SEP 1 - Cap 3 item 3.1.3 - Indutancia e Reatancia Indutiva

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Sistemas Elétricos de Potência
3. Elementos de Sistemas Elétricos de
Potência
3.1.3 Indutância e Reatância Indutiva das Linhas
de Transmissão
Professor: Dr. Raphael Augusto de Souza Benedito
E-mail:[email protected]
disponível em: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito
1
Conteúdo
- Introdução;
- Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D;
- Indutância de uma Linha a dois fios (bifilar);
- Indutância de uma Linha Trifásica;
- Indutância de uma Linha Trifásica com arranjo equilátero de
Condutores;
- Transposição de Condutores;
- Múltiplos Condutores por fase e Raio Médio Geométrico
(RMG);
- Reatância Indutiva
2
Introdução
• A indutância, assim como a resistência ôhmica, é um dos
parâmetros que mais afetam a capacidade de transporte de
energia em linhas de transmissão.
• A corrente elétrica que flui através de um condutor de uma
linha produz um campo magnético e um fluxo magnético
associado a este campo.
• Por sua vez, a intensidade do fluxo magnético depende de
alguns fatores:
– do valor da corrente elétrica;
– da geometria e distribuição espacial do condutor;
– do meio no qual o condutor está inserido.
Lei de Ampère
r r
r r
∫γ H ⋅ dl = ∫s j ⋅ ds
3
Introdução
• Por outro lado, a variação de fluxo magnético que concatena
(fluxo concatenado) o circuito (espira) induz uma tensão
elétrica. Pela lei de Faraday:
dφc
e=
dt
(V )
onde ϕc é o fluxo concatenado em Webers-espiras (Wb-e).
• Considerando que o meio onde se estabelece o campo
magnético tenha permeabilidade constante, temos uma relação
linear entre ϕc e corrente elétrica, logo:
e=
dφ c
di
=L
dt
dt
(V )
sendo L a indutância, também chamada indutância própria
L=
dφ c φ c
=
di
i
(H )
4
Introdução
• Além da indutância própria, existirá a indutância mútua quando
existe mais que um circuito. A indutância mútua entre dois
circuitos, por exemplo, é definida como a relação entre o fluxo
concatenado com um circuito (devido à corrente no outro
circuito) pela corrente.
• Se uma corrente i2 produz num circuito 1 o fluxo concatenado
ϕ12, a indutância mútua será:
M 12 = L12 =
φC12
i2
(H )
5
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D
• Considere um condutor cilíndrico de raio “r”, conduzindo corrente i,
e que está a uma distância “D” de um condutor de raio ínfimo “P”
(com i=0).
Figura : Condutor de raio r e condutor de raio ínfimo sem carga
• Para calcularmos a indutância total causada pelo condutor até “P”,
devemos considerar duas parcelas:
- a indutância devido ao fluxo interno;
6
- a indutância devido ao fluxo externo ao condutor
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D
Cálculo da indutância interna (Lint):
• Considerando a corrente uniforme dentro do condutor, e aplicando a lei de
Ampère para uma distância “x”, sendo 0< x ≤ r, podemos calcular a
intensidade do campo magnético (Hx) devido à parcela Ix :
∫
r
r r
r
H x ⋅ ds = ∫A j ⋅ dA = I x
H x ⋅ 2π ⋅ x =
Hx =
π ⋅r2
⋅ πx 2
parcela da corrente devido ao raio “x” em relação ao raio “r”
x
2π ⋅ r
i
densidade de corrente no interior do condutor
2
⋅i
Ae
m
7
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D
Cálculo da indutância interna (Lint):
A partir da intensidade de campo magnético (H), calcula-se a densidade de
campo
Bx = µ ⋅ H x
µ⋅x
Bx =
⋅ i Wb 2
2
m
2π ⋅ r
onde µ é a permeabilidade magnética do meio (µ = µ r µ o).
Observe que Bx é a densidade de campo magnético calculada a uma
distância “x” do centro do condutor.
• Aproveitando o resultado acima, vamos calcular o fluxo magnético
considerando uma espessura dx, conhecido como fluxo incremental.
Assim o fluxo incremental dϕ (ou dB) será Bx vezes a área da seção
transversal do elemento, que neste caso é (L dx), sendo L o comprimento do
8
condutor.
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D
Cálculo da indutância interna (Lint):
Logo, para 1 metro de comprimento do condutor temos a seguinte
expressão para fluxo incremental (dϕ):
dφ = B x ⋅ L ⋅ d x
dφ =
µ ⋅ x ⋅i
⋅ d x Wb
2
m
2π ⋅ r
• Já o fluxo incremental concatenado (dϕc), corresponderá a uma parcela de
dϕ, pois o fluxo incremental dϕ se concatena (enlaça) apenas com uma
fração da corrente i. Logo:
Ax
π ⋅ x2
dφ c =
⋅ dφ =
⋅ dφ
2
Ar
π ⋅r
dφ c =
x2
r2
⋅
µx
⋅ i ⋅ dx
2
2π ⋅ r
µ ⋅ x3
dφ c =
⋅ i ⋅ dx
4
2π ⋅ r
Wbe
9
m
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D
Cálculo da indutância interna (Lint):
A partir da integral da equação anterior para um intervalo de (0, r), obtemos
o fluxo concatenado interno:
3
r µ⋅x
⋅ i ⋅ dx
φ c = ∫0
4
2π ⋅ r
4
φc =
µ ⋅i r 3
µ ⋅i x
x
dx
⋅
=
⋅
4 ∫0
4
4
2π ⋅ r
2π ⋅ r
µ ⋅ i ⋅ (r 4 ) µ ⋅ i
=
φc =
4
8π
8π ⋅ r
Wbe
r
0
m
Como ϕc = L i ,temos que
Lint =
µ
8π
H
m
10
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D
Cálculo da indutância interna (Lint):
−7
Considerando µ = µ o = 4π ⋅ 10 , obtemos:
Lint
4π ⋅ 10 −7 1
=
= ⋅ 10 −7
8π
2
H
m
• Obs.: a expressão acima é a equação para cálculo da indutância por
unidade de comprimento devido ao fluxo magnético interno ao
condutor.
11
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D
Cálculo da indutância externa (Lext):
• Para o condutor de raio ínfimo “P”(i=0) afastado “D” metros do centro do
condutor de raio “r”, com D >> r, a intensidade e a densidade do campo
magnético externa ao condutor de raio “r” podem ser calculados por :
H=
i
Ae
2π ⋅ x
B = µ⋅H =
µ ⋅i
2π ⋅ x
m
Wb
m2
12
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D
Cálculo da indutância externa (Lext):
• Diferentemente da situação anterior, neste caso o fluxo incremental
concatenado (dϕc), externo ao condutor de raio “r”, será igual ao fluxo
incremental (dϕ). Isto porque o fluxo externo ao condutor concatena toda a
corrente do condutor uma vez. Logo:
µ ⋅i
dφ c = dφ = B ⋅ dx =
dx Wbe
m
2π ⋅ x
• Por conseqüência, o fluxo concatenado externo, entre o condutor de raio
“r” e “P”, pode ser calculado através da seguinte integral:
µ⋅
µ ⋅i D 1
⋅ i ⋅ dx =
⋅ dx
∫
r
2π ⋅ x
2π ⋅ x x
µ ⋅i
µ ⋅i
D
φc =
ln x r =
[ln D − ln r ]
2π
2π
D
φcext = ∫r
φc =
µ ⋅ i  D  Wbe
ln 
m
2π  r 
13
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D
Cálculo da indutância externa (Lext):
Como ϕc = L i ,temos que
Lext =
µ D
ln 
2π  r 
H
m
−7
Considerando µ = µ o = 4π ⋅ 10 , podemos escrever:
D
Lext = 2 ⋅ 10 −7 ln  
r 
H
m
14
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D
Indutância Total
L = Lint + Lext
L=
µ
µ  D  µ 1
 D 
+
ln   =
 + ln   
8π 2π  r  2π  4
 r 
µ
L=
2π
L=
µ
2π
D  µ  e1 / 4 ⋅ D 
 1/ 4
ln e + ln r  = 2π ln r 




D  µ  D

ln
=

ln r ' 
−1 / 4 
2
π
 r ⋅e



H
m
O termo r ' = r ⋅ e −1 / 4 = r ⋅ 0,7788 é chamado de raio reduzido de “r” (ou RMG),
e representa a parcela do fluxo concatenado pelo próprio condutor de raio “r”.
Assim, de modo geral:
L=
D
µ
ln
2π
r'
H
m
ou
D
L = 2 ⋅10 − 7 ln  
 r' 
H
m
15
Indutância de uma linha a dois fios (bifilar)
• Considere um condutor cilíndrico de raio “r1” e outro condutor de
raio “r2” (retorno), que estão distantes entre si em “D” metros, e que
i2 = - i1.
Figura: Condutores de raios distintos
• Como a corrente do condutor 2 (i2) tem o sentido oposto à corrente
i1, o fluxo concatenado por ela produzido envolve o circuito com o
mesmo sentido do fluxo produzido pela corrente i1.
• Logo, o fluxo resultante é a soma dos fluxos dos dois condutores e,
como conseqüência, a indutância total do circuito será:
L = L1 + L2
16
Indutância de uma linha a dois fios (bifilar)
Através de resultados anteriores, temos:
L = L1 + L2
L ==
µ
2π
 D µ  D
ln  +
ln

π
r
'
2
1

 r '2 
µ
µ
D2
D2
L ==
ln
= ln
2π ( r '1 ⋅r ' 2 ) π
( r '1 ⋅r ' 2 )
L=
µ
D
ln
π
r '1 ⋅r ' 2
H
m
Se r ' 2 = r '1 = r ' , teremos:
L=
µ D
ln
π r'
H
m
−7
Considerando µ = µ o = 4π ⋅ 10 , podemos escrever:
L = 4 ⋅ 10 −7 ln
D
r'
H
m
17
Exercício
1) Em uma fazenda, um condutor cilíndrico de alumínio (unifilar) com
retorno pelo solo e tensão de 127 Volts eficazes, fornece energia
elétrica para iluminação de um galpão que está a 500 metros de
distância da sede da fazenda. Considerando que o raio deste condutor
é de 1,5 cm e que a distância entre o condutor e o solo seja de 3
metros de altura, calcule: a) a indutância para um metro deste
condutor até o solo; b) a indutância total causada por este condutor
até o solo, considerando a distância total entre a sede e o galpão.
µ = µ o = 4π ⋅ 10 −7
r ' = r ⋅ e −1 / 4 = r ⋅ 0,7788
18
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
• Considere 3 condutores retilíneos, paralelos e de raios distintos, que
constituem uma linha trifásica onde I&1 + I& 2 + I& 3 = 0 . Considere
também um ponto P (ou condutor de raio ínfimo) afastado desses
condutores conforme a figura abaixo:
Figura: Condutores de uma Linha Trifásica distantes de um ponto P
19
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
• Nosso objetivo é calcular a matriz de indutância trifásica:
φC1P   L11
 = L
φ
 C 2 P   21
φC 2 P   L31
L12
L22
L32
L13   I&1 
& 

L23  ⋅  I 2 
L33   I&3 
• Inicialmente, calcularemos o fluxo concatenado total entre P e o
condutor 1. Entretanto, tal fluxo é composto de três parcelas:
φC1P = φC1PI 1 + φC1PI 2 + φC1PI 3
-
A parcela do fluxo concatenado devido à corrente I1 ;
A parcela do fluxo concatenado devido à corrente I2 ;
A parcela do fluxo concatenado devido à corrente I3 .
20
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
• O fluxo concatenado em P com o condutor 1, devido à corrente I1, pode ser
calculado como:
φC1PI 1 =
D
µ
ln 1P ⋅ I&1 Wbe
m
2π
r '1
• Já o fluxo concatenado em P com o condutor 1, devido à corrente I2, pode
ser expresso por:
φC1PI 2 =
D
µ
ln 2 P ⋅ I&2 Wbe
m
2π
D12
• De modo análogo, temos o fluxo concatenado em P com o condutor 1,
devido à corrente I3:
φC1PI 3 =
D
µ
ln 3 P ⋅ I&3 Wbe
m
2π
D13
21
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
• A partir das três equações anteriores, o fluxo concatenado total em P com o
condutor 1 é:
φ C1P = φ C1PI 1 + φ C1PI 2 + φC1PI 3
φ C 1P =
µ
2π
 D1P &
D3 P &  Wbe
D2 P &
I
I
ln
⋅
+
ln
⋅
+
ln
⋅ I3 

1
2
m
r
D
D
'
1
12
13


A expressão acima ainda pode ser escrita da seguinte forma:
φ C 1P =
µ
2π
 1 &
1 &
1 &
& + ln D ⋅ I& + ln D ⋅ I&  Wbe
⋅
+
⋅
+
⋅
+
⋅
ln
ln
ln
ln
I
I
I
D
I

1
2
3
1P
1
2P
2
3P
3
m
D12
D13
 r '1

X
como a soma fasorial das três correntes é igual a zero, temos I&1 = − I&2 − I&3 e
a parcela X pode ser reescrita como a seguir:
(
)
X = ln D1P ⋅ − I&2 − I&3 + ln D2 P ⋅ I&2 + ln D3 P ⋅ I&3
X = − ln D ⋅ I& − ln D ⋅ I& + ln D ⋅ I& + ln D
1P
X = ln
2
1P
3
D
D2 P &
⋅ I 2 + ln 3 P ⋅ I&3
D1P
D1P
2P
2
3P
⋅ I&3
22
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
D
D
3P
2P
Fazendo P → ∞ , as parcelas
D1P e
D1P tenderão para 1, e os
logaritmos respectivos se anulam. Assim, a parcela X será nula e o fluxo
concatenado no condutor 1 torna-se:
φ C 1P
µ
=
2π
 1 &
1 &
1 &  Wbe
⋅ I 1 + ln
⋅ I 2 + ln
⋅ I3 
ln
m
r
'
D
D
1
12
13


• Utilizando o mesmo raciocínio, podemos calcular os fluxos concatenados
com os condutores 2 e 3, respectivamente por:
φC 2 P =
µ
2π

1 &
1 &
1 &  Wbe
ln
⋅
I
+
ln
⋅
I
+
ln
⋅ I3 

1
2
m
D
r
'
D
12
2
23


φC 3P =
µ
2π

1 &
1 &
1 & 
ln
ln
ln
⋅
+
⋅
+
⋅ I3 
I
I

1
2
'
D
D
r
13
23
3


Wbe
m
23
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
• Matriz de indutância trifásica da linha de transmissão
(desprezando efeito do solo):

1
ln

 φ C1 
 r '1
φ  = µ ln 1
 C 2  2π  D
12
φC 2 

ln 1
 D13
1
D12
1
ln
r '2
1
ln
D23
ln
1 

D13   I& 
1
1  & 
ln
⋅ I2
D23   & 

1  I3 
ln
r '3 
ln
• Outra forma de representar a equação matricial acima pode ser
obtida utilizando-se a hipótese inicial de que I&1 + I&2 + I&3 = 0 . Assim,
eliminando I3 da primeira e da segunda equação, e eliminando I1
da terceira equação, temos:
 D13
 ln
 φ C1 
 r '1
φ  = µ ln D23
 C 2  2π  D
12
φC 2 

 0

D13
D12
D
ln 23
r '2
D
ln 13
D23
ln


  I&1 
 
0  ⋅  I&2 
  I&3 
 
D
ln 13 
r '3 
0
24
Indutância de uma linha trifásica com
arranjo equilátero de condutores
• Considere um arranjo equilátero entre os condutores, assim como ilustrado
através da figura a seguir:
Figura: Linha trifásica com arranjo equilátero
Inspecionando-se a última equação apresentada anteriormente
substituindo D12 = D13 = D23 = D , obtemos a seguinte simplificação:
 D
ln

r'
φ C1 

µ
φ  =

 C 2  2π  0
φ C 2 
 0

0
ln
D
r'
0

0 
& 
  I1 
0  ⋅  I&2 
 & 
I3
D
ln   
r' 
e
25
Indutância de uma linha trifásica com
arranjo equilátero de condutores
• Considere um arranjo equilátero entre os condutores, assim como ilustrado
através da figura a seguir:
Figura: Linha trifásica com arranjo equilátero
Concluímos que a disposição equilátera dos condutores
elimina (ou minimiza) a indutância mútua causada pelos
condutores quando I&1 + I&2 + I&3 = 0
26
Transposição de Condutores
• A transposição dos condutores pode ser aplicada a qualquer tipo de
arranjo e serve como uma transformação da linha original em
uma linha equilátera equivalente (minimizando ou eliminando as
indutâncias mútuas).
• A transposição é realizada conforme mostrado na figura a seguir:
27
Transposição de Condutores
Considerando os raios iguais para os três condutores (r), obtemos a
seguinte expressão matricial simplificada:

ln
φ C1 

µ
φ  =

C
2

 2π 
φ C 2 



Deq
0
r'
0
0
ln
Deq
r'
0


  I&1 
 
0  ⋅  I&2 

Deq   I&3 

ln
r ' 
0
sendo que Deq é a Distância Média Geométrica entre os condutores
(de fases distintas), e calculada neste caso (3 condutores) como:
Deq = 3 D12 ⋅ D 23 ⋅ D13
Observe que Deq é o espaçamento equilátero equivalente das três
distâncias, causado pela transposição dos três condutores.
28
Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico
(RMG)
Raio Médio Geométrico de um Cabo
• Usualmente, cada condutor elétrico utilizado em transmissão de
energia elétrica é composto por um conjunto de subcondutores,
formando assim um cabo encordoado ou um feixe.
No caso de cabos ou feixes, o raio equivalente considerando o conjunto de
subcondutores é expresso pela Distância Média Geométrica Própria (DS),
também chamada de Raio Médio Geométrico (RMG). Podendo ser
calculada através de:
D s = req = n (r '1 ⋅D12 ⋅ ... ⋅ D1n ) ⋅ (D21 ⋅ r ' 2 ⋅... ⋅ D2 n ) ⋅ (Dn1 ⋅ Dn 2 ⋅ ... ⋅ D1n −1 ⋅ r ' n29
)
2
Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico
(RMG)
Raio Médio Geométrico de Cabos Múltiplos
• Em sistemas elétricos cujas tensões são maiores que 230kV (EAT) é
usual a utilização de cabos (ou condutores) múltiplos por fase. Isto é
feito, principalmente, para diminuir o gradiente de potencial
elétrico nos condutores, e assim, evitar ou minimizar a ocorrência
do Efeito Corona.
• Além disso, a utilização de cabos múltiplos reduz a indutância por
fase e total da linha, já que o raio reduzido formado pelo grupo de
condutores múltiplos (chamado de Raio Médio Geométrico de
cabos múltiplos - DsCM) aumenta.
Em situações práticas, os cabos múltiplos apresentam sempre
condutores iguais, espaçados uniformemente, circunscritos em um
círculo (o que facilita os cálculos do raio equivalente, que é feito
conforme a última equação mostrada no slide anterior). Veja a
30
seguir:
Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico
(RMG)
Raio Médio Geométrico de Cabos Múltiplos
Fig.: Casos mais comuns de cabos múltiplos por fase
Considerando Ds como raio médio geométrico de um cabo (ou raio
reduzido de um cabo), e DsCM como o raio médio geométrico de cabos
múltiplos (ou raio reduzido de cabos múltiplos), temos:
2
- p/ dois cabos por fase: => DSCM = 2 (DS ⋅ d )2 = 2 DS ⋅ d
- p/ três cabos por fase:
=>
- p/ quatro cabos por fase: =>
2
DSCM = 3 (DS ⋅ d ⋅ d )3 = 3 DS ⋅ d 2
2
(
DSCM = 4 DS ⋅ d ⋅ d ⋅ 2 ⋅ d
)
4
= 1,09 ⋅ 4 DS ⋅ d 3
31
Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico
(RMG)
Raio Médio Geométrico de Cabos Múltiplos
Observação importante:
• A partir do valor de DsCM , devemos substituir este valor no lugar
de r’ (raio reduzido) nas equações anteriores de fluxo concatenado e
indutância, onde considerávamos a existência de apenas um condutor
por fase.
• Já para o cálculo das distâncias entre fases, devemos adotar as
distâncias entre os centros dos cabos múltiplos.
32
Expressão Geral de Indutância por Fase (resumo)
• A expressão geral para cálculo da indutância por fase em circuitos
trifásicos com transposição de condutores é:
Deq
µ
L=
⋅ ln
2π
Ds
sendo:
(H
m
)
Deq = 3 Dab ⋅ Dbc ⋅ Dca
a distância média geométrica entre as três fases;
Ds = RMG raio médio geométrico de um cabo ou raio reduzido de um
condutor, considerando também o efeito pelicular (geralmente é fornecido
pelo fabricante do condutor);
• Para cabos múltiplos por fase, temos:
L=
Deq
µ
⋅ ln CM
2π
DS
(H
m
)
sendo DsCM o raio médio geométrico de cabos múltiplos e calculado como
mostrado anteriormente.
33
Reatância Indutiva
• A reatância indutiva (XL) por fase da linha de transmissão
corresponde à parte imaginária da impedância complexa em série (Z)
da linha, e depende do valor da freqüência (f) e da indutância (L),
sendo calculada por:
X L = ω ⋅ L = 2π ⋅ f ⋅ L (Ω )
m
• O resultado da reatância acima pode ser utilizado em sua forma
matricial, desde que L seja a matriz de indutância trifásica.
• Observe que a parcela real da impedância complexa em série da
linha é dada pela resistência por fase associada ao condutor (ou aos
cabos múltiplos), assim podemos escrever a impedância de uma fase
da linha como:
Z = R + j ⋅ X L (Ω )
m
34
Referências Bibliográficas
[1] MONTICELLI, A. J.; GARCIA, A. Introdução a Sistemas de
Energia Elétrica. Editora UNICAMP, 1ª. Edição, Campinas, 2003.
[2] STEVENSON, W. D. Elementos de Análise de Sistemas de
Potência. 2ª ed. Editora MacGraw-Hill do Brasil. São Paulo.1986.
[3] FUCHS, RUBENS DARIO. Transmissão de Energia Elétrica:
linhas aéreas; teoria das linhas em regime permanente. 2ª. Edição;
Editora Livros Técnicos e Científicos, Rio de janeiro, 1979.
[4] ZANETTA Jr., LUIZ CERA. Fundamentos de Sistemas Elétricos
de Potência. 1ª. Edição; Editora Livraria da Física, São Paulo, 2005.
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Transposição de Linhas
Colaborador: Alain Toyama
Figura 2 – transposição modificado
Fonte: wikimedia (2013).
Figura 1 – transposição
Fonte: wikimedia (2013).
Figura 4 – transposição de média tensão
Fonte: BUTLER (2013).
Figura 3 – transposição de média tensão
Fonte: Myinsulators (2013).
Figura 5 – transposição na federação russa - Рондоль
Fonte: Panoramio (2010).
Referências:
•
Panoramio. Disponível em:
<http://www.panoramio.com/photo_explorer#view=photo&position=218
&with_photo_id=34990768&order=date_desc&user=4043981>. Acesso
em: 16 fev.2013.
•
Wikimedia. Disponível em:
<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d9/Facility4508_Pylo
n206.JPG>. Acesso em: 16 fev.2013.
•
BUTLER, Lloyd. The transmission section of the postmaster generals
department in adelaide. Mar. 2011. Disponível em:
<http://users.tpg.com.au/users/ldbutler/TranSectPMG.htm>. Acesso
em: 17 fev.2013.
•
Interference Between Power and Telecom Lines. Disponível em:
<http://www.myinsulators.com/acw/bookref/interference/index.html>.
Acesso em: 17 fev.2013.
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