1 CONFERÊNCIAS TEOLÓGICAS INTRODUÇÃO AO ACONSELHAMENTO BÍBLICO PRIMEIRA IGREJA BATISTA LIVRE DE CAMPINAS Prof. Valdir Soares de Oliveira Campinas, 11 a 14 Abril de 2011 Descrição do Curso: Esta Conferência é uma introdução ao Tema do Aconselhamento Bíblico. Este é um tema ainda recente nas igrejas. Tendo como propósito dar ao aluno uma visão geral sobre este importante ministério de ajuda e encorajamento. Objetivos: Ao final do curso o aluno deverá: a. Ter maior compreensão sobre a prática do Aconselhamento Bíblico e suas implicações na vida e no ministério cristão. b. Ser capaz de distinguir a prática do Aconselhamento Bíblico das outras formas de Aconselhamento praticadas pelas igrejas evangélicas. c. Conhecer as ferramentas necessárias para que o aluno inicie a prática do Aconselhamento Bíblico na sua igreja e entre seus amigos. d. Estar apto para praticar o Aconselhamento Bíblico e se aprofundar nos que serão temas abordados. Bibliografia: FITZPATRICK, Elyse, Ídolos do Coração – São Paulo, ABCB, 2010. FITZPATRICK, Elyse, Mulheres ajudando mulheres. Um guia Bíblico para os principais problemas enfrentados pelas mulheres, Rio de Janeiro, CPAD, 1995. TRIPP, D. Paul, Instrumentos nas mãos do Redentor, São Paulo, SP. NUTRA, 2010. ADAMS, E. Jay, Conselheiro Capaz, Editora FIEL, São José dos Campos, SP. 2008. WELCH, Ed. Vícios, Um banquete no Tumulo, São Paulo, SP. NUTRA, 2009. COLETÂNEAS DE ACONSELHAMENTO BÍBLICO, Atibaia, SP, SBPV, VOL 01 A 08. AZEVEDO, Israel Belo de, Apologética, Curso Vida Nova de Teologia Básica, São Paulo, Edições Vida Nova, 2006. MOLOCHENCO, Silas, Aconselhamento, Curso Vida Nova de Teologia Básica, São Paulo, Edições Vida Nova, 2008. STOTT, R. W. Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, São Paulo, ABU, 2005. MACARTHUR, John F. Jr. & MACK A. Wayne, Introdução ao Aconselhamento Bíblico, São Paulo, Hagnos, 2004 2 GRUDEM, Wayne, Teologia Sistemática, Edições Vida Nova, São Paulo, 1999. COELHO FILHO, Isaltino Gomes, Gênesis – Bereshit, o livro dos princípios, JUERP, 2004. HOWARD Eyrich, & HINES, William, Cura para o Coração, Editora, Cultura Cristã, 2007. PIPER, John, Graça Futura, & Teologia da Alegria & Plena Satisfação em Deus. Shedd Publicações, 2009. 3 INTRODUÇÃO AO ACONSELHAMENTO BÍBLICO Pr. Valdir Soares de Oliveira – [email protected] Pós Graduando em Aconselhamento Bíblico pela Faculdade Teológica Batista de Campinas e Southeastern Baptist Theological Seminary DEFINIÇÕES GERAIS SOBRE ACONSELHAMENTO: “Conselheiro: é alguém que se dispõe a servir ao outro, dispensando-lhe cuidado e atenção, investindo tempo para auxiliar quem se aprensenta com demandas indissolúveis”. Anatole Bailly “Aconselhamento, consiste em uma ação de ajuda, com o intuito de curar, sustentar, orientar, encaminhar e reconciliar pessoas problemáticas para que sarem de seus problemas e retornem à vida. Produzindo mudança no comportamente e na personalidade. É a arte de aliviar as dificuldades pessoais com o uso de palavras e de um relacionamento pessoal e profissional. É uma atividade com o objetivo de ajudar outros em quaisquer aspectos da vida: emocional, volitivo, comportamental, psicológico e espiritual, dentro de um relacionamento de cuidado”. Roger Hurding “Aconselhar, é o ato de uma pessoa com disposição de ajudar com o intuito de modificar o aconselhando”. Rollo May “Aconselhamento, é ajudar um ser humano dotado de complexidade e sentimentos emocionais que precisa de alguém que o ajude a gerenciar seus problemas situacionais melhor do que ele. O conselheiro será eficaz quando souber gerenciar a vida do aconselhado melhor do que este”. Gerard Egan “Aconselhamento, pode ser entendido como auxiliar pessoas a se tornarem capazes de ajduar a si mesmas através da ministração de oportunidades e encorajamento, a fim de clarificar seus pensamentos e sentimentos mediante a verbalização destes. O aconselhamento é a principal ferrramenta para alcançar e alterar emoções, direcinandoas a um ideal”. James Lyn Elder “Aconselhamento, é um relacionamento no qual uma pessoa procura ajudar outra (necessitada) a crescer em autocompreensão e habilidades, a fim de seguir um curso de vida responsável, com perfeito cumprimento em seu senso de valor e capacidade de viver em comunidade e perfeita comunhão como seus semelhantes”. Paul Johnson Aconselhar é fazer uma terapia – (gr. therapeia, “cuidados efetivos”, “ministrar prevenções”, mostar-se solícito”, “preparação de um remédio”, “busca de prevenção”. Dicionário de Bailley ACONSELHAMENTO BÍBLICO: “Encorajamento”; descrito na Bíblia como um dos dons espirituais. Paulo em Romanos 12.8a; 1 Tessalonicenses 2.11-12; 4.18; 5.14 – “paráklesis” – “parakaleo”. Da mesma raiz de “paraklétos” – quando se refere ao Espírito Santo – o 4 Consolador (João 14.16; 16.7). Esse dom caracteriza-se por uma inclinação para ajudar pessoas por meio de palavra e ações de ânimo, estímulo ou elogio. Encorajar é por-se de lado de alguém como “parákletos” para confortar, aconselhar, exortar, ajudar. Pode incluir a exortação no sentido de admoestação, correção disciplina. Barnabé tinha o dom do encorajamento (Atos 4.36; 9.26-30; 15.36-41). É um dom insispensável para quem quer atuar no ministério de aconselhamento.1 Aconselhar – é levar as cargas uns dos outros – Paulo “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”. Gálatas 6.1-2 1. O ACONSELHAMENTO BÍBLICO – E A COSMOVISÃO CRISTÃ O Conhecimento do Deus que se Auto-Revela: O Ponto de Partida para uma Cosmovisão Cristã2 A cosmovisão cristã se estrutura, antes de tudo, no conhecimento revelado de Deus. Não há outro ponto de partida para uma cosmovisão cristã autêntica – e não há nenhum substituto. Um dos princípios mais importantes do pensamento cristão é o reconhecimento de que não há uma postura de neutralidade intelectual. Nenhum ser humano é capaz de atingir um processo de pensamento que não exige suposições, conjecturas ou componentes intelectuais herdados. Todo pensamento humano exige estruturas pressupostas que definem a realidade e explicam, em primeiro lugar, como é possível sabermos alguma coisa. O processo de cogitação e atividade intelectual humana tem sido, em si mesmo, o foco de grande interesse intelectual. Na filosofia, o campo de estudo dirigido à possibilidade do conhecimento humano é a epistemologia. Os filósofos antigos se preocuparam com o problema do conhecimento, mas esse problema se torna mais complexo e agudo num mundo de diversidade intelectual. Por conseqüência do iluminismo, o problema da epistemologia se moveu para o próprio centro do pensamento filosófico. Somos capazes de conhecer a verdade? A verdade, no sentido objetivo, está acessível a nós? Por que diferentes povos, diferentes culturas e diferentes crenças se apegam a entendimentos tão diversos e fazem afirmações irreconciliáveis da verdade? A verdade existe realmente? Se existe, como podemos conhecê-la? Quando a era moderna deu lugar à era pós-moderna, o problema do conhecimento se tornou mais complexo. Muitos filósofos pós-modernos rejeitam a possibilidade da verdade objetiva e sugerem que toda a verdade é nada mais do que construção social e aplicação de poder político. Entre alguns, o relativismo é o entendimento predominante quanto à verdade. Entre outros, o reconhecimento do pluralismo intelectual leva à afirmação de que todas as afirmações da verdade estão 1 Israel Belo de Azevedo, Gente Cansada de Igreja, São Paulo, Hagnos, 2010, p. 80 Esse texto foi escrito pelo Dr. Albert Mohler Jr. Prsidente do Seminário Batista do Sul dos EUA extraído do site: http://pt.gospeltranslations.org/wiki/O_Conhecimento_do_Deus_que_se_Auto Revela: 2 5 presas em conjecturas culturais e só podem ser conhecidas com as lentes de perspectiva distorcida. Em outras palavras, o problema do conhecimento é fundamental quando pensamos sobre a responsabilidade de formar uma cosmovisão cristã e de amar a Deus com a nossa mente. As boas notícias são estas: assim como somos salvos tão-somente por graça, reconhecemos que o ponto de partida para todo pensamento cristão, na graça de Deus, é-nos demonstrado por meio da auto-revelação de Deus. 2. O ACONSELHAMENTO BÍBLICO ESTÁ FUNDAMENTADO SOMENTE NA BÍBLIA: O Deus que se revela na Bíblia O ponto de partida para todo pensamento verdadeiramente cristão é a existência do Deus que se revela na Bíblia. O fundamento da cosmovisão cristã é o conhecimento do único Deus vivo e verdadeiro. O fato de que Deus existe separa a cosmovisão cristã de todas as outras – e temos de afirmar, desde o início, que nosso conhecimento de Deus depende totalmente do dom da revelação divina. O pensamento cristão não é redutível a mero teísmo – a crença na existência de um Deus pessoal. Ao contrário, o pensamento cristão autêntico começa com o conhecimento de que o único Deus verdadeiro é o Deus que se revelou a nós na Bíblia. Como nos recordou o falecido Carl F. Henry: “A revelação divina é a fonte de toda a verdade, inclusive a verdade do cristianismo; a razão é o instrumento para reconhecê-la; a Escritura é o seu princípio averiguador; a consistência lógica é um teste negativo para a verdade, e a coerência, um teste subordinado. A tarefa da teologia cristã é exibir o conteúdo da revelação bíblica como um todo ordenado”. Essa mesma afirmação é verdadeira para todo o pensamento cristão. O cristianismo afirma a razão, mas a revelação divina é a fonte de toda a verdade. Fomos dotados da capacidade de conhecer, mas somos primeiramente conhecidos por nosso criador, antes de chegarmos a conhecê-lo por meio de seu dom de auto-revelação. 3. O ACONSELHAMENTO BÍBLICO ESTÁ FUNDAMENTADO NA AUTORIDADE E VERACIDADE DA BÍBLIA Visto que a nossa dependência da Bíblia ficou evidente, precisamos afirmar a importância da inspiração e da veracidade total da Bíblia. Afirmar a inerrância e a infalibilidade da Bíblia não é apenas uma questão de articular um ponto de vista elevado das Escrituras. A afirmação da total veracidade da Bíblia é essencial para que os crentes tenham uma confiança adequada de que podem conhecer o que Deus deseja que conheçamos. Além disso, nossa afirmação da inerrância das Escrituras se baseia não somente na afirmações internas da Escritura, mas também no próprio caráter de Deus. O 6 Deus que nos conheceu e nos amou antes de chegarmos a conhecê-lo é o Deus que nos dá uma revelação de si mesmo totalmente confiável. No entanto, a ignorância das verdades bíblicas elementares é abundante. Evidentemente, esse é um problema que existe dentro e fora da igreja. Muitos membros de igreja parecem tão ignorantes a respeito do Deus vivo e verdadeiro quanto as demais pessoas. Inúmeros púlpitos estão em silêncio e comprometidos. O “deus vulgar” da crença popular é o único deus conhecido por muitos. Como Christian Smith e seus colegas pesquisadores documentaram, a fé de muitas pessoas pode ser descrita como “deísmo terapêutico e moralista” – um sistema de crença que provê a imagem de uma deidade agradável e não ameaçadora que não está preocupada com nosso comportamento, [ÉTICO-MORAL] mas deseja que sejamos felizes. A deficiência da cosmovisão cristã na era moderna pode estar diretamente relacionada a uma mudança significativa na doutrina de Deus. O Deus adorado por milhões de pessoas modernas é uma deidade reduzida ao padrão pós-moderno. 4. O ACONSELHAMENTO BÍBLICO BASEIA-SE NO ÚNICO DEUS VERDADEIRO O único Deus verdadeiro, o Deus que se revela na Bíblia, é um Deus que define sua própria existência, estabelece seus próprios termos e governa a sua própria criação. A superficialidade de maior parte da “espiritualidade” moderna é um monumento à tentativa humana de roubar de Deus a sua glória. A cosmovisão cristã não pode ser resgatada sem uma profunda redescoberta do conhecimento de Deus. Inevitavelmente, nosso conceito de Deus determina nossa cosmovisão. A questão da existência ou inexistência de Deus é fundamental, assim como o são as questões do seu caráter e do seu poder. Os teólogos falam sobre os “atributos” de Deus, significando com isso as particularidades da natureza revelada de Deus. Se começamos com o conceito correto de Deus, nossa cosmovisão será apropriadamente harmoniosa. Se nosso conceito de Deus é sub-bíblico, nossa cosmovisão também será sub-bíblica. Os atributos de Deus revelam seu poder e seu caráter. O Deus da Bíblia é onisciente e onipotente; é também fiel, bondoso, paciente, amável, misericordioso, gracioso, magnífico e justo. Na base de todo os atributos de Deus descritos nas Escrituras, estão duas grandes verdades que formam os pilares centrais de todo pensamento cristão. O primeira desses pilares é a soberania total, final e perfeita de Deus. A soberania de Deus é o exercício de sua autoridade legítima. Sua onipotência, sua onisciência e sua onipresença são os instrumentos de sua soberania. O segundo desses grandes pilares é a santidade de Deus. Assim como a soberania é o grande termo que inclui todos os atributos de poder de Deus, a santidade inclui todos os atributos morais de Deus referidos nas Escrituras. Em primeiro nível, a santidade define a Deus como a fonte de tudo que é bom, verdadeiro, belo, amável, justo, reto e misericordioso. Em outras palavras, a santidade estabelece que Deus não é apenas o 7 possuidor desses distintivos morais – ele é, também, a fonte crucial deles. Em última análise, Deus não é meramente definido por esses atributos morais; ele os define pela exibição de seu caráter na Bíblia. Em outras palavras, dizer que Deus é justo não significa que ele é aprovado quando testado sob a luz de nosso entendimento de justiça. Ao contrário, nós obtemos entendimento adequado de justiça somente por conhecermos o Deus que se revela a si mesmo como justo. Um dos problemas centrais do pensamento moderno é a tentativa dos seres humanos de julgarem a Deus por nossas próprias categorias de perfeição moral. Nossa responsabilidade consiste em colocar nossas categorias em submissão à realidade e à revelação de Deus. A questão da existência ou inexistência de Deus é fundamental, assim como o são as questões do seu caráter e do seu poder. A cosmovisão cristã se estrutura, antes de tudo, no conhecimento revelado de Deus. A cosmovisão cristão se estrutura, antes de tudo, no conhecimento revelado de Deus. E isso implica o conhecimento abrangente do Deus que se auto-revela, se auto-define e não aceita rivais. Não há outro ponto de partida para uma cosmovisão cristã autêntica – e não há nenhum substituto. 1. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS – A ÂNCORA DO ACONSELHAMENTO BÍBLICO: “E, tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus”. Êxodo 31.18 “Deu-me o Senhor as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e, nelas, estavam todas as palavras segundo o Senhor havia falado convosco no monte, do meio do fogo, estando reunido todo o povo”. Dt. 9.10 A Bíblia é a Palavra (voz) de Deus, sua revelação escrita por homens que foram inspirados pelo Espírito de Deus (2 Pedro 1.20-21). O Aconselhamento Bíblico está fundamento nesta verdade. A Bíblia é o registro imutável do plano soberano de Deus para o ser humano. Seu autor é o próprio Deus, por isso Ela tem uma autoridade divina. Afirmar a autoridade das Escrituras, significa crer que todas as palavras nas Escrituras, são palavras de Deus, de modo que, não crer em alguma palavra da Bíblia, ou desobedecer a ela é não crer em Deus ou desobedecer a Ele. A própria Bíblia declara que todas as palavras das Escrituras são palavras de Deus. Certamente a Bíblia registra as palavras de centenas de pessoas diferentes, como o rei Davi, Pedro e o próprio Satanás. Mas, mesmo as citações de outras pessoas são relatos divinos do que elas disseram e, interpretados corretamente, em seus contextos, vem a nós como a autoridade de Deus. No Antigo Testamento, isso se vê na frase introdutória: “Assim diz o SENHOR...” que ocorre centenas de vezes. 8 Dessa forma, quando os profetas dizem assim diz o Senhor, eles estão reivindicando a condição de mensageiros do Soberano Rei de Israel, ou seja, o próprio Deus, declarando que suas palavras são palavras de Deus com autoridade absoluta. Quando um profeta falava dessa forma em nome de Deus, cada palavra dita vinha de Deus, senão ele seria um falso profeta (cf. Nm. 22.38; Dt. 18.18-20; Jr. 1.9; 14.14; 23.2622; 29.31-32; Ez. 2.7; 13.1-16). E em outros casos se diz que Deus fala através – por intermédio do profeta (1 Re. 14.18; 16.12,34; 2 Re. 9.36; 14.25; Jr. 37.2; Zc. 7.7,12) assim o que o profeta diz em nome de Deus é Deus quem fala. Assim, desobedecer a voz do profeta e não dar credito ao que ele diz, era desobedecer ao próprio Deus.3 O Novo Testamento, reconhece a autoridade do AT, e se refere a ele como Escritura e Palavra de Deus. Mateus diz que quando Jesus terminou de proferir suas palavras no Sermão do Monte o povo ficou admirado porque estavam diante do Deus da Palavra – O Deus Eterno, o Logos (verbo) encarnado (Jo. 1.1; 14). “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”. Mateus 7.28-29 O seu testemunho é fidedígno. Ele tinha autoridade porque estava anunciando a Palavra de Deus, que é fiel e verdadeira. Sua autoridade estava no fato de ele ser o próprio Deus revelado autor da Revelação que já tinha sido feita (Hb.1.1). O apóstolo Pedro exortou os cristãos da sua época a dar atenção à Palavra de Deus escrita no Antigo Testamento por intermédios de profetas que foram impelidos pelo Espírito Santo: “...sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.20-21). Paulo disse a Timóteo: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tim. 3.14-17). As Escrituras são capazes de tornar-nos sábios para a salvação: (v.15). Seu propósito primordial é prático. Mais do que um livro-texto, a Bíblia é um manual, um guia, mais um livro de salvação do que um livro de ciência 4. O propósito de Deus na Escritura não é revelar fatos que podem ser descobertos pelo método científico da observação e da experiência, mas, sim, revelar verdades que estão além do escopo da ciência, e particularmente o caminho da salvação de Deus através de Cristo. A Bíblia não é um livro qualquer; a sua origem está em Deus que falou através de homens que Ele mesmo separou para registrar a Sua Palavra. Sabemos que a questão do caráter humano das Escrituras não é algo acidental ou periférico: os homens escolhidos por Deus 3 4 GRUDREM, Wayne, Teologia Sistemática, Edições Vida Nova. São Paulo, 1ª. Edição, 1999, p.44 “Toda ciência devidamente estabelecida e toda a Bíblia corretamente interpretada nunca entram em contradição”. Adauto Lourenço 9 para registrarem as Escrituras eram pessoas de carne e osso como nós, com personalidades diferentes, que viveram em determinado período histórico. num espaço de aproximadamente 1600 anos, enfrentando problemas específicos, dispondo de determinados conhecimentos, etc. As Escrituras foram escritas por Inspiração de Deus: “Toda a Escritura é Inspirada por Deus...” (v.16). É um livro divino. Assim, homens escreveram como homens, mas, ao mesmo tempo, comunicaram a mensagem de Deus, não a do homem. É por isso que Jesus Cristo mesmo é o centro da revelação bíblica, já que ela dá testemunho dele. Ele é o centro da Escritura (que a resume e a torna viva) ou a mensagem central da Escritura (que a explica e justifica) ...é Jesus Cristo. Ler a Bíblia sem encontrá-lo é lê-la erradamente, e pregar a Bíblia sem proclamá-lo é pregá-la falsamente. É porque a Escritura nos instrui para a salvação que ela nos instrui acerca de Cristo, através de quem nós recebemos a salvação pela fé. Além disso, a razão de amarmos a Bíblia é que ela nos fala de Cristo. Ela é a representação de Deus, o retrato de Cristo que Deus nos deu. As Escrituras são úteis: (vs. 16-17). Ela pode fazer muito mais do que instruir-nos para a salvação (v. 15): é também "útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (v. 16). Em outras palavras, ela é proveitosa, tanto para a doutrina (ensinar a verdade e corrigir o erro) como para a ética (repreender o pecado e orientar para uma vida correta), levando-nos assim adiante na fé cristã e no comportamento cristão, até que nos tornemos homens e mulheres de Deus, "perfeitamente habilitados para toda boa obra" (v. 17). Assim (como veremos mais demoradamente no próximo capítulo) a Bíblia tem um papel essencial a desempenhar em nosso crescimento até atingirmos a maturidade em Cristo. Timóteo deveria continuar na Palavra de Deus, tanto nas Escrituras do Antigo Testamento como nos ensinos do apóstolo. A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. A Declaração Doutrinária da CBB 5 afirma que a Bíblia é autoridade não somente em matéria de Religião (coisas espirituais) – mas principalmente autoridade, quanto a assuntos práticos. Contudo, a Bíblia não é a única fonte para a teologia. Até mesmo os reformadores, como, por exemplo, Calvino e Lutero, que defenderam com unhas e dentes a bandeira da suficiência da Bíblia (Sola Scriptura), pesquisaram outras fontes históricas confiáveis (Teologia Patrística). Mas, em se tratando de conduta cristã, a Bíblia é a única fonte e autoridade final para nos Aconselhar e guiar. Portanto, qualquer outra fonte secundária de estudo e pesquisa devem ser interpretadas pelas lentes das Escrituras – (1 Pe.2.2; 2 Pe.1.3; Sl.19.7-9). 5 A Bíblia é a palavra de Deus em linguagem humana. É o registro da revelação que Deus fez de si mesmo aos homens. Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi escrita por homens inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo. Tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os pecadores à salvação, edificar os crentes, e promover a glória de Deus. Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro, e por isso é um perfeito tesouro de instrução divina. Revela o destino final do mundo e os critérios pelo qual Deus julgará todos os homens. A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas as doutrinas e a conduta dos homens. Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo. Fonte: http://www.ibcentral.org.br/a-igreja/no-que-cremos.asp 10 A Revelação natural é a sua Glória manifesta através da toda a Criação. A Bíblia é a Revelação Especial. “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir” (Salmo 33.6,9). A Palavra escrita de Deus é a Sua Glória manifesta na Pessoa do Filho – Jesus Cristo. A Palavra de Deus, na Bíblia só tem poder porque corresponde perfeitamente à Palavra de Deus no Universo. É a Palavra Viva do Deus Vivo! (Hebreus 4.12). “As palavras que eu vos tenho dito são Espírito e são vida” (Jo. 6.36). “Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mateus 11.27). À medida que contemplamos mais e mais a Glória de Deus na face de Cristo, revelada na Sua Palavra, Deus será a nossa maior alegria e teremos plena satisfação nele. Apesar de a Revelação Geral de Deus ser suficiente para nos deixar indesculpáveis diante dele (Rm 1.20), ela não é suficiente para nos salvar. Graças a Deus pela Bíblia! Deus não nos deixou tateando às cegas na escuridão, mas deu-nos uma luz para indicar o caminho. Ele não nos abandonou debatendo-nos em mares revoltos; a Escritura é uma rocha na qual encontrar chão e firmeza. Nossa resolução deveria ser estudá-la, crer nela e obedecê-la. Calvino aceitou o ensino bíblico de que Deus se revela através da criação, da história e da consciência do homem, dizendo que essa revelação seria suficiente para a nossa salvação se tivéssemos olhos para ver. Mas, por causa da queda, os nossos olhos ficaram turvos e não vêem. Portanto, agora, nós precisamos das “lentes corretivas da Escritura”, se quisermos ver e entender adequadamente a Revelação Geral de Deus. Jesus, após a sua morte e ressurreição enviou o Espírito Santo para conduzir os apóstolos através da sua palavra (Jo.14.26; 16.13) para que eles lembrassem de tudo o que Jesus havia lhes ensinado (2 Pe.3.2; 1 Co.2.13; 1 Ts.4.15; Ap.22.18-19). A própria Bíblia afirma que podemos encontrar esperança nos seus escritos e que nos foi dada com esta finalidade. “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15.4). Dizemos que a Bíblia é nossa única regra de fé e prática. Por isso devemos nos guiar por suas palavras. A Bíblia é a Palavra Viva e eficaz do Deus Vivo. Ela é perfeitamente suficiente para nos conduzir à toda verdade e santidade de Deus. Ela é a Palavra Eterna e imutável de Deus. Nela, estão revelados todos os princípios para a nossa vida cristã prática que glorifica a Deus, alegra o nosso coração e satisfaz a nossa alma plenamente através de suas promessas eternas. “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo”. 2 Pedro 1.3-4 11 O mundo está em constante mudança. Muitas teorias da ciência foram atualizadas no último século. Mas a Palavra de Deus não muda. “Passará os céus e a terra, porém as minhas palavras jamais passarão” (Mc.13.31). Pois assim como Deus não pode mudar (Tg.1.17) sua Palavra também não mudará (Isaías 40.8; Ap.1.8). 2. A AUTORIDADE SUPREMA DAS ESCRITURAS – O ALICERCE DO ACONSELHAMENTO BÍBLICO: Deus já havia falado ao homem através da Criação, (toda a natureza criada por Ele). Agora começou a se revelar na sua Palavra. De Gênesis 1.1 a Apocalipse 22.22 – a Bíblia é a Revelação de Deus e da sua pessoa. Essa revelação é progressiva e culmina na Pessoa do Filho, Jesus. Jesus é a revelação especial de Deus – ele é a Palavra (logos – Jo.1.1) Jesus é a revelação completa de Deus – Cl.1.15; Hb.1.1-3 Jesus é Deus – João 10.30; 14.8-10 Todo o AT, falava sobre a Pessoa de Jesus que ainda viria: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único? Não penseis que eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança. Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito. Se, porém, não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?” João 5.44-47 “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se. Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu Sou”. João 8.57-58 As pessoas tem uma teologia distorcida – interpretam a Bíblia de forma errada. Ez.18.1-4; 19-20; Jo.9.1-3 O Aconselhamento está baseado na Teologia Bíblica: Exemplo – O livro de Deuteronômio, (lit. “segunda lei”). exortação para amar e obedecer a Deus. Apesar de Deus ter libertado o povo da escravidão do Egito de maneira maravilhosa e de miraculosamente ter suprido suas necessidades no deserto, Israel falhou por não obedecer a Deus. Eles recusaram-se a entrar na terra prometida e 12 rebelaram-se contra Deus. Uma viagem de apenas alguns meses demorou quase quarenta anos. Agora, uma geração depois, o povo estava finalmente nas planícies de Moabe pronto para cruzar o Rio Jordão e apropriar-se das promessas de Deus. mas, antes, é preciso restabelecer a Aliança de Deus com Israel, incluindo as leis da Aliança feita no Sinai. O livro contem três longos discursos de Moisés e tem como finalidade exortar os Israelitas e manter fielmente a Aliança. Esses discursos fazem um levantamento dos atos salvíficos de Deus durante a geração anterior. O livro não tem como objetivo informar o povo de Israel sobre as leis de Deus. Mas, sim transformar suas vidas através das palavras da Aliança de Deus. Eles deveriam amar e obedecer a Deus, guardando as suas palavras no coração (Dt.6.5). Moisés usa duas palavras respectivamente nos capítulos (6-11). Ele pede aos Israelitas que amem e temem a Deus. O amor sem temor não resulta em obediencia. O temor sem amor, transforma-se em terror e afasta a pessoa de relacionamento íntimo com Deus. Juntos, amor e temor produzem um relacionamento sadio e resultam em obediência à sua vontade. Lição prática: Os mandamentos, estatutos e ordenanças de Deus estão envolvidos nos conceitos de amor e temor a Deus. veja o que Jesus disse em João 14.21 “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele”. “Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade”. 1 Jo.2.3-4 “Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou. E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu. 1 João 3.23-24 “Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”. 1 João 5.2-4 A Palavra de Deus é Eterna. Ela é o alimento para a nossa alma. Quando a guardamos em nosso coração e a obedecemos ela nos satisfaz plenamente e nos guia a toda a verdade. Vamos ver alguns textos que mostram essas verdades: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando 13 pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te”. Deuteronômio 6.4-7 “Tendo Moisés falado todas estas palavras a todo o Israel, disse-lhes: Aplicai o coração a todas as palavras que, hoje, testifico entre vós, para que ordeneis a vossos filhos que cuidem de cumprir todas as palavras desta lei. Porque esta palavra não é para vós outros coisa vã; antes, é a vossa vida; e, por esta mesma palavra, prolongareis os dias na terra à qual, passando o Jordão, ides para a possuir”. Deuteronômio 32.45-47 “Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem”. Dt. 8.3 (citado por em Jesus Mt. 4.4) “Antes, (ao contrário do ímpio, o justo) o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido”. Sl.1.2-3 “Do mandamento de seus lábios nunca me apartei, escondi no meu íntimo as palavras da sua boca”. Jó 23.12 “A lei (Toráh) do Senhor é perfeita e restaura a alma. São mais desejáveis (ensinos) do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa”. Salmo 19.10-11 “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti. Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”. Salmo 119.11;18 “Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra. Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos. Para mim vale mais a lei que procede de tua boca do que milhares de ouro ou de prata”. Salmo 119.67; 71-72 “Para sempre, ó Senhor, está firmada a tua palavra no céu. Não fosse a tua lei ter sido o meu prazer, (alegria/satisfação plena) há muito já teria eu perecido na minha angústia. [Pois] Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos”. Salmo 119.89; 92; 105 “Os teus testemunhos, recebi-os por legado perpétuo, porque me constituem o prazer do coração. Induzo o coração a guardar os teus decretos, para sempre, até ao fim”. Salmo 119.111-112 “Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente”. Isaías 40.6-8 “...pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada”. 1 Pedro 1.23-25 “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”. Mateus 5.17-18; 24.35 “Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem. Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que pérolas, e tudo o que podes desejar não é comparável a ela”. Provérbios 3.11-15 “Firma os meus passos na tua palavra, e não me domine iniqüidade alguma. Sl. 119.134 – 14 “Desfalece-me a alma, aguardando a tua salvação; porém espero na tua palavra. Esmorecem os meus olhos de tanto esperar por tua promessa, enquanto digo: quando me haverás de consolar?” Salmo 119.81-82 “Puríssima é a tua palavra; por isso, o teu servo a estima. A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a própria verdade. Sobre mim vieram tribulação e angústia; todavia, os teus mandamentos são o meu prazer. Eterna é a justiça dos teus testemunhos; dá-me a inteligência deles, e viverei. De todo o coração eu te invoco; ouve-me, Senhor; observo os teus decretos. Clamo a ti; salva-me, e guardarei os teus testemunhos. Antecipo-me ao alvorecer do dia e clamo; na tua palavra, espero confiante. Os meus olhos antecipam-se às vigílias noturnas, para que eu medite nas tuas palavras”. Salmo 119.140-148 “Mas o Senhor me disse: Não digas: Não passo de uma criança; porque a todos a quem eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás. Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor. Depois, estendeu o Senhor a mão, tocou-me na boca e o Senhor me disse: Eis que ponho na tua boca as minhas palavras. Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó Senhor, Deus dos Exércitos”. Jeremias 1.7-9; 15.16 “Ainda (O SENHOR) me disse: Filho do homem, come o que achares; come este rolo, vai e fala à casa de Israel. Então, abri a boca, e ele me deu a comer o rolo. E me disse: Filho do homem, dá de comer ao teu ventre e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Eu o comi, e na boca me era doce como o mel”. Ezequiel 3.1-3 “De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida. Por isso, eu vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. João 8.12; 24; 32; 38 “Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”. (Mt. 22.29). “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida”. João 5.39-40 “Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras”. Lucas 24.25-27. “...então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles. 32E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” Lucas 24.31-32 “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”. Tiago 1.21-22 “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram”. Hebreus 2.1-3 “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta (revelada) na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”. Hebreus 4.12-13 15 “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”. 1 Timóteo 1.15 “Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. Efésios 6.17-18 “Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim”. Isaías 6.6-8 “Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu; e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar; mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. E imediatamente o pai do menino exclamou [com lágrimas]: Eu creio! Ajudame na minha falta de fé!” (incapacidade de crer) - Marcos 9.21-24 “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé”. Romanos 1.16-17 “...nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. 2 Coríntios 4.4 “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração”. Colossenses 3.16 Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros”. Romanos 15.4; 14 “Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos”. 1 Tessalonicenses 5.14 “Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. Efésios 5.17-21 “Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido”. Josué 1.7-8 “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras, ...Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro”. Apocalipse 1.3; 22.7 16 O ACONSELHAMENTO BÍBLICO ESTÁ FUNDAMENTADO NA EXCLUSIVIDADE DE JESUS CRISTO COMO ÚNICO E SUFICIENTE SALVADOR: Pois a Bíblia diz que Ele é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Ele é o Rei da Glória. Ele é o nosso Rei. Ele é o Rei Soberano. Rei justo, Eterno, Senhor da história. Nada pode definir seu infinito amor. Ele é eternamente forte, totalmente sincero, imortalmente gracioso, imperialmente poderoso, imparcialmente misericordioso. Ele é inigualável, Ele é incomparável. Ele fortalece o cansado, Ele livra o tentado, Ele salva o perdido, Ele sustenta o fraco, Ele consola o abatido, Ele restaura o oprimido! Sua vida é incomparável, Sua bondade é ilimitada, Sua misericórdia é para sempre, Sua Seu amor é imutável, Seu caráter é santo, Seu reinado é justo, Seu Poder é indestrutível, Sua Palavra é Suficiente, Sua graça nos basta! Sua Palavra é eficaz para transformar vidas, mentes e corações! O Seu jugo é suave, o Seu fardo é leve! Sua Palavra é doce, confronta, conforta e fortalece a nossa alma. Eu gostaria de descrevê-lo completamente mais isso é impossível. Ele é indescritível, Ele é incompreensível, Ele é irresistível, Ele é invencível! Os fariseus não o suportavam; Pilatos não achou nele culpa; Herodes não pode matá-lo; O tumulo não pode detê-lo; A morte não pode vencê-lo; Ele consumou a nossa salvação e voltará em Glória. Diante dele Todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Ele Senhor para a Glória de Deus Pai. E nós os salvos reinaremos eternamente como ele. Amem! “Seu nome é Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade Príncipe da Paz” Is. 9.6 “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. Não haveria cristianismo sem Cristo – Jesus é Singular – Único Salvador “Jesus não pretendia apenas saber a verdade, ele disse que é a verdade. Ele não se limitou a mostrar o caminho para Deus, ele disse que é o caminho. Portanto, dentro do cristianismo, se não há o Cristo, não há caminho para Deus, não a verdade sobre Deus e nem a vitalidade que vem de Deus”. James M. Boyce “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”. Atos 4.12 17 A Bíblia mostra-nos através do Evangelista João o cuidado especial de Deus com relação as necessidades básicas do homem e dá uma resposta que transforma mentes e corações que vivem em crise existencial no século XXI. (1) “Eu sou o pão da vida” - Jo 6.35 - contra a insatisfação (2) “Eu sou a luz do mundo” - Jo 8.12 - contra a insensatez (3) “Eu sou a porta das ovelhas” - Jo 10.7 - contra a impiedade (4) “Eu sou o bom pastor” - Jo 10.11 - contra a insegurança (5) “Eu sou a ressurreição e a vida” - Jo 11.25 - contra a inquietação (6) “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” - Jo 14.6 - contra a incerteza (7) “Eu sou a videira verdadeira” - Jo 15.1 - contra a incapacidade6 “O racionalismo que começou no século XVI, se transformou em Iluminismo, pragmatismo e finalmente, na pós-modernidade em relativismo e pluralismo. Afirmam que Jesus até poderia ser o caminho, a verdade e a vida, mas somente para a cultura judaica, que, aliás, o rejeitou. Os pluralistas são inclusivistas, eles crêem que Deus aceita uma fé “implícita” em lugar de uma fé explícita (conscientemente confessada) em Jesus Cristo”.7 3. BREVE HISTÓRICO DO ACONSELHAMENTO BÍBLICO: A psicologia secular dominou o aconselhamento, definiu o discurso acerca de pessoas e seus problemas. As ciências sociais, comportamentais e médicas atingiram enorme poder social, prestígio intelectual e autoconfiança. Como resultado a prática acabou sendo permeada pelas versões seculares de um profissional/especialista no comportamento humano que entende e ajudar pessoas. Qualquer pessoa que quisesse estudar, falar, ler sobre aconselhamento no século XX, deveria frequentar uma escola de aconselhamento secularizada e humanista. A prática do Aconselhamento que sempre fora praticada pela igreja de Cristo durante 1900 anos ficou esquecida, ou foi terceirizada. O Aconselhamento Bíblico resurge no final da década de 60 nos Estados Unidos, (1967); especialmente com o pioneiro; Dr. Jay Adams. Seu primeiro livro foi publicado em 1970 – “Conselheiro Capaz”. Onde ele começou a desenvolver o método de Aconselhamento Bíblico Noutético8. Depois ele escreveu: “Manual do Conselheiro Capaz”, e vários outros. Foi professor no Westminster Theological Seminary até 1976. O seu desejo de criar um centro de treinamento que oferecesse capacitação a vários pastores na área de Aconselhamento Bíblico foi concretizado, e em em 1968 juntamente com John Bettler deram início ao (Christian Counseling and Educational Foundation CCEF). Com o crescimento do ministério criaram uma Associação de Conselheiros Bíblicos (Association of Nouthetic Counselors - NANC). Há uma Conferência anual nos Estados 6 Sermão pregado pelo Pr. Leandro B. Peixoto, na Igreja Batista Central “As Série 7 Maravilhas da Graça”, veja o site: http://www.ibcentral.org.br/central-de-mensagens/mensagem/leia.asp?codmensagem=276 7 AZEVEDO, Israel Belo de, Apologética, Curso Vida Nova de Teologia, São Paulo, 2004, p.36-36 8 Noutético – da palavra grega: “noutheteo” – (Lit. colocar na mente), admoestar, exortar, aconselhar. (At. 20.31; 1 Co.4.14; Rm.15.14; Cl.3.16; – aspectos pastorais; 1 Ts.5.12; 14; ou um pai educando um filho; Ef.6.4). Outra palavra que aparece no NT é “parakaleo” (Hb.3.13; 10.25). 18 Unidos promovida por eles. Há também uma revista publicada por eles que está sendo traduzida e publicada no Brasil (The Journal of Biblical Counseling – A revista do Aconselhamento Bíblico). Publicado no Brasil, pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida. 9 Utilizando o material de Adams, John Broger fundou em 1974 a Biblical Counseling Fundation – BCF). O material desenvolvido por John Broger está em Português com o título: Autoconfrontação – Um Manual de Discipulado em Peofundidade (ele é bem extenso, tem 477 páginas). Um uma igreja que tem se destacado nos EUA, e a Faith Baptist Church (Lafayeth, Indiana). Todo o ministério da Igreja gira em torno do conceito de Santificação Progressiva e Aconselhamento mútuo. Há fila de espera na igreja por pessoas do bairro que procuram por aconselhamento. Grande parte dos membros que se convertem, são fruto desse ministério. Os Conselheiros são pastores e membros da igreja que dedicam suas horas vagas para aconselhar. A igreja abandonou as verdades da Bíblia. A psicologia virou religião no século XX – e principalmente em nossos dias: o própeio Freud afirmou que os psicanalista eram obreiros patoral funcional”. Jung também “Os pacientes empurram o psicoterapeuta a uma função de sacerdote esperando e exigindo que ele os liberte de sua angústia. É por isso que nós, psicoterapeutas, devemos nos ocupar de problemas que no sentido estrito da expressão, pertencem ao teólogo”. Ele ainda afirmou que o objetivo da psicoterapia é dar significado à vida. Uma questão existencial. E enxergava a neurose como uma crise quanto ao significado espiritual e não um problema médico. A psiquiatria cresceu assustadoramente nos últimos 50 anos nos EUA, porque os cristãos desprezaram os antigos valores essenciais da fé cristã descritos na Bíblia. Não é de estranhar que muitos dos principais líderes do liberalismo teológico na década de 20, nos EUA, após abandonarem a doutrina da autoridade e inspiração das Escrituras se tornaram ao mesmo tempo expoentes do movimento de saúde mental, utilizando seus púlpitos para apresentarem a nova visão psicoterapêutica do cristianismo. A idéia de aconselhamento pastoral (cristão) sugiu aqui e foi definida pela integração da psicologia com a teologia liberal.10 No Brasil, esses efeitos ainda são sentidos muitos Seminários Teológicos, que até hoje, usam a termilologia aconselhamento pastoral e não Aconselhamento Bíblico. veja esta afirmação de John Stott 11 Testifiquemos dessa verdade ao mundo contemporâneo, em que a "autorealização" é o desejo supremo e o "movimento do potencial humano" continua a conquistar espaço. Em seu perspicaz livro A Psicologia como Religião, cujo subtítulo é O Culto à Auto-adoração, Dr. Paul Vitz, da Universidade de Nova York, começa analisando os quatro principais "teóricos do ego" da sua década: Erich Fromm (que argumentava que o vício é indiferente ao ego das pessoas e que a virtude consiste na auto-afirmação), Carl Rogers (cuja terapia concentrada no cliente objetivava ajudá-lo a tornar-se uma pessoa 9 Coletâneas de Aconselhamento Bíblico: SBPV, Atibaia, SP. Volumes: de 1 a 8. Também disponível em CD – em PDF. 10 Veja: David POWLISON, “Integração ou Inundação?” em Religião de Poder, ed. por Michael Horton, São Paulo, Ed. Cultura Cristã, 1998, p. (157-180) 11 Stott (2005, p. 67) 19 autónoma e integrada através da "auto-estima" incondicional), Abraham Maslow (que enfatizava a "auto-realização" criativa) e Rollo May (que, influenciado pelo existencialismo, enfatizava a decisão e o comprometimento como o caminho para ser alguém). Estes quatro escritores, que atingiram o seu ápice nos anos setenta, eram todos humanistas seculares confessos. Eles acreditavam nos seres humanos, não em Deus. Foram muito divulgados e sua ênfase básica na auto-estima e na auto-realização parece ter-se infiltrado em quase todos os segmentos da sociedade. Dr. David Wells comenta que "em meados da década de oitenta, um total de 87,5% de tudo o que se publicou nos Estados Unidos estava a serviço dos interesses e apetites do movimento do eu". 12 A Bíblia fala que em Adão todos nós pecamos. A salvação não está em nós. Isso é impossível. Martin Lloyd-Jones pergunta: “Porque o homem sempre escolhe pecar? A resposta é que o homem se afastou de Deus, em decorrência disso, sua natureza se tornou totalmente pervertida e pecaminosa. Toda inclinação do homem vai no rumo aposto ao de Deus. por natureza ele odeia a Deus a sente que se opõe a ele. Seu Deus, é ele mesmo, suas próprias habilidades e poderes, seus próprios desejos. Ele se opõe a todo conceitos de Deus e às exigências que Deus faz a ele. Além disso, o homem gosta e cobiça as coisas que Deus proíbe e desaprova as coisas e o tipo de vida que Deus o convoca a ter”. 13 A IGREJA PERDEU A VISÃO DA BÍBLICA DO ACONSELHAMENTO 14 Durante os últimos 50 anos, a Igreja Americana Testemunhou uma guerra. A batalha tinha como base a infalibilidade das Escrituras. A pergunta que deu início ao conflito foi: “A Bíblia é certa, completamente exata e verdadeira, ou existem erros que diminuem a sua infalibilidade como um todo? A igreja lutou bravamente pela verdade. As denominações mais conservadoras e os independentes, abraçam agora totalmente a infalibilidade. Há porem, outra batalha surgindo no horizonte. Ela já chegou de fato até nós. Esta batalha tem como foco a suficiencia das Escrituras. A pergunta agora é esta: “Nós, os que cremos que a Bíblia é correta e verdadeira, vamos curvar-nos ao mundo, dizendo que embora seja correta e verdadeira é parcialmente irelevante? De que vale a verdade, se ela, de fato, não tranformar as nossas vidas? O Conselheiro Bíblico é aquele que crê de todo coração que a Palavra de Deus não é só infalível, mas também suficiente. Ele acredita que a Bíblia fala de maneira geral a todas as áreas da vida. Embora não tenha como propósito ser um manual de química ou física, a Bíblia ensina ao químico que o Universo é ordeiro porque reflete o caráter de Deus. Existem leis químicas nas quais podemos confiar, porque há um Deus que 12 David Wells, No Place for Truth (Eerdmans, 1993) In – MacArthur, Introdução ao Aconselhamento Bíblico, Hagnos, São Paulo, 2004, p.128 14 Elyse Fiztpatrick & Carol Cornish, Mulheres Ajudando Mulheres, CPAD, Rio de Janeiro, p.11 13 20 supervisiona a sua criação e em quem podemos confiar. Além de falar em termos gerais, a Bíblia também fala especificamente às questões da vida, tais como: “Quem é Deus?”, “Como posso conhecê-lo e servi-lo”, e “Como posso amar o meu próximo”. Os conselheiros Bíblicos acreditam que a Bíblia é abrangente a todos os aspectos relacionais. O que queremos dizer exatamente quando afirmamos a que a Bíblia é suficiente? A palavra suficiente pode ser definida como: “capaz, ápta, hábil, especialmente quando se trata de responder às nossas necessidades. Ela é adquada ampla e abundante. Cumpre o propósito que lhe foi dado por Deus. Não é deficiente ou escassa. O conselheiro acredita que a Bíblia contém tudo o que é necessário para a pessoa alcançar os alvos de Deus, capacitando-o a mara a Deus e aos outros. Eis algumas pasagens Bíblicas para ilustrar esse ponto: 2 Pedro 1.3-4 – NVI “Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. 4 Dessa maneira, ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça. 5 Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; 6 ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; 7 à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. 8 Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em sua vida, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos. 9 Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados. 10 Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma, jamais tropeçarão, 11 e assim vocês estarão ricamente providos quando entrarem no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. Tudo o que precisamos o que precisamos para nos tornarmos participantes da sua natureza divina nos foi dado através das suas preciosas e magníficas promessas, a Palavra de Deus. Tudo o que precisamos para a nossa santificação (mudança do nosso coração, e nossa vida, do antigo para o novo) está à nossa disposição. A transformação acontece mediante a palavra de Deus, quando interagimos com ela pela fé. De fato, a Palavra é poderosa a ponto de revelar os motivos (desejos) ocultos do nosso coração. Hebreus 4.12 – ARC “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. Só o espelho da palavra tem poder para iluminar os olhos cegos aos motivos e atitudes. Nem o conselheiro mais sensível e criterioso sabe julgar ou conhece o coração. Nada revela os motivos e intenções ocultos do coração senão a Palavra, que é suficiente para gerar a mudança gerada pela auto-avaliação sincera (Mateus 7.1-3). Veja como a Bíblia descreve a si mesmo, ela não é um manuscrito morto, ela é viva, eficaz e poderosa. A Palavra de Deus é espiritualmente viva. É o Espírito Santo que aplica a Palavra de Deus em nosso coração para nos moldar e nos santificar. Ela traz vida ao seu coração morto empedernido, pode acender o pavio que fumega em cada área escura da sua alma. 21 Paulo – escreveu a Timóteo e falou sobre a Suficiência da Palavra de Deus: 2 Timóteo 3.14-17 “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste 15 e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. 16 Toda a Escritura é inspirada (Theopneustos – soprada) por Deus e útil (suficientemente, hábil, capaz) para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. COMO AIFRMAR QUE JESUS CRISTO É O CAMINHO E A VERDADE E A VIDA NUM MUNDO PLURALISTA? Na declaração de Cristo: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6), temos Nele a verdade epistemológica (Caminho); verdade ontológica ou metafísica (Verdade) e a verdade existencial (Vida). Em Cristo temos o modelo de interpretação e conhecimento da verdade; a verdade absoluta personificada e a verdade que serve de padrão absoluto e final para a nossa existência. O apelo último da fé cristã é a auto-revelação de Deus em Jesus Cristo; o nosso apelo não é à razão ou à experiência, mas, ao Deus encarnado; nEle encontramos a Verdade e o sentido de todas as coisas”.15 A Bíblia descreve a sua própria função. Ela faz com que os que são ensinados sejam repreendidos, corrigidos, instruidos educados e treinados por ela, para se tornarem adequados e aptos para todo trabalho que Deus colocar a sua frente. A Bíblia é suficiente para equipar-nos para nos tornar santos e irreprensíveis. Podemos usar outros conhecimentos humanos que não estejam descritos na Bíblia? Por exemplo, a Bíblia não dá instruçoes sobre como consertar um carro ou descobrir a vacina para a poliomielite. Os conselheiros Bílbicos crêem que esta iformação que não está na Bíblia é insignificante? Claro que não. Os conselheiros Bíbicos crêem que as bênçãos das ciências verdadeiras fazem parte da graça comum de Deus. Existe, porém, uma diferença vital, entre a graça comum de Deus demonstrada ao mundo em geral e sua revelação especial dada ao seu povo. A Bíblia não foi escrita como um manual científico; mas, sim, para revelar Deus e suas obras ao mundo. A lei e os profetas foram escritos tendo como base o mandamento de amar a Deus e aos outros. Não é disso que trata o Aconselhamento? Paulo nos diz que todos os ensinos anterios tinham um objetivo: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito (Antigo Testamento) para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, (Bíblia) tenhamos esperança”. Romanos 15.4. 15 Alister E. McGrath, Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do Evangelicalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 24. 22 Ainda em 1 Coríntios 10.1-13, Paulo fala que os acontecimentos registrados no passado foram para o nosso exemplo. Devemos aprender o que agrada a Deus (v.5), não devemos aprender coisas más (v.6), nem adorar ídolos (v.7), nem agir imoralmente (v.8), nem tentar ao Senhor (v.9), nem murmurar, (v.10). E nos versos de 11-13, ele afirma: “Essas coisas aconteceram a eles como exemplos e foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem chegado o fim dos tempos. 12 Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia! 13 Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo lhes providenciará um escape, para que o possam suportar”. (1 Coríntios 10.11-13 - NVI). O Espírito Santo registrou cuidadosamente os acontecimentos do Antigo Testamento, não apenas para que tivessemos conhecimento mas, para que pudéssemos viver com esperança nas promessas de Deus. Sem a Bíblia a igreja seria guiada pela cosmovisão secular, pelo paganismo e pelas filosofias deste mundo pecaminoso, que jaz completamente no Maligno (1 João 5.18). John Stott fala sobre o perigo da Igreja se tornar como o mundo: "Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Fareis segundo os meus juízos, e os meus estatutos guardareis...” (Lv.18.3-4a). Mesmo assim o povo disse a Samuel: "... constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações” (2 Sm.8.5b). E, mais tarde, Ezequiel teve que repreendê-los por sua idolatria: "...dizeis: Seremos como as nações, como as outras gerações da terra, servindo ao pau e à pedra" (Ez.20.32) Foi a mesma coisa nos dias do Novo Testamento. A despeito dos mandamentos bem claros de Jesus — "Não vos assemelheis a eles” (Mt.6.8) – e de Paulo - "Não vos conformeis com este mundo” (Rm.12.2) – a, constante tendência do povo de Deus era, e ainda é, comportar-se "como os gentios” (1 Ts. 4.5; 1 Co. 5.1, Ef. 4.17) – até que nada mais parece distinguir a igreja do mundo, os cristãos dos não-cristãos, em convicções, valores e padrões16. PORQUE ACONSELHAMENTO BÍBLICO? PORQUE SÓ A BÍBLIA DIAGNOSTICA O CORAÇÃO E LHE DÁ VERDADEIRA ESPERANÇA: Por ser fruto do humanismo racionalista, a psiquiatria de FREUD e a psicologia de WUNDT, são antagônicas e inimigas da cosmovisão Bíblica e possuem muitas idéias contrárias aos valores bíblicos17. Embora tenham feito muitas descobertas nos últimos 50 anos, sobre o comportamento humano, não possuem uma cosmovisão correta da natureza humana e especialmente da extenção da queda do homem e as suas 16 STOTT, John W. R. Ouça o Espírito, ouça o mundo, ABU, São Paulo, 2005, p.12 A psicanálise de FREUD, (ano?); (A Psicologia geralmente é datada a partir da criação de um laboratório com WUNDT, em 1879); nasceram num momento de extremo liberalismo teológico, onde a doutrina da inspiração e da autoridade das Escrituras estava sendo negadas até mesmo em alguns Seminários. 17 23 consequencias. Por isso, classificaram os problemas humanos como: doenças, vícios, síndromes, distúrbios, e transtornos; ou seja: (psicopatologias). O diagnóstico mostra que o homem está doente. A sua doença; é a cuasa dos seus problemas. Logo, a pessoa é uma vítima do sistema. Se tenho uma doença, não optei por tê-la, dessa forma, não tenho culpa. A sociedade está doente, afirmam as pessoas. O mundo está perdido. A natureza está furiosa com o nosso comportamento – as pessoas estao destruindo o planeta. Esse é o ponto crucial da questão, as pessoas não se consideram responsáveis pelos erros que cometem. Dizem que seus problemas são “alógenos” – (gr. s. allo – v. genao: “gerados por outros”); e não “autógenos” – (gr. s. autos – v. genao: “gerados em/por si mesmos”). Em vez de assumirem a responsabilidade pessoal por sua conduta, culpam a sociedade. É fácil lançar a culpa sobre a sociedade, porque o que é da responsabilidade de todo mundo, não é responsabilidade de ninguém. Pode ter sido algum problema no passado, com meus avós ou até meus pais, o problema foi a minha família, a minha educação, a minha criação, minha escola, meus parentes, meus amigos me traíram, meus inimigos me prejudicaram. Ficamos chocados com tragédias com esta que aconteceu na semana passada em uma Escola no Rio de Janeiro. E, certamente foi algo horrível e assustador, que mostra a gravidade do nosso pecado. Mas, não temos a mesma indiganação contra impiedosos assassinatos de fetos humanos dentro do ventre de mulheres que praticam aborto, como se eles não passassem de meros pedaços de carne, também não temos a mesma indignação contra os produtores de pornografia. Agora depois da tragédia surge várias teorias tentando explicar o que aconteceu. Dependendo da teoria que se adotar chegará a um diagnóstico: psiquiatras dirão que o rapaz era psicótico, ou seja, através de delírios, separava a realidade da ficção. Outros dirão que tinha transtorno de personalidade, apresentando características anormais de uma pesoa aparentemente normal, com traços de esquisofrenia. O próprio psiquiatra forense ao em entrevista afirmou que ningém nasce com a essa predisposição, mas que ao longo da vida, pode vir a se manifestar por meio de vários fatores como rejeição, ira, egoísmo, solidão, medo, etc. A nossa pior doença é o nosso pecado. Essa é uma questão moral e espiritual. Pecamos concientemente, não porque somos obrigados. Porque sentimos alegria e satisfação no pecado, por que a nossa natureza ama o pecado e não a glória de Deus. A sociedade preciona a família criando leis que proibem os pais de disciplinar os seus filhos, por que isso pode causar traumas nas mentes das crinaças. O que a Bíblia fala sobre isso? Alguns textos em Provérbios 13.24; 19.18; 22.6; 15; 23.13-14; 29.15;17) e ainda; Efésios 6.1-4; Colossenses 3.20. “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, (Cristo) estais aperfeiçoados”. Cl.2.8-10. 24 A MENSAGEM DO ACONSELHAMENTO BÍBLICO É A MENSAGEM DA CRUZ “Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele”. 1 Co. 8.5-6 “As pessoas querem é um sincretismo, uma mistura do que há de melhor em todas as religiões. O mundo moderno não é em nada mais receptivo do que o mundo antigo no que concerne ao chamado do evangelho para o domínio próprio. Ele gosta de dizer que esse negócio de absolutos morais já não existe mais, que moralidade sexual é apenas uma questão de costumes sexuais, que a abstinência é uma coisa ruim e a permissividade uma coisa boa, e que o cristianismo, com suas proibições, é inimigo da liberdade. Não é de admirar que Paulo se sentisse "fraco e tremendo de medo" 18 e admitisse que precisava tomar uma decisão. Foi, por um lado, uma decisão negativa, de abrir mão da sabedoria do mundo, ou seja, de todo sistema que se oferece como uma alternativa para o evangelho; e, por outro lado, foi uma decisão positiva, de só proclamar Jesus Cristo e especialmente sua cruz. Hoje nós nos deparamos com a mesma alternativa. Temos que escolher entre a sabedoria do mundo, que é loucura para Deus, e a loucura da cruz, que é a sabedoria de Deus. A cidade, portanto, vivia cheia de mercadores, viajantes e navegadores. Já que eram estrangeiros numa cidade estranha, eles pouco se preocupavam com restrições morais. Alem disso, Afrodite, conhecida pelos romanos como Vênus, a deusa do amor, reinava em seu templo acima da cidade, encorajava a promiscuidade sexual entre os seus devotos e proporcionava milhares de prostitutas que vagavam à noite pelas ruas da cidade. Era uma verdadeira "feira da vaidade" do mundo antigo. O verbo grego “korinthiazomai” – significava "praticar a imoralidade", viver dissolutamente. A cidade de Corinto era extremente orgulhosa, por causa das suas riquezas, sabedoria, comércio, importância como capital da Provincia da Acaia. Jogos Olímpicos. Teatro, cultura e diversao sexual atravéss A mensagem do evangelho, é radical, nos humilha e nos desnuda (não temos nenhuma roupa com que nos apresentar diante de Deus) e nos declara falidos (não temos dinheiro algum com o qual comprar o favor dos céus). Chamando-nos à conversão, ao arrependimento e à vida de santidade. 18 1 Co 2.3 (BLH) – “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. 2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. 4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, 5para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” 1 Co.2.1-4 (ARA). 25 AS TRÊS CONSEQUÊNCIAS DO NOSSO PECADO: 1. A primeira coisa que o pecado produz é rebeldia: Isso é mais do que só quebrar algumas regras; é uma deficiência básica no meu caráter. Não é algo que eu aprendo. Nasci com isso (Sl.51.3). A rebeldia é a tendência inata de ceder às mentiras da independência, autossuficiência e egoísmo. Por isso violamos os limites dados por Deus. A indepêndencia diz, tenho o direito de fazer o que quero à hora que quiser”. A autossuficiência diz: “tenho tudo que preciso em mim mesmo, então não preciso me submeter a ninguém”. O egoísmo diz: eu sou o centro do mundo, é certo viver para mim mesmo, isso me traz felicidade”. Na Bíblia, isso é chamado de hedonismo, individualismo e mundanismo. Essas são as mentiras do jardim, que negam a nossa humanidade, não fomos criados para vivermos para nós mesmos, fomos criados para a glória e louvor de Deus. 2. A segunda coisa que o pecado produz é a insensatez: A insensatz que não há perspectiva, discernimento, teoria ou verdade mais confiável do que a nossa própria. Ela faz com que distorçamos a realidade e vivamos em mundos que nós mesmos criamos. É como se estivéssemos olhando a vida através de espelho disotrcido, convencidos de que estamos vendo claramente. A insensatez nos convence que estamos bem e que nossas escolhas rebeldes e irracionais são certas e as melhores. A insensatez é a rejeição da nossa natureza básica como seres humanos.19 Não fomos criados para sermos a nossa própria fonte de sabedoria, fomos criados como receptores da revelação e dependentes das verdades de Deus. Quando Davi diz no Salmo 14.1 – “Diz o insensato no seu coração; não há Deus”; ele exibe o fundamento da insensatez: Nossa insensatez é a rejeição de Deus, um desejo inato de substituir a sabedora Deus pela nossa. Desejos ser nosso próprio Deus! 3. A terceira coisa que o pecado produz é a incapacidade: A incapacidade de fazer tudo o que Deus ordenou que fizéssemos. Essa incapacidade permeia todas as situações e relacionamentos de nossas vidas. Não somente pelo fato de não querer fazer a vontade de Deus ou achar que a minha maneira é melhor. O fato é que mesmo quando tenho as intensões certas eu não consigo implementá-las. Sem a graça de Deus, eu estou sempre aquém do padrão de Deus. Sem a ação do Espírito Santo agindo em nós. Sempre iremos erar o alvo. O apóstolo Paulo falou sobre a sua expêriencia em Romanos 7.19-23 “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos 19 “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza”. Efésios 4.17-19 26 meus membros”.20 O pecado faz de nós tetraplégicos morais. Por mim mesmo, tenho até boa vontade e boas intensões, mas não há na minha carne (natureza caída) a capacidade de fazer a vontade de Deus, conforme Filipenses 2.12-1321. Esta passagem mostra que não podemos caminhar por nossa própria conta, não podemos agir por nossos próprios pensamentos, desejos e vontades, nosso coração é enganoso (Jr.17.9-10). “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações”. Precisamos de resgate, cura e perdão. Precisamos urgentemente de Deus. Por isso precismos de alguém que conheça o nosso coração e as nossas mentes para nos dizer por onde podemos caminhar de forma segura. Esta é a esperança do Conselheiro. O nosso Redentor é quem guia os nossos passos e submissos a Ele podemos apontar a direção para aqueles que estamos aconselhando. Como alguém que não sabe para onde vai pode apontar o caminho correto? Deus usa pessoas comuns para fazer coisas extraordinárias na vida de outras pessoas. Somos intrumentos nas mãos do Redentor 22. Somos pessoas que precisam ser transformadas ajudando pessoas que precisam de transformação. O CONSELHEIRO BÍBLICO DEVE ESTUDAR A BÍBLIA PARA OUVIR A VOZ DE DEUS: Quem estuda a Bíblia de forma consciente também está "pensando pensamentos de Deus, assim como ele", pois, na Escritura, Deus nos deu uma revelação ainda mais clara e completa de si mesmo. Ele "falou" conosco, comunicando através de palavras os seus pensamentos. Em particular, ele nos revelou seu amor por pecadores como nós e o plano que tinha de salvar-nos através de Jesus Cristo. Portanto, se Deus fez de nós pessoas racionais, porventura iremos negar este aspecto essencial da nossa criação? Se ele se deu ao trabalho de revelar-se a nós, será que vamos negar sua revelação? De maneira nenhuma. Usar apropriadamente a nossa mente não é nem abdicar da nossa responsabilidade e ir para a cama, nem proclamar a autonomia do raciocínio humano (como fizeram os líderes do Iluminismo), colocando sob julgamento os dados da revelação divina, mas, sim, assentar-nos humildemente em submissão a eles, estudando20 O Capítulo 7 do livro de Romanos deve ler lido à luz do Capítulo 8 – que fala sobre a vitória co cristão que anda no [pelo] Espírito. cf. Gálatas 5.16,25 21 “Portanto amados meus, ...desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua (“trabalha”) em vós tanto o querer (“desejo” – “vontade”) como o realizar, (“efetuar” = capacidade) segundo a sua boa vontade”. Fl.2.12-13. 22 Este é o título do livro de Paul David Tripp, Instrumentos nas Mãos do Redentor, NUTRA, São Paulo, 2009, p. 33-36. 27 os, interpretando-os, sintetizando-os e aplicando-os. Somente assim poderemos glorificar o nosso Criador. Aconselhamento Bíblico se faz de joelhos, em oração, na dependência e no poder do Espirito Santo. Suplicando e clamando a Ele por iluminação e entendimento espiritual para interpretar corretamente a Escritura ouvindo atentamente a voz do Espírito e aplicando as verdades eternas ao nosso coração peimeiramente e depois ao coração do nosso aconselhado. Segundo Paulo, o Conselheiro é aquele servo fiel que está sendo transformado por Deus de glória em glória (2 Co.3.16). Ele é apenas um instrumento nas mãos de Soberano Deus. Um vaso de barro, que carrega uma mensagem preciosíssima – o evangelho (2 Co.4.7-10) – “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; 9 perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; 10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo”. O ser humano é carente da revelação divina. O relacionamento com Deus começou antes da queda. Ele foi criado com entendimento e inteligencia e deve usar o sua mente e seus pensamentos para conhecer a Deus. Muita gente pensa que a orientação divina é uma alternativa para o pensamento humano, ou mesmo um artifício muito conveniente, pois lhes poupa o incômodo de pensar. Elas esperam que Deus vá refletir na tela do seu interior respostas para suas perguntas e soluções para os seus problemas, sem levar em conta o raciocínio delas. Deus nos guiar é racional e não irracional, ou seja, exatamente através dos processos de pensamento que ele criou em nós. O Salmo 32 deixa isso muito claro. O versículo 8 contém uma maravilhosa promessa de orientação divina, que se poderia desdobrar em três aspectos: "Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho." Mas como Deus irá cumprir sua promessa? O versículo 9 continua: "Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem." Se colocarmos lado a lado a promessa e a proibição, o que Deus está nos dizendo é: "Eu prometo que irei guiá-lo, mostrando-lhe o caminho a seguir (atraves da minha Palavra). Mas não espere que eu o guie como se faz com os cavalos e as mulas (isto é, pela força e não pela inteligência), pelo simples fato de que você não é um cavalo e nem uma mula. Eles não têm 'entendimento'; mas você tem. Use-o! Então eu o guiarei por intermédio de seu entendimento"23 Shedd disse: sobre o texto de Colossenses 1.924. “Quando todo o espaço das nossas mentes for preenchido até transbordar com o conhecimento da vontade do Senhor, já não teremos muito interesse em satisfazer egoisticamente a nossa própria vontade”. Ele aconselha baseado na confiança do caráter imutável de Deus (Is.26.3-4). Ele não deve apoiar-se em seu próprio entendimento (Pv. 3.3-5). O Aconselhamento Bíblico não rejeita as descobertas feitas pelo conhecimento humano. Mas não se guia por ele. Parafraseando Martin Lloyd-Jones, que afirmou que – “Pregação é teologia transmitida por um homem que está em chamas”; o Aconselhamento é pregação transmitida por um homem ou uma mulher em chamas por Deus movidos de íntima compaixão pelos que sofrem. 23 24 STOTT, R. W. John; Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, ABU, Sao Paulo, 2005, p. 52 “Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual”. 28 4. Quais são as características do Aconselhamento Bíblico? Como podemos Reconhecer um Aconselhamento verdadeiramente Bíblico? a. Quando cremos na suficiência das Escrituras com Palavra de Deus, inerrante, infalível e completa para tratar dos problemas humanos. b. Quando desenvolvemos uma cosmovisão Bíblica. Passamos a ver o mundo através das verdades da Palavra de Deus. c. Compreender que é possível ter uma antropologia Bíblica que nos ajuda a entender os problemas e dilemas humanos à luz da Palavra de Deus. d. Todo ensino tem por trás uma teoria, seja ela coerente ou não. Não há ensino neutro. Todo pensamento traz de forma intrínseca pressupostos. e. A Bíblia foi escrita por um Deus Pessoal, amoroso e Justo, que criou o homem e que conhece mais do que ninguém o verdadeiro problema do ser humano. f. O aconselhamento Bíblico é aplicar as verdades da Palavra de Deus ao coração humano levando-o a conformar-se com o plano de Deus. g. A tarefa do Aconselhamento Bíblico deve ser praticada pela igreja de Cristo dentro de um contexto mutualidade cristã e santificação. h. Os cristãos devem interpretar hermeneuticamente e exegeticamente a Bíblia aplicando os seus princípios e verdades primeiramente às suas próprias vidas e depois naqueles que aconselham. i. Sempre que se fala de aconselhamento Bíblico vem a seguinte pergunta: Será que o Aconselhamento não é simplista quando afirma que a Bíblia tem resposta para todos os problemas sérios do homem do século 21? Será que as pessoas não precisam de um profissional da área de Aconselhamento, um psicólogo ou um terapeuta treinados para compreendê-las e ajudá-las?