VESTIBULAR UFPE – UFRPE / 1997 2ª ETAPA NOME DO ALUNO: _______________________________________________________ ESCOLA: _______________________________________________________________ SÉRIE: ____________________ TURMA: ____________________ História 01. A Historiografia é o modo como se escreve a História. As proposições abaixo, correspondem às correntes historiográficas que se desenvolveram ao longo da história da humanidade? 0-0) Os gregos contaram o início da sua história usando a mitologia. 1-1) Durante a Idade Média os cronistas contaram a história dos reis, das batalhas, da Igreja, considerando que todos os fatos históricos ou não históricos eram movidos pela vontade de Deus. 2-2) No século XIX, a História relacionou-se com outras ciências, como a Sociologia, a Geografia, a Antropologia e utilizou a análise dos documentos, ampliando suas respostas com base no empirismo. 3-3) Também no século XIX a História ultrapassou a narrativa e introduziu a explicação dos fatos, fundamentando-se no sistema produtivo das sociedades, nas estruturas e na luta de classes. 4-4) No século XX, a nova história se opõe à história interpretativa e valoriza a cultura, o pensamento, as representações, o cotidiano e a narrativa. 02. A arte é uma criação humana, fundamentada na cultura e no processo histórico. Sobre as várias modalidades de arte pode-se afirmar: 0-0) Durante a Pré-história o “homo sapiens” desenvolveu a técnica da pintura sobre a rocha, conhecida como arte rupestre, e através dela nos deixou imagens de outros aspectos de sua cultura. 1-1) Os romanos desenvolveram sua arte com base na arte etrusca e também receberam influência dos gregos, no que diz respeito à arquitetura e aos motivos ornamentais. 2-2) O movimento literário, artístico e científico que nasceu na Itália e se propagou pela Europa Ocidental nos séculos XV e XVI denomina-se RENASCIMENTO. 3-3) A arquitetura moderna teve nos irmãos Perret e em Le Corbusier seus precursores, que a partir de 1922 utilizaram em lugar da construção metálica a construção em cimento armado. 4-4) Das experiências dos irmãos franceses Lumière e do americano Thomas Edison surgiu uma nova arte – o cinema – que rapidamente se transformou em uma promissora indústria de arte e entretenimento. 03. Sobre a sociedade podemos afirmar que: oligárquica e militar espartana 0-0) Em Esparta a propriedade da terra era coletiva e o regime era feudal. 1-1) A constituição espartana estabelecia que o governo da cidade deveria ser regido por dois reis, um conselho e uma assembléia. 2-2) Somente os espartanos e periecos eram considerados cidadãos em Esparta. 3-3) A sociedade espartana estava constituída por três camadas: os espartanos, os hilotas e os periecos. 4-4) Entre as reformas econômicas realizadas em Esparta, destaca-se a que aboliu a propriedade familiar e em seu lugar instituiu a propriedade estatal – a terra cívica – dividida em lotes. 04. Sobre a cidadania e os direitos na República romana pode-se afirmar: 0-0) Ser cidadão romano exigia coragem, lealdade, respeito aos deuses e culto à glória. 1-1) A vida do cidadão romano era regulada por duas leis: a lei pública e a lei privada. Do direito Público faziam parte o Direito Civil (jus civile) e o Direito Estrangeiro (jus gentium) em oposição ao Direito Privado, que regulamentava as relações entre as famílias. 2-2) O Estado, todo poderoso, exercia um grande poder sobre a família, destruindo o pátrio-poder, herança dos gregos. 3-3) Os cidadãos romanos dividiam-se em cinco classes, conforme sua riqueza; as classes eram subdivididas em centúrias, as quais se constituíam de patrícios e plebeus, separadamente. 4-4) A partir das lutas empreendidas pelos plebeus para o fortalecimento da cidadania, as leis votadas na Assembléia da Plebe passaram a ter validade em todo o estado. Era a decisão da plebe ou PLEBISCITO. 05. O sistema feudal sofreu diferentes transformações nos reinos europeus. Se compararmos, por exemplo, a Rússia do século XII, com o que hoje chamamos Itália, também no século XII, verificaremos grandes desigualdades. Que elementos condicionaram as diversas transformações nesse sistema? 0-0) As Cruzadas desorganizaram o sistema produtivo na chamada Europa Ocidental. 1-1) Em regiões de grande densidade populacional e pequena disponibilidade de terra o feudalismo se esgotou com maior rapidez. 2-2) Os senhores feudais, originários dos antigos proprietários romanos, cuja produção havia regredido à subsistência, reagiram fortemente às mudanças advindas com o comércio. 3-3) A perda de parte da mão-de-obra, motivada pelas guerras, pestes, estimulou o espírito científico objetivando melhorar a produtividade. A ferradura, o arado, a tração peitoral são o resultado desse esforço. 4-4) Em regiões de baixa densidade demográfica, alta disponibilidade de terras e com proprietários de origem germânica, houve uma grande abertura às inovações do mundo e do capital comercial. 06. As reformas religiosas do século XVI não apenas romperam a unidade do cristianismo no ocidente mas modificaram as estruturas eclesiásticas e a doutrina da salvação. Sobre essas reformas podemos afirmar: padeceram a princípio os mineiros por falta de mantimentos, achando senão poucos mortos com uma espiga de milho na mão, sem terem outro sustento”. Antonil, in Cultura e Opulência do Brasil. 0-0) Os luteranos entendiam a reforma como restauração do verdadeiro cristianismo contra a laicização de Roma. 1-1) A Reforma Anglicana em 1534, pelo Ato de Supremacia de Henrique VIII, criou uma Igreja Nacional na Inglaterra, modificando o culto religioso. 2-2) Calvino tornou o culto mais complexo, condenou a doutrina da predestinação e recusou sacramentos como o batismo e a comunhão. 3-3) A Contra-Reforma católica definiu medidas de combate aos protestantes: criou colégios destinados ao ensino dos jovens, difundiu a catequese entre os povos não cristãos e conteve o protestantismo, utilizando os tribunais da Inquisição. 4-4) Do Concílio de Trento saiu uma Igreja reformada e modernizada. A autoridade papal foi diminuída e a doutrina tradicional da salvação completamente negada com a criação do CATECISMO e do MISSAL. Sobre o abastecimento na região das minas e sobre a circulação do ouro pode-se afirmar: 0-0) Apesar das grandes jazidas auríferas a região foi abandonada devido à esterilidade do solo. 1-1) A região foi abastecida por produtos de outras regiões, o que intensificou o comércio pelo interior do Brasil. 2-2) Os mineiros abandonaram a atividade mineradora para se dedicarem ao cultivo do cacau e do fumo. 3-3) Com a produção de ouro, os mineiros puderam pagar, com esta moeda, produtos importados; conseqüentemente, houve circulação de parte da produção aurífera. 4-4) O Rio São Francisco foi a grande via por onde passavam as boiadas, o fumo, o açúcar e outros produtos em direção às Minas Gerais. 07. 10. Quais as semelhanças ou diferenças observadas entre a escravidão brasileira, na idade moderna, e a escravidão grega na antigüidade? O panorama econômico da Colônia, no final do século XVIII, indica uma diversificação da produção agrícola, como conseqüência da decadência da mineração e da nova política econômica da coroa. Sobre esta diversificação pode-se afirmar: 0-0) Numa relação de valor, o escravo brasileiro e o grego valiam menos que a terra. 1-1) A escravidão grega, ao contrário da brasileira, não foi a base do sistema produtivo. 2-2) A escravidão grega muitas vezes se dava por questões de não pagamento de dívidas, enquanto que a escravidão no Brasil realizou-se dentro de um sistema que produzia para o mercado externo. 3-3) Tanto o escravo brasileiro como o escravo grego aparecem nos testamentos, na divisão dos bens móveis: gado, escravos, metais, vasos, armas, vestuário. 4-4) A escravidão brasileira e a grega tinham componente racial: negros e índios no Brasil; negros e chineses na Grécia. 08. Sobre a restauração pernambucana e o fim do domínio holandês podemos afirmar que: 0-0) A substituição de Nassau na administração da Nova Holanda, em 1644, pelo Supremo Conselho, acirrou conflitos entre devedores (luso-brasileiros) e credores (holandeses). 1-1) André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira, senhores de engenho e aliados dos holandeses, apoiaram a nova política financeira do Supremo Conselho. 2-2) Vários combates foram travados pelas tropas lusobrasileiras e holandesas. Os mais importantes foram: o do Monte das Tabocas, o da Convenção de Beberibe e o do Monte Guararapes. 3-3) A partir de 1551, a guerra naval entre Inglaterra e Holanda possibilitou a diminuição do auxílio dos Estados Gerais aos holandeses em Pernambuco. 4-4) Os ingleses, que haviam excluído a Holanda do seu comércio, auxiliaram os luso-brasileiros na restauração. 09. Leia o texto com atenção: “Sendo a terra que dá ouro esterilíssima de tudo o que se há mister para a vida humana, e não menos estéril a maior parte dos caminhos das minas, não se pode crer o que 0-0) A exploração do pau-brasil fazia parte dessa nova política econômica e do ponto de vista da extensão territorial ocupava o primeiro lugar. 1-1) Os cultivos de fumo na Bahia, de algodão e arroz no Maranhão e Pará faziam parte da política de diversificação da produção agrícola, desse período. 2-2) As plantações de café no Pará e a caça à baleia na região litorânea criou outra opção econômica, que, traduzida em lucro, substituiu as exportações de minério. 3-3) A produção de açúcar, ocupando a região úmida litorânea desde o nordeste até o sudeste, foi reativada e, embora, outros produtos tropicais fossem lucrativos nenhum o substituiu, na pauta das exportações. 4-4) As drogas do sertão, cravo, pimenta, cacau, localizadas na região amazônica, conseguiram ocupar o primeiro lugar na economia de exportação. 11. Sobre os movimentos revolucionários ocorridos na França, durante o século XIX, a historiografia dá ênfase às condições da pequena burguesia e do proletariado. Sobre estes movimentos podemos afirmar: 0-0) As medidas que Carlos X adotou, em 1830, atingiam a pequena burguesia e o proletariado: dissolveu a Câmara, restringiu o direito ao voto e promulgou lei contra a imprensa. 1-1) A insatisfação da pequena burguesia e do proletariado, que trabalhava quatorze horas por dia, o apoio da Guarda Nacional e de republicanos radicais possibilitaram, após lutas cruentas em Paris, a instalação do governo republicano provisório, em 1848. 2-2) Na disputa para presidente da república francesa entre o General Cavagnac e Luís Bonaparte (sobrinho de Napoleão), venceu este último. Apoiado pelo exército e pelos pequenos proprietários de terras faz uma política favorável à pequena burguesia e ao operariado francês, culminando com o golpe de estado conhecido como 18 BRUMÁRIO. 3-3) O governo de Carlos X desgostava a nobreza por não indenizá-la das perdas territoriais e apoiava as reivindicações do preletariado quanto à diminuição das horas diárias de trabalho. 4-4) A reação ao governo de Luís Felipe resultou na Revolução de 1848 na França, que fracassou por causa da aliança do proletariado com os grupos mais conservadores. 12. A política externa brasileira em direção à região do Prata, no século XIX, caracterizou-se por intervenções e guerras: 0-0) O Uruguai esteve sob o controle brasileiro de 1816 a 1827, sob o nome de Província Cisplatina. 1-1) O Vice-Reino do Prata se constituía das províncias que hoje correspondem ao Uruguai, Paraguai, Argentina e Rio Grande do Sul. Por intervenção de D. João VI o Rio Grande do Sul se desmembrou e foi anexado ao Império Brasileiro. 2-2) As lutas na região cisplatina levariam o Brasil a mais uma intervenção nessa região – a guerra contra Oribe e Rosas, entre 1850 e 1852. 3-3) A tríplice aliança entre Uruguai, Brasil e Argentina, em 1865, que redundou na Guerra do Paraguai, pode ser explicada pelo fato do Brasil e da Argentina estarem integrados à ordem mundial, dominada pela Inglaterra, e o Paraguai ter se transformado num país de economia sólida e força militar considerável, independente dessa ordem. 4-4) A Argentina enfrentou a Guerra do Paraguai praticamente sozinha, pois Brasil e Uruguai estavam empenhados em resolver seus problemas de fronteira, ainda decorrentes da Colônia do Sacramento e dos sete Povos do Uruguai. 13. O Convênio de Taubaté, firmado pelos governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, em 27 de fevereiro de 1906, resultou para a economia cafeeira nas seguintes medidas: 0-0) garantia de preços mínimos para os produtores. 1-1) avaliação e critérios para a exportação do produto: o café inferior ao tipo 7 deveria ser consumido no país. 2-2) diminuição dos impostos para facilitar a ampliação das áreas de cultivo. 3-3) compra e retenção, pelo governo, de toda a produção cafeeira e responsabilidade total do governo na exportação do produto. 4-4) organização de serviços permanente de propaganda da produção e comercialização do café. 14. A industrialização brasileira é o resultado de um longo processo em que se conjugaram vários fatores. Quais as várias etapas deste processo? 0-0) A substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado. 1-1) O processo de substituição de importações que se estende da Primeira Guerra Mundial até 1930. 2-2) A partir de 1950, a industrialização se caracterizará pela produção de bens perecíveis e semi-duráveis e pela hegemonia das empresas nacionais. 3-3) A partir do segundo governo Vargas a industrialização se vincula, totalmente, ao capital internacional americano. 4-4) A industrialização, durante o governo de Juscelino Kubitschek, fez-se dentro de um processo ambíguo em relação à burguesia brasileira, com a penetração do capital estrangeiro. 15. A África conheceu várias modalidades de conflito em seu processo de descolonização, durante os séculos XIX e XX. Sobre este processo assinale, falso ou verdadeiro nas proposições abaixo: 0-0) O império colonialista mais extenso na África esteve sob o controle da Grã-Bretanha e dos britânicos. 1-1) As colônias francesas ocupavam uma extensão de quase 1/3 do território africano e a maior parte se localizava ao noroeste. 2-2) A independência da Libéria e a independência da Namíbia são os limites do início e do fim desse processo. 3-3) Após e descolonização poucas nações conheceram conflitos pós-coloniais devido à Organização dos Estados Africanos ter controle sobre as novas nações. 4-4) A Rodésia, após a independência, retomou o nome pelo qual seus habitantes naturais a chamavam – ZIMBÁBUE. 16. Entre os anos 50 e 60, o Brasil assistiu a uma verdadeira explosão cultural, revelando tanto um Brasil urbano quanto um Brasil rural, ambos conflitados pela luta de classes. Identifique nas proposições abaixo as que se relacionam com a cultura desse período: 0-0) Os filmes O Cangaceiro, de Lima Barreto e O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, foram premiados em Cannes. 1-1) Nessa década Carmem Miranda tornou-se a “embaixatriz do samba” nos Estados Unidos e a música de Ari Barroso, a Aquarela do Brasil foi escolhida como trilha sonora de um filme de Walt Disney. 2-2) Guimarães Rosa publicou GRANDE SERTÃO: VEREDAS, renovando a linguagem literária. 3-3) Nasce o rádio no Brasil, e com ele se desenvolve uma cultura de massas. O samba, a música francesa e a norte-americana foram popularizadas. 4-4) Inaugura-se a televisão brasileira e surge o movimento Bossa Nova, com as composições de João Gilberto, Tom Jobin e cantoras como Nara Leão e Silvinho Telles.