Projeto de Comunicação da Política Nacional de Humanização SUS oferece tratamento especializado para crianças que dependem de tecnologias para viver No Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro, a cogestão, o atendimento multidisciplinar e articulação de serviços propiciam Projetos Terapêuticos Singulares para crianças Aurora Oliveira (nome fictício) tem 6 anos de idade e uma sequela neurológica que a impede de respirar normalmente. Aurora depende de tecnologias como a do Bipap, um tipo de respirador mecânico. Depois de uma internação prolongada no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), e das dificuldades financeiras e sociais da família, a equipe multiprofissional do IFF, em reunião, discutiu o caso para um planejamento conjunto da alta da paciente. Assim, o Serviço Social mediou uma articulação com as Secretarias Municipais de Habitação e de Saúde para buscar alternativas conjuntas para viabilizar a ida da criança para casa. Esse é um exemplo típico e extremo de Projeto Terapêutico Singular, o chamado PTS, que reúne um conjunto de propostas e condutas terapêuticas articuladas em discussões coletivas multidisciplinares. Resultado do processo de cogestão e da criação de colegiados, esses projetos constituem o dispositivo de "clínica ampliada" da Política Nacional de Humanização, do Ministério da Saúde, (PNH/MS). Segundo a terapeuta ocupacional Rosa Mitre, casos como o de Aurora são frequentes no IFF. "O Colegiado propicia a partilha, é um convite para a participação coletiva, onde cada profissional é envolvido numa lógica de equipe e numa construção conjunta de trabalho. Todos nós somos responsáveis naquela unidade de produção por aquela criança, mesmo que não atenda aquele caso", afirma Rosa que também é apoiadora da PNH e coordenadora do Programa Saúde e Brincar, de atenção integral à criança hospitalizada. As discussões de casos no Instituto surgiram dentro da enfermaria. “A cada semana, a equipe multiprofissional (terapeuta ocupacional, nutricionista, assistente social, médico, enfermeiro, assistente de enfermagem, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, profissionais de saúde mental e apoiadores) elege uma criança e discute seu caso”, explica Mariana Setúbal, assistente social e coordenadora técnica do Serviço Social do IFF. O resultado desse processo é "um olhar mais cuidadoso com cada indivíduo". Para ela, o PTS melhora a assistência para os usuários. Em algumas situações, o tratamento pode ser realizado em domicílio. "A gente começou a pensar coletivamente e pesquisar possibilidades de promover a continuidade dos cuidados das crianças em suas residências. Estabelecemos todas as necessidades para o acompanhamento e para fazer uma cogestão do tratamento", diz Mariana. Na prática, o usuário tem um pouco menos de tecnologia do que teria no hospital, mas conta com o equipamento essencial, além de medicamentos e visitas regulares. Mariana sublinha que o projeto oferece suporte técnico para a equipe de atendimento capacitando não apenas a rede básica, mas também a família no cuidado desse usuário. Rosa Mitre acredita que esse processo "cria peculiaridades" e um perfil de usuário que frequenta o hospital com bastante intensidade. "Os quadros raros ou crônicos já vêm encaminhados por outro serviço", diz ela. “Isso se explica pelo fato do Instituto atender casos de média e alta complexidade, sendo referência para aleitamento materno, genética, fibrose cística e gestação de alto risco”, conclui. Sobre o IFF/Fiocruz Criado há 90 anos, O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) é considerado “Hospital Amigo da Criança” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Ministério da Saúde. Possui atualmente 30 Colegiados em funcionamento, que envolvem várias unidades de produção da área de atenção além de ensino e pesquisa. A área de Atenção à Saúde é composta por 131 leitos, divididos em cinco áreas: mulher, gestante, recém-nascido, criança clínica e criança cirúrgica. O Instituto realiza anualmente cerca de 4.500 internações, 60 mil atendimentos ambulatoriais, 2.500 cirurgias e 150 mil procedimentos de suporte diagnóstico e terapêutico, além de atendimento domiciliar para crianças dependentes de tecnologia. O IFF atende pacientes do Rio de Janeiro e de outras regiões brasileiras, e realiza pesquisa e desenvolvimento tecnológico voltado para a saúde da mulher, da criança e do adolescente. Sobre a Rede Humaniza SUS imprensa www.redehumanizasus.net/85282-projeto-de-comunicacaoda-politica-nacional-de-humanizacao Contatos: Rosa Mitre [email protected] Tel.: (21) 2554 1829 Terapeuta ocupacional e apoiadora institucional e coordenadora do Programa Saúde e Brincar Mariana Setúbal [email protected] Tel.: (21) 2554 1864 Assistente social e coordenadora técnica do Serviço Social do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Sheila Souza [email protected] Tel.: (61) 3315 9130 João Paulo Soldati [email protected] Tel.: (61) 3315 9130 Jornalistas da PNH - Secretaria de Atenção à Saúde Ministério da Saúde (PNH/SAS/MS) www.saude.gov/humanizasus www.redehumanizasus.net O que é PNH – A Política Nacional de Humanização é uma política pública transversal e atua como eixo norteador em todas as esferas do SUS. Além do respeito ao direito do usuário, apoia processos de mudanças nos serviços para torná-los mais acolhedores, com atenção para as necessidades objetivas e subjetivas dos usuários. Promove a gestão participativa, ampliando o diálogo entre os gestores dos serviços, os profissionais de saúde e a população. A PNH completou 10 anos em 2013.