MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS EDITAL Nº. 08/2009-DRH/IFRN Questão 1: Na pedogênese ocorrem processos que promovem a conversão dos materiais intemperizados em solos ordenados e dispostos em horizontes caracterizados pela natureza física, química, mineralógica e biológica, diferenciadas. Solos maduros possuem basicamente quatro tipos de horizontes, convencionalmente identificados pelas letras O, A, B e C. Descrever corretamente as principais características desses horizontes, no quadro abaixo. Chave de correção da questão 1: Horizonte O A B C Rocha matriz Características É o horizonte orgânico, relativamente delgado, que recobre determinados solos minerais. É constituído principalmente pelas folhas, galhos e animais em decomposição em decomposição. Esse material vegetal é depositado sobre uma camada de textura esponjosa rica em restos vegetais e associada a uma malha de raízes (popularmente conhecida como terra vegetal). É rico em nutrientes produzidos por processos de humificação e decomposição da matéria orgânica. Apesar de caracterizar ambiente bem drenado, ocasionalmente, pode estar saturado em água. Esse horizonte é popularmente denominado de serrapilheira, “liteira”, “palhada”, turfa e húmus. É o horizonte onde há intensa atividade biológica e representa uma camada rica em húmus e material orgânico parcialmente decomposto, misturado com partículas minerais como areia. É uma zona de eluviação caracterizando-se pela menor concentração de argilominerais, que são translocados para o horizonte B, e ferro e alumínio, lixiviados para os horizontes inferiores. Há maior concentração relativa de minerais estáveis como o quartzo. Apresenta coloração escura onde há maior concentração de húmus. É o horizonte de iluviação do solo, originado pelo acúmulo de argilominerais, Al, Fe, Si, húmus, CaCO3, CaSO4 e sesquióxidos. Pode ocorrer perda de CaCO3. Pouca matéria orgânica em relação aos horizontes superiores. Há concentração de minerais estáveis, como o quartzo, em partículas predominantemente de areia e silte. Apresenta máxima expressão de cor, estrutura e agregação devido à concentração de materiais removidos dos horizontes superiores, principalmente pelas águas infiltradas e retidas nos horizontes mais profundos. Representa a camada de rocha parcialmente decomposta (também denominada de saprólito), com pouca ou nenhuma ação biológica e com características físicas, químicas e mineralógicas correspondentes às da rocha matriz. Não alterada Questão 2: As duas figuras a seguir mostram aspectos visuais de diferentes paisagens naturais, tropicais brasileiras. Identificar a que biomas brasileiros pertencem as paisagens e descrever os principais fatores (clima, hidrografia, relevo e vegetação) que as caracterizam. ½ folha Fonte: ALMEIDA, L. M. A; RIGOLIN, T. B. Geografia: série novo ensino médio. SP: Ática, 2003, p. 249. Com adaptação Chave de correção da questão 2: Domínio Amazônico Clima: o clima dominante é o Equatorial, quente e úmido, com baixa amplitude térmica e temperaturas que oscilam entre 5ºC e 27ºC no decorrer do ano; a pluviosidade também é elevada, superando a marca dos 1800 mm anuais. Apresenta condições hidroclimática que resguardam a formação de uma massa de ar equatorial Continental (mEc). Eventualmente pode ocorrer um decréscimo da temperatura no período sazonal/inverno, por meio do avanço da massa polar da Antártida, fenômeno esse denominado de friagem. Hidrografia: a bacia amazônica é formada por uma grande extensão de terras de baixas altitudes (inferiores a 200 metros) que contêm uma complexa rede canais, lagos e lagunas que drenam da Cordilheira Andes, do Planalto das Guianas e do Planalto Central Brasileiro. É considerada a maior bacia hidrográfica do mundo e seu rio principal (Amazonas) nasce no Peru com o nome de Vilcanota e recebe posteriormente os nomes de Ucaiali, Urubamba e Marañon. Quando entra no Brasil, passa-se a chamar Solimões e, após o encontro com o Rio Negro, perto de Manaus, recebe o nome de Rio Amazonas. Portanto, tem sua alimentação pelo caráter pluvial e nival, oriundo do desgelo da Cordilheira dos Andes. Relevo:compreende o domínio das planícies inundáveis da Amazônia (várzeas, igapós), que são os terrenos geologicamente mais jovens, formados por sedimentos acumulados nas áreas de inundação dos rios e na região coberta pela vegetação e pântano. Nos Planaltos Residuais Norte-Amazônicos (Guianas) e Sul-Amazônicos (Brasil Central) representam terrenos mais antigos que limitam a bacia ao norte e ao sul, respectivamente. No Planalto Residual Norte-Amazônico encontra-se o ponto mais alto do relevo brasileiro, o Pico da Neblina, com 2.993,78 metros de altitude e, no SulAmazônico estendendo-se desde o sul do Pará até Rondônia. É uma vasta área formada por morros de topos convexos, com distribuição descontinua, chapadas (do Cachimbo) e serras (dos Carajás). Vegetação: A floresta latifoliada equatorial apresenta uma destacada biodiversidade, com três padrões básicos: Matas de Igapó, Matas de Várzea e Matas de Terra Firme. · Mata de Igapó: são áreas de inundação permanente, com solos e águas ácidas. A vegetação é perenifólia (não perde as folhas durante o ano), com ramificações baixas e densas, de até 20 m de altura. É rica arbustos, cipós e epífitas. Destacam-se espécies como o taxi, arapati, a mamorana e a vitória régia. · Mata de Várzea: localiza-se em terrenos de inundação periódica de alguns rios. A flora varia de acordo com o período de inundação e também pode apresentar espécies de maior porte, como a Seringueira, cumarau-de-cheiro e o Pau-Mulato. · Mata de Terra Firme: ocorre nas áreas mais elevadas, que não são atingidas pelas inundações amazônicas e representam cerca de 90% da área total da Bacia Amazônica. Predominam as árvores de grande porte, com 60 a 65 metros de altura, cujas copas formam um dossel contínuo que retém os raios solares, tornando o interior da floresta muito escuro e úmido. A floresta é compacta, perenifólia e higrófila, onde podem ser encontradas a castanheiras, o caucho, a sapucaia, o cedro e a maçaranduba e sumaúma. No meio dessa floresta aparecem os campos e a “caatinga” amazônica. Fonte: AB’SÁBER, A. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. SP: ateliê editorial, 2003. P. 33. Com adaptações Domínio Caatinga Clima: o domínio climático da caatinga abrange em seu território a região do polígono das secas. Ocorre o clima semiárido, com temperaturas elevadas durante todo o ano, chuvas escassas (menos de 800 mm/ano) e irregularmente distribuídas. Essas ocorrências pluviométricas estão relacionadas aos processos de migração sazonal da Zona de Convergência Intertropical (ZTI) e das oscilações do Atlântico ao Sul. No período sazonal chuvoso as depressões interplanáltica nordestinas podem serem umedecidas pela massa de ar EC(equatorial continental). O sertão é caracterizado por um vazio de precipitações, que dura de seis a sete meses, acentuando o calor nas depressões interplanáltica. Nas colinas sertanejas dominam temperaturas entre 25 a 29°C. Hidrografia: no semiárido há o predomínio de rios intermitentes ou temporários, que desaparecem no período seco, caracterizando a dependência do ritmo climático sazonal. No nordeste seco o lençol freático afunda e se resseca e os rios passam a alimentá-lo. Os rios perenes, alimentados pelas chuvas em suas cabeceiras ou médios vales, mantêm correnteza mesmo durante a longa estação seca dos sertões. Incluem-se, nesse caso os dois rios, o São Francisco e o Parnaíba. O São Francisco nasce em Minas Gerais (Serra da Canastra) atravessa o sertão semiárido e desemboca no Oceano Atlântico, entre os estados de Sergipe e Alagoas. E o rio Parnaíba nasce no Piauí (chapada das Mangabeiras), atravessa o semiárido e desemboca no Oceano Atlântico (formando um imenso delta), entre o Maranhão e o Piauí. Percorrendo numa região de transição entre os rios de regime equatorial e os do nordeste intermitente. Tendo na margem esquerda, tributários perenes e pela margem direita predominam os intermitentes, oriundos do sertão semiárido. Relevo: Destacam-se os Planaltos, Chapadas e Depressão. O Planalto da Borborema (670 a 1.100 metros) e a os planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba; Chapada do Araripe (800 a 100 metros), depressões interplanálticas existentes no alinhamento de terras altas e a Depressão Sertaneja (Depressão sertaneja e do São Francisco). Nas superfícies planas dos sertões encontram-se os morrotes representando inselbergs. Vegetação: Predominam plantas xerófitas que são adaptadas para sobreviver em ambiente com poucas chuvas e baixa umidade. No bioma são comuns árvores baixas e arbustos, com marcante presença de espinhos. Para evitar a perda de água muitas plantas perdem suas folhas na estação seca, quando a mesma fica caracterizada por caules e troncos secos e retorcidos. Há espécies que desenvolvem raízes na superfície, o que lhes permite, no período das chuvas, absorver o máximo possível da água que cai sobre os terrenos. Outras já armazenam a água, como acontece com os cactos, que são muito representativos no bioma, além de espécies como mandacaru, a coroa-defrade, o xique-xique, o juazeiro, o umbuzeiro e a aroeira. As espécies frutíferas permitem a produção de fibras, ceras e óleos vegetais.