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TEORIAS E SISTEMAS EM PSICOLOGIA – TSP
QUESTIONÁRIO
1) O que é uma teoria científica?
R) Teoria é um conjunto de idéias que explica alguma coisa. Toda teoria tem um objeto de
estudo, um método, um caminho, uma forma específica para estudar um objeto
Objeto/método/objetivo.
2) Quem foi o fundador oficial da psicologia científica e qual a sua concepção de psicologia
(objeto, método e objetivo)?
R) Wilhelm Wundt, ano de 1879. Wundt tem como concepção de fazer ciência o positivismo.
Wundt toma as ciências naturais como modelo de fazer ciência, aplicada à mente. Wundt
começa seu trabalho como fisiólogo – identificar os elementos que compõe a mente: quais são
os elementos mínimos que compõe minha experiência das coisas; como se interligam; como
se relacionam com a fisiologia. O método é a introspecção. Psicologia fisiológica. A
psicologia deve ser concebida como uma ciência natural.
Psicologia explicativa-explicar encontrando as causas dos fenômenos psíquicos; próximo da
fisiologia.
“Psicologia Fisiológica” – explicativa; pretende explicar os fenômenos mentais; encontrar as
causas dos fenômenos mentais; são da ordem da fisiologia; sistema sensorial que gera
representações mentais.
3) O que são materialismo, empirismo e positivismo?
R) Empiristas e materialistas vão dizer que é possível estudar a alma de acordo com o
mecanicismo; divide a alma nos seus elementos mínimos e explica como interagem entre si.
Empiristas – conhecimento humano vem dos sentidos.
Materialismo – todas as coisas do universo podem ser concebidas de acordo com os conceitos
da física; assim como existem relações entre os planetas, existem relações entre as idéias;
associação das idéias análoga à lei da gravidade na física.
Positivismo é uma teoria da ciência que pretende descrever quais são as características das
ciências. Segundo o positivismo as características mais importantes das ciências são:
a) uma posição anti-metafísica – não faz parte da atividade científica o estudo da essência das
coisas.
b) a ciência visa explicar os fatos encontrando leis que descrevem esses fatos.
c) toda ciência deve estudar o objeto positivo, observável, mensurável e passível de se
submeter à experimentos controlados.
d) toda ciência natural, biológica ou humana, deve proceder da mesma forma.
Positivismo-corrente de pensamentos, cuja origem encontra-se no século XIX, na figura do
francês Auguste Comte (1798-1857). Ele formula que o estado positivo é marcado pelo
predomínio da observação em relação à imaginação e à argumentação, que ficam
subordinados àquela. A fim de apreender e explicar os fenômenos psicológicos, o espírito
positivo deve buscar sua relações imutáveis, da mesma maneira que faz quando trata de
fenômenos físicos, tal qual o movimento ou a massa
4) O que são mecanicismo e reducionismo?
R) O mecanicismo concebe o universo inteiro como uma espécie de relógio gigante; alguma
coisa se move porque foi causada por alguma outra coisa; nenhum corpo se meche sozinho,
alguma coisa causa esse movimento; segundo a concepção mecanicista, um corpo é
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inanimado, não tem movimento próprio; disso resulta que é preciso descobrir as engrenagens
que causam o movimento.
Reducionismo – reduzir o fenômeno às partes elementares; encontrar as partes que compõe a
coisa e mostrar como elas se relacionam entre si.
O mecanicismo envolvia não só a suposição da realidade existente independentemente do
sujeito, como colocava também a necessidade de se buscar sempre um mecanismo que a
explicasse.
5) Qual a importância dessas cinco teorias para a psicologia de Wundt?
R) Wundt tem como concepção de fazer ciência o positivismo. A psicologia deve ser
concebida como uma ciência natural.
6) Qual a diferença entre corpo e mente para Descartes?
R) Descartes a física, o mecanicismo, se aplica para o corpo, não para a mente.
7) O que é a psicologia para Bretano e qual a sua crítica a Wundt?
R) Antes de explicar os fenômenos mentais, é preciso descrevê-los. Psicologia descritiva.
Brentano afirmava que os dados básicos da análise psicológica são as manifestações
particulares da consciência, as quais denominou fenômenos ou atos psíquicos. Estabeleceu
uma diferenciação entre esses fenômenos psíquicos e os eventos físicos, afirmando que nos
primeiros existe um intencionalidade e um modo de percepção original, imediato. A
percepção original que se tem dos fenômenos constitui o seu conhecimento fundamental
8) Quais são as três escolas comportamentalistas?
R) O estudo do comportamento tem sido chamado de Behaviorismo com três tendências, a
saber: Behaviorismo Cognitivo, Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical.
Behaviorismo Cognitivo-pressupõe que existe uma relação entre o mundo, como ambiente
externo ao indivíduo, que desencadeia neste pensamentos e sentimentos que irão determinar
seu comportamento no ambiente. Ou seja, há uma mediação entre o ambiente e o
comportamento dos indivíduos; esta mediação é a percepção e o significado atribuído por eles
aos eventos ambientais. O comportamento e afeto do indivíduo são largamento determinados
pelo modo como ele estrutura o mundo, como olha para as coisas e como interpreta essas
coisas.”
Behaviorismo Metodológico-dá uma ênfase aos procedimentos de medida do comportamento
na sua relação com o ambiente. Ficou conhecido como “Psicologia S-R”, onde S
operacionaliza o ambiente e R o comportamento.
Behaviorismo Radical-afasta-se destas duas proposições anteriores ampliando a noção de
comportamento e de ambiente: entende por comportamento as relações do organismo com o
ambiente, expresso pela tríplice contingência de reforçamento. O ambiente em que se
encontra o homem determina e constrói as características que serão particulares a cada um.
Pode ser definido como a ciência da análise do comportamento, na qual o que é valorizado e
considerado é a forma como os comportamentos ocorrem, quais as contingências envolvidas e
os reforços existentes para a manutenção ou extinção de um comportamento.
9) Quem foi o fundador do comportamentalismo e qual deveria ser o objeto da psicologia
segundo ele?
R) O Comportamentalismo/Behaviorismo surgiu nos Estados Unidos da América com John
Broadus WATSON (1878-1058). A Psicologia, para Watson, deveria ser a ciência do
comportamento, um ramo experimental objetivo das ciências humanas. Descartaria todos os
conceitos mentalistas, que postulavam que as causas das coisas e das ações humanas estavam
na mente, e só usaria conceitos que pudessem ser operacional e objetivamente definidos como
estímulo e resposta. A finalidade da Psicologia seria prever e controlar o comportamento.
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“A Psicologia, tal como o behaviorista a vê, é um ramo puramente objetivo e experimental da
ciência natural. A sua finalidade teórica é a previsão e o controle do comportamento. A
introspecção não constitui parte essencial dos seus métodos e o valor científico dos seus dados
não depende do fato de se prestarem a uma fácil interpretação em termos de consciência ... a
Psicologia terá que descartar qualquer referência à consciência .. ela já precisa iludir-se
crendo que seu objetivo de observação são os estados mentais.”
10) Qual é o método da psicologia segundo o mesmo?
R) Descarta todos os conceitos mentalistas, que postulavam que as causas das coisas e das
ações humanas estavam na mente, e só usa conceitos que podem ser operacional e
objetivamente definidos como estímulo e resposta. Por aceitar um método científico
positivista, que diz que toda ciência tem que ter um objeto positivo, Watson precisa rejeitar a
mente como objeto de estudo.
11) Qual a finalidade da psicologia?
R) A finalidade da Psicologia seria prever e controlar o comportamento.
12) Qual é o problema filosófico a respeito da liberdade que essa teoria gera?
R) Todo comportamento é determinado. Não há um comportamento que não seja resposta a
um estímulo. Se o comportamento é determinado, ele não é livre; a pessoa não tem escolha;
frente ao estímulo, ocorrerá a reação.
13) O que é comportamento reflexo?
R) Skinner adota a concepção de explicação baseada em identificar relações funcionais entre
eventos comportamentais. Skinner chega a esta proposição a partir de uma revisão histórica
do conceito de reflexo, estabelecendo-o como uma correlação observável entre estímulo e
resposta. > E-R <
14) O que é reflexo condicionado?
R) O reflexo condicionado descrito em 1927 por Pavlov é resultado de um experimento típico
de condicionamento: o estímulo condicionado (uma luz, por exemplo) é apresentado (neste
caso, acesa); imediatamente se apresenta o estímulo não condicionado (o alimento), obtendose a resposta de salivação. Depois de algumas apresentações pareadas de luz e alimento, o
animal saliva ao ver a luz. O reforço (ser alimentado) é necessário para que a aprendizagem
aconteça.
O reflexo condicionado, que já havia sido investigado por Pavlov e Bechterev anteriormente,
vai ser agora visto como um excelente método para produzir relações entre as condições
estimuladoras e as atividades dos indivíduos.
“Uma resposta, disse Watson, é condicionada quando se liga ou se conecta a um estímulo
distinto do que a despertou originalmente”, este processo de conexão entre um estímulo e uma
resposta específica de um organismo, chama-se reflexo condicionado.
15) Qual o esquema explicativo do comportamentalismo metodológico?
R) O Behaviorismo Metodológico dá ênfase aos procedimentos de medida do comportamento
na sua relação com o ambiente. Ficou conhecido como “Psicologia S-R”, onde S
operacionaliza o ambiente e R o comportamento.
16) Watson pode ser considerado um mentalista e o que isso significa?
R) Watson descarta todos os conceitos mentalistas, que postulavam que as causas das coisas e
das ações humanas estavam na mente, e só usaria conceitos que pudessem ser operacional e
objetivamente definidos como estímulo e resposta. A finalidade da Psicologia seria prever e
controlar o comportamento.
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Por outro lado, Watson pode ser considerado ambientalista, porque enfatiza a influência do
ambiente sobre o comportamento dos organismos.
17) Qual a principal novidade do comportamentalismo?
R) Tanto em termos de metodologia como objeto de estudo, a nova Psicologia de Watson foi
um esforço de construção de uma ciência livre de noções mentalistas e de métodos subjetivos,
uma ciência tão objetiva quanto a física. Na época, acreditava-se que as causas do
comportamento estavam na mente ou na consciência. Watson critica o mentalismo e a idéia de
que todas as explicações estão na mente. Ele acredita que para se entender o comportamento
pode-se partir da observação, não precisando supor processos mentais que explicariam tal
comportamento. Com a análise dos tópicos fundamentais da Psicologia, como instinto,
aprendizagem, emoção e pensamento, Watson enfatiza a influência do ambiente sobre o
comportamento dos organismo.
18) Qual a relação entre o positivismo e o mecanicismo de um lado e o comportamentalismo
metodológico de outro?
R) Positivismo-corrente de pensamento, cuja origem encontra-se no século XIX, na figura do
francês Auguste Comte (1798-1857). Ele formula que o estado positivo é marcado pelo
predomínio da observação em relação à imaginação e à argumentação, que ficam
subordinados àquela. A fim de apreender e explicar os fenômenos psicológicos, o espírito
positivo deve buscar sua relações imutáveis, da mesma maneira que faz quando trata de
fenômenos físicos, tal qual o movimento ou a massa
O mecanicismo concebe o universo inteiro como uma espécie de relógio gigante; alguma
coisa se move porque foi causada por alguma outra coisa; nenhum corpo se meche sozinho,
alguma coisa causa esse movimento; segundo a concepção mecanicista, um corpo é
inanimado, não tem movimento próprio; disso resulta que é preciso descobrir as engrenagens
que causam o movimento. O mecanicismo envolvia não só a suposição da realidade existente
independentemente do sujeito, como colocava também a necessidade de se buscar sempre um
mecanismo que a explicasse.
Behaviorismo Metodológico-dá uma ênfase aos procedimentos de medida do comportamento
na sua relação com o ambiente. Ficou conhecido como “Psicologia S-R”, onde S
operacionaliza o ambiente e R o comportamento. Watson só usaria conceitos que pudessem
ser operacional e objetivamente definidos como estímulo e resposta. Três tendências
marcantes influenciaram a proposta de Watson: a concepção filosófica do
empirismo/objetivismo e do mecanicismo; a psicologia animal e a psicologia funcional.
O esquema de Watson, estímulo-reação, é mecanicista, reducionista e positivista (não
descreve a essência do ser humano).
19) Por que o comportamentalismo de Watson foi bem recebido nos E.U.A. e qual a tese
anterior que ele desbanca?
R) O Comportamentalismo/Behaviorismo surgiu nos Estados Unidos da América com John
Broadus WATSON, que se dedicou a fundar uma nova escola de pensamento para a
Psicologia, oficialmente conhecida através da publicação Psychology as the Behaviorist Views
it (Watson, 1913). No início do século XX, os Estados Unidos da América passavam por um
processo semelhante ao europeu, com expansões agrícolas, comerciais e industriais,
propiciando um ambiente favorável a críticas ao mentalismo como explicação e à
introspecção como forma de obtenção de dados passíveis de análise do comportamento
humano.
20) Qual a concepção de ciência segundo Watson?
R) A Psicologia, para Watson, deveria ser a ciência do comportamento, um ramo
experimental objetivo das ciências humanas. Dá ênfase aos procedimentos de medida do
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comportamento na sua relação com o ambiente. Com Watson surge uma ciência do
comportamento voltado para si mesmo, sem referir-se como recurso explicativo ao sistema
nervoso ou seus mecanismos, como era feito pela fisiologia.
Positivismo mecanicista; explica fatos positivos a partir de causas positivas; estímulo –
resposta E-R.
21) Qual a concepção de homem segundo Watson?
R) Ao contrário das abordagens de Wundt (1832-1920) e de Titchner (1867-1927), em que os
sujeitos eram observadores e observados, no Comportamentalismo eles são somente
observados pelos experimentadores. Isso fez com que a visão do homem como gerador do
universo e agente no mundo mudasse, pois este passou à posição de um ser que se comporta
como outro qualquer. O homem já não observa, ele apenas se comporta. Essa idéia reforçou a
imagem do homem como máquina: basta um estímulo para ocorrer uma cadeia de respostas.
22) Qual a concepção de Watson a respeito da educação infantil (puericultura), dos instintos,
da aprendizagem, da emoção e dos pensamentos?
R) Educação infantil-puericultura: como educar os filhos; a criança será um adulto conforme
foi condicionada; tese fez sucesso nos E.U.A.; Watson rejeita a herança genética e defende o
condicionamento; “não dêem afetos aos seus filhos”.
Instintos: Watson aceitava que alguns instintos seriam naturais; posteriormete, nega.
Emoção/afeto: é um comportamento; ex: ruborização da face > descarga de adrenalina
Pensamento: não é algo objetivamente observável; o pensamento é acompanhado de um
movimento da língua.
23) Qual a contribuição de Mach para a psicologia de Skinner?
R) Para eventos em que não se podia observar uma relação causal espacial ou temporal
imediata, muitas vezes se tornava necessária a elaboração de conceitos baseados em
interpretações ou especulações para garantir a conexão do sistema de causas. O caráter
interpretativo e especulativo da ciência física (mecanicismo) que foi criticado por alguns
epistemólogos, por gerar conceitos definidos em termos de propriedades das quais não temos
nenhuma segurança de sua existência, conceitos formulados com base em interpretações
inseguras e muitas vezes metafísicas.
Para enfrentar esta crítica ao mecanicismo, Mach nega a existência de substâncias materiais;
para ele tudo são sensações. O objeto do conhecimento é combinação de elementos, de
sensações. Esta proposta leva a uma nova concepção de explicação. Abandona-se a noção de
causalidade mecânica e passa-se à descrição de relações funcionais entre sensações. Explicar
é descrever relações ordenadas entre fatos observados. Estas relações funcionais substituem as
noções tradicionais de causa e efeito.
Os trabalhos de Skinner, desenvolvidos a partir de 1931, apresentam-se vinculados a este tipo
de pensamento e assim, acompanham o movimento e as transformações ocorridas nas ciências
físicas, a partir da crítica ao modelo mecanicista newtoniano. Ele adota a concepção de
explicação baseada em identificar relações funcionais entre eventos comportamentais.
24) O que é uma explicação por relação funcional e qual a sua diferença em relação às
explicações causais?
R) A relação funcional vem contribuir para a postulação de um caráter cada vez menos
mecanicista do pensamento de Skinner. Não há causa ligada ao comportamento e sim relações
funcionais que fazem com que ele possa ocorrer.
Uma variável está em função de outra variável, e não necessariamente numa relação de causa
e efeito. Ex; luz do sol/girassol > finalidade.
“O comportamento é uma exata função de forças agindo sobre o organismo.”
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O comportamento do organismo total é o seu objeto de estudo, interessa-lhe como as unidades
do comportamento se unem e interagem, para isto assume o reflexo como a unidade
comportamental a ser estudada.
25) O que é comportamento operante?
R) O organismo age sobre o ambiente e produz conseqüências, reforçamento; selecionando os
reflexos importante e descartando os irrelevantes. A relação não é com um estímulo eliciador,
mas com o estímulo reforçador
Comportamento operante – age no meio buscando conseqüências. Ex: atirar o giz no aluno
que fez a pergunta > inibe os demais alunos a perguntar.
26) O que é tríplice contingência de comportamento?
R) Engloba o comportamento e suas condições antecedentes e suas conseqüências. Numa
análise de primeiro nível, consiste em um estímulo discriminativo seguido de uma resposta
que, por sua vez é seguida por um estímulo reforçador que controla a probabilidade futura de
resposta (Sd – R – Sr). O estímulo discriminativo configura o ambiente no qual a resposta é
emitida.
27) Skinner é um ambientalista e o que isto significa?
R) Skinner é ambientalista, porque para ele o ambiente seleciona o comportamento.
28) Qual a importância de Darwin na teoria de Skinner?
R) A proposição da seleção natural, apresentada por Charles Darwin (1809-1882), irá
influenciar os trabalhos de Skinner, contribuindo para a formulação de uma nova causalidade
segundo o modelo de seleção por conseqüências, em que a seleção dos comportamentos
ocorre em função de seus efeitos sobre o ambiente, são as conseqüências ocorridas no passado
que determinam a propabilidade de ocorrência do comportamento em uma situação futura.
“Você é um membro da espécie humana, absolutamente único geneticamente, a menos que
tenha um gêmeo idêntico. Você também tem uma história pessoal que é absolutamente única.
Sua identidade depende da coerência desta história. Mais de uma história de vida conduz a
múltiplos eus, nenhum dos quais pode ser dito o real eu.” (Skinner)
29) O que é tríplice determinação ambiental?
R) Para entender o comportamento é necessário assumir a tríplice determinação ambiental
indissociável: a espécie (filogenética), a vida do indivíduo (ontogenética) e a cultura (práticas
culturais). Isto implica uma mudança nos métodos e procedimentos para conhecer, pois a
fragmentação e isolamento, bem como a simples observação direta, não permitem entender a
complexidade que o comportamento humano assume. O ambiente passa a ser definido de
maneira mais ampla e dinâmica, não é um simples detonador de comportamentos, mas sim,
onde se modula e se seleciona os comportamentos.
30) O que são os comportamento social e verbal, qual a relação entre eles e qual a importância
deles na construção da subjetividade?
R) A evolução dos dois níveis de seleção por conseqüência, filogenética e ontogenética, e a
interação entre membros de uma mesma espécie, no caso a espécie humana, propiciaram o
surgimento de um novo tipo de comportamento: o social e com ele o verbal simbólico. “O
comportamento verbal permite mais do que mostrar e fazer, permite um mostrar e fazer que
leva os indivíduos a fazerem pelo outro”, o que gera o terceiro nível de seleção por
conseqüências – a seleção de práticas culturais – que se baseiam em reforçamento social e
dependem da participação de mais de um indivíduo.
O comportamento verbal permite que os indivíduos tenham acesso ao mundo privado e,
conseqüentemente, construam sua subjetividade.
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A consciência de si pressupõe uma linguagem, e essa linguagem deriva da cultura. A
subjetividade é resultado do comportamento operante da fala.
O self é a construção da subjetividade via cultura.
É através da cultura e do comportamento social que se torna viável o comportamento verbal,
que, por sua vez, permite o acesso ao mundo privado. É com o comportamento verbal que os
homens interagem produzindo cultura. É pela comunidade verbal que se constrói uma parte
importante dos indivíduos: sua subjetividade.
A subjetividade é própria de cada indivíduo em função das contingências de reforçamento a
que esteve e está submetido, mas refere-se a um nível estritamente social na medida em que
sem o acompanhamento público, sem a modelagem e o reforço social, o comportamento
verbal e a cultura, a subjetividade inexiste. O mundo é responsável pelas característica do
indivíduo e pela construção de sua subjetividade, que se expressa nos comportamentos do
indivíduo.
31) O que significa conhecer para Skinner e ele pode ser considerado um empirista?
Justifique.
R) Apesar de Skinner enfatizar o dado empírico, ele não pode ser inserido nas concepções
empiristas do conhecimento, já que, para estas, o conhecimento se constituía a partir de
sensações que geravam idéias que se associavam para formar o pensamento. Para Skinner, o
homem não é uma tabula rasa como definia Locke, e conhecer é muito mais que responder a
estímulos – os sensoriais no caso. O conhecimento não pode ser compreendido como
representação no mundo, mas como uma forma de ação sobre o mundo. O conhecimento,
portanto, supõe uma interação dinâmica, é produto e processo ao mesmo tempo.
32) Skinner continua rejeitando os conceitos mentalistas?
R) Do mesmo modo que Watson, Skinner acreditava numa ciência não mentalista, na qual o
que é valorizado são os comportamentos que o homem apresenta, e não exatamente o que se
encontra de forma subjetiva em sua consciência. Skinner percebeu que era possível lidar com
a subjetividade e a individualidade sem recorrer ao conceito de mente. Os processo mentais
apenas “escondiam” o que realmente acontecia ao indivíduo. O comportamento tem suas
causas e conseqüências no ambiente em que ocorre. Por isso, o Bahaviorismo preocupa-se em
analisar todo o contexto em que está inserido o comportamento.
33) O que é a metacontingência?
R) Refere-se às relações de contingências entre as práticas culturais e seus resultados, ou seja,
as metacontingências emergem na evolução das culturas construídas nas e pelas contingências
comportamentais. A metacontingência refere-se à unidade de análise, descreve relações
funcionais, das produções advindas da e para a cultura. Deste modo, a metacontingência
amplia a concepção de relação sujeito-objeto no processo de produção de conhecimento,
apresenta-se como um produto e processo da relação sujeito-objeto que dela parte e para ela
retorna. É através da cultura e do comportamento social que se torna viável o comportamento
verbal, que, por sua vez, permite o acesso ao mundo privado. É com o comportamento verbal
que os homens interagem produzindo cultura. É pela comunidade verbal que se constrói uma
parte importante dos indivíduos: sua subjetividade.
Contingência que age sobre outra contingência; influem umas sobre as outras.
34) Segundo Skinner, o homem é livre? Justifique.
R) O Behaviorismo Radical vê o homem como um ser que se comporta, devido a uma história
pessoal e global, da qual são resultados tanto o seu comportamento quanto a sua
subjetividade. O mundo é responsável pelas características do indivíduo e pela construção de
sua subjetividade, que se expressa nos comportamentos do indivíduo. É o próprio homem, por
sua vez, quem provê as contingências que serão determinantes dos comportamentos.
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O homem é controlado e controla o meio em que vive por meio das contingências a que está
submetido e que ele mesmo constrói e produz.
35) Qual a principal novidade introduzida pelo comportamentalismo cognitivista?
R) O Behaviorismo Radical, conforme é apresentado por Skinner ao longo de sua obra, vem
esclarecer que o mundo interno de cada um de nós é objetivado pelo mundo externo a partir
das relações que com ele pactua. A subjetividade é objetivada na medida em que é possível, a
partir da análise experimental do comportamento, analisá-la buscando compreender seus
determinantes. O homem e, portanto, o seu mundo interno são produtos da relação com a
coletividade.
36) Qual o ambiente histórico-social em que se encontrava a Alemanha no final do século
XIX?
R) O local do nascimento da Fenomenologia, a sociedade alemã, passava por um momento
significativo de sua história. Industrialização tardia. Até meados do século XVIII,
características de sociedade feudal. Unificação alemã, segundo Bismarck, significaria uma
luta contra a Áustria. Abolição das barreiras aduaneiras no interior da Alemanha.
Desenvolvimento do capitalismo alemão. Progresso capitalista ou industrialização retardado
pelos problemas políticos alemães, como a descentralização de poder, característica típica de
uma sociedade feudal. A ciência voltou-se para este atraso, de modo a diminuir as diferenças
existentes entre Alemanha e outras nações européias, ao menos no tocante à participação no
mercado internacional. Ciência – mineração e maquinaria em geral. Movimento
Revolucionário de 1848 – legislação trabalhista. Guerra franco-prussiana, 1870-1871.
Alemanha reorganizada em 25 estados federados, em 1871, que formavam um império.
Grande ênfase no desenvolvimento do conhecimento científico como forma de se igualar ao
desenvolvimento já alcançado pela França e pela Inglaterra, que permitisse à Alemanha
participar do mercado mundial.
É necessário fazer toda essa revisão histórica, para que a compreensão do pensamento dos
filósofos alemães da época seja possível, no sentido de entender a origem de suas idéias e a
base de seu pensamento como sendo interdependente do movimento social, político e
econômico vivido.
37) Qual o problema básico enfrentado por Husserl e qual a origem histórica desse problema?
(conhecimento Descartes).
R) Tentanto solucionar a questão: “como produzir, identificar e fundamentar uma
interpretação verdadeira” está o pensamento de Edmund HUSSERL (1859-1938), que,
segundo as palavras de Merleau-Ponty, “destinou-se a resolver simultaneamente, uma crise
das ciências do homem e uma crise das ciências simplesmente”.
Ao desenvolver sua proposta filosófica, a Fenomenologia, Husserl irá partir do que ele
considera limites impostos ao conhecimento nas propostas filosóficas de Descartes, Kant e
Hegel.
René Descartes (1596-1650), que se dedicou às mais variadas áreas da ciência e
problematizou a dicotomia mente-corpo, teve clara influência sobre o trabalho de Husserl:
quando este se propõe “um retorno às coisas mesmas”. Segundo ele, Descartes não explorou
os pressupostos transcendentais da experiência empírica: retornou muito rapidamente da
dúvida sistemática, que o levou ao cogito, eu penso, ao mundo natural empírico. Husserl não
considera o cogito como o primeiro princípio indubitável do qual o resto pode derivar. Para
ele é a subjetividade da consciência, a única fonte transcendental de todo conhecimento
absoluto e objetivamente válido. Considera o fenômeno na sua pureza absoluta, como se
apresenta a si mesmo, isto é, como coisa própria simplesmente revelada à consciência.
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38) Qual o esquema básico proposto por Bretano e qual a sua importância na filosófica de
Husserl?
R) Bretano (Psicologia do ponto de vista empírico, 1884) afirmava que os dados básicos da
análise psicológica são as manifestações particulares da consciência, as quais denominou
fenômenos ou atos psíquicos. Estabeleceu uma diferenciação entre esses fenômenos psíquicos
e os eventos físicos, afirmando que nos primeiros existe intencionalidade e um modo de
percepção original, imediato. A percepção original que se tem dos fenômenos constitui o seu
conhecimento fundamental. A exploração do campo da consciência e sua relação com os
objetos, a intencionalidade, que a escola de Brentano perseguia, delimitaram o campo de
análise da Fenomenologia de Husserl. Entretanto, este irá além da mera descrição dos
fenômenos psíquicos, ultrapassando, desta forma, a psicologia descritiva de Brentano.
Psicologia descritiva – antes de explicar os fenômenos mentais é preciso descrevê-los.
39) Quais as teses defendidas pelas seguintes teorias: psicologismo, naturalismo e
historicismo?
R) Psicologismo: os fenômenos do conhecimento têm seu fundamento na atividade psíquica
do homem.
Naturalismo: diz que apenas o emírico ou o físico é real. O conhecimento da época fundavase em realidades, ditas naturais, a natureza ou o mundo exterior se impunham ao
conhecimento. A ciência recusa qualquer realidade ideal, tende a naturalizar toda a realidade
para torna-la uma realidade física, empírica.
Historicismo: submete um fato científico às condições sociais. Os conhecimentos da ciência
têm uma origem histórico-social.
40) Qual a crítica de Husserl a essas teorias?
R) As três teorias têm as mesmas conseqüências: elas levam ao ceticismo e ao relativismo.
Husserl percebe pontos dentro das ciências que levam ao ceticismo, uma vez que estes pontos
submetem o conhecimento, e, mais precisamente, a Filosofia, às condições sociais,
psicológicas e históricas que estão, em princípio, fora do âmbito de qualquer ciência.
De acordo com Huesserl, psicologismo, naturalismo e historicismo são teorias científicas que
pretendem resolver o problema do conhecimento, mas como toda teoria cinetífica só consegue
encontrar idéias, teses, que não são universais e necessária. Isto significa que elas estão
sempre abertas a futuras correções. Desse modo, ao serem aplicadas para resolver o problema
do conhecimento acabam por gerar ceticismo e relativismo, ou seja, nenhum conhecimento
seria absolutamente certo.
41) O que é a intencionalidade?
R) Intencionalidade – A intencionalidade da consciência refere-se à consciência que, como
ato, é sempre consciência de alguma coisa, ou seja, é a descrição das diferentes formas de
relação entre o sujeito e o mundo.
42) O que é a consciência?
R) A consciência é constituída pelo que Husserl denomina de “atos intencionais”. Os atos
intencionais são a percepção, memória, especulação, paixão, imaginação, entre outros. A
consciência é também necessariamente dada a priori, de forma a garantir a possibilidade de
conhecer, caracterizando-se como Consci
Como Consciência Transcendental. Neste ponto, Husserl fala de noesis e noemas, cuja
diferenciação é importante para que não se caia no mesmo erro do psicologiamo, o qual tende
a confundi-los. Os noesis são os atos intencionais, ou seja, que se dirigem para e visam algo.
Os noemas são os objetos em sua essênci ou com significados aos quais os noesis se
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direcionam. A consciência não visa seus objetos da mesma forma, nem estes lhe são
apresentados da mesma maneira. 42
43) O que é a intuição e quais são seus tipos?
R) Intuição – Existe uma intenção significativa quando significamos intencionalmente o
objeto, sem considerar sua presença. Esta intenção pode ser preenchida pela presença do
objeto, neste caso temos uma intuição. A intuição é, portanto, o preenchimento de uma
intenção.
Intuição sensível refere-se a uma singularidade empírica, ou seja, um objeto diante de mim.
Intuição categorial refere-se àquilo que se afirma ao conteúdo do juízo. Objetos categoriais
são todos aqueles que admitem um aspecto supra-sensível ou ideal.
Intuição eidética ou ideação refere-se aos “objetos universais”, também denominados
essências ou eidos, correspondem aos chamados ‘conceitos universais’, que se verificam
invariavelmente em diferentes indivíduos.
44) O que é a evidência?
R) Evidência – está relacionada com os conceitos de intenção e intuição.A evidência é a
consciência da intuição. Na prática, como evidência e intuição se implicam, Husserl usa as
duas palavras indiferentemente.
45) O que é a temporalidade da consciência?
R) A temporalidade da consciência refere-se ao fato de que toda consciência intencional é
uma síntese do tempo. A percepção do objeto supõe a percepção da sua identidade ao longo
de uma sucessão temporal de imagens. O significado do objeto depende do que recordamos
dele.
46) O que é a fenomenologia e qual a sua tarefa?
R) A fenomenologia se propõe à descrição das estruturas dos fenômenos, sendo a maior
preocupação de Husserl encontrar um método universal, que possa reger o pensamento de
modo que se atinja o conhecimento universal e verdadeiro. Para tal, é necessário que se saiba
como se conhece e que não seja ignorado tudo aquilo relacionado com o ato de conhecer,
como, por exemplo, a subjetividade dos homens, a qual seria “a primeira verdade indubitável
para começar a pensar corretamente”.
47) O que é o fenômeno para Husserl?
R) Fenômeno para Husserl é a “coisa mesma”. Fenômeno que se dá a nós por intermédio dos
sentidos dotados de uma essência. Diz-se que a essência de um fenômeno é intuída. Isto
porque intur significa identificar o fato e ver o sentido ideal que cada pessoa atribui a ele ao
percebê-lo. Todo fenômeno tem uma essência, o que se traduzirá pela possibilidade de
designá-lo, nomeá-lo, e ele sempre estará vinculado a um sentido para quem o percebe.
48) O que é a relação noese/noema e qual a sua importância na filosofia de Husserl?
R) Noesis e noemas – Husserl fala de noesis e noemas, cuja diferenciação é importante para
que não se caia no mesmo erro do psicologismo, o qual tende a confundi-los. Os noesis são os
atos intencionais, ou seja, que se dirigem e visam algo. Os noemas são os objetos em sua
essência ou com significados aos quais os noesis se direcionam. A consciência não visa seus
objetos da mesma forma, nem estes lhe são apresentados da mesma maneira. Esta relação
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entre sujeiro (noesis) e objeto (noemas) é chamada intencionalidade, pois há um movimento
tal entre sujeito e objeto que um se dirige ao encontro do outro.
49) Quais as críticas de Husserl a Descartes, Kant e Hegel?
R) Descartes: Husserl irá dizer que Descartes estava certo ao identificar o cogito (penso, logo
existo) como dado absoluto, evidente, mas não compreendeu corretamente de que se tratava.
Não entendeu a relação entre noese e noema.
Husserl não considera o cogito como o primeiro princípio indubitável do qual todo o resto
pode derivar. Para ele é a subjetividade da consciência a única fonte transcendental de todo
conhecimento absoluto e objetivamente válido. Considera o fenômeno na sua pureza absoluta,
como se apresenta em si mesmo, isto é, como coisa própria simplesmente revelada à
consciência.
Kant: De acordo com Husserl, Kant também se manteve preso à atitude natural, separando o
fenômeno de uma suposta coisa-em-si, que existiria independente da consciência. Husserl, ao
contrário, irá eliminar a diferença entre fenômeno e coisa-em-si e mostrar que o fenômeno é o
dado evidente, primário, e que a existência é derivada da consciência.
Segundo Kant, não conhecemos as coisas em si mesmas – noumenon – mas somente o modo
pelo qual elas nos aparecem (fenômeno).
Husserl coloca-se contrário à concepção kantiana de mundo, de homem e de conhecimento,
dedicando-se a formular uma ciência na qual as coisas possam ser apreendidas em sua
essência, tentando estabelecer leis precisas e incontestáveis, pois a relação sujeito versus
objeto permeada pela intencionalidade possibilita a apreensão da essência dos fenômenos.
Hegel: o fenômeno é reaabsorvido num conhecimento sistemático do ser, pois o fenômeno e a
essência são momentos distintos neste movimento contraditório.
Husserl discorda de Hegel nesta unidade ser e fenômeno, para ele o sentido do ser e do
fenômeno são distintos mas não podem ser dissociados e, portanto, podem ser apreendidos.
50) Qual é o método da fenomenologia?
R) Método da fenomenologia – O primeiro passo para a obtenção de uma verdade é descobrir
o fenômeno, com o objetivo de atingir a sua essência, “matéria” da qual se constituem todas
as coisas. Neste processo das coisas mesmas deve haver um total despojamento de préconceitos e pré-juízos que haviam, porventura, sido construídos a respeito de fatos antes de
ser percebido. Para isto é necessário passar por diferentes etapas ou passos para se chegar à
evidência apodítica. Esses passos são:
Epoché e redução – consiste basicamente em suspender todos os juízos e conhecimentos
prévios que tenho sobre algo.
Em relação às coisas enquanto existentes exteriormente, o filósofo deve “suspender” o seu
juízo. Tal suspensão recebe o nome de epoché, não se põe em questão o mundo exterior, mas
apenas se “reduz” à consciência, para assim ser possível começar por aquilo que é
insofismável.
Redução psicológica e redução transcendental – consiste em desconsiderar todo dado
objetivo, tudo que não seja interno à consciência (imanente).
A redução psicológica significa suspender todos os juízos relativos a tudo que é exterior ao
sujeito. É preciso fazer uma redução transcendental, pondo entre parênteses, ou praticando a
epoché relativamente a essas existências psicológicas. Na “consciência pura” ou
“transcendental”, à que nos elevamos por esta “redução transcendental”, as vivências perdem
inteiramente o seu caráter psicológico e existencial para conservarem apenas a relação pura do
sujeito plenamente purificado ao objetivo enquanto consciente, que é o objeto meramente
significado. O “eu puro” mostra-se na atitude fenomenológica como um “expectador
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desinteressado” ou “imparcial”, apto a aprender, sem perigo de erro, tudo que se lhe
apresentar como “fenômeno” da consciência.
Objeto intencional – é a constituição do objeto pensado. É o produto desta relação entre
sujeito e objeto, portanto, o conhecimento produzido.
51) Qual a relação entre o problema do conhecimento e a questão do ser para Heidegger?
R) De Descartes até Husserl o problema da filosofia era o conhecimento. Heidegger diz que
este não é o problema central; o problema fundamental da filosofia é a “questão do ser” .
Husserl questionava sobre de onde e de que maneira se determina aquilo que, de acordo com a
fenomenologia, deve ser experimentado como a coisa mesma.
É ela a consciência e sua objetividade, ou é o ser do ente em seu desvelamento e ocultação?
Para responder estas duas questões Heidegger levou dez anos e publicou O ser e tempo.
52) O que significa dizer que o homem é um ser-no-mundo?
R) Heidegger formula um outro conceito para o ser, o dasein. Uma possibilidade de tradução
seria “ser-aí”, porém podemos entendê-lo como “ser-no-mundo”. O dasein pode ser explicado
como a oportunidade do ser de exercer seu poder de escolha. É na relação com o mundo que o
ser é e dentro dele tem de utilizar a sua possiblidade de escolha, sempre tendo em mente suas
necessidades.
O homem existe, desta forma, “compreendendo, espacializando e temporalizando o seu existir
no mundo”.
A significação do mundo pelo ser dá-se dentro da temporalidade e do espaço.
53) “A fenomenologia é o estudo das essências e todos os problemas, segundo ela, resumemse em definir essências. Mas a fenomenologia é também uma filosófica que repõe as essências
na existência, e não pensam que se possa compreender o homem e o mundo de outra maneira
senão a partir de sua facticidade.”
Qual a novidade em relação a Husserl apontada neste trecho?
R) Husserl – a consciência humana é a origem de toda a essência; o mundo é exterior à
consciência.
Heidegger – Dasein não é a consciência que se dirige à essência e depois ao objeto; o homem
na sua consciência cotidiana, não lida com objetos de maneira investigativa, mas lida
praticamente com instrumentos; “ser-no-mundo” – tomando as coisas como instrumento.
54) “A percepção não é uma ciência do mundo, não é nem mesmo um ato, uma tomada de
posição deliberada; ela é o fundo sobre o qual todos os atos se destacam e ela é pressuposta
por eles. O mundo não é um objeto, é o meio natural de todos os meus pensamentos e minhas
percepções explícitas.”
R)
55) “A reflexão radical é consciência de sua própria dependência em relação a uma vida
irrefletida que é sua situação inicial, constante e final. Longe de ser a fórmula de uma filosofia
existencial, o ser-no-mundo de Heidegger só se manifesta sobre o fundo da redução
fenomenológica.”
R)o