunossupressores, o que pode influenciar a contagem diferencial do BAL. Portanto, se o BAL pode fornecer informações mais importantes, ainda são necessários estudos mais aprofundados 189 . Muitas drogas podem induzir reações intersticiais pulmonares. HP já foi descrita em associação com terapia com Metotrexato, que é considerada padrão-ouro no tratamento de RA, ou com o uso de inibidores de TNF-α189,211,212. Tendo em vistas todos estes aspectos, pacientes com RA e envolvimento pulmonar, o BAL deve ser considerado para excluir infecções e outras patologias (como malignidade e sarcoidose). O BAL pode apoiar o diagnóstico de HP e/ou toxicidade de drogas, se uma alta proporção de eosinófilos ou linfócitos estiver presente189. Lúpus Sistêmico Eritematoso A prevalência e a gravidade da ILD em SLE é considerada menor que na maioria da CTDs. O curso das ILDs crônicas em pacientes com SLE é normalmente leve, progressivo, mas tende a se estabilizar com o tempo, além de pouco dano irreversível ao sistema respiratório 189,216. A pneumonia intersticial crônica que acompanha é caracterizada por predominante infiltrado linfocítico e disfunção dos macrófagos alveolares189,217. O número de células CD8 e de natural killers no BAL está aumentado e se correlacionam com a dano na capacidade de difusão de monóxido de carbono 189,218. Hemorragia alveolar também é uma relativamente infrequente complicação de SLE, estando presente em 1% a 5,4% dos casos189,191,219. A broncoscopia precoce com BAL permite meios confiáveis de demonstrá-la. Uma quantidade maior de sangue em alíquotas consecutivas do BAL na ausência de agentes infecciosos favorece a condição 189,220,221. Portanto, em pacientes SLE com envolvimento difuso do pulmão, o BAL pode ser útil no diagnóstico diferencial, confirmação de hemorragia alveolar e excluindo outras condições subexistentes, como infecções189. 23 Poliomiosite e Dermatomiosite ILD é encontrada em 5-64% dos pacientes com PM/DM, dependendo da população e dos métodos de diagnóstico. Em PM/DM, os pacientes com ILD podem progredir rapidamente (tipos agudo/subagudo, Hamman-Rich like) ou desenvolverem uma forma crônica189,190,192,193. Aproximadamente 30% a 50% dos pacientes apresentam melhora com terapia imunossupressiva, contudo, outros podem progredir para falha respiratória e, possivelmente, podem chegar a óbito 189. Muitos grupos reportam porcentagens aumentadas de neutrófilos e/ou linfócitos no BAL de pacientes com PM/DM189,204,222-224, sendo encontrados na maioria dos casos (50-100%) daqueles que também foram diagnosticados com ILD, baseado em exame radiológico e/ou PFT, mas também em cerca de 15% dos pacientes sem diagnóstico por imagem 189,223. Dois estudos retrospectivos, cada um envolvendo 20 pacientes com PM/DM-ILD, revelaram associação entre neutrofilia e pior prognóstico clínico. No estudo de Schnabel e colegas 189,225, dez pacientes com PM/DM-ILD que não responderam ao tratamento, tinham uma porcentagem significante de neutrófilos no BAL189.O pequeno número de pacientes que possuem tanto BAL quanto biópsia de pulmão, prejudica as análises estatísticas189,226. Concluindo, apesar de pequenos estudos sugerirem que a alta porcentagem de neutrófilos no BAL estarem associados com ILD mais grave em PM/DM, mais estudos são necessários para esclarecer o papel do BAL na avaliação do prognóstico de PM/DM-ILD189. Síndrome de Sjögren A frequência de envolvimento pulmonar em pacientes com SS varia de 9% a 75% dependendo do método de detecção e consiste em várias formas de doença de vias pequenas e ILD 189,227-230. ILD clinicamente relevante é rara no curso da SS primária e fibrose pulmonar é incomum189,227,231. Diferentemente dos casos da RA e SSc, a taxa de sobrevivência é similar em pacientes com e sem apresentação de ILD189,230. Em pacientes com SS, um BAL anormal pode ser encontrado em cerca de 48% a 69% dos casos e normalmente revela uma proporção aumentada de linfócitos (44% a 55% dos pacientes). Neutrofilia é encontrada infrequentemente em 4% a 17%189,217,232,233. Não há diferença na porcentagem de eosinófilos189,232,233. Porcentagens anormais do BAL eram associadas a formas mais severas da doença, como avaliado por envolvimento extrapulmonar, concentração sérica de γ-globulina, fator reumatoide e autoanticorpos6,189,. BAL é recomendado em pacientes com sintoma de ILD e suspeita de malignidade 107,189. Objetivos O objetivo deste trabalho é, através de análise estatística retrospectiva dos resultados da análise citológica quantitativa e qualitativa dos lavados broncoalveolares e sua correlação com dados clínicos, radiológicos e histopatológicos, estabelecer o valor diagnóstico do estudo citológico dos lavados broncoalveolares nas Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas. 24 Materiais e Métodos A técnica de BAL e a contagem diferencial citológica foram realizadas de acordo com padrões preconizados pelas diretrizes atuais3,11,15,63,69,237, com algumas modificações. Recebimento e Acondicionamento da Amostra É realizado o recolhimento do fluido durante a FOB pelo setor de Doenças do Aparelho Respiratório (DAR) do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) e o material, condicionado em frasco adequado (frasco coletor universal em plástico rígido estéril com tampa em rosca e volume de 80mL, marca JPROLAB), sendo ao volume do fluido recuperado acrescentando igual volume de álcool etílico a 50%, com finalidade de preservação do material, que é então enviado ao setor de Anatomia Patológica do HSPE. A amostra recebida é mantida em refrigeração comum (4ºC) até que possa ser processada. Processamento da Amostra É feita a análise macroscópica da amostra (padrões de límpido, ligeiramente turvo, turvo, hemorrágico e purulento). O conteúdo é então filtrado com gaze e o volume é medido (com proveta de 400mL). Logo após, é realizada a contagem a fresco das células totais com a câmara de Neubauer. A amostra é em seguida citocentrifugada de acordo com esta contagem; se a contagem demonstrar menos de 15 células, citocentrifuga-se por 5 minutos a 1500 RPM. Se for maior que 15 células, citocentrifuga-se por 2 minutos a 600 RPM. Contudo, se a contagem resultar em mais de 30 células, o lavado é diluído em soro fisiológico a 1:1. São confeccionadas 4 lâminas que por fim são coradas pela coloração de Papanicolaou. Quando o esfregaço se mostra insatisfatório, é requerido um esfregaço realizado pela maneira convencional. Análise da Amostra É realizada a contagem das células presentes nas lâminas, em torno de 200 a 400 células e de acordo com esta, a amostra é classificada em: a. Predominância de Macrófagos; b. Alveolite Neutrofílica; c. Alveolite Linfocítica; d. Alveolite Eosinofílica ; e. Alveolite Mista (com especificação dos tipos celulares predominantes); f. Insatisfatório para avaliação (com especificação do motivo). O laudo utilizado pelo serviço é baseado no especificado por Costabel 1 e inclui outras informações, como por exemplo a presença de outros achados, uteis para o clínico (Anexo 1). 25 Levantamento de Dados Foi realizado um levantamento dos resultados dos exames citológicos com contagem diferencial qualitativa e quantidade dos BALs realizados de agosto de 2008 a junho de 2012. Os dados recolhidos dos laudos incluíam informações epidemiológicas como idade, sexo, hábitos tabagistas e dados clínicos e de exames de imagem, como suspeita diagnóstica do clínico responsável e achados radiológicos. Também foram levantados os laudos dos exames histopatológicos realizados no departamento de Anatomia Patológica e avaliados quanto à presença de fibrose e granuloma. Por fim, foram levantados dos prontuários dos pacientes os resultados dos exames de imagem, incluindo radiografia e tomografia e estes achados avaliados pelos pneumologistas envolvidos no projeto. Análise Estatística Foram criados bancos de dados com auxílio dos programas Microsoft Office Excel 2007 e SPSS Statistics 17.0 e em seguida foi realizada análise estatística com o programa SPSS Statistics 17.0, apresentando os dados com média e desvio padrão, teste do χ2 e ANOVA com pos-hoc Tukey. Resultados Tabela 6 - Idade, Sexo e Hábitos Tabagistas. Indivíduos (n=91) Idade Sexo (F/M) Tabagismo (Sim/Não) 66 (35-89)* 55 (60,4%)/ 36(39,6%) 35 (38,5%)/ 56 (61,5%) Tabela 7 - Correlação entre Doença e Alveolites. A = Maiores valores. Números absolutos (porcentagem). Doença TIPO DE ALVEOLITE Predomínio de Macrófagos Alveolite Neutrofílica Alveolite Linfocítica Alveolite Eosinofílica Alveolite Mista Eosinofílica e Neutrofílica Linfocítica e Eosinofílica Linfocítica e Neutrofílica Linfocítica, Neutrofílica e Eosinofílica Total IPF Sarcoidose 8 (34,4) 5 (20,0 ) 0 0 12 (48,0)a 1 (7,7) 1 (7,7) 5 (38,5) 0 a 6 (46,1) HP 5 (41,1) 1 (8,3) 5 (41,1)a 0 1 (16,6) 0 a 5 (83,3) 0 2 (20,0) 1 (10,0) 6a (60,0) 1 (10,0) 25 13 26 BOOP Colagenose Total 5 (25,0) 4 (20,0) 4 (20,0) 1 (5,0) 6a (30,0) 18 20 16 2 35 0 0 0 1 (100) 2a (33,3) 1 (16,6) 2a (33,3) 1 (16,6) 10 3 18 3 7 20 91 4 (15,4) 0 9 (34,6) 1 (14,3) 3 (11,5) 4a (57,1) 0 1 (14,3) a 10 (38,5) 1 (14,3) 26 Tabela 8 - Relação entre Doenças e Contagem Diferencial. Dados apresentados em mediana, máximo e mínimo. IPF (n= 25) Sarcoidose (n= 13) HP (n= 26) BOOP (n=7) Colagenose (n=20) Total de Células ( x 104) Macrófagos Linfócitos Neutrófilos Eosinófilos 23 (4-39) 75,88 (30,3993,37) 8,26 (0,7325,89) 12,98 (0,0073,73) 1,00 (0,0030,50) 24 (11-43) 69,54 (17,3189,10) 16 (5-38) 62,17(0,00-98,49) 8,00 (0,0063,58) 10,52(0,0098,25) 16 (9-28) 61,08 (7,6685.70) 22 (7-20) 72,69 (20-95,52) 21,40 (3,1454,62) 14,15 (0,7757,34) 19,25(1,0088,74) 9,88 (1,2678,55) 0,84 (0,003,66) 0,00 (0,006,72) 0,57 (0,004,27) 0,00 (0,0014,11) 3,15(0,85-41,71) 5,18(0,00-65,00) Tabela 9 - Doença relacionada a outros achados no BAL (MX=macrófagos xantomatosos; MPA = macrófagos com pigmento castanho dourado). χ2 = 15,2; p=0,506. IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenose Total Sem Achados 13 9 7 2 7 38 MX 4 3 9 1 5 22 MPA 0 0 1 0 0 1 MX + MPA 3 0 2 2 3 10 Outros 5 1 7 2 5 20 Total 25 13 26 7 20 91 27 Tabela 10 - Alveolite e outros achados (MX= macrófagos xantomatosos, MPA = macrófagos com pigmento castanho dourado). χ2 = 21,4; p=0,163. Predomínio de Macrófagos Alveolite Neutrofílica Alveolite Linfocítica Alveolite Eosinofílica Alveolite Mista Total Sem Achados 7 6 7 0 18 38 MX 2 6 2 1 11 22 MX + MPA 0 0 1 0 0 1 MPA 2 1 3 0 4 10 Outros 7 7 3 1 2 20 Total 18 20 16 2 35 91 Tabela 11 - Correlação da alveolite com presença ou ausência de fibrose na tomografia computadorizada. χ2 = 14,8; p=0,005. Predomínio de Macrófagos Alveolite Neutrofílica Alveolite Linfocítica Alveolite Eosinofílica Alveolite Mista Total Ausência de Fibrose 6 4 12 2 13 37 Presença de Fibrose 12 16 4 0 22 54 Total 18 20 16 2 35 91 Tabela 12 - Correlação da doença com presença ou ausência de fibrose na tomografia computadorizada. χ2 = 28,7; p <0,001. IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenose Total Ausência de Fibrose 1 9 11 7 9 37 Presença de Fibrose 24 4 15 0 11 54 Total 25 13 26 7 20 91 28 Tabela 13 - Porcentagem de Achados Tomográfico. Doenças (%) Padrão Tomográfico IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenoses Reticular com faveolamento 1,6 7,69 5,55 0,00 25 Reticular sem faveolamento 26,4 7,69 5,55 0,00 20 Consolidação/ vidro fosco sem fibrose Consolidação/ vidro fosco com fibrose Nódulos 4,4 38,46 27,77 100,00 45 70,4 23,08 24,07 0,0 45 0 38,46 7,40 28,57 15 Cistos 3,2 0,00 0 0,00 10 Mosaico 0 7,69 20,37 0,00 15 Enfisema Gânglios 30,8 8,8 0,00 46,15 5,50 3,70 0,00 0,00 5 0 Tabela 14 - Alveolite e correlação com presença ou não de granuloma no exame histopatológico. χ2 = 12,7; p=0,013. Predomínio de Macrófagos Alveolite Neutrofílica Alveolite Linfocítica Alveolite Eosinofílica Alveolite Mista Total Ausência de Granuloma 13 16 8 2 25 64 Presença de Granuloma 1 0 5 0 2 8 Total 14 16 13 2 27 72 Tabela 15 - Correlação entre doença e ausência ou presença de granuloma em exame histopatológico. A = casos de Sarcoidose com presença de granuloma (70%). χ2 = 43,1; p < 0.001. IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenose Total Ausência de Granuloma 21 3 21 3 16 64 Presença de Granuloma 0 7a 0 1 0 8 Total 21 10 21 4 16 72 29 Tabela 16 - Alveolite e correlação com presença ou não de fibrose no exame histopatológico. χ2 = 2,6; p=0,623. Predomínio de Macrófagos Alveolite Neutrofílica Alveolite Linfocítica Alveolite Eosinofílica Alveolite Mista Total Ausência de Fibrose 2 6 4 1 7 20 Presença de Fibrose 12 10 9 1 20 52 Total 14 16 13 2 27 72 Tabela 17 - Correlação entre doença e ausência ou presença de fibrose em exame histopatológico. χ2 = 6.5; p=0,165 IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenoses Total Ausência de Fibrose 7 5 6 1 1 20 Presença de Fibrose 14 5 15 3 15 52 Total 21 10 21 4 16 72 DISCUSSÃO Dados epidemiológicos Ao longo dos anos, diversos estudos e guias61,63,73,128,130,238-242 foram realizados para a padronização da metodologia e valores obtidos no BAL, além da pesquisa de causas que poderiam interferir nos resultados (como idade, sexo, tabagismo, sistema imunológico) e na sua correlação com as patologias pulmonares. Estes estudos normalmente são limitados por possuírem pequeno espaço amostral e serem restringidos a pequenos grupos sem heterogeneidade. Contudo, pesquisas mais recentes 63,242, tentam contornar essa situação. Os estudos de Olsen242 e Heron61 foram realizados com indivíduos saudáveis, não fumantes, em grupos relativamente maiores (até 295 indivíduos) 242, com maior diversidade de idade (de 18 até 65 anos)242 e com participação mais homogênea do sexo feminino e masculino em ambos 61,242. Em relação à idade e sexo, Olsen e colegas encontram diferença significativa nos parâmetros analisados apenas na correlação idade e fluido recuperado do lavado (sendo uma correlação inversamente proporcional). Contudo, o estudo não incluiu pacientes mais velhos (o máximo de idade foi 65 anos) e nosso estudo tem a média maior que essa (66 anos e o máximo sendo de 89 anos) e também este não foi um parâmetro avaliado por nós. 30 A idade pode influenciar na taxa de CD4/CD8 segundo Heron e outros autores 63,68,246 e na população de linfócitos. Este fato pode ser devido à diminuição do sistema imune humoral e desregulação do sistema imune com o aumento da idade68, além das mudanças de perda da função gradual que ocorrem naturalmente com a idade e são agravadas por estas condições patológicas 247-251. Correlação entre patologias e achados no BAL O principal papel do BAL nos casos de IPF é seu auxílio no diagnóstico e prognóstico, relacionando o aumento na neutrofilia ao risco de morte 78. Em seu estudo, foram encontrados valores semelhantes aos encontrados neste (uma média de 6% 78 vs 16,8%). Segundo Kinder,78 valores maiores que 11% estão fortemente relacionado a piores prognósticos. Apesar do predomínio de alveolite neste estudo ser do tipo mista, 84,2% delas apresentam componente neutrofílico. Além disso, Oshimo 109 também demonstra a importância de um nível baixo de linfócitos. Nosso estudo está de acordo, com uma média de 9,7%, que também é concordante com a de Kinder 78, que apresentou 8%. Outros estudos não apresentam os mesmos achados78,90,113,252,253, contudo, não são tão abrangentes como o de Kinder78. No mesmo estudo, outros fatores como idade, sexo ou hábitos tabagistas foram correlacionados com o aumento da neutrofilia78. Achados tomográficos com padrão de faveolamento foram encontrados em 56% dos casos e nas biópsias realizadas, foi encontrada fibrose em 66,6% dos casos, favorecendo o diagnóstico de UIP associado com IPF63. Portanto, o uso do LBA é útil no diagnóstico de IPF, principalmente em relação ao seu prognóstico e em pacientes idosos. Esta é uma doença grave e o único tratamento que aumenta a sobrevivência é um transplante de pulmão e sem ele, a média de sobrevida varia de 2 a 4 anos 254. Apesar da tríade clínica-radiológica-patológica ser considerada o padrão ouro para o diagnóstico de IPPs, há limitações para a realização de biópsias cirúrgicas em pacientes idosos com suspeita de IPF, incluindo função pulmonar gravemente prejudicada, o risco de exacerbação aguda e potencial comorbidades. Na prática clínica, em menos de 30% dos casos é possível a realização da biópsia cirúrgica 104,109. Além disso, estudos anteriores demonstraram a variedade interlobar e/ou variação interobservador, sugerindo que a avaliação patológica isolada pode levar a um diagnóstico incorreto76,79,109. Na sarcoidose, segundo De Smet e colaboradores,114 a principal característica do BAL é a presença de alveolite linfocítica (>10% de linfócitos, em média 18%), o que é esperado pela etiologia da doença, já que uma das suas principais características é a formação de granulomas não-caseosos, que ocorre pelo acúmulo de linfócitos T helper e macrófagos1. Nossos dados corroboram essa afirmação, sendo que a média encontrada foi de 21,7%, sendo que a presença aumentada de linfócitos, inclusive nos casos de alveolite mista, perfaz 76,9%. Estes valores estão de acordo também com Drent 129, que observou uma média de 35,5%, que além destes valores de linfocitose isolada, acredita que um aumento no número de neutrófilos também pode estar relacionado a fases mais avançadas da doença, onde pode ocorrer fibrose em alguns pacientes1. Os achados em relação à linfocitose estão de acordo com outros anteriores129,256, mas os de neutrofilia se encontram em discussão ainda129,256,257. Os dados da CT indicam que alguns dos pacientes estudados se encontram em estágios mais graves da doença (segundo o Scadding Stage)117, apresentando fibrose em 38,46% dos casos, explicando porque também foi encontrada neutrofilia no estudo do BAL. Estudos mais aprofundados correlacionando a progressão da doença e os métodos diagnósticos são necessários, incluindo não só a contagem diferencial das células inflamatórias, mas também marcadores encontrados nelas, tais como CD103 de linfócitos CD4+ , uma integrina que parece ter grande variação nas ILDs e na sarcoidose está diminuída, reforçando a ideia que a origem destes linfócitos é de origem periférica e não somente pulmonar 259. Na de HP, apesar da literatura nos mostrar que esta condição é a que apresenta maior linfocitose, com casos com mais de 50% de linfócitos132, nossos resultados mostram a predominância do tipo misto de alveolite, com linfocitose e neutrofilia. Esses resultados não estão em desacordo com a literatura 150,260,261, 31 apenas favorecem o tipo agudo de HP, principalmente se os resultados foram confrontados com os exames tomográficos132,150, que apresentaram três padrões predominantes: consolidação/vidro fosco sem fibrose (27,77%), vidro fosco com fibrose (24,07%) e mosaico (20,37%). Outro parâmetro que está relacionado com a HP é a presença de macrófagos xantomatosos, apesar deste não ser específico da doença213. Esse achado foi encontrado em 42,30% de nossos casos de HP. Outro critério não específico, mas que pode auxiliar na diferenciação, é a diversidade no tamanho dos macrófagos213. Este não foi incluso em nossas análises. Portanto, o BAL tem valor diagnóstico na diferenciação entre as fases aguda e subaguda da HP em fase crônica. É importante ressaltar que o diagnóstico de HP deve ser feito em conjunto, pois isoladamente, todos os métodos apresentam falhas: é conhecido que em 20% dos casos de radiografias de tórax se apresentam normais em casos agudos260,263; muitos estudos e revisões questionam o valor diagnóstico dos precipitados sérios260,264,265; TBB tem seu valor questionado, mesmo quando o granuloma é encontrado260,266 (em nossos estudos, nenhum foi descrito); e HRCT pode não ser típica156,260. A BOOP é um processo inflamatório idiopático e fibrótico, predominantemente envolvendo os bronquíolos distais, ductos alveolares e alvéolos peribronquiais, levando a estreitamento luminal. Apesar da grande maioria dos casos ser idiopática, alguns podem ser secundários a uma variedade de agressões, tais como infecções, inalantes tóxicos, reações a drogas, radiação, neoplasias, abuso de crack ou cocaína, infartos e outras doenças respiratórias. O diagnóstico é realizado principalmente com os achados da CT, quadro clínico e achados histopatológicos, estes sendo definidos, contudo, normalmente são obtidos por métodos invasivos como TBB e podem não ser recomendados a todos os pacientes267. O BAL pode ajudar no diagnóstico de BOOP quando a TBB se mostra de difícil realização 169. A literatura descreve um padrão de alveolite linfocítica nestes casos175,181,185,187, o que também encontramos. Cinquenta e sete por centro dos casos seguiram esse padrão, com uma média de mais de 30% de linfócitos no BAL. Em 75% dos casos com biópsia, foi encontrado fibrose, o que já era esperado, uma vez que uma das características da patologia é a presença de corpos de Masson (botões fibróticos) na histologia 181. Em relação aos achados tomográficos, 100% dos casos apresentaram o padrão consolidação/vidro fosco sem fibrose, apesar do padrão mais encontrado ser o do infiltrado difuso169,181. Em relação às colagenoses, a literatura mostra que o BAL dos pacientes afetados normalmente se encontra anormal189, com aumento generalizado nos tipos celulares, tendendo a um leve aumento nos linfócitos e predominante granulocitose (neutrofilia e/ou eosinofilia) (Kowal-Bielecka, 2010)268. Esses dados corroboram com nossos achados, sendo que o tipo misto de alveolite foi o predominante, sendo que neutrofilia foi encontrada em 83,2%. Neutrofilia isolada foi encontrada em 20% dos casos. O número total de células também foi maior que nas outras patologias analisadas (cerca de 29 x 10 4), o que também foi encontrado nos trabalhos de Kowal-Bielecka268.. O exame histológico revelou 93,75% de fibrose e os achados tomográficos mostraram padrão em vidro fosco com ou sem fibrose em 75% dos casos, o que confirma o padrão de NSIP citado na literatura63,269. A neutrofilia pode estar associada a formas mais severas das CTD, principalmente a SSc 201,268 e, portanto, a maior mortalidade (16,19,24 Kowal-Bielecka, 2010) 196,200,201,268. Estudos de Goh201 e colaboradores revelaram que a fibrose, tanto na CT quanto em biópsias, estava constantemente associada à neutrofilia. Esse achado, também encontrado no presente estudo (55% dos casos de colagenose estavam associados à fibrose na CT e 93,75% apresentaram fibrose no exame histológico) nos leva a acreditar que a neutrofilia nos casos de ILD não está associada apenas a uma mera inflamação do tecido pulmonar, como se aceita atualmente, mas sim a uma maior gravidade da doença e desenvolvimento da fibrose. Essa hipótese é reforçada por nossos estudos, sendo que a fibrose se mostrou fortemente associada à alveolite neutrofílica em todos os casos, independemente da patologia (80% dos casos de alveolite neutrofílica também apresentaram fibrose a CT e 62,5% no exame histopatológico). A associação entre neutrofilia e a reparação tecidual anormal que caracteriza a maioria das ILDs e pode ser fatal muitas vezes, como no caso da IPF, deve ser mais bem explorada. Alguns estudos, levantando hipóteses sobre essa relação têm sido feitos. Vale lembrar que a apoptose e degeneração de neutrófilos pode levar a acúmulo de substâncias tóxicas ao parênquima pulmonar, colaborando com a progressão da fibrose. O estudo de Meyer270 correlaciona estas substâncias tóxicas, tais como proteinases, 32 e a morfologia dos neutrófilos apoptóticos (presença de vacúolos citoplasmático e tumefação) a danos graves em tecido pulmonar de pacientes com fibrose cística. Uma das vias questionadas envolve o fator de crescimento dos hepatócitos (HGF). Este fator está envolvido na motilidade celular, sobrevivência, proliferação e morfogênese, dependendo do tipo celular. No adulto, o HGF exerce um papel crítico na reparação de tecidos, inclusive o pulmonar 271. Apesar de este fator estar aumentado na resposta à injúria tecidual, uma correlação inversa foi identificada em sua expressão durante o desenvolvimento e progressão de fibrose em diversos tecidos 271,272,273,274. Alguns outros fatores produzidos por células inflamatórias, inclusive neutrófilos, podem bloquear as vias de ação do HGF, tais como TGF-1β, Ang II, PDGF, bFGF, TNF-α, explicando a possível associação entre a neutrofilia encontrada nas ILD e o processo de fibrose 271. Outro fator que pode explicar essa associação é a proteína mieloide relacionada (MPR 14), uma proteína responsável por ligações com cálcio, conhecidamente expressa por neutrófilos e macrófagos, além de ter um papel em doenças inflamatórias ativas 276,277, inclusive aumentada em pacientes com sarcoidose e IPF276,278. Nas pesquisas de Kortaghen e colaboradores, foi encontrado, de fato, tanto aumento de neutrofilia como de MRP14, contudo, não houve correlação entre o número de neutrófilos e a quantidade de MRP14 quantificada por Western Blot. Essa hipótese, da correlação desta proteína, neutrofilia e fibrose ainda é discutível; alguns grupos acreditam que na verdade a MPR 14 é um quimiotático para os neutrófilos276,279,280 e outros não conseguiram encontrar esta relação 276,281-283. Apesar disso, o estudo desta proteína é de certo interessante e promissor, já que pesquisas indicam que ela está envolvida na estimulação de fibroblastos (tanto in vitro quanto in vivo)276,281-283 e parece estar ligada a fibrose nestas ILDs276. Conclusão O BAL pode sim ser de auxílio diagnóstico em algumas ILDs principalmente se a correlação clínico-radiológica é realizada, apesar de achados específicos serem incomuns. O BAL tem valor importante nos casos de IPF e seu prognóstico, e podendo auxiliar na diferenciação entre as fases da HP. E, apesar de não servir diretamente no diagnóstico das outras condições estudadas, o exame minucioso do BAL permite que haja um direcionamento melhor da hipótese diagnóstica, excluindo um ou mais tipos de doenças envolvidas, como no diagnóstico de hemorragia alveolar, infecção ou malignidade, além de ter a vantagem de ser um método seguro e bem tolerado. Apesar dos avanços no estudo e realização deste método, ainda há necessidade que mais seja feito, como melhoria na técnica em si e sua padronização além de estudos direcionados a patologias específicas (como no caso da sarcoidose), que tenham uma amostragem maior e mais diversificada, com finalidade de se determinar o papel completo do BAL no diagnóstico destas. Com essas melhorias, o BAL pode e deve ser um exame incluso na rotina diagnóstica das doenças pulmonares. 33 Referências Bibliográficas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. Costabel U. Atlas of Bronchoaleolar Lavage. 1 ST Ed. London: Lippincott-Raven Puplishers Inc; 1998. Bonella F, Ohshimo S, Bauer P, Guzman J, Costabel U. Bronchoalveolar lavage. Eur Respir Mon. 2010; 48: 59-72. Reynolds HY, Newball HH. Analysis of proteins and respiratory cells obtained from human lungs by bronchial lavage. J Lab Clin Med.1974; 84: 559-73. O’Riordan TG, Baughman RP, Dohn MN, Smaldone GC. Lobar pentamidine levels and Pneumocystis carinii pneumonia following aerosolized pentamidine. Chest 1994; 105:53-6. Garcia JG, Wolven RG, Garcia PL, Keogh BA. Assessment of interlobar variation of bronchoalveolar lavage cellular differentials in interstitial lung diseases. Am Rev Respir Dis. 1986; 133: 444-9. 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