ENGC25 - ANÁLISE DE CIRCUITOS II Módulo V CIRCUITOS ACOPLADOS MAGNETICAMENTE INTRODUÇÃO AOS TRANSFORMADORES UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira Campo Magnético Linhas de fluxo magnético produzidas por uma corrente que percorre um condutor retilíneo: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 2 Campo Magnético Linhas de fluxo magnético produzidas por uma corrente que percorre uma espira. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 3 Campo Magnético Linhas de fluxo magnético produzidas por uma corrente que percorre uma bobina: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 4 Campo Magnético Fluxo é o conjunto das linhas de campo magnético. A unidade do Fluxo (Φ) é Weber (Wb). Densidade de Fluxo é o número de linhas de campo magnético por unidade de área. A unidade da densidade de Fluxo (B) é Tesla (T). UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 5 Campo Magnético A permeabilidade magnética absoluta é o grau de magnetização de um material em um campo magnético: Sendo H a intensidade de campo magnético (A/m) Permeabilidade magnética do vácuo: Permeabilidade magnética relativa: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 6 Indução Eletromagnética Lei de Faraday: a variação de fluxo magnético produz uma força eletromotriz em um condutor. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 7 Indução Eletromagnética Lei de Lenz: a corrente induzida produz um fluxo magnético que se opõe à variação do fluxo indutor. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 8 Relutância Magnética Lei de Ohm para os circuitos magnéticos : Sendo : UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 9 Auto-Indutância A indutância tem a propriedade de se opor às variações de corrente. Permeância do núcleo (Wb/A-espiras): UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira Henry (H) 10 Auto-Indutância Fluxo (Wb): Enlace de fluxo (Wb-espiras): Diferença de potencial: Como: Tem-se: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 11 Indutância Mútua Transformador - fluxo gerado pela corrente i1: Enrolamento primário Enrolamento secundário UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 12 Indutância Mútua Transformador - fluxo gerado pela corrente i2: Enrolamento primário Enrolamento secundário Indutância Mútua (Henry): UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 13 Indutância Mútua Convenção do Ponto (A): primário e secundário são enrolados com o mesmo sentido, resultando em polaridades idênticas de tensão. (B): primário e secundário são enrolados em sentidos contrários, resultando em polaridades opostas de tensão. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 14 Indutância Mútua Convenção do Ponto Corrente entrando em um enrolamento por um terminal que tem ponto induz tensão positiva no terminal que também tem ponto do segundo enrolamento. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 15 Indutância Mútua Convenção do Ponto Corrente entrando em um enrolamento por um terminal que não tem ponto induz tensão positiva no terminal que também não tem ponto do segundo enrolamento. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 16 Indutância Mútua Corrente nos dois enrolamentos Diferenças de potencial no domínio do tempo: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 17 Indutância Mútua Corrente nos dois enrolamentos Diferenças de potencial no domínio da frequência: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 18 Indutância Mútua Considerações de Energia Com o terminal 2 aberto e aumentando i1 de 0 a I1, a potência vindo do terminal 1 é: Como i2=0, a potência vindo do terminal 2 é: Quando i1 = I1, a energia total armazenada é: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 19 Indutância Mútua Considerações de Energia Mantendo i1 = I1 e aumentando i2 de 0 a I2, a energia a partir do terminal 2 é: Nesse intervalo de tempo, a energia a partir do terminal 1, é acrescida de: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 20 Indutância Mútua Considerações de Energia Quando i1 = I1 e i2 = I2 a energia total na rede é: Se o mesmo procedimento fosse iniciado a partir do terminal 2, a energia final total seria: Como as condições iniciais e finais são iguais, a duas energias são também iguais, concluindo-se que: e UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 21 Indutância Mútua Considerações de Energia Se uma corrente entra por um terminal com ponto e a outra por um terminal sem ponto: Como I1 e I2 podem assumir qualquer valor, representando pelos seus valores instantâneos, de forma geral, tem-se: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 22 Indutância Mútua Considerações de Energia Sendo i1 e i2 ambas positivas ou negativas: Como a energia não pode ser negativa: ou O Coeficiente de Acoplamento, k, é definido por: sendo: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 23 Transformador Linear Considerando o circuito acoplado: Sendo s=jω, tem-se as equações de malha: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 24 Transformador Linear Definindo: e e substituindo nas equações de malha: resulta: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 25 Transformador Linear Substituindo s=jω: Impedância Refletida: Como ≥ 0, o secundário representa aumento em R1. A reatância refletida pelo secundário no primário tem sinal oposto ao de X22. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 26 Transformador Ideal Transformador com k=1 e reatâncias indutivas do primário e do secundário muito grandes em comparação com ZL: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 27 Transformador Ideal Resolvendo o sistema de equações, tem-se: Como k=1, M2=L1.L2 , resultando: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 28 Transformador Ideal Sendo L2 = a2 L1, tem-se: Como jωL1 >> ZL , resulta: UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 29 Transformador Ideal Relações entre Correntes De: resulta: Sendo jωL2 >> ZL , então: Como: e tem-se: ou UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 30 Características do Transformador Máquina elétrica estática. Alimentado com corrente alternada. Possui 2 enrolamentos (primário e secundário). Transforma a relacão V – I. Permite o transporte de energia elétrica em grandes distâncias. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 31 Geração, Transmissão e Distribuição Transformador Abaixador 15 kV Geração 15-30 kV Transmissão 230 kV Transformador Elevador Distribuição Transformador Consumo 127 - 220 V Consumo UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 32 Tipos de Transformadores Pequeno Transformador Monofásico UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 33 Tipos de Transformadores Transformador Monofásico de Baixa Potência Conexão entre 2 fases e entre fase e terra UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 34 Tipos de Transformadores Transformador Trifásico de Distribuição UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 35 Tipos de Transformadores Transformador Trifásico de Alta Potência UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 36 Componentes do Transformador O núcleo estabelece um caminho para as linhas de fluxo magnético. O enrolamento primário recebe a energia da fonte alternada senoidal. O enrolamento secundário recebe energia enrolamento primário e entrega à carga. do O gabinete protege os componentes de sujeira, umidade e choque mecânico. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 37 Enrolamentos e Núcleo UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 38 Núcleo do Transformador Os núcleos são construídos de ar, ferro macio ou aço. Os transformadores de núcleo de ar são usados para alta frequência (> 20 kHz). Transformadores de núcleo de ferro são usados para baixa frequência (< 20 kHz). O núcleo de ferro macio é utilizado transformador pequeno, porém, eficiente. em O transformador de núcleo de ferro é mais eficiente que um transformador de núcleo de ar. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 39 Perdas no Transformador Na prática, o transformador, embora eficiente, não é um equipamento perfeito. Ocorrem perdas elétricas nos enrolamentos e perdas magnéticas de correntes parasitas e de histerese no núcleo, que resultam em transformação de energia elétrica em energia térmica. térmica Ocorre, também, perda por dispersão do fluxo magnético. Transformador de pequena potência, possui eficiência de 80 a 90%, e, transformador de grande potência pode ter eficiência igual ou superior a 98%. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 40 Perda Elétrica nos Enrolamentos A perda elétrica devida à resistência nos enrolamentos primário e secundário é denominada Perda no Cobre. Como a quantidade de potência dissipada pelo condutor é diretamente proporcional à resistência do fio e ao quadrado da corrente a Perda no Cobre também é denominada Perda R.I2. Embora os enrolamentos do transformador sejam feitos de fio de cobre de baixa resistência, um valor elevado de corrente causa uma grande potência dissipada. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 41 Perda de Correntes Parasitas O campo magnético produzido no núcleo transformador induz neste uma tensão. do A tensão induzida causa um fluxo de correntes no núcleo que produz energia térmica. Estas correntes Parasitas. são denominadas Correntes A Correntes Parasitas são reduzidas utilizando-se núcleos laminados e uma pequena percentagem de silício no ferro. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 42 Perda de Histerese O campo magnético que atravessa o núcleo, o magnetiza, e, os domínios dentro dele têm que se alinhar com o campo magnético. Com a inversão do sentido do campo, os domínios têm que se realinhar e a energia, usada para alterar os domínios, que é dissipada como calor dentro do núcleo de ferro, é denominada Perda de Histerese, sendo resultante de fricção molecular. A Perda de Histerese pode ser controlada em pequeno valor através da escolha apropriada de material de núcleo. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 43 Perda de Histerese Alinhamento dos domínios : UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 44 Perda por Dispersão do Fluxo Com o Coeficiente de Acoplamento k=1, a energia máxima seria transferida do primário para o secundário. Na prática, nem todo o fluxo magnético produzido no enrolamento primário é enlaçado pelo enrolamento secundário. Isso gera Perda por Dispersão do Fluxo na transferência de potência do transformador. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 45 Relação de Tensões Como a força eletromotriz no primário é igual (ou quase) à tensão aplicada, uma relação pode expressar o valor da tensão induzida em função da tensão aplicada no primário e do número de espiras em cada enrolamento. Então : VP N P = VS NS sendo: NP = número de espiras do primário VP = tensão aplicada no primário VS = tensão induzida no secundário NS = número de espiras do secundário UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 46 Relação de Correntes O fluxo no núcleo dos enrolamentos primário e secundário de um transformador, desde que os ampère-espiras são os mesmos para ambos os enrolamentos, deve ser o mesmo. Então: sendo: IP . NP = ampére-espira no enrolamento primário IS . NS = ampére-espira no enrolamento secundário Substituindo pela relação de tensões: VP I S = VS I P UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 47 Relação de Potências O número de espiras nos enrolamentos de um transformador está relacionado com a corrente e a tensão, ou seja, maior tensão no primário implica menor corrente e menor tensão no secundário implica maior corrente, na mesma proporção. Assim, todo a potência entregue ao primário pela fonte, também, é entregue à carga pelo secundário (menos a potência de perdas do transformador). Então: PS = PP − PL sendo: P = potência entregue a carga pelo secundário S PP = potência entregue ao primário pela fonte PL = potência perdida no transformador UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 48 Circuito Equivalente Circuito equivalente completo de um transformador real com núcleo de ferro: Lm = indutância associada ao fluxo de magnetização do núcleo; Rp , Rs = resistências associadas à perda elétrica nos enrolamentos; Lp , Ls = indutâncias associadas à perda por dispersão do fluxo magnético; Rc = resistência associada às perdas de histerese e de correntes parasitas; Cp , Cs = capacitâncias dos circuitos primário e secundário; Cw = capacitância entre os enrolamentos do transformador. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 49 Circuito Equivalente Circuito equivalente simplificado de um transformador real com núcleo de ferro: Rp , Rs = resistências associadas às perdas elétricas nos enrolamentos; Lp , Ls = indutâncias associadas à perda por dispersão do fluxo magnético. UFBA – Curso de Engenharia Elétrica – Prof. Eugênio Correia Teixeira 50