A globalização nos países da América do Sul Prof. Márcio Vasconcelos www.editoraferreira.com.br Os impactos da globalização nos países periféricos do sistema capitalista dependem de diversas fatores como: as condições políticas internas, o desenvolvimento do parque industrial, o grau de estabilidade político-financeira, a capacidade de consumo do mercado interno, entre outros. Na América do Sul, Brasil, México e Argentina adotaram, a partir da segunda metade do século XX, uma política desenvolvimentista populista com a parceria de empresas multinacionais na implantação de indústrias em diversos setores-chaves da estrutura produtiva. Por meio dessa associação com o capital estrangeiro, a burguesia industrial nacional abriu mão de conduzir o desenvolvimento nacional, aceitando um papel de subalterno aos interesses das empresas multinacionais. O desenvolvimento industrial alcançado pela associação ao capital externo foi acompanhado de um financiamento que só aprofundou a dependência desses países. Os empréstimos externos das décadas de 60 e 70 acarretaram as terríveis crises econômicas das dívidas externas dos anos 80. Já na década de 90, os planos de estabilização monetária e as reformas do estado, envolvendo as privatizações e o caminho para a consolidação do estado mínimo, foram as condições impostas pelas organizações financeiras internacionais para que os chamados países em desenvolvimento se adequassem aos novos interesses dos países ricos. Com isso, os países latino-americanos acabaram tendo um crescimento muito reduzido nesta época. Hoje, a abertura dos mercados nacionais deve ser conduzida com cautela, pois o caminho a ser percorrido pode ser desastroso. O perfil de empresas e serviços dos países da América do Sul é bem diferente do encontrado nos mercados dos países ricos. Com menos estrutura, financiamento e tecnologia, poucos setores industriais do terceiro mundo poderiam concorrer com as empresas dos países ricos de igual para igual. Sem contar que as restrições e barreiras alfandegárias são freqüentes para os poucos produtos de países pobres que conseguem destacar-se de maneira competitiva no mercado mundial. Outro ponto é a posição vivida pelos países sul-americanos na dependência financeira e frente às constantes intervenções de organismos financeiros internacionais que estipulam metas a serem cumpridas, interferindo assim na economia interna e até no planejamento orçamentário dos governos. Até agora as conseqüências do processo de globalização nos países da América do sul contribuíram para o aumento da miséria e do desemprego, o corte de gastos públicos em áreas fundamentais como educação, saúde e moradia, a falência de pequenas empresas e o aumento do mercado informal. Prof. Márcio Vasconcelos www.editoraferreira.com.br