Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública MARIA VIRGINIA DOPP A Saúde como Elemento para Repensar a Prática do Ensino na Educação básica. UMUARAMA/PR 2011 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública MARIA VIRGINIA DOPP A Saúde como Elemento para Repensar a Prática do Ensino na Educação básica. Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá. Orientador : Profº Reinaldo Rodrigues Camacho UMUARAMA/PR 2011 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública MARIA VIRGINIA DOPP A Saúde como Elemento para Repensar a Prática do Ensino na Educação básica. Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, sob apreciação da seguinte banca examinadora: Aprovado em ___/___/2011 Professor (a)......................................................., Dr. (a) / Me. [orientador (a)] Assinatura Professor (a)......................................................, Dr. (a) / Me. [convidado (a)] Assinatura Professor (a)......................................................, Dr. (a) / Me. [convidado (a)] Assinatura RESUMO 4 SUMARIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 6 2 PROFESSOR: PROFISSÃO EM RISCO ......................................................................................... 7 3. DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO DOCENTE ..................................................... 9 4 DOENÇAS ADQUIRIDAS ............................................................................................................ 10 4.1 LER/DORT .................................................................................................................................. 10 4.2 A VOZ E A SAÚDE DO EDUCADOR .................................................................................... 11 4.3 ESTRESSE OCUPACIONAL ..................................................................................................... 12 4.4 SÍNDROME DA DESISTÊNCIA (BURNOUT) ........................................................................ 14 5. SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ............................................................................................ 15 6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 17 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 19 5 RESUMO Este estudo teve como objetivo conhecer e refletir sobre os principais problemas de saúde que afetam os docentes, identificar as causas que poderão contribuir para o adoecimento do trabalhador, conscientizar os profissionais da educação da importância de conciliar trabalho e lazer para ter qualidade de vida e conhecer os riscos que a profissão “ professor” oferece para os docentes atualmente no exercício da profissão. O estudo foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica. A partir do referencial teórico buscou-se uma reflexão sobre a verdadeira face da docência as consequências emocionais sofridas ao longo da carreira do Magistério e as prováveis soluções, senão para erradicar, mas amenizar os problemas de saúde que a profissão acarreta para o docente. Palavras Chave – Saúde; Professor; educação básica. ABSTRACT: This work aimed to verify the process of teaching, the actual conditions under which it develops and the possible physical and mental illness of teachers. The study was developed through literature. From the theoretical framework aims to reflect on the true face of teaching, emotional consequences suffered throughout his career and the Magisterial of the possible solutions, but to eradicate, but mitigate the health problems that entails for the teaching profession. Keywords - Health, Professor, basic education. 6 1. INTRODUÇÃO Trabalhadores da educação têm passado, em seu cotidiano profissional, por problemas de saúde decorrentes de seu trabalho. Há grandes dificuldades de transformar a tendência de intensificação da precariedade das condições de trabalho e em transformar reivindicações efetivamente em processos de conscientização da sociedade e dos trabalhadores sobre os riscos e problemas vividos no contexto da educação. Verifica-se nesse contexto a crescente depreciação da atividade docente e fragmentação das atividades de suporte e apoio à docência, em razão dos baixos investimentos nas ações de melhoria da administração da educação, seja do ponto de vista dos ambientes de trabalho, da remuneração, ou, ainda, do reconhecimento social desse trabalho. Tal quadro acarreta, invariavelmente, a acentuação do desgaste físico e psicológico e, até mesmo, abandono da profissão. Os trabalhadores da educação ocupam um lugar especial no processo social e produtivo. Realizam atividades ligadas à necessidade interpessoal, à dedicação no aprendizado das pessoas e à administração dos processos sócios-pedagógicos, invariavelmente os colocando numa condição de maior predisposição aos chamados transtornos mentais e comportamentais relacionados ao trabalho que, associados aos agravos na condição física acentuam os desgastes profissionais. No caso dos professores, verifica-se a acentuação do “mal-estar docente”, ou seja, um quadro de desconfortos e adoecimentos, de efeitos relativamente permanentes e negativos, que os afetam como resultado das exigências físicas e psicológicas da atividade de docência. Este “malestar” tem como sintomas mais evidentes: insatisfação profissional, desinvestimento em relação às tarefas docentes, desejo de abandonar a profissão, esgotamento ansiedade, neurose, depressão e estresse. Diante das crises evidentes que o mundo moderno vem demonstrando neste início de século, em todos os âmbitos do saber e do fazer humanos, notadamente no da Educação atingindo conceitos de autonomia, emancipação e liberdade, cumpre-nos, mais uma vez, repensarmos e refletirmos sobre as novas competências para ensinar, novos entendimentos sobre ensinar e aprender,aprender a aprender e como apreender as novas formas que a prática da profissão docente exige. Nessa perspectiva, este estudo tem como objetivo conhecer e refletir sobre os principais problemas de saúde que afetam os docentes, identificar as causas que poderão contribuir para o adoecimento do trabalhador, conscientizar os profissionais da educação da importância de conciliar 7 trabalho e lazer para ter qualidade de vida e conhecer os riscos que a profissão “ professor” oferece para os docentes atualmente no exercício da profissão. Trata-se de uma pesquisa de cunho estritamente bibliográfica. A primeira parte do artigo apresenta a problematização, e o objetivo do estudo. A segunda parte trata do referencial teórico da pesquisa com destaque nas reflexões sobre a profissão docente, saúde e potenciais doenças adquiridas ao longo da carreira docente. Na sequencia aborda-se sobre a saúde e a qualidade de vida no trabalho. 2 PROFESSOR: PROFISSÃO EM RISCO Nos últimos anos, outras questões se adicionam às da organização do trabalho docente. Segundo Esteve (1999), tem aumentado as responsabilidades e exigências que se projetam sobre os educadores, coincidindo com um processo histórico de uma rápida transformação do contexto social, o qual tem sido traduzido em uma modificação do papel do professor. Diante dessa situação é possível perceber que um dos fatores que causam o mal estar docente está relacionado à desvalorização do magistério. Lógico que não podemos nos prender somente a este fator, pois o mesmo é mais amplo, o que nos remete a ampliar nossa análise sobre a saúde do professor, buscando entender um dos fatores que influenciam a sobrecarga de trabalho. Esteve ao estudar as fontes de estresse nos professores, nos informa que alguns elementos aparecem de forma mais significativa. “[...] em primeiro lugar os salários; em segundo, a falta de coerência em sua relação com os alunos; em terceiro lugar a sobrecarga quantitativa de trabalho” (ESTEVE, 1999, p.35). As transformações apontadas, segundo Esteve (1999, p.31), [...] supõem um profundo e exigente desafio pessoal para os professores que se propõem a responder às novas expectativas projetadas sobre eles. Gomes (2002, p. 28) diz: A profissão de professor que outrora, fora valorizada e respeitada, hoje atravessa uma crise que não atrai mais, sobretudo nos países denominados Primeiro Mundo . 8 Segundo Francelino (2003), o professor, atualmente trabalha na contramão da sociedade, pois essa passa por uma crise de paradigmas, criando novos valores sociais que estão diretamente em conflito com os valores ainda preservados e difundidos na escola. Assim, a carga de responsabilidade lançada sobre esse profissional é muito grande, dando origem a uma cobrança enorme que não vem só do mundo externo, mas de si mesmo, do seu eu. Há duas formas de agressão: a física e a psicológica. A agressão psicológica é a mais comum do que a agressão física, pois o professor recebe com mais freqüência ofensas verbais, que agride sua integridade moral, causando uma sensação de impotência diante da situação. A agressão física é rara acontecer, mas quando acontece chega aos extremos, pois há casos veiculados na mídia de professores esfaqueados, baleados que chegam a óbito. A agressão material é a depredação do bem material do docente, como forma de inibir ou punir o profissional da educação de exercer sua autonomia profissional. Segundo Francelino (2003, p. 136): A partir a década de 1960, o professor se vê submetido às mesmas condições dos trabalhadores fabris, pois a escola adquire a nova função de formar trabalhadores. O aluno passa a ser visto como produto e a escola como uma instituição produtora da força de trabalho. Segundo Passoni (2006), entre os profissionais que desempenha tarefas iguais, o docente é o que mais sofre com uma doença denominada de “bipolar” Distúrbio bipolar é uma perturbação caracterizada por variações de humor, com crises de depressão e mania (euforia) e atinge 1,6% da população mundial. O Transtorno Bipolar é um transtorno de humor (ou afetivo) que consiste em enfermidades nas quais existem alterações: do humor, da energia (ânimo) e do jeito de sentir, pensar e comportar-se. Podem acontecer como crises únicas ou cíclicas havendo oscilações no decorrer da vida. Podem ser episódios de depressão ou mania. Na depressão a pessoa sente uma tristeza exagerada e desânimo e, na mania, um aumento de energia e euforia anormal. O termo mania não significa “mania de fazer alguma coisa” ou algum tique, é simplesmente o nome que a medicina dá para a fase de euforia do Transtorno Bipolar. Sabe-se que o Transtorno Bipolar é uma doença que põe em risco a vida do paciente, seja pelo prejuízo da crítica com conseqüente irresponsabilidade e possibilidade de lesão física, seja pelo significativo aumento dos casos em suicídios em bipolares. O Transtorno Bipolar é uma doença caracterizada por episódios, fases de mania ou hipomania e de depressão alternadas com períodos de remissão, que exige tratamento contínuo, mesmo entre as fases, o que pode dificultar a aderência da medicação. (PASSONI, 2006, p.27) O distúrbio bipolar é uma gangorra de emoções em que há dias em que a euforia bate no céu e em outros a depressão leva ao fundo do poço é como levar uma vida dupla. As pessoas que 9 sofrem dessa doença não são previsíveis, flexíveis e nem respondem com proporcionalidade aos estímulos. É uma doença hereditária. Na infância, aliás, não raro ele é confundido com distúrbio do déficit de atenção e hiperatividade, e crianças diagnosticadas assim, mas que não responde ao tratamento, podem ter na realidade, o transtorno bipolar. A bipolaridade é também determinada pela maneira como quem sofre desse transtorno lida com as adversidades. Não há cura para o transtorno bipolar, mas como outras doenças crônicas é um mal controlável. O tratamento para quem sofre de distúrbio bipolar é feito através de medicamentos: estabilizantes do humor, e a psicoterapia que é a peça fundamental do tratamento dos bipolares, já que não se trata de uma doença mental apenas, mas um mal sistêmico que afeta o individuo como um todo. Esse paciente requer uma equipe multidisciplinar. No que diz Leining (1997) alguns psiquiatras têm recomendado o uso de musica no Transtorno Bipolar considerando que ela tem prioridades que tornam possível atrair e prolongar a atenção do individuo, penetrando em seu mundo interno e tirando-o de sua conduta depressiva. 3. DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO DOCENTE Os educadores, no seu cotidiano, têm pouco ou quase nenhum conhecimento de que as doenças existentes têm relação direta com a função que exercem, por isso são necessárias ações de orientação e prevenção. É assustador o número de professores afastados da sala de aula em virtude da exaustão profissional. As doenças de origem psicológica são as que mais afetam a categoria. O número de professores com depressão, com síndrome de Burnout e com síndrome de pânico aumenta a cada dia (ESTEVE, 1999). ESTEVE (1999) afirma que a saúde do trabalhador docente está cada vez mais debilitada, podendo tal situação estar relacionada a vários motivos: desde ao cansaço físico de ficar em pé por várias horas ministrando aula, falando muito, até problemas emocionais devido às insatisfações com a profissão, desvalorização da categoria, falta de uma boa infra-estrutura no trabalho, baixa remuneração, problemas familiares e outros. Esse profissional da educação está cada vez mais necessitando de se empenhar em suas atividades como docente devido à desvalorização do trabalho, em que a profissão de magistério está deixando de ser opção e passa a ser uma única alternativa de trabalho. 10 ESTEVE (1999), ressalta ainda que o professor hoje está tão atarefado que às vezes não sobra tempo nem sequer para sair com a família ou este tempo pode ser ocupado com outras atividades chamadas de “bicos” para ajudar na renda familiar. O excesso de trabalho contribui para o mal-estar docente desencadeando vários problemas de saúde tais como: dores no corpo, estresse, depressão, problemas respiratórios, perda de voz, diversos problemas psicossomáticos entre outros. 4 DOENÇAS ADQUIRIDAS 4.1 LER/DORT Nas últimas duas décadas, as LER/DORT (lesões por esforço repetitivo/doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho) assumiram um papel de destaque no afastando trabalhadores de suas funções e levando-os a substituição como peças descartáveis (Pires 1998). Segundo Brasil (2001), os tipos mais comuns de LER/DORT relacionados à atividade laboral no Brasil são a síndrome do túnel do carpo, a tendinite dos extensores dos dedos, a tenossinovite dos flexores dos dedos, a tenossinovite estenosante, a epicondilite lateral e a Doença de DQuervain. O ato de lecionar exige a repetição de gestos: corrigir centenas de provas, escrever e apagar o quadro na sala de aula, algo que ao longo dos anos, leva ao surgimento de lesões. Um dos maiores problemas dos educadores neste aspecto é ocasionado pela postura adotada quando estão em pé. Se ficarem nesta posição por um tempo prolongado, consequentemente gera-se uma sobrecarga na coluna e fadiga na musculatura, diminuindo o fluxo sanguíneo. O resultado é que muitos educadores, principalmente do sexo feminino, adquirem varizes. No caso das mulheres, o problema é potencializado pelo uso de sapatos com salto, que geram sobrecarga na coluna. Outro problema de postura diz respeito à elevação do braço acima dos olhos, que podem originar uma série de lesões, inclusive a escoliose. O impacto dos movimentos repetitivos, devido ao posicionamento inadequado, provoca inchaços nos ombros e, em consequência, a bursite, podendo gerar problemas crônicos que só são resolvidos com cirurgias. BRASIL (2001) diz que boa parte dos trabalhos também é realizado em frente a um computador, no preparo das aulas. Geralmente o teclado e o mouse deixam o pulso em uma posição desfavorável. A utilização incorreta deste equipamento pode gerar tensões na região cervical, resultando nos famosos torcicolos. É importante lembrar que o computador deve estar sempre na altura correta, ou seja, na altura dos olhos. Decorrente de uma origem ocupacional, as 11 LER/DORT podem ser ocasionadas de forma combinada ou não ao uso repetido e forçado de grupos musculares e a manutenção de postura inadequada (Codo e Almeida 1998). Além dos movimentos repetitivos, a sobrecarga estática, o excesso de força para execução de tarefas, o trabalho sob temperaturas inadequadas e o uso prolongado de instrumentos com movimentos excessivos podem contribuir para o aparecimento das enfermidades músculoesqueléticas (Vieira 1999). 4.2 A VOZ E A SAÚDE DO EDUCADOR "A voz é um componente importante na comunicação interpessoal, uma vez que transmite palavras, mensagens e sentimentos. Devido a isso, torna-se responsável pelo sucesso das interações humanas, tanto em âmbito privado quanto em âmbito profissional." (Behlau, Dragone, Nagano, 2004). Segundo Carvalho e Souza (2011), as alterações vocais podem ser causadas pelo uso inadequado da voz, gerando ou não lesões, ou se desenvolver independentemente desse fator. As mais comuns entre os professores são: nódulos, pólipos, edemas de Reinke e o câncer de laringe. A voz é produzida com a participação de uma série de estruturas que compõem o chamado trato vocal, que começa na laringe e termina na cavidade da boca e/ou na cavidade do nariz. O som de nossa voz é produzido pela passagem do ar que sai dos pulmões durante a expiração e passa pelas pregas vocais fazendo com que elas se aproximem e vibrem. Posteriormente, esse som sofrerá modificações ao passar pelo trato vocal (faringe, cavidade oral e cavidade nasal) projetando-se para o ambiente. Segundo Carvalho e Souza (2011), a voz é o som básico produzido pela laringe, por meio da vibração das cordas (tecnicamente chamada de pregas) vocais. A voz expressa as condições individuais (físicas ou emocionais) e, se o indivíduo não estiver em condições saudáveis, a voz deixará transparecer algum problema ocasionando qualidade vocal disfônica, que pode vir a comprometer a fala e a comunicação. De acordo com Carvalho e Souza (2011), a disfonia é na verdade, apenas um sintoma presente em vários e diferentes distúrbios, ora se manifestando como sintoma secundário, ora como principal. O principal instrumento de trabalho do educador é a voz, e ela está pedindo socorro. Ao falar durante horas e usar a voz incorretamente, o trabalhador pode provocar nódulos, uma espécie 12 de calosidade na região de maior contato entre um a prega vocal e outra (CARVALHO e SOUZA, 2011). A desinformação dos educadores quanto a identificação das anormalidades vocais é outro agravante para os distúrbios. Os profissionais da educação não dão o devido valor à voz e desconhecem ações preventivas. Algumas ações podem ser implementadas para evitar problemas com a voz como: evitar o uso de produtos de limpeza que provoquem irritações nas vias aéreas. A voz do Professor é vulnerável ao tempo e ao uso inadequado, sem cuidados especiais, devendo ser tratada como voz profissional. As condições de sua rotina de vida e trabalho apresentam situações estressantes e fatores de risco para a sua saúde vocal geral (CARVALHO e SOUZA, 2011). 4.3 ESTRESSE OCUPACIONAL O estresse ocupacional é definido como um conjunto de reações fisiológicas e psicológicas utilizadas por trabalhadores ou grupos de trabalhadores, de forma ativa ou defensiva, para responder ao conjunto de exigências ou pressões do ambiente de trabalho e é reconhecido mundialmente como um dos principais fatores de redução de qualidade de vida no trabalho a ser enfrentado por profissionais da educação. Conforme Alves (1992) o stress sempre esteve com os seres humanos, pois é uma resposta do organismo às situações do meio. O ser humano tem se tornado cada dia mais estressado, carregado de sintomas físicos como irritação, nervosismo, cansaço entre outros que podem dificultar seu desempenho na vida afetiva, social e profissional. Segundo LIPP (2002) ser professor é uma das profissões mais estressantes na atualidade. Antigamente ser professor era uma profissão valorizada no mercado de trabalho e, cada vez mais, tem ocorrido uma deteriorização das condições da formação e desta prática profissional no Brasil. O ensino possui características particulares geradoras do estresse e de alterações do comportamento do que neles trabalham. O estresse ocupacional já é reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como “enfermidade profissional” cujos efeitos atingem inclusive o ambiente escolar. Segundo Lipp (1999), por natureza temos o impulso de sempre buscar o equilíbrio. Quando conseguimos estratégias de enfrentamento para restabelecer este equilíbrio, o stress é 13 eliminado e voltamos ao normal. Se estas estratégias falham, e o stress não é eliminado, essa energia gerada vai se acumulando e começa então a não haver resposta para a ameaça, o qual começa a desgastar o organismo. Cada pessoa tem um limite para atingir seu equilíbrio novamente. Quanto mais resistente for e mais estratégias utilizar, mais tempo ele conseguirá resistir aos fatores causadores do stress. Quando o organismo não encontra solução para eliminar o stress ele sofre e se enfraquece, baixando sua imunidade e dando lugar a diversas doenças oportunistas, como a gripe, gastrite, problemas dermatológicos, etc. bem como reações psicológicas como a ansiedade, cólera, depressão, apatia, angústia e etc (LIPP, 1999). De acordo com LIPP (2002), citado em REIS e colaboradores (2006: 231): “Estresse é um estado geral de tensão fisiológica e mantém relação direta com as demandas do ambiente” Como diz LIPP: “stress é definido como uma reação do organismo, com componentes físicos e/ou psicológicos, causada pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se confronta com uma situação que, de um modo ou de outro, a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo que a faça imensamente feliz (LIPP,1996, p. 20). Segundo Dejours (1994), partindo da análise da psicodinâmica das situações de trabalho, considera que quando o trabalho torna-se fonte de tensão e de desprazer, gerando um aumento da carga psíquica sem possibilidade de alívio desta carga por meio das vias psíquicas, ele dá origem ao sofrimento e à patologia. Sendo assim, a insatisfação no trabalho é uma das formas fundamentais de sofrimento no trabalho. De acordo com Nóvoa (1995, 1999) e Esteve (1995, 1999) denominam de "mal-estar docente" o fenômeno decorrente dessa mudança na política educacional, o qual se relaciona ao ambiente profissional do professor, estando presentes deficiências nas condições de trabalho, falta de recursos humanos e materiais, violência nas salas de aulas e esgotamento físico. Esse quadro favorece significativo desgaste biopsíquico do educador, produzindo, segundo Rocha e Sarrierra (2006), um deslocamento do perfil das doenças relacionadas ao trabalho, destacando-se na atualidade, doenças como hipertensão arterial, doenças coronarianas, distúrbios mentais, estresse e câncer, dentre outras, como diz Tavares al.(2007, p. 19): Ser professor é uma das profissões mais estressantes na atualidade. Geralmente as jornadas de trabalho dos professores são longas, com raras pausas de descanso e/ou refeições breves e em lugares desconfortáveis. O ritmo intenso e variável, com início muito cedo pela manhã, podendo ser estendido até à noite em função de dupla ou tripla jornada de trabalho. No corre-corre os horários são desrespeitados, perdem-se horas de sono alimenta-se mal, e não há tempo para o lazer. São exigidos níveis de atenção e concentração para a realização das tarefas. Quando o trabalho é desprovido de significação, não é reconhecido ou é uma fonte de ameaças à integridade física e/ou psíquica acaba por determinar sofrimento ao professor. 14 4.4 SÍNDROME DA DESISTÊNCIA (BURNOUT) De acordo com CARLOTTO (2002) a síndrome da desistência é caracterizada como uma resposta emocional em consequência de relações intensas no ambiente no ambiente de trabalho, comum entre profissionais da área assistencial e educadores. Para Carlotto, (2002) a síndrome da desistência: “afeta o ambiente educacional e interfere na obtenção dos objetivos pedagógicos, levando estes profissionais a um processo de alienação, desumanização, apatia, ocasionando problemas de saúde, absenteísmo e intenção de abandonar a profissão." (CARLOTTO, 2002, p.21). Segundo CODO (1999) essa síndrome é uma reação a tensão emocional crônica que é gerada a partir do contato direto e excessivo com outras pessoas que estão preocupadas ou com problemas. A síndrome do burnout é conceituada em várias dimensões sendo elas: exaustão emocional que ocorre quando os trabalhadores percebem não poderem dar mais de si mesmo em nível afetivo, percebe-se esgotada a energia e os recursos emocionais próprios que é causado pelo contato direto com o trabalho; Despersonalização que é o desenvolvimento de um endurecimento afetivo com as pessoas no qual se relaciona no trabalho; Falta de envolvimento pessoal no trabalho que é a tendência a construir uma negatividade no trabalho onde afeta a realização do mesmo e o atendimento as pessoas onde se relaciona. [...] a vítima de burnout tem o espírito corroído pelo desânimo, a vontade minguando devagar, atingir os gestos mais banais, até minimizar as vitórias mais acachapantes, a beleza e a força da missão dando lugar ao mesmo irritante cotidiano, por mais diferentes que sejam os dias de trabalho (CODO, 1999, p.254). As pessoas que sofrem da sindrome de burnout sentem-se desanimadas, desmotivadas. O professor com esta síndrome não tem mais motivação com o trabalho acarretando transtornos psíquicos, podendo causar depressão devido à insatisfação com o trabalho já que o mesmo não traz mais satisfação profissional, trabalha porque tem que trabalhar mais não sente prazer no que faz. Segundo Carlotto (2002, p. 21): 15 No exercício profissional da atividade docente, diversos estressores psicossociais encontram-se presentes, quer relacionados à natureza de suas funções, quer vinculados ao contexto institucional e social onde estas são exercidas. Se os aspectos estressores persistem pode haver um desencadeamento da síndrome de burnout, que é considerada como "um tipo de estresse de caráter persistente vinculado a situações de trabalho, resultante da constante e repetitiva pressão emocional associada com intenso envolvimento com pessoas por longos períodos de tempo. 5. SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA A Organização Mundial da Saúde (OMS) (1996) define Qualidade de Vida como um conjunto de percepções individuais de vida no contexto dos sistemas de cultura e de valores em que vivem, e em relação a suas metas, expectativas, padrões e preocupações. Segundo Domenico de Masi (2003), vivemos e trabalhamos numa sociedade do futuro, mas continuamos a usar os instrumentos do passado. A categoria docente é uma das mais expostas à ambientes conflituosos e de alta exigência de trabalho, tais como tarefas extraclasses, reuniões e atividades adicionais, problemas com alunos que chegam até ameaças verbais e físicas, pressão do tempo, etc. Esta situação estressante leva a repercussões na saúde física e mental e no desempenho profissional dos professores. Qualidade de Vida é mais do que ter uma boa saúde física ou mental. É estar de bem com você mesmo, com a vida, com as pessoas queridas, enfim, estar em equilíbrio. Praticar esportes, reservar tempo para conviver com os amigos e a família e fugir da rotina são estratégias para ter qualidade de vida e combater doenças. SILVA (2000) define a qualidade de vida no trabalho (QVT) como “a compreensão abrangente e comprometida das condições de vida no trabalho, que inclui aspectos de bem-estar, garantia da saúde e segurança física, mental e social, e capacitação para realizar tarefas com segurança e bom uso de energia pessoal. Não depende só de uma parte, ou seja, depende simultaneamente do indivíduo e da organização, sendo este o desafio que abrange o indivíduo e a organização”. De acordo com GUISELINI (2006), o estilo de vida que levamos é o principal responsável (50%) por atingirmos idades mais avançadas, 70 a 80 anos ou mais, do modo mais saudável 16 possível. Já, os outros 50% dos fatores que influenciam no tempo de vida estão divididos entre meio-ambiente (20%), hereditariedade (20%) e condições de assistência médica (10%). Estes dados evidenciam a grande importância do estilo de vida adotado pelo indivíduo, sendo a prática regular de atividades físicas necessária, tanto como medida preventiva de saúde quanto possibilidade real de manutenção QV. A má qualidade de vida além de provocar transtornos à saúde do professor, pode afetar, ainda, a qualidade do ensino. Segundo Dejours (1988), a saúde indica ter meios de traçar um caminho pessoal e original, em direção ao bem-estar físico, psíquico e social. Para o bem-estar físico a liberdade para regular as variações que aparecem no estado do organismo, é necessária, ou seja, ter o direito a atender às necessidades físicas como dormir, repousar, comer ou cuidar da doença quando ela surge. Para o bem-estar psíquico, destaca que é necessária a liberdade para organizar a própria vida segundo o desejo de cada pessoa. O lazer é um dos aspectos estruturantes da saúde mental, interferindo no processo saúdedoença do ser humano (CARVALHO E CUNHA, 2006). É determinado historicamente e possui uma característica imutável que é a busca do prazer. Partindo do princípio de que o prazer pode manifestar-se em qualquer relação ou presença humana, sua possibilidade atravessa tanto o mundo da vida, da sociabilidade espontânea, que é o lazer, como o mundo guiado pelo poder e moeda, com ênfase para as relações econômicas, que é o trabalho (GUTIERREZ E ALMEIDA, 2008). Nessa perspectiva habermasiana, o entendimento de lazer supera a dicotomia lazertrabalho; portanto, o trabalho pode ser considerado lazer, no sentido do prazer. Assim como lazer pode se tornar um trabalho no sentido do poder e da moeda. Afinal, na sociedade contemporânea, o lazer pode ser considerado inexistente diante da hipertrofia do aspecto econômico como motor social que se sobrepõe a qualquer desejo e gratuidade (ÂNGELO, 2007, p.37). Segundo Limongi França (2007) a qualidade de vida no trabalho não decorre apenas do salário acima do mercado, e sim resulta em tratamento humano, da gentileza, da leveza nas relações. Não se pode esperar qualidade no desempenho de pessoas que carecem de qualidade em seu próprio trabalho. Qualidade de vida no trabalho trata especialmente do bem-estar do que os trabalhadores entendem que os cargos representam uma fonte de renda e principalmente um meio de motivação para o bem-estar de cada um deles. Para alcançar níveis elevados de qualidade e produtividade, as organizações precisam de pessoas motivadas, que participam ativamente nos trabalhos que executam e que sejam adequadamente recompensadas pelas suas contribuições. 17 LIMONGI (1995), ALBUQUERQUE e FRANÇA (1997), consideram que a sociedade vive novos paradigmas de modos de vida. Gerando, assim novos valores e demandas de qualidade de vida no trabalho. Conforme França (1997, p. 80): Qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto de ações de uma empresa que envolvem a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho.A construção de qualidade da vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que é chamado de enfoque biopsicossocial. Apesar de novas tecnologias, ferramentas de qualidade, é fato facilmente constatável que cada vez mais os trabalhadores se queixam de uma rotina de trabalho, de uma subutilização de suas potencialidades e talentos, e de condições de trabalho inadequadas. Estes problemas ligados a insatisfação no trabalho têm conseqüências que gera um aumento de absenteísmo, uma diminuição de rendimento, uma rotatividade de mão-de-obra mais elevada, reclamações e greves mais numerosas, tendo um efeito marcante sobre a saúde mental e física dos trabalhadores (FERNANDES, 1996, p.38-39). 6. CONCLUSÃO Espera-se hoje que um bom profissional seja dinâmico, criativo, conhecedor do processo global do mercado onde atua, entre outras características. Nesta era de mudanças criam-se muitas expectativas sobre o professor, e entre elas, contam-se: acolhedor da diversidade, aberto a inovações, comprometido com a aprendizagem, solicito aos alunos. Com sólida formação cientifica e cultural, com domínio da língua, com conhecimentos tecnológicos, articulador de conteúdos educacionais, interdiciplinar, com profundos conhecimentos de sua área de atuação, que estabeleça relações de integração da sua com outras áreas do conhecimento, implantador de projetos, alguém que valorize quem apreende, visando à melhoria da aprendizagem, do conhecimento, das habilidades e competências dos educandos. O presente estudo teve como enfoque conhecer e refletir sobre os principais problemas de saúde que afetam os docentes, identificar as causas que poderão contribuir para o adoecimento do trabalhador, conscientizar os profissionais da educação da importância de conciliar trabalho e lazer para ter qualidade de vida e conhecer os riscos que a profissão “ professor” oferece para os docentes atualmente no exercício da profissão. Diante das questões expostas concluiu-se que não é possível 18 apontar as causas, mas uma série de fatores que influenciam no surgimento do mal estar docente destes professores(as) que não é somente a doença mas sim o excesso de trabalho e outros diversos fatores. Pode se ter um bom salário, uma boa infra-estrutura, ótimos recursos pedagógicos, mas se exige muito destes profissionais, tanto em sala de aula como fora do espaço de trabalho. O grande número de atividades sem tempo para descanso com certeza é um fator que contribuirá muito para o adoecimento do(a) professor(a), não somente as doenças físicas, mas sim as psíquicas. Pensar na saúde do(a) professor(a), é pensar no amor que ele tem pelo trabalho, que não limita os momentos de cansaço, dor e sofrimento, noites mal dormidas ou em claro, por ter uma profissão que não é valorizada, um salário baixíssimo que mal paga suas despesas. O professor acredita que a educação pode levar as pessoas a buscar o conhecimento e trazê-lo para sua vida. A educação é um dos caminhos fundamentais de humanização da sociedade, e o(a) professor(a) é o pivô neste processo, é ele quem irá conduzir os caminhos para o saber. Ao término deste estudo constata-se que há muito ainda que pesquisar e refletir sobre a saúde dos(as) trabalhadores(as), principalmente os educadores, que são pessoas merecedoras de carinho, dedicação e apoio. 19 REFERÊNCIAS ALVES, Glaúcio Luiz Bachmann. 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